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O PAPEL DO PROFESSOR MEDIADOR NA

CONSTRUÇÃO DO ALUNO CRÍTICO:


APRESENTANDO O GÊNERO ARTIGO DE
OPINIÃO
1º COLÓQUIO DA RESIDÊNCIA
PEDAGÓGICA - AMANDA OLIVEIRA
INTRODUÇÃO

❖Ao refletir sobre o ensino de língua portuguesa, não é estranho o fato de


que muitos ALUNOS consideram que a disciplina “português é chato e
difícil demais”
❖ O principal fator que contribui para a permanência desse estigma é um
ensino historicamente focado nas regras gramaticais.
❖ Expor o aluno somente a conteúdo gramaticais/ou estruturais e restringir
a visão desse aluno a um único enfoque.
❖ Outras habilidades são um importantes para o uso efetivo da língua
materna.
JUSTIFICATIVA
❖ Dificuldade de leitura e escrita

❖ Importância de refletir sobre o contexto do aluno para torná-lo mais


autônomo no processo de aprendizagem

❖ Repensar as práticas pedagógicas


PROBLEMA

❖ Mudar a abordagem das aulas pode contribuir efetivamente para a


aprendizagem?
OBJETIVO GERAL

❖ Analisar se práticas pedagógicas como uma abordagem crítica são


capazes de contribuir de forma efetiva no aprendizado de língua
materna.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
❖Apontar o ensino de diversos gêneros textuais com objetivo de ampliar a
capacidade leitora do aluno.

❖Propor um ensino de língua materna mais contextualizado.


EMBASAMENTO TEÓRICO

❖ Marchuschi (2002) : “Os gêneros textuais são fenômenos históricos


diretamente relacionados à vida cultural e social.”
❖ Bagno (2011): “Preconceito Linguístico” . Critica o modelo de ensino
vigente, defende que é um mito dizer que “português é difícil”.
“a noção de que a leitura é peça crucial no aprendizado e que a escola absorve centralidade na formação
didática, esse projeto se propõe a trabalhar com a franca compreensão dos recursos
linguístico-discursivos empregados na construção argumentativa dos textos e sua utilização nas
diferentes esferas da sociedade. Visamos não somente o desenvolvimento da competência linguística do
aluno, mas também de sua capacidade de reflexão, de crítica e de ação na vida social. Sem dúvidas, um
de nossos maiores desafios é proporcionar meios que efetivem essa formação de forma lúdica e
consciente.” (TAVARES, 2014)
METODOLOGIA
❖ Pesquisa de natureza aplicada de caráter exploratório
❖Estudo de caso a partir de uma abordagem qualitativa
❖Aplicar uma aula baseada na teoria do gêneros textuais
Gênero: Artigo de opinião, discussão, destacar expressões linguísticas
presentes neste gênero.
Questionário aplicado aos residentes
“Correio” da série Cidade dos Homens
Discuta em grupos
Quais os principais problemas sociais apresentados no vídeo?

Por que tais problemas ocorrem?

Quais as soluções para tais problemas?

O que vocês acham sobre isso?


Vocês lembram o que são gêneros textuais?

“Podemos considerar gêneros textuais como as diversidades de textos que


encontramos em múltiplos ambientes de discurso na sociedade. Com a globalização
que trouxe consigo o advento da Internet notamos o surgimento de novos gêneros
textuais, a adaptação de alguns e a evolução de muitos outros.’’
Exemplos: Bula de remédio, crônica, quadrinhos, carta, e-mail, entre muitos outros.
Textos argumentativos
✔Defende-se um ponto de vista sobre determinado assunto;

✔O ponto de vista é fundamentado com argumentos;

✔Estrutura básica: introdução (ideia principal), desenvolvimento (argumentos) e conclusão (confirmação


da ideia principal);

✔Linguagem de acordo com a variedade padrão;

✔O autor pode coloca-se de modo pessoal (1ª pessoa) ou impessoal (3ª pessoa);

✔Presença de palavras e expressões que introduzam opiniões pessoais ou impessoais. (CEREJA e


MAGALHÃES, 2003, p.138).
Artigo de opinião
Você já leu/lê artigos de opinião em jornais/revistas? Pode citar exemplos? Por

que e para que você lê esses textos?

Quais são algumas características desses textos? Do que tratam? Quem escreve?

Para quem? Com que objetivo?


Exemplos...
Principais características do artigo de opinião
✔ O autor se posiciona acerca de uma questão polêmica de
interesse público;
✔ Apresenta uma polêmica: assunto que gera discussões,
opiniões distintas;
✔ Essas opiniões afetam a vida de todos: interesse público,
relevância social;
✔ Há um debate: forma de participar da vida pública de
uma comunidade, exercer o papel de cidadão.
Dando um rolê por aqui - Autor: Théo Alves*
“A classe média brasileira, egressa há pouquíssimo tempo de camadas socioeconômicas mais sofridas, se assusta com muita facilidade. Há uma tendência ao
escândalo e à indignação vazia. Os “rolezinhos”, fenômeno social que inaugurou 2014, é prova desse desespero constante da classe média. De repente, mil, dez
mil, 20 mil jovens aparecem não se sabe de onde nem como em lugares públicos em teoria, mas privados na prática, como os shoppings. E o que essa horda
amealhada através das redes sociais deseja? A resposta é simples: se divertir.

Como quaisquer adolescentes, os meninos e as meninas dos rolezinhos querem se divertir. Sem embasamento filosófico, sociológico ou antropológico, mas
embalados pela música ruim do funk ostentação, esse é um grupo que denota a maneira como veem a vida: o que importa é se divertir, é “causar”. Se as praias
e outros espaços aparentemente mais democráticos não são mais, há anos, o Eldorado da diversão da classe média, por que os menos abastados continuariam
relegados aos espaços a que foram tangidos? Eles exigem, mesmo sem a clareza da força que fazem, o espaço que lhes é (ou deveria ser) também de direito.

Enquanto isso, a classe média sonha com a distância que a classe A mantém dela: assim como os médios olham para cima para ver os mais abastados, esses
médios também querem que alguém os veja de baixo, e assim vociferam através de uma polícia que age como um destacamento de capitães do mato. A classe
média reclama, exige, que o fosso entre ela e os menos abastados seja mantido largo e profundo, mas como conter esse grupo que começou a perceber que, de
direito, esses espaços também lhe pertencem?

Os shoppings fecham suas lojas, a polícia arrebenta os guris com cassetetes e sprays de pimenta e as moças de bom grado se horrorizam com os moleques que
se sentam para pedir os itens mais baratos do cardápio das mesmas redes de fast food em que elas gastam muito.

Estou longe de ser sociólogo ou antropólogo: estou mais para lorotólogo mesmo, mas quando vejo o pessoal do rolezinho, me custa crer na organização de um
movimento e acabo apostando mais na modinha Facebook, ainda que isso não signifique dizer que o rolezinho não tenha importância social. Creio que isso deixará
marcas muito maiores que a orquestração do tal gigante sonâmbulo de 2013 numa sociedade que precisa compreender que os espaços são tomados quando se
tenta excluir quem também é dono. Espero mesmo que esse seja um sintoma espontâneo desse reconhecimento de direitos de classe, ainda que despido de
filosofias basilares, e que a galera do rolezinho possa fazer deste momento algo significativo para nosso tempo.”
Discussão em grupo após a leitura do texto
Os alunos deverão discutir em grupos:

- Qual o posicionamento do autor?


- Cite algumas opiniões pessoais do autor?
- O texto está em 1ª ou 3ª pessoa?
Estrutura básica do gênero Artigo de opinião

Introdução (ideia principal)

Desenvolvimento (argumentos) e

Conclusão (confirmação da ideia principal)


Atividade
Cada grupo deverá escolher um desses temas:

- Educação, saúde, trabalho, lazer, direitos e deveres, família.

Agora, discuta com os colegas sobre o tema escolhido por vocês.


RESULTADOS PARCIAIS
Por meio da observação, notou-se:

- Maior engajamento dos aluno nas discussões.


-
- Grande interesse no recursos visual apresentado.
-
- Uma turma apresentou um pouco mais de dificuldade.
Referências
BEHRENS, Marilda Aparecida. A prática pedagógica e o desafio do paradigma emergente. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos,
v. 80, n. 196, 2007

OLIVEIRA, Lúcia P. Escolhas pedagógicas do educador e identidade cultural dos aprendizes. In: Linguagem & Ensino, Vol. 3, No. 2,
2000 (49-59)
OLIVEIRA, Luciano Amaral. Métodos de ensino de inglês: teorias, práticas, ideologias. São Paulo: Parábola, 2014. 215 p.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A.P; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Orgs.)
Gêneros Textuais e Ensino. Rio de Janeiro:Editora Lucerna, 2002.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 26 mai. 2014.

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