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Porto Alegre
2010
1
Resumo
Cada vez mais a preocupação com a saúde do trabalhador vem ganhando uma
proporção maior. A estratégia usada por muitos tem sido a ginástica laboral, porém
não é possível iniciar um programa de reeducação postural e prevenção de doenças
osteomusculares sem ter o conhecimento do público com o qual vai se trabalhar. O
presente estudo traz os dados de uma amostra de vinte mulheres atendentes de
berçário de escolas de educação infantil de Porto Alegre. É mostrada a incidência e
intensidade de dor destes indivíduos e a relação dessa intensidade de dor com a
idade das mesmas. Para tal, foi utilizado um questionário de fácil entendimento
(proposto por MENDES E LEITE, 2004) que permite ao avaliado marcar os pontos
de dor em uma figura que representa seu corpo, dividida em 44 segmentos e o nível
de cada ponto de dor em uma escala de 0 a 10. A pesquisa mostrou que a maior
incidência de dor ocorreu na região lombar, acometendo 70% da amostra. Em
seguida, ombro posterior direito, com 35% da amostra. No que diz respeito à
intensidade da dor, a maior média apresentada aparece na região torácica, com uma
intensidade média de 7,6, seguida da região lombar e ombro posterior direito, com
uma intensidade de dor média de 6,7. Concluímos com o presente estudo que as
atendentes de berçário sentem dores em diferentes intensidades e regiões do corpo.
Como forma de propiciar momentos de descontração e alívio tanto físico quanto
emocional, sugerimos a atividade física laboral.
Resumen
Cada vez más la preocupación con la salud del trabajador viene ganando una
proporción mayor. La estrategia usada por muchos ha sido la gimnasia laboral, pero
no es posible iniciar un programa de reeducación postural y prevención de
enfermedades osteomusculares (enfermedades laborales) sin tener el conocimiento
del público con el cual se va a trabajar. El presente estudio trae los datos de una
amuestra de veinte mujeres que atienden a las salas de cunas de escuelas de
educación infantil de Porto Alegre. Es mostrada la incidencia e intensidad de dolor
de estos individuos y la relación de esa intensidad de dolor con la edad de las
mismas. Para eso, fue utilizado un cuestionario de fácil entendimiento (propuesto por
MENDES E LEITE, 2004) que permite al evaluado marcar los puntos de dolor en
una figura que representa su cuerpo, dividida en 44 segmentos y el nivel de cada
punto de dolor en una escala de 0 a 10. La pesquisa mostró que la mayor incidencia
de dolor ocurrió en región lumbar, acometiendo 70% de la amuestra. En seguida,
hombro posterior del lado derecho con 35% de la amuestra. En lo que dice respeto
a la intensidad del dolor, la mayor media presentada aparece en la región torácica,
con una intensidad media de 7,6, seguida de la región lumbar y hombro posterior del
lado derecho, con una intensidad de dolor media de 6,7. Concluimos con el presente
estudio que las personas que atienden a la sala de cunas sienten dolores en
diferentes intensidades y regiones del cuerpo. Como forma de propiciar momentos
de relajación y alivio tanto físico cuanto emocional, sugerimos la actividad física
laboral.
Introdução
Referencial Teórico
Doenças Osteomusculares
Motivação do Trabalhador
indivíduo não é o que está dentro da empresa, e sim os fatos que acontecem fora
dela.
Metodologia
Para a realização deste estudo foi feita uma pesquisa de cunho qualitativo-
descritivo, visto que se arrecadaram dados em forma de valores e os resultados
foram descritos sem que fossem usadas fórmulas estatísticas. A análise dos
resultados foi feita de forma a descrever situações e tentar explicar o produto final
sem que fosse necessário utilizar-se de outros valores, apenas os apresentados.
A população componente do trabalho é formada por atendentes de berçário
de seis (06) escolas de educação infantil de Porto Alegre. Fazem parte da amostra
vinte (20) mulheres que atendem crianças de zero a dois anos e meio nestes locais.
Para a coleta de dados foi utilizado um questionário de topografia e
intensidade de dor (ANEXO 1), já utilizado por Mendes e Leite (2004), que permitiu
aos indivíduos marcar exatamente o local da sua dor e a intensidade de cada uma
delas. Além disso, traz informações referentes ao participante, importantes para o
perfeito entendimento e análise dos resultados.
dominante livre, a provável explicação para os altos índices de dor no ombro direito
é que este sofre uma excessiva compensação nas outras atividades. Ou seja, além
de ser dominante, o membro direito será sempre mais requisitado pelo fato do
membro esquerdo estar sempre fadigado por conta de carregar as crianças.
Podemos expandir o campo de movimento para as atividades de vida diárias, que
exigirão sempre uma carga maior do lado direito pelo fato do lado esquerdo não ser
dominante e estar debilitado.
Em um estudo realizado em uma escola pública de ensino infantil e
fundamental da cidade de Birigui, São Paulo, Rossi (2003) avaliou as queixas de dor
decorrentes das atividades laborativas desenvolvidas em ambiente escolar.
Participaram do estudo 13 professores do sexo feminino, com média de idade de
41,15 anos (desvio padrão = 10,05 anos). A região dolorosa mais referida foi a
região cervical (84,6%) e ombros (69,2%) e a maior referência de desconforto para
região lombar (38,46%), pernas (38,76%) e punho/mãos (38,46%).
Em outro estudo, Barbosa et al. (2006) investigaram a prevalência de dor
osteomuscular na equipe de enfermagem do Hospital da Polícia Militar de Minas
Gerais e sua associação com características relacionadas ao trabalho. A amostra foi
composta por 167 auxiliares e técnicos de enfermagem com relatos de dor em
alguma região do corpo, sendo destes 65% mulheres. A região mais afetada foi a
coluna lombar, com 70% da amostra, e devido ao quadro foi a justificativa mais
freqüente para o trabalho. Os resultados demonstram que os procedimentos
relacionados com a movimentação e transporte de pacientes são considerados os
principais causadores de dor na região lombar, indicando que as atividades de
cuidado direto aos pacientes podem ser fatores de risco para a equipe de
enfermagem.
Percebemos com estes estudos que a região lombar é sempre citada,
algumas vezes em maior número, outras em menos, dependendo das atividades
realizadas. Entretanto, a precaução e o cuidado na hora de realizar os movimentos
são sempre necessários, independente da profissão exercida.
Existe a fama de que quanto mais velho, mais dor o indivíduo tem. Podemos
observar estas características na TABELA 2.
Considerações Finais
berçário. Sendo assim, fica evidente a real necessidade de alguma mudança na vida
destes indivíduos. O ideal seria eliminar por completo todas estas dores existentes.
Para as crianças desta idade as atendentes são só delas, ou seja, não têm
vida pessoal. Isso acarreta em uma obrigação de estar sempre bem para conseguir
atender de forma satisfatória estas crianças. Essa obrigação gera uma tensão muito
grande e precisa ser descarregada de alguma forma. Por isso as atividades físicas
laborais são tão importantes, pois servem como auxílio para a descarga dessas
tensões através da expressão corporal (LIMA, 2007). Desta forma, estas atividades
vão gerar um momento de alívio, tanto físico quanto psíquico e, assim, propiciar ao
indivíduo um limiar maior para a dor, gerando um aumento na auto-estima,
transmitindo maior motivação para o trabalho, resultando então em um trabalhador
muito dedicado nas tarefas diárias.
Suficiente para o empregado, suficiente para o empregador, excelente para
as crianças.
Referências
LIMA, V. de. Ginástica Laboral: Atividade física no ambiente de trabalho. 3. ed. rev.
ampl. São Paulo: Phorte editora, 2008. 351p.
ANEXO 1
Este questionário faz parte da avaliação da presença ou não de dores nos trabalhadores
dessa empresa. Contamos com sua colaboração e sinceridade no preenchimento do mesmo.
Nome: _____________________________________________________________________
1) Você sente dor em alguma parte do corpo?
( ) Sim ( ) Não
2) Se você respondeu “Sim”, marque a região do corpo em que você sente dor.
Não esqueça de atribuir nota de zero (0) a dez (10) na região do corpo em que você sente
dor, de acordo com a escala de intensidade de dor apresentada a seguir:
Fonte: Mendes e Leite (2004)
ANEXO 2