Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Fateapostiladesenhocompleta 120809095326 Phpapp02
Fateapostiladesenhocompleta 120809095326 Phpapp02
FORTALEZA
2012
2
FORTALEZA
2012
Não se cobre em demasiado, sinta sua evolução e vá construindo seu estilo de maneira
simples, porém com eficácia. Não pule etapas e compreenda o desenho como um
processo de alfabetização, ou seja, uma Alfabetização Visual.
Da mesma forma que você aprendeu a ler e passou anos no colégio para estudar as
regras linguísticas e da escrita, você verá que com o desenho é a mesma coisa.
Isso mesmo ! Aprender a ler as partes para apreender o todo.
Como uma palavra não funciona sozinha sem seu contexto, os elementos visuais
também não funcionam. O desenho está em diferentes profissões e na área de Design
ele adquire grande importância em relação ao planejamento de projetos.
Por causa desta etapa tão importante na formação da carreira de um Designer de Moda
é que este curso foi pensado, aqui é a primeira etapa, contudo a principal para que você
obtenha êxito neste quesito. Pratique, estude, pesquise !!!
Não pensem que esta etapa passará, não espere pelo fim e sim pela evolução.
Agora responda;
Priscila Guimarães
Fortaleza, 2012
Introdução
Esta apostila apresenta algumas regras e teorias sobre as práticas do desenho. Destinada a
iniciantes da prática do desenho, aqui você conhecerá desde materiais básicos como também
atividades e exercícios para que construa sua rotina diária de dedicação ao desenho. Só a prática levará
a sua perfeição ( frase famosa).
Contudo, praticar errado também pode causar atrasos no desenvolvimento, bem como gerar alguns
vícios que são difíceis de perder.
Em cada etapa terminada você compreenderá que o desenho é uma formação básica de apenas
alguns elementos e que esses poucos elementos acompanhará você durante toda a sua jornada de
designer.
Segundo a artista plástica e professora Ostrower (1983), o desenho tem na sua construção um
mistério surpreendente. Ela compara a formação das frases com a formação harmoniosa do desenho e
apresenta uma questão sobre essa relação.
“Quantos vocábulos se constitui a linguagem visual?”
Para a autora são apenas cinco. A LINHA, A SUPERFÍCIE, O VOLUME, A LUZ E A COR. Parece
básico e simples e é aí que o desenhista depara com a complexidade de lidar com tão poucos
elementos, porém é com poucos elementos que conseguimos apreciar tantas variedades de técnicas e
estilos que constituem as obras de arte.
Então, e ai?!!! O que é uma linha?
Para a autora, a pergunta certa seria. “O que faz a linha em termos de estrutura espacial?”
Então lhe pergunto: O que faz uma linha no desenho da uma casa, ou de um croqui de moda, ou
de uma ficha técnica, ou numa lista de supermercado?
Todos esses contextos que citamos acima falam da linha, tantas perguntas e interpretações
diferentes. Mas, afinal, como a linha e os outros elementos visuais interagem entre si?
A resposta desta pergunta é o que faz acontecer o desenho. Se ele é forte, fluido, romântico,
artístico, técnico, mensagem... não há mistério, apenas os elementos visuais que estão em harmonia e
transmitem a mensagem que desejam.
Contudo, desenho e imagem não são apenas apropriações dos elementos visuais, eles têm
simbologias e linguagens e por causa desses quesitos é que devemos praticar e estudar algumas regras
que compõe a estrutura do desenho.
Há uma grande diferença entre o desenho artístico do desenho técnico de moda. Normalmente,
o desenho artístico serve apenas para a apreciação e idealização de um futuro projeto, além de servir
de ilustração ou promoção. Entretanto, o desenho técnico de moda tem como regra sua unificação
como linguagem, principalmente quando tratamos de modelos e aviamentos diferenciados. O desenho
técnico de moda acompanha a ficha técnica, tem em sua representação a formação o desenho plano
da roupa e de configuração bem simétrica sem muitos estilos e adereços desproporcionais. Essa
característica exigida pelo desenho técnico não deixa a liberdade criativa exercer sua vontade, isso
porque diferentes pessoas irão ler seu desenho e sua mensagem visual deve ser clara e unificada
dentro da empresa para que não haja prejuízos e desperdício de tempo.
Todavia, o que devemos saber é que desenho técnico ou desenho artístico perpassam o mesmo
desenvolvimento: LINHA, SUPERFÍCIE, VOLUME, LUZ E COR. Bons Estudos !!!
Os materiais
1. O papel
As matérias primas mais famosas e próximas do papel foram o papiro e o pergaminho. O papiro
foi inventado pelos egípcios e os exemplares mais antigos datam de 3.500 a.C. Até hoje, as técnicas de
preparação do papiro permanecem pouco claras, sabendo-se, apenas, que era preparado à base de
tiras extraídas de uma planta abundante no Rio Nilo.
Essas tiras eram colocadas em ângulos retos, molhadas, marteladas e coladas. Apesar da sua
fragilidade, milhares de documentos em papiro chegaram até nós. O pergaminho era muito mais
resistente do que o papiro, pois era produzido a partir de peles tratadas de animais, geralmente de
ovelha, cabra ou vaca.
Entretanto, foram os chineses os primeiros a fabricar papel com as características que o atual
possui. Descobertas recentes de papéis em túmulos chineses muito antigos, mostraram que na China
ele foi fabricado desde os últimos séculos antes de Cristo. Por volta do século VI a.C. sabe-se que os
chineses começaram a produzir um papel de seda branco, próprio para a pintura e para a escrita.
Em 105 d.C., o imperador chinês Chien-ch'u, irritado por escrever sobre seda e bambu, ordena
ao seu oficial da Corte T'sai Lun que inventasse um novo material para a escrita. T'sai Lun produziu uma
substância feita de fibras da casca da amoreira, restos de roupas e cânhamo, humedecendo e batendo
a mistura até formar uma pasta. Usando uma peneira e secando esta pasta ao sol, a fina camada
depositada transformava-se numa folha de papel.
O princípio básico deste processo é o mesmo usado até hoje. Esta técnica foi mantida em
segredo pelos chineses durante quase 600 anos.
O uso do papel estendeu-se até aos confins do Império Chinês, acompanhando as rotas
comerciais das grandes caravanas. Tudo parece indicar que a partir do ano 751, os árabes, ao
expandirem a sua ocupação para o Oriente, tomaram contato com a produção deste novo material e
começaram a instalar diversas fábricas de produção de papel.
No entanto, utilizavam quase exclusivamente trapos, pois era-lhes difícil obter outros materiais
fibrosos. A partir daquele momento a difusão do conhecimento sobre a produção do papel
acompanhou a expansão muçulmana ao longo da costa norte de África até a Península Ibérica.
Data de 1094 a primeira fábrica de papel em Xativa, Espanha, e por volta de 1150 a fábrica de Fabriano,
em Itália.
A partir daí, na Europa, começa-se a disseminar a arte de produzir papel: França em 1189,
Alemanha em 1291 e Inglaterra em 1330.
Curiosamente, a ideia de fazer papel a partir de fibras de madeira foi perdida algures neste percurso,
pois o algodão e os trapos de linho foram transformados na principal matéria prima utilizada.
No fim do século XVI, os holandeses inventaram uma máquina que permitia desfazer trapos,
desintegrando-os até ao estado de fibra.
Apenas em 1719, o francês Reamur sugeriu o uso da madeira, em vez dos trapos, pois existia
uma forte concorrência entre as fábricas de papel e a indústria têxtil, o que dificultava a obtenção e
encarecia a principal matéria prima usada na época: o algodão e o linho.
Ao observar que as vespas mastigavam madeira podre e empregavam a pasta resultante para produzir
uma substância semelhante ao papel na contrução dos seus ninhos, Reamur percebeu que a madeira
seria uma matéria prima alternativa. Mas apenas em 1850 foi desenvolvida uma máquina para moer
madeira e transformá-la em fibras.
As fibras eram separadas e transformadas no que passou a ser conhecido como "pasta
mecânica" de celulose. Em 1854 é descoberto na Inglaterra um processo de produção de pasta
celulósica através de tratamento com produtos químicos, surgindo a primeira "pasta química".
A partir daqui, a indústria do papel ganhou um grande impulso com a invenção das máquinas de
produção contínua e do uso de pastas de madeira.
As primeiras espécies de árvores usadas na fabricação de papel em escala industrial foram o
pinheiro e o abeto das florestas das zonas frias do norte da Europa e América do Norte.
Outras espécies - o vidoeiro, a faia e o choupo preto nos Estados Unidos e Europa Central e Ocidental,
o pinheiro do Chile e Nova Zelândia, o eucalipto no Brasil, Espanha, Portugal, Chile e África do Sul - são
hoje utilizadas na indústria de papel e celulose.
A pasta de celulose derivada do eucalipto surgiu pela primeira vez, em escala industrial, no
início dos anos 60, e ainda era considerada uma "novidade" até a década de 70. Entretanto, de entre
todas as espécies de árvores utilizadas no mundo para a produção de celulose, o eucalipto é a que tem
o ciclo de crescimento mais rápido e por isso tornou-se a principal fonte de fibras para a produção do
papel.
Graças à madeira, o papel foi convertido de um artigo de luxo, de alta qualidade e baixa
produção, num bem produzido em grande escala, a preços acessíveis, mantendo uma elevada
qualidade. Fonte: www.naturlink.pt in www.portalsaofrancisco.com.br
2. Marcadores
Entendamos como marcadores tudo aquilo que possa de alguma forma ajudar a configurar o
desenho em cima da superfície.
Podemos enquadrar os marcadores em solúveis em água, porosos, minerais, oleosos.
Solúveis em água
Segundo Morris (2007) os marcadores solúveis em água são compostos por soluções
pigmentadas que podem ser diluídas em água. Tipo:
Aquarela, tinta acrílica, tinta a base de minerais como o guache, pastéis secos e aquareláveis,
têmpera...
A aquarela: Muito usado nos desenhos artísticos de moda, a aquarela se apresenta como um
excelente material portátil, de fácil limpeza, rápida secagem e muito aderente em superfícies porosas
como o papel ou tecido cru.
O guache: É considerado um tipo de aquarela, mas sua característica é o efeito fosco que
produz. De fácil secagem, aderente às superfícies porosas, normalmente não tóxicas, elaboradas com
gesso entre outros elementos.
Pasteis secos: Muito poroso, tem efeito fosco, sua penetração é quase imediata pois sua
limpeza é dificultada por causa dos minúsculos pigmentos o compõe. Seu efeito é muito desejado para
esfumados e efeitos degrade.
Lápis aquareláveis: Tem formato de um lápis comum, mas sua propriedade porosa torna-se
liquida com auxílio de água, diferente da tinta aquarela, o lápis permite o artista concentrar o pigmento
em um único local do desenho.
Nanquim: Nanquim a prova solúvel em água, quando seco tem acabamento fosco, encontra-se
em poucas variações de cores e sua característica é a formação do bico da caneta especializada para
nanquim que dá um efeito de traço diferenciado. As canetas podem ser vareta fina, bambu, bico-de-
pena, pincel.
Tinta acrílica: O acrílico é uma tinta sintética solúvel em água que pode ser usada em camadas
espessas ou finas, permitindo ao artista combinar as técnicas da pintura a óleo e da aquarela.A tinta
acrílica possui uma secagem muito rápida, em oposição à tinta óleo que chega a demorar meses para
secar completamente em trabalhos com camadas espessas, possui um odor menos intenso e não causa
tantos danos a saúde por não possuir metais pesados, como o cobalto da pintura a óleo.Sua
praticidade, já que não depende de secantes, o diluente é a água, não é nociva ao pintor e seca rápido
e a matriz cromática é ampla, a torna muito popular entre artistas contemporâneos.Em técnicas
mistas, acrílica e óleo ou acrílica e pastel, a tinta acrílica sempre é utilizada primeiro já que a as tintas
oleosas fixam no acrílico mas o acrílico não fixa nas tintas com vetores oleosos.
Canetas hidrocor: Caneta Hidrocor, geralmente de uso escolar e por esta razão de baixa
qualidade cromática, resistência à luz e variedades de cores, no entanto existem as Canetas Hidrocor
profissionais, muito usadas por publicitários. A sua tinta é mais resistente à luz e de maior
Lápis de cor: Lápis de cor - É um material relativamente recente. São feitos a partir de uma
mistura de talco e substâncias corantes. Encontram-se à venda em caixas com enorme variedade
cromática, ou avulso. Existem lápis de durezas diferentes, e de três tipos principais: os de mina grossa e
relativamente macia, resistentes à luz e água e não precisam de fixador. Os de mina mais fina e mais
dura, são usados para desenhos com muito detalhe, também resistentes à água. Os lápis com minas
solúveis em água (aguareláveis) permitem um trabalho misto de desenho e aguarela. A boa qualidade
de um lápis de cor é fundamental para o êxito de um trabalho. Bem utilizados podem produzir
trabalhos notáveis. Vivem sobretudo das misturas e sobreposições de cores que valorizam o
cromatismo.
2.2 Minerais
Carvão : O carvão é um material clássico no desenho, talvez o mais antigo. Usa-se para esboçar
ou para desenhos definitivos de acordo com o suporte e a intenção. Já os homens primitivos usavam
galhos queimados para desenhar.
Grafite: A grafite foi descoberta na Baviera por volta de 1400, não lhe tendo sido dado na
época o devido valor. A história do lápis remonta a 1564, quando se descobriu em Inglaterra um filão
de grafite pura. A coroa inglesa mandou então abrir minas para se obter grafite como material de
desenho. Estas minas forneceram grafite a toda a europa, até se esgotarem as suas reservas no séc.
XIX. O mineral era misturado com gomas, resinas e colas. Esta mistura era então colocada numa
ranhura de um pedaço de madeira geralmente de cedro e atado com um cordel. À medida que se ia
gastando a grafite, o cordel era desenrolado e repunha-se a mina no extremo.
Em 1761, na Alemanha, Faber criou uma pequena oficina de fabrico de lápis. Misturava duas partes de
grafite com uma de enxofre. Existem também em muitas durezas, desde extra-duras a extra-macias. As
mais duras permitem traços finos cinzento pálido, as mais macias produzem traços mais grossos e mais
negros, pois depositam mais grafite no papel. Assim, temos basicamente a seguinte escala de grafites:
A grafite pode ser usada praticamente em todas as superfícies, excepto nas plastificadas, onde adere
mal. Quase todos os tipos de papel - lisos, texturados, rugosos - são também um suporte adequado.
Papéis como o "Ingres" ou "Canson" são óptimos suportes para trabalhos em valores de cinzento e
"degradés". O tipo de papel que se usa é importantíssimo pois determina a forma como a grafite se vai
comportar. Papéis coloridos são também frequentemente usados para trabalhos de desenho a grafite.
OS ELEMENTOS VISUAIS
Seguiremos com nossa pesquisa com o livro O Universo da Arte de Fayga Ostrower de 1983 da Editora
Campus, Rio de Janeiro. Neste livro a autora procura relatar uma experiência de curso voltado para as
pesquisas do campo visual, mas precisamente das artes plásticas.
1. A Linha
Na parte III ela nos apresenta os Elementos Visuais, e é por esse caminho que começaremos no capítulo
VI com a LINHA.
Ela começa demostrando que os elementos visuais precisam necessariamente de um contexto espacial,
ou melhor, uma função espacial. E juntos cada elemento
configura o espaço de um modo diferente.
A linha comporta diferentes comportamentos dentro do desenho, ou seja, linha não é somente um traço
reto com duas extremidades. Na composição do desenho as linhas se reúnem e juntas fazem uma
dinâmica espacial. Essa dinâmica é essencial para que você formule seu desenho, é na dinâmica da linha
e na sua modulação que o desenho toma forma e se apresenta como figura.
Figura 2 - Peso da
Linha
Ao longo de seu estudo Ostrower (1983) demostra
que a linha não comporta mais do que a sua dimensão plana –
bidimensional. Diferentemente das esculturas que comportam a forma
tridimensional. Como conclusão sobra a linha a autora indaga:
A Superfície
É na superfície material – diferente da superfície espacial qual falamos - que o desenho que coloca, se
deposita. Na superfície material ( papel, parede, tela, madeira...) o desenho pode parecer meio suspenso
no ar, mas é na configuração da superfície espacial que ele se manifesta em uma história, lugar ou
dimensão. A superfície adquire velocidade ( Figura 6) quando colocada em extensão, ou seja, se um dos
lados apresenta-se mais alongado do que os demais. Esse formato pode gerara ilusão de continuação e é
nessa sensação que o desenho se configura no tempo e espaço.
2. Volume
Para Ostrower ( 1983) a linha e a superfície são elementos que ainda se inserem nas dimensões do plano
pictórico, os elementos restantes como volume, luz e cor ultrapassam a estrutura bidimensional. Ela
ressalta que os demais elementos por agirem de forma conjunta e que normalmente configuram um
objeto com dimensão são considerados como elementos mais dinâmicos. “ O espaço que poderá ser
estruturado com eles ultrapassará sempre, em dimensões, a base do plano.
3. LUZ
O efeito da luz caracteriza-se pela superfície e é na superfície em volume ou plano que a luz tem o
efeito de gerar volumes e contornos.
“ O elemento luz será identificado nos contrastes de claro/escuro. O artista pode
aproveitar-se, evidentemente, de certos efeitos de iluminação natural ou artificial,
fazendo-os coincidir com a distribuição de manchas claras e escuras na imagem,
destacando então, nos objetos representados certos planos iluminados ou sombras
projetadas. Mas o contraste de claro-escuro pode existir independentemente de um foco
de luz. É esse contraste que conta. Pg. 223” (Figura 13)
+ +
4. A COR
Figura 15 - Prisma
14
quarto, ao escolhermos a roupa para vestirmos, quando saímos vemos os muros e outdoors da cidade
nos invadindo de cores, ou mesmo se ficarmos em casa; tudo está repleto de cores. Mas, o que é a cor?
Só podemos perceber as cores quando temos luz. Cor é luz. A luz emitida, seja pelo sol ou por uma
lâmpada, contém todas as cores do arco-íris. A luz branca é constituída pela reunião de numerosas
radiações coloridas que podem ser separadas. A cor é o resultado do reflexo da luz que não é absorvida
por um pigmento. Assim podemos perceber que a cor é uma sensação provocada pela luz sobre nossos
olhos. Podemos estudar as cores sob dois aspectos que estão diretamente relacionados, embora sejam
aparentemente opostos: a COR-LUZ e a COR-PIGMENTO.
5.2 Cor-Luz
Você já viu um arco-íris? Ao incidir nas gotas de água da chuva os raios da luz solar se decompõem em
várias cores. São radiações coloridas. Semelhante a um arco-íris temos um prisma comum, onde a luz
branca é dividida em um espectro de cores. Essas cores — vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil
e violeta — compõem o que é chamado de espectro visível da luz, que são freqüências do
espectroeletromagnético (“luz”) que podemos ver a olho nu. O que nos dá um total de 7 cores.
Porém, temos milhões de cores diferentes na transição de uma cor para outra. Estudos nos mostram a
classificação das cores, são elas: primária, secundária e terciária. A qual gerará o círculo cromático e
diante deste teremos também as cores complementares e análogas, além de muitos outros estudos e
definições.
5.3 Cor-Pigmento
O pigmento é o que dá cor a tudo o que é material. Os homens primitivos descobriam as cores pela
experiência. As pinturas rupestres eram feitas com os mais variados tipos de pigmentos naturais:
plantas, terra, carvão, e até o sangue dos animais que caçavam.
As técnicas de pintura se desenvolveram, se industrializaram e a tecnologia criou os pigmentos
sintéticos. Cores "artificiais", feitas em laboratório, mas tão intensas e belas como as cores naturais
que tentam imitar. Muitas tintas industrializadas ainda são feitas com pigmentos naturais, mas já
existem pigmentos sintéticos de todas as cores. Os corantes também são pigmentos. A mistura de
pigmentos altera a quantidade de luz absorvida e refletida pelos objetos. Cada um reflete somente a
cor que não é absorvida. Por exemplo: o pigmento amarelo absorve da luz branca as cores azul violeta,
azul cian, verde, vermelho alaranjado e vermelho magenta, e reflete somente a luz amarela, que é a
cor que podemos ver.
Seguindo os estudos de NEWTON, podemos classificar as cores pigmento inversamente a cor-luz,
O CÍRCULO CROMÁTICO
5.5 Cores primárias são aquelas que não podem ser obtidas a partir da
mistura de outras cores. São as cores básicas, a partir das quais, todas as
demais são obtidas. As cores primárias são o vermelho, o azul e o amarelo.
Se quiser fazer esse teste é simples, pegue os seu lápis de cor e faça em um
papel branco um desenho como está abaixo, colocando em um círculo as três
cores primárias dispostas proporcionalmente no círculo.
5.7 Cores terciárias são as cores que se consegue misturando uma cor
primária com uma cor secundária. Por exemplo: o amarelo alaranjado se
consegue misturando o amarelo (cor primária) com o laranja (cor
secundária). Misturando-se o vermelho (cor primária) com o laranja (cor
secundária), chega-se ao vermelho alaranjado. Você pode completar essas
cores no seu círculo também. Lembre-se que esses nomes não são
científicos e podem variar de acordo com o fabricante das tintas.
E para que serve isso? Esses conceitos podem ser importantes na escolha de cores, de acordo com o
que o artista, no caso, você, esteja tentando obter como efeito. Claro que, se a sua pintura é realista,
você não pode trocar a cor do morango vermelho por verde, para transmitir calma mas, pode carregar
uma quantidade maior de folhas. E pode ser que a sua pintura não represente a realidade. Nesse caso
você tem mais liberdade para usar as cores, já que não está sofrendo a limitação de retratar a
realidade.
É importante saber ainda que podemos ir construindo um círculo com vários níveis de detalhamento,
fazendo misturas para obter variações mais sutis. No primeiro círculo tínhamos unicamente 3 cores. No
segundo, passou a ter o dobro disso e depois o dobro do dobro. Podemos prosseguir da mesma forma
até o limite que desejarmos ou conseguirmos.
5.8 Cores complementares: são aquelas que estão em oposição no círculo cromático. Uma cor
primária sempre tem uma cor secundária como complementar. A cor complementar do azul (cor
primária) é o laranja (cor secundária). Isso pode ser útil na pintura de sombras e na relação frente e
fundo.
Cores análogas: são as que estão lado a lado no círculo cromático.
O círculo cromático serve para nos orientar na mistura e escolha de cores. Devemos lembrar, porem,
que não está lidando com um instrumento científico. A sensibilidade vale mais do que qualquer coisa
que esteja sendo dita aqui.
5.9 Sistema de cor: relação de posição onde a cor pode ser lida, já que ela tem significado. Cor:
matéria, luz e pigmento.
Conceitos de misturas:
Na tabela de cores encontramos os seguintes itens: eixo matiz, zona de saturação, zona de
escurecimento, subdivididos em cromáticos e acromáticos.
Veremos os contrastes existentes, ressaltando que a intenção é perceber os estados para que possamos
comparar as cores.
Contraste Complementar
Máximo contraste da cor está entre os pares formados de cores primárias e sua correspondente
complementar. Somando cada par as cores anulam-se.
Contraste Simultâneo
As cores sofrem influência de uma cor neutra que acaba se comportando de acordo com a cor da
moldura.
Contraste quente-frio
As cores adquirem temperatura de acordo com a relação que se faz com as outras cores da composição.
Quando compomos com o mesmo valor tonal a imagem não forma planos, imagem bidimensional.
Contraste de Qualidade
È quando priorizamos uma cor com foco de qualidade total e os outros elementos da composição ficam
como complemento.
Contraste de Quantidade
Composição formada pelo equilíbrio dos valores tonais das cores. Quanto mais luz, menos espaço ocupa.
Quanto menos luz, mais espaço ocupa.
Monocromia
Uma pintura que emprega vários tons de uma mesma cor recebe o nome de monocromia: a arte feita
com uma única cor, com variação de tonalidades. É a harmonia obtida através da adição gradativa de
branco ou preto a uma única cor primária, secundária ou terciária.
MONO + CROMIA = UMA COR
Observe como se faz uma escala monocromática a partir de uma cor escolhida (primária ou secundária ):
ESCALA MONOCROMÁTICA é a gradação de valor e intensidade de uma mesma cor. Misturadas
com o preto tornam-se mais escuras (ESCALA DE VALOR) e com o branco ficam mais claras (
ESCALA DE INTENSIDADE ).
Policromia
Policromia é o uso de várias cores no mesmo trabalho,
pode ser com cores primárias, secundárias, terciárias...,
a policromia pode causar um efeito muito conturbado
na formação da imagem ou superfície.
Quando tratamos de design de moda devemos ter muito
cuidado para equilibrar as cores de forma harmônica.
Módulo II
O Exercício do Olhar
Fortaleza
2012.1
Olá alunos!
Observemos estudo 1:
Trata-se de um estudo da superfície e da luz. Este exercício deve ser sempre praticado e
aprimorado, pois volume, luz e sombra, construção do desenho pela linha são práticas
recorrentes do desenho.
Observemos agora as diferentes posições que a luz se apresenta sobre o objeto e os valores
de tonalidade que vão aparecendo no processo.
Repita o exercício sempre que possível e experimente algumas outras formas e superfície
para estudo da forma e da luz, como: Triangulo, quadrado, hexágono, retângulo, linha. De
preferência junte alguns elementos e trabalhe a luz e posicionamento dos objetos na mesma
imagem Ex:
.
Mude também para diferentes
papéis e faça experimentações
misturando outros materiais como
giz de cera de diferentes cores
observando sua integração.
Exercício I
Faça as atividades em folha A4.
1. Um exercício de tonalidade
2. Um exercício de estudo das
formas e composição
semelhante ao exemplo.
3. Faça estudos de traçado
com giz de cera com pelo
menos 2 cores.
Sigam os exemplos desta folha.
Geometrizando os objetos
Uma boa técnica para desenhar é educar o olhar para realmente conseguir enxergar a figura
na sua totalidade.
Observe o desenho abaixo:
O desenho é de uma garrafa e algumas frutas. Contudo, podemos observar que a composição
básica desta figura começa com suas formas geometrizadas. Fazer o esquema de
geometrização da imagem ajuda na formação e composição do desenho.
EXERCÍCIO 2:
A CABEÇA
Estudaremos agora a proporção do copo humano e começaremos pela cabeça. A cabeça é a
parte mais importante do desenho, é na baseado na sua dimensão que damos os primeiros
passos para a contrução do corpo humano. Comecemos pela cabeça e suas dimensões e
localização dos olhos, boca, orelha, nariz, sobrancelha.
Você pode notar que há um divisão harmonica entre os elementos que compoe a cabela. Há a
evidencia da simetria entre os dois lados e essa simetria é proporcional a localização dos
outros elementos.
EXERCÌCIO 3
Constua um círculo de forma oval e o divida em 2 partes iguais e novamente ao meio
formando uma cruz no meio do círculo oval. Siga o exemplo da figura acima.
Comece com o traçado dos círculos e em seguida construa um círculo oval. Observe a divisão
que ocorre na linha dos olhos, são 5 divisões onde ficará a área dos olhos e nariz, e parte
lateral do rosto. Em seguida faça outra divisão no sentido vertical também partindo da linha
dos olhos para cima e outras 5 divisões para baixo. Observe a figura acima. Figura 5.
Ao final você terá um esquema parecido com esse. Faça a linha do pescoço partindo da altura
da linha dos lábios.
Exercício 4:
Faça a grade de proporção da cabeça denominando
cada linha como:
1.Linha do cabelo
2. Linha da sobrancelha
3. Linha dos olhos
4. Linha do Nariz
5. Linha do queixo
6. Linha do início do pescoço
As proporções servirão para diferentes trabalhos e posições, elas seguem um formato mesmo
que não o outro lado do rosto não possa ser visto no desenho. Veja figuras abaixo.
EXERCÍCIO 5: Faça o estudo dos olhos usando o esquema acima. Use uma folha A4.
A BOCA
Com a boca aprenderemos duas técnicas uma de OKABAYASHI (2009) e outra de POGANY
( 1996). A primeira de Okabayashi mostra a grade da boca partindo de um bloco que se
assemelha a um pote largo. Mais na frente veremos que o formato do pote dá uma maior
segurança na moldagem dos lábios e quando o pote abre auxilia o desenho quando se trata
de uma boca aberta.
Observe a como o desenho se configura. Lembre-se quando for desenhar as grades de auxílio
devem ser feitas com um lápis claro e que não marque muito o papel para que possa apagar
depois.
Vamos observar agora uma técnica mais antiga de 1996 do artista e professor Pogany.
Você deve observar que a boca feminina é mais volumosa e o traçado mais forte. Na boca
masculina o formato é mais limpo.
Pagany, usa a técnica
da divisão dos
sombreamentos e
volumes com 2H
Observe.
A ORELHA
Observe o traçado da orelha.
Técnica de Pagany.
Agora observe a técnica de Okabayashi e veja que ele marca bem precisamente a localização
e formato do nariz, depois que o desenho vai aparecendo com o uso da tonalidade luz e
sombra. O nariz é um dos desenhos mais sutis que tem na construção do rosto total. Ele pode
parecer desarmônico com o rosto e se tratando de desenho de moda o nariz é mais delicado
ainda, pois se aborda uma imagem esguia e detalhes com sutileza. Observe agora o esquema
de Okabayashi.
EXERCÍCIO 7:
Exercício 8:
Faça agora um desenho completo da
cabeça usando as técnicas mostradas
nesta apostila. Marque a grade e a
localização dos elementos. Use a
FACULDADE ATENEU
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE MODA
CURSO DE EXTENSÃO
PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DESENHO
MÓDULO III
O CORPO
Fortaleza
2012
Priscila Guimarães.
O CORPO
Ante as portas desgarradas, paradoxal
é a morte: impossível, feito realidade,
acaso predito. Corpo, deus imortal,
para sempre cego e mudo, abandona-te ao livre
“(...) O comprimento dos braços abertos de um homem é igual a sua altura (...); desde o
fundo do queixo até o topo da cabeça é um oitavo da altura do homem (...); a maior largura
dos ombros contém em si própria a quarta parte do homem. (...) Desde o cotovelo até o
ângulo da axila é um oitavo da altura do homem. A mão inteira será um décimo da altura
do homem. (...) O pé e um sétimo do homem (...); a distância entre o fundo do queixo ao
nariz e entre as raízes dos cabelos e as sobrancelhas é a mesma, um terço do rosto.”
EXERCÍCIO 2
Façam um desenho observando o manequim articulado da imagem acima. Uso o centro da folha A4.
Exemplo:
PÉS E MÃOS
Execício 4:
Construa um desenho de um pé seguindo a grade de proporção e esquema de posição ao lado.
Mãos Fig. 1
Desenho de Braço
Desenho de perna
EXERCÍCIO 5
Façam uma mão usando pelo menos 1 técnica acima, procure usar o sombreado.
Faça treinos pela técnica da figura 1.
CORPO HUMANO DINÂMICO: Normalmente é mais fácil conhecer o corpo humano dinâmico pela
leitura dos desenhos de super- herói ou desenhos de mangás. Aqui veremos outros estilos de desenho
que abordam o movimento do corpo, sendo que cada um aborda uma estética diferenciada.
Passando para o desenho de moda: Neste momento você já conheceu as diferentes técnicas de
desenho e
poderá já
conhecer o
corpo para a
construção do
desenho de
moda.
Observe que o equilíbrio do corpo está diretamente relacionado ao da cabeça. O pé que segura o corpo
está em sintonia com a cabeça. Quando este eixo muda a posição da cabeça também muda.
A prática de desenhar tecidos nada mais é do que desenhar a luz e a sobra que se
manifesta em cima de uma superfície. Muito usada no desenho de moda, é de
fundamental importância que o designer consiga visualizar como cada tecido de comporta
em cima do corpo.
Exercício 7:
Monte uma imagem com algum tecido e desenhe de acordo com as nuances de luz e sombra que você
vê.
Exercício 8:
Desenhe um corpo humano de frente e pelo menos uma peça de roupa ou tecido por cima do corpo. Não
estilize para desenho de moda, corpo de 8 cabeças.
O Desenho Cego é um trabalho onde o artista desenha mais o seu movimento perceptivo do que o objeto em si.
"É um exercício de percepção que nos faz ficar mais atentos ao mundo visível, do que propriamente uma
atividade que tem como finalidade chegar a um produto final."
Exercício 9:
Construa uma composição e desenhe com a técnica do desenho cego.
Em seguida procure espaços onde formam superfícies e pinte de lápis de cor com a
tonalidade de degrade. Cores livres. Siga exemplo abaixo.
Procure detalhar todos os elementos que você vê, e desenhe objetos complexos como
bicicleta, carros, uma roupa...
Material: Formato.
Use uma folha de
cartolina ou papel
cartão , pode usar
também o lado
escuro do papel
cartão. Corte a
folha no tamanho
de uma A3.
Bom Trabalho.
Bibliografia:
Módulo I
Módulo 2
OKABAYASHI, Kensuke Figure Drawing For Dummies, Wiley Publishing, Inc, Hoboken,EUA, 2009
OSTROWER, Fayga, Universos da Arte.n Ed. Campus, RJ, 1983.
PAGANY, WillY, The art of drawing. Ed. Madison Books, EUA.1996.
www.naturlink.pt in www.portalsaofrancisco.com.br
Priscila Guimarães, Esp.
Artes Visuais – CEFET
Comunicação e Imagem – UFC
Design de Moda - UFC
Laboratório de Artes Visuais – Vila das Artes - Secult
Profa. Faculdade Ateneu – Design de Moda
Coord. Projeto Curumim BNB – Arte Aplicada, Cultura e Sustentabilidade.
Bolsista Programa de Educação Tutorial – Design de Moda UFC