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CICLO 1 - FORMAÇÃO 2

8º e 9º anos

Roteiro de estudo
Período:

Formadores: Kátia Chiaradia e Renata Capovilla

Olá, professoras e professores!


Bem-vindas (os) ao nosso segundo roteiro de estudo. Este roteiro tem como objetivo
principal apoiar você na compreensão de que, em nossa vida, os campos de atuação se
entrecruzam, por isso, a sala de aula deve considerar tais conexões. Para isso, partiremos de um
conto daquele que talvez seja o maior escritor brasileiro, Machado de Assis.
Esperamos que este roteiro auxilie no planejamento de suas aulas, considerando as
habilidades foco da formação.

Parte 1:
Vamos começar fazendo um resgate do que conversamos na nossa live?
Registre no quadro abaixo ideias-chave para cada aspecto indicado:

Quadro-síntese

Qual é o objetivo de organizar as produções escritas em


Antes, Durante e Depois?

De que modo é possível articular o desenvolvimento do


campo de atuação artístico-literário com outros campos
de atuação?

De que forma ter um instrumento que auxilie professor


e alunos nas produções, como um checklist,
potencializa o processo de aprendizagem? Por que se
pode dizer, também, que é um investimento no

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protagonismo e na autonomia deles?

Parte 2:

Agora, vamos retomar um pouco da importância de se trabalhar, em sala de aula, os contextos de


produção e recepção de uma obra literária, uma vez que a experiência de leitura do sujeito-leitor deve
sempre ser recuperada, considerada e apresentada como base do fenômeno literário, inclusive e
sobretudo em contexto escolar, quando se dá a base do repertório de cada aluno.
Quando você inicia uma leitura literária com os seus estudantes, quais são os seus grandes desafios? O
que tem feito para superá-los?
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Você costuma ler em voz alta para eles? Com que frequência? Como essa prática pode contribuir para a
formação do leitor de literatura e para a recepção de uma obra literária?
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Contextos de produção e de recepção de Conto de escola


Os tempos de escola nos idos do século XIX não eram dos mais agradáveis para as crianças. Nem a
sociedade como um todo levava muito em consideração as crianças, tanto que o reconhecimento de um
estágio intermediário entre crianças e adultos, chamado de adolescência, somente passou a aparecer na
legislação, da maneira como é concebido hoje, no final século XX. Até então, era-se criança até que a
pessoa pudesse se manter sozinha, a partir daí, já se era adulto.
O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) foi um marco de O ECA tem como objetivo a
conquista de direitos para crianças e adolescentes que passaram a figurar proteção integral da criança e
como cidadãos perante a sociedade. Aquele professor autoritário e do adolescente. Esse estatuto
adotou regras internacionais,
detentor do saber que atemorizava as crianças, como o mestre Policarpo
como a Declaração dos Direitos
de “Conto de escola”, ficou no século XX junto com os castigos físicos; a da Criança. Está em vigor no
palmatória só existe em museus; e a escola hoje é muito mais agradável do Brasil desde 1990.
que já foi um dia.

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Situações como a do “Conto de escola”, na qual um aluno teme tanto o professor que prefere pagar
um colega com uma moeda que ganhou de presente de aniversário para lhe ensinar a lição do que admitir
que não entendeu o conteúdo não deveriam fazer parte do cotidiano escolar do século XXI.
Porém, talvez algumas situações semelhantes ainda aconteçam, como é o caso da “cola”, cuja
justificativa, por vezes, inclui a vergonha de tirar dúvidas com o professor e ser ridicularizado pelos colegas;
ou o temor de tirar notas baixas e precisar se justificar com a família; ou ainda falta de tempo para se
dedicar aos estudos por motivos diversos, como muito tempo usando redes sociais ou jogando vídeo
games ou assistindo a séries; entre outros motivos possíveis.
O conto fala de corrupção, delação, cola, vergonha, humilhação. Esses são pontos de estudo da
ética, pois há um compromisso social de comportamento esperado das pessoas nas diversas situações da
vida. Sendo assim, a quebra dessas regras estabelecidas é passível de punição. Vale debater com os alunos
sobre o assunto perguntando quais seriam os encaminhamentos sugeridos por eles que possibilitariam
aprendizado com a situação sem incluir jamais castigos corporais ou situações que transgridam os Direitos
Humanos ou o ECA.

Parte 3:

Proposta de produção escrita


Preparando a escrita
● Pergunte se os estudantes percebem, na obra, diferenças culturais em relação à
contemporaneidade:
Essa primeira conversa é fundamental para que aconteça a apropriação de repertório dos
estudantes à produção escrita iniciada.
● Comparando-se com os personagens do Conto de escola, hoje, qual é a expectativa de sua família
(família dos alunos) sobre seus estudos e futuro profissional? Qual é a sua própria expectativa
sobre o futuro?
● Se vocês estivessem na escola com o Pilar, onde vocês prefeririam estar, na escola, ou matando
aula? Por quê? Hoje, é viável matar aulas? Como é sua escola em comparação com a escola de
Pilar? O que você estaria fazendo agora se não estivesse na escola?
● Além do exemplo sobre aulas e férias, cite alguns exemplos de situações em que o tempo
psicológico difere do tempo físico.
● Qual o desfecho que você gostaria que acontecesse no Conto de escola? Se acontecesse algo
parecido com você (ser coagido a passar cola ou ser vítima de delação), qual seria sua reação?
● Se fosse possível escrever outro desfecho para o conto, o que você sugere para terminar a
narrativa?
● Como seria a narrativa do ponto de vista de outros personagens? Como o foco narrativo nesse
conto aproxima o leitor do protagonista?
● Em um local a que todos tenham acesso (lousa, um documento compartilhado no Google docs, um
cartaz de papel kraft, flip chart entre outros). Anote as diferenças e semelhanças apontadas,
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ampliando-as com o que achar necessário. Recomende que cada estudante também faça suas
anotações. Peça que os alunos anotem as palavras que desconhecem e/ou que sejam pouco usuais,
junto a elas, o que pressupõem que significam e hipóteses da importância do seu uso.
● Pergunte-lhes se gostaram do texto. Assegure em suas aulas, professor(a), a importância da fruição
literária. Convide os alunos a compartilharem as passagens que consideraram mais envolventes,
interessantes e curiosas. Instigue a sensibilidade na leitura.
● Proponha, em seguida, que os alunos falem livremente sobre o evento narrado, especialmente
sobre o que reconhecem na história e o que eles conseguem depreender como sendo a principal
temática. Incentive-os a falar e estabelecer relações com suas leituras, com seu repertório cultural,
com sua vida, de modo a fomentar uma leitura mais significativa. Proponha, também, que os
alunos, agora, pensem nas semelhanças entre a história narrada na obra e o Brasil, e o mundo
contemporâneo. Compreender que o enredo de uma obra tem potencial universal é importante
para o compartilhamento de sentidos na leitura.
● Tendo sido feitas as discussões iniciais, peça que os alunos partilhem sua percepção a partir da
comparação e que dialoguem sobre a percepção de ética, corrupção, delação, cola, vergonha,
humilhação como aparecem no texto e como as situações enfrentadas pelos personagens são vistas
hoje.
● Por fim, com foco na habilidade EF89LP10, propomos que os alunos produzam um artigo de
opinião sobre a temática da obra, cujo enfoque esteja na atualidade de Conto de escola.

Produzindo a Escrita

● Oriente os alunos, em duplas, a começarem a produção pelo planejamento do texto. Para isso
instrua-os a pesquisarem a estrutura de um artigo de opinião.
● Se achar conveniente, você também pode instruí-los sobre as características do gênero,
basicamente: título, síntese da questão, opiniões envolvidas e crítica contextualizada.
● Depois que os alunos terminarem o planejamento do artigo, peça que comecem a escrever a
primeira versão do texto.
● Enquanto os alunos escrevem, você pode orientar o processo, circulando pela sala. Ao passar pela
carteira de cada dupla, solicite a atividade de planejamento, confira os itens preenchidos pelos
alunos e dê sugestões, conforme for necessário.
● No final da aula, peça que os alunos pausem a produção dos artigos e troquem a atividade com
outra dupla, para que todos possam realizar uma primeira avaliação dos artigos dos colegas.

Avaliando a escrita

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Professor(a), para apoiar você na organização das produções de seus alunos, sugerimos uma lista
de checagem de critérios (checklist), que pode orientar o processo autoral dos estudantes e, por isso, deve
ser compartilhada com eles. Ela pode ser usada por eles na avaliação dos trabalhos dos colegas.

Critérios para orientar a produção escrita de um artigo de opinião SIM/NÃO

Cita explicitamente o título da obra base.

Faz uma boa síntese da obra original.

Escolhe um elemento sobre a escola do livro Conto de escola a ser criticado


no texto.

Escolhe um elemento da escola contemporâneo em comparação à escola


retratada em Conto de escola.

Sustenta o ponto de vista com evidências adequadas, contextualizadas e


comprovadas ou coerentes com Conto de escola e sua época, bem como
com a escola de hoje.

Você pode usá-la, rejeitá-la e adaptá-la, conforme lhe convenha. Importa dizer que este é apenas
um conjunto de possibilidades de critérios que envolvem a produção escrita de um artigo de opinião.
● Depois de feitas as críticas, peça para que as duplas destroquem as atividades e façam as
adequações que julgarem válidas ou necessárias.
● Peça para que entreguem a primeira versão dos artigos nessa aula, ou na aula seguinte.

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