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Resistência dos Materiais II

Prof. D.Sc. Cláudio Cruz Nunes


DENC-FAET-UFMT
 Os elementos da treliça da Figura 1 resistem ao
carregamento aplicado?

Figura 1 – Treliça com carregamento aplicado P = 300 kN


Calculando-se os esforços na treliça tem-se:

Os valores dos esforços normais são suficientes


para se definir o nível de segurança da treliça?
Para avançar é necessário definir tensão normal
média. Para isso, considere uma barra sujeita a
ação de uma força normal P, como mostrado na
Figura 2.

Figura 2 – Barra sob a ação de um esforço normal


A força por unidade de área ou a intensidade das forças
distribuídas numa seção transversal é chamada tensão
atuante, nessa seção, e é indicada pela letra grega s. A
tensão normal média na seção transversal da barra é
definida por:

Por que a palavra média na definição da tensão?


Quando for tração s será positiva e compressão
negativa. A unidade básica será:

ou Pa (Pascal).

Podendo-se usar múltiplos e submúltiplos.


Além dos esforços e da definição
anterior, o que mais é necessário
para se definir o nível de
segurança da treliça?
Material dos elementos da treliça:

Aço ASTM A-36, σU=450 MPa. Como este valor é obtido?

Coeficiente de segurança: C.S. = 2,0

Tensão admissível:

Os dados necessários para definir o nível de segurança


já foram dados e definidos. Agora, como o nível de
segurança deve ser tratado matematicamente?
Condição matemática para a segurança:

Com isso, se definirmos que as barras dessa treliça terão


seção circular pode-se calcular o diâmetro das mesmas.

Com tudo tem-se: D ≥ 53,2 mm

Para comprar as barras você usaria esse valor?


Nota-se que a tensão que foi definida anteriormente é uma
tensão média das tensões na seção transversal. Para definir a
tensão em um dado ponto Q da seção transversal deve-se
considerar uma pequena área DA, como mostrado na Figura 3.

Figura 3 – Uma área DA sob


a ação de uma força DF Dividindo-se a intensidade de DF por DA,
obtém-se o valor médio da tensão em DA.
Fazendo-se, então, DA tender a zero,
obtém-se a tensão no ponto Q da por:
De modo geral, o valor obtido para a tensão no ponto Q é
diferente da tensão média, veja-se Figura 4. A distribuição real de
tensões em uma certa seção transversal é estaticamente
indeterminada.

Figura 4 – Distribuição real de tensões normais para uma


barra tracionada com carga concentrada nas extremidades
Pela definição de tensão tem-se que:

E pela condição de equilíbrio tem-se que:

Esta é a única informação a cerca da distribuição de tensões que


a estática, por meio das equações de equilíbrio, pode fornecer.

Na prática admite-se que para peça suficientemente delgada a


tensão é dada pela tensão média da seção. E deve-se considerar
também que para existir apenas tensão normal a carga P deve
estar aplicada no centróide da seção considerada.
Quando se aplicam duas forças, P´ e P, na barra AB, como mostrado na
Figura 5, aparecerão na seção C tensões diferentes das tensões normais.

Figura 5 – Elemento sob a ação de forças cortantes

Pode-se notar que as tensões que aparecerão serão tangenciais à


seção. A força P que atua tangente à seção transversal chama-se força
cortante. E ao se dividir a força tangencial P pela área da seção
transversal em C obtém-se a tensão média de cisalhamento.
A distribuição real das tensões de cisalhamento é muito
diferente da tensão normal média e por isso ela não pode ser
assumida como uniforme na maioria dos problemas.

Na Figura 6 tem-se alguns exemplos de tensões de


cisalhamento em pinos.

Figura 6 – Exemplos de tensões de cisalhamento em pinos


Aplicando-se a definição formal de tensão, com uso do limite,
para a tensão de cisalhamento tem-se:

∆𝑉
𝜏 = lim
∆𝐴→0 ∆𝐴

t
Desta forma a tensão também terá valores ponto a ponto e
poderá ser tratada como uma função.
Do ponto de vista teórico as definições de
tensão normal e cisalhante são suficientes para
qualquer análise. Porém, por questões práticas
define-se a tensão de esmagamento. Outras
formas de tensões de contato podem ser
definidas por questões práticas e usadas de
forma tabelada obtidas por meios
experimentais.
Para entender a tensão de esmagamento, considere o
rebite CD, da Figura 7, que exerce na chapa uma força
P de sentido contrário a fora F.

A distribuição das tensões de


Figura 7 – Ação e reação de um contato ao longo da superfície
rebite em contato com uma chapa cilíndrica é de difícil obtenção e,
na prática, se utiliza um valor
nominal médio para a tensão
denominada tensão de
esmagamento, se, dada por:
EXEMPLO
BEER, F. P. & JOHNSTON JR., E. R.; “Resistência dos Materiais”; Editora McGraw-Hill, São Paulo, 2a edição, 1982.
Exercício 1 (BEER, F. P. & JOHNSTON JR., E. R.; “Resistência dos Materiais”;
Editora McGraw-Hill, São Paulo, 2a edição, 1982).
Exercício 2 (BEER, F. P. & JOHNSTON JR., E. R.; “Resistência dos Materiais”; Editora
McGraw-Hill, São Paulo, 2a edição, 1982).
Respostas:
Exercício 1: L = 308 mm
Exercício 2: a) 3,33 MPa; b) b = 525 mm

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