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GUIA DE

ESTUDOS
COMBATE À PRECARIZAÇÃO DA
SAÚDE DA MULHER EM CAMPOS
DE REFUGIADOS
"Tudo afeta você, porque lá uma

mulher não vale nada"

- Refugiada anônima
Organização

Professor Leandro S. Esteves

Professora Leila Mansini Fiamozzini

Professora Nora Sampaio

Diretora Giovanna Caroline Pantalena

Diretor Marcos Vinícius de Paula

Diretora Sofia Damian Parreira

Diretor Stefano Pires Benetti

Editora-chefe Beatriz Panessa

Chefe de Staff Técnico Leonardo Ayzawa

Chefe de Staff Luiza Leite


Imprensa

Jornal

Alyssa Bernardes e Silva

Daniela Lopes Rinaldi

Julia Ordonio

Luiza Daddio Souza de Moura

Melissa Dias Alves

Audiovisual

Fernanda Pinaffi

Fotografia

Carolina Lorenzetti

Eduarda Sampaio

Gabriela Trevisol

Nathalia Cupini Siano

Rafaela Baisso

Shayenne Chrispim
Staff

Beatriz Soares de Lima

Bianca Maria dos Santos Gonzaga

Gabriel Favareto De Almeida

Gabriela Mendonça de Matos

Giovanna Castellano Almeida

Giovanna Cristina Rocha Machado

Giullia Izepe Ferreira

Henrique de Almeida Brito

Isabela Oneda Zoéga de Lima

Isabelle Escarmanhani Lorenzetti

Julia Beraguas Tarjino

Lais Bispo Rosa

Larissa Arjona Tomé

Lucca Zuffo Secco

Maria Beatriz Vasconcelos Carvalho

Rafaela Franco

Sofia Lebrão Ferreira

Thiago de Camargo Kari Quental


SUMÁRIO  
 
 
Carta de apresentação.......................................................................................................02 

10 Anos de Confemack....................................................................................................04 

Deveres.............................................................................................................................05 

Regras Procedimentais.....................................................................................................06 

Documentos.....................................................................................................................09 

Avaliação e premiação......................................................................................................16 

Sanções............................................................................................................................17 

Imprensa...........................................................................................................................17 

O Comitê..........................................................................................................................18 

Definição do Problema.....................................................................................................19 

Panoramas........................................................................................................................27 

Bibliografia e links úteis...................................................................................................38 

Comentários da Mesa.......................................................................................................40 


CARTA DE APRESENTAÇÃO  

É  com  imenso  deleite  que  toda  a  organização  agradece  à  participação  de  todos  os 
delegados  na  histórica  décima  edição  da  Confemack.  O  evento  é  não  só  um  espaço  de 
vasto  aprendizado,  mas  também um momento de diversão e crescimento pessoal para cada 
um  que  se  envolve  com  a  conferência.  Destarte,  as  experiências  vivenciadas  no  ambiente 
da  simulação  nos  marcam  para  a  vida,  tanto  acadêmica  e  profissional,  quanto  particular; 
com  isso  em  mente,  é  com  muito  esmero  que  a  organização  da  Confemack  prepara  cada 
detalhe. Isto posto, gostaríamos de apresentar a Mesa Diretora, composta por: 
 

Giovanna  Caroline  Pantalena,  aluna  do  3º  ano  Psi.  Dentre  suas  experiências  com 
simulações,  constam  quatro  Confemacks,  além  de  eventos  como  SPMUN e Fórum FAAP, 
totalizando  oito  eventos como delegada e jornalista. O interesse pelas relações geopolíticas 
que  desenvolveu  e  a  paixão  pela  pesquisa  confirmam  o  seu  desejo  de cursar Economia no 
ensino  superior.  Porém,  foi  principalmente  a  percepção  de  outras  realidades  concebida 
durante  as  simulações  da  ONU  que  a  inspiraram  a  entender  — e  talvez  mudar  —  como 
funcionam  os  mais  diversos  contextos  presentes  no  mundo.  Em  suas  palavras:  “As 
simulações  são  parte  de  quem  eu  sou,  e  a  cada  experiência  eu  aprendo  infinitas  coisas.  É 
mais  do  que  uma  honra  poder  organizar  a  Confemack,  e  que  eu,  junto  com  meus  colegas 
da  Mesa  e  da  organização,  possamos  inspirar  os  delegados  assim  como  outras  Mesas  me 
inspiraram um dia.” 
 
 

Marcos  Vinícius  de  Paula,  aluno  do  do  3º  ano  Sigma.  Sempre  apaixonado  por  ciências 
humanas  e  por  debates,  Marcos  iniciou  sua  trajetória  de  simulações  em  2017,  na  própria 
Confemack,  graças  ao  incentivo  da  sua  professora  de  geografia  Nora.  Hodiernamente, 
apresenta  participações  num  total  de  sete  eventos,  todas  como  delegado.  Dentre  os 
diversos  ganhos  dentro  de  tal  universo,  ele  destaca  os  fatores  de  pesquisa  e  oratória.  Em 
suas  palavras:  “Projetos  como  a  Confemack  me  mudaram  por  completo,  não  tenho  a 
menor  dúvida,  que  levarei  as  experiências  como  simuleiro  para  o  resto  da  minha  vida. 
Enquanto  diretor,  darei  o  meu  máximo para proporcionar a todos,  a melhor Confemack já 
feita, e quem sabe, retribuir tudo que este projeto incrível um dia me promoveu.”  

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Sofia  Damian  Parreira,  aluna  do  3º  ano  Ômega.  Iniciou  nas  simulações  em  2017, 
participando  da  VII  Confemack,  como delegada da Bélgica ganhando o prêmio Delegação 
Revelação.  Continuou  sua  participação  em  mais  5  simulações,  sendo  duas  externas:  2018 
na  SPMUN  e  2019  no  Fórum  FAAP.  No  Fórum  FAAP  de  2020,  foi  Chefe  de  Delegação 
representando  o  Mackenzie  Tamboré.  Na  IX  Confemack  sua  delegação  ganhou  o  prêmio 
Melhor  Negociador.  Seu  contato  com  as  simulações  foi  muito  importante  para  o  seu 
desenvolvimento  acadêmico  e  pessoal,  garantindo  uma  melhor  oratória,  escrita  e 
negociação,  além  de  aprofundar seus estudos em diversos temas e vários países. Com forte 
influência  das  simulações,  irá  cursar  a  Faculdade  de  Relações  Internacionais.  Ela  diz: 
“Fico  muito  honrada  por  fazer  parte  da  Mesa  Diretora  da  X  Confemack  com  meus 
parceiros  Giovanna,  Marcos  e  Stefano  e  poder  fazer  parte  da  história  desse  evento  tão 
maravilhoso  que  muito  me  fez  crescer.  Juntamente  com  meus  amigos  que  compõem  a 
Mesa  Diretora,  Imprensa  e  Staff  esperamos  que  todos  os  delegados  tenham  a  melhor 
experiência e se apaixonem pela Confemack como somos apaixonados.” 

 
 

Stefano  Pires  Benetti,  aluno  do  3º  ano  Iota.  Ao  participar  da  XVII Confemack, veio a se 
interessar  profundamente  por  diplomacia  e  política  externa,  além  das  relações  que 
estabelecem  com  as  ciências.  Em  2018  e  2019,  Stefano  participou  duas  vezes  da 
Confemack  e  do  Fórum  FAAP  de  Discussão  Estudantil.  Em  2020,  ele  teve  a  honra  de 
tornar-se  integrante  da  Mesa  Diretora  da  décima  Confemack. Segundo ele “As simulações 
têm  um  poder  incrível  de  mudar  tudo que sabe-se sobre si mesmo, moldando a construção 
da  mentalidade  do  ser  humano,  além  de  expor  lhe  aos  mais  belos  e  complexos  fluxos 
sociais  e  acontecimentos,  que,  como  um  conjunto  de  engrenagens,  movem  o  mundo, 
criando  uma  sociedade  intrincada  e  intrigante.  Assim,  simulações  da  ONU  são  um 
excelente  modo  de  preparação  para  a  pluralidade  à  qual  o  homem  é  exposto  na  vida  a 
partir  do  ensino  superior,  além  de  providenciar-lhe  com  ferramentas  fantásticas,  como  o 
raciocínio lógico e a habilidade de pesquisa efetiva”.  
 
 
 
 
 

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10 ANOS DE CONFEMACK - Por Leila Mansini Fiamozzini 
 
Em  princípio  uma  ideia  puxou  outra  e outra e, assim, em 2011, juntos, uma equipe 
de  professores  e  alunos,  realizavam  a  primeira  Confemack.  Um  sucesso!  Um  evento  de 
simulação  das  discussões da ONU feito pela primeira vez no Colégio Mackenzie Tamboré, 
contando  com  a  participação  facultativa  de  alunos  do  9º  ano  do  ensino  fundamental  ao 3º 
ano do ensino médio.  
A  partir  daí,  nos  anos  seguintes,  cada  um  com  uma  nova  equipe,  preparava-se  o 
próximo  evento.  E  a  cada  ano,  à  medida  que  novas  ideias  iam  surgindo  e  a  tecnologia 
evoluindo,  muitas  superações  e  avanços.  Lições  de  hierarquia,  liderança,  respeito, 
aprendizagem,  crescimento,  escolha  de  carreira,  comemorações,  amizades,  brigas,  até 
namoro. Tudo acontecia e sempre de modo intenso! 
Até  que  se  chegou  aos  10  anos  de  Confemack.  Um  momento  para  lá  de  especial 
que  precisava  ser  comemorado  e  realizado  de  forma  diferente.  Afinal,  são  10  anos!!  No 
entanto,  há  dez  anos  não  se  imaginava  chegar  tão  longe  e  muito  menos  num  ano  como 
este,  tão  fora  do  planejado.  Acontece  que  Confemack  é  Confemack  e,  mais  uma  vez, 
independente de ser 2020 (sabem o que isso significa, certo?), nos superamos. 
10  anos  de  Confemack!  Um  evento  todo realizado com distanciamento social, mas 
com qualidade surpreendente, fruto de experiência adquirida ano após ano.  
10  anos  de  Confemack!  Buscava-se  um  evento  marcante,  diferente,  que  ficasse  na 
história. E este evento está acontecendo! 
Parabéns  aos  professores  orientadores,  à  Mesa  Diretora,  imprensa,  staff  e  aos 
delegados, cuja presença é essencial para a realização desse evento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DEVERES 
 
 
❖ Deveres da organização 
É  dever  intrínseco  da  organização  assegurar  o  bom  funcionamento  do  evento, 
garantindo  a  ordem  dentro  de  todas  as  sessões  e  assegurando  a  realização  de  todos  os 
procedimentos  necessários.  Mais  especificamente,  é  dever  da  Mesa  Diretora  declarar  o 
início,  o  adiamento  e  o  término  de  cada  sessão,  além  de  realizar  o  controle  do  tempo  de 
cada  discurso,  mediar  votações  e  avaliar  a  precedência  de  questões,  moções  e  de 
documentos apresentados.  
Dessarte,  ressalta-se a soberania da Mesa Diretora, que atua de maneira imparcial a 
fim  de  garantir  um  debate  igualitário  para  que  prevaleça  a  diplomacia  e  o  direito  de 
expressão de todas as nações presentes nos comitês.  
 
❖ Deveres dos delegados 
É  dever  dos  delegados  representarem  seu país de maneira correspondente com a as 
políticas  e  princípios  desse.  Assim,  esses  devem  dedicarem-se  ao  estudo  do  tema 
apresentado  e  de  todos  os  assuntos  relevantes,  a  fim  de  cumprirem  com  os  objetivos  dos 
comitês  e  garantirem  seu  posicionamento  segundo  a  política  externa  de  suas  nações. 
Ademais,  é  dever  dos  delegados  manter  o  decoro  durante  todas  as  sessões  do  comitê, 
cumprir  todas  as  regras  estabelecidas  neste  guia,  utilizar  o  linguajar  diplomático  em  seus 
discursos e apresentar-se nas sessões trajando vestimentas sociais.  
Outro aspecto extremamente importante no que se refere à conduta dos delegados é 
a  ética.  A  Confemack,  além  de  acontecer  num  ambiente  escolar  que  preza  pela 
honestidade  acadêmica,  é  um  evento  que  acima  de  tudo  educa  e  forma  pessoas.  Todos  os 
participantes  devem  agir  eticamente,  antes,  durante  e  após  as  sessões,  em  todos  os 
contextos.  Finalmente,  é  fundamental  comunicar-se com a delegação e respeitar os demais 
presentes, bem como as decisões tomadas pela organização. 
 
 
 
 
 
 
 
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REGRAS PROCEDIMENTAIS 
 

❖ Quórum 
A  cada  início  sessão  ocorre  a  chamada  quórum,  quando  a  Mesa  Diretora  chama 
cada  delegação,  as  quais  devem  declarar-se  Presente  ou  Presente  Votante  (Presentes 
Votantes  não  podem  se  abster  de  votações  substanciais).  É  preciso  no  mínimo  ⅓  das 
delegações  presentes  no  comitê  para  dar  início  à  sessão.  Após  a  chamada,  serão 
informadas as maiorias simples e qualificada. 

- Maioria Simples (50% + 1 das delegações): votações procedimentais. 


- Maioria Qualificada (2/3 das delegações): votações substanciais. 
 
❖ Questões 
As  questões  podem  ser  levantadas  pelos  delegados  sempre  no  intervalo  entre  os 
discursos,  e  são  utilizadas  para  informar  os  delegados  ou  à  Mesa  de  um  fato  referente  ao 
andamento do evento. São três os tipos de questões: 

1. Questão de Dúvida 
Pode  ser  utilizada  por  uma  delegação  que  deseja  sanar  uma  dúvida  procedimental 
ou de outra natureza. (Exemplo: que horas a sessão será adiada?). 

2. Questão de Ordem 
Empregada  para  informar  à  Mesa  ou  aos  Staff  a  respeito  de  erros  procedimentais 
cometidos pela organização (Exemplo: o país X consta duas vezes na lista de discursos). 

3. Questão de Privilégio Pessoal 


Usada  quando um delegado sente-se pessoalmente ofendido por um discurso, gesto 
ou  atitude  de  um  outro  delegado  ou  delegação,  ou  quando  um  delegado  sente-se 
fisicamente  desconfortável. Pode ser levantada a qualquer momento, sendo a única questão 
que pode interromper o discurso de um delegado ou da Mesa. 

❖ Moções 
As  moções  são  mecanismos  para  adequar  detalhes  ou  até a organização do debate. 
Podem  ser  levantadas  pelos  delegados  no  intervalo  entre  discursos  e  a  Mesa  avaliará  a 
precedência dessas. As moções mais triviais são: 
 
 

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1. Moção para debate moderado 
Nessa  modalidade  de  debate  a  Mesa  escolhe as delegações a discursarem sem uma 
ordem  pré  definida.  Ao  pedir  a  moção,  o  delegado  deve  especificar  de  quantos  discursos 
será  o  debate  e  quanto  tempo  cada  discurso  terá,  além  de  apresentar  uma  justificativa. 
Necessário maioria simples para aprovação. 

2. Moção para debate semi-moderado 


Não  há  moderação  da  Mesa  nessa  modalidade. Ao pedir a moção, o delegado deve 
especificar  de  quanto  tempo  será,  além  da  justificativa.  Necessário  maioria  simples  para 
aprovação. 

3. Moção para fechamento/abertura da lista de discursos 


Após  o  fechamento,  as  delegações não podem inserir seu país na lista de discursos, 
até  que  esta  seja  reaberta.  Necessário  maioria  simples  para  o  fechamento  e  maioria 
qualificada para a abertura. 

4. Moção para alteração do tempo de discurso 


Deve ser empregada quando os delegados perceberem que o tempo de discurso está 
insuficiente  ou  muito  extenso.  A  delegação  que  pedir  tal  moção  pede  por  um  novo tempo 
de discurso. Necessário maioria simples para aprovação. 

5. Moção para reconhecimento de nações 


Caso  uma  delegação  chegue  atrasada  ou  não  responda à chamada do quórum, uma 
outra  delegação  deve  pedir uma moção para o reconhecimento desta, para que assim possa 
participar do debate. Necessário maioria simples para aprovação. 

6. Moção para adiamento de sessões 


Ao  final  de  cada  sessão,  a  Mesa  informará  que  está  acatando  moções  para  o 
adiamento,  para  irmos  ao  o  coffee  break  ou  dar  continuidade  ao  debate  no  dia  seguinte. 
Necessário maioria simples para aprovação. 

7. Moção para encerramento do debate 


Levantada  após  a  votação  da  proposta  de  resolução, é a última moção do comitê, a 
qual encerra este. Acatada automaticamente pela Mesa. 

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❖ Modalidades de debate 
 

1. Discurso inicial 
Na  primeira  sessão,  todas  delegações  devem  fazer  um discurso inicial para afirmar 
sua  posição  em  relação  ao  tema  perante  o  comitê.  Os  discursos  são  feitos  na  ordem 
estipulada  pela  Assembleia  Geral  (lista  em  anexo  na  bibliografia)  e  os  delegados  têm  um 
minuto  e  meio  para  realizarem  seu  pronunciamento.  É  incentivado  que  as  delegações 
façam  o  discurso  inicial  na  língua  nativa  do  país,  e  depois  profiram  o  discurso  em 
português, apesar de não ser obrigatório. Nesse caso, as delegações terão três minutos. 
 
2. Lista de discurso 
É  a  modalidade  padrão  de  debate,  sendo  a  qual  iniciam-se  todas  as  sessões.  As 
delegações  que desejam se pronunciar devem sinalizar para o Staff Técnico, que colocará o 
país na lista, e assim a  Mesa Diretora reconhecerá as nações para discursarem. Ao término 
de  cada  discurso,  a  Mesa  indicará  quanto  tempo  de  discurso  resta.  A  delegação  tem  a 
opção de ceder o tempo à Mesa ou cedê-lo à outra delegação. 
 

3. Moderado 
Por  meio  de  uma  moção,  o  modelo  do  debate  pode  ser  alterado  para  debate 
moderado,  no  qual  a  Mesa  Diretora  escolhe  as  nações  que  irão  se  pronunciar  sem  seguir 
uma ordem pré definida.  
 
4. Semi-moderado 
No  discurso  semi-moderado  não  há  qualquer  moderação  da  Mesa,  assim  os 
delegados  podem  falar  em  qualquer  ordem.  A  diferença  entre  debate  semi-moderado  e 
não-moderado  é  a  de  que  em  situações  presenciais,  no debate não-moderado os delegados 
ficam  livres  para  transitar  pelo  auditório,  enquanto  no  semi-moderado  devem  permanecer 
sentados.  
 

5. Sala anexa 
A  sala  anexa  e  uma  dependência  reservada  para  formalizar  os  documentos  acerca 
dos  tópicos  já  debatidos  em  sessão.  Após  aviso  da  Mesa  Diretora,  um  delegado  por 
delegação  poderá  se  dirigir  a  sala  anexa,  que  no  modelo  online será feita por meio de sala 
simultânea.  Como  o  objetivo  desse  recurso  e  a  finalização  dos  documentos  de  trabalho,  a 
única modalidade de debate possível dentro desta é semi-moderado. 
 
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DOCUMENTOS 
 
❖ Documento de Posição Oficial (DPO) 
 
No  primeiro  dia de Confemack, as delegações devem entregar à Mesa Diretora este 
documento  pronto.  Como  o  próprio  nome  já  declara,  o  DPO  contém  a  posição  oficial  do 
país  representado  pelos  delegados  no  que  se  refere  ao  tema  a  ser  discutido.  Os  delegados 
devem  preparar  dois  documentos,  um  para  cada  comitê,  cada  qual  com  seu  respectivo 
tema.  O  Documento  de  Posição  Oficial  deve,  obrigatoriamente,  seguir  a  seguinte 
formatação: 

• Times New Roman, tamanho 12 


• Espaçamento simples 
• Texto Justificado 
• Margens: 2cm x 2cm x 2cm x 2cm 
• Nome oficial do país, em caixa alta e negrito, centralizado 
• Símbolo do comitê da ONU no canto superior esquerdo 
• Brasão de Armas ou Emblema Nacional de seu país no canto superior direito 
• Assinatura dos dois delegados no rodapé 

O  DPO  deve  responder  às  seguintes  perguntas,  mas  NÃO  deve  ser  em  tópicos,  e 
sim na forma de texto dissertativo: 

1. Como é, de forma abrangente, a atuação do seu país na Organização Mundial da Saúde? 


2. Qual é o posicionamento da sua nação em relação aos refugiados?  
3.  De  quais  acordos  sobre  refugiados,  direitos  das  mulheres  e  direitos humanos sua nação 
é signatária? 
4.  Em  seu  país,  quais  são  as  maiores  dificuldades  de  investimentos  nos  campos  de 
refugiados? 
5.  Quais  são  as  medidas  já  adotadas  por  seu  país  na  tentativa  de  melhorar  a  saúde  dos 
refugiados? 
6.  Como  a  sua  delegação  pode  colaborar nesse comitê para a saúde da mulher nos campos 
de refugiados? 

Nas  páginas  a  seguir,  constam  modelos  de  DPO  usados,  respectivamente,  pelos 
diretores  Stefano  Benetti,  no  Conselho  Europeu  com  o  tema  “Impactos  Econômicos  do 
Brexit  à  Comunidade  Europeia”,  representando  a  Espanha  e  pela  diretora  Sofia  Damian 
Parreira,  na  Assembleia  Geral  das  Nações  Unidas,  com  o  tema  “Tensão  na  Ucrânia:  para 
além da Crimeia”, representando a Alemanha: 

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REINO DA ESPANHA

Conselho Europeu

O Reino da Espanha adentrou à Comunidade Europeia em 1986, figurando em sua liderança


principalmente quando presidiu o Conselho Europeu por quatro vezes. Durante esses mandatos, o
país dedicou-se ao combate ao terrorismo no continente, ao estabelecimento da União Monetária
Europeia, à aprovação do Relatório de Delors, dentre outras medidas. A União Europeia representa,
entre outros fatores, estabilidade política e econômica à Espanha. Com o auxílio do bloco, a nação
reergueu-se da crise econômica de 2008 e tem sua democracia e transparência política preservadas.

No cenário atual da comunidade europeia, é iminente um hard brexit por parte do Reino
Unido, o que pode impactar diretamente a economia espanhola. Segundo o ICEX (Instituto
Espanhol de Comércio Exterior), atividades econômicas da Espanha com Reino Unido
correspondem a vinte milhões de Euros anualmente. Trinta e três por cento dessas ações são
relativas à prestação de serviços turísticos a cidadãos ingleses. Com o fim da isenção de impostos e
da livre circulação de pessoas e mercadorias proporcionados pela União Europeia, tais números
podem decrescer acentuadamente.

No tocante aos impactos econômicos do brexit à comunidade europeia, destacam-se Irlanda,


Eslováquia e Bélgica, as nações do bloco que mais mantêm relações econômicas com o Reino
Unido. Além de queda em tais exportações, com o brexit, multinacionais europeias com filiais no
Reino Unido, como os banco Santander e Deutsche Bank e a fabricante Michelin, podem ser
prejudicadas com o fim dos benefícios fiscais oferecidos pela União Europeia, levando-as a retirar
suas filiais da nação e buscar outros mercados consumidores, como países do leste europeu
integrantes do bloco econômico.

Propõe-se para a resolução do conflito que os Estados, em conjunto com o FMI e o Banco
Central Europeu, avaliem quais setores de sua economia mantêm mais relações com o Reino Unido,
permitindo a criação de planos de contingência pós brexit, como faz o Reino da Espanha. Além
disso, sugere-se a criação de medidas econômicas para a atração de investimentos estrangeiros,
tendo em vista que o IDE (investimento Direto Estrangeiro) em bolsas europeias cai pela metade
com o brexit.

___________________________________________
Stefano Pires Benetti
Representante do Reino da Espanha frente ao Conselho Europeu
REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA

Assembleia Geral das Nações Unidas

A República Federal da Alemanha é uma federação democrática e parlamentária. Atualmente


o chefe de governo exercendo o poder executivo é a chanceler Angela Merkel. A Alemanha, por
seu comprometimento com o multilateralismo do mundo, é considerada um parceiro confiável da
comunidade internacional, sendo o segundo maior doador da assistência oficial ao desenvolvimento
humano. O objetivo da política alemã nas Nações Unidas para o século XXI se resume
adequadamente ao slogan “Paz – Justiça – Inovação – Parceria”. A frase dita na Assembleia Geral
das Nações Unidas em 1973 pelo chanceler federal Willy Brandt "Em um mundo em que todos
somos cada vez mais dependentes um do outro, uma política de paz não deve parar à nossa porta"
traduz até hoje o trabalho da Alemanha nas missões de paz. A Alemanha reconhece a importância
de programas de desarmamento e não proliferação de armas, defendendo a importância dos
instrumentos de controle bélico, como o tratado de não proliferação nuclear e a Agência
Internacional de Energia Atômica, que desempenha um papel indispensável para os altos padrões
universais de proteção atômica.
A anexação da península ucraniana da Crimeia pela Rússia, em março de 2014, viola as
obrigações internacionais e os tratados bilaterais. Como consta na Resolução 68/262 da Assembleia
Geral das Nações Unidas que foi adotada em 27 de março de 2014, o referendo realizado na
Crimeia em 16 de março de 2014 não é válido para Assembleia Geral. Além da Rússia apoiar os
separatistas no leste da Ucrânia, violando, assim, o protocolo de Minsk, e de centralizar uma grande
proporção do gás natural russo para a Europa Central e Ocidental por meio de rede de dutos da
Ucrânia, a Rússia impõe medidas para atrapalhar o comércio exterior da Ucrânia, como, a
suspensão da aplicação do acordo de livre comércio da Comunidade dos Estados Independentes à
Ucrânia, prejudicando assim, a economia ucraniana e refletindo na população. Em resposta a esse
conflito, a União Europeia impôs sanções à Rússia, por ser um meio de reforçar a diplomacia sem o
uso da força, assim, induzindo a Rússia a estar mais disposta a falar em busca de uma solução
política para o conflito na Ucrânia de modo que não afete diretamente os cidadãos da Rússia.
Por tais motivos a República Federal da Alemanha preza por uma Ucrânia estável,
democrática e economicamente próspera. Visando a uma liberdade política e econômica da Ucrânia.
A anexação da península da Criméia pela Rússia, violando o direito internacional, e das altas baixas
por conta dos conflitos militares no leste da Ucrânia acaba refletindo um cenário de insegurança
política, econômica e territorial na Europa fazendo com que a OTAN reforçasse as defesas das
fronteiras. Focando em um desenvolvimento da economia sustentável, sociedade civil,
administração pública, descentralização e eficiência energética, a Alemanha é um dos parceiros
comerciais de investimentos mais importantes da Ucrânia, um dos países mais importantes de
investimento estrangeiros e a segunda maior fonte de importações ucranianas.
A delegação da Alemanha trabalhando sempre em estreita coordenação com seus parceiros,
especialmente no âmbito do formato Normandia, espera que as sessões sejam muito produtivas,
com resoluções que respeitem os tratados internacionais e os direitos internacionais. Reiterando a
intenção de continuidade apresentando medidas em prol da paz, em prol da sociedade e ao
desenvolvimento econômico, sempre de acordo com o Protocolo de Minsk, o Acordo de Budapeste,
o Direito Internacional e os Direitos Humanos. Visando sempre de forma diplomática uma
resolução pacífica para o conflito, sugerindo assim, que sejam feitos acordos diplomáticos, com
resoluções que respeitem a soberania nacional e a integridade territorial, promovendo o avanço da
sociedade e da economia.
___________________ ___________________ ___________________
Maria Eduarda Vaz Josué Costa Sena Sofia Damian Parreira
❖ Agenda 
 
Considerada  o  Documento  de  Trabalho  #1,  é  responsável  por nortear os delegados 
acerca  dos  principais  tópicos  a  serem  discutidos  durante  o  evento. Idealmente, é aprovada 
no  primeiro  dia  de  evento,  logo  após  os  discursos  iniciais.  As  delegações  que  assim 
desejarem  poderão  trazer  propostas  de  Agenda  prontas,  porém  estas  serão  apresentadas  a 
todo  o  comitê  e  discutidas  por  todos  os  delegados  no  ambiente  da  simulação,  para,  após 
esse processo, ser definida a Agenda definitiva do evento. 
 
A  seguir  está  um  exemplo  de  Agenda  usada  no  tema:  Fraudes  Eleitorais  e  Crimes 
Cibernéticos: 
 
1. Definição 
1.1. Considerações sobre fraudes eleitorais e crimes cibernéticos 
1.2. Possíveis violações 
1.2.1. Utilização de dados pessoais sem autorização para fins eleitorais 
1.2.2. Suspensão  do  acesso  à  internet  de  determinados  setores  da 
população 
1.2.3. Fraudes por meios eletrônicos 
1.3. Atores e instituições não-estatais 
1.3.1. Empresas de tecnologia da informação 
1.3.2. Empresas de pesquisa de opinião 
1.3.3. Mídia 
1.3.4. Desdobramentos dos algoritmos 
2. Combate 
2.1. Manipulação de informações  
2.1.1. Fake news 
2.1.2. Monopólio midiático 
2.1.3. Censura 
2.1.4. Suspensão do fornecimento de internet 
2.1.5. Uso de algoritmos 
2.2. Violações de direitos democráticos offline e online 
2.3. Violação de privacidade 
2.4. Manipulação eleitoral 
3. Segurança internacional 
3.1. Mecanismos anti-interferência de outros atores estatais no ciberespaço 
3.2. Circulação de informações no ciberespaço a nível internacional 
3.3. Legislação  dos  procedimentos  de  punição  de  crimes  cibernéticos 
internacionais 
 
 

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❖ Documentos de Trabalho 
 
São  as  compilações  de  todas  as  propostas  discutidas  e  conclusões  do  comitê,  e 
geralmente  são  finalizados  na  sala  anexa.  Após  sua  finalização,  o  documento  deve  ser 
enviado  para  a  Mesa  Diretora,  que  irá  verificar  a  formatação  e  a  validade  do  documento. 
Assim  que  estiver  pronto  para  ser  apresentado,  as  nações  redatoras  devem  ler  todo  o 
documento  para  os  demais  e,  se  nenhuma  ressalva  for  necessária,  a  discussão  poderá 
seguir  para  o  próximo  assunto  da  agenda.  Os  tópicos  são  iniciados  por  verbos  na  terceira 
pessoa do presente do indicativo. 
 
A seguir está um exemplo de Documento de Trabalho usada no tema: Crise da Crimeia 
 
Documento de trabalho #2 

Na questão da segurança do Mar Azov, a Assembleia Geral das Nações Unidas: 

1. Recomenda a criação de zonas econômicas especiais 


1.1. Para o melhoramento de taxas alfandegárias 
1.2. Para fiscalização convocar OMI e a OMC 
2. Urge pela internacionalização do Mar de Azov 
2.1. Acordo  comercial  de  mútua  cooperação  para  além  da  Ucrânia  e  da  Rússia 
outras nações utilizarem o mar. 
2.2. Estabelecimento das fronteiras marítimas no Mar de Azov 
2.2.1. Território  Ucraniano  estende-se  a  50  quilômetros  da  costa,  e  o mesmo 
vale à Rússia 
2.2.2. Utilizar o Tribunal Internacional do Direito do Mar 
3. Frisa pela participação dos Capacetes Azuis da Organização das Nações Unidas 
4. Destaca a importância do Estreito de Kerch 
4.1. Atestando-se  a  soberania  sobre  o  Estreito  de  Kerch  que  há  de  ser  tratado  em 
acordos bilaterais entre Moscou e Kiev 
4.2. Que será fiscalizado pela OMI 
5. Sugere a efetivação da Regra de Três 
5.1. Propondo  um  fiscal  ucraniano,  um  russo  e  um  da  Organização  Marítima 
Internacional  fiscalizam  a  entrada  e  saída  de  embarcações  do  Mar  de  Azov, 
impedindo possíveis atentados e crimes. 
5.1.1. Os fiscais devem ser trocados a cada 2 anos 
 
Redatores: Alemanha, China, França, Reino Unido, Bélgica, Sérvia. 

Signatários:  China,  França,  Noruega,  Alemanha,  Índia,  Polônia,  Paquistão,  Reino  Unido, 
Azerbaijão,  África  do  Sul,  Costa  do  Marfim,  Lituânia,  República  Dominicana, Kuwait, Estados 
Unidos  da  América,  República  Italiana,  Croácia,  Moldávia,  Nicarágua,  Federação  Russa,  Irã, 
Zimbábue,  Quirguistão,  República  da  Sérvia,  Ucrânia,  Bolívia,  Síria,  Cuba,  Indonésia 
Bielorrússia, Uzbequistão. 

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❖ Proposta de Resolução 
 
No  último  dia  de  evento,  agrupa-se  todos  os  Documentos  de  Trabalho  (menos  a 
Agenda),  originando  as cláusulas operativas da proposta de resolução. Além disso, deve-se 
escrever  um  preâmbulo,  que  tem  como  função  reiterar  fatores,  acordos  já  existentes  ou 
princípios  em  que  os  delegados  se  basearam  para escrever toda a proposta. O preâmbulo é 
iniciado  sempre  por  verbos  no  gerúndio.  Ao  fim  da  proposta,  estarão  listados  os  países 
redatores  e  os  signatários.  Assim  como  os  Documentos  de  Trabalho,  a  proposta  deve  ser 
enviada à Mesa Diretora e após sua finalização, lida pelos redatores para todo o comitê.  

A Proposta de Resolução deve seguir a seguinte formatação: 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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❖ Votação da Proposta de Resolução 
 

1. Moção para introdução da proposta de resolução 


Assim  que  finalizada,  a  Mesa  Diretora  informará  às  nações  que  está  acatando 
moções  para  apresentação  da  proposta  de  resolução.  A  proposta  será  projetada para todos 
e as delegações redatoras devem ler o documento por completo. Acatada automaticamente. 

2. Moção para votação da proposta de resolução 


Caso  não  haja  nenhuma  ressalva  a  ser  feita,  essa  moção  deve  ser  empregada  para 
iniciar  a  votação  da  proposta  de  resolução.  As  delegações,  ao  votarem,  declaram-se  “a 
favor”,  “contra”,  “a  favor  com  direitos”  ou  “contra  com direitos”. Tanto a moção quanto a 
proposta em si necessitam maioria qualificada para serem aprovadas. 

3. Moção para divisão da proposta 


Caso se faça preciso, as delegações têm a opção de fazer um debate semi moderado 
para  discutirem  possíveis  segmentações  da  proposta  de  resolução  para  que  se  vote  a 
proposta  em  partes.  No  caso  de  mais  de  uma  maneira  de  divisão  ser  apresentada,  a  Mesa 
dará  prioridade  de  votação  da  mais  segmentada  à  menos  segmentada.  As  porções 
aprovadas  são  adicionadas  à  proposta  de  resolução.  Necessário  maioria  simples  para  sua 
introdução e maioria qualificada para a aprovação de cada porção. 

4. Moção para proposta de emenda 


Após  a  finalização  e  apresentação  de  uma  proposta  de  resolução,  é  possível  fazer 
emendas  a  essa.  Se  a  moção  for  aprovada,  inicia-se  uma  lista  de  discursos  nova  para  a 
discussão  da  emenda  e,  para  que  esta  possa  ser  encerrada,  pelo  menos  duas  delegações  a 
favor  da  emenda  e  duas  contrárias  devem  ter  se  pronunciado.  Após  o  fechamento  da  lista 
de  discursos  da  emenda,  começa  automaticamente  a  votação  dessa.  Se  aprovada  por 
maioria  qualificada,  a  emenda  passa  a  compor  a  proposta  de  resolução.  Não  é  possível 
fazer  emendas  à  emendas  e  nem  dividi-las.  Vale  ressaltar  que  esse  processo  é  demorado, 
portanto  encoraja-se que os delegados incluam todos os tópicos relevantes aos documentos 
de trabalho durante as sessões. 
 
 
 
 
 
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AVALIAÇÃO E PREMIAÇÕES 
 
❖ Premiações 
Ao  final  da  última  sessão,  a  Mesa  Diretora  confere  às  delegações  de  maior 
destaque  os  prêmios  de:  menção  honrosa;  melhor  delegação;  delegação  revelação;  e 
melhor negociador. Os critérios usados na avaliação dos delegados são: 
 
❖ Avaliação 
 
1. Documento de Posição Oficial 
Avaliaremos  se  as  delegações  seguiram  a  formatação  exigida,  além  dos  requisitos 
do  conteúdo  (se  o  documento  responde  às  perguntas  incentivadoras),  além  de  seguir  a 
política  externa  do  país.  Ao  final  do  evento,  as  delegações  receberão  uma  avaliação  do 
Documento de Posição Oficial.  
 
2. Assiduidade 
Nesse  quesito,  a  Mesa  Diretora  avalia  a  presença  de  todos  os  integrantes  da 
delegação  nos  quatro  dias  de  evento  e  nas  Prés-Confemacks.  Vale  ressaltar  que  podem 
haver penalizações caso os delegados se atrasem. 
 
3. Decoro 
O  decoro diz respeito ao modo como as delegações se portam durante as sessões. É 
esperado  que  atitude e linguajar diplomáticos sejam respeitados, assim como o dress-code. 
Qualquer  comportamento  desrespeitoso  a  outra  delegação  ou  a  qualquer  membro  da 
organização será severamente penalizado. 
 
4. Engajamento e conteúdo 
Nesse  critério,  é  avaliado  o  interesse  e  o  empenho  das  delegações  em  apresentar 
seu  posicionamento  a respeito do tema em questão, além do engajamento na elaboração de 
propostas e documentos.  
 
5. Política Externa 
Será  avaliado  se  as  delegações  cumpriram  seu  papel  em  representar  o  país 
designado  à  elas,  e  se  os  delegados seguiram as políticas oficiais adotadas por esse país na 
realidade. 
 
 
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❖ Sansões 
As  sanções  são  artifícios  utilizados  pela  Diretoria  para  manter  a  ordem  dentro  do 
comitê,  punindo  ações  que  sejam  incompatíveis  com  o  ambiente  diplomático,  como: 
linguajar  ofensivo,  desrespeito  com  os  demais  presentes  ou  mau uso dos equipamentos do 
auditório (no caso do evento presencial). A persistência em atos incongruentes implica em: 

1ª: Advertência verbal 


2ª: Suspensão da lista de discursos 
3ª: Suspensão da sessão 
4ª: Expulsão da Confemack 2020 
 
 
 
IMPRENSA 
 
A  imprensa,  composta  por  jornalistas  e  fotógrafos,  elabora  uma  edição  do  jornal 
para  cada  dia  de  evento,  acompanhando  a  trajetória  das  propostas  e  ressaltando  os pontos 
mais  importantes  do  dia.  A  imprensa  tem  um  papel  fundamental  na  discussão,  já  que 
reflete  as  opiniões  do público geral: uma forte influência nas decisões dos chefes de estado 
no  cenário  internacional.  Assim,  evidencia-se  a  importância  dos  delegados  em 
acompanharem  o trabalho de cobertura da rede jornalística. Ademais, este ano mais do que 
nunca,  a  imprensa  tem  um  papel  fundamental  na  divulgação  das  Prés-Confemacks, 
entrevistas, divulgação dos países e muito mais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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OMS → Combate à Precarização da Saúde da Mulher em Campos de Refugiados 

Organização Mundial da Saúde 


A  Organização  Mundial  da  Saúde  (OMS)  foi  fundada  em  1948,  e,  atualmente,  é 
um  dos  principais  órgãos  responsáveis  pela  definição  da  agenda  internacional  para 
assuntos  relacionados  ao  tema.  Todos  os  anos,  a  OMS  realiza  diversos  estudos  sobre  os 
mais  variados  aspectos  relacionados  à  saúde  global.  Os  resultados  destes  estudos  são 
divulgados  em  documentos  e  relatórios  que  podem  ser  facilmente  acessados pelo seu site. 
Os  relatórios  produzidos  pelo  corpo  técnico  OMS  costumam  apresentar  extensas  análises 
de  dados  pertinentes  aos  mais  diferentes  sistemas  de  saúde  existentes  no  mundo.  Essas 
informações  representam  um importante parâmetro para o desenvolvimento de políticas de 
saúde  locais  e  regionais  a  serem  implementadas  por  seus  Estados  Membros.  Os  acordos 
estabelecidos  no  âmbito  da  OMS  atuam  como  recomendações  a  serem  seguidas  pelos 
estados nacionais.  
Segundo  sua  constituição,  a  OMS  tem  por  objetivo  desenvolver  ao  máximo 
possível  o  nível  de  saúde  de  todos  os  povos.  Nesse  mesmo  documento  o  termo  saúde  é 
definido  como  um  “estado  de  completo  bem-estar físico, mental e social e não consistindo 
somente  da  ausência  de  uma  doença  ou  enfermidade”.  Além disso, um dos compromissos 
da  organização  se  baseia  no  princípio  de  que  “o  gozo  do  mais  alto  padrão  de  saúde 
possível  é  um  dos  direitos  fundamentais  de  todo  ser  humano,  sem  distinção  de  raça, 
religião,  crença  política,  condição  econômica ou social”. Tal documento ainda ressalta que 
“a  saúde  de  todos  os  povos é fundamental para alcançar a paz e depende da cooperação de 
indivíduos  e  Estados”,  reconhecendo  que  “a  extensão  a  todos  os  povos  dos  benefícios  do 
conhecimento  médico,  psicológico  e  afins  é  essencial  para  a  obtenção  mais  completa  da 
saúde”.  
Portanto,  com  base  nos  trechos  destacados  pela  constituição,  a  OMS  rejeita  que  a 
saúde  de  um  indivíduo,  grupo  ou  nação  sofra  quaisquer formas de prejuízos em função de 
sua  função  de  sua  condição  física,  psíquica,  social,  cultural  ou  econômica.  Além  disso, 
assegurar o direito à saúde é uma necessidade vital para a construção da paz. 
É  imprescindível  reconhecer  a  importância  de  se  construir  uma  estratégia  global 
para  a  promoção  da  saúde  das  mulheres  em  campos  de  refugiados.  A  atual  condição 
precária  que  se  identifica  em  muitos  campos  de  refugiados  evidencia  uma  série  de 
fragilidades  nas  políticas  internacionais.  Tal  realidade  é  mais  precária  quando  o  assunto 

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envolve  muito  menos  para  as  necessidades  específicas  para  a  saúde  das  mulheres 
refugiadas que vivem nestes campos. 
O  tema  da  precarização  da  saúde  da  mulher  em  campos  de  refugiados  pode  ser 
dividida  em  três  principais  vertentes,  as  quais  serão  abordadas  no  comitê  da  OMS  na 
décima  Confemack:  (1)  acesso  à  alimentação,  água  e  medicamentos;  (2)  número  de 
profissionais  da  saúde  e  profissionais  do  sexo  feminino,  infraestrutura  hospitalar, 
residencial e de saneamento; (3) além da saúde mental da refugiada.   
 

Contextualização do tema 
Os  campos  de  refugiados,  mundialmente,  recebem  em  torno  de  70  milhões  de 
refugiados,  de  países  como  Somália,  Síria,  Sudão  do  Sul,  Iraque,  Palestina,  Venezuela, 
Myanmar,  Coreia do Norte, Ruanda, entre outros. Ao longo do tempo, a ACNUR e a OMS 
desenvolveram  um  modelo  ideal  de um campo de refugiados, com instalações hospitalares 
para  prontos  socorros,  banheiros  para  desinfecção,  hortas  para  a  produção  de  alimentos, 
entre  outras  edificações  de  infraestrutura  primárias. Ao chegarem no campo, os refugiados 
deveriam ser documentados, e em seguida estabelecidos em moradias adjacentes.  
No  entanto,  o  status quo é extremamente discrepante do que é alvitrado pela ONU, 
com  campos  de  refugiado  sofrendo  quase  que  rotineiramente  com  epidemias, 
superlotação,  infraestrutura  hospitalar,  escolar  e  de  saneamento  precárias,  além  da 
ausência  de  moradias  apropriadas  e  baixo  número  de  profissionais  da  saúde  capacitados, 
segundo dados da revista Super Interessante.  
 

Definição do Problema 
Merece  especial  destaque  a  situação  de  cuidados  com  a  saúde  nessas  campos  de 
refugiados.  Devido  à  altíssima densidade populacional dos campos, junto com as precárias 
condições  de  saneamento  básico  e  infraestrutura  hospitalar  e  residencial,  é  evidente  um 
elevado  número  de  contaminações  por  doenças  transmissíveis  por  excrementos  como 
ancilostomose  (causada  pelo  parasita  Ancylostoma  duodenale,  150  mil  de  casos  anuais), 
cólera  (causada  pela  bactéria  vibrio  cholerae,  500  mil  casos  anuais)  e  leptospirose 
(causada  pelo  agente  Leptospira  interrogans,  200  mil  casos  anuais),  segundo  dados  da 
OMS.  Ademais,  campos  de  refugiados  localizados em zonas de clima tropical e equatorial 
úmido,  como  Kakuma, Hagadera, Dagahaley, Ifo e Gatumba são extremamente suscetíveis 
a  doenças  transmitidas  por  vetores  como  insetos,  tal  como  Malária  (plasmodium 
falciparum),  Dengue  (vírus  da  dengue)  e  Febre  amarela  (flavivírus).  No  tocante  à  questão 

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do  atendimento  médico,  segundo dados de 2019 da OMS, AGNU, ACNUR e ONU Brasil, 
apenas  28,3%  dos  refugiados  mundialmente  são  atendidos  por  profissionais  básicos  de 
saúde,  como  médicos,  paramédicos  e  enfermeiros.  Isso  significa  que  há  no  mundo 
atualmente,  3,5  refugiados  por  profissional  da  saúde.  A  situação  é  cerca de dez vezes pior 
ao  considerar-se  médicos  especialistas,  como  psicólogos,  psiquiatras,  ginecologistas  e 
obstetras,  especialmente  necessários  no  cuidado  individual,  onde  apenas  3,71%  dos 
refugiados  mundialmente  recebem  atendimento  apropriado,  caracterizando-se  assim  a 
proporção  de  35  refugiados  por  médico  especialista,  segundo  o  programa  Médicos  Sem 
Fronteiras.  
Grande  parte  dos  fluxos  migratórios  ocorre  nas  regiões  do  que  demonina-se  como 
mundo  islâmico.  Assim  como  em  outras  religiões  e  sociedades  de  tradição  patriarcal, 
muitas  famílias  evitam  que  as  mulheres  sejam  atendidas  por  profissionais  da  saúde  do 
sexo masculino.  
Quanto  à  disponibilidade  de  profissionais  da  saúde,  segundo  Agência  das  Nações 
Unidas  de  Assistência  aos  Refugiados  da  Palestina no Próximo Oriente, em países como a 
Jordânia,  também  conhecida  pela  sigla  UNRWA,  a  cada  dez  médicos,  8  são  homens. 
Baseado  nisso,  apenas  20%  dos  profissionais  da  saúde  em  campos  de  refugiados 
pertencem ao sexo feminino e podem, portanto, no mundo islâmico, atender à mulheres.  
Historicamente,  com  um  predomínio  de  sociedades  patriarcais,  a  mulher  é 
responsável  por  tarefas  como  cuidados  com  a  moradia e descendentes. O mesmo se aplica 
à  esmagadora  maioria  das  regiões  atualmente  assoladas  com  crises  de  refugiados, como o 
Oriente  Médio  e  leste  africano,  onde  mulheres  devem,  além  de  cuidar  de  sua  saúde  e 
segurança,  também  assegurar  pela  vida  dos  seus  filhos.  Tal  fenômeno  é  especialmente 
acentuado  em áreas onde taxas de natalidade e fecundidade são elevados, como nações tais 
quais  Somália  (6.17  filhos  /  mulher),  Uganda  (6.06  filhos  /  mulher),  Sudão  do  Sul  (5.54 
filhos  /  mulher),  Iraque  (  3.5  filhos  /  mulher)  e  Iêmen  (  4.27  filhos  /  mulher),  todas 
assoladas por crises de refugiados e fluxos populacionais migratórios, segundo a OMS.  
A  precarização  da  saúde  da  mulher em campos de refugiados pode ser dividida em 
três  principais  vertentes,  as  quais  serão  abordadas  no  comitê  da  OMS  na  décima 
Confemack: acesso à alimentação, água e medicamentos, número de profissionais da saúde 
e  profissionais  do  sexo  feminino,  infraestrutura  hospitalar,  residencial  e  de  saneamento, 
além da saúde mental da refugiada. 
 
Problemáticas tangentes a campos de refugiados a serem abordadas: 
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1. Saúde e o acesso à alimentação, água e medicamentos
Segundo  um  relatório  conjunto  da  OMS  e  ACNUR,  ao  final  de  2018,  75  milhões 
de  pessoas,  ou  aproximadamente  1%  da  população  mundial,  correspondia  a  refugiados, 
dos  quais  85%  sofriam  de  insegurança  alimentar.  O  conceito  de  insegurança  alimentar 
corresponde  à  falta  de  disponibilidade  e  do  acesso  das  pessoas  aos  alimentos.  Uma 
comunidade  é  considerada  como  tendo  segurança  alimentar  quando  seus  ocupantes  não 
vivem  com  fome  ou  sob  o  medo  de  inanição.  A  insegurança  alimentar  é  especialmente 
agravante  à  saúde  feminina  quando  é  necessário  que  a  mãe  amamente  seu(s) 
descendente(s).  Atualmente,  segundo  a  UNICEF  e  a  OMS,  há  47  milhões  de  crianças  em 
condição  de  subnutrição  e  8.9%  da  população  mundial  sofre  de  alimentação  deficiente. 
Programas  como  Médicos  Sem  Fronteiras  trabalham  para  reduzir  tais  números,  por  meio 
de  ações  como  o  Programa  Ambulatorial  de  Nutrição  Terapêutica,  em  campos  de 
refugiados como Dadaab e Dagahaley, onde mais de dez mil pessoas já são atendidas.  
No  tocante  ao  acesso  a  medicamentos,  segundo  Lyles,  Burton  e  Burnham,  em  um 
estudo  sobre  a  situação  de  refugiados  Sírios  na  Jordânia,  aproximadamente  metade 
(51,5%)  dos  serviços  foram  procurados  em  instituições  do  setor  público,  38,7%  em 
instalações privadas e 9,8% em instituições de caridade / ONGs. Entre os adultos em busca 
de  cuidados,  87,4%  receberam  medicamentos  prescritos  na visita mais recente, 89,8% dos 
quais  obtiveram  o  medicamento.  No  geral,  51,8%  das  famílias  relataram  gastos  diretos 
com  a  consulta  ou  medicamentos  na  visita  mais  recente  (média de US $ 39,9). A partir de 
novembro  de  2014,  tais  refugiados  Sírios  deixaram  de  ter  acesso  ao  sistema  de  saúde 
universal  da  Jordânia,  que sofria com dificuldades econômicas. Tais refugiados passaram a 
ter  que  pagar  em  média  $600,00  por  operações  como  partos,  segundo  dados  da  revista 
Brookings.  Com  o  acesso  a  medicamentos  e  procedimentos  médicos  abalado  ou 
inexistente,  demandas  familiares  e  incertezas  sobre  o  futuro  têm  impactos  profundos  na 
saúde mental e física dos refugiados, segundo a OMS.  
 
 
 
2. Número de profissionais da saude e profissionais do sexo feminino  
Na  década de 1960, a ACNUR e a OMS cunharam o termo “Primary Health Care”, 
o  qual  se  refere  ao  acesso  a  cuidados  de  saúde  básicos,  com  compreensão  das  restrições 
físicas,  religiosas  e  sociais  de  cada  indivíduo,  e  indica  o  padrão  a  ser  seguido  no 
oferecimento  de  primeiros  socorros  e  cuidados  básicos  a  todos  os  refugiados. No entanto, 
atualmente,  apenas  um  terço  dos  mesmos  recebem  cuidados  médicos  adequados,  com 
respeito  às  diversidades  de  cada  indivíduo,  o  que  se  deve,  em  grande  parte,  a  um  baixo 
número de profissionais da saúde, segundo a ACNUR e OMS. 

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A  falta  de  profissionais  da  saúde  em  campos  de  refugiados  se  dá  principalmente 
pela  má  administração  das  instalações,  além  da  crescente  superlotação  dos  campos.  A 
exemplo,  pode-se considerar os campos de refugiados da Grécia, onde, segundo periódicos 
locais,  o  governo  agiu  de  forma  a  agravar  a  situação,  ao  que  deixou  de  contratar  médicos 
até  que  o  programa  PHILOS,  da  União  Europeia  (destinado  a  nomear  profissionais  da 
saúde  para  agirem  em  campos  de  refugiados),  havia  expirado.  No  tocante  ao  aumento  do 
número  de  refugiados,  de  acordo  com  dados  oficiais  divulgados  pelo  ministro  grego  da 
Migração,  Dimitris  Vitsas,  47.929  pessoas  chegaram a campos de refugiados na Grécia no 
ano  passado,  das  quais  32.115  vieram  por  mar  da  Turquia,  enquanto  outras  15.814 
cruzaram  a  fronteira  terrestre  na  região  de  Evros,  assim  superlotando  campos  de 
refugiados  como  o  de  Moria,  onde  vivem  cerca  de  13000  pessoas,  cerca  de  seis  vezes  a 
capacidade máxima.  
Atualmente,  diversas  ONGs,  como  o  programa  Médicos  Sem  Fronteiras  (MSF), 
tem  atuado  na  capacitação  de  refugiados  para  a  medicina. Entretanto, de acordo com Luíz 
Guimarães,  diretor  do  programa  MSF  no  campo  de  Domeez,  Iraque,  a  situação da equipe 
era  precária,  “Eu  ficava  baseado  na  cidade  de  Erbil,  a  20  quilômetros  do  campo  de 
refugiados,  de  onde  coordenava  a  logística  tantos  nos  projetos  de  controle de infecção em 
dois  hospitais  da  região  como  no  campo  de  refugiados  de  Domeez”,  diz.  “Mas,  em 
fevereiro,  tive  que  passar  um  mês  no  campo  de  refugiados  para  contratar  e  treinar  novas 
pessoas,  já  que  estava  havendo  um  aumento  muito grande no número de refugiados, o que 
demandava  ainda  mais  das  nossas  equipes.”  Mais  de  cem  pessoas  cruzam  a  fronteira  da 
Síria  com  o  Iraque  diariamente, segundo a ACNUR, para povoar o campo de refugiados, o 
que  gera  uma  sobrecarga  crescente  aos  médicos  presentes  e em treinamento, além de uma 
indisponibilidade também crescente de atendimento médico adequado ao refugiado.  
A  presença  de  profissionais  da  saúde  do  sexo  feminino  é  escassa  em  grande  parte 
dos  campos  de  refugiados.  É  válido  ressaltar  que  em  certas  religiões,  como  o  islamismo, 
mulheres  só  podem  ser  examinadas  por  médicas,  o  que  torna o acesso à serviços de saúde 
mais  deficiente.  De  acordo  com  uma  refugiada  membro  dos  rohingya  (minoria  étnica  de 
Myanmar,  cujos integrantes migram para Bagladesh para fugir de perseguições do governo 
Burmês  devido  à  sua  religião)  que  se  pronunciou  na  condição  de  anonimato,  “Uma  de 
minhas  amigas  morreu  ao  dar  à  luz  seu  primeiro  filho.  Ela  não  teve  acesso  à  clínica 
pública.  A  parteira  tradicional  que  ajudou  no  parto  domiciliar  não  tinha  treinamento 
médico”.  
 

22
3. Infraestrutura hospitalar, residencial e de saneamento 
A  infraestrutura  de  saneamento  nos  campos  de  refugiados  é  extremamente 
precária.  Segundo  um  levantamento  da  Oxfam,  mundialmente,  nos  campos de refugiados, 
uma  pia  é  usada  por  250 refugiados em média, enquanto 500 refugiados compartilham um 
único  chuveiro,  os  quais  têm, em muitos casos, acesso à água intermitente. Com menos de 
2  metros  quadrados  de  habitação  por  refugiado,  é  iminente  o  risco  de  proliferação  de 
doenças como cólera, papilomavírus e doenças fungais diversas, como candidíase.  
No  campo  de  refugiados de Moria, na Grécia, abrigos improvisados de dois metros 
quadrados,  como  tendas,  chegam  a  ter  até  vinte  pessoas.  O  campo  de  refugiados  ideal, 
alvitrado  pela  ONU,  conta  com  moradias para cada família adjacentes ao local de chegada 
dos  refugiados.  No  entanto,  o  que  é  visto  são  assentamentos  caóticos,  como  as 
comunidades  formadas  nas  proximidades  do  campo  de  Burj  Al-Shamali,  no  Líbano,  que 
contam  com  uma  densidade  populacional  de  39  hab/m^2,  na  forma  de  tendas  plásticas  e, 
em  alguns  casos,  habitações  de  tijolo  e  concreto,  consideradas  abrigos  semipermanentes. 
A  situação  crítica  dos  abrigos  semipermanentes  se  estende  para  outras  regiões.  No  Sudão 
do  Sul,  por  exemplo,  apenas  7%  dos  refugiados  vivem  em  residências  consideradas 
definitivas,  feitas,  em  muitos  casos,  de  tijolos  e  barro,  o  que  influencia  a  transmissão  de 
doenças  como  Doença  de  Chagas.  Na  Tanzânia,  52%  dos  232.716  mil  refugiados 
burundianos  ainda  vivem  em  abrigos  de  emergência,  projetados  para  serem  utilizados  a 
curto prazo, segundo dados da OMS. 
“Fizemos  enormes  avanços  na  prestação  de  cuidados  de  saúde  a  todos  que 
precisam  —  literalmente  salvando  vidas  e  fazendo a diferença todos os dias”, disse Sandra 
Harlass,  coordenadora  de  saúde  pública  do  ACNUR.  “Em  Mianmar,  a  maioria  das 
mulheres  realizava  o  parto  em  casa.  Os  centros  de  saúde  eram  escassos,  as  taxas  de 
vacinação  eram  extremamente  baixas  e  também  havia  altos  níveis  de  desnutrição  aguda”. 
Tal  depoimento  revela  a  situação  da  infraestrutura  hospitalar  disponível  a  refugiados 
mundialmente,  que  é  especialmente  deficiente  em  regiões  do  oriente  médio.  Segundo  o 
Ministério  da  Saúde  da  Autoridade  Nacional  Palestina,  a  região  atualmente  conta  com 
menos  de  dez  respiradores  e  sessenta  leitos  de  tratamento  intensivo.  De  acordo  com  o 
governo  da  Jordânia,  os  melhores  hospitais  do  país  contam  com  cerca  de  cem  leitos  de 
UTI,  podendo  assim  atender  menos  de  5%  dos  habitantes  em  seu território, composto por 
cidadãos  e  refugiados.  A  situação na América do Sul é mais agravante. O estado brasileiro 
de  Roraima,  que  recebe  perto  de  35%  dos  refugiados  Venezuelanos,  conta com apenas 25 
leitos  de  UTI  e  mais  de  70  mil  casos  de  SARS-CoV-2  (coronavírus),  segundo  dados  da 
Folha de São Paulo.  
23
4. Saúde mental e cultura  
A  integração  da  saúde  mental  nos  tratamentos  de  saúde  disponíveis  a  refugiados é 
baixa,  com  menos  de  dois  por  cento  do  número de todas as consultas realizadas no ano de 
2019  correspondendo  a  atendimentos  psicológicos,  de  acordo  com  a  ACNUR.  Os 
refugiados  têm  um  substancial aumento de risco de doenças psicológicas,  em comparação 
com  população  normal,  como  perturbações  psiquiátricas  relacionadas  com  a  exposição  à 
guerra,  violência,  tortura,  migração  forçada,  exilio  e  incerteza  quanto  ao  seu  estatuto  nos 
países  onde  buscam  asilo.  No  campo  de  Zaatari,  segundo a OMS, mais de trinta por cento 
dos  refugiados  que  passaram  por  consultas  psicológicas  foram  diagnosticados  com 
estresse  pós  traumático  e  ansiedade generalizada. De acordo com a OMS, a prevalência de 
tais  doenças  é  cerca  de  dez  vezes  maior  em  refugiados  do  que  na  população  geral. 
Algumas  causas  de  tais  transtornos  são  experiências  como  prisão,  tortura,  cenários  de 
guerra,  junto  com  traumas  ligados  a  privações  físicas  como  fome  e  sede,  além  de 
incertezas  futuras quanto à adaptação a novas culturas frente a frequentes casos de racismo 
e xenofobia em países que recebem refugiadsos, como os membros da União Europeia.  
Uma  das  complicações  da  adaptação  a  novas  culturas  é  a  Síndrome  da 
Desmoralização,  que,  de  acordo  com  a  OMS,  se  caracteriza  como  uma  aguda  angústia 
social,  desesperança  e  desmotivação,  em  decorrência  da  falta  de  apoio  ao  refugiado  e 
possíveis  rejeições  por  parte  da  população  do  país-destino.  Os  seus  sintomas  são 
amplificados por condições de habitação severamente debilitadas em campos de refugiados 
e incertezas quanto a questões como a obtenção de cidadania no país de acolhimento 
Muitas  vezes  os  refugiados  com  problemas  psicológicos  relatam  queixas  físicas, o 
que  leva  a  um  não  tratamento  de  problemas  como  depressão  e  ansiedade,  expressas  por 
sintomas  que  demonstram  o  mal-estar  físico.  Este  problema  pode  ser  muito  amplificado 
pelas  barreiras  linguísticas  e  contextos  culturais.  Muitos  pacientes  não relatam estressores 
psicossociais  porque  pensam  que  essas  dimensões  não  são  assuntos  que  recebam  atenção 
médica  ou  por  acreditarem  que  a  sua  situação  não  será  entendida  pelos  profissionais  de 
saúde (Kirmayer et al., 2011) 
Em  muitas  sociedades,  especialmente  no  mundo  Árabe,  a saúde mental feminina é 
tratada  como  inferior,  especialmente  em  tempos  de  crise  humanitária,  onde  seu  bem estar 
não  é  visto  como  uma  prioridade.  Tal  fato  leva,  de  acordo  com  a  ONU  Mulher,  a  um 
número  de  casos de transtorno de ansiedade cerca de dez vezes maior entre a população de 
refugiados do sexo feminino, em comparação com refugiados do sexo masculino. 

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Um  dos  principais  problemas  que  afeta  a  saúde  mental  feminina  é  a  Depressão 
Pós-Parto,  especialmente  comum  em  regiões  com  elevadas  taxas  de  natalidade  que  são 
afetadas  por  crises  de  refugiadas,  como  o  leste  Africano,  cujos  sintomas  incluem 
desmotivação  e  crises  de  ansiedade.  Segundo a ONU Mulher, cerca de 12% da população 
feminina  de  refugiados  possui  depressão  pós  parto  diagnosticada,  mas  tal  doença  pode 
afetar  mais  de  50%  de  todas  as  refugiadas.  Esta  doença  é  intensificada  pela  baixa  infra 
estrutura  hospitalar  e  residencial  em  campos  de  refugiados,  além  de  inseguranças  quanto 
ao  futuro  da  mãe  e  da  criança,  em  decorrência  de  problemas  como  o  escasso  acesso  a 
alimentação. 
 
Campo de refugiados de Moria, Grécia
No  campo  de  refugiados  de  Moria,  da  ilha  de  Lesbos,  na  Grécia,  encontra-se  uma 
das  piores  situações  do  mundo. Descrito como uma prisão ao ar livre, e considerado o pior 
campo  de  refugiados  do mundo pelos Médicos Sem Fronteiras, o abrigo está superlotado e 
enfrenta  condições  sanitárias  desumanas:  há  um  banheiro  para  cada  70  pessoas.  O campo 
foi  construído para acomodar 3 mil pessoas, no entanto, existem mais de 20 mil refugiados 
vivendo ali, entre as quais cerca de 7 mil são crianças menores de 18 anos. 
Problemas  como  violência,  condições  de  higiene  precárias  e  falta  de  alimentos, 
medicamentos  e  assistência  médica,  que  podem  ser  vistos  em  todos  os  campos  de 
refugiados  do  mundo,  são  questões  escancaradas  no  campo  de  Moria.  A  refugiada  Sara 
Khan explica que sua família passa o dia todo tentando conseguir comida e a noite toda em 
alerta,  com  medo  das  brigas  constantes.  Uma  mãe  contou  à  BBC  News  que  às  vezes  há 
fezes no chão do abrigo em que ela mora com o filho recém-nascido.  
Para  as  mulheres  e  crianças,  a  situação  é  ainda  mais  crítica.  O  refugiado  Ali,  que 
abandonou  o  campo,  conta que “é como a guerra na Síria, inclusive pior. Ouvimos falar de 
estupros  e  assédio  sexual”,  e  de  prostituição.  De  acordo  com  os MSF, muitas das crianças 
têm  problemas  de  pele  causados  pelas  péssimas  condições  sanitárias,  além  de  terem 
desenvolvido  doenças  respiratórias  por  causa  do  gás  lacrimogêneo  jogado  pela  polícia  no 
campo  para  dispersar  brigas. Há relatos de crianças de dez anos tentando suicídio: traumas 
e doenças mentais são comuns. 
“Estamos  sempre  prontos  para  escapar,  24  horas  por  dia  temos  nossos  filhos 
prontos”,  diz  Sara  Khan,  originalmente  do  Afeganistão.  Luca  Fontana,  médico  do  MSF, 
diz  que  o  campo  é  o  pior  lugar  que  ele  já  viu em sua vida. Ele trabalhou durante os surtos 
de  Ebola  na  África  Ocidental,  mas  disse:  “Nunca  vi  o  nível  de  sofrimento  que 
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testemunhamos  aqui  todos  os  dias.  Mesmo  as  pessoas  afetadas  pelo  Ebola  ainda  têm 
esperança  de  sobreviver  ou  contam  com  o  apoio  de  suas  famílias,  da  sociedade.  Aqui,  a 
esperança é levada pelo sistema”.  
O  governo  grego  culpa  a  União  Europeia.  Esse  posicionamento  foi  confirmado 
pelo  representante  da  Grécia  em  Moria,  George  Matthaiou:  “Não  temos  dinheiro.  Você 
conhece  a  situação  da  Grécia,  economicamente.  Eu  quero  ajudar,  mas  não  posso  fazer 
nada,  porque  a  União  Europeia  fechou  as  fronteiras”.  Recentemente,  a  A  Alemanha 
anunciou  que pretende receber 1.553 refugiados que estão em campos localizados em ilhas 
gregas, além dos refugiados que já abriga.

Campo de Moria: julho de 2017 / janeiro de 2020.  


Fonte: https://www.theguardian.com/world/2020/feb/09/moria-refugee-camp-doctors-story-lesbos-greece
 

Considerações  

Em  face  do  que  foi  exposto,  no  comitê  da  OMS  da  X  Confemack,  é  dever  dos 
senhores  delegados  elaborarem  uma  declaração  com  as  resoluções  para  os  principais 
problemas  de  saúde  que  afligem  campos  de  refugiados,  tomando  por  base  o  campo  de 
Moria,  Grécia.  Durante  o  debate,  e  nexessário  encontrar  soluções que se apliquem a todos 
os  campos  de  refugiados,  levando  em  conta  particularidades  de  cada  região  do  planeta, 
assim  construindo  um  acordo  internacional que vise à proteção da saúde dos refugiados — 
em  especial  aqueles  do  sexo  feminino  —  de  modo  harmônico  e  coeso,  com  respeito  à 
pluralidade  e  soberania  das  nações  presentes  e  observando  o  objetivo  da  OMS 
manifestados em sua fundação: a facilitação do acesso à saúde de qualidade por todos.  

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PANORAMAS 

África  do  Sul:  Em  2018,  a  África  do  Sul  acolheu  cerca  de  273.488  refugiados  e 
requerentes  de  asilo.  A  política  de  refugiados  e  requerentes  de  asilo  na  África  do  Sul  são 
progressivas:  os  refugiados  podem  se  estabelecer  em  qualquer lugar do país e desfrutar da 
liberdade  de  movimento  —  abordagem  que  está  em  contraste  com  a  maioria  dos  estados 
africanos,  que  colocam  refugiados  em  campos.  Entretanto, ataques à refugiados (estupros, 
agressões,  destruição  de  moradias  e  empreendimentos)  são  frequentes  na  África  do  Sul, 
ações  que  o  então  presidente  repudiou  em  2008,  auge  dos  ataques.  Além  disso,  os 
refugiados  reclamaram  de  serem  forçados  a  pagar  subornos  e terem sido negados serviços 
de  assistência.  Atualmente,  há  um  crescente  debate  entre  os  sul-africanos  sobre  o  maior 
controle das fronteiras, colocado em prática no início de 2020.  

Alemanha:  a  Alemanha  é  um  dos  países  industrializados  que  mais  recebe  refugiados  no 
mundo:  em  2018,  eram  1,06  milhão  vivendo  no  país.  O  New  York  Times  escreveu  que  a 
Alemanha  “estendeu  a  mão  aberta”  aos  refugiados,  e  a  emissora Al-Jazeera informou que 
“a  Alemanha  abriu  suas  portas  e  fronteiras  para  todos  aqueles  que procuram refúgio e um 
porto  seguro”.  Porém,  as  condições  não  são  perfeitas. Habitantes de Fürstenfeldbruck, um 
centro  de  processamento  de  refugiados  perto  de  Munique,  relatam  superlotação,  sujeira  e 
um  limbo  burocrático,  levando  a  pelo  menos  uma  tentativa  de  suicídio.  Autoridades 
alemãs  dizem  que  as  condições  são  adequadas.  Mesmo  assim,  a  Alemanha  ainda  procura 
ajudar  refugiados;  exemplo  disso  é  a  oferta  do  governo  alemão  para  receber  1.553 
refugiados do campo de Moria, na Grécia, após o incêndio no local. 

Argentina:  Como  resultado  da  guerra  civil  na  Síria,  a  Argentina  criou  junto  com  o 
ACNUR  e  o  CONARE  do  país  (Comisión  Nacional  del  Refugiados),  um  programa  para 
receber  pessoas  que  fogem  do  confronto  sírio,  sendo  o  primeiro  país  americano a auxiliar 
os  países  europeus  na  recepção  dos  refugiados.  No  tempo  em  que  o  refugiado  permanece 
no  país  ele  poderá  trabalhar  como  qualquer  outro  nacional,  assim,  adquirir  direitos  e 
obrigações  como  qualquer  outro  estrangeiro.  A  lei  argentina  determina  que  o  refugiado 
tem  direito  a  “não  ser  expulso  ou  extraditado  para  o  país  onde  sua  vida,  integridade, 
liberdade  ou  segurança  possam  estar  em  perigo”  e  “não  ser  penalizado  por  entrar 
ilegalmente  no  país,  se  demonstrar  os  motivos  que  o  obrigaram  a  tomar  essa  decisão”. 
Também é citado o direito a “acesso aos sistemas públicos de saúde, educação e justiça”. 

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Austrália:  Desde  julho  de  2013,  a  Austrália  transferiu  à  força  mais  de  3.000  requerentes 
de  asilo  que  viajaram  de  barco  para  campos  em  Papua  Nova  Guiné  e  Nauru.  Muitas 
pessoas  que  buscaram  proteção  na  Austrália  estão  presas  em  “centros  de  detenção  da 
imigração”  e  enfrentam  uma  crise  de  saúde.  Eles  não  têm  permissão  para  sair,  não  têm 
acesso  a  cuidados  médicos  adequados  ou  educação.  Muitas  das  pessoas  presas  sofrem  de 
depressão,  ansiedade  ou  PTSD  e  tem  havido  cada  vez  mais  casos  de  suicídio  e 
automutilação.  A  existência  dos  centros  de  detenção  da  imigração  australiana  foi 
condenada  por  motivos  de  direitos  humanos  e  até  mesmo  comparada  a  campos  de 
concentração.  Em  2016,  o  governo  australiano  anunciou  a  intenção  de  trocar  alguns 
refugiados  comprovados  das  ilhas  de  Nauru  e/ou  Manus  por  certas  pessoas  deslocadas na 
América Central como parte de um acordo com o governo Obama dos Estados Unidos. 

Bangladesh:  em  um  de  seus  vizinhos,  Mianmar,  ocorre  uma  das  mais  severas  crises 
humanitárias  do  mundo:  a  crise  rohingya.  Os  refugiados,  mulçumanos,  vão  abrigar-se  em 
Bangladesh,  o  que  gerou  desdobramentos  negativos na região. Tendo vivido em condições 
deploráveis  por  muitos  anos  em  Bangladesh,  centenas  de  famílias  de  refugiados  em  um 
acampamento  próximo  a  Teknaf  tiveram  sua  saída  pedida  pelas  autoridades  bengali,  sem 
que  se  fosse  providenciado  um  novo  lugar  para  ficarem.  O acampamento “Tal” é formado 
por  pequenos  abrigos:  mais  de  seis  mil  pessoas procuraram refúgio onde alimentos e água 
potável  são escassos e o acesso à saúde é limitado. Essas circunstâncias provocam diarréia, 
infecções  respiratórias  e  desnutrição,  entre  outros  problemas  de  saúde.  O  Médicos  Sem 
Fronteiras  abriu  uma  clínica  e  um  Centro  de  Alimentação  Terapêutica  (CAT)  próximo  do 
campo.  Em  um  esforço  para  aumentar  as  rodovias  em  todo  o  país,  o  governo  de 
Bangladesh está pedindo que parte do campo de refugiados seja removido.  

Brasil:  O  Brasil  tem  um  histórico  de  ajuda  humanitária  notável.  No  Brasil,  encontra-se 
uma  classe  de  refugiados  chamada  refugiados  ambientais,  que,  diferente  daqueles  que 
fogem  por  questões  elencadas  na  Convenção  de  1951,  deixam  seu  país  por  conta  de 
desastres  naturais,  como  o  do  Haiti.  O  maior  fluxo  migratório  no  país  atualmente  é  o  da 
Venezuela.  Entre  2015  e  maio  de  2019,  o  Brasil  registrou  mais  de  178  mil solicitações de 
refúgio  e  de  residência  temporária.  Para  acolher  parte dessa população, 13 abrigos oficiais 
foram  criados.  Eles  são  administrados  pelas  Forças  Armadas  e  pelo  ACNUR.  Mais  de  32 
mil pessoas vivem nos locais.  

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Burundi:  A  situação  dos  refugiados  no  Burundi  é,  atualmente,  a  menos  financiada  no 
mundo  todo.  Até  o  momento,  apenas  28%  dos  206  milhões  de  dólares  necessários  foram 
recebidos.  O  impacto  nos  400  mil  refugiados  que  se  encontram  nos  países  vizinhos  é 
grave:  o  corte  na  distribuição  de  alimentos  tem  deixado  os  refugiados  sem  recursos 
suficientes  para  alimentar  suas  famílias. Os abrigos estão em condições desesperadoras, os 
centros  de  saúde  enfrentam  dificuldades  para  suportar  o  grande  número  de  pacientes,  as 
salas  de  aula  estão  superlotadas  e  a  capacidade  de  ajudar  crianças  desacompanhadas  e 
vítimas de violência sexual está muito limitada. 

Canadá:  O  reassentamento  é  o  modo  como  o  Canadá  seleciona  os  refugiados  no 


estrangeiro  e  apoia  a  sua  saúde  e  segurança  conforme  eles  se  alocam  no  Canadá.  A  cada 
ano,  o  Canadá  estabelece  o  número  de  refugiados  que  podem  ser  reassentados  através  de 
amplas  consultas  com  os  outros  níveis  de  governo  e  a  sociedade  civil.  O  governo 
canadense  considera  indicadores  econômicos,  a  disponibilidade  de  serviços  sociais  e 
necessidades globais de reassentamento. Em 2018, o Canadá recebeu 55 mil refugiados.  

China:  A  China  foi  um  dos  primeiros  Estados asiáticos a se tornar parte da Convenção de 


1951  relativa  ao  Estatuto  dos  Refugiados.  Em  2015,  a  China  recebeu  mais  de  300.000 
refugiados  em  seu  território,  além  de  ter  investido  massivamente  em  programas  de 
assistência  a  refugiados  no  Iraque,  Zimbabwe,  Líbano,  Etiópia,  Irã,  Síria,  Bangladesh, 
Jordânia,  entre  outros.  O  embaixador  chinês,  Chen  Weiqing,  disse:  “Continuaremos  a  dar 
grande  importância  ao  apoio  ao  ACNUR  no  combate  à  crise  humanitária”.  Porém,  há 
indícios  de  que  Pequim,  ao  passo  que  ajuda  refugiados,  persegue  minorias  étnicas  dentro 
de  seu  território.  Um  funcionário  do  Departamento  de  Estado  dos  EUA  afirma  que  pelo 
menos 800.000 de pessoas podem ter sido detidas em “centros de reeducação” chineses.  

Colômbia:  O  Chanceler  da  Colômbia,  Carlos  Holmes  Trujillo,  alertou  que  a  crise  de 
migrantes  e  refugiados  venezuelanos  continuará  enquanto  o  “governo  ditatorial”  de 
Nicolás  Maduro  permanecer  no  poder  e  pediu  mais  ajuda  internacional  para  lidar  com  o 
fenômeno.  “A  crise  multidimensional  que  a  Venezuela  está  enfrentando atualmente é uma 
consequência  das  ações  atrozes  da  ditadura  de  Maduro.  Portanto,  é  claro,  o  volume  de 
migrantes  continuará  aumentando”,  afirmou  Trujillo  à  AFP,  em  Bruxelas.  A  Colômbia, 
que  abriga  1,4  milhão  dos  4,5  milhões  de  venezuelanos  que  abandonaram  o país devido à 
crise  que  atravessa,  sendo  o  principal  país  envolvido  no  problema.  O  Chanceler 
colombiano avalia as necessidades de atendê-los em cerca de 1% do PIB colombiano. 

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República  Democrática  do  Congo:  Na  República  Democrática  do  Congo,  atualmente 
afetada  por  conflitos,  apenas  31%  dos  369  milhões  de  dólares  necessários  foram 
arrecadados,  valor  imprescindível  para  custear  os  programas  do  ACNUR  e  de  seus 
parceiros.  A  insuficiência  de  recursos  está  afetando  a  capacidade  do  trabalho  humanitário 
em  fornecer  atividades  de  subsistência,  acesso  à  educação  e  saúde.  Padrões  mínimos  de 
distribuição  de  alimentos,  nutrição,  saúde  e  outras  necessidades  básicas  são, 
frequentemente,  difíceis  de  cumprir.  Na  RDC,  é  preciso  financiamento  para 
descongestionar os campos, a fim de conter a propagação de doenças transmissíveis.   

Espanha: Segundo dados da Comissão Espanhola de Assistência aos Refugiados (CEAR), 
a  Espanha  foi  o  quarto  país  da  Europa  com  mais  pedidos  de  asilo  em  2018,  com  54.065 
pedidos,  74%  a  mais  que  no  ano  anterior  e  8%  do  total  referente  à  União  Europeia.  A 
maioria  dos migrantes que chegam ao território espanhol são oriundos do Marrocos, Guiné 
e Mali. Segundo a CEAR, quase 160 pessoas por dia desembarcaram na Espanha em 2018. 
Uma  cena  tornou-se  comum  na  fronteira  entre  o  Marrocos  e  Ceuta,  cidade  autônoma  da 
Espanha: homens, mulheres e crianças sobrevivendo de lixo. 

Estados  Unidos  da  América:  Por  várias  décadas,  os  Estados  Unidos  foram  o  principal 
país  no  mundo  em  admissões  de  refugiados.  Entretanto,  principalmente  após  o  início  do 
governo  Trump,  essa  não  é  mais  a  realidade.  Atualmente,  60%  dos  pedidos  de  asilo  nos 
Estados  Unidos  fracassam  ou  são  rejeitados.  Os  EUA  planejam  admitir  um  máximo  de 
18.000  refugiados  no  ano  fiscal  de  2020,  e  em  2019  foram  30.000.  Este  seria  o  menor 
número  de  refugiados  reassentados  pelos  Estados  Unidos  em  um  único  ano  desde  1980. 
Além  disso,  houve  um  crescente  número  de  refugiados  cristãos  em  detrimento  de  outras 
religiões:  os cristãos representaram 79% dos refugiados que vieram para os EUA em 2019. 
Os  EUA  admitiram  cerca  de  23.800  cristãos,  em  comparação  com  cerca  de  4.900 
muçulmanos.  Outro  ponto  relevante  é  a  atual  situação  da  fronteira  com  o  México,  onde 
formou-se  um  campo  de  refugiados  com  cerca  de  3.000  pessoas.  A  recente  política  do 
governo  Trump  conhecida  como  "tolerância  zero"  foi  implementada  em  abril  de  2018,  e 
foi alvo de críticas principalmente por conta da separação de crianças. 

Etiópia:  De  acordo  com  o  ACNUR,  milhões  de  pessoas  atravessam  a  fronteira  para  a 
Etiópia,  em  Pagak,  um  dos  principais  pontos  de  entrada  ao  país.  Muitos  deles  estão 
fugindo  da  violência  em  andamento  no  Sudão  do  Sul.  Esse  dado  também  inclui  pessoas 
não  registradas  que  vivem  nos  campos  ou  pessoas  que  estão  na  fronteira  e  gostariam  de 

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aproveitar  a  oportunidade  de  ir  para  o  novo  acampamento  de  refugiados inaugurado pelas 
autoridades  etíopes  e  o  ACNUR.  A  equipe  do  Médico  Sem Fronteiras relatam que muitos 
novos  refugiados  vivem  em  situações  precárias,  a  maioria  está  com  malária,  diarreia  e 
doenças  de  pele.  O  ACNUR  conduziu  uma  operação de realocação em colaboração com a 
Administração  Etíope  de  Refugiados  e  Assuntos  Repatriados  (ARRA,  na  sigla  em inglês) 
para  garantir uma melhor proteção e serviços humanitários. O novo acampamento é menos 
vulnerável  a  inundações,  o  que  tornará  mais  fácil  para  lidar  com  as  necessidades,  mas  as 
ONGs  e  outros  parceiros internacionais estão lutando contra o ritmo das realocações. Uma 
média de 3.500 pessoas tem sido transferidos por dia e não há latrinas ou água suficientes.  

França:  A  França,  assim  como  todos  os  países  da  União  Europeia,  tem  recebido  um 
enorme  fluxo  de  refugiados.  A  maioria  dos  acampamentos  em  que  essas  pessoas ficam — 
já  que  o  governo  francês  só  possui  estrutura  para  abrigar  uma porcentagem de mulheres e 
crianças  —  são  improvisados,  sem  condições  básicas  de  higiene  e  a  maioria  ao  lado  de 
estradas.  A  Selva  de  Calais  (conhecida  oficialmente  como  Camp  de  la  Lande)  era  um 
acampamento  de  migrantes  que  existiu  de  janeiro  de  2015  a  outubro  de  2016,  quando  foi 
removido  pela  polícia.  Ele  ficava  onde  antes  era  um  aterro  sanitário.  Os  migrantes 
permaneceram  no  campo  enquanto  tentavam  entrar  no  Reino  Unido  ou  enquanto 
aguardavam  que  seus  pedidos  de  asilo  na  França  fossem  processados.  Um  censo  do  Help 
Refugees  estimou  cerca  de  8.143  pessoas  vivendo  nesse  campo,  que  deu  origem  a  vários 
outros  após  sua  demolição.  Atualmente,  no  campo  de  Aubervilliers  na  região  de  Paris, 
vivem cerca de 1.000 pessoas. Diversas ONGs denunciam o sistema de recepção francês. 

Grécia:  Em  sua  segunda  visita  à  Grécia  no  ano  de  2020,  o  Alto  Comissário  do  ACNUR 
enfatizou  a  necessidade  de  membros  da  União  Europeia  acelerarem  o  processo  de 
realocação  de  refugiados  em  território  europeu.  A  Grécia  atualmente  sofre  com  uma  das 
piores  crises  de  refugiados  do  mundo,  especialmente  no  que  tange  à  deficiente 
infraestrutura residencial, hospitalar  e de saneamento de seus campos de refugiados, como 
Moria,  na  ilha  de  Lesbos, onde 250 refugiados devem dividir uma só torneira e famílias de 
mais  de  quatro  pessoas  habitam  uma  área  de  dois  metros  quadrados,  segundo  o  ACNUR. 
A  situação  dos  refugiados  na  Grécia  é  agravada  pelas  más  condições  econômicas do país, 
que  sofre  com  dívidas  e  um  desacelerado  crescimento  econômico,  que  impedem  o 
investimento  em  áreas que tangem os refugiados, como a criação de estruturas residenciais 
abundantes a todos os refugiados. 

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Iêmen:  Em  2015,  um  conflito  armado  irrompeu  no  Iêmen,  um  dos  países  mais  pobres do 
Oriente  Médio.  A  crise  deixou  80%  da  população  em extrema vulnerabilidade e provocou 
o  deslocamento  de  3,6  milhões  de  iemenitas  dentro  de  seu  próprio  país.  Lares  e  hospitais 
continuam  sendo alvos de bombardeios. Com apenas 50% das instalações de saúde do país 
funcionando,  os  especialistas  alertam  que  a  pandemia  da  COVID-19  poderá  devastar  o 
país.  Sem  ajuda,  muitas  vidas  serão  perdidas  em  meio  à  violência,  doenças,  falta  de 
comida,  água  e  abrigo.  O  ACNUR  lidera  o  fornecimento  de  proteção,  abrigo  e  itens  não 
alimentares.  Fornecemos  abrigos  de  emergência,  colchões,  cobertores,  esteiras,  conjuntos 
de cozinha, baldes e muito mais para ajudar os mais vulneráveis.   

Índia:  Uma  questão  particularmente  significativa  na  Índia  é  o acolhimento e as condições 


de  vida  dos  refugiados:  o  foco  das  atenções  no  país  têm  sido  os  deslocados  internos  e  os 
apátridas,  além  dos  refugiados.  A  Lei  de  Emenda  à  Cidadania  (CAA)  tem  sido  alvo  de 
muitas  críticas  e  protestos. Para o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, a lei 
parece  “comprometer  o  compromisso  de  igualdade  perante  a  lei  estabelecida  na 
Constituição  da Índia”. A Convenção sobre a Eliminação da Discriminação Racial, da qual 
a  Índia  é  um  Estado  signatário,  proíbe  a  discriminação  com  base  em  motivos  raciais, 
étnicos  ou  religiosos.  Milhões  de  migrantes  ficaram  bloqueados,  sem  comida, dinheiro ou 
abrigo,  tentando  voltar  para  casa.  Muitos  morreram  em  consequência  do  bloqueio  pela 
fome  ou  suicídio  devido  à  violência  policial, ou por doença e acidentes ferroviários. Neste 
momento,  o  governo  indiano  parece  não  ter  nenhuma  estimativa  do  número  total  de 
pessoas bloqueadas ou a caminho de casa através do país.  

Irã:  A  República  Islâmica  do  Irã  abriga  uma  das  mais  prolongadas  populações  de 
refugiados  do  mundo,  com  aproximadamente  3  milhões  de  afegãos  vivendo  no  país. 
Aproximadamente  97%  desses  vivem  em  áreas  urbanas,  enquanto  3%  residem  em  22 
campos  de  refugiados.  O  campo  de  refugiados  de  Jahrom,  pode  ser  um  dos  mais  bem 
equipados  do  país,  com  casas,  assistência  médica,  educação  e  instalações  recreativas,  de 
acordo  com  o  ACNUR.  Porém,  segundo  dados  da  Organização  Internacional  para  as 
Migrações  mais  de  451  mil  afegãos  voltaram  do  Irã  em  2019.  Destes,  254  mil  foram 
deportados  forçados.  Além  de  comportar  refugiados,  o  Irã  também  é  efluente  desses.  De 
acordo  com  um  jovem  iraniano  que  chegou  aos Balcãs, “Todo mundo que vem [do Irã] ou 
é LGBT, ou cristão, ou oprimido politicamente, ou estava lutando na Síria por Assad”. 

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Israel:  "Como  parte da Convenção de Refugiados de 1951, Israel tem obrigações legais de 
proteger  os  refugiados  e  outras  pessoas  que  precisam  de  proteção  internacional",  afirmou 
Volker  Türk,  alto-comissário  assistente  da  ONU  para  refugiados.  Grupos  de  direitos 
humanos  acusam  Israel  de  lentidão  para  processar  pedidos  de  asilo.  Menos  de  1%  das 
solicitações  realizadas até hoje foram atendidas. A maioria dos migrantes africanos chegou 
atravessando  a  Península  do  Sinai.  Para  impedir  o  fluxo  migratório,  Israel  concluiu  em 
2013  a  construção  de  uma  cerca  de  segurança  de  245  quilômetros,  mas  calcula que, antes 
disso,  cerca  de  55  mil  pessoas  tenham  entrado  no  país.  O  Supremo  Tribunal  de  Justiça 
aprovou  a  controversa  política  de  deportação  forçada  de  migrantes  africanos  para  "países 
terceiros", apesar do apelo de grupos ativistas. A decisão do tribunal prevê, no entanto, que 
as autoridades israelenses garantam que os países de destino dos migrantes sejam seguros.  

Itália:  A  Itália,  por  conta  de  sua  posição  geográfica,  é  uma  das  principais  entradas  de 
refugiados  na  Europa.  Em  2017,eram  mais  de  192  mil  refugiados  no  país.  Atualmente,  a 
região  da  Lampedusa  é  uma  das  mais  afetadas  pela  superlotação  Estima-se  que  cerca  de 
20.000  migrantes  desembarcaram  na  Itália  entre  janeiro  e  julho  de 2020, de acordo com o 
ACNUR.  O  diretor-geral  do  MSF  Itália,  Gabriele  Eminente,  em  Roma  diz  que  as 
autoridades  de  saúde  de  alguns  locais  tentaram promover a inclusão de pessoas que vivem 
em  assentamentos  informais  no  serviço  público  de  saúde.  De  qualquer  forma,  "o  sistema 
de recepção precisa ser reformado", disse ele. 

Japão:  O  governo  japonês  declarou  que  em  2020  aumentaria  o número de refugiados que 


aceita em seu território. De acordo com o Jiji Press, o governo vai facilitar seu critério para 
aceitar  refugiados  sob  o  programa  de  reassentamento  em  um  terceiro  país.  O  objetivo  é 
dobrar  o  número  anual  de  refugiado  que  aceita  para  um  pouco  mais  de  100.  O  Japão 
começou  a  aceitar  refugiados  sob  o  programa  no  ano  2010.  O  Japão  aceitou  cerca de 174 
refugiados de Mianmar que viviam na Tailândia e Malásia ao longo de nove anos. 

Jordânia:  O  Reino  Hachemita  da  Jordânia  atualmente  possui  um  dos  maiores  campos de 
refugiados  do  Oriente  Médio,  o  campo  de  Zaatari,  que  conta  com uma população de mais 
de  setenta  mil  refugiados  e  é  considerado  um  dos  melhores  campos  de  refugiados 
atualmente,  possuindo  mais  de  oito  unidades  de  pronto  atendimento  com  capacidade para 
mais  de  mil  refugiados,  de  acordo  com  a  OMS  e  o  ACNUR.   A  Jordânia tem atualmente, 
um  fluxo  de  mais  de  250  mil  refugiados,  em  sua  maioria  sírios,  adentrando  seu  território 
diariamente, de acordo com o ACNUR. 

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Líbano:  O  Líbano  abriga  o  segundo  maior  campo  de  refugiados  instituído  pelo  UNRWA 
(Agência  da  ONU  de  Assistência aos Refugiados da Palestina), o campo Burj-Al-Shamali, 
que  conta  com  mais  de  trinta  mil  refugiados.  Neste  campo  de  refugiados,  várias  doenças 
não  transmissíveis  afetam  o  sistema  de  saúde  local,  como  talassemia e anemia falciforme. 
Segundo  o  ACNUR,  o  Líbano  abriga  o  maior  número  de  refugiados  por  nativo,  em  uma 
proporção de quatro cidadãos para cada refugiado, gerando tensões xenofóbicas. 

México:  Pelo  território  Mexicano  passam,  anualmente,  diversas  caravanas  de  cidadãos 
hondurenhos,  que  buscam  melhores  condições  de  vida  nos  Estados  Unidos.  Ao  que 
centenas  tem  pedidos  de  cidadania  negados  pelo  governo  Estadounidense,  e  evitando 
retornar  ao  país  de  origem,  muitos  desses  cidadãos  refugiados  optam  por  permanecer  em 
território  mexicano,  se  estabelecendo  em  centros  urbanos  como  Tijuana  e  Cidade  do 
México,  que  possuem  melhores  condições  de  vida  que  cidades  como  Tegucigalpa, 
Honduras.  Ao  que  o  governo  designa  o  registro  de  pedidos  de  cidadania  e  refúgio  como 
uma  atividade  de  prioridade  do  governo,  o  México  garante  que  muitas  pessoas  não  sejam 
forçadas a retornar a seus países.  

Paquistão:  A  presença  do  Talibã  em  territórios  paquistaneses  e  afegãos  trouxe  diversos 
anos  de  crises  econômicas  e  humanitárias,  gerando  fluxos  de  refugiados  afegãos  para 
dentro  da  nação,  especialmente  em  regiões  como  Khyber  Pakhtunkhwa.  Em  2019,  o 
Secretário  Geral  das  Nações,  António  Gutierrez,  o  Alto  Comissário  da  ONU  para 
Refugiados,  Filippo  Grandi,  e  o  primeiro-ministro  paquistanês  organizaram  uma 
conferência  para  discutir  maneiras  mais  eficazes  de  manejar  fluxos de refugiados afegãos, 
além  de  melhorias  à  infraestrutura  de  campos  de  refugiados  no  país.  Por  mais  de  quatro 
décadas  o  Paquistão  tem  trabalhado na efetiva inclusão do refugiado em sua sociedade por 
meio de diversos programas governamentais. 

Peru:  Depois  da  Colômbia,  o  Peru  e  o  país  que  recebe  o  maior  número  de  refugiados 
venezuelanos.  Atualmente,  830  mil venezuelanos formam a maior comunidade estrangeira 
no  Peru.  Destes,  480  mil  pediram  asilo.  “Em  média,  [os  refugiados]  recebem  um  salário 
40%  menor  do  que  os  peruanos”,  ressalta  o  representante  do  ACNUR  no  Peru,  Federico 
Agusti.  Ademais,  a  pandemia desencadeou uma segunda onda de refugiados. Porém, esses 
fazem o caminho contrário, em direção à Colômbia, Andes até a Venezuela. Agusti diz que 
esse  caminho  de  retorno  é  incomparavelmente  mais perigoso para os venezuelanos do que 
quando eles foram para o Peru.  

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Quênia: Em Dagahaley, um dos cinco campos que compõem a capital queniana Dadaab as 
condições  de  saúde  são  precárias.  Equipes do Médicos Sem Fronteiras atenderam crianças 
que  chegaram  da Somália sem terem sido vacinadas contra uma série de doenças evitáveis; 
mulheres  grávidas  recebem  o  mínimo  de  cuidado,  o  que  coloca  suas  vidas  e  a  de  seus 
futuros  bebês  em  risco;  pessoas com condições médicas crônicas também estão em risco – 
seja  por  terem  diabetes  e  precisarem  de  insulina  para  sobreviver  ou  por terem hipertensão 
e,  por  isso,  precisarem  de  tratamento  contínuo.  Além  disso,  em  Dagahaley,  70%  dos 
pacientes  de  saúde  mental  do  MSF  estão sob medicação. “Se um paciente com psicose for 
forçado  a  parar  de  tomar  seus  medicamentos,  suas  funções  cognitivas  e  seu 
desenvolvimento  comportamental  retrocedem.  Ficar preso em um país onde os serviços de 
saúde  mental  são  inexistentes  coloca  sua  vida  em  sério  perigo”,  diz  Liesbeth  Aelbrecht, 
coordenadora-geral de MSF no Quênia. 

Reino  Unido:  O  Reino  Unido  possui  um  dos  maiores  programas  de  reassentamentos  já 
vistos:  o  Sistema  de  Reassentamento  de  Pessoas  Vulneráveis,  (VPRS, na sigla em inglês). 
Desde  2010,  o  Reino Unido já acolheu 28 mil crianças refugiadas. A Secretária do Interior 
britânica,  Amber  Rudd,  visitou  um  acampamento de refugiados no Líbano, onde se reuniu 
com  famílias  que  fugiram  da  Síria.  Ele  te  reuniões  com  especialistas  do  ACNUR  que 
atuam  no  local.  Rudd  disse  que  o Reino Unido se orgulha de poder receber as pessoas que 
fogem  da  guerra,  e,  segundo  ela,  mais  refugiados  devem  chegar  todos  os  meses.  A 
Organização  Internacional  para  Migrações  está  ajudando  com  orientação  cultural, exames 
de  saúde  e  a  viagem  dos  refugiados  para o Reino Unido. O país é o segundo maior doador 
para  ações  de  assistência  humanitária  e já prometeu o equivalente a quase US$ 3,5 bilhões 
em ajuda para a Síria e os países vizinhos.  

Federação  Russa:  Desde  2018,  a  Rússia  tem  repatriado  diversas  crianças  em  campos  de 
refugiados  no  Iraque,  de  acordo  com  Dmitry  Peskov,  porta-voz  do  presidente  Putin.  Mais 
de  122  crianças  foram  levadas  do  Iraque  de  volta  à  Rússia  nos  anos  de  2018  e  2019,  e  o 
país  tem  planos  de  repatriar  mais  26  no  ano  de  2020.  Ademais,  a  Rússia  tem  feito  vários 
ataques  a  campos  de  refugiados  ocupados  pela  minoria  curda,  na  região  de  Idlib,  Síria, 
onde  a  presença  militar  dos  Estados  Unidos  da  América  é  marcante.  O  primeiro  ataque 
ocorreu  em  2019,  onde  26  civis  foram  mortos  em um abrigo onde mais de sete mil curdos 
residiam,  de  acordo  com  o  Conselho  de  Segurança  das Nações Unidas, entretanto mais de 
trezentos civis já foram mortos por forças russas, aliadas ao governo de Assad. 

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Síria:  A  Síria  vive  hoje  uma  das  maiores  crises  humanitárias  do  mundo,  resultado  da 
guerra  que  teve  início  em  2011.  Atualmente,  cerca  de  5,6  milhões  de  refugiados  sírios na 
região  e outros 6,2 milhões deslocados dentro do país são afetados pelo déficit de recursos. 
Apenas  35%  dos  1,9  bilhões  de  dólares  pedidos  pelo  ACNUR  foram  atendidos.  A 
assistência  em  dinheiro  no  inverno  é  especialmente  importante  no  Líbano  e  na  Jordânia, 
sendo  um  meio  eficiente  e  crítico  de  prestar  apoio  aos  refugiados  durante  o  período  de 
temperaturas  baixas.  Além  disso,  o  financiamento  é  extremamente  necessário  para  cerca 
de  500  mil  refugiados,  para  que  possam  pagar  o  aluguel,  sustentar  necessidades  diárias  e 
acessar  serviços  essenciais.  O  aumento  dos  gastos  com  saúde  está  ampliando  o  risco  das 
famílias refugiadas não conseguirem acessar os serviços médicos de que necessitam.  

Somália:  Mais  de  1  milhão  de refugiados somalis estão abrigados em seis países e outros 


2  milhões  estão  deslocados  dentro  do  país.  Dos  522  milhões  de  dólares  solicitados  pelo 
ACNUR  para  gerir  a  situação  na  Somália,  somente  37%  do  valor  foi  arrecadado.  Após 
décadas  de  conflito,  os  somalis  fizeram  progresso,  mas  a  situação  continua  frágil  e 
necessita  de  apoio  contínuo.  A  falta  de  assistência  aos  refugiados  e  às  comunidades  de 
acolhimento  coloca  em  risco  a  deterioração  das  condições  humanitárias,  e  pode  incitar 
retornos à Somália antes que o governo do país esteja pronto para recebê-los novamente. 

Sudão  do  Sul:  O  conflito  em  curso  na  nação  mais  jovem do mundo já forçou 2,5 milhões 
de  pessoas  a  solicitarem  refúgio,  ao  mesmo  tempo  que  outras  2  milhões  se  encontram 
deslocadas  no  interior do país. Dos 783 milhões de dólares necessários, apenas 33% foram 
recebidos.  Apenas  7%  dos  refugiados  do  Sudão  do  Sul  vivem  em  abrigos 
semipermanentes.  Em  dez  campos  do Sudão do Sul, em torno de 80 mil pessoas ainda não 
têm  acesso  a  latrinas.  Em  alguns  casos,  mais  de  70  pessoas  precisam  usar  uma  latrina 
comum.  Cerca  de  57  mil  refugiados  que  vivem  em  assentamentos  informais  em  Cartum 
estão  sem  nenhum  tipo  de  assistência.  O  fornecimento  de  água  aos  refugiados  também 
permanece abaixo do necessário. 

Tanzânia:  Na  Tanzânia,  52% dos 232 mil refugiados burundianos ainda vivem em abrigos 


de  emergência,  projetados  para  serem  utilizados  a  curto  prazo.  Os  abrigos  são  feitos  de 
troncos  de  árvores  cobertos  por  lonas  plásticas.  Há  muitos  refugiados  com  infecções 
respiratórias  crônicas,  diarréia  por  causa  das  condições  anti-higiênicas  e  problemas  de 
pele.  As  latrinas  são  um  problema  no  acampamento — com tantas pessoas usando-as, elas 
começam  a  feder  e  a  sujar  muito  rápido, de acordo com o Médicos Sem Fronteiras. Como 

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Nyarugusu,  um  dos  principais  campos  da  Tanzânia,  tornou-se  cada  vez  mais  superlotado, 
os  alimentos  e  a  água  tornaram-se  um  problema,  e  há  tensões  entre  os  burundineses,  que 
estão chegando, e os congoleses, que já estão ali há anos.  

Turquia:  Desde 2014, a Turquia é o país que hospeda o maior número de refugiados sob o 
mandato  do  ACNUR  no  mundo  —  com  a  grande  maioria  vindos  da  Síria.  Em  2019,  o 
número  de  sírios  com  status  de  proteção  temporária  permaneceu  em  quase  3,6  milhões, 
juntamente  com  cerca  de  370.000  pessoas  preocupadas  de  outras  nacionalidades.  A 
maioria  deles  leva  uma  vida  precária  em  circunstâncias difíceis. Na Turquia, a aparição de 
infecções  como  sarampo,  tuberculose  e  poliomielite  foi associada à Guerra Civil Síria, em 
parte  porque  uma  vez  iniciado  o  conflito,  o  serviço  de  saúde  sírio  perdeu  a capacidade de 
prosseguir  com  os  seus programas de vacinação. Fatores como esse e a enorme quantidade 
de refugiados geram conflitos sociais no país. 

Ucrânia:  Segundo a Acnur os conflitos que acontecem em Donetsk e Luhansk, no leste


ucraniano, já geraram mais de 1,6 milhões de pessoas deslocadas em busca de segurança e
habitação adequada. Esse conflito, segundo a ONU, continua causando danos à
infraestrutura civil gerando novas necessidades humanitárias e criando novos riscos de
deslocamento. Em junho de 2017, o Serviço de Guarda de Fronteira da Ucrânia registrou
mais de 1,1 milhão de pessoas cruzando a linha divisória na região leste. As longas filas
nos posto de seguranças faz com que muitas pessoas, incluindo idosos e mulheres com
crianças pequenas, fiquem com acesso limitado aos serviços básicos como água, banheiro
e servicos de saude.  

Venezuela:  A  Venezuela,  segundo  o  ACNUR,  nos  últimos  anos,  tem  tido  um  número 
médio  de  200  mil  refugiados,  onde  a  maioria  massiva  veio  da  Colômbia.  Desse  modo, 
assim como em outros países, a Venezuela também tem um CONARE, Comissão Nacional 
de  Refugiados.  A Venezuela, que era destino de refugiados, hoje é porta de saída desses. A 
Declaração  de  Cartagena  é  um  marco  no  que  refere-se  a  proteção  dos  refugiados,  pois 
ampliou  o  conceito  de  refugiado  trazido  pela  Convenção  de  1951,  colocando  como  causa 
de  refúgio  “graves  violações  de  direitos  humanos”,  além  de  enaltecer  a  solidariedade  e 
cooperação  entre  os  países  em  busca  de  resolver,  ou  melhor  cuidar,  do  problema  dos 
refugiados. 

 
 

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LINKS ÚTEIS  BIBLIOGRAFIA E PESQUISA 
*Recomenda-se  que  os delegados acessem  1.  SCHWINN,  Simone  Andrea;  COSTA,  Marli 
as  fontes  aqui  citadas  para  maior  Marlene  Moraes  da.  Mulheres  Refugiadas  e 
aprofundamento.  Vulnerabilidade:  A  Dimensão  da  Violência  de  Gênero 
em  Situações  de  Refúgio  e  as  Estratégias  do  ACNUR 
**Recomenda-se  que  sejam  realizadas  no  Combate  a  Essa  Violência.  Revista  Signos. 
pesquisas também em inglês.  Disponível  em: 
<http://www.univates.br/revistas/index.php/signos/artic
***As  informações  dos  panoramas  de  le/view/1100/10711>. Acesso em: 06 out. 2020.  
cada país foram obtidas da mídia local. 
2.  JABBAR,  S.  A.  Impact  Of  Conflict  In  Syria  On 
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https://www.imuna.org/resources/country-profiles/ 
  3.  Florêncio,  D.  Das Migrações Forçadas À Contenção 
Dados econômicos sobre os países:  Territorial:  As  Geografias  Do  Campo  De  Refugiados 
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14.  Refugiados  Da  Somália  São  Transferidos  Para  erg%C3%AAncias%20em%20todo%20o%20mundo,-
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ria_das_migracoes_forcadas>. Acesso em: 6/10/2020. 
16.  Projetado  Para  Atender 20 Mil Pessoas, Campo De 
Refugiados  Sírios  Já  Conta  Com  Mais  De  35  Mil:  24.  MANSELL,  C.  M.  How  To  Navigate  A  Refugee 
<https://www.msf.org.br/noticias/projetado-para-atend Settlement.  Disponível  em: 
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Luta  Contra  A  COVID-19.  .Disponível  em:  <https://www.unrwa.org/what-we-do/health>.  Acesso 
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os-para-nao-esquecer-os-refugiados-na-luta-contra-a-c
ovid-19/>. Acesso em: 6/10/2020.   

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COMENTÁRIOS DA MESA 
 
A  Organização  da  10ª  Confemack  deseja  uma  explêndida  pesquisa  a  todos  os 
delegados.  Vale  ressaltar  que  as  informações  neste  guia  são  apenas  uma  introdução  ao 
tema  e  cabe  aos  senhores  se  aprofundarem  na  problemática  do  comitê  e  buscarem 
conhecimentos  que  os  auxiliarão  no  decorrer  dos  debates.  Por  serem  temas  atuais  e  com 
constantes  novidades,  mantenham-se  atualizados  até  o  evento,  pois  todas  as  informações 
são  válidas  até  o  dia  anterior  ao  primeiro  dia  de  sessão.  Além  disso,  é  dever  de  cada 
delegação  realizar pesquisas referentes ao seus respectivos países. Utilizem as informações 
e  fontes  citadas  para  buscarem a relação de cada país com o tópico, sempre tendo em vista 
a  política  externa  de  cada  nação.  Finalmente,  a  Mesa Diretora coloca-se à total disposição 
dos  senhores  para  sanar  dúvidas  e  auxiliar  com  quaisquer  dificuldades.  Que todos tenham 
um ótimo evento! 
 

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