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gostar de você
A jornalista científica Maggie Zhang reuniu uma série
de estudos que te fazem passar por simpático em quase
qualquer situação
Sorrir: a jornalista científica Maggie Zhang reuniu uma série de estudos que te fazem
passar por simpático em quase qualquer situação (Kavuto/Thinkstock)
Estar entre pessoas que gostam de você não é só uma sensação ótima: também te torna
mais persuasivo e até bem-sucedido. Claro, ser popular pode ser um desafio,
especialmente em ambientes novos – mas fique sabendo que a psicologia já tem um
monte de “hacks” para te ajudar na missão de se tornar “mais gostável”.
O primeiro truque não exige nada mais que a sua presença. Existe um fenômeno
chamado “efeito de mera exposição”, que explica porque coisas familiares te dão aquele
quentinho no coração. Quanto mais você se acostuma com a presença de alguma coisa,
mais tende a gostar dela.
Detalhe: eles nunca haviam falado com nenhuma das quatro. Na maior parte do tempo,
os participantes preferiam aquela que tinha ido a mais aulas.
A reação é completamente passiva: o fato de algo ou alguém fazer parte da sua rotina
cria interações (mesmo não verbais) constantes, que criam uma certa intimidade e
aumentam as chances de nascer uma amizade.
Seja chato, seja legal, mas esteja lá – já é meio caminho andado para que gostem de
você.
Falar bem de alguém funciona como um bumerangue: quem escuta um elogio passa a
associar os adjetivos usados a pessoa que falou. A transferência acontece mesmo
quando o galanteio não é dos mais sinceros.
Ou seja, quando você diz que alguém é inteligente, alegre e animado, a pessoa do outro
lado vai pensar associar você à inteligência, alegria e animação. O contrário também é
verdade: se você sair falando mal dos outros, a impressão ruim recai sobre você.
O problema é que ninguém dá muito crédito para elogios que são feitos toda hora. Um
estudo colocou 80 universitárias para conversar em duplas. Depois, elas eram separadas
e uma podia “espiar” enquanto a outra conversava com os pesquisadores.
Algumas meninas só fizeram comentários bons sobre a parceira, outras só ruins e outro
grupo misturava os dois tipos de avaliação. No final das contas, as participantes ficavam
mais satisfeitas quando a dupla começava falando mal delas e terminava elogiando –
nesse caso, elas sentiam que conseguiram “conquistar” a outra durante o papo e, daí,
valorizavam mais a parte boa.
Já quando não existe essa conexão prévia, você só deixa a pessoa fazer parte da sua rede
de contatos em 20% dos casos.
A psicóloga de Harvard Amy Cuddy baseou seu livro em só dois fatores que ajudam a
determinar se alguém vai gostar ou não de você. De acordo com ela, uma primeira
impressão depende do quanto você parece confiável e o quanto você impõe respeito.
Você passa confiança quando se mostra uma pessoa calorosa desde o começo. Já o
respeito tem a ver com demonstrar competência e status intelectual e econômico.
Só que a ordem dessas impressões é essencial – deixe para parecer competente apenas
quando já estiver demonstrado bastante afeto.
A explicação para isso, segundo Cuddy, é evolutiva: para a nossa sobrevivência, era
crucial saber se o outro era digno de confiança antes de descobrir, por exemplo, se ele
era forte (afinal, essa força toda podia sobrar para você).
5. Faça besteira
Falando em competência, nada faz as pessoas gostarem tanto de alguém bem sucedido
quanto vê-lo cometer um erro. Um estudo gravou uma sala de voluntários fazendo um
teste oral e depois reproduziu o áudio para universitários e perguntou de qual dos
participantes eles gostavam mais.
Os favoritos foram os que mandaram bem na prova, mas derrubaram café no final – as
pessoas gostavam mais deles do que dos inteligentes que não se atrapalharam.
Só que o efeito só funciona para quem passa a impressão de ser competente. Aqueles
que iam mal no teste e também derrubaram o café não passaram uma impressão
positiva. Se mostrar vulnerável ajuda os outros a se identificarem com você, mas
ninguém quer se espalhar em alguém que faz tudo errado sempre.
Sabe aquele tapinha nas costas quando você vai dar parabéns para alguém? Ou aquele
toque rápido no braço quando você entende a piada da pessoa?
Então: se esses contatos físicos forem rápidos e respeitosos o suficiente, você pode
ganhar pontos com seu interlocutor. Em um estudo da Universidade do Mississipi,
algumas garçonetes foram instruídas a tocar rapidamente o ombro ou as costas dos
clientes quando retornavam os trocos deles – e as que fizeram isso conseguiram gorjetas
maiores do que as que não tocavam os clientes.
Agora, claro, tudo é jeito: tocar uma pessoa que claramente prefere manter distância é
fracasso na certa.
7. Sorria!
Quem sorri mais é mais “gostável”. Isso de acordo com um estudo da Universidade de
Wyoming, nos EUA, no qual 100 participantes mulheres olharam fotos de várias outras
moças em quatro poses diferentes – sorrindo com uma postura corporal ‘aberta’ (coluna
ereta e braços descruzados), sorrindo em postura ‘fechada’ (braços cruzados), rosto
sério com postura aberta e não sorrindo em postura fechada.
8. Compartilhe um segredo
A lógica é simples: se você contar para a pessoa algum segredo sobre você, ela se sente
especial – e cria uma simpatia por você. A conclusão é de uma pesquisa da Stony Brook
University, que funcionou assim: algumas pessoas formaram pares e conversaram por
45 minutos.
Mas não era qualquer conversa – cada dupla seguia um roteiro de perguntas, e havia
dois tipos de roteiro: um extremamente pessoal (com perguntas como “como é sua
relação com a sua mãe?”), e o outro, com conversa de elevador (“tá frio, né?”).
No fim do processo, as duplas que perguntaram coisas pessoais disseram já ser amigas,
entquanto as outras disseram que não dava para afirmar isso.
Aí, ela também vai querer se proteger e, no fim, a forma como ela agir vai acabar
confirmando a sua opinião ruim a respeito dela. Isso é conhecido como o efeito
Pigmaleão (ou efeito Rosenthal), e também funciona do outro lado: se você já esperar
um tratamento amigável de alguém, provavelmente vai se abrir mais, e aí essa pessoa
vai sentir essa abertura e realmente ser mais amigável. Pelo menos, é isso que diz
um artigo publicado na Harvard Magazine. Mas faz sentido, né?
Uma pesquisa das universidades da Califórnia e de Illinois mostra que um bom senso de
humor é a característica que as pessoas mais procuram com os amigos, e está acima de
qualquer outro traço positivo – incluindo empatia, beleza e gostos parecidos.
Por outro lado, não ter um senso de humor (especialmente no seu trabalho) pode ser
desastroso: em um estudo da Universidade de Washington, que analisou as relações
entre 140 colegas de trabalho entre 26 e 35 anos, fica claro que as pessoas com menos
senso de humor eram as menos populares – mesmo que elas fossem sabidamente bons
trabalhadores, éticos ou pessoas educadas.
Falar de si, de acordo com um estudo de Harvard, é tão recompensador quanto ganhar
dinheiro, fazer sexo ou comer. Mas segundo Stuart Diamond, professor da Universidade
da Pensilvânia, abrir um espacinho nessa falação para ouvir o outro – nem que seja só
um pouquinho – pode dar um up na relação, mesmo que não seja a relação mais
profunda do mundo.
Uma vez, ele precisou de um favor de uma atendente do guichê de uma companhia
aérea – só que a mulher estava cansada e de mal humor, e não parecia afim de ajudar.
Aí, Diamond chegou perto e perguntou se estava tudo bem: “Ela sabia que eu queria um
favor. Mas só eu parei 10 segundos para perguntar como ela se sentia”, disse ele – e no
fim, o pesquisador conseguiu o favor.