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FILOSOFIA DA CULTURA
Filosofia da cultura
Prezad@s alun@s:
A Filosofia da cultura é uma disciplina ampla e difícil de definir. Esta
problemática deriva, principalmente, do conceito de ‘cultura’.
‘Cultura’, como observou Williams (1976: 76), é “uma das duas ou
três palavras mais complicadas da linguagem”. Evidência disso é a
enorme quantidade de definições −várias delas bastante díspares− que
existem na literatura sobre o tema. Kroeber e Kluckhohn (1952), por
exemplo, acharam 167 (!) definições diferentes do termo. Uma boa
notícia é que é possível identificar uma confluência entre uma
considerável quantidade de definições. A seguinte, de Taylor, que
destaca por sua precisão, é representativa: Cultura é “o todo complexo
que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os
costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo
homem como membro da sociedade” (1920: xiii).
−Kroeber, Alfred; Kluckhohn, Clyde, 1952, Culture: A Critical Review of Concepts and Definitions, Vintage Books,
N.Y. (Disponível on-line em https://archive.org).
−Tylor, Edward, 1920, Primitive Culture: Researches into the Development of Mythology, Philosophy, Religion, Language,
Art, and Custom, Murray, London. (Disponível on-line em https://archive.org).
−Williams, Raymond, 1976, Keywords. A Vocabulary of Culture and Society, Fontana, London.
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Filosofia da cultura
Paul Kleinman, 2013
A ideia de cultura
O termo ‘cultura’ nem sempre teve o significado que conhecemos
hoje. Embora a palavra exista, pelo menos, desde os dias de Cícero
(106-43 a.C.), a palavra ‘cultura’ era originalmente utilizada quando
se discutia a filosofia da educação, e se referia ao processo de
aprendizado de uma pessoa. Assim, a definição de cultura que
conhecemos hoje é um conceito muito mais recente.
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Norte, na Europa ocidental e nos países de língua inglesa da
Australásia) ou no coletivismo (como aquelas fundadas no Oriente
Médio, no sul e no leste da Ásia, na América do Sul e no
Mediterrâneo).
Definições filosóficas
Coletivismo: os indivíduos veem a si mesmos como parte de um coletivo, e as
motivações derivam primariamente das obrigações com a coletividade.
Individualismo: os indivíduos são motivados pelas próprias necessidades e
preferências e não veem a si mesmos como parte de uma coletividade.
Tolerância: 1. Condescendência ou indulgência para com aquilo que não se
quer ou não se pode impedir. 2. Boa disposição dos que ouvem com
paciência opiniões opostas às suas.
Relativismo cultural
Os sistemas ético e moral são diferentes para cada cultura. De
acordo com o relativismo cultural, todos esses sistemas são
igualmente válidos e nenhum é melhor do que outro. A base do
relativismo cultural é a noção de que, na verdade, não existem
padrões para o bem e o mal. Desse modo, o julgamento de que algo é
certo ou errado tem por base as crenças de uma sociedade, pois
todas as opiniões éticas e morais são influenciadas pela perspectiva
cultural de um indivíduo.
No entanto, existe uma contradição inerente ao relativismo
cultural. Se alguém assume a ideia de que não há certo ou errado,
então, em primeiro lugar, não há como fazer julgamentos. Para lidar
com essa contradição, o relativismo cultural criou a “tolerância”. No
entanto, com a tolerância chega também a intolerância, e isso
significa que a tolerância tem de implicar também um tipo de bem
definitivo. Dessa forma, a tolerância vai contra a noção essencial do
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relativismo cultural e os limites da lógica tornam o relativismo
cultural impossível.
−Kleinman, Paul, 2013, Tudo o que você precisa saber sobre filosofia, Gente, S.P.
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