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Controle de Constitucionalidade

Aula 6
● Quando o STF decide em Controle Incidental , ele está, obrigatoriamente, decidindo
em Recurso Extraordinário.
○ CONTROLE INCIDENTAL FEITO PELO STF = RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
○ O STF irá optar pelo filtro de repercussão geral, para que possa decidir em
sede de Recurso Extraordinário.
○ Trata-se do sistema de hibridação - amplitude dos efeitos da decisão.
● O Controle de Constitucionalidade é uma disciplina viva: Mudança jurisprudencial –
RE 1.101.937 08/04/2021.
○ Por 6 x 2, prevaleceu o voto do relator Min. Alexandre de Moraes que propôs a
○ seguinte tese:
■ I – É inconstitucional o art. 16 da Lei 7.347/1985, alterada pela Lei
9.494/1997.
➢ Lei da Ação Civil Pública, artigo 16 - A sentença civil fará coisa
julgada erga omnes, exceto se a ação for julgada improcedente
por deficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado
poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se
de nova prova .
■ II – Em se tratando de ação civil pública de efeitos nacionais ou
regionais, a competência deve observar o art. 93, II, da Lei 8.078/1990.
➢ Código de Defesa do Consumidor, artigo 93 - Ressalvada a
competência da Justiça Federal, é competente para a causa a
justiça local: II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito
Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional,
aplicando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de
competência concorrente.
➢ Passa a ser o regramento específico da Ação Civil Pública.
■ III – Ajuizadas múltiplas ações civis públicas de âmbito nacional ou
regional, firma-se a prevenção do juízo que primeiro conheceu de uma
delas, para o julgamento de todas as demandas conexas.
Yvina Raiany de Lima Alves
● Ação Civil Pública (ACP): passa a ter eficácia erga omnes de acordo com a
representação nacional da entidade maior. Ou seja, agora a ACP pode ter eficácia
nacional ou regional em sua decisão.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

TÉCNICAS DECISÓRIAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:

Declaração de inconstitucionalidade COM pronúncia de nulidade: EM REGRA, toda vez


que houver uma ação em abstrato, portanto, concentrada ao STF, o objeto desafiador será
pronunciado nulo.
● Teoria da Nulidade - o objeto desafiador que for considerado inconstitucional, será
nulo desde a sua origem.

Declaração de inconstitucionalidade SEM pronúncia de nulidade: Quando a legislação é


declarada inconstitucional, a sua nulidade irá retirar os seus efeitos legais e justos, ou seja,
a lei será retirada e perderá todos os seus efeitos.
● EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO E SEGURANÇA JURÍDICO - esse binômio
deverá ser analisado no momento de ser declarada a inconstitucionalidade e sua
possível nulidade.
● Caso a nulidade atente a esses elementos, é preferível que seja declarada a
inconstitucionalidade, mas SEM declarar a nulidade da legislação, visto que sua
retirada do ordenamento jurídico iria proporcionar mais insegurança jurídica.

Declaração de inconstitucionalidade PARCIAL COM redução de texto: será declarado que


o objeto desafiador, hipotéticamente uma lei X, que possui Y artigos, terá Z artigos
considerados inconstitucionais e retirar esses artigos da referida lei.

Declaração de inconstitucionalidade PARCIAL SEM redução de texto: Quando um


número X de artigos de uma determinada lei são considerados inconstitucionais, porém a
exclusão deles da referida lei iria comprometer a segurança do ordenamento jurídico.
● Ainda será declarada a inconstitucionalidade do texto, mas não será feita a redução
do texto. Os artigos considerados inconstitucionais serão tidos como letra morta.
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Declaração de inconstitucionalidade Progressiva ou Constitucionalidade Provisória:
Prazo em dobro para a resposta da Defensoria Pública.
● Enquanto não é feita a organização da Defensoria Pública, por analogia, será dado à
ela os mesmos prazos ministeriais.
● Contudo, quando ela estiver totalmente estruturada, provisoriamente se tornará
inconstitucional, visto que trata-se de uma constitucionalidade provisória.
● A constitucionalidade de agora é provisória.

Declaração do Estado das Coisas Inconstitucional: Teorema interpretativo da Corte


Constitucional Colombiana. Sentença Unificada 559 acerca do estado das coisas
inconstitucional em política carcerária.
● Uma violação constante e histórica de direitos humanos pela política carcerária
colombiana - é inconstitucional.
● Aplicação de um mutirão de julgamentos, para que somente estivessem
encarcerados colombianos condenados. Assim, a massa carcerária seria uma massa
de condenados.
● BRASIL - ADPF 347, a qual declarou o estado das coisas inconstitucional em matéria
de política carcerária no Brasil. Sendo que os violadores dessa política são: o próprio
Estado, o presidente da república e os governadores.

Interpretação conforme a Constituição: A possibilidade de avaliação de toda e qualquer


estrutura do poder judiciário e área de conhecimento do direito através do filtro
constitucional.
● É pensar os outros ramos do direito com base na Constituição.
● Manuseia a lei para que sirva ao que está expresso na Constituição.

MÉTODO DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL:


● Superioridade do âmbito da hierarquia normativa: Superioridade da Constituição na
hierarquia normativa, é a norma fundamental.
● Fortíssima carga política: Encontro de vencidos e vencedores de uma decisão sobre
uma questão em que havia pensamentos contrários.
● Caráter programático: A Constituição visa uma sociedade livre, justa e solidária.
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MÉTODO DE INTERPRETAÇÃO:
● Textual, Literal ou Gramatical: é o que está escrito.
● Sistemática: visa integrar e harmonizar as normas jurídicas de forma a ter total
coerência entre todas as legislações.
● Teleológica Subjetiva / Histórica: é uma interpretação histórica em busca de
evidenciar a vontade do criador da norma, ou seja, constatar as intenções que o
legislador possui no momento da criação da norma. É um retorno ao passado.
● Teleológica Objetiva: é uma volta ao passado para identificar o cenário, mas para
fazer uma referência na atualidade.

PROCESSO CONSTITUCIONAL OBJETIVO E SUBJETIVO


Processo Constitucional Objetivo.
● A matéria específica das formalidades constitucionais discutida em sede de tribunal
concentrado é o processo constitucional objetivo.
○ Direito Constitucional Objetivo = discussão de controle de
constitucionalidade abstrato e concentrado. Trata-se obrigatoriamente de
uma ação de controle abstrato que entrou no tribunal concentrado (STF) e
será julgada como tal (ADI, ADO, ADPF).
○ De toda a estrutura, é o único modelo de constitucionalidade abstrato e
concentrado que será discutido no STF, na Suprema Corte.
○ No caso do STF julgando um Recurso Extraordinário, trata-se de processo
constitucional objetivo

● Processo Civil, Processo Penal, Processo do Trabalho = Processo Constitucional


Subjetivo.
○ Visto que trata-se de leis e processos decorrentes da Constituição.
○ Demais leis compõem o Direito Constitucional Subjetivo.

● Toda ação de constitucionalidade concentrada é ação de processo objetivo.

CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO CONSTITUCIONAL OBJETIVO:


● Não existem partes propriamente ditas.

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○ Na ação em abstrato e concentrada no STF não existem as partes do processo.
○ Quem irá propor a ação serão os legitimados, ou seja, as autoridades
competentes por parte da Constituição que possam em juízo entrar com a
demanda de controle de constitucionalidade (ART 103, CF).
○ O legitimado tem a obrigação de fazê-lo no caso de ser questionado.
○ Não há partes, pois não há o interesse de agir.

○ Legitimados Universais: presidente da República (I); a Mesa do Senado


Federal (II); a Mesa da Câmara dos Deputados (III); o Procurador-Geral da
República (I); o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (III); e o
partido político com representação no Congresso Nacional (III).
■ Possuem competência para poder pleitear em nome de toda a
coletividade ação de controle de constitucionalidade.
■ Os legitimados universais são aqueles que entram com qualquer tipo de
ação em qualquer estado.

○ Legitimados Especiais: a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara


Legislativa do Distrito Federal (II); o Governador de Estado ou do Distrito
Federal (I) e confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional
(III).
■ Os legitimados especiais são aqueles que necessitam de pertinência
temática específica e interesse para propor a ação.
■ O STF já se manifestou sobre a questão de interesse para propor a ação.

○ Os legitimados também podem ser partes no processo constitucional


subjetivo.
○ E quem responde pela legislação que foi atacada?
■ Quem fala pelo Parlamento é a AGU.
■ Está lá para garantir que exista uma construção de dois lados, trata-se
de fazer apenas uma representação da norma atacada.

● A sua finalidade é a defesa da Constituição.

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○ Visto que a ação concentrada no STF é abstrata, o legitimado cumpre a sua
função pública de legitimar esse tipo de ação e evitar que pairem dúvidas
sobre a constitucionalidade de determinado ato normativo.
○ Quando ocorre a demanda de afronta à Constituição, é preciso que os
legitimados defendam a Constituição e para que o STF decida sobre o objeto
desafiador.
○ Caso agrida a Constituição será declarada a inconstitucionalidade.

● Não são observados o contraditório e a ampla defesa.


○ Se não tem partes, não haverá contraditório e nem ampla defesa.
○ ADI, ADO, ADC E ADPF são apresentadas ao STF.
○ Não há um juízo de convencimento, mas sim um juízo de valor para que seja
feita a defesa da Constituição.

● Não são verificados fatos e nem admitidas provas.


○ Não há instrução.
○ Será apresentado ao STF o ato normativo desafiador e qual a parte da
Constituição está sendo violada.

● Princípio da busca da verdade pelo juiz.


○ O Ministro Relator (juiz) deve buscar a verdade.
○ Ele deixa de ficar inerte e irá buscar o conhecimento para poder decidir sobre
a constitucionalidade de uma lei.
○ São feitas audiências públicas e admitidos especialistas no assunto para
apresentar informações sobre o tema debatido.

● Fiscalização da constitucionalidade é um fato político.


○ A Corte Constitucional é uma corte política, já que seu objetivo em específico
é trabalhar os elementos da Constituição.
○ A Constituição é uma decisão hipotética fundamental com forte caráter
político, uma estrutura fundamental jurídica e deverá ter aplicação em toda a
sociedade.
○ Debates que pertencem a toda a sociedade.
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○ Pertence ao Estado e não ao governo.
○ Não se trata de partidarismo.

● Não aceita pedido de desistência.


○ No modelo do processo constitucional subjetivo, a qualquer momento a parte
pode pedir desistência.
○ Não é admitido a desistência, pois trata-se de ato de interesse. O ato de
interesse só pertence a parte.
○ Não há partes no processo constitucional objetivo e, portanto, não há
interesse e nem pedido de desistência.

● Não admite a intervenção de terceiros.


○ O terceiro interessado é uma parte.
○ No processo constitucional objetivo, o Amicus Curiae é uma figura que irá
auxiliar o juiz na busca pela verdade.

● A decisão não se vincula à causa de pedir.


○ A decisão é aberta, pois não se vincula a causa de pedir.
○ Quando uma lei ataca a constituição, a decisão irá determinar o que é ou não
inconstitucional.
○ Nem sempre a decisão irá condizer com a petição.
○ A Corte Constitucional tem a liberdade para decidir para além das
formulações.
○ A Corte Constitucional vai estabelecer uma total liberdade de julgar aquela
ação em abstrato, pois ela não irá se vincular à causa de pedir, mas sim irá
analisar toda a legislação tida como inconstitucional para decidir.
○ Podendo declarar toda ou em parte a inconstitucionalidade de uma lei, ou até
mesmo que seja constitucional e, assim, contrariando a petição.

● O objetivo é a análise da regularidade constitucional em abstrato.


○ A lei será questionada em controle de constitucionalidade em abstrato.

● Não cabe alegação de suspeição ou impedimento.


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○ Como não há partes, não haverá interesse e nem impedimentos ou suspeição.
○ Impedimento - é a impossibilidade de julgar.
○ Suspeição - é o motivo de natureza íntima que o impossibilite de julgar o
processo.
○ EM REGRA, não são aceitos para o julgamento em ABSTRATO e
CONCENTRADO.

● A decisão em princípio tem efeitos erga omnes vinculantes e repristinatórios.


○ É uma decisão vinculante que irá instrumentalizar tudo que for estabelecido e
vincula todo o judiciário e a administração pública direta e indireta dos
Estados e Municípios.
○ Efeitos Repristinatórios - caso em que uma lei posterior, que tenha revogado
uma lei anterior, é tida como inconstitucional e, após a sua nulidade, voltará a
ser válida a lei anterior revogada.

● Cabe modulação de efeitos independente de pedido ou vontade do legitimado.


○ A causa de pedir é aberta, ou seja, a decisão não se vincula à causa de pedir.
○ Poderá ser solicitado a modulação de efeitos ou não.
○ Modulação: embora a decisão seja erga omnes (abstrata), às vezes é necessário
que o caso concreto seja tratado de forma diferenciada, atentando-se para a
segurança jurídica e excepcional interesse social.

● Não faz coisa julgada .


○ Pois a qualquer tempo o STF pode rever a decisão se declarou uma lei
constitucional.
■ A lei que declarou constitucional poderá ser revista e declarada
inconstitucional.

● Não admite duplo grau de jurisdição, bem como não cabe rescisória.
○ Como não tem coisa julgada, não cabe recurso.
○ Não cabe ação rescisória - um tipo de ação que, após o trânsito em julgado,
em até dois anos, a decisão pode ser revista.

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○ Só cabem EMBARGOS DECLARATÓRIOS - não busca rever a decisão e
modificá-la.
■ Embargos não são vistos como recursos.

● As Cortes Constitucionais gozam de elevado grau de autonomia processual.


○ A ação de controle de constitucionalidade abstrata e concentrada será
instrumentalizada (ADI, ADPF, ADO, ADC).
○ Poderá ser criada uma regra para julgar a ação de controle de
constitucionalidade.

PROCESSO CONSTITUCIONAL OBJETIVO E OS LIMITES DO ACESSO À JUSTIÇA


CONSTITUCIONAL.
● Existem limites ao acesso à justiça constitucional.
○ Nem todos podem entrar com uma ação de controle de constitucionalidade na
Corte Constitucional, apenas os legitimados.
○ Existem 10 legitimados.
○ A justiça constitucional deve ser feita no STF.
○ A justiça constitucional é um bem escasso, não está à disposição de toda e
qualquer pessoa.
○ O controle de constitucionalidade incidental não é matéria da justiça
constitucional, pois não pertence a um tribunal em específico.

FILTROS INSTITUCIONAL DE ACESSO À CORTE CONSTITUCIONAL:


● Filtro da Repercussão Geral - é uma possibilidade racional por parte do controle
incidental e concreto, em que o Tribunal Federal que vai discutir o Recurso
Extraordinário por versar a violação da Constituição, admitindo que a matéria é
prequestionada e que foi finalizada em última ou única instância a possibilidade de
recorrer àquela matéria, pode recepcionar em sede de repercussão geral e, ao
sentenciar esse recurso extraordinário, estará decidindo sobre outros 2000 ou
5000 processos.

Yvina Raiany de Lima Alves


● Filtro da Legitimidade - BRASIL - somente poderá entrar com ação de controle de
constitucionalidade em abstrato e concentrado o rol de legitimados do artigo 103,
CF.

● Filtro do duplo grau de controle de admissibilidade - ITÁLIA - no Brasil há dois


modelos de controle de constitucionalidade: concreto-incidental e
abstrato-concentrado.
○ O juiz pode julgar constitucional ou inconstitucional em tratando-se de
controle concentrado.
○ Na Itália, o juiz não pode decidir sobre controle de constitucionalidade de
forma incidental, mas irá avaliar se os argumentos apresentados são
procedentes para que a Corte Constitucional julgue.
○ O duplo grau de controle de admissibilidade não ocorre no Brasil.

● Filtro da discricionariedade do julgador - EUA - os assessores dos Ministros de


Justiça que irão avaliar quais processos serão levados ao debate constitucional.

● Filtro do objeto de controle - irá definir qual o tipo de objeto do controle de


constitucionalidade pode ser feito.
○ Objeto Desafiador - BRASIL - Lei Ordinária, Lei Complementar, Decreto e
Decreto Legislativo.
○ Suíça - Lei Federais são tratadas pela Assembleia Nacional e as Leis Cantonais
pelo Judiciário.

● Filtro temporal - BRASIL - não se pode discutir lei pré-constitucional.


○ PERU - estipulam um prazo de 6 anos, a partir da data de publicação da lei,
para ser feito o controle de constitucionalidade. Caso não seja feito dentro do
prazo, não poderá mais ser feito.

● Filtro da pauta - não há pauta de tempo ou de escolha no Brasil em se tratando para


decidir as ações de controle de constitucionalidade.

AUTOCRIAÇÃO E HETERORREFERÊNCIA NO PROCESSO CONSTITUCIONAL


Yvina Raiany de Lima Alves
EM QUE TIPO DE PROCESSO PODE SER ARGUIDA A INCONSTITUCIONALIDADE?
● AUTOCRIAÇÃO: é uma faculdade de criação de forma criativa e estabelecer uma
regra processual sobre os padrões que são de interesse daquele tribunal. É uma
reconfiguração do ritual de julgamento do processo.
○ Praeter legem: é uma autocriação forte, pois o tribunal criativamente criou
mesmo tendo uma regra já escrita no tribunal. Ou seja, já existia uma lei que
estabelecesse os padrões, mas o tribunal, de forma contrária, optou por criar
uma nova lei para aquele processo em específico.
○ Contra legem: é uma autocriação branda, pois na ausência de uma legislação
para julgar o processo na corte constitucional, o tribunal constrói uma lei
específica.

● HETERORREFERÊNCIA: é a possibilidade da autocriação, mas utilizando-se de


alguma referência.
○ Típica: é quando, na ausência de uma norma procedimental para um caso em
específico, busca-se uma referência dentro da própria estrutura da
Constituição .
○ Atípica: é quando, na ausência de norma procedimental para um caso em
específico, busca-se uma referência fora da Constituição.
■ Podem ser nos Códigos nacionais ou internacionais.

Aula
EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
● A norma constitucional é suprema e estrutura o ordenamento jurídico.
● A constituição é uma estrutura política obrigatoriamente advinda da racionalidade
do confronto de ideias que irá determinar quais dispositivos serão aprovados em
uma assembleia constituinte.
● As normas constitucionais possuem eficácia limitada, contida ou plena.
● A Constituição é uma carta política de comunicação de forças que constroem, em
um dado tempo e espaço, os fatores reais de poder que determinam qual tema será
tratado e sobre qual ótica será tratada o tema.
● As forças políticas atuam de forma a garantir celeridade ou o contrário no trato
processual legislativo.
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● Vontade de Constituição - vontade de fazer com que a Constituição seja um
instrumental determinante naquele Estado. Conrad Hesse - teoria da Constituição:
○ Compreensão da necessidade de um valor e de uma ordem normativa
inquebrantável, que todos a respeitem e seja eficaz.
○ Norma que proteja o Estado dos ataques do arbítrio desmedido e
desproporcional das forças políticas, econômicas e ideológicas.
○ A Constituição deve estar em constante legitimação, deverá estar em disputa
para que os seus valores e normas não sejam manipulados.
○ É preciso uma consciência de que a norma não será eficaz sem o concurso da
vontade humana, de modo que a sociedade respeite e entenda a importância
da ordem constitucional.

DIREITOS FUNDAMENTAIS EM DIMENSÃO:


● As dimensões dos direitos fundamentais em dimensão não significam uma
sobreposição entre eles, mas sim uma ampliação de conceito.
● Um depende do outro, pois se você perder um, perderá todos os direitos
fundamentais.

1° Dimensão dos Direitos Fundamentais - Direitos Individuais - Dimensão dos Direitos


Negativos - Direitos de Liberdade.
● O Estado se omitia de prender, deter informações e condenar as pessoas sem que
elas soubessem pelo que estavam sendo condenadas.
● Garantia dos direitos relacionados à estrutura racional de um indivíduo em certas
sociabilidades, construída com base nos ideais burgueses.
● Revolução Industrial (século XVII - XVIII).
● Imposição do indivíduo ao senhor absoluto.
● A lei serve para todos.
● Discurso de que o Estado (senhor absoluto) deverá ter um comportamento
amparado em lei.
● Direitos Individuais - direitos políticos e de cidadania.
● Habeas Corpus, Devido processo legal e penal.

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2° Dimensão dos Direitos Fundamentais - Direitos Sociais - Direitos de Salvaguarda -
Direitos de Igualdade.
● O Estado passa a ter algumas obrigações e prestações positivas.
● Alteração do modelo liberal, adota-se o neoliberalismo.
● O Estado passa a interferir em alguns quesitos.
● Constituição Mexicana (1917) e Constituição de Weimar (1919).
● Crise de 1929.
● Direitos que buscam uma condição de justiça e de igualdade, assim, o Estado passa a
oferecer algumas demandas.
● Direitos Sociais.
● Keynes - o Estado deveria atuar de modo a garantir prestações sociais ao povo, e que
isso, em última análise, vai gerar saúde, estrutura de conhecimento técnico e novos
postos de trabalho.

3° Dimensão dos Direitos Fundamentais - Direitos de Fraternidade e Solidariedade.


● Reavaliação do mundo após a 2° Guerra Mundial, especificamente o holocausto.

4° Dimensão dos Direitos Fundamentais - Dimensão Difusa - Direitos Transindividuais.


○ Abrange elementos transindividuais: meio ambiente, cultura, patrimônio
histórico, democracia.

5° Dimensão de Direitos Fundamentais.


○ Pesquisas de bioética, existência e genética.

● Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I -


construir uma sociedade livre, justa e solidária.
○ Na ordem das Dimensões dos Direitos Fundamentais.

TEÓRICOS:
NORMAS CONSTITUCIONAIS - EFICÁCIA E APLICABILIDADE.
⇒ A eficácia e a aplicabilidade irão influenciar a evolução das garantias dos direitos sociais
e coletivos.

Yvina Raiany de Lima Alves


⇒ Os direitos sociais sofrem com as mudanças de governo, o mesmo não ocorre com os
direitos de liberdade, pois já estão consolidados na Constituição.

● Thomas Cooley:
○ 1° doutrina acerca da norma constitucional: self-executing e not
self-executing.
○ Uma norma é auto exequível quando a sua razão de existir tem amplamente
garantido todos os meios necessários para que o direito ou o comando no
dispositivo seja aproveitado ou protegido. Ou seja, o comando constitucional
por si só consegue comandar e ter total aproveitamento e proteção.
○ Uma norma é não exequível quando, em razão da ausência dos meios, ela não
consegue suficiente força para a efetiva aplicação. A lei constitucional está
adormecida e irá precisar de uma legislação infraconstitucional para garantir
que ela seja exequível.

● Vezio Crisafulli:
○ Eficácia Plena (autoaplicáveis).
○ Eficácia Limitada (dependentes de complementação):
■ Normas de Legislação - normas que estabelecem como deve ser
estabelecida uma legislação a respeito.
■ Normas Programáticas - normas limitadas que se baseiam em um
programa e tem como objetivo um sentido a apresentar, precisando de
uma lei para racionalizar esse programa.

● Gustavo Zagrebelsky:
○ Eficácia Direta: normas imediatamente aderíveis, ou seja, podem começar a
instrumentalizar.
○ Eficácia Indireta: normas que necessitam ser autuadas e concretizadas, irão
precisar um posterior trabalho legislativo para que acoplem nela uma
legislação que dê sentido à sua forma.
■ Normas Diferidas - normas de organização de uma estrutura (ex:
normas de organização do STF).

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■ Normas de Princípios - normas de princípios, as quais regem as
orientações gerais (ex: norma principiológica que estabelece o devido
processo legal). Ou seja, são os princípios que regem a Constituição.
■ Normas Programáticas - normas que irão programar. Ou seja, são as
estruturas racionalizantes que irão direcionar uma forma de pensar e,
por isso, necessitam de uma lei para instrumentalizar o programa.
■ Constituição Dirigente.

● Manoel Gonçalves Ferreira Filho: é adepto ao teorema de Thomas Cooley.


○ Exequíveis por si só - normas que independem da existência de qualquer
complementação para a sua aplicação, ou seja, são normas completas.
■ Contudo, mesmo que sejam completas e inteiras, isso não irá garantir a
sua aplicação.
■ Elementos:
➢ Normas definidoras de direitos fundamentais.
➢ Normas principiológicas.
○ Não exequíveis por si só - normas incompletas que necessitam de
complementação.
■ Elementos:
➢ Normas programáticas.
➢ Normas de estruturação (similar às normas de organização).
➢ Normas condicionadas - normas completas, mas que podem
sofrer alguma determinação constitucional que reduza as suas
condições.
○ Expressões como: “salve em contrário”.

● José Afonso da Silva: DOUTRINA MAJORITÁRIA.


○ Normas de Eficácia Plena - normas de aplicabilidade imediata, portanto,
independem de legislação posterior.
○ Normas de Eficácia Contida - normas completas, mas que apresentam
expressões como “salvo disposição em contrário”, podendo, então, ser
restringidas por lei complementar.

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○ Normas de Eficácia Limitada - normas onde o comando estabelece a
necessidade de uma legislação infraconstitucional para que consiga tocar a
realidade do ordenamento e regulamentá-la. Utiliza-se termos como:
“conforme lei”.
■ Normas declaratórias de princípios institutivos ou organizativos.
■ Normas declaratórias de princípios programáticos.

● Celso Bastos e Carlos Ayres Britto - dividem as normas em dois grupos:


○ Normas de aplicação e normas de integração.
○ Normas de Aplicação Irregulamentáveis - normas que vedam qualquer forma
de regulamentação, salvo da própria Constituição.
■ São normas irregulamentáveis e possuem aplicação imediata, não
carecem de nenhuma forma de regulamentação e nem precisam, salvo a
própria regulamentação constitucional.
○ Normas de Aplicação Regulamentáveis - normas que admitem uma
regulamentação, por meio de legislação infraconstitucional.
■ Normas que admitem regulamentação - normas de eficácia contida ou
normas de eficácia limitada.
○ Normas de Integração Completáveis - normas que exigem complementação,
trata-se de normas de eficácia limitada.
○ Normas de Integração Restringíveis - normas que admitem complementação,
ou seja, demandam uma complementação normativa para restringir a
incidência, trata-se de normas de eficácia contida.

● Luís Roberto Barroso:


○ Normas Constitucionais de Organização - normas que objetivam a criação,
estruturação e a ordenação de órgãos públicos.
■ Normas que precedem as demais instituições.
■ Estruturam a organização do Estado.
■ Disciplinam a própria criação do processo legislativo.
○ Normas Constitucionais Definidoras de Direitos - normas compostas por
direitos fundamentais.
■ Normas Individuais.
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■ Normas Políticas.
■ Normas Sociais.
■ Normas Difusas.
■ Desses elementos haverá normas que precisarão de legislação
infraconstitucional integradora.
○ Normas Constitucionais Programáticas - normas que irão estabelecer um
pensamento de políticas públicas e que devam ser alimentadas através de
legislação infraconstitucional que irá integralizar o comando programático e a
sua reverberação no ordenamento jurídico.

● Conrad Hesse - Questões políticas e questões econômicas impõe no Estado um


enquadramento que este passa a seguir as suas orientações.

⇒ A sociedade é quem irá determinar quais os direitos terão aplicação imediata e quais não
tem, pela correlação de forças antagônicas.
⇒ Toda a ordem social é transformada em norma de eficácia limitada, exigem
complementação.

Direitos Sociais:
● Aqueles que geram situações prontamente desfrutáveis, dependentes apenas de uma
abstenção;
● Aqueles que ensejam a exigibilidade de prestações positivas do Estado; e
● Aqueles que contemplam interesses cuja realização depende da edição de norma
infraconstitucional integradora

Remédios Constitucionais - estruturas racionais e de ações que garantem às pessoas ou


ao conjunto de pessoas certos impedimentos contra ilegalidades e abusos de poder que
atentem aos seus direitos fundamentais:
● Habeas Corpus - artigo 5°. Será aplicado sempre que indivíduo sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação, visando proteger o direito da liberdade de
locomoção ou a sua liberdade em sentido amplo diante de um abuso de poder.
○ Qualquer pessoa pode solicitar o habeas corpus: pessoa física ou jurídica.
○ Pode ser solicitado de forma escrita ou verbalmente.
Yvina Raiany de Lima Alves
○ Vai garantir que o indivíduo tenha livre acesso a locomoção.
● Habeas Data - artigo 5°. Visa assegurar o conhecimento de informações relativas à
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público, assim como para a retificação de dados.
○ Garante acesso às informações de uma pessoa.
○ Vai garantir que o indivíduo tenha acesso a informação.
● Mandado de Injunção - artigo 5°. Sempre que houver uma lacuna legislativa, ou seja,
sempre que houver uma omissão de uma norma reguladora, sendo inviável o
exercício dos direitos e liberdade constitucionais que versam sobre nacionalidade,
soberania e cidadania.
○ O judiciário irá tapar a lacuna legislativa, com efeito inter partes.
○ Vai garantir que o indivíduo tenha acesso a direitos e liberdades
constitucionais relativos à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
● Ação Popular - artigo 5°. É uma ação onde faculta a qualquer cidadão a propositura
de ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
○ O indivíduo tem o direito de petição para garantir que o Judiciário atente-se
para questões ligadas à cultura, meio ambiente etc.
● Mandado de Segurança - artigo 5°. O mandado de segurança proteção de direito
documentalmente comprovado, desde que o responsável pela ilegalidade ou abuso
do poder seja autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público.
○ Visa proteger direitos líquidos e certos não amparados pelos demais remédios
constitucionais.
○ Só será aplicável se não couber outra ação.
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS:
● São ações do Direito Constitucional Objetivo e do Direito Processual Subjetivo.
● Os remédios constitucionais garantem a defesa apenas da primeira dimensão dos
direitos fundamentais.
● As normas definidoras de eficácia constitucional e de aplicabilidade das normas são
imediatas para os direitos fundamentais de primeira dimensão, mas não são tão
imediatas para os direitos fundamentais de segunda, terceira e quarta dimensão.

Yvina Raiany de Lima Alves


● As ações em abstrato e concentrado (ADI, ADO, ADC e ADPF) são, de fato, as ações
que irão garantir o debate dos direitos sociais de segunda dimensão dentro do
campo constitucional.

Aula

CONTROLE PREVENTIVO E CONTROLE REPRESSIVO

● Processo Legislativo.
● Promulgação: trata-se da declaração de existência de uma lei, com efeito erga
omnes.
● Parte introdutória - controle preventivo.
● Parte constitutiva - controle preventivo.
● Fase complementar - controle repressivo.

Controle Preventivo:
● Se dá antes da promulgação da lei.
● O controle preventivo realizado pelo Executivo (Presidente) - através do veto.
● Artigo 25 - princípio da simetria.
● O Executivo é instado a se pronunciar sobre uma legislação do poder legislativo.
● Antes do processo legislativo ser completado, o Executivo é instado a falar (fase final
do processo legislativo) e poder sancionar a lei.
● Mesmo que o presidente vete a lei, poderá o Legislativo derrubar o veto.
● Artigo 66: A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao
Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
○ Trata-se de um projeto de lei, pois não cumpriu todas as etapas do processo
legislativo, ou seja, é um controle preventivo.
○ § 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte,
inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou
parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento,
e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado
Federal os motivos do veto.

Yvina Raiany de Lima Alves


○ Em todo ou em parte poderá ser vetado, desde que considere inconstitucional
ou contrário ao interesse público (veto jurídico em razão de direito de
inconstitucionalidade ou que afete interesse público).
● O veto preventivo realizado pelo Legislativo, atentando aos seus regimentos
internos, poderá ser feito pelo Senado ou pela Câmara dos Deputados na fase
constitutiva do processo legislativo.
● CCJ - a Comissão de Constituição e Justiça inerente a todos os processos
legislativos. Será analisada a constitucionalidade e legalidade.
● Caso a CCJ declare o projeto de lei inconstitucional, tratar-se-á do controle de
constitucionalidade preventivo, antes da promulgação.
● O Controle preventivo praticado pelo Judiciário se dará quando um parlamentar
(Senado ou Câmara) aparecer ao longo do processo legislativo levantando a tese de
que a lei está atentando à Constituição.
○ Poderá entrar com mandado de segurança parlamentar.
● Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e
temporárias, constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo
regimento ou no ato de que resultar sua criação.
○ § 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de
investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos
regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e
pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento
de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por
prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério
Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
○ Mandado de segurança parlamentar.

Controle Repressivo:
● Se dá após a promulgação da lei.
● Efeito erga omnes.
● O Controle Repressivo praticado pelo Executivo é chamado de negativa de
cumprimento da lei, por achá-la inconstitucional e irá escrever um ato justificando a
sua negativa de cumprimento.

Yvina Raiany de Lima Alves


○ O membro do poder executivo recebe uma exigência para cumprir algo de
acordo com a lei, mas ele irá dizer que não irá cumprir (negativa de
cumprimento).
○ O poder executivo pode negar cumprimento e, ao negar o cumprimento,
alegando inconstitucionalidade, deverá, no mesmo ato, instruir aos
procuradores para que abram uma ação competente para questionar o
controle de constitucionalidade da referida lei.
○ Trata-se de um ato escrito que explicará as razões para a negativa de
cumprimento.
○ Caso a lei seja considerada constitucional, a negativa de cumprimento é nula e
o Executivo deverá cumprir a medida.
○ A lei já existe e é executável, mas o Executivo irá negar-se a cumpri-la e
solicitará ação de controle de constitucionalidade.
● O Controle Repressivo praticado pelo Legislativo é exercido por medida provisória.
○ Lei Delegada - As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da
República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
○ É exclusiva do Presidente da República.
○ O Congresso irá delegar ao Presidente a permissão de fazer ou não na
totalidade.
○ Far-se-á por forma de resolução.
○ Não cabe emenda na lei delegada.
○ A lei delegada apresentada pelo Presidente pode não ser aprovada ou sofrer
algum tipo de atuação legislativa.
○ Medida Provisória - Em caso de relevância e urgência, o Presidente da
República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo
submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
○ As leis delegadas e as medidas provisórias podem não ser regulamentadas e
descontinuadas, assim, quando o Parlamento deixa de fazê-las poderá
representar o controle repressivo legislativo.
○ O Parlamento pode desregular e descontinuar duas capacidades legiferantes
do Executivo.
○ A medida provisória que atente a Constituição poderá ser derrubada ou
descontinuada em razão de sua matéria pelo Parlamento.
Yvina Raiany de Lima Alves
○ O controle repressivo do Legislativo se dá por meio da delegação.
○ A lei delegada é de autoria do Executivo e é vedado que a lei seja emendada,
então, não há sanção do Presidente e, portanto, não poderá vetar uma lei que
ele mesmo delegou.
○ Súmula 347: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode
apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.
○ É um órgão acessório ao poder Legislativo e pode fazer controle de
constitucionalidade.
● O controle repressivo exercido pelo Judiciário é feito de forma difusa-concentrada
ou concreta-abstrata.

Controle de Constitucionalidade do Poder Executivo:


● Emenda Constitucional: não cabe veto de Emenda Constitucional.
○ A Emenda Constitucional é realizada pelo Poder Constituinte Derivado,
portanto, não poderá submeter ao Presidente.
○ Não há sanção ou veto tratando-se de emenda constitucional.
● Lei Ordinária: o controle se dará pela negativa de cumprimento.
● Lei Complementar: o controle se dará pela negativa de cumprimento.
● Medida Provisória: o controle se dará pela negativa de cumprimento.
● Resolução: o controle se dará pela negativa de cumprimento.
● Lei Delegada: é de autoria do Presidente, portanto, não cabe uma negativa de
cumprimento a uma lei que ele mesmo criou.
● A Negativa de Cumprimento é um ato pessoal do Presidente, mas deverá chamar
uma autoridade competente para realizar o devido enfrentamento do tema em sede
de ação de controle de constitucionalidade.

PODER: PREVENTIVO REPRESSIVO


Antes da Promulgação Após a Promulgação

EXECUTIVO Veto Negativa de Cumprimento


Artigo 66, CF. +
Oficiar aos órgãos do
Estado ou da União para
que possam interpor ação
de controle de

Yvina Raiany de Lima Alves


constitucionalidade.

LEGISLATIVO CCJ O Parlamento pode


Irá estabelecer a legalidade suspender ou impor
e a constitucionalidade de obstáculo à
um projeto de lei Lei Delegada ou à
Medida Provisória.
O Tribunal de Conta
também poderá realizar
controle de
constitucionalidade.
DELEGAÇÃO

JUDICIÁRIO Caso um parlamentar, que Controle de


tenha participado do Constitucionalidade
processo legislativo, Difuso-Concreto
solicite um Controle de
Mandado de Segurança Constitucionalidade
Parlamentar para que o Concentrado-Abstrato
projeto de lei seja
analisado e retirado o seu
vício.

DECISÕES DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:

● No caso do controle concreto-difuso, trata-se do ato de um juiz apenas. Ele irá


julgar o incidente de controle de constitucionalidade e a decisão valerá entre as
partes.
● No caso do controle abstrato-concentrado, a decisão deverá ser feita pelo quorum
- maioria absoluta.
○ Artigo 97 (reserva do plenário): Somente pelo voto da maioria absoluta de seus
membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais
declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
○ Artigo 143, Regimento Interno STF: O Plenário, que se reúne com a presença
mínima de seis Ministros, é dirigido pelo Presidente do Tribunal.
■ Parágrafo único. O quorum para votação de matéria constitucional e
para a eleição do Presidente e do Vice-Presidente, dos membros do
Conselho Nacional da Magistratura e do Tribunal Superior Eleitoral é de
oito Ministros.
○ Maioria absoluta: metade + 1.

Yvina Raiany de Lima Alves


○ O Tribunal de Contas, órgão auxiliar do Legislativo, pode afastar a aplicação
de uma lei em sede de controle concreto, não irá prejudicar o controle entre
os poderes.
■ Controle de matéria de Direito.
■ Controle jurisdicional.
○ Lei 9868/99 (lei que regula a ADI, ADO, ADC) e Lei 9882 (Lei que regula a
ADPF).
○ Deverão estar presentes 8 ministros.
● Efeitos:
○ Controle Concreto- Difuso: efeito inter partes.
○ Controle Abstrato-Concentrado: efeito erga omnes e vinculante.
■ Irá vincular o poder Judiciário, a Administração Pública Direta e Indireta
e a União.
● Cautela: a medida cautelar poderá ser solicitada em controle concreto e difuso.
○ O incidente processual faz com que o juiz julgue com cautela.
● A medida cautelar no controle abstrato e concentrado de constitucionalidade serve
para minorar danos acerca da possível constitucionalidade.

Aula

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

● Trata-se de controle de constitucionalidade abstrato-concentrado, portanto, é uma


modalidade do processo constitucional objetivo.
● Origem: Áustria.
● Pode ocorrer a hibridação.
● No Brasil, não existe controle de constitucionalidade primário, ou seja, não há
controle da própria constituição.
● O Poder Constituinte Originário nunca será objeto de controle de
constitucionalidade.
● Será objeto de controle de constitucionalidade o poder constituinte secundário
(Poder Constituinte Reformador-Derivado)..

Yvina Raiany de Lima Alves


○ As Emendas Constitucionais podem ser objeto de controle de
constitucionalidade, caso violem a constituição.
● UEM - União, Estados e Municípios - possuem competência legislativa específica.
○ Artigo 22: Compete privativamente à União legislar sobre.
○ Artigo 25: Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que
adotarem, observados os princípios desta Constituição.
○ Artigo 30: Compete aos Municípios.
○ Para ter em mente a competência de cada um desses entes, assim, caso façam
leis que não sejam da sua competência, poderá ser instaurado o processo de
controle de constitucionalidade.
● UEMT - União, Estados e Municípios em questão de matéria tributária.
○ Artigo 153: Compete à União instituir impostos sobre.
○ Artigo 154: A União poderá instituir.
○ Artigo 155: Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre.
○ Artigo 156: Compete aos Municípios instituir impostos sobre.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE:


● Surgimento: Emenda 16/65 à Constituição de 1946.
○ Surge como Emenda Constitucional, portanto, advém do Poder Constituinte
Derivado.
● Concepção: Constituição Federal de 1988 – 102, I, a | Lei 9868/99.
○ Artigo 102: Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda
da Constituição, cabendo-lhe:
■ I - processar e julgar, originariamente:
■ a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal
ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato
normativo federal.
○ Lei 9868/99 - regulamenta a ADI, ADO e ADC.
○ O STF é corte constitucional e irá julgar originariamente, ou seja, o processo
irá nascer perante o STF.

● É a ação mais aberta que existe em se tratando de controle de constitucionalidade.


Yvina Raiany de Lima Alves
● É uma ação de constitucionalidade que será feita perante o STF, portanto, é uma
ação de controle judicial, abstrato, concentrado e repressivo (lei promulgada que
afronta a constituição).

● Objetivos:
○ Lei ou Ato Normativo.
○ Lei Federal ou Estadual.
○ Na vigência desta Constituição.
○ A lei será extirpada do ordenamento jurídico.
● O objetivo da ADI é retirar do ordenamento jurídico uma lei ou ato normativo que
seja contrária à Constituição, garantindo a segurança jurídica.
● Tem que ser um ato primário e, no máximo, secundário e deverá ser genérico.
● Lei Federal ou Lei Estadual - não é admissível ADI de Lei Municipal.
● Só poderá ser discutido ato normativo federal ou estadual na vigência da
Constituição,
○ Porém, se for lei anterior à Constituição, não caberá ADI.
● A lei será extirpada da Constituição (teoria da nulidade).

CABIMENTO: PARÂMETRO + OBJETO.


● Parâmetro: é o ponto que está sendo violado, portanto, o bloco de
constitucionalidade. O parâmetro será:
○ Constituição.
○ ADCT.
○ Emenda Constitucional de Revisão.
○ Emenda Constitucional de Reforma.
○ Tratados Internacionais de Direitos Humanos Constitucionalizados.
● Objeto:
○ Constituição Federal, artigo 59:
■ I - emendas à Constituição;
■ II - leis complementares;
■ III - leis ordinárias;
■ IV - leis delegadas;
■ V - medidas provisórias;
Yvina Raiany de Lima Alves
■ VI - decretos legislativos;
■ VII - resoluções.
○ Tratados Internacionais de Direitos Humanos - poderá ser visto como Emenda
Constitucional ou como norma supralegal.
○ Resoluções da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
○ Resoluções do Conselho Nacional de Justiça e Conselho Nacional do MP.
○ Regimentos Internos das casas e tribunais.
○ Tratados e Convenções Internacionais Incorporadas pelo Direito Interno.
○ Atos do Executivo com força normativa e atos normativos primários de
pessoas jurídicas de Direito Público.

● Ação Direta de Inconstitucionalidade: artigo 1 ao 12.


○ Lei 9868/99, artigo 1°: Esta Lei dispõe sobre o processo e julgamento da ação
direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade
perante o Supremo Tribunal Federal.
○ Lei 9868, artigo 2° (legitimados): Podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade: (Vide artigo 103 da Constituição Federal)
■ I - o Presidente da República (1 - pessoa);
■ II - a Mesa do Senado Federal (2 - mesa)
■ III - a Mesa da Câmara dos Deputados (2 - mesa);
■ IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa
do Distrito Federal (2 - mesa);
■ V - o Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal (1 -
pessoa);
■ VI - o Procurador-Geral da República (1 - pessoa);
■ VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (3 -
associação da sociedade civil);
■ VIII - partido político com representação (assento) no Congresso
Nacional (3 - associação da sociedade civil);
■ IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional (3 -
associação da sociedade civil) .

○ Os legitimados podem ser:


Yvina Raiany de Lima Alves
■ Universais: são os legitimados que NÃO necessitam demonstrar
pertinência temática:
➢ o Presidente da República.
➢ a Mesa do Senado Federal.
➢ a Mesa da Câmara dos Deputados.
➢ o Procurador-Geral da República.
➢ o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
➢ Partido político com representação no Congresso Nacional.
■ Especiais: são os legitimados que necessitam demonstrar que há
interesse entre o seu pedido e a sua atuação ou cargo (pertinência
temática):
➢ Governador do Estado ou Governador do Distrito Federal.
➢ Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
➢ Mesa de Assembléia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa
do Distrito Federal.

PROCEDIMENTO: LEI 9868/99


● Petição Inicial - deverá conter os elementos contidos no artigo 3°:
○ I - o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos
jurídicos do pedido em relação a cada uma das impugnações;
○ II - o pedido, com suas especificações.
○ Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de
procuração, quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias,
devendo conter cópias da lei ou do ato normativo impugnado e dos
documentos necessários para comprovar a impugnação.
○ Se for proposta por Confederação Sindical, Sindicato Federal, Entidade de
Classe, Partido Político com assento no Congresso Nacional, serão ações que
necessitarão contratar um advogado, para que ele faça a representação.
○ Os demais legitimados são representados por procuradores.

● Intervenção de Terceiros - não há intervenção de terceiros.


○ Lei 9868/99, artigo 7°: Não se admitirá intervenção de terceiros no processo
de ação direta de inconstitucionalidade.
Yvina Raiany de Lima Alves
● Desistência - não será aceita a desistência, pois é um ato de interesse e de partes.
○ Lei 9868/99. Art. 5°: Proposta a ação direta, não se admitirá desistência.
● Causa de Pedir Aberta - o STF poderá ser julgado de maneira diversa do pedido.
● Decisão - se a decisão é inepta (não fundamentada), será julgada improcedente pelo
relator.
○ Quando indeferida, cabe agravo da decisão.
● Informações - Art. 6 O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das
quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado.

PROCEDIMENTO PARA JULGAMENTO DO PROCESSO:


● Se a ação for proposta por Confederação Sindical, Sindicato Federal, Entidade de
Classe, Partido Político com assento no Congresso Nacional, serão ações que
necessitarão contratar um advogado, para que ele faça a representação por meio de
uma procuração. O advogado entrará com uma petição, que deverá conter o ato que
será examinado, bem como os argumentos acerca disso.
● O Juiz irá aceitar o processo e receberá duas vias de procurações, então, julgará se
é inepto (falta de documentos) ou não.
○ Sendo inepto, caberá a possibilidade de agravo.
○ Não sendo inepto, cabe o prazo de 30 dias para informações.
○ Após o prazo de 30 dias para informações, o procurador abrirá para o AGU, e,
após 15 dias, para o PGR.

● Procurador Geral da República - Custus Constitucionais - CF, ART. 103, §1° E LEI
9868/99, ART. 8°.
○ O Procurador Geral da República é um dos legitimados.
○ Mas, nos processos em que não age como legitimado, irá atuar como custus
constitucionais.
○ Artigo 103, CF (Custus Constitucionais): § 1º O Procurador-Geral da República
deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos
os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.
○ Artigo 8°, lei 9868/99: Art. 8° Decorrido o prazo das informações, serão
ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da
República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de quinze dias.
Yvina Raiany de Lima Alves
● AGU - Advogado Geral da União - Defensor Legis - CF, ART. 103, §3° E LEI 9868/99,
ART. 8°.
○ Irá atuar como defensor da legislação.
○ Trata-se de ato contínuo.
○ Artigo 103, CF (Defensor Legis): § 3º Quando o Supremo Tribunal Federal
apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo,
citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto
impugnado.
○ Artigo 8°, lei 9868/99: Art. 8° Decorrido o prazo das informações, serão
ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da
República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de quinze dias.

● Pode se levantar pelos legitimados ou pelo próprio juiz a questão da cautela. Haverá
duas saídas:
○ Julgamento Cautelar.
○ Julgamento não-cautelar.
○ Pode acontecer do juiz relator não querer fazer o julgamento cautelar, mas
querer fazer esses prazos antes do julgamento definitivo. Os prazos passam a
ser de 15 dias e de 5 dias.

● EM REGRA, o processo está apto para ser julgado em controle de


constitucionalidade dentro do prazo de 60 dias (30 dias de informação + 15 dias + 15
dias ).

● A decisão de ADI tem como característica:


○ A decisão exige a presença de ⅔ dos ministros (quorum).
■ Exige-se quorum de 8 ministros presentes.
○ A decisão se dará por maioria absoluta.
■ A maioria absoluta dos votos dos 11 ministros será de 6 votos.
■ Precisa-se de 6 ministros dando a votação.
● Os efeitos da decisão são vinculantes.

Yvina Raiany de Lima Alves


○ A decisão irá vincular a figura do judiciário e da administração pública direta e
indireta (Estado, União e Municípios).
○ A decisão não pode vincular os poderes legislativo e executivo.
○ Reclamação: mantém o respeito e a autoridade das decisões do tribunal que a
emana.
● A decisão será erga omnes e ex tunc (retroage até o nascimento da lei e a extirpa
do ordenamento jurídico).

EXCEÇÕES:
● A ADI pode ser modulada - artigo 27, lei 9868/99: Ao declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança
jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por
maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou
decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro
momento que venha a ser fixado.
○ Trata-se da dicotomia segurança jurídica - excepcional interesse público.
○ MODULAÇÃO - maioria de ⅔.
● Caráter ambivalente ou dúplice: em regra, uma decisão de ADI é o mesmo que na
ADC (mesmo que não possuam os mesmos objetos).
○ ADI positiva: irá declarar a inconstitucionalidade da lei.
○ ADI negativa: irá declarar a constitucionalidade da lei.
○ ADC positiva: declara constitucionalidade.
○ ADC negativa: declara inconstitucionalidade.

● MEDIDA CAUTELAR: Nas ações concentradas e no processo constitucional objetivo,


a cautela irá minorar danos (característica macro) e suspender a eficácia do ato
normativo violador (característica micro).
○ Ao suspender a eficácia do ato normativo violador, ninguém poderá utilizar a
referida lei enquanto estiver o processo em julgamento.
○ A forma de minorar danos em ADI é pegar o objeto desafiador e suspender a
sua eficácia.
○ Durante o tempo em que o processo estiver sendo discutido, a lei terá sua
eficácia suspensa.
Yvina Raiany de Lima Alves
○ PRAZOS: em regra, os prazos que teriam duração de 30 dias passam a ter 10
dias e os prazos que teriam duração de 15 dias passam a ter 3 dias, na decisão
definitiva é prazo de 5 dias.
○ EFEITOS: efeito macro (minorar os danos) e efeito micro (suspender a eficácia
da lei desafiadora).

Aula
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
● ADC é uma ação de controle de constitucionalidade abstrata, concentrada e
pertence ao processo constitucional objetivo.
● No Brasil, não existe controle de constitucionalidade primário, ou seja, não há
controle da própria constituição.
○ O direito constitucional primário é o poder constituinte originário.
● Os objetos desafiadores serão aqueles que vão ao encontro da Constituição (direito
constitucional secundário).
● Bloco de constitucionalidade: é o conjunto do parâmetro para o controle de
constitucionalidade.
○ A Emenda Constitucional, embora faça parte do parâmetro, trata-se de Poder
Constituinte Derivado, por isso, poderá ser objeto do controle de
constitucionalidade, desde que afronte a Constituição.
● Surgimento: Emenda 03/93 à Constituição de 1988.
● Concepção: CF 1988 – 102, I, a (Redação dada pela EC 45/04 | Lei 9868/99 – Art. 13 –
21).
● C.F. Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe (Corte Constitucional):
○ I - processar e julgar, originariamente (a ação vai nascer com o protocolado ao
STF):
○ a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou
estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo
federal;

● Objetivo:
○ Lei ou Ato Normativo Federal.
Yvina Raiany de Lima Alves
○ Na vigência desta constituição.
○ Transformar presunção de constitucionalidade relativa em presunção
constitucionalidade absoluta no sistema jurídico.

● Legitimados: Art. 13. Podem propor a ação declaratória de constitucionalidade de lei


ou ato normativo federal (Legitimados):
○ I - o Presidente da República;
○ II - a Mesa da Câmara dos Deputados;
○ III - a Mesa do Senado Federal;
○ IV - o Procurador-Geral da República.
● O artigo 13, da Lei 9868/99, vai ao encontro da constituição (artigo 103), por conta
do número reduzido de legitimados.
● Em jurisprudência, o STF decidiu que será aplicado o rol de legitimados do artigo
103, CF, na Ação Declaratória de Constitucionalidade.

● O objetivo da ADC é declarar a constitucionalidade da lei.


○ Busca solucionar definitivamente a dúvida ou incerteza acerca da
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, em controvérsia judicial
relevante.
○ Mas ao ser analisada, poderá ser declarada inconstitucional.
○ Obrigatoriamente, tem que ser uma lei ou ato normativo federal.
■ Ato normativo primário, secundário e genérico.
■ Não cabe ato estadual ou municipal.
○ O ato normativo federal deverá estar na vigência da constituição.
■ De 05/10/1999 - atualidade.
○ Busca transformar a presunção de constitucionalidade relativa em presunção
de constitucionalidade absoluta.
■ A lei, embora vigente e constitucional, será julgada pelo judiciário em
todo, parte ou não considerando-a.
■ Necessidade de controvérsia judicial: é quando os juízes do poder
judiciário julgam processos de formas diferentes até do ponto de vista
de orientar a decisão considerando uma legislação específica ou
simplesmente ignorando-a total ou em parte. Gera insegurança jurídica.
Yvina Raiany de Lima Alves
○ Caso seja declarada inconstitucional, a norma deverá ser extirpada do
ordenamento jurídico (teoria da nulidade em regra).
○ Efeito Vinculante da decisão.

CABIMENTO : PARÂMETRO + OBJETO.


● Parâmetro: é o ponto que está sendo violado, portanto, o bloco de
constitucionalidade. O parâmetro será:
○ Constituição.
○ ADCT.
○ Emenda Constitucional de Revisão.
○ Emenda Constitucional de Reforma.
○ Tratados Internacionais de Direitos Humanos Constitucionalizados.
● Objeto: Constituição Federal, artigo 59:
○ I - emendas à Constituição.
○ II - leis complementares;
○ III - leis ordinárias;
○ IV - leis delegadas;
○ V - medidas provisórias;
○ VI - decretos legislativos;
○ VII - resoluções.
○ Tratados internacionais que versem sobre direitos humanos.
○ Resoluções da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
○ Resoluções do Conselho Nacional de Justiça e Conselho Nacional do MP.
○ Regimentos Internos das casas e tribunais.
○ Tratados e Convenções Internacionais Incorporadas pelo Direito Interno.
○ Atos do Executivo com força normativa e atos normativos primários de
pessoas jurídicas de Direito Público.
● O objeto irá pressupor a constitucionalidade.
○ Será analisada a divergência processual.
○ Deverá ser uma controvérsia judicial relevante.
● Art. 1: Esta Lei dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de
inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o
Supremo Tribunal Federal.
Yvina Raiany de Lima Alves
PROCEDIMENTO DA ADC:
● PETIÇÃO INICIAL - Art. 14. A petição inicial indicará:
○ I - o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os fundamentos
jurídicos do pedido;
○ II - o pedido, com suas especificações;
○ III - a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da
disposição objeto da ação declaratória.
○ Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de
procuração, quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias,
devendo conter cópias do ato normativo questionado e dos documentos
necessários para comprovar a procedência do pedido de declaração de
constitucionalidade.
○ A relevante controvérsia judicial - em que pese as decisões judiciais serem
discrepantes, serão também quantitativas.
○ - Na petição inicial da ADC devem ser apresentadas decisões judiciais
conflitantes, não sendo suficiente mero conflito doutrinário. O STF entende
que deve haver um relevante número de decisões conflitantes, o que difere da
lei 9868, que estabelece que a controvérsia judicial deve ser relevante, nada
falando sobre a amplitude da controvérsia.
○ - Conteúdo mínimo da petição inicial: A petição deve conter os dispositivos
impugnados, a fundamentação que dá base ao pedido e deve demonstrar a
controvérsia judicial relevante (anexar cópias das decisões). O resto das
regras, sobre advogado, procurações, indeferimento pelo relator, agravo e não
possibilidade de desistência, são iguais à ADIn.

● INTERVENÇÃO DE TERCEIROS: Art. 18. Não se admitirá intervenção de terceiros no


processo de ação declaratória de constitucionalidade.
● DESISTÊNCIA: Art. 16. Proposta a ação declaratória, não se admitirá desistência.
● CAUSA DE PEDIR ABERTA: O STF poderá ser julgado de maneira diversa do pedido.

● DECISÃO: Caso a decisão seja inepta, caberá agravo.

Yvina Raiany de Lima Alves


○ Art. 15. A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente
improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator.
○ Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.

● INFORMAÇÕES: Art. 20. Vencido o prazo do artigo anterior, o relator lançará o


relatório, com cópia a todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento.
○ Vencido o prazo de 15 dias, será marcado o dia do julgamento.
○ § 1° Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de
fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos, poderá
o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de
peritos para que emita parecer sobre a questão ou fixar data para, em
audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e
autoridade na matéria.
○ § 2° O relator poderá solicitar, ainda, informações aos Tribunais Superiores,
aos Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da norma
questionada no âmbito de sua jurisdição.
○ § 3° As informações, perícias e audiências a que se referem os parágrafos
anteriores serão realizadas no prazo de trinta dias, contado da solicitação do
relator.

● PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA - CUSTUS CONSTITUCIONAIS:


○ Art. 19. Decorrido o prazo do artigo anterior, será aberta vista ao
Procurador-Geral da República, que deverá pronunciar-se no prazo de quinze
dias.
○ Após receber a petição inicial, deve ser ouvido o PGR no prazo de 15 dias.
Depois, é estipulado prazo de 30 dias para o oferecimento de informações
adicionais, esclarecimentos, perícia ou audiência pública, se o relator achar
necessário. Todo o resto do procedimento é igual ao da ADIn.
● Não existe Defensor Legis (Advogado Geral da União) na ADC: ele atua como
defensor da legislação desafiadora, mas, no caso da ADC, a lei não está desafiando a
Constituição.
○ O que está afetando a Constituição é a insegurança jurídica provocada pela
controvérsia judicial relevante.
Yvina Raiany de Lima Alves
○ O AGU iria atuar defendendo os juízes, pois é a conduta diversa do judiciário
ao considerar ou não a lei durante o julgamento que irá afrontar a
Constituição e a segurança jurídica.

● Em regra, a decisão têm:


○ Efeitos vinculantes.
○ Caráter erga omnes e ex tunc.
● É obrigatório ter ⅔ dos ministros presentes (11 ministros = ⅔ = 8 ministros) e que a
decisão seja dada por maioria absoluta.
● Os quorums de deliberação e decisão são os mesmos da ADIn. A decisão da ADC
possui carga de eficácia preponderantemente declaratória, enquanto a ADin é
normalmente constitutiva negativa.

● MODULAÇÃO: só discute-se modulação caso a lei seja declarada inconstitucional.


○ Não cabe modulação na ADC, pois a lei já está em vigor e é constitucional.
○ Só caberá modulação, caso a ADC declare a lei inconstitucional.

● Uma Ação Declaratória de Constitucionalidade também poderá declarar a


inconstitucionalidade.
● Caráter ambivalente ou dúplice: em regra, uma decisão de ADI é o mesmo que na
ADC (mesmo que não possuam os mesmos objetos).
○ ADI positiva: irá declarar a inconstitucionalidade da lei.
○ ADI negativa: irá declarar a constitucionalidade da lei.
○ ADC positiva: declara constitucionalidade.
○ ADC negativa: declara inconstitucionalidade.

● MEDIDA CAUTELAR: Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria
absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação
declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e
os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei
ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo.
○ Parágrafo único. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal
fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União a parte dispositiva
Yvina Raiany de Lima Alves
da decisão, no prazo de dez dias, devendo o Tribunal proceder ao julgamento
da ação no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda de sua eficácia.

● PRAZOS DA ADC: o processo ordinário tem prazo de 30 dias para chegar as


informações, 15 dias para o PGR se pronunciar.
○ Nos casos de medida cautelar, o PGR tem um prazo de 3 dias.
○ Nos casos de medida cautelar, as informações deverão chegar no prazo de 5
dias.
○ Julgamento definitivo - prazo de 5 dias para o PGR e 10 dias para as
informações.
○ NÃO HÁ PRAZOS PARA AGR.

● EFEITOS DA MEDIDA CAUTELAR:


○ Macro - minorar danos.
■ Minorar os efeitos da relevante controvérsia judicial, a fim de não
comprometer a segurança jurídica.
○ Micro - suspender o julgamento dos processos em todo o Brasil que trate da
referida lei.
● O prazo médio da cautela é de 180 dias.
● O STF entendeu que cabe concessão de cautelar, mesmo sem previsão específica.
Para ser concedida medida cautelar, é necessário voto favorável da maioria absoluta
dos ministros. A cautelar determina a suspensão dos processos judiciais que
tramitam envolvendo o dispositivo questionado na ADC. Se não houver decisão no
prazo de 180 dias, a cautelar perde sua eficácia. Porém, o STF prorroga por quanto
tempo quiser os efeitos da cautelar.
● Quanto aos requisitos para concessão de cautelar, a doutrina e jurisprudência dão 3
requisitos:
○ 1. Razoabilidade jurídica da tese apresentada.
○ 2. Relevância do pedido que decorre dos possíveis danos em razão da demora
da decisão demandada.
○ 3. Conveniência da cautelar em razão da avaliação comparativa do benefício
esperado e do ônus da suspensão provisória.

Yvina Raiany de Lima Alves


● Parte da doutrina defende que só é necessário que o STF constate a conveniência da
decisão provisória. Sobre pedido de reconsideração, mesma regra da ADIn.
● A decisão cautelar normalmente tem efeito ex tunc, suspendendo todos os
processos em curso e as decisões já proferidas sobre o tema. Mas já houve casos em
que o efeito foi ex nunc. O relator pode, diante da relevância da matéria ou de seu
especial significado para a ordem social, e para a segurança jurídica, submeter o
processo diretamente ao pleno do STF para decisão definitiva.
● A ADC busca garantir que não haja mais controvérsia sobre determinado ato
normativo, declarando a sua constitucionalidade absoluta.

QUESTÕES:
1 - De acordo com a disciplina da Constituição Federal, em matéria de controle de
constitucionalidade de atos normativos.
A - o juiz de direito da Justiça Estadual não tem competência para afastar a
aplicação, no caso concreto, de lei estadual que contrarie a Constituição Federal,
mas apenas de lei estadual que contrarie a Constituição do Estado.
B - o juiz federal não tem competência para afastar a aplicação, no caso concreto, de
lei federal que contrarie a Constituição Federal, uma vez que essa atribuição é
reservada ao plenário ou órgão especial dos tribunais, pelo voto da maioria absoluta
de seus membros.
C - o Tribunal Regional Federal não tem competência para julgar reclamação
constitucional proposta em face de decisão judicial de primeiro grau que
contrariar súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal.
A reclamação é ação que será impetrada perante o Tribunal responsável pela
decisão que a vincula. Por isso, o tribunal que receberá a reclamação contra
a lei que contraria a reclamação é o STF.
D - cabe o ajuizamento de reclamação constitucional, perante o Supremo Tribunal
Federal, contra lei federal que contrariar o enunciado de súmula vinculante
editada pelo Tribunal.
A reclamação é sobre a autoridade dos tribunais e os seus julgados, então, não
cabe reclamação contra lei.
E - cabe o ajuizamento de ação declaratória de constitucionalidade, perante o
Supremo Tribunal Federal, contra ato normativo estadual que contrariar a
Yvina Raiany de Lima Alves
Constituição Federal, podendo ser proposta por quaisquer dos legitimados para a
ação direta de inconstitucionalidade.
2 - Durante a tramitação de determinado projeto de lei de iniciativa do Poder Executivo,
importantes juristas questionaram a constitucionalidade de diversos dispositivos nele
inseridos. Apesar dessa controvérsia doutrinária, o projeto encaminhado ao Congresso
Nacional foi aprovado, seguindo-se a sanção, a promulgação e a publicação. Sabendo que
a lei seria alvo de ataques perante o Poder Judiciário em sede de controle difuso de
constitucionalidade, o Presidente da República resolveu ajuizar, logo no primeiro dia de
vigência, uma Ação Declaratória de Constitucionalidade. Diante da narrativa acima,
responda aos itens a seguir.
A) É cabível a propositura da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) nesse caso?
Não, a ADC cuida de relevantes controvérsias judiciais e não doutrinárias. A
controvérsia doutrinária se daria ao decorrer do tempo e logo no primeiro dia não
seria tempo suficiente para ensejar controvérsia judicial relevante.
B) Em sede de Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), é cabível a propositura de
medida cautelar perante o Supremo Tribunal Federal? Quais seriam os efeitos da decisão
do STF no âmbito dessa medida cautelar?
Sim, é cabível. Os efeitos da Medida Cautelar são a busca por minorar danos e a
suspensão de julgamento de todos os processos em território nacional que discutem
a referida lei.
3 - A Constituição Federal elenca dentre os instrumentos de controle a Ação Declaratória
de Constitucionalidade e a Ação Direta de Inconstitucionalidade. Assim, quanto a esses
instrumentos,
a) a ação direta de inconstitucionalidade, diversamente da declaratória de
constitucionalidade, tem duplo efeito e a decisão é prolatada com a presença de
quórum completo de ministros.
O duplo efeito está presente em ambas as Ações de Controle de
Constitucionalidade. O quorum é de 8 ministros presentes.
b) a ação declaratória de constitucionalidade, diversamente do que ocorre com a
ação direta de inconstitucionalidade, requer para a sua propositura a exigência de
controvérsia judicial relevante.

Yvina Raiany de Lima Alves


c) a decisão na ação declaratória de constitucionalidade exige a manifestação
favorável de, no mínimo, oito ministros, enquanto na ação direta de
inconstitucionalidade exigem-se seis.
Ambas exigem a manifestação favorável de maioria absoluta (6 ministros) e
quorum de presença de ⅔ dos ministros, ou seja, 8 ministros.
d) a decisão na ação direta de inconstitucionalidade exige a presença na sessão de
quórum pleno, enquanto na ação declaratória de constitucionalidade exige-se a
presença de quórum de seis ministros.
Ambas exigem quorum de ⅔ dos ministros, ou seja, 8 ministros.
4 - Diante do elevado número de demandas judiciais questionando a instituição de
determinado tributo por lei estadual, em parte acolhidas sob o fundamento da
inconstitucionalidade da referida lei, o Governador do Estado respectivo ajuíza ação
declaratória de constitucionalidade, perante o Supremo Tribunal Federal, objetivando
que seja a lei declarada constitucional. Nessa situação, à luz da Constituição Federal,
referida ação
a) é incabível, uma vez que lei estadual não pode ser objeto de ação declaratória de
constitucionalidade de competência originária do Supremo Tribunal Federal, não
sendo, ademais, o Governador do Estado legitimado para a propositura de ação
dessa espécie.
O Governador do Estado é legitimado.
b) é incabível, uma vez que lei estadual não pode ser objeto de ação declaratória de
constitucionalidade de competência originária do Supremo Tribunal Federal,
embora o Governador do Estado tenha, em tese, legitimidade para a propositura de
ação dessa espécie.
c) seria cabível, desde que houvesse sido proposta perante o Tribunal de Justiça
estadual.
Polêmico!!!
Mas tendo em conta a Constituição Federal, não será cabível.
d) é cabível, exigindo-se para a declaração de constitucionalidade que a decisão seja
tomada pela maioria absoluta dos membros do Supremo Tribunal Federal.
e) é cabível, e sua decisão produzirá eficácia contra todos e efeito vinculante,
relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração pública
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
Yvina Raiany de Lima Alves
5 - À luz da ordem jurídica vigente e considerando a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, pode propor ação declaratória de constitucionalidade:
a) O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, sendo necessária a
comprovação de pertinência temática, podendo também propor mandado de
segurança coletivo para a defesa de direito líquido e certo de seus filiados
compatível com as finalidades institucionais da entidade, independentemente de
autorização especial de seus membros.
É legitimado universal, então, não necessita de pertinência temática.
b) Partido político, ainda que não tenha representação no Congresso Nacional,
sendo desnecessária a comprovação de pertinência temática, podendo também
propor mandado de segurança individual, desde que esteja em funcionamento há
pelo menos um ano.
O Partido Político deve ter representação (assento) no Congresso Nacional.
c) Entidade de classe de âmbito nacional, sendo necessária a comprovação de
pertinência temática, podendo também propor mandado de segurança coletivo
para a defesa de direito líquido e certo de seus filiados compatível com as
finalidades institucionais da entidade, independentemente de autorização especial
de seus associados, mas desde que a entidade esteja em funcionamento há pelo
menos um ano.
d) Entidade de classe, ainda que não seja de âmbito nacional, sendo necessária a
comprovação de pertinência temática, podendo também propor mandado de
segurança individual desde que esteja em funcionamento há pelo menos um ano.
Deverá atuar em âmbito nacional.
e) Sindicato, ainda que não atue em âmbito nacional, sendo desnecessária a
comprovação de pertinência temática, podendo também propor mandado de
segurança coletivo para a defesa de direito líquido e certo de seus filiados
compatível com as finalidades institucionais da entidade, independentemente de
autorização especial de seus membros e de comprovação de tempo mínimo de
funcionamento.
Precisa atuar em âmbito nacional e é necessária a comprovação de
pertinência temática.

Aula
Yvina Raiany de Lima Alves
AÇÃO Direta DE inCONSTITUCIONALIDADE por omissão
● A ADO só foi regulamentada em 2009.
● Surgimento: Constituição de 1988
● Concepção:
○ CF 1988 – 103, §2º: Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida
para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder
competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de
órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.
■ Explicita o conceito de freios e contrapesos.
■ Vai se agir em normas constitucionais de eficácia limitada.
■ Irá atribuir ciência ao poder competente.
○ Lei 9868/99 – Art. 12 A – 12 H.
○ Art. 12-A. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade por omissão
os legitimados à propositura da ação direta de inconstitucionalidade e da ação
declaratória de constitucionalidade.
■ Serão os mesmos legitimados do rol do artigo 103.

● Conceito: Declarar inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva


norma constitucional.
○ Trata-se de uma norma constitucional de eficácia limitada e o parlamento foi
omisso e não complementou a norma.

OBJETIVOS:
● Declarar Mora Constitucional, ou seja, declarar uma omissão constitucional.
● Exemplos de omissões: taxação de grandes fortunas, oligopólio dos meios de
informação e o direito de greve dos funcionários públicos.
● Objetivos:
○ Lei ou Ato Normativo – Primário, Secundário, Genérico.
○ Lei Federal – Não admite lei municipal ou Estadual.
○ Na vigência desta constituição: 05/10/1988 - atualidade.
○ Extirpar do sistema jurídico – Teoria da Nulidade em regra.

CABIMENTO: PARÂMETRO + OBJETO.


Yvina Raiany de Lima Alves
● Parâmetro:
○ Apenas as normas constitucionais de eficácia limitada.
○ Bloco de constitucionalidade - artigo 59 - de toda a constituição, serão
trabalhadas apenas as normas constitucionais de eficácia limitada que não
foram devidamente regulamentadas ou que não foram satisfatoriamente
regradas.
■ OU SEJA, cabe ADO da mora constitucional pela ausência legislativa ou
pela insatisfação da legislação que se tem.
■ Necessita de lei complementar.
● Objeto desafiador: a ausência da lei complementar que será inconstitucional.

● O Programa da Constituição se torna real, toca a realidade.


● A omissão é legiferante, de competência do Legislativo.
● Omissão Total - a ausência total de uma lei complementar.
● Omissão Parcial - a existência de uma lei complementar, porém é insatisfatória.

● LEGITIMADOS:
○ CF – Art. 103.
○ Todos legitimados presentes no artigo 103.
○ Lei 9868/99 – Art. 12-A.

PROCEDIMENTO - LEI 9868/99 (ART. 12 A – 12 H):


● Petição Inicial – 12 B:
○ Artigo 12-B: "A petição indicará:
■ I - a omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento
de dever constitucional de legislar ou quanto à adoção de providência
de índole administrativa;
■ II - o pedido, com suas especificações.
○ Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de
procuração, se for o caso, será apresentada em 2 (duas) vias, devendo conter
cópias dos documentos necessários para comprovar a alegação de omissão”.

● Intervenção de Terceiros – CPC 138:


Yvina Raiany de Lima Alves
○ Não cabe intervenção de terceiros na ADO.
● Desistência – 12 D:
○ Art. 12-D. Proposta a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, não se
admitirá desistência.
● Causa de pedir aberta.
● Decisão – inepta | Agravo – 12 C:
○ Art. 12-C. A petição inicial inepta, não fundamentada, e a manifestamente
improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator.
○ Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.

● Informações – 12 E:
○ Art. 12-E. Aplicam-se ao procedimento da ação direta de
inconstitucionalidade por omissão, no que couber, as disposições constantes
da Seção I (ADI) do Capítulo II desta Lei.
○ Informações - Art. 6: O relator pedirá informações aos órgãos ou às
autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado.

● Procurador Geral da República - Custus Constitucionais – CF 103, §1º e L 9868/99,


12 E, § 3º
○ Artigo 12-E: § 3° O Procurador-Geral da República, nas ações em que não for
autor, terá vista do processo, por 15 (quinze) dias, após o decurso do prazo
para informações.

● Advogado Geral da União – Defensor legis L 9868/99, 12 E, § 2º.


○ Artigo 12-E: § 2° O relator poderá solicitar a manifestação do Advogado-Geral
da União, que deverá ser encaminhada no prazo de 15 (quinze) dias.
○ Poderá se omitir de falar, caso tenha apresentado parecer em sentido
contrário.
○ Em regra, irá atuar na defesa da lei insatisfatória.

● Decisão:
○ 2/3 ministros presentes (8 ministros).
○ Maioria Absoluta (6 votos).
Yvina Raiany de Lima Alves
● Efeitos:
○ Efeito Vinculante.
○ Decisão declaratória de mora constitucional, em razão de omissão total ou
parcial.
○ Erga omnes.
○ Ex tunc.

● Medida Cautelar:
○ Prazos: 5 dias para informações, 3 dias para AGU/PGR.
● Cabe medida cautelar em ADO?
○ Em regra, não.
○ Em regra, a ADO trata-se de omissão total, existindo uma lacuna.
○ A cautela seria vista como uma lei.
○ Entretanto, nos casos em que a omissão for parcial, poderá ser solicitada a
medida cautelar, objetivando minorar danos e, assim, suspendendo a eficácia
da lei insatisfatória (similar a ADI).

Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão vs. Mandado de Injunção:

OMISSÃO ADO MANDADO DE INJUNÇÃO


LEGISLATIVA (COLETIVO)

PREVISÃO Artigo 103, § 2° Artigo 5°, inciso LXXI.


Artigo 12-A, lei 9868/99. “conceder-se-á mandado
de injunção sempre que a
falta de norma
regulamentadora torne
inviável o exercício dos
direitos e liberdades
constitucionais e das
prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania
e à cidadania”;

OBJETIVO Declarar O Judiciário irá suprir a


- Legislações constitucionalmente a lacuna deixada pelo poder
específicas que ao não mora do poder legislativo.
existirem parlamentar/legislativo. Através de uma decisão
comprometem os DECLARAR - STF. concretista exercer
direitos e garantias MODELO ABSTRATO, direitos e garantias
fundamentais e CONCENTRADO. constitucionais e suas
Yvina Raiany de Lima Alves
também as Irá dar ciência ao Legislativo prerrogativas,
prerrogativas da sua inoperância de preenchendo as lacunas.
(nacionalidade, competência. JUDICIÁRIO.
soberania e MODELO DIFUSO,
cidadania). CONCRETO-INCIDENTAL.

DECISÃO Decisão declaratória. Decisão concretista.


Não irá afrontar freios e Decisão que irá preencher
contrapesos. a lacuna.

EFEITOS Erga omnes. Inter partes.


Efeito vinculativo.

LEGITIMIDADE Artigo 103. Lei 13300


Art. 3º São legitimados
para o mandado de
injunção, como
impetrantes, as pessoas
naturais ou jurídicas que
se afirmam titulares dos
direitos, das liberdades ou
das prerrogativas
referidos no art. 2º e, como
impetrado, o Poder, o
órgão ou a autoridade com
atribuição para editar a
norma regulamentadora.
Legitimados do Mandado
de Injunção Coletivo: MP,
partido político com
representação no
Congresso Nacional,
organização sindical,
entidade de classe ou
associação legalmente
constituída e em
funcionamento há pelo
menos 1 (um) ano e a
Defensoria Pública.

AÇÃO ABSTRATA DIFUSA


Processo Constitucional Processo Constitucional
Objetivo. Subjetivo.
É um remédio
constitucional.

CAUTELA SIM. Não cabe cautela.


- Porém, apenas nos casos
de omissão parcial.

Yvina Raiany de Lima Alves


● ADO 26: Mora Constitucional que criminalize a conduta de homofóbica e
transfóbica.

QUESTÕES:
1 - Determinado partido político, que possui dois deputados federais e dois senadores em
seus quadros, preocupado com a efetiva regulamentação das normas constitucionais,
com a morosidade do Congresso Nacional e com a adequada proteção à saúde do
trabalhador, pretende ajuizar, em nome do partido, a medida judicial objetiva apropriada,
visando à regulamentação do Art. 7º, inciso XXIII, da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988. O partido informa, por fim, que não se pode compactuar
com desrespeito à Constituição da República por mais de 28 anos. Considerando a
narrativa acima descrita, elabore a peça processual judicial objetiva adequada.
⇒ Trata-se Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão.
⇒ Não se aplica mandado de injunção.

2 - A Ação Direta de Inconstitucionalidade, a Ação Declaratória de Constitucionalidade e


a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão estão regulamentadas no âmbito
infraconstitucional pela lei 9.868/99, que dispõe sobre o processo e julgamento destas
ações perante o Supremo Tribunal Federal. Tomando por base o constante na referida lei,
assinale a alternativa incorreta.
A) Podem propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão os mesmos
legitimados para propositura da Ação Direta de Inconstitucionalidade e da Ação
Declaratória de Constitucionalidade.
B) Cabe no âmbito da Ação Declaratória de Constitucionalidade a concessão de
medida cautelar.
C) As decisões proferidas em Ação Direta de Inconstitucionalidade e em Ação
Declaratória de Constitucionalidade possuem o chamado efeito dúplice.
D) Enquanto a Ação Direta de Inconstitucionalidade e a Ação Declaratória de
Constitucionalidade não admitem desistência, a Ação Direta de Inconstitucionalidade
por Omissão admite a desistência a qualquer tempo.
● ARTIGO 12-D, não será admitida a desistência.

Yvina Raiany de Lima Alves


3 - No que tange às disposições legais regulamentadoras da ação direta de
inconstitucionalidade, da ação direta de inconstitucionalidade por omissão e da ação
declaratória de constitucionalidade, assinale a opção correta.
A) A medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade por omissão poderá
consistir na suspensão de procedimentos administrativos.
B) O ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade e de ação direta de
inconstitucionalidade por omissão não admite desistência. Em razão da presunção de
constitucionalidade do ordenamento jurídico, a legislação específica da ação declaratória
de constitucionalidade admite desistência.
● Não é admitido a desistência da ação.
C) Existindo norma federal objeto, ao mesmo tempo, de ação declaratória de
constitucionalidade e de ação direta de inconstitucionalidade, em homenagem ao caráter
ambivalente destas ações, será uma delas extinta sem resolução do mérito por
litispendência e a outra terá julgamento de mérito.
● Haverá o julgamento de mérito nas duas ações.
● Art. 24, Lei 9868/99. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á
improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e,
proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou
improcedente eventual ação declaratória.
D) Da decisão proferida na ação declaratória de constitucionalidade caberá, tão
somente, a oposição de embargos de declaração e o ajuizamento posterior de ação
rescisória.
● A decisão proferida na ADC é irrecorrível, cabendo apenas a embargos
declaratórios.

4 - Controle de constitucionalidade por via de exceção é o chamado:


a) controle misto, adotado no Brasil, onde convivem harmonicamente os controles
difuso e abstrato.
b) controle abstrato, que tem como característica a discussão da lei em tese e como
objeto leis ou atos normativos federais e estaduais.
c) controle difuso, que tem como características a existência de um caso concreto e
a produção de efeitos erga omnes.

Yvina Raiany de Lima Alves


d) controle difuso, que tem como características a existência de um caso concreto
e a produção de efeitos inter partes.
● Também conhecido como controle por via de exceção, caracteriza-se pela
permissão a todo e qualquer juiz ou tribunal realizar no caso concreto a
análise sobre a compatibilidade do ordenamento jurídico com a Constituição.

5 - Assinale a alternativa correta:


a) ao Presidente da República compete suspender a execução de lei declarada
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal;
b) ao Presidente da Câmara dos Deputados compete suspender a execução de lei
declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal;
c) ao Conselho da República compete suspender a execução de lei declarada
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal;
d) ao Senado Federal compete suspender a execução de lei declarada
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.

6 - A omissão inconstitucional pode ser atacada por meio de:


a) representação de inconstitucionalidade.
b) ação direta de inconstitucionalidade em face de ato normativo.
c) ação declaratória de constitucionalidade.
d) mandado de injunção.

7 - O sistema brasileiro de controle de constitucionalidade:


a) cuida apenas da inconstitucionalidade por ação.
b) apenas admite o controle concentrado.
c) atribui competência para processar apenas ao STF.
d) acolhe o critério de controle difuso por via de exceção.

8 - Caracteriza-se como controle difuso de constitucionalidade:


a) a ação direta de inconstitucionalidade.
b) a arguição de descumprimento de preceito fundamental.
c) a ação declaratória de constitucionalidade.
d) o recurso extraordinário.
Yvina Raiany de Lima Alves
9 - O veto do Presidente da República, por motivo de inconstitucionalidade, à lei
aprovada pelo Congresso Nacional, é forma de:
a) controle preventivo da constitucionalidade, podendo, as razões, serem
questionadas junto ao Poder Judiciário.
b) controle repressivo da constitucionalidade, podendo, as razões, serem
questionadas junto ao Poder Judiciário.
c) controle preventivo da constitucionalidade, sendo vedado o questionamento de
suas razões junto ao Poder Judiciário.
d) controle repressivo da constitucionalidade, sendo vedado o questionamento de
suas razões junto ao Poder Judiciário.

Aula
AÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL

➢ ADPF - controle de constitucionalidade misto, é autônoma e incidental.


➢ É genérica, abrangente, residual.

ADPF – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental.

➢ Não admite controle de constitucionalidade primário.


● Surgimento: Constituição de 1988

● Concepção: CF 1988 – 102, §1º § 1.º A argüição de descumprimento de preceito


fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal
Federal, na forma da lei.

Yvina Raiany de Lima Alves


● Lei 9882/99: Art. 1° A argüição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal
será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou
reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
○ Parágrafo único. Caberá também argüição de descumprimento de preceito
fundamental:
■ I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional
sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os
anteriores à Constituição.
● Não existe um conceito único de preceito fundamental e nem é determinado pela
legislação.
● Preceito Fundamental - o seu conceito será interpretado a partir da Constituição.

● Conceito: Quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional


sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à
Constituição, será utilizado a ADPF, DESDE QUE OBSERVADOS SEU CARÁTER
RESIDUAL.
○ Caráter Subsidiário/Residual - Art. 4° A petição inicial será indeferida
liminarmente, pelo relator, quando não for o caso de arguição de
descumprimento de preceito fundamental, faltar algum dos requisitos
prescritos nesta Lei ou for inepta.
○ § 1° Não será admitida argüição de descumprimento de preceito fundamental
quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade
○ Toda vez que cair em questionamento, deverá ser analisado se cabe ADI, ADC
e ADO. Caso não se aplique em nenhum dos casos, será aplicado ADPF.
○ Caráter residual - somente será aplicada quando não der para aplicar
nenhuma das outras hipóteses.

● Legitimados - Art. 2° Podem propor argüição de descumprimento de preceito


fundamental:
○ I - os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade.
○ Artigo 103.
○ ADPF INCIDENTAL VS ADPF AUTÔNOMA.

Yvina Raiany de Lima Alves


● Objetivo:
○ Lei ou Ato Normativo – Primário, Secundário, Genérico.
○ Lei Federal – Lei Estadual - Lei Municipal.
○ Na vigência desta constituição – e também anterior a sua vigência.
○ Extirpar do sistema jurídico – Teoria da nulidade (EM REGRA).
■ Irá estabelecer uma interpretação da lei que terá status de preceito
fundamental.

CABIMENTO: PARÂMETRO + OBJETO.


● Parâmetro: será apresentado conforme a publicação das jurisprudências.
○ CF – 1|250
○ ADCT - 1|114
○ EC de Revisão – 1 - 6
○ EC de Reforma – 1 - 109
○ TTIIDDHH Constitucionalizados (C.F. Art. 5º, §3º).

● Preceitos Fundamentais:
○ ADPF 33/MC – Princípios Estruturantes, Direitos e Garantias fundamentais,
princípios constitucionais sensíveis e as cláusulas pétreas;
○ ADPF 114 – Princípios da Administração Pública;
○ ADPF 101 – Meio ambiente ecologicamente equilibrado e desenvolvimento
sustentável;
○ ADPF 130 – Plena liberdade de imprensa;
○ ADPF 54 – Direito à vida, proteção da autonomia, da liberdade e da saúde;
○ ADPF 186 – Igualdade em sentido material - campo da prática e da existência;
○ ADPF 347 – Dignidade, segurança e a integridade física e moral dos presos;
○ ADPF 291 – Direito a liberdade de orientação sexual/liberdade existencial do
indivíduo;
○ ADPF 378 – Sistema de governo, separação de poderes, soberania popular,
direito ao devido processo legislativo e as garantias procedimentais no curso
da apuração do crime de responsabilidade;
○ ADPF 779 – O conjunto valorativo da defesa de gênero é absolutamente
constitucional;
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○ ADPF 672 – Federalismo – Competências comuns e concorrentes – Segurança
sanitária e epidemiológica;
■ Os três entes se organizem de forma concorrente e comum e
determinem a organização a segurança sanitária e epidemiológica, com
base na ciência.
■ O ente que tiver a melhor fundamentação científica, terá a questão
solucionada a seu favor.
○ ADPF 635 – AINDA EM MC – Operação policial no Rio de Janeiro.

● Objeto: C.F. Art. 59.


○ I - emendas à Constituição;
○ II - leis complementares;
○ III - leis ordinárias;
○ IV - leis delegadas;
○ V - medidas provisórias;
○ VI - decretos legislativos;
○ VII - resoluções.
○ 1. atos normativos negociais (STF, ADI 2.231);
○ 2. atos políticos (STF, ADPF 1);
○ 3. atos legislativos em fase de formação (STF, ADPF 43-2/DF);
○ 4. atos normativos secundários (STF, ADPF 41);

● CABIMENTO: Controvérsia Judicial Relevante (ADC), Interesse público relevante


(ADC/ADO/ADI) ou Controvérsia Constitucional Relevante.

● Atos Normativos: atua tanto com leis antigas vigentes, como leis anteriores à
promulgação da Constituição Federal de 1988.
○ Atual ordem constitucional: Ato Normativo Municipal.
○ Anterior ordem constitucional: Atos normativos federais, estaduais e
municipais.

PROCEDIMENTO:
● PETIÇÃO INICIAL: Art. 3° A petição inicial deverá conter:
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■ I - a indicação do preceito fundamental que se considera violado;
■ II - a indicação do ato questionado;
■ III - a prova da violação do preceito fundamental;
■ IV - o pedido, com suas especificações;
■ V - se for o caso, a comprovação da existência de controvérsia judicial
relevante sobre a aplicação do preceito fundamental que se considera
violado. (Atual ordem constitucional: Ato Normativo Municipal ou
Anterior ordem constitucional: Atos normativos federais, estaduais e
municipais).
■ Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de
mandato, se for o caso, será apresentada em duas vias, devendo conter
cópias do ato questionado e dos documentos necessários para
comprovar a impugnação.

● Art. 4°: A petição inicial será indeferida liminarmente, pelo relator, quando não for
o caso de arguição de descumprimento de preceito fundamental, faltar algum dos
requisitos prescritos nesta Lei ou for inepta.
■ § 1o Não será admitida argüição de descumprimento de preceito
fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a
lesividade. (Vide ADPF 671)
■ § 2o Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá agravo, no
prazo de cinco dias.

● INTERVENÇÃO DE TERCEIROS: Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a


relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão
social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento
das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de
pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade
adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.
■ §1° A intervenção de que trata o caput não implica alteração de
competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a
oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3o.

Yvina Raiany de Lima Alves


■ §2° Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a
intervenção, definir os poderes do amicus curiae.
■ §3° O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de
resolução de demandas repetitivas.

● DESISTÊNCIA: Não cabe desistência.


● CAUSA DE PEDIR ABERTA.
● DECISÃO - INEPTA: Artigo 4°, § 2o Da decisão de indeferimento da petição inicial
caberá agravo, no prazo de cinco dias.

● DECISÃO:
■ Art. 12. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em
arguição de descumprimento de preceito fundamental é irrecorrível,
não podendo ser objeto de ação rescisória.
○ A decisão se dará por maioria absoluta dos seus membros - Art. 5° O
Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus
membros, poderá deferir pedido de medida liminar na argüição de
descumprimento de preceito fundamental.
■ § 1o Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda,
em período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad
referendum do Tribunal Pleno.
■ Art. 8° A decisão sobre a arguição de descumprimento de preceito
fundamental somente será tomada se presentes na sessão pelo menos
dois terços dos Ministros.
■ Artigo 10, § 3° A decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante
relativamente aos demais órgãos do Poder Público.
● DECISÃO:
○ ⅔ dos ministros presentes (8 ministros).
○ Maioria absoluta (6 votos).
○ Efeito Vinculante.
○ Efeito Erga Omnes e Ex tunc.
○ Será julgado algum ponto da Constituição como preceito fundamental.

Yvina Raiany de Lima Alves


● CABE MODULAÇÃO DOS EFEITOS: Art. 11. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei
ou ato normativo, no processo de argüição de descumprimento de preceito
fundamental, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional
interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de
seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha
eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser
fixado.

● INFORMAÇÕES: Art. 6° Apreciado o pedido de liminar, o relator solicitará as


informações às autoridades responsáveis pela prática do ato questionado, no prazo
de dez dias.
■ § 1° Se entender necessário, poderá o relator ouvir as partes nos
processos que ensejaram a argüição, requisitar informações adicionais,
designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a
questão, ou ainda, fixar data para declarações, em audiência pública, de
pessoas com experiência e autoridade na matéria.
■ § 2° Poderão ser autorizadas, a critério do relator, sustentação oral e
juntada de memoriais, por requerimento dos interessados no processo.

● Procurador Geral da República - PGR - Custus Constitucionais - Artigo 103, § 1º O


Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal
Federal.
■ Art. 5° O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de
seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na argüição de
descumprimento de preceito fundamental.
➢ § 2° O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades
responsáveis pelo ato questionado, bem como o Advogado-Geral
da União ou o Procurador-Geral da República, no prazo comum
de cinco dias.

● Advogado Geral da União - AGU - Defensor Legis - Artigo 103, § 3º Quando o


Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal
Yvina Raiany de Lima Alves
ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o
ato ou texto impugnado.
■ Art. 5° O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de
seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na argüição de
descumprimento de preceito fundamental.
➢ § 2° O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades
responsáveis pelo ato questionado, bem como o Advogado-Geral
da União ou o Procurador-Geral da República, no prazo comum
de cinco dias.

● Medida Cautelar: Art. 5° O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria


absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na argüição de
descumprimento de preceito fundamental.
○ § 1 °Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em
período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do
Tribunal Pleno.
○ § 2° O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato
questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da
República, no prazo comum de cinco dias.
○ § 3° A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais
suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou de
qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da
arguição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes
da coisa julgada.
○ Poderão ser aplicados efeitos da ADI e da ADC - controvérsia judicial e
suspensão da eficácia da legislação caso afete a Constituição.

● ADPF INCIDENTAL - é possível, porém foi vetado o artigo que determinava que
qualquer pessoa poderia levantar o questionamento de constitucionalidade de uma
lei por meio de ADPF, de forma incidental.
○ A jurisprudência determina que os mesmos legitimados da ADPF autônoma
poderão levantar o questionamento de constitucionalidade por via incidental
(ADPF incidental).
Yvina Raiany de Lima Alves
○ Mas faz mais sentido utilizar a ADPF Autônoma.
○ A ADPF incidental não tem força para se manter em uso, pois não são todos
que podem propor a ADPF.
○ Pessoa comum propondo controle de constitucionalidade de lei municipal
será feito o controle de constitucionalidade estadual.

● ADPF AUTÔNOMA - os legitimados do artigo 103.

QUESTÕES:
1 - O Município Alfa, situado na área de fronteira do território brasileiro, passou a
receber intenso fluxo de imigrantes, fruto de graves complicações políticas e
humanitárias ocorridas no país vizinho. Em razão desse fluxo, ocorreu um aumento
exponencial da população em situação de rua, os serviços públicos básicos tiveram a sua
capacidade operacional saturada e verificou-se um grande aumento nos índices de
criminalidade. Para evitar o agravamento desse quadro, a Câmara Municipal aprovou e o
Prefeito Municipal sancionou a Lei nº 123/2018, que vedou o ingresso de novos
imigrantes, no território do Município, pelo período de 12 (doze) meses, e fixou o limite
máximo para a população flutuante, de modo que o referido ingresso seria obstado
sempre que alcançado esse limite. Além disso, foi previsto que a contratação de
imigrantes estaria condicionada à prévia aprovação da Secretaria Municipal do Trabalho,
que avaliaria a proporção entre o quantitativo de trabalhadores nacionais e estrangeiros,
podendo autorizá-la, ou não. Ao tomar conhecimento da entrada em vigor da Lei nº
123/2018, o Partido Político Beta, que somente conta com representantes na Câmara dos
Deputados, entendeu que ela seria dissonante de comandos estruturais da Constituição
da República Federativa do Brasil, submetendo os imigrantes a uma situação vexatória.
Não bastasse isso, a aplicação da Lei nº 123/2018, ao conferir prioridade para os nacionais
nas relações de trabalho, acirrou os ânimos no Município Alfa, que passou a ser palco de
conflitos diários. À luz desse quadro, o Partido Político Beta contratou os seus serviços
como advogado, para que ingressasse com a medida judicial cabível, perante o Tribunal
Superior competente, de modo a obstar a aplicação da Lei nº 123/2018 do Município Alfa.
É competência da União legislar sobre as suas fronteiras, por isso não pertence ao
município determinar leis sobre a fronteira.

Yvina Raiany de Lima Alves


Preconceito e discriminação por origem é vedado pela Constituição, assim, é
inconstitucional a lei municipal que dá preferência aos trabalhadores nacionais. Os
estrangeiros e brasileiros residentes no país possuem os mesmos direitos e garantias
estabelecidas pela Constituição.
A lei municipal poderá sofrer controle de Ação de Descumprimento de Preceito
Fundamental.

2 - Diversos trabalhadores e associações de classe, com representatividade de âmbito


nacional, ajuizaram ações individuais e coletivas em face da União, com o objetivo de
desonerar trabalhadores e associados do pagamento de determinada contribuição social.
Nas ações, argumentava-se com a não recepção da Lei Federal nº 123/1987 pela
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, pois a União não teria
competência para cobrar essa contribuição social. Com base nesse argumento, foram
deferidos provimentos cautelares e antecipações de tutela, os quais foram mantidos
pelos tribunais ordinários competentes. Em consequência, foi grande o impacto
econômico e social decorrente da perda de arrecadação, isso apesar de existirem
diversas outras decisões em sentido contrário.
A) Qual é a medida judicial passível de ser utilizada pelo Presidente da República para
que o Supremo Tribunal Federal analise, de imediato, antes do exaurimento das
instâncias ordinárias, se a Lei Federal nº 123/87 foi, ou não, recepcionada? Justifique.
R = A lei é do ano de 1987, portanto, anterior à atual ordem constitucional vigente.
Assim, cabe controle de constitucionalidade por ADPF. O presidente da república é
legitimado para entrar com ADPF.
B) Em momento anterior ao julgamento de mérito da medida judicial ajuizada perante o
Supremo Tribunal Federal, é possível que ela produza algum efeito sobre as relações
processuais em curso? Justifique.
R = Sim, poderá ser aplicada medida cautelar para a suspensão dos processos que
estão sendo julgados e cuja matéria é objeto da ADPF.

Aula
INTERVENTIVA E CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE

Yvina Raiany de Lima Alves


AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA
● Conhecida como Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva ou como
Interventiva Federal.
● Surgimento: Constituição de 1988
● Concepção: CF 1988 – art. 36, III | Lei 12.562/11.
○ Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: III - de provimento, pelo
Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da
República, na hipótese do art. 34, VII (Princípios Constitucionais Sensíveis), e
no caso de recusa à execução de lei federal (Artigo 36, VI - prover a execução
de lei federal, ordem ou decisão judicial).
○ Art. 34 . A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para: VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços
públicos de saúde
○ Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o processo e julgamento da representação
interventiva prevista no inciso III do art. 36 da Constituição Federal (ARTIGO
34, VI E VII).

● Possui um único legitimado.


● É um ato de violência, pois trata-se de uma intervenção de um poder maior e
originário para um poder abaixo dele (ato vertical).
● É um ato de ruptura, irá exigir uma conduta de um Estado diante da União ou do
Município diante do Estado.
● Conceito: Busca garantir que os Estados-membros cumpram as suas funções e os
princípios constitucionais sensíveis, pois representam a estrutura racional da
existência do estado (artigo 34, VI e VII).

Yvina Raiany de Lima Alves


● O Procurador Geral da República irá propor ao STF que seja analisado o que está
acontecendo em um determinado Estado e resolva a situação. Caso não seja possível
apenas a suspensão da violação, será cabível a intervenção.

CABIMENTO: PARÂMETRO + OBJETO.


● Parâmetro: Constituição Federal de 1988.
○ A conduta do Estado que agredir o inciso VI (recusa a execução de lei federal)
e VII do artigo 34.
● Objeto: Ato normativo ou ato administrativo ou ato concreto ou omissão
questionada (artigo 3°, II).

LEGITIMADOS:
● O único legitimado para entrar com a Intervenção Federal é o Procurador Geral da
República.
○ Art. 2º A representação será proposta pelo Procurador-Geral da República, em
caso de violação aos princípios referidos no inciso VII do art. 34 da
Constituição Federal, ou de recusa, por parte de Estado-Membro, à execução
de lei federal.
○ A Intervenção será feita pelo Presidente da República, dentro do prazo de 15
dias. Caso não a faça, irá responder.

● Art. 11. Julgada a ação, far-se-á a comunicação às autoridades ou aos órgãos


responsáveis pela prática dos atos questionados, e, se a decisão final for pela
procedência do pedido formulado na representação interventiva, o Presidente do
Supremo Tribunal Federal, publicado o acórdão, levá-lo-á ao conhecimento do
Presidente da República para, no prazo improrrogável de até 15 (quinze) dias, dar
cumprimento aos §§ 1º e 3º do art. 36 da Constituição Federal.

PROCEDIMENTO:
● Petição Inicial – Art. 3º A petição inicial deverá conter:
■ I - a indicação do princípio constitucional que se considera violado ou, se for
o caso de recusa à aplicação de lei federal, das disposições questionadas;

Yvina Raiany de Lima Alves


■ II - a indicação do ato normativo, do ato administrativo, do ato concreto ou
da omissão questionados;
■ III - a prova da violação do princípio constitucional ou da recusa de execução
de lei federal;
■ IV - o pedido, com suas especificações.
■ Parágrafo único. A petição inicial será apresentada em 2 (duas) vias, devendo
conter, se for o caso, cópia do ato questionado e dos documentos necessários
para comprovar a impugnação.

● Intervenção de Terceiros – CPC 138.


● Desistência – não caberá.
● Causa de pedir aberta - porém, o pedido será revisto.

● A Decisão poderá ser declarada inepta e caberá agravo.


■ Art. 4º A petição inicial será indeferida liminarmente pelo relator, quando não
for o caso de representação interventiva, faltar algum dos requisitos
estabelecidos nesta Lei ou for inepta.
■ Parágrafo único. Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá agravo,
no prazo de 5 (cinco) dias

● Informações:
○ Art. 6º Apreciado o pedido de liminar ou, logo após recebida a petição inicial,
se não houver pedido de liminar, o relator solicitará as informações às
autoridades responsáveis pela prática do ato questionado, que as prestarão
em até 10 (dez) dias.
○ § 1º Decorrido o prazo para prestação das informações, serão ouvidos,
sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da
República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de 10 (dez) dias.
○ § 2º Recebida a inicial, o relator deverá tentar dirimir o conflito que dá causa
ao pedido, utilizando-se dos meios que julgar necessários, na forma do
regimento interno.
○ Art. 7º Se entender necessário, poderá o relator requisitar informações
adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que elabore laudo
Yvina Raiany de Lima Alves
sobre a questão ou, ainda, fixar data para declarações, em audiência pública,
de pessoas com experiência e autoridade na matéria.
○ Parágrafo único. Poderão ser autorizadas, a critério do relator, a manifestação
e a juntada de documentos por parte de interessados no processo.

● PGR- Custus Constitucionais – Art. 5º Lei 12.562/11.


○ § 1º O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato
questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da
República, no prazo comum de 5 (cinco) dias.
○ Ele não precisaria ser ouvido novamente, já que foi ele que adentrou com o
pedido de intervenção.

● AGU – Defensor Legis – Art. 5º Lei 12.562/11.


○ § 1º O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato
questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da
República, no prazo comum de 5 (cinco) dias.

● Decisão:
○ 2/3 ministros presentes - Art. 9º A decisão sobre a representação interventiva
somente será tomada se presentes na sessão pelo menos 8 (oito) Ministros.
○ Maioria Absoluta - Art. 10. Realizado o julgamento, proclamar-se-á a
procedência ou improcedência do pedido formulado na representação
interventiva se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos 6
(seis) Ministros.

● Efeitos não vinculantes, não erga omnes e nem ex tunc.


○ A decisão tem caráter declaratório, pois é uma ação mais potente (artigo 11).
○ Art. 12. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido da
representação interventiva é irrecorrível, sendo insuscetível de impugnação
por ação rescisória.

● Artigo 36, CF: suspensão do ato ou a intervenção.

Yvina Raiany de Lima Alves


○ § 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as
condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será
submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa
do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
○ § 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação
pelo Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto
limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar
ao restabelecimento da normalidade.

● Medida Cautelar: Lei 12.562/11 - Art. 5º O Supremo Tribunal Federal, por decisão da
maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na
representação interventiva.
○ Prazos: § 1º O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo
ato questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o
Procurador-Geral da República, no prazo comum de 5 (cinco) dias.
○ Efeitos: § 2º A liminar poderá consistir na determinação de que se suspenda o
andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais ou administrativas
ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da
representação interventiva.
○ A medida cautelar em sentido macro busca minorar danos e em sentido micro
busca a suspensão do andamento processual ou dos efeitos de decisões
judiciais, administrativas ou de qualquer outra medida que trate da matéria
objeto da intervenção.

CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE
● Direito para além dos Estados nações.
● Há uma necessidade de entender os direitos humanos através de um debate
internacional.
● Direitos Fundamentais: rol dos direitos humanos que foram internalizados no
ordenamento jurídico.
● O Controle de Convencionalidade vai comparar a legislação infraconstitucional com
os tratados internacionais recepcionados nos termos do art. 5, § 3° da CF.

Yvina Raiany de Lima Alves


● Segundo o §3 do art 5 da CF, os tratados internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados por 3/5 dos votos das duas casas do Congresso, em dois turnos,
terão status de Emenda Constitucional. Os tratados internacionais citados no § 2,
mas não recepcionados na forma do §3, tem status supralegal, mas não de emenda
constitucional. Ou seja, os tratados do §2 são materialmente constitucionais,
enquanto os do §3 são material e formalmente constitucionais. Os tratados do §2
também podem ser usados como parâmetro de controle das normas
infraconstitucionais, mas é o controle de legalidade, não convencionalidade ou
constitucionalidade.
● Primeiramente, o autor diferencia a vigência de uma lei com a validade de uma lei.
Para ele, uma lei vigente é uma lei aprovada pelo poder legislativo de acordo com as
regras do processo legislativo definidas pela Constituição. Mas essa lei só será válida
se o seu conteúdo estiver de acordo com a Constituição e com os Tratados
Internacionais, seja os do §2 ou os do §3. Ele critica Kelsen, que defendia que uma lei
vigente ainda seria válida mesmo se fosse contra um tratado internacional. O autor
então lista 4 situações que podem acontecer:
○ Se uma lei é anterior à Constituição e for contrária a ela, simplesmente não é
recepcionada, sendo então materialmente inválida.
○ Se a lei é posterior à Constituição e lhe for contrária, será inconstitucional.
○ Se a lei anterior conflita com um tratado (seja do §2 ou do §3), ela é revogada.
○ Se a lei é posterior ao tratado, apesar de ser materialmente válida, ou seja, está
em vigor, ela é inválida.
● Posteriormente, ele fala sobre o controle de constitucionalidade, e diz que existem 3
vertentes de direitos e garantias fundamentais que podem ser usados como
parâmetro de controle de constitucionalidade. Respectivamente, as vertentes são: os
direitos e garantias expressos na CF, os direitos e garantias fundamentais que
decorrem do regime adotado pela CF e dos seus princípios fundamentais, e os
direitos e garantias presentes nos tratados internacionais em que o Brasil faz parte.
● Ou seja, em caso de conflito entre normas, com base no pro homine, deve ser
escolhida a norma que melhor garanta a dignidade da pessoa humana e que melhor
proteja os direitos humanos.
● Ele fala da dupla compatibilidade vertical material, ou seja, a compatibilidade tanto
com a constituição em si, quanto com os tratados internacionais.
Yvina Raiany de Lima Alves
● Para ele, a única diferença entre entre os tratados recepcionados nos moldes do §3 e
os tratados comuns, é que os primeiros, por terem status de norma constitucional,
podem ser usados como parâmetro para controle concentrado (nesse caso de
convencionalidade, não constitucionalidade), por meio de ADI, ADC, ADPF, etc. Já os
comuns servirão como parâmetro apenas para o controle difuso, que nesse caso,
será de legalidade. Ou seja, os juízes e tribunais não devem aplicar uma norma
infraconstitucional que afronte um tratado, mesmo que um tratado comum. Lembrar
do exemplo do código tributário, que expressamente prevê a supremacia dos
tratados internacionais.
● Djamiro diz que o STF discorda em parte de Mazzuoli, pois o STF dá aos Tratados
sobre direitos humanos que não foram recepcionados na forma do art. 5 §3 tem
caráter supralegal, enquanto Mazzuoli dá a eles caráter materialmente
constitucional. E, o STF diz que os tratados comuns têm status de lei, enquanto
mazzuoli os dá status de norma supralegal.
● Diferença entre Direitos Humanos e Direitos Fundamentais: Direitos humanos são
aqueles elementares à condição de ser humano, e, quando são positivados, são
chamados de Direitos Fundamentais.
● Caso Almonacid Arellano y otros vs Chile: Foi o caso que definiu, na jurisprudência
internacional, que todo tratado internacional de direitos humanos, uma vez
recepcionado pelo Estado, é norma constitucional. Esse caso foi julgado pela Corte
Interamericana de Direitos Humanos.
● Convenção de Viena: É basicamente um tratado internacional para definir as regras
dos tratados internacionais. O artigo 27 da convenção de Viena diz que uma parte
não pode invocar uma regra do seu direito interno para justificar o inadimplemento
de um tratado.
● Artigo 46, Convenção de Viena: o Estado não pode invocar um fato de seu
consentimento em obrigar-se a um tratado internacional foi expresso em violação de
uma violação de uma regra do seu direito interno sobre competência para concluir
tratados,a não ser que essa violação fosse manifesta e dissesse respeito a uma norma
de seu direito interno de importância fundamental. ma violação é manifesta se for
objetivamente evidente para qualquer Estado que proceda, na matéria, de
conformidade com a prática normal e de boa fé.

Yvina Raiany de Lima Alves


○ O Estado não pode se eximir de cumprir o que determina o tratado e só
poderá levantar essa questão se ficar comprovado que trata-se de uma norma
de importância fundamental (Constituição).
○ Constituição > Convenção Internacional.
○ Além de tratar-se de um afronte a norma constitucional do país, é importante
que outros Estados assim o façam. Os outros países deverão levantar o
questionamento de que afetará a sua ordem constitucional.
● Casos que Djamiro trouxe da Corte Interamericano de direitos humanos:
○ Bairros Altos vs Perú: A corte disse que investigações de um crime de
extermínio deveriam ser individuais, não coletivas.
○ Almonacid Arellano vs Chile: Esse cara foi morto pela ditadura chilena, e a
corte disse que o Estado tinha que ser responsabilizado.
○ Ximenes Lopes vs Brasil - luta antimanicomial.
● As matérias dos direitos humanos, principalmente a dignidade da pessoa humana,
deverão ser os norteadores da percepção de qualquer Constituição e de qualquer
Estado nação.
● Processos que são tratados pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, pois
não recebem o devido tratamento no seu país.
● Controle de Convencionalidade Construtivo: busca harmonizar o que é
estabelecido no direito interno de um país com o que é convencionado nos
tratados internacionais (normas internacionais).
● Controle de Convencionalidade Destrutivo: na impossibilidade de harmonização, a
norma interna será destruída/revogada/substituída por um entendimento que
não afronte as normas internacionais.
● A relação deverá ser estabelecida dentro da harmonia, mas, não sendo possível, será
aplicado o controle destrutivo.
● Análise vertical-material: é extremamente importante que durante a recepção de
um tratado internacional, é preciso analisar se esse tratado não irá afrontar a
Constituição Federal e os Tratados Internacionais que versem sobre direitos
humanos (vertical) e que a sua matéria não seja uma oposição às legislações já
existentes sobre o tema.

Yvina Raiany de Lima Alves


Mazzuoli STF

TTIIDDHH (COM TTIIDDHH (COM


regramento do artigo 5º , §3º ) regramento do artigo 5º , §3º )
Controle de Convencionalidade Controle de Constitucionalidade
CONTROLE ABSTRATO E DIFUSO CONTROLE ABSTRATO E DIFUSO

TTIIDDHH (SEM regramento do artigo TTIIDDHH (SEM regramento do artigo


5º , §3º ) 5º , §3º )
É material, mas não é formal Controle de Supralegalidade
Controle de Convencionalidade
CONTROLE DIFUSO

Tratados Internacionais Tratados Internacionais


Controle de Supralegalidade Equipara-se a lei complementar e a lei
Caráter superior ordinária
Controle de Legalidade

● Na visão de Mazzuoli, qualquer tratado que verse sobre direitos humanos possui
uma condição superior no ordenamento jurídico de um Estado signatário da
Convenção de Direitos Humanos. Na sua visão, os tratados internacionais de Direitos
Humanos são materialmente constitucionais, mas quando forem recepcionados pelo
que está disposto no parágrafo 3°, do artigo 5°, além de materialmente
constitucionais também serão formalmente constitucionais, pois cumprem o que
está disponível no artigo 5°.
● Os tratados internacionais que versem sobre direitos humanos e que forem
recepcionados e que sirvam de parâmetro para controle de constitucionalidade
trata-se de ações de controle de convencionalidade, ao invés de constitucionalidade.
Assim, tratados internacionais que versem sobre direitos humanos recepcionados
são materialmente e formalmente constitucional, portanto, podem ser alvo de
controle concreto de constitucionalidade (CONTROLE DE CONVENCIONALIDADE).
● Porém, os tratados internacionais que não forem recepcionados são materialmente
constitucionais, pois versam sobre direitos humanos, mas não são formalmente
constitucionais, também poderão sofrer controle de convencionalidade, PORÉM,
APENAS CABENDO CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE.
● O STF entende: Os tratados internacionais que versem sobre direitos humanos e que
forem recepcionados são material e formalmente constitucionais, possuem o mesmo

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status de constituição (Controle de Constitucionalidade). Porém, os tratados
internacionais que versem sobre direitos humanos, mas que não forem
recepcionados, não são constitucionais (Controle de Supralegalidade).
● ADPF 347 - Medida Cautelar - o juiz fundamentou com base em tratados
internacionais. Controle de Convencionalidade.

Aula
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE - CEARÁ
● Glossário:
○ 1. Princípio da Simetria (Artigo 25 -Os Estados organizam-se e regem-se
pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta
Constituição).
○ 2. Procurador Geral do Estado vs. Procurador Geral de Justiça.
■ PGR - É o chefe do Ministério Público em âmbito federal.
■ PGE - É o nome que se dá ao cargo comissionado de chefia de um
aparato racional do Estado que tem como função representar os
interesses do Estado, uma procuradoria.
■ PGJ - É o chefe do Ministério Público no âmbito estadual.
○ 3. Norma Constitucional de Reprodução Obrigatória.
■ Princípio da Simetria.
■ Haverão dispositivos das Constituições Estaduais que serão uma
repetição da Constituição Federal, sendo uma concretização da simetria
constitucional.
■ O Estado não pode por criatividade alterar de forma mínima o
dispositivo.
■ Quando se pega um dispositivo da CF e o reproduz , mantendo o
mesmo sentido. Claro que troca algumas coisas, como União por
Estado, Câmara e Senado por Assembleia Legislativa, etc.
■ As normas estaduais irão tratar de temas estabelecidos no artigo 34, VII,
artigo 36 e cláusulas pétreas.
○ 4. Norma de Imitação (Facultativa).

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■ O Estado poderia colocar outra norma, mas optou pela imitação de
outra.
■ A constituição estadual não precisava usar a mesma norma da CF, mas
achou mais conveniente dessa forma.
○ 5. Regramento Emprestado.
■ Utiliza-se os entendimentos das ações em âmbito federal no âmbito
estadual, para discutir as leis estaduais em sede de controle estadual.

● CF Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios


estabelecidos nesta Constituição.
○ § 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de
inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais
em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para
agir a um único órgão.
○ Trata-se de representação da inconstitucionalidade de leis ou atos normativos
estaduais ou municipais, em face da Carta Estadual.
○ Mas nem todos os estados adotaram uma carta que regre o controle de
constitucionalidade estadual.

● ADCT - Artigo 11 - Parágrafo único. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à


Câmara Municipal, no prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica respectiva, em
dois turnos de discussão e votação, respeitado o disposto na Constituição Federal e
na Constituição Estadual.

● CECE Art. 127. São partes legítimas para propor a ação direta de
inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo estadual, contestado em face
desta Constituição, ou por omissão de medida necessária para tornar efetiva
norma ou princípio desta Constituição:
○ I - o Governador do Estado;
○ II – a Mesa da Assembleia Legislativa;
○ III – o Procurador-Geral da Justiça;
○ IV – o Defensor-Geral da Defensoria Pública;

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○ V – o Prefeito, a Mesa da Câmara ou entidade de classe e organização sindical,
se se tratar de lei ou de ato normativo do respectivo Município;
○ VI – os partidos políticos com representação na Assembleia Legislativa, ou,
tratando-se de norma municipal, na respectiva Câmara;
○ VII – o Conselho Estadual da Ordem dos Advogados do Brasil; e
○ VIII – organização sindical ou entidade de classe de âmbito estadual ou
intermunicipal.
○ Os legitimados são similares aos legitimados do artigo 103.
○ A defensoria é um legitimado.

● CECE - Artigo 127 - §1º Quando o Tribunal de Justiça apreciar a


inconstitucionalidade, em tese, de lei ou ato normativo, citará previamente o
Procurador-Geral do Estado, que se pronunciará sobre a lei ou ato impugnado.
○ O PGE será o defensor legis.

● CECE §2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida necessária para


tornar efetiva norma ou princípio constitucional, será dada ciência da decisão ao
Poder competente para a adoção de providências necessárias e, em se tratando de
órgão administrativo, para fazê-lo no prazo de trinta dias.
○ Primeira parte - similar a ADO - será notificado ao poder competente para
que tome as devidas providências.
○ O órgão administrativo terá que fazê-lo dentro de 30 dias.
○ Efeito Vinculante.

● CECE §3º Declarada em ação direta ou, incidentalmente, em última instância, a


inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, a decisão será comunicada pelo
Tribunal à Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal para a suspensão da
execução, no todo ou em parte, da norma impugnada.
○ Reproduz o artigo 52, CF.
○ Mutação constitucional.

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● CECE, §4º Os legitimados referidos nos incisos I, II, III, IV, VI (parte inicial), VII e VIII
poderão propor ação declaratória de constitucionalidade, de lei ou ato normativo
estadual em face desta Constituição.
○ A ADC só poderá ser proposta pelos legitimados no âmbito estadual, não
cabendo aos legitimados no âmbito municipal.
○ Legitimidados no âmbito estadual: V – o Prefeito, a Mesa da Câmara ou
entidade de classe e organização sindical, se se tratar de lei ou de ato
normativo do respectivo Município; VI - ou, tratando-se de norma municipal,
na respectiva Câmara (segunda parte).

● CECE Art. 128. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros, os
Tribunais poderão declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual
ou municipal, incidentalmente ou em ação direta.
○ Similar ao Artigo 93, CF.
○ Full Bench. Reserva do Plenário.

● CECE - Artigo 128 - Parágrafo único. As decisões definitivas de mérito, proferidas


pelo Tribunal de Justiça, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações
declaratórias de constitucionalidade desta Constituição, produzirão eficácia
CONTRA TODOS e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder
Judiciário estadual e aos órgãos e entidades da administração pública direta e
indireta, nas esferas estadual e municipal.
○ Eficácia das Decisões (Controle Concentrado):
■ Erga Omnes.
■ Efeito Vinculante aos demais órgãos do Poder Judiciário estadual e aos
órgãos e entidades da administração pública direta e indireta, nas
esferas estadual e municipal.

● EM REGRA, em face de ato normativo estadual contra a constituição estadual fazer o


controle de constitucionalidade pelas 4 ações (ADI, ADC, ADO, ADPF).
● Caso se tenha uma ação de controle de constitucionalidade de lei estadual que
afronte a Constituição Estadual, sendo que essa lei NÃO seja similar a algum

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dispositivo normativo da Constituição Federal, o controle será resolvido pelo
Tribunal de Justiça.
● Contudo, sendo uma ação de controle de constitucionalidade de lei estadual que
afronte a Constituição Estadual, porém, sendo uma norma que constitua uma
reprodução obrigatória ou não de uma norma da Constituição Federal, o controle da
ação será abstrato e deverá julgado pelo STF, pois trata-se de confronto com um
dispositivo da Constituição Federal que foi reproduzido. A norma estadual estaria
ferindo a Constituição Federal, pois é uma norma estadual reproduzida da própria
Constituição.
● OU SEJA,
○ Não tendo nenhuma similaridade com a Constituição Federal, o controle de
constitucionalidade estadual será feito pelo Estado.
○ Caso tenha similaridade com a Constituição Federal, sendo ela obrigatória ou
não, o controle de constitucionalidade será feito pelo STF.
● STF Rcl 3.436 MC/DF rel. Min. Celso de Mello - Não cabe controle estadual tendo
como parâmetro a Constituição Federal. Os Tribunais de Justiça dos Estados não
podem defender a Constituição Federal, pois esta cabe precipuamente ao STF.
● Caberá recurso extraordinário se norma obrigatória da Constituição estadual
contrariar o sentido e o alcance da Constituição Federal.
● Não cabe recurso extraordinário para decisões de controle concentrado abstrato em
sede de Constituição Estadual quando se tratar de normas de imitação (facultativas).
● Cabe recurso extraordinário para decisões de controle concentrado abstrato em
sede de Constituição Estadual quando se tratar de normas de reprodução
obrigatória.
● Cabe incidente de arguição de inconstitucionalidade em ação no TJ.

● Raul Machado Horta:


○ Controle de Constitucionalidade Abstrato-Estadual - Controle de
Constitucionalidade Estadual pelo Tribunal de Justiça.
■ Cabe controle difuso e controle concentrado.
○ Norma de Imitação (Facultativa) - Controle de Constitucionalidade Estadual
pelo Tribunal de Justiça e pelo STF.
■ Cabe controle difuso e controle concentrado.
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■ Apesar de ser facultativo, se o dispositivo normativo estadual ferir a
norma constitucional o controle de constitucionalidade será tratado
pelo STF.
○ Norma Constitucional de Reprodução Obrigatória - Controle de
Constitucionalidade Estadual pelo Tribunal de Justiça e pelo STF.
■ Cabe controle difuso e controle concentrado.
■ Cabe Recurso Extraordinário para harmonização, ou seja, cabe ao STF a
última palavra em relação às normas que são da Constituição Estadual,
mas que, por serem normas de reprodução obrigatória, acabam ferindo
a Constituição Federal.

● O Controle Difuso será realizado por toda e qualquer estrutura racional do Judiciário
que poderá fazer a interpretação acerca do incidente levantando. Assim, o controle
difuso e concreto poderá ser feito por qualquer órgão cearense, tendo como
parâmetro lei orgânica municipal, a Constituição Estadual e a Constituição Federal.
● Já o modelo de constitucionalidade abstrato e concentrado será feito no Tribunal de
Justiça do Estado.
○ Caso se tenha uma ação de controle de constitucionalidade de lei estadual que
afronte a Constituição Estadual, sendo que essa lei NÃO seja similar a algum
dispositivo normativo da Constituição Federal, o controle será resolvido pelo
Tribunal de Justiça. LEI INÉDITA.
○ Contudo, sendo uma ação de controle de constitucionalidade de lei estadual
que afronte a Constituição Estadual, porém, sendo uma norma que constitua
uma reprodução obrigatória ou não de uma norma da Constituição Federal, o
controle da ação será abstrato e deverá julgado pelo STF, pois trata-se de
confronto com um dispositivo da Constituição Federal que foi reproduzido. A
norma estadual estaria ferindo a Constituição Federal, pois é uma norma
estadual reproduzida da própria Constituição (artigo 25).

● Os parágrafos do artigo vão definindo as regras de procedimento:


○ 1. Quando o TJ for apreciar a alegação de inconstitucionalidade, ele deve
chamar o Procurador-Geral do Estado para se pronunciar.

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○ 2. Se for declarada a inconstitucionalidade por omissão, será dada ciência ao
poder competente para que o mesmo adote as medidas pertinentes. Se o
responsável pela omissão for órgão administrativo, terá o prazo de 30 dias
para fazê-lo.
○ 3. Declarada a inconstitucionalidade da norma pela via direta ou pela última
instância da via incidental, o TJ irá comunicar a decisão à Assembléia
Legislativa ou Câmara Municipal competente, para que seja suspensa a
execução, em toda ou em parte, da norma impugnada. Se parece muito com o
52, X da CF. Porém, com a mutação constitucional, o 52, X não é mais aplicado,
já que o STF garante alcance erga omnes a suas decisões sem precisar passar
pelo Senado. Surge então o debate sobre se esse parágrafo da CE seria ou não
aplicado. O TJ está dividido, mas Djamiro entende que deve-se oficiar o órgão
competente, mas o efeito da norma já está suspenso.
○ 4. Os legitimados do caput, com exceção de partidos políticos com
representação na Câmara Municipal, poderão ingressar com ação declaratória
de constitucionalidade.

● O artigo 128 preceitua que a decisão procedente das ações precisa da maioria
absoluta dos membros do TJ (Reserva de Plenário). E o parágrafo único prevê que as
decisões do TJ terão efeito vinculante em relação aos órgãos do judiciário estadual e
aos órgãos da administração direta e indireta estadual e municipal.
● O inciso IV do artigo 130 da CE diz que uma das funções do MP é ingressar com Ação
declaratória de inconstitucionalidade, sendo que o nome deveria ser Ação Direta de
Inconstitucionalidade.

QUESTÕES:
1 - O desembargador Francisco de Assis Filgueira Mendes, do Tribunal de Justiça do Ceará
(TJCE), declarou extinta, sem resolução de mérito (não analisou o pedido principal), a Ação
Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida pelo Partido Social Liberal (PSL) contra a lei
estadual nº 16.820/2019, que proibiu pulverização aérea de agrotóxicos na agricultura
cearense. A decisão monocrática (individual) do magistrado foi proferida nesta quinta-feira
(23/01). Na ADI (nº 0629712-80.2019.8.06.0000), o Partido alegou que a norma violou
regras da União ao tratar de tema que seria de competência federal. Também sustentou
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violação dos artigos sobre liberdade econômica, livre iniciativa e atividade agrária,
presentes na Constituição do Brasil. A ação tem como partes contrárias à Assembleia
Legislativa e o governador do Ceará. O Poder Legislativo estadual, ao prestar informações,
destacou que o caso deve ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), porque o
assunto envolve a Constituição brasileira.
A referida lei violaria a Constituição Federal. Não cabe controle de
constitucionalidade estadual quando se tem como parâmetro a Constituição Federal.
2 - De acordo com a CF, tem legitimidade ativa para propor originariamente ação direta
de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade o:
A - Conselho Nacional do Ministério Público.
B - Defensor Público Geral da União.
C - Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
D - Advogado Geral da União.
E - Conselho Nacional de Justiça.
⇒ Se fosse no caso de Controle de Constitucionalidade Estadual: B - Defensor Público
Geral da União e C - Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

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