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APÊNDICE

UNIDADE 1

Avaliação
na educação
Apêndice
Gabaritos comentados com resposta-padrão

UNIDADE 1: Avaliação educacional: abordagem histórica


e teórica

Gabarito 1. Faça valer a pena - Seção 1.1

1. Alternativa E.
Resposta comentada: A pedagogia tecnicista estava centrada na
dimensão tecnológica da avaliação, centrada em seus aspectos
técnicos e buscava a eficiência nos processos avaliativos, como
assinala a alternativa A.
A autoavaliação e as questões abertas são instrumentos de avaliação
mais subjetivos nos quais os alunos são mais protagonistas e se
relacionam mais com a pedagogia escolanovista e/ou construtivista
e, portanto, não condizem com a pedagogia tecnicista.

2. Alternativa A.
Resposta comentada: O modelo objetivista considera que o trabalho
pedagógico é entendido como um procedimento técnico, objetivo e
operacional. Os fatores subjetivos são pouco relevantes e o indivíduo
não é considerado no seu contexto sociocultural. Nesse modelo
prevalece uma separação entre ensino-aprendizagem e avaliação e
predomina o foco nos resultados e não nos processos.

3. Alternativa A.
Resposta comentada: Existem vários aspectos da prática pedagógica
e avaliativa que caracterizam o professor socioconstrutivista, porém,
considerando a lista elaborada pela estudante de Pedagogia, podemos
indicar como característica do professor socioconstrutivista a
preocupação em planejar atividades que colocam seus alunos diante
de situações problemáticas e que os estimulem a pensar formas
para solucioná-las. Um dos objetivos do professor que atua nessa

1 U1 - Avaliação educacional: abordagem histórica e teórica


linha é promover a reflexão e aplicar conceitos e procedimentos
em novos contextos. Além disso, o professor socioconstrutivista
compreende o aluno em seu todo, portanto observa e analisa o
contexto socioeconômico do aluno, as manifestações culturais
de sua família e círculo de convivência e seu estado de ânimo
emocional, pois esses aspectos influenciam no desenvolvimento
da aprendizagem. Por fim, o professor socioconstrutivista utiliza a
avaliação como um diagnóstico da aprendizagem do aluno, para
identificar avanços, dificuldades e planejar novas estratégias para
enfrentá-los. As características explicitadas nos números II e IV são
indicativas de um perfil de professor tecnicista, que se aproxima mais
do modelo objetivista.

Gabarito 2. Faça valer a pena - Seção 1.2

1. Alternativa A.
Resposta comentada: Ralph Tyler é quem formula o conceito de
avaliação por objetivos, indicando que a função da avaliação deve
ser indicar se o planejamento está alcançando seus objetivos.
Jussara Hoffmann defende uma avaliação na perspectiva
construtivista, e é esse elemento que a diferencia dos outros teóricos,
pois mesmo que os demais estejam de acordo com a tendência do
ensino-aprendizagem construtivista, não apresentam a avaliação
diretamente relacionada a ela.
Luckesi é um dos teóricos que enfatiza a diferença entre medir e
avaliar, verificar e avaliar, mas também considera que a avaliação
deve fornecer informações sobre o planejamento educacional e a
aprendizagem.
Todos os teóricos compreendem a avaliação como transformadora,
porém é Ana Maria Saul quem formula o conceito de avaliação
emancipatória como a transformação não apenas do ensino,
da aprendizagem, da escola, mas como transformação social,
relacionando esse conceito a decisão democrática, transformação
e crítica educativa.
Luiz Carlos de Freitas e Mara Regina Lemes de Sordi defendem
que, para mudar a avaliação, é necessário mudar o objetivo da
escola. Se não questionarmos os objetivos da escola que refletem
as desigualdades nela existentes, não conseguiremos transformar a
avaliação e suas práticas.

2 U1 - Avaliação educacional: abordagem histórica e teórica


2. Alternativa E.
Resposta comentada: Hadji expressa que a função da avaliação deve
ser fornecer elementos para regular o ensino, ou seja, para fornecer
informações se as ações planificadas pelo professor para desenvolver
o currículo estão cumprindo seu objetivo. Quando as informações
coletadas pela avaliação indicam dificuldades de aprendizagem, o
professor terá elementos para replanejar e propor novas atividades
que permitam aos estudantes superar as dificuldades encontradas,
ou seja, garantir a formação. Nesse sentido, a função da avaliação é
reguladora do ensino e da aprendizagem. Tanto a avaliação tradicional
quanto a avaliação classificatória não cumprem um papel formativo
no trabalho pedagógico. Servem para atribuir nota e apenas decidir
sobre a aprovação ou reprovação dos estudantes. Já a avaliação
somativa está mais associada à avaliação tradicional e classificatória,
pois, geralmente, procura avaliar o processo de aprendizagem no
seu final e, muitas vezes, é utilizada com a finalidade de certificação.

3. Alternativa C.
Resposta comentada: Os dados estatísticos apresentados por
Vasconcellos e os dados de 2015 contidos na tabela evidenciam uma
melhora nas taxas de rendimento escolar (aprovação, reprovação e
abandono). Nas últimas décadas, os governos vêm implementando
uma série de políticas no sentido de melhorar as taxas de
rendimento. Entre essas políticas podemos mencionar as políticas
de regularização do fluxo escolar (classes de aceleração) e políticas
de eliminação da reprovação em alguns anos do ensino fundamental
(promoção automática, progressão continuada). Políticas sociais
também devem ser consideradas, como o bolsa família, além da
própria atuação dos Conselhos Tutelares para garantir o direito
das crianças e adolescentes à escolaridade obrigatória. Políticas de
formação continuada de professores têm abordado a questão da
avaliação, assim como políticas de organização do ensino em ciclos e
mesmo políticas de progressão continuada e promoção automática.
Entretanto, não podemos relacionar de maneira direta a melhoria
nas taxas de rendimento escolar com a mudança nas concepções e
práticas de avaliação.

3 U1 - Avaliação educacional: abordagem histórica e teórica


Gabarito 3. Faça valer a pena - Seção 1.3

1. Alternativa A.
Resposta comentada: Althusser não considera que a ideologia seja
uma falsa consciência, mas sim uma imaginação sobre a realidade,
portanto ideologia não é a realidade concreta, mas uma representação
dela. O aparelho ideológico de Estado Escolar é, segundo o autor, o
principal AIE da sociedade capitalista. Para ele existem os aparelhos
repressivos do Estados e os aparelhos ideológicos do Estado. Os
repressivos são aqueles que utilizam da força, da repressão, para
a manutenção controle e da dominação pela classe dominante,
enquanto os aparelhos ideológicos se utilizam da persuasão. O
exército e a polícia são aparelhos repressivos, enquanto a família, a
escola, as igrejas, o sistema político, os sindicatos, a imprensa, entre
outras instituições constituiriam os AIE.

2. Alternativa C.
Resposta comentada: A forma como a escola está organizada, por
meio dos tempos definidos, da ordem dos espaços, do controle
realizado pelos professores, entre outros aspectos, tem uma função
disciplinadora dos estudantes, não apenas para a realização do
processo educativo, mas para a vida social. Aliada a essa ideia de
disciplinamento, advinda do pensamento foucaultiano, a ideia de
capital cultural é outro elemento fundamental na manutenção das
desigualdades inerentes à sociedade capitalista. A escola cumpre,
dessa forma, uma função ideológica de reprodução da desigualdade
de classes e disciplinamento ou docilização dos corpos, fazendo
com que os sujeitos se submetam ao controle e à dominação.
Apesar de encontramos diretamente uma relação entre o AIE Escolar
de Althusser e influências desse sociólogo na obra de Bourdieu,
não podemos afirmar diretamente que Althusser influencia a obra
de Michel Foucault. Althusser trabalha com o conceito de poder de
Estado, portanto de macropoder, enquanto Foucault centra suas
análises nos micropoderes, aqueles poderes que perpassam as
relações sociais e que são evidenciados no interior das instituições.

3. Alternativa E.
Resposta comentada: Bourdieu analisará a escola liberal e

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meritocrática e mostrará que a transmissão do conhecimento nas
escolas não se dá da mesma maneira para todos os estudantes,
fundamentada na ideia da igualdade entre todos os alunos,
termina gerando a exclusão daqueles que não possuem a
bagagem cultural esperada, ou seja, o capital cultural. Geralmente,
as crianças desprovidas do capital cultural da classe dominante
apresentarão maiores dificuldades para se adaptar e desenvolver
na escola e, em função disso, estarão mais sujeitas ao fracasso
escolar. Essa ideia está no cerne da crítica que ele faz à escola
liberal e democrática. Ao desconsiderar as diferenças culturais
entre os estudantes e não perceber que a escola cobra dos alunos
das classes desfavorecidas um capital cultural não trazem para
dentro da escola, os professores transformam a cultura em um
instrumento de dominação e, portanto, em violência simbólica.
O conceito de aparelho ideológico de Estado é cunhado por
Althusser, enquanto as ideias de disciplinarização dos corpos e
tecnologia de poder pertencem a obra de Foucault.

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