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TEXTO CONSTITUCIONAL
É necessário entender que o Estado Brasileiro era um Estado unitário. A Coroa Portu-
guesa, desde a época do Brasil Império, atribuía determinados pedaços de terra para serem
explorados por particulares. Se essas terras não fossem exploradas regularmente, seriam
pegas de volta. Tratava-se das terras devolutas.
As terras devolutas têm origem nas capitanias hereditárias, que formaram os Estados.
A capitania hereditária dos Bandeirantes, por exemplo, se tornou o Estado de São Paulo, a
capitania hereditária da Guanabara se tornou o Estado da Guanabara que, posteriormente,
se tornou o Rio de Janeiro; e a capitania hereditária de Minas Gerais se tornou Minas Gerais.
As terras devolutas, portanto, em sua grande maioria, pertencem aos Estados. Para a União,
sobram as terras devolutas indispensáveis à defesa da fronteira.
ANOTAÇÕES
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II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções mi-
litares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais
de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as
ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, ex-
ceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no
art. 26, II;
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A Emenda n. 46/2005 tentou corrigir uma situação que afligia moradores de diversas
cidades do país – São Luís, Florianópolis e Vitória, por exemplo, que são ilhas. As ilhas oce-
ânicas e costeiras, a princípio, pertenciam à União, mas isso gerava muita depreciação das
propriedades situadas nessas ilhas. Por serem patrimônios pertencentes à União, a União
cobrava sua tributação, mas também a prefeitura. Além disso, havia a questão sobre a docu-
mentação da propriedade.
Por isso, a Emenda n. 46/2005 determinou que ilhas oceânicas e costeiras, de fato, per-
tencem à União, mas é necessário excluir desse grupo as que contêm sede de Município.
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§ 1º É assegurada, nos termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
a participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para
fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, platafor-
ma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa
exploração (EC n. 102/19).
§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres,
designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e
sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.
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de derrubada do veto. Essa situação chegou ao STF e o plenário decidiu que o pedido feito
pelos parlamentares do Rio de Janeiro não poderia ser deferido, pois a ordem de apreciação
dos vetos presidenciais é assunto interna corporis, ou seja, diz respeito à maturação política
dentro do próprio Parlamento.
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Em outras palavras, não havia obrigatoriedade de seguir a ordem cronológica de apre-
ciação dos vetos presidenciais. A distribuição dos royalties do petróleo, então, se tornou igual
para todos os Estados devido à PEC da Cessão Onerosa, que deu nova redação ao art. 20.
Obs.: os conceitos de zona econômica exclusiva, plataforma continental etc. são aprecia-
dos mais detidamente dentro do Direito Administrativo.
UNIÃO
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A União trabalha com competências legislativas (arts. 22 e 24). No art. 22, as competên-
cias são privativas, exceto se houver delegação por meio de lei complementar, e no art. 24,
a União age em conjunto com os Estados e o DF.
No cenário da Covid-19, surgiu uma discussão relevante sobre o papel de cada um dos
entes da Federação. A União queria concentrar em si toda a sistemática de enfrentamento da
pandemia e o Supremo negou essa possibilidade, afirmando que o enfrentamento da pande-
mia está sob o papel central da União, mas também precisa do papel dos Estados e dos Muni-
cípios. Em outras palavras, prefeitos e Governadores podem decretar, no âmbito da pandemia,
medidas restritivas em contrariedade às normas federais, estando atentos à realidade local.
Os Prefeitos e Governadores receberam prerrogativas, no entanto, é necessário que
entendam que estão diante de uma Federação. Houve situações, por exemplo, de Municípios
nos quais o Prefeito simplesmente destruiu a estrada de saída e entrada da cidade. Como se
trata de uma Federação, para transpor de um Município para outro, é necessária uma liga-
ção. Dentro desse cenário, portanto, não é permitido que os Municípios se transformem em
feudos, mas, por outro lado, a União não pode se sobrepor e impor aos Estados e Municípios
regras estanques, pois a realidade do país não permite esse tipo de ação.
Em relação aos Estados, também podem ser decretadas medidas de força dentro da con-
tenção ao Coronavírus, mas sem avançar sobre temas que são situados dentro do guarda-
-chuva da União, como, por exemplo, fechar portos e aeroportos.
BENS DA UNIÃO
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Aragonê Nunes Fernandes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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