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Erisipela

A erisipela não é um fenômeno


imunológico.
É um fenômeno tóxico.
O que é Erisipela?
A Erisipela é uma infecção cutânea, não necrosante,
geralmente causada pelo estreptococo hemolítico
do grupo A que se espalha pelos vasos linfáticos.
Normalmente, a erisipela é superficial e cresce
horizontalmente. Às vezes, porém, pode crescer
em profundidade e afetar a gordura e o músculo,
denominada de erisipela bolhosa, é o tipo mais
grave de erisipela. Em geral, a erisipela bolhosa
acomete pacientes imunossuprimidos, com
câncer avançado, HIV-positivos, diabéticos
descompensados, e pode evoluir para exposição
ou destruição do músculo.
Características da Erisipela:
Uma das características principais é a lesão ter limites
muito precisos, ou seja, forma-se uma placa
vermelha com bordas bem nítidas que vai
avançando e se diferencia muito da pele normal. A
erisipela começa a formar-se ao redor do ponto por
onde a bactéria penetrou. Um dos sinais que se
utilizam para diferenciar a erisipela de outras
infecções da pele são a existência de focos múltiplos
ou a lesão atingir as duas pernas ou outras partes
do corpo. Caso isso aconteça, é sinal de outra
infecção, e não a erisipela. Diabetes descompensado
é o principal fator, seguido da obesidade e da
insuficiência venosa que normalmente se manifesta
nos obesos.
Erisipela em pé diabético.
Região mais afetada:
Atualmente, em cerca de 70%, 80% dos casos, a
região do corpo mais afetada são os membros
inferiores. No passado, a face era o local mais
acometido.
Os principais fatores de risco da erisipela dos
membros inferiores são os fatores locais: o
linfedema crônico e a existência de uma solução de
continuidade na pele (frieiras, úlcera crônica ou
lesão traumática). Entre os fatores gerais, só a
obesidade é considerada um fator de
predisposição.
Ao nível da face, a presença de um abcesso ou
furúnculo manipulado e, nos casos específicos de
localização peri-orbitária ou orbitária, a existência
de ferida traumática, infecção do trato respiratório
superior pode ser a origem da infecção cutânea.
 Erisipela Facial.

Erisipela em MID. 
Sintomas:
Os sintomas só irão manifestar-se, se houver tempo
da pequena população bacteriana que entrou pela
lesão da pele multiplicar-se e produzir quantidade
razoável de toxinas. A presença de toxinas nos
vasos provoca reações como: tremores, mal-estar,
náusea, vômitos, enjôo, febre alta. A lesão cutânea
é uma placa eritematosa, edematosa, quente e
dolorosa, de limites bem definidos. Nos MMII
observa-se vesículas e bolhas, geralmente flácidas,
de conteúdo translúcido e, por vezes, com
dimensões significativas (erisipela bolhosa).
Recentemente foi descrita uma variante clínica de
erisipela dos membros inferiores – erisipela
hemorrágica – caracterizada pela presença de
intenso eritema e aspecto equimótico acentuado.
Erisipela bolhosa.

Erisipela hemorrágica.
Diagnóstico.
O diagnóstico é feito apenas pelo exame clínico,
analisando os sinais e sintomas apresentados pelo
paciente. Não há necessidade de nenhum exame de
sangue ou de outro exame especial da circulação, a
não ser para acompanhar a evolução do paciente.
Critérios de diagnóstico: Início súbito de Febre
≥38º C, arrepios, mal-estar, placa eritematosa,
edematosa, dolorosa e de limites bem definidos.
Ausência de necrose,
Adenopatia(íngua) e/ou linfangite.
Na erisipela facial, o
mecanismo de
transmissão não é
conhecido, mas a
bactéria parece originar-
se das vias aéreas
superiores do próprio
paciente.
Tratamento:
O tratamento da erisipela consiste na instituição de
antibioterapia empírica tendo em conta a epidemiologia
desta infecção. Adicionalmente, devem ser instituídas
medidas de caráter geral (repouso com elevação do
membro afetado, pode ser necessário o enfaixamento da
perna para diminuir o edema mais rapidamente,
punção de bolhas). A utilização de antimicrobianos
tópicos pode ser útil nas formas bolhosas. Fechamento
da porta de entrada da bactéria, tratando as lesões de
pele e as frieiras. Limpeza adequada da pele,
eliminando o ambiente adequado para o crescimento
das bactérias. Uso de medicação de apoio, como
antiinflamatórios, antitérmicos, analgésicos e outros que
atuam na circulação linfática e venosa. O tratamento da
erisipela precisa ser seguido criteriosamente para evitar
crises de repetição que podem ter conseqüências graves.
Prevenção.
A correta abordagem terapêutica das frieiras, infecção
com elevada prevalência na população geral, assume
particular importância uma vez que a sua erradicação
permitiria evitar cerca de 60% das erisipelas. Na
grande maioria dos casos a etiologia é dermatofítica e o
seu tratamento inclui: medidas de higiene (secagem
dos espaços interdigitais, uso de calçado arejado e
meias de algodão), eliminação dos reservatórios de
dermatófitos (unhas) e tratamento antifúngico tópico
ou sistémico.
Por fim, em doentes com múltiplas recidivas, pode estar
indicada a instituição de antibioterapia profiláctica
(penicilina benzatínica ou eritromicina). Esta
prevenção deve ser prolongada, dado que o seu efeito é
unicamente supressivo (eliminar).

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