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J. F.

Mitre

Departamento de Engenharia Química e de Petróleo


Universidade Federal Fluminense
Introdução
Inertização
Eletricidade Estática
Equipamentos à prova de
explosões
Ventilação
Sprinklers
 Para prevenir ou limitar possíveis danos
decorrentes de incêndios e explosões:
◦ Prevenir a formação da mistura inflamável
◦ Evitar a iniciação do incêndio ou da explosão
◦ Minimizar o dano após a ocorrência de um incêndio
ou explosão
 De formas mais específica, as estratégias
incluem:
◦ Inertização
◦ Uso do diagrama de inflamabilidade
◦ A questão da eletricidade estática
◦ Controle da eletricidade estática
◦ Ventilação
◦ Equipamento e instrumentos à prova de explosões
◦ Sistemas de chuveiros automáticos (Sprinkler)
◦ Características diversas de projetos para evitar
incêndios e explosões
 De formas mais específica, as estratégias
incluem:
◦ Inertização
◦ Uso do diagrama de inflamabilidade
◦ A questão da eletricidade estática
◦ Controle da eletricidade estática
◦ Ventilação
◦ Equipamento e instrumentos à prova de explosões
◦ Sistemas de chuveiros automáticos (Sprinkler)
◦ Características diversas de projetos para evitar
incêndios e explosões
 Processo de adição de um gás inerte a uma
mistura combustível para reduzir a
concentração de oxigênio abaixo da
concentração limite de oxigênio (LOC)
 O gás inerte é o nitrogênio ou o dióxido de
carbono, às vezes é utilizado vapor d’água.
 O LOC tem valor entorno de 10 % para a
maioria dos combustíveis.
 Um ponto de controle é de cerca de 40 %
menor que o valor da LOC (para LOC de 10 %,
usa-se 6 % de oxigênio)
 Em condições ideias, o sistema deve incluir um
recurso automático de adição de gás inerte para
controlar a concentração do oxigênio e mantê-la
abaixo da LOC.
 Esse sistema deve ser capaz de monitorar
continuamente a concentração de oxigênio em
relação à LOC com um acionador/controlador que
adicione gás inerte quando este se aproximar da
LOC.
 Muitos sistemas consistem apenas de um controlador
de pressão que assegure que o gás inerte está
sempre escoando para fora do tanque ao invés de
permitir que o oxigênio entre no tanque. Isso gasta
mais gás inerte e deixa o sistema menos seguro.
 Os diferentes métodos de purga:
◦ Purga a vácuo
◦ Purga por pressão
◦ Purga por pressão e vácuo combinada
◦ Purga a vácuo e pressão com nitrogênio impuro
◦ Purga por varrimento
◦ Purga por sifão
 Purga a Vácuo
◦ Procedimento mais comum nos tanques, exceto em
grandes tanques, pois estes não foram projetados
para suportar o vácuo.
◦ Procedimento comum em reatores (projetados para
suportar o vácuo pleno)
◦ Etapas:
1. Criar um vácuo no vaso até chegar ao nível adequado
2. Aliviar o vácuo com gás inerte até a pressão
atmosférica
3. Repetir o processo até chegar a concentração
desejada de oxigênio
 A relação da concentração de oxigênio após j
ciclos de purga, vácuo e alívio é dado, para
gás ideal, por:

 A quantidade de nitrogênio adicionado é


dado por:
 Purga por pressão
◦ Adiciona-se gás inerte pressurizado no sistema que
após difundir por todo o tanque escapa para a
atmosfera.
◦ É mais rápido que o processo a vácuo
◦ Utiliza mais gás inerte
◦ Possui um ciclo e uma relação matemática similar
ao processo a vácuo, a diferença é que o processo
final ocorre no valor mais baixo de pressão e não o
contrário.
 Purga combinada por pressão-vácuo
◦ Utilização combinada dos dois ciclos apresentados
anteriormente.
◦ Nesse processo o tanque é pressurizado além da
pressão inicial e posteriormente sofre um vácuo, ou
seja, abaixo da pressão inicial ou o faz-se um
vácuo e depois se pressuriza acima da pressão
inicial.
 Purga a Vácuo e por Pressão com Nitrogênio
Impuro
◦ Nitrogênio puro é raro e caro. Normalmente contém
98 % de nitrogênio e o restante é oxigênio.
◦ Como consequência deve-se levar em consideração
esse oxigênio residual presente que é adicionado
no sistema junto com o nitrogênio.
 Purga por varrimento
◦ Adiciona-se o gás inerte no vaso através de uma
abertura e retira a mistura gasosa por outra
abertura.
◦ Similar a uma “lavagem” do interior.
 Purga por Sifão
◦ Consiste em encher o tanque com um líquido
compatível com o produto.
◦ O gás inerte é adicionado posteriormente para
encher o espaço de vapor do tanque à medida que
o líquido é drenado.
◦ O volume de gás de inerte é igual ao volume do
tanque e a taxa de purga é equivalente à vazão
volumétrica da descarga de líquido.
◦ Gasta menos gás inerte que o processo anterior.
◦ Pode ser combinado com o processo anterior para
varrer o espaço superior residual do tanque.
 O diagrama de inflamabilidade é importante
para determinar se existe uma mistura
inflamável e para proporcional metas de
concentração para os procedimentos de
inertização.
 O objetivo é evitar a região de inflamabilidade
Ponto A
Combustível puro, A linha AR cruza a
estágio inicial. Zona de inflamabilidade

Posso primeiro
adicionar nitrogênio
seguindo a linha AS Ir até nitrogênio
puro é caro.
Posso injetar ar
do ponto A até Após chegar
um ponto acima da no ponto S
LSI para diminuir posso adicionar
o consumo de ar até o ponto R
nitrogênio ?

Quem é ponto S ?
OSFC: Concentração
de Combustível Fora
de Serviço, Concentração
de Combustível no ponto S
 Outro resultado possível é dado por:

 A ISOC, concentração máxima de oxigênio


em serviço, ou seja, a concentração máxima
de oxigênio no ponto S, pode ser estimada
por:
 Para evitar ignições, devemos compreender:
◦ Como as cargas se acumulam nos objetos
◦ Como as cargas descarregam por meio de
transferência de carga
◦ Como estimar a energia resultante descarregada em
relação à energia mínima de ignição (MIE) do
ambiente explosivo
 Processos de acúmulo de carga relevantes de
uma indústria química:
◦ Carregamento por contato e atrito
◦ Carregamento em dupla camada (existe na interface
entre dois meios devido ao escoamento de um
desses)
◦ Carregamento por indução (apenas em materiais
condutores, metais, pessoas, etc. !)
◦ Carregamento por transporte (quando partículas
carregadas se depositam em meios isolados)
 Processos de descarga elétrica:
◦ Centelha
◦ Escova propagadora
◦ Pilha cônica (descarga de Maurer)
◦ Escova
◦ Descarga tipo raio
◦ Descarga tipo corona
 Centelha
◦ É uma descarga entre dois objetos metálicos
◦ Ambos são condutores e os elétrons se movem até
sair por um único ponto do objeto carregado e
entram em um segundo objeto através de um único
ponto.
◦ Uma centelha pode iniciar um incêndio.
 Escova propagadora
◦ É uma descarga de um condutor aterrado quando este se
aproxima de um isolante carregado, que é apoiado por
um condutor.
◦ Podem incendiar gases e poeiras inflamáveis.
 Descarga de pilha cônica
◦ É uma forma de descarga tipo escova que ocorre na
superfície cônica de uma pilha de pó.
◦ Podem iniciar incêndios.
◦ Há quatro condições necessárias para a descarga: um pó
com elevada resistividade, um pó com partículas
grossas, um pó com alta proporção de carga em relação
à massa (carregado, por exemplo, por transporte
pneumático) e taxas de enchimento acima de 0,5 kg/s
 Escova
◦ É uma descarga entre um condutor com ponta
relativamente aguda e outro condutor ou superfície
isolada carregada.
◦ É menos intensa em comparação a centelha e é
improvável que incendeie poeiras, mas pode
incendiar gases inflamáveis.
 Tipo raio
◦ São descargas de uma nuvem no ar acima do pó.
◦ Sabe-se, devido a experimentos, que não correm
no tanques com volumes abaixo de 60 m3 ou em
silos com diâmetros menores que 3 m.
◦ Não há evidências que tenham resultado em
deflagrações industriais.
 Corona
◦ Similar a uma descarga tipo escova. O condutor
elétrico tem uma ponta aguda.
◦ Somente possui energia para incendiar gases mais
sensíveis (por exemplo, hidrogênio).
 Energia das fontes eletroestáticas de ignição
◦ Supondo uma descarga tipo capacitância (centelha),
a energia da descarga é função da carga acumulada
(Q em coulombs) no objeto, da capacitância do
objeto (C em farads) e do potencial elétrico (V em
volts). Sendo C = Q/V. Essa energia, em Joules, é
dada por

◦ Apesar das restrições, esse modelo é utilizado


amplamente na avaliação da energia de ignição
 Fluxo de Corrente
◦ Fluxo de eletricidade produzido pela transferência de elétrons de
uma superfície para outra por um líquido ou sólido em
escoamento.
◦ Quando um líquido ou sólido escoa por uma tubulação
desenvolve-se uma carga eletrostática no material em
escoamento.
◦ A relação entre o fluxo de corrente de um líquido e o
comprimento e diâmetro da tubulação e velocidade e
propriedades do líquido é dada por
 O tempo de relaxamento é o tempo necessário para uma carga
dissipar por vazamento. Dado por:

 Lembrando que corrente é carga por tempo, ou seja, para um


sistema simples:
 Propriedades dos cálculos eletrostáticos
 Acúmulo de Carga em várias operações
 Valores eletrostáticos aceitos em cálculos
 Capacitância de vários objetos

 Há modelos matemáticos para a capacitância,


por exemplo, para um corpo esférico
 Balanço de Cargas
 Acúmulo de cargas e centelhas são
inevitáveis.
 Reconhecendo o problema, instala-se
recursos para evitar as:
1. Centelhas, pela eliminação da formação e
acúmulo de cargas estáticas
2. Ignição, pela inertização do ambiente externo
 A inertização é o meio mais confiável para
prevenir a ignição.
 Métodos gerais de projeto para evitar as ignições
eletroestáticas
1. Evitar que as cargas se acumulem até níveis perigosos
reduzindo a taxa de geração de carga e aumentando a
taxa de relaxamento de carga. Método utilizado
durante a manipulação de líquidos.
2. Evitar que as cargas se acumulem até níveis perigosos
projetando o sistema para incluir a redução da carga
por meio de descargas de baixa energia. Método
utilizado durante manipulação de pós
3. Quando descargas forem inevitáveis: Inertização do
meio ou diminuindo as concentrações de combustíveis.
E uso de medidas para mitigar as consequências, tais
como ventilação, etc.
 As centelhas são evitadas pelo aterramento e
pela união.
 As descargas tipo escova propagadora são
evitadas mantendo as superfícies ou
revestimentos não condutores
suficientemente delgados ou suficientemente
condutores para ter um tensão de ruptura
abaixo de 4kV (quando esse evento não
ocorre). Também pode ser evitado mantendo
os suportes metálicos aterrados.
 As descargas tipo pilha cônica são evitadas
aumento a condutividade da pilha (com aditivos),
diminuindo a taxa de carga para menos de 0,5
kg/s ou usando recipientes pequenos (menos de
1 m3).
 Descargas tipo escova são melhor controladas
utilizando inertização (apesar de haver outras
características de projeto, tais como as usadas na
escova propagadora).
 Descargas tipo raio são evitadas mantendo o
volume do tanque abaixo de 60 m3 e ou o
diâmetro menor que 3 m. Se isso não for
possível, é necessário inertizar o sistema.
 Áreas de processos são divididas em dois
tipos de ambientes principais: XP e não XP.
◦ XP significa à prova de explosões
◦ Área XP indica que materiais inflamáveis poderiam
estar presentes em determinados momentos.
◦ Área Não XP significa que os materiais inflamáveis
não estão presentes, mesmo em condições
anormais.
◦ Nas áreas Não XP pode existir uma chama aberta,
elementos aquecidos e outras fontes de ignição.
 Invólucros à prova de explosões
◦ Em uma área XP o equipamento elétrico e alguns
instrumentos devem ter invólucros especiais à
prova de explosão.
◦ Os invólucros são projetados para suportar uma
explosão interna e evitar que a combustão se
espalhe para fora do invólucro.
 Vide o motor de arranque. Este é envolvido por uma
caixa de ferro fundido, pesada, com resistência
necessária para suportar pressões explosivas.
 Classificação da Área e do Material
 Método de classificação definido no National
Electric Code em função da natureza e do
grau dos perigos do processo dentro de uma
determinada área:
◦ Classes I, II e III
◦ Grupos de A a G
◦ Divisões 1 ou 2
 As classes estão relacionadas com a natureza
do material inflamável:
◦ Classe I: locais onde há gases ou vapores
inflamáveis
◦ Classe II: locais onde há poeiras combustíveis
◦ Classe III: locais onde há fibras ou poeiras
combustíveis, mas que não tendem a estar em
suspensão.
 Os grupos informam sobre a presença de
tipos específicos de produtos químicos
◦ Grupo A: acetileno
◦ Grupo B: hidrogênio, etileno
◦ Grupo C: monóxido de carbono, sulfeto de
hidrogênio
◦ Grupo D: butano, etano, álcool etílico
◦ Grupo E: pó de alumínio
◦ Grupo F: negro de fumo
◦ Grupo G: pó
 As divisões indicam a probabilidade do
material estar na região inflamável.
◦ Divisão 1: probabilidade da ignição é alta
◦ Divisão 2: perigoso apenas em condições anormais
de operação
 Projeto de uma Área XP
◦ Consiste em instalar TODOS os equipamentos de
acordo com as classificação estabelecido.
◦ O projeto é tão bom quanto for a classificação mais
baixa.
 Objetivo: diluir os vapores explosivos no ar
para evitar a explosão e confinar as misturas
inflamáveis e perigosas.
 Plantas ao ar livre
◦ Processo construído ao ar livre.
◦ Boa ventilação natural assegura boas condições de
operação
◦ Risco maior quando há rupturas e vazamentos
 Plantas no interior de edificações
◦ Nem sempre é possível construir uma planta ao ar
livre
 O sistema consiste em uma matriz de
cabeças aspersoras conectadas a um
suprimento de água.
 As cabeças podem ser ativadas por fumaça
e/ou calor. Também pode ser possível
acionar manualmente.
 A água pode provocar danos consideráveis,
mas sempre menores que um incêndio.
 Sistemas de dilúvio: Sistemas de proteção de
tanques de armazenamento especial para
evitar o derretimento do tanque.
Avalie sua casa (ou um ambiente
pequeno de sua preferência)
quanto as questões associadas a
prevenção de incêndios e
explosões.
Lembre-se do gás da cozinha, do
aquecedor, dos equipamentos
elétricos, do carpete, etc.
Próxima etapa:
Introdução aos Alívios
de Pressão

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