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ARTIGO ORIGINAL • ORIGINAL ARTICLE

Proposta de atuação da fisioterapia na saúde da criança e


do adolescente: uma necessidade na atenção básica
Proposal for a performance of physical therapy on the health of children and adolescents: a
need in primary care

Maria Laura Oliveira David1, Maria Ângela Gonçalves de Oliveira Ribeiro2, Maria de Lurdes Zanolli3,
Roberto Teixeira Mendes4, Maíra Seabra de Assumpção5, Camila Isabel Santos Schivinski6

Pós-graduada em Fisioterapia Pediátrica


RESUMO Objetivo: elaborar uma proposta de assistência fisioterapêutica na rede básica
1

pelo Departamento de Pediatria da


Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP) – Campinas (SP), Brasil. de saúde objetivando sistematizar esse serviço para a saúde da criança e do adolescente.
laladavid@hotmail.com
Método: revisão bibliográfica/pesquisa nas bases de dados Scielo, Lilacs e Medline. Re-
2
Doutora em Saúde da Criança e do
Adolescente pela Faculdade de Ciências sultados: o fisioterapeuta não apenas restaura, desenvolve e conserva a capacidade física
Médicas pela Universidade Estadual de
Campinas (UNICAMP) – Campinas (SP), Brasil. do paciente, como também previne doenças e promove orientações. Assim, propõe-se
Coordenadora dos cursos de Pós-graduação
em Fisioterapia Pediátrica da Universidade sua atuação com base em três estratégias: orientação, assistência e acompanhamento.
Estadual de Campinas (UNICAMP) –
Campinas (SP), Brasil. Conclusão: o fisioterapeuta na atenção primária pode efetivar sua integração na equipe
ribeiromago@gmail.com
multiprofissional das UBS, no apoio matricial e programas de saúde da família.
3
Doutora em Pediatria / Saúde da Criança e
do Adolescente pela Universidade Estadual
de Campinas (UNICAMP) – Campinas (SP), PALAVRAS CHAVE: Criança; saúde pública; atenção básica; fisioterapia.
Brasil. Professor do curso de Medicina
pela Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP) – Campinas (SP), Brasil.
andre.morcillo@gmail.com
ABSTRACT Objective: To develop a proposal for physical therapy in primary health aiming to
4
Doutor em Pediatria / Saúde da Criança e
do Adolescente pela Universidade Estadual systematize this service to child health and adolescent. Method: literature / research in Scielo,
de Campinas (UNICAMP) – Campinas
(SP). Professor do curso de Medicina Lilacs and Medline. Results: the therapist not only restores, develops and retains the physical
da Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP) – Campinas (SP), Brasil. ability of the patient, also prevents diseases and promotes guidelines. Thus, we propose a per-
teixeira@fcm.unicamp.br
formance based on three strategies: guidance, assistance and support. Conclusion: the physio-
5
Mestranda em Fisioterapia pela
Universidade do Estado de Santa Catarina therapist in primary care can accomplish their integration into multidisciplinary team of basic
(UDESC) – Florianópolis (SC), Brasil.
mairaassumpcao@yahoo.com.br health units in the matrix support programs and family health.
6
Doutora em Saúde da Criança e do
Adolescente pela Faculdade de Ciências KEYWORDS: Child; public health; primary health care; physical therapy.
Médicas pela Universidade Estadual de
Campinas (UNICAMP) – Campinas (SP), Brasil.
Professora dos cursos de graduação e pós-
graduação em Fisioterapia da Universidade
do Estado de Santa Catarina (UDESC) –
Florianópolis (SC), Brasil.
cacaiss@yahoo.com

120 Saúde em Debate • Rio de Janeiro, v. 37, n. 96, p. 120-129, jan./mar. 2013
DAVID, M. L. O.; RIBEIRO, M. A. G. O.; ZANOLLI, M. L.; MENDES, R. T.; ASSUMPÇÃO, M. S.; SCHIVINSKI, I. S. • Proposta de atuação da fisioterapia na saúde da criança e
do adolescente: uma necessidade na atenção básica

Introdução as possibilidades práticas deste profissional no nível


básico de atenção.
O direito à saúde como dever do Estado atualmente
está garantido à população brasileira por meio do Siste- Método
ma Único de Saúde (BRASIL, 2007b). O SUS propõe
o acesso universal, integral, igualitário e intersetorial às Para elaboração dessa proposta, foi realizada uma re-
ações e serviços de promoção, proteção e recuperação visão bibliográfica de artigos científicos nas bases de
da saúde, sendo as ações preventivas uma de suas prio- dados SciELO, Lilacs e Medline, utilizando os se-
ridades (BRASIL, 2007c). Considerando esse conceito, guintes Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) na
existe relação entre o regimento do SUS e o papel do língua portuguesa: ‘criança’, ‘saúde pública’, ‘atenção
fisioterapeuta, uma vez que o código de ética desse pro- primária à saúde/atenção básica’, ‘fisioterapia’ e na
fissional estabelece como uma de suas funções a atuação língua inglesa: ‘child’, ‘public health’, ‘primary heal-
com caráter de prevenção. th care’ e ‘physical therapy’.
Apesar deste processo ainda estar em construção,
observamos que o profissional fisioterapeuta vem ad-
quirindo crescente participação nos serviços referentes Resultados
à atenção primária. Isso porque suas funções e atribui-
ções são constituídas por conjunto de ações de saúde, Com base na revisão realizada, entendemos que com-
incluindo nessa esfera a prevenção, assim como o diag- pete ao fisioterapeuta o planejamento, a programa-
nóstico cinesiofuncional, tratamento, reabilitação e ma- ção, a coordenação, a execução e a supervisão da apli-
nutenção da saúde (BORGES et al., 2010), conforme o cação de métodos e técnicas que visem à promoção
previsto no Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia da saúde, seja no nível de atenção básica, secundária
Ocupacional (COFFITO, 2008). ou terciária, englobando o paciente em todos os seus
O termo prevenir habilita o fisioterapeuta a atuar aspectos: físicos, emocionais e culturais.
na atenção básica, onde a prevenção das doenças é o A partir da integração desses conceitos – das
maior enfoque. É sua função proporcionar educação, responsabilidades do fisioterapeuta e das necessi-
prevenção e assistência coletiva na atenção básica em dades do paciente pediátrico –, elaborou-se uma
saúde (AB), bem como integrar equipes multiprofissio- proposta de atuação na atenção básica, que envolve
nais destinadas a planejar, programar, controlar e execu- três estratégias de intervenção: ‘orientação’, ‘assis-
tar projetos e programas (COFFITO, 2008). tência’ e ‘acompanhamento’, desenvolvidas nas Uni-
Ainda é grande o esforço para se definir a atuação dades Básicas de Saúde (UBS), através da inserção
desse profissional na assistência primária pelo fato de do fisioterapeuta neste espaço físico ou por meio do
haver pouca experiência acumulada nesse nível assis- matriciamento.
tencial. Isso talvez decorra de inadequações nas grades
curriculares, da formação dos cursos de graduação e das
legislações vigentes, que caracterizam a assistência fisio- Síntese dos dados
terapêutica com caráter predominantemente curativo e
reabilitador. Além disso, os próprios atores sociais des- Foi verificada na literatura a abordagem das ações fisio-
conhecem a prática de integralidade, conforme Silva e terapêuticas individuais e coletivas, uma vez que exis-
Da Ros (2006) apontaram recentemente. te certa dificuldade de se encontrar referências sobre a
Nesse contexto, os autores elaboraram uma pro- atuação do fisioterapeuta na AB de saúde (FORMIGA;
posta sistematizada de atuação da fisioterapia sobre os RIBEIRO, 2012).
problemas e necessidades de saúde da criança ao ado- As ações individuais constituem o atendimento in-
lescente, visando elucidar as características, a extensão e dividual, visitas familiares, orientações aos cuidadores,

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DAVID, M. L. O.; RIBEIRO, M. A. G. O.; ZANOLLI, M. L.; MENDES, R. T.; ASSUMPÇÃO, M. S.; SCHIVINSKI, I. S. • Proposta de atuação da fisioterapia na saúde da criança e
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considerando a dificuldade de deslocamento até a UBS, aos pacientes asmáticos, doença hoje responsável por
devido a limitações físicas, financeiras e à dinâmica elevado número de consultas na rede básica. Nas afec-
familiar (BRAGA; COUTO ROSA; NOGUEIRA, ções respiratórias, o treinamento é dirigido para as téc-
2008). Nesse contexto, a prática da visita domiciliar nicas de remoção de secreções brônquicas e exercícios
visa o primeiro contato com a moradia do usuário, sem ventilatórios.
necessariamente vinculá-lo ao atendimento, com pos- Na área motora, este treinamento objetiva orien-
sibilidade de orientações e identificação de problemas tar os familiares para a prevenção de encurtamentos e
locais (PORTES et al., 2011). As ações comunitárias deformidades musculoesqueléticas, uso adequado de
estão geralmente direcionadas à educação em saúde e órteses, cuidados com escaras de decúbito e também na
práticas corporais, com a realização de atividades em aplicação de estímulos para o desenvolvimento sensó-
creches, grupos escolares, envolvendo mulheres, ges- rio-motor da criança.
tantes e idosos. Podem ser oferecidas tanto em espaços Todo o programa de orientação leva em conside-
específicos destinados às reuniões ou nas próprias UBS, ração o nível de entendimento dos cuidadores, a idade
e incluem o desenvolvimento de palestras educativas, da criança, o quadro clínico em questão, bem como os
rodas de conversa ou atividades afins. (FORMIGA; recursos disponíveis para a sua resolução.
RIBEIRO, 2012) Assistência: envolve o tratamento realizado dire-
Assim, algumas possibilidades de atuação do fisio- tamente pelo fisioterapeuta ao paciente pediátrico, re-
terapeuta na AB e em ambiente comunitário são apre- alizado nas UBS ou no domicílio. É indicada para os
sentadas a seguir, mais especificamente foram aborda- casos de afecções respiratórias e motoras.
das questões referentes à saúde e cuidado da criança,
como a orientação, assistência e acompanhamento. Fisioterapia respiratória:
Orientação: corresponde a programas de orienta- Na área respiratória, a intervenção envolve a aplicação
ção por meio de palestras, treinamento aos pais, folhe- de técnicas convencionais (drenagem postural, vibração
tos explicativos e outros veículos de comunicação, so- manual ou mecânica, percussão e padrões ventilató-
bre diferentes assuntos que envolvem os cuidados com rios) a fim de remover secreção brônquica, otimizar a
a criança. Através da apropriação do conhecimento, a ventilação pulmonar e melhorar o padrão respiratório
criança e a família ganham autonomia no manejo da da criança. Outras técnicas, denominadas modernas
doença e na manutenção da saúde. (ciclo ativo da respiração, técnica de expiração forçada
Devido à sua relevância, os temas: profilaxia am- e drenagem autógena), também podem ser utilizadas
biental, métodos de prevenção de acidentes domésti- (LANNEFORS; BUTTON; MCILWAINE, 2004).
cos, conscientização sobre o aleitamento materno e a Dado o perfil especial deste grupo etário, que necessita
imunização, orientações quanto a medidas antirreflexo, de motivação e incentivo, recursos lúdicos como bolhas
limpeza nasal, uso e higiene de inaladores devem ser de sabão, língua de sogra e apitos são bons coadjuvantes
abordados. Assuntos apontados pela comunidade como na terapia respiratória. Além do uso de algumas técnicas
necessários, por meio de questionários e entrevistas, e instrumentais, como o inspirômetro de incentivo, o
são incluídos nessa dinâmica. Em situações especiais, flutter® e a tapotagem podem ser ensinados. Por serem
informações são oferecidas quanto aos cuidados com a recursos facilmente reproduzíveis pelo paciente ou cui-
oxigenoterapia e o suporte ventilatório domiciliar. dador bem treinado e orientado, promovem certa in-
Para o manejo de pacientes crônicos, são realiza- dependência para manutenção do quadro respiratório
dos programas de treinamento aos cuidadores envol- (OBERWALDER, 2000).
vendo técnicas de fisioterapia respiratória e motora, na
tentativa de garantir um cuidado domiciliar adequado. Fisioterapia motora:
Orientações para evitar agudizações ou crises devem ser Na assistência das afecções motoras, o fisioterapeuta
enfatizadas e uma atenção especial deve ser oferecida lança mão de exercícios, mobilizações, manipulações,

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alongamentos e outros recursos que visam restabelecer Acompanhamento: trata-se do seguimento da


a função musculoesquelética. criança e do adolescente. O fisioterapeuta estabelece
Nas alterações posturais, o diagnóstico precoce formas de monitorar a criança, seja através da progra-
aumenta as possibilidades de uma intervenção eficien- mação de retornos semanais às UBS ou por meio de vi-
te, principalmente na criança, onde o sistema muscu- sitas domiciliares. Esse acompanhamento pode ser feito
loesquelético é mais complacente. Várias outras do- de forma direta ou indireta.
enças requerem os cuidados do fisioterapeuta como: Quando direta, o profissional programa retornos
artrite reumatoide juvenil, doenças metabólicas, para- periódicos nos quais ele realiza a avaliação do desen-
lisia cerebral, miopatias, dentre outras. volvimento e do crescimento da criança, analisa aspec-
Assim como nas enfermidades pulmonares, em tos sensoriais e motores, reforça orientações realizadas
muitos casos de alterações motoras (ex: torcicolo mus- e ainda retoma os cuidados quanto às doenças respi-
cular, pé torto congênito) o atendimento deve ser re- ratórias e quanto ao manejo de pacientes crônicos.
gular e conciliado com as orientações aos cuidadores Assim, avalia a evolução da criança e do adolescente,
para realização de atividades em casa, o que efetiva o identifica precocemente alterações motoras e posturais,
tratamento. agudizações do quadro respiratório e ainda monitora as
As crianças prematuras com patologias limitantes condições domiciliares. Esse contato direto viabiliza o
ou restritas ao leito estão sujeitas a complicações como: encaminhamento da criança para avaliação multiprofis-
atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, escaras sional e a intensificação da assistência fisioterapêutica,
de decúbito, alterações no sistema musculoesquelético quando necessária.
(hipotrofia, atrofia muscular, contraturas, osteoporo- Já no acompanhamento indireto, o fisioterapeuta
se precoce, osteopenia e deformidades) (FELÍCIO; verifica regularmente os registros da caderneta de saú-
BARROS; VOLPON, 2005). O acompanhamento de da criança, com o objetivo de promover a vigilância
regular na primeira infância e avaliações fisioterapêu- à saúde infantil. Elaborada pelo Ministério da Saúde,
ticas programadas permitem detectar precocemente é uma importante ferramenta que os profissionais da
atrasos ou desvios, orientar os pais sobre as caracterís- saúde dispõem para acompanhar a adequação do cresci-
ticas da criança pré-termo, ensinar princípios básicos mento e do desenvolvimento (BRASIL, 2007a).
de estimulação sensório-motora, anotar dados sobre o A corrente proposta apresentada, de atuação do
crescimento e desenvolvimento das crianças acompa- fisioterapeuta na rede básica de saúde por meio das três
nhadas na caderneta infantil. Quanto mais precoce as estratégias de intervenção – orientação, assistência e
intervenções, maiores as chances de normalização sem acompanhamento –, fornece uma perspectiva ampla e
defasagem no desenvolvimento (MAGALHÃES et al., integral do paciente pediátrico, viabilizando uma tera-
2003). pêutica multiprofissional mais efetiva. Quando implan-
Outra intervenção, diz respeito aos quadros ál- tada por um programa que esteja integrado às equipes
gicos, que são responsáveis por um elevado número de referência e parte do apoio matricial, pode garantir o
de consultas nas UBS. A redução da dor melhora o atendimento fisioterapêutico ao usuário do serviço para
desempenho do paciente durante a terapia, além de o qual ele é referência, além dos seus próprios usuários.
restituir sua qualidade de vida. A acupuntura e a es-
timulação elétrica nervosa transcutânea são recursos
com bons resultados analgésicos (RABAINA, 1989). Discussão
Outros procedimentos, como massoterapia, relaxa-
mento, hidroterapia e cinesioterapia, também pro- A profissão da fisioterapia foi regulamentada no Bra-
piciam o alívio sintomático da dor, possibilitando a sil em 1969, cuja finalidade consistia em restaurar, de-
redução do uso de fármacos (OKADA; TEIXEIRA; senvolver e conservar a capacidade física do indivíduo.
MIYAGI, 2001). Dez anos após, seu leque de atuação ampliou-se para

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do adolescente: uma necessidade na atenção básica

os níveis de atenção básico, secundário e terciário (LU- maioria dos problemas de saúde de uma população
CAS, 2005). Contudo, pela sua própria concepção e (GIOVANELLA, 2006). Sendo que a contemplação
formação ao modelo assistencial curativo, a fisioterapia com ações vinculadas aos setores da Atenção Básica
muitas vezes é vista somente como reabilitadora de se- (AB) é recente, e realizada por meio do trabalho em
quelas e complicações quando a doença já está instala- conjunto com a equipe multiprofissional nas UBS e em
da. Esse conhecimento limitado restringe a atuação do alguns Programas de Saúde em Família (PSF) (BRASIL
profissional e destaca o pensamento popular, no qual o et al., 2005).
fisioterapeuta somente está inserido nos espaços tradi- No modelo tradicional, as UBS configuram uma
cionalmente conhecidos (hospitais e clínicas de reabili- organização territorial, um espaço físico ou até político
tação). Nessa linha, predomina a visão que a fisioterapia operativo do SUS para a prevenção e promoção de saúde
destina-se apenas à recuperação de distúrbios ortopédi- (BARBOSA et al., 2010). No Brasil, as UBS trabalham
co-traumatológicos e neurológicos (BISPO JR., 2010). com dois modelos de atenção: o tradicional, no qual a
Esse pensamento foi historicamente construído: organização dos serviços de saúde acontece por meio
na Antiguidade a principal preocupação na área da saú- de demanda espontânea ou programada, ou através da
de era tratar as doenças; no Renascimento, a divisão en- Estratégia de Saúde da Família (ESF) (TRINDADE,
tre os profissionais que deveriam reabilitar pessoas com 2012). Nas UBS, a atuação da fisioterapia pode ser
alguma morbidade e aqueles que cuidariam da saúde desenvolvida através desses dois modelos com ações de
de pessoas hígidas parece ter contribuído para que o educação em saúde, atividades domiciliares, ativida-
objeto de trabalho da fisioterapia permanecesse direcio- des em grupos, atendimentos individuais, ações inter-
nado ao atendimento de pessoas já enfermas; seguindo setoriais, acolhimento e investigação epidemiológica
com a industrialização e proliferação de novas doenças, (PORTES et al., 2011).
aumentou o interesse pelo tratamento de enfermidades Dentro das ESF, e com a ampliação da cobertura
e suas sequelas; no Brasil, por volta de 1879, teve início assistencial (FORMIGA; RIBEIRO, 2012), o Minis-
o uso de recursos físicos com o intuito de curar e rea- tério da Saúde criou o Núcleo de Apoio à Saúde da Fa-
bilitar doentes. Posteriormente, na década de 50, a alta mília (NASF). O profissional da fisioterapia compõe
incidência de poliomielite e de acidentes de trabalho essa equipe, que tem como proposta a integralidade
fortaleceu ainda mais a concepção da fisioterapia como do SUS, a ampliação das ações de atenção básica e a
reabilitadora (SILVA et al., 2007). interação com outros profissionais (NASCIMENTO;
Atualmente, o processo de formação do fisiote- OLIVEIRA, 2010). No NASF, o fisioterapeuta está apto a
rapeuta está direcionado a desenvolver competências planejar, implementar, controlar e executar políticas, pro-
e habilidades gerais para atenção à saúde, como ações gramas, cursos, pesquisas ou eventos em saúde pública,
de prevenção, promoção e proteção da saúde, além da contribuindo com planejamento, investigação e estudos
reabilitação individual e coletiva. A graduação tem um epidemiológicos. Também pode participar de câmaras téc-
perfil mais humanista, crítico, reflexivo e capacita- nicas de padronização de procedimentos em saúde coleti-
do a atuar em todos os níveis de atenção (CONSE- va; avaliar qualidade, eficácia e riscos à saúde decorrentes
LHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA de equipamentos de uso fisioterapêutico. Além disso, pode
OCUPACIONAL, 2009). No entanto, o discente ain- promover assistência organizada em acolhimento, atendi-
da tem um conhecimento limitado sobre as possibilida- mento individual, domiciliar, grupos operativos e ativida-
des de sua atuação na saúde pública, visto a escassez do des educativas em equipe (BARBOSA et al., 2010).
número de profissionais nesta área (NAVES; BRICK, Dentre os grupos assistidos, que contam com políti-
2011). cas de atenção primária, como a saúde na área da mulher,
Nos serviços de atenção primária destinados ao do trabalhador, do idoso, o enfoque do corrente artigo é a
primeiro contato do paciente com o sistema de saúde, atenção dada à criança e adolescente no que se refere às
visa-se cobrir as afecções mais frequentes e resolver a práticas da fisioterapia.

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DAVID, M. L. O.; RIBEIRO, M. A. G. O.; ZANOLLI, M. L.; MENDES, R. T.; ASSUMPÇÃO, M. S.; SCHIVINSKI, I. S. • Proposta de atuação da fisioterapia na saúde da criança e
do adolescente: uma necessidade na atenção básica

Como uma grande parte das doenças pediátri- que a fisioterapia contribuiu para a redução do nú-
cas requer a atuação da fisioterapia e se beneficia com mero de ocorrências de pneumonias em crianças
o tratamento, a ação sistematizada deste profissional (BRUNETTO, 2002).
pode contribuir para redução na demanda de consul- Existe evidência de que a aplicação de técnicas de
tas as UBS, bem como na morbidade desse grupo etá- fisioterapia respiratória para o tratamento de afecções
rio. A casuística do atendimento pediátrico presente respiratórias na infância contribui para uma melhor re-
na rede também justifica a presença deste profissional, cuperação dos pacientes (JANOSKI, 1990). Portanto,
pois há um número elevado de consultas por situa- a inclusão deste profissional na rede facilita o acesso da
ções de insuficiência respiratória aguda, exacerbações população infantil a essa terapêutica, cujos benefícios es-
de pneumopatias crônicas, debilidades do quadro tão retratados na literatura (VAN DER SCHANS et al.,
motor de diferentes etiologias, queixas álgicas e alte- 1999), principalmente na asma, bronquiolite e crises de
rações posturais de escolares e adolescentes. Para essas ‘chiado’ do lactente.
afecções, a fisioterapia conta com recursos e técnicas Fatores individuais e do ambiente de vida da crian-
manuais que podem prevenir agravos e tratar quadros ça propiciam o aparecimento de doenças e sua evolução,
instalados, por meio do auxílio na remoção de secre- em especial nos dois primeiros anos de vida, em função
ção brônquica e pela recuperação funcional através de de sua característica anatômica e imunológica. A exposi-
exercícios e mobilizações. ção a fatores irritativos e sensibilizantes, ambientes frios
A população infantil é um dos grupos etários mais e úmidos, conglomerados, são aspectos domiciliares que
vulneráveis e é assistido por meio de políticas através explicam os episódios de doenças respiratórias em crian-
do programa de saúde da criança. Este programa tem ças que residem em áreas urbanas, com recidivas, em mé-
como responsabilidades a garantia dos aspectos nutri- dia, de seis a oito vezes por ano (SÃO PAULO, 2003).
cionais, reforço constante quanto ao aleitamento ma- Além das afecções respiratórias, Portes et al. (2011)
terno, acompanhamento regular do crescimento e do destacam que há a necessidade de mais trabalhos envol-
desenvolvimento da criança, imunização por meio de vendo crianças com os outros acometimentos comuns a
campanhas de vacinação, e ainda assistência às doen- esse ciclo de vida, considerando que existe precariedade
ças prevalentes, como diarreia e infecções respiratórias quanto ao levantamento das reais necessidades que esse
agudas. grupo etário depende.
Entre as afecções mais comuns na criança, es- Nessa linha, os quadros motores apresentam altos
tão as enfermidades respiratórias. As infecções res- índices de procura por assistência em saúde, tendo a fi-
piratórias agudas (IRAs) têm relevância universal. sioterapia benefícios reconhecidos. Em situações como
Elas constituem importante causa de adoecimento o atraso do desenvolvimento motor infantil, seja devido
em crianças até os cinco anos de idade e têm ele- à prematuridade ou decorrente de encefalopatias, é uma
vada morbidade e mortalidade na infância, particu- terapêutica reconhecida como eficiente coadjuvante da
larmente nos países em desenvolvimento (NIOBEY clínica médica.
et al., 1992; RODRIGUES; SILVA; BUSH, 2002). As variações posturais são comumente encontra-
No Brasil, parcela significativa da morbidade e da das no período do crescimento e do desenvolvimento e
mortalidade infantis relaciona-se a causas evitáveis, decorrem dos vários ajustes, das adaptações, de mudan-
dependentes das melhorias dos serviços de saúde e in- ças corporais e psicossociais que marcam esta fase (PE-
vestimentos em educação e saneamento básico (RA- NHA et al., 2005). Observa-se um aumento relevante
BELAIS, 2007). na incidência de problemas posturais em crianças, sen-
A fisioterapia respiratória é utilizada com fre- do as causas mais comuns: má postura durante as aulas,
quência no tratamento das doenças respiratórias pe- uso incorreto da mochila escolar, utilização de calça-
diátricas e muitos estudos avaliam os benefícios desta dos inadequados, sedentarismo e obesidade. Através de
intervenção. Um estudo realizado em 2002 mostrou uma avaliação fisioterapêutica minuciosa da postura,

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DAVID, M. L. O.; RIBEIRO, M. A. G. O.; ZANOLLI, M. L.; MENDES, R. T.; ASSUMPÇÃO, M. S.; SCHIVINSKI, I. S. • Proposta de atuação da fisioterapia na saúde da criança e
do adolescente: uma necessidade na atenção básica

consegue-se identificar alterações que podem trazer integrada na equipe do PSF, melhora significativamente
consequências prejudiciais à função de sustentação e de o quadro geral de saúde dos pacientes (CONSE-
mobilidade (BANKOFF; BRIGHETTI, 1986), bem LHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA
como iniciar precocemente a terapêutica adequada e OCUPACIONAL, 2005). Estes resultados motivam a
reverter o quadro. sistematização da ação do fisioterapeuta no PSF, cujas
Também o ganho ponderal das crianças resulta de ações podem levar a um grande impacto na saúde da
apoio e orientação que as mães recebem durante o pro- criança.
cesso de amamentação (ONIS; VICTORA, 2004). O Um fato importante a destacar é que a maioria da
fisioterapeuta, através da proposta do acompanhamen- população que utiliza os serviços de saúde o faz através
to indireto, pode reforçar as orientações, além de veri- do SUS. Em estudo realizado no estado do Rio Gran-
ficar a caderneta de saúde regularmente e, juntamente de do Sul verificou-se que, entre os usuários de fisiote-
com a equipe multiprofissional, verificar a adequação rapia, 66% utilizam o SUS, 25% planos de saúde ou
do desenvolvimento pôndero-estatural. convênios e 9% consultas particulares (SIQUEIRA;
Entretanto, Sousa, Erdmann e Mochel (2011) FACCHINI; HALLAL, 2005). Sistematizar a atuação
destacam a ocorrência das condições limitadoras para da fisioterapia no nível de atenção básica, com vistas à
integralidade do cuidado à criança na AB da saúde. Re- promoção da saúde e prevenção de doenças, corrobora
latam que, apesar de ações para esse grupo serem enfa- com a proposta a que este nível de atenção se dispõe
tizadas, ainda encontram-se em processo de formação e (GIOVANELLA, 2006).
implementação. Deve haver a interação entre o profis- No entanto, diante da complexidade das questões
sional da equipe, as famílias e a própria comunidade, o que envolvem os cuidados com a criança e o adolescen-
que na prática não é tão simples. te, fica claro que atuar na AB não é tarefa simples. A
Contudo, em sua revisão, Loures e Silva (2010) compreensão e a inserção do profissional na comuni-
verificam a interface entre as atuações do agente comu- dade devem ser adquiridas pela educação permanente,
nitário e o fisioterapeuta, e relatam haver uma interação bem direcionada e elaborada (PAULA et al., 2009;
entre suas atividades. Esse fato fortalece o trabalho des- RIBEIRO; SILVA; PUCCINI, 2010).
ses profissionais na atenção básica, no que concerne à Isso porque, conforme afirma Fréz e Nobre
importância da realização do trabalho em equipe. (2011), o planejamento e o direcionamento das políti-
Em um estudo realizado no município de Sobral cas públicas relacionadas à saúde são cada vez mais acer-
(Ceará), onde o fisioterapeuta participa diretamente tadas quanto mais fundamentadas estão no respeito às
no programa de saúde da família, foi constatado que perspectivas e necessidades daqueles que a utilizam. São
67% das atividades fisioterapêuticas se relacionam os usuários os mais passíveis de percepção e análises.
com a promoção de saúde e geram um alto índice de No caso das crianças, esta tarefa se destina aos pais, que
satisfação popular (BRASIL et al., 2005). O modelo devem ser educados, orientados e ouvidos com relação
estruturante do PSF deste município incorpora várias às necessidades em saúde e à satisfação com os serviços
categorias profissionais de saúde ao programa, permi- de atendimento aos seus filhos.
tindo o desenvolvimento de ações de muita importân- Importante destacar ainda que a organização atual
cia e impacto na qualidade de vida da população. Os do SUS, em equipes de referência e apoiadores matri-
impactos podem ser sentidos na saúde da criança, onde ciais, que visam a ampliação das possibilidades de realizar
há estudos que mostram redução significativa da desnu- uma clínica abrangente e uma integração dialógica en-
trição no primeiro ano de vida, mortalidade neonatal, tre as diferentes especialidades (CAMPOS; DOMITTI,
mortalidade infantil geral e por diarreia (SIQUEIRA; 2007), tem como finalidade garantir às equipes das UBS
FACCHINI; HALLAL, 2005). um maior apoio no processo de assistência (ARONA,
Também em Ipatinga (MG), há evidências su- 2009). Esse cenário ainda está em fase de construção e
ficientes que demonstram que a fisioterapia, quando envolve alguns obstáculos como a própria estrutura, o

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DAVID, M. L. O.; RIBEIRO, M. A. G. O.; ZANOLLI, M. L.; MENDES, R. T.; ASSUMPÇÃO, M. S.; SCHIVINSKI, I. S. • Proposta de atuação da fisioterapia na saúde da criança e
do adolescente: uma necessidade na atenção básica

excesso de demanda e a carência de recursos, no âmbito profissional na AB com enfoque na saúde da criança
político, de comunicação, cultural, ético e epistemoló- e do adolescente, houve o interesse em apresentar essa
gico (CAMPOS; DOMITTI, 2007), e que configuram proposta.
barreiras a todos os profissionais, incluindo os fisiotera-
peutas. No caso desses profissionais, são escassos os re-
latos quanto a tais experiências e discussões conceituais Conclusão
sobre a importância de suas ações no matriciamento.
Essa lacuna necessita ser sanada, para que a prática da A proposta de atuação do fisioterapeuta na rede bási-
fisioterapia na AB seja constituída de fato, bem como se ca de saúde aqui apresentada sistematiza a participação
defina suas relações com outros promotores da saúde e deste profissional na equipe multiprofissional, de forma
seu real foco de atuação. transdisciplinar e horizontal, além de caracterizar sua
Apesar dos problemas citados, essa nova organi- função, que não se restringe apenas à reabilitação, mas
zação cria as condições para a definitiva incorporação também à promoção da saúde, conforme rege o SUS.
desse tipo de atendimento, por facilitar a interlocução Por se tratar de uma proposta organizada de inserção
multiprofissional e a gestão do procedimento e tais deste profissional no nível primário de atenção, pode
atividades têm envolvido a orientação aos familiares, não só beneficiar o sistema, reduzindo a sobrecarga nos
auxílio no manuseio da criança doente e prevenção de níveis secundário e terciário de assistência, como tam-
enfermidades comuns desta faixa etária. Porém, por bém viabilizar o acesso da criança e do adolescente à
não haver uma descrição sistematizada da atuação deste fisioterapia.

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Recebido para publicação em Agosto/2012


Versão final em Março/2013
Conflito de interesses: Não houve.
Suporte financeiro: Inexistente.

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