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NÚCLEO OLÍMPICO DE MATEMÁTICA – NÍVEL 3

PROF. TIAGO SANDINO

NOME: NÚMERO: TURMA: DATA:

DESIGUALDADE DAS MÉDIAS

INTRODUÇÃO

Problemas de desigualdade (ou inequações) evoluem de nível muito rapidamente. No sentido de que logo após
o resultado principal, são apresentados problemas relativamente simples e depois os problemas começam a
parecer muito difíceis. Tais problemas muito difíceis costumam envolver muita manipulação e estimativas. Para
ser bom em desigualdades, o aluno deve, além de saber bem os resultados principais e suas demonstrações, ser
bom nessas manipulações e estimativas e isso requer muita prática.

O estudo de desigualdades normalmente costuma abordar a desigualdade das médias e a de Cauchy em um


nível 2 e, além dessas, todas as outras mais conhecidas em um nível 3. Uma observação é que diversas outras
desigualdades de menor relevância são consequência da desigualdade das médias ou da de Cauchy e são
apresentadas como problemas logo no nível 2. Deve-se ressaltar também que mesmo em um nível 3 a grande
maioria dos problemas que, de fato, caem nas provas é de desigualdade das médias ou de Cauchy, mas com um
nível notoriamente mais alto.

Nesse material, definiremos quatro tipos de médias e mostraremos que, dados números reais não-negativos, a
média aritmética é maior ou igual à média geométrica que, por sua vez, é maior ou igual à média harmônica.
Mostraremos, de maneira não muito formal, que a média dos quadrados é maior ou igual à média aritmética.
Após isso, são apresentados diversos problemas mais ou menos em ordem de dificuldade e com dicas ou
resoluções no final do material.

MA≥MG

Dados os números reais não-negativos , , ..., , a média aritmética deles é definida como sendo

e a média geométrica como sendo ⋅ … ⋅ . Vamos provar que a média aritmética desses
números é sempre maior ou igual que a sua média geométrica, ou seja:
+ + ⋯+
≥ ⋅ …⋅ .

É importante reforçar desde já que, conforme veremos, essa desigualdade não funciona com números
negativos!

Para provar essa desigualdade, vamos começar mostrando o caso em que = 2. A partir desse caso, podemos
mostrar o caso em que = 4 e só depois, usando este último caso, mostraremos o caso em que = 3. A
demonstração do caso geral imita esse procedimento da seguinte forma: demonstramos o caso em que a
quantidade de termos é 2 , ∈ ℕ e usaremos isso para mostrar que a desigualdade funciona para < 2 .

Caso =

Queremos provar que ≥√ , com , ∈ℝ .


NÚCLEO OLÍMPICO DE MATEMÁTICA

Sabemos que, se ∈ ℝ, então ≥ 0. Agora, considere , ∈ ℝ e faça = − . Temos então que ( −


) ≥0⇒ −2 + ≥0⇒ + ≥2 ⇒ ≥ . Fazendo = (≥ 0) e = (≥ 0),
temos ≥√ , conforme queríamos demonstrar.

Note que = ⇒ = ±√ e, analogamente, = ±√ , mas é trivial que ≥√ ≥ 0 ≥ −√ .


Observe também que, como ( − ) ≥ 0, a igualdade ocorre para = ou = ≥ 0.

Uma demonstração alternativa e bem interessante desse caso é a demonstração geométrica. Na figura abaixo,
considere que temos um triângulo retângulo numa semicircunferência de centro em . O raio da
semicircunferência é sempre maior ou igual à medida de (que pode ser obtida por semelhança), daí ≥
√ .

Também pode-se mostrar com esse desenho que = ≤√ ≤ . Veremos logo mais que é a média
harmônica de dois termos.

Poderíamos partir de um argumento geométrico que mostra que ( + ) ≥4 , ou equivalentemente,


( − ) ≥ 0.

Na figura acima, a área total é maior ou igual à área dos quatro retângulos juntos, ou seja, ( + ) ≥4 .

Caso =

Queremos provar agora que ≥ .

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Ora, = ≥ ≥ √ ⋅ = , como queríamos.

Caso =

Queremos provar agora que ≥ .

Sabendo que ≥ , basta substituir = nessa desigualdade. Veja:


( ) ( )
≥ ⇒ = = ≥ . Elevando à

quarta potência: ≥ ⇒ ≥ ⇒ ≥ . Com isso,


provamos o caso.

Uma maneira alternativa e bem interessante de mostrar esse caso, seria através da fatoração

1
+ + −3 = ( + + )[( − ) +( − ) +( − ) ].
2
Como o que está no lado direito e dentro do colchete é maior que ou igual a zero, se as variáveis forem não-
negativas, sua soma também o será e teremos + + −3 ≥ 0, de modo que o caso = 3 é
demonstrado.

Tanto para o caso = 2 como para o = 3, há outras maneiras de demonstrar, mas vamos prosseguir para
uma demonstração do caso geral.

Caso geral

Finalmente, provaremos o caso geral, que diz que se , , ..., são reais não-negativos, então
+ +⋯+
≥ ⋅…⋅

Vamos provar de início que + + ⋯+ ≥2 ⋅ ⋅ …⋅ , para reais não-negativos , ..., ,



com ∈ ℕ . O caso em que = 1 já foi provado. Para passar de para + 1, basta aplicar a hipótese indutiva
duas vezes, assim: + ⋯+ + + ⋯+ ≥2 ⋅ ⋅ …⋅ +2 ⋅ ⋅ …⋅ ≥

2⋅2 ⋅ ⋅ …⋅ ⋅ ⋅ …⋅ =2 ⋅ …⋅ .

Para provar então que a desigualdade é válida para inteiros 2 < < 2 , vamos usar uma técnica conhecida
como Indução de Cauchy, que é basicamente uma indução de trás para frente para completar a lacuna entre, no
caso, 2 e 2 . Essa técnica é assim chamada por ter aparecido primeiro em um livro de Cauchy, mas
raramente é usada.

Para mostrar que a desigualdade é válida para 2 < < 2 , faremos =⋯= = .
Obviamente, pode ser 2 + 1. Substituindo na desigualdade que já provamos para 2 :

+ ⋯+ + ⋯+
+ ⋯+ + (2 − ) ⋅ ≥2 ⋅ ⋅ …⋅ ⋅ ,

simplificando o lado esquerdo:


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+ ⋯+ + ⋯+
2 ⋅ ≥2 ⋅ ⋅ …⋅ ⋅ ,

dividindo ambos os lados por 2 e elevando à 2 -ésima potência, temos:

+ ⋯+ + ⋯+
≥ ⋅ …⋅ ⋅ ,

⋯ ⋯
de onde, ≥ ⋅ … ⋅ , ou finalmente, ≥ ⋅ …⋅ , que era o que queríamos
demonstrar. Não é difícil ver que a igualdade ocorre se, e somente se =⋯= .

MA≥MG≥MH

A média harmônica dos números reais não-negativos , , ..., é definida por .


Se na desigualdade que acabamos de provar, trocarmos por , para 1 ≤ ≤ , teremos:

1 1 1
+ + ⋯+ 1 1 1
≥ ⋅ ⋅ …⋅ ⇒ ⋅ …⋅ ≥ .
1 1 1
+ + ⋯+

Assim, fica provado que a média geométrica é maior ou igual à média harmônica.

MQ≥MA≥MG≥MH


A média dos quadrados dos reais não-negativos , , ..., é definida por .

Pode-se provar que a média dos quadrados é maior que ou igual à média aritmética. A maneira mais comum de
provar isso é usando a desigualdade de Cauchy-Schwarz. Resumidamente, essa última desigualdade afirma que,
para números reais , ..., e , ..., temos: ( + + ⋯ + )( + + ⋯+ ) ≥ ( + +
⋯+ ) . Se fizermos = =⋯= nessa desigualdade, obteremos que MQ≥MA. O caso para = 2
pode sair de ( − ) ≥ 0, tente!

UM CASO MAIS GERAL DE MA≥MG

O caso mais geral de MA≥MG seria quando temos uma média aritmética ponderada com pesos reais. Se os
pesos forem números racionais, não teríamos nada de novo.

Mostraremos uma demonstração brilhante desse caso que foi concebida por George Polya e que usa um
pouquinho de cálculo. Há boatos de que Polya teve a ideia em um sonho.

Teorema (Caso geral da desigualdade MA≥MG). Sejam as sequências ( , ,…, )e( , ,…, ) de
números reais positivos e tais que ∑ = 1. Temos a seguinte desigualdade:

+ + ⋯+ ≥ ⋅ …⋅ .

A igualdade ocorre se, e somente se, = =⋯= .

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Demonstração. Vamos começar chamando a soma + + ⋯+ de e o produto ⋅ …⋅


de .

Se desenharmos o gráfico da função e o da + 1 juntos, veremos que o primeiro só toca o segundo quando
= 0. Para todos os outros valores de , a função terá um valor mais alto que a + 1. Isso está de forma
muito intuitiva, para formalizar, vamos considerar a função ( ) = − − 1. Veja que ( ) = −1 e
( ) = , de modo que = 0 é o ponto de mínimo global de . Assim, ( ) ≥ (0) = 0, ou seja, ≥ +
1 e a igualdade ocorre apenas quando = 0.

Trocando a variável por − 1, temos ≤ , ∀ ∈ ℝ.

Se aplicarmos esta última desigualdade aos termos = , com 1 ≤ ≤ , temos ≤ , com a igualdade
ocorrendo apenas se = 1, ou seja, = .

Elevando ambos os lados a , teremos ≤( ) . Vamos trocar a notação de exponencial de modo que
essa última desigualdade possa ser escrita da seguinte forma ≤ exp( − ). Isso facilitará logo mais.

Fazendo o produto de todos os , temos

⋅ …⋅ ≤ exp( − ) = exp ( − ) = exp −1 .

Como = , temos

1
⋅ …⋅ ≤ exp − 1 = exp − 1 = exp(0) = 1.

Logo,

⋅ …⋅

= ≤ 1.

O que demonstra nossa desigualdade. Note que a igualdade só ocorre se = =⋯= = . Note também
que se = =⋯= = , teremos o caso da desigualdade que já era conhecido.

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PROBLEMAS FÁCEIS

1. Sejam , , ∈ ℝ . Prove a desigualdade

1 1 1
+ + + ≥ 8.

Quando a igualdade ocorre?

2. Sejam , , números reais positivos tais que + + = 1. Prove a desigualdade:

+ + ≥9 .

3. Sejam , , ∈ ℝ tais que + + = 3. Prove a desigualdade

1 1 1 3
+ + ≥ .
1+ 1+ 1+ 2
4. Sejam , , números reais positivos. Prove a desigualdade

+ + +
+ + ≥ 3√2.

5. Sejam , , números reais positivos tais que + + = 1. Prove a desigualdade

( − 1)( − 1)( − 1) ≥ 8.

6. Sejam , , ∈ ℝ tais que + + = 1. Prove a desigualdade

+ + +
+ + ≥ 2.

7. Sejam , , ∈ ℝ tais que = 1. Prove a desigualdade

+ + + + +
≥ 2.
√ + +√

8. Sejam , , ∈ ℝ . Prove a desigualdade

1
≤ .
(1 + )( + )( + )( + 16) 81

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PROBLEMAS MÉDIOS

1 (Desigualdade de Nesbitt). Sejam , e números reais positivos. Prove que:

3
+ + ≥ .
+ + + 2
2. Sejam , , > 0 números reais tais que + + = 1. Prove que

√6 + 1 + 6 + 1 + √6 + 1 ≤ 3√3.

3. Sejam , , ∈ ℝ tais que + + ≥ . Prove a desigualdade

+ + ≥ √3 .

4. Sejam , , números reais positivos. Prove a desigualdade:

+ +
+ + ≤ .
+ +2 + +2 + +2 4
5 (IMO 2020, P2). Os números reais , , , são tais que ≥ ≥ ≥ >0e + + + = 1. Prove
que

( +2 +3 +4 ) < 1.

6. Sejam , , ∈ ℝ . Prove as inequações

9 + +
≤ + + ≤ .
2( + + ) + + + 2

7. Sejam , , ∈ ℝ tais que = 1. Prove a desigualdade

+ + + + +
≥ 2.
√ + +√

8. Sejam , números reais positivos. Prove a desigualdade

+ + ≥ + + .

9. Sejam , ∈ ℝ tais que + = 2. Prove que

( + ) ≤ 2.

10. Sejam , , , números reais positivos tais que + + + = 4. Prove que

1 1 1 1
+ + + ≥ 2.
+1 +1 +1 +1

11 (Crux, 4541). Sejam , , números reais positivos tais que = 1 e seja = + + . Prove que

+
≥1+ 1+ .
2
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PROBLEMAS DIFÍCEIS

1. Sejam , , > 0 números reais. Prove a desigualdade:

− − −
+ + ≥ 0.
+ + +

Quando ocorre a igualdade?

2 (Rússia, 2004). Sejam , , números reais positivos com soma 3. Prove que

√ +√ +√ ≥ + + .

3 (IMO SL, 1998). Sejam , , números reais positivos tais que = 1. Prove que

3
+ + ≥ .
(1 + )(1 + ) (1 + )(1 + ) (1 + )(1 + ) 4

4. Sejam , , números reais positivos. Prove que

2( + + )
1+ 1+ 1+ ≥2+ .

5. Sejam , , , números reais positivos. Prove que

16( + + + )≤( + + + ) .

6 (Pham Kim Hung). Suponha que , , são as medidas dos três lados de um triângulo com perímetro 3.
Prove que

1 1 1 9
+ + ≥ .
√ + − √ + − √ + − + +

7 (Phan Thanh Nam). Sejam , , ..., números reais positivos tais que ∈ [0, ] para todos os ∈
{1, 2, … , }. Prove que

2 ( + ) ⋅ …⋅ ( + + ⋯+ ) ≥ ( + 1) ⋅…⋅ .

8 (EUA, 1998). Sejam , , números reais positivos. Prove que

1 1 1 1
+ + ≤ .
+ + + + + +
9. Prove que ⋅…⋅ ≥ ( − 1) se , , ..., > 0 satisfazem

1 1 1
+ + ⋯+ = 1.
1+ 1+ 1+

10. Suponha que , , são números reais positivos e + + = 3. Prove que

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+ + ≥ 3.

11 (Concurso Mathlink). Sejam , , números reais positivos tais que = 1. Prove que

+ + +
+ + ≥ 3.
+1 +1 +1

12. Sejam , , as medidas dos três lados de um triângulo. Prove que

( + − ) ( + − ) ( + − ) ≤ .

13. Sejam , , números reais não negativos com soma 2. Prove que

+ + ≤ 2.

14. Sejam , , , números reais positivos. Prove que

1 1 1 1 4
+ + + ≥ .
+ + + + +
15. Sejam , , , , números não negativos tais que + + + + = 5. Prove que

+ + + + ≤ 5.

16 (Pham Kim Hung). Sejam , , , números reais positivos. Prove que

1 1 1 1 1 4 9 16
+ + + ≥ + + + .
+ + + + + +
17 (IMO, 2006). Determine o menor para o qual a inequação

| ( − )+ ( − )+ ( − )| ≤ ( + + )

é válida para todos os números reais , e .

18 (Bulgária TST, 2003). Sejam , , números reais positivos com soma 3. Prove que

3
+ + ≥ .
1+ 1+ 1+ 2
19 (Pham Kim Hung). Suponha que , , , são quatro números reais positivos com soma 4. Prove que

+ + + ≥ 2.
1+ 1+ 1+ 1+
20. Sejam , , números reais positivos. Prove que

+ + +
+ + + ≥ .
+ + + + 2
21. Sejam , , números reais positivos com soma 3. Prove que

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+ + ≥ 1.
+2 +2 +2
22. Sejam , , números reais positivos com soma 3. Prove que

+ + ≥ 1.
+2 +2 +2
23. Sejam , , números reais positivos com soma 3. Prove que

+1 +1 +1
+ + ≥ 3.
+1 +1 +1

24. Sejam , , números reais positivos com soma 3. Prove que

1 1 1
+ + ≥ 1.
1+2 1+2 1+2
25 (Pham Kim Hung). Sejam , , , números reais não negativos com soma 4. Prove que

1+ 1+ 1+ 1+
+ + + ≥ 4.
1+ 1+ 1+ 1+
29 (Pham Kim Hung). Sejam , , números reais positivos que satisfazem + + = 3. Prove que

+ + ≥ 1.

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NÚCLEO OLÍMPICO DE MATEMÁTICA

PROBLEMAS FÁCEIS – AJUDA

1. Aplicando MA≥MG, temos + ≥2 , + ≥2 , + ≥2 . Daí, + + + ≥

8 ⋅ ⋅ = 8. A igualdade ocorre se, e somente se, = = = ou = = = 1.

2. Por MA≥MG, temos:

+ + =( + + )( + + )≥3 ( )( )( )⋅3 .

A igualdade ocorre se, e somente se, = = = .

3. Vamos aplicar MA≥MG e depois + + ≥ + + . Assim,

1 1 1 9 9 3
+ + ≥ ≥ = .
1+ 1+ 1+ 3+ + + 3+ + + 2
A igualdade ocorre se, e somente se, = = = 1.

4. Vamos aplicar MA≥MG uma vez e depois três vezes, assim:

+ + + + + + ( + )( + )( + )
+ + ≥3 =3

2 √ ⋅√ ⋅√
≥3 = 3√2. A igualdade ocorrendo se, e somente se, = = .

−1 −1 −1 8 1 1 1
5. A desigualdade é equivalente a ≥ mas 1 − 1− 1−

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 8
= + + + ≥2 ⋅ ⋅2 ⋅ ⋅2 ⋅ = .

A igualdade ocorre se, e somente se, = = = 3.

+ + +
6. + + ≥2 +2 +2 =2 + +

1 1 1
=2 + + + + + ≥2 + + = 2( + + ) = 2.
2 2 2

7. Temos

+ + + + + + + + + + 2 +2 +2
= ≥
√ + +√ √ + +√ √ + +√

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2 √ + +√
= .
√ + +√

A igualdade ocorre se, e somente se, = = = 1.

8. Veja que (1 + )( + )( + )( + 16) = 1 + + + + + + ( + 8 + 8) ≥ 3 ⋅

3 ⋅3 ⋅3 ≥ 81 . A igualdade ocorre se, e somente se, = 2, =4e = 8.

PROBLEMAS MÉDIOS – AJUDA

1. Há várias maneiras de provar essa desigualdade e há também várias generalizações dela. Vou apresentar duas
demonstrações “simples” e usando desigualdade das médias. A primeira demonstração usa + ≥ 2 e a
segunda usa MA≥MH (ou Cauchy, se preferir).

Primeira demonstração. Sabendo que + ≥ 2, é fácil perceber que:

+ + + + + +
+ + + + + ≥ 2 + 2 + 2.
+ + + + + +
Vamos reorganizar o lado esquerdo e somar o direito:

+ + + + + +
+ + + + + ≥ 6.
+ + + + + +
Assim,

2 2 2 2 2 2
+1 + +1 + +1 ≥6⇒ + + ≥3⇒
+ + + + + +
3
+ + ≥ , como queríamos demonstrar.
+ + + 2
Segunda demonstração. Partindo da desigualdade proposta, somamos 3 nos dois lados, assim:

3 1 1 1 9
+1 + +1 + +1 ≥ +3⇒( + + ) + + ≥ .
+ + + 2 + + + 2
Podemos prosseguir usando MA≥MH, como a seguir:

( + )+( + )+( + ) 3
≥ ,
3 1 1 1
+ + +
+ +
ou por Cauchy:

1 1 1
[( + ) + ( + ) + ( + )] ⋅ + + ≥3 .
+ + +
Algo que o problema não pediu foi para achar quando ocorre a igualdade. Nas demonstrações acima, consegue-
se achar que a igualdade ocorre se, e somente se, = = .

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2. Seja √6 + 1 = , 6 + 1 = e √6 + 1 = . Então + + = 6( + + ) + 3 = 9. Portanto


( + + ) ≤ 3( + + ) = 27 ⇒ + + ≤ 3√3.

3. Temos que ( + + ) = + + +2 +2 +2 = + + + ( + )+
( + ) + ( + ). Já sabendo que + + ≥ ( + + ) e que + ≥2 , + ≥
2 , + ≥ 2 , podemos deduzir que ( + + ) ≥ ( + + )+2 +2 +2 =
( + + )+2 ( + + )=3 ( + + ). Com a condição do enunciado, ( + + ) ≥
3( ) ⇒ + + ≥ √3 . A igualdade ocorre quando = = = √3.

4. Por MA≥MH, temos:

1 1
= ≤ + .
+ +2 ( + )+( + ) 4 + +

Se procedermos analogamente para os outros dois termos e somarmos os lados direitos, concluiremos a
demonstração.

5. Pela desigualdade da MA (ponderada) ≥ MG, temos

≤ ⋅ = + + + .
+ + +

É suficiente, então, provar que

( + + + )( + 2 + 3 + 4 ) ≤ 1 = ( + + + ) .

Expandindo o lado esquerdo, temos

( + + + ) + (2 +2 +2 +2 ) + (3 +3 +3 +3 )

+(4 +4 +4 +4 ),

e o lado direito, temos

( +3 +3 +3 ) + (3 + +3 +3 ) + (3 +3 + +3 )

+(3 +3 +3 + ) + (6 +6 +6 +6 ).

Ou seja, temos que provar ainda que

+2 + + + +3 <2 +2 +2 + + + +6 +

6 +6 +6 .

Essa inequação é verdadeira, dado que 2 ≥ + ,2 ≥2 ,2 ≥2 , ≥ , ≥ ,


≥ e 6( + + + ) > 0.

6. Por MH≤MA, temos

1 1 1 + + +
+ + = + + ≤ + +
+ + + 1 1 1 1 1 1 4 4 4
+ + +

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NÚCLEO OLÍMPICO DE MATEMÁTICA

+ + + + + 2( + + ) + +
= ≤ = .
4 4 2
Vamos usar MA≥MG para provar a inequação da esquerda, assim

3
+ + ≥ .
+ + + ( + )( + )( + )

E temos que mostrar ainda que

3 9
≥ ,
( + )( + )( + ) 2( + + )

ou seja,

2( + + ) ≥ 3 ( + )( + )( + ),

que é verdade, pois

2( + + ) = ( + ) + ( + ) + ( + ) ≥ 3 ( + )( + )( + ).

7. Há uma demonstração imediata por Cauchy, mas vamos mostrar duas por desigualdade das médias.

Primeira demonstração. Por MA≥MG, temos + ≥2 ⋅ =2 , + ≥2 e + ≥ 2 . Somando,

+ + + ( + + ) ≥ 2( + + ), ou seja + + ≥ ( + + ). A igualdade ocorrendo se, e


somente se, = = .

Segunda demonstração. Observe que + + = + + . Como − + ≥


,∀ , ∈ ℝ, temos + + ≥ + + = + + .

8. Por MA≥MG, temos + + ≥3 ⋅ ⋅ = 3 , analogamente, + + ≥3 e + + ≥3 .


Basta somar essas inequações que chegamos ao resultado desejado. A igualdade ocorre se, e somente se, =
= .

9. Sabemos que ≤ =1⇒ ≤ 1, mais ainda, 0 < ≤ 1. Daí, ( + )=( ) ( +


)( − + ) = 2( ) [( + ) − 3 ] = 2( ) (4 − 3 ). Se = , basta mostrar que (4 −
3 ) ≤ 1. Veja que (4 − 3 ) ≤ = 1. A igualdade ocorre se, e somente se, = = 1.

10. Use = 1− ≥1− =1− .

11. Veja que − = ≥ 0. Resta provar que ≥1+ 1+ , para isso, eleve ao
quadrado e use ≥ 3.

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NÚCLEO OLÍMPICO DE MATEMÁTICA

PROBLEMAS DIFÍCEIS – AJUDA

1. Sejam = + , = + , = + . Obviamente, , , > 0. Substituindo, temos

− − − ( − ) ( − ) ( − )
+ + = + + .
+ + +

Essa última expressão é igual a + + − ( + + ), que provaremos ser maior ou igual a zero. Veja
que:

1 1 1
+ + = + + + + + ≥ + + ,
2 2 2

por MA≥MG. Isso conclui a demonstração. A igualdade ocorre se, e somente se, = = ou = = ,
que por sua vez implica = = .

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