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TUTORIA 6 – METABOLISMO

 DESCREVER O METABOLISMO DAS PROTEÍNAS E AA

 A alanina e o fluxo de carbono e nitrogênio entre órgãos


Grande parte do fluxo de carbono que acontece entre os tecidos periféricos, como o músculo esquelético, e o fígado é
facilitado pela liberação de alanina no sangue pelos tecidos periféricos. A alanina é convertida em piruvato no fígado,
e o componente nitrogênio é incorporado à ureia. O piruvato pode ser utilizado na gliconeogênese para produzir
glicose, que é liberada no sangue para retornar aos tecidos periféricos. Esse ciclo glicose-alanina permite a conversão
líquida dos carbonos do aminoácido à glicose, a eliminação do nitrogênio do aminoácido como ureia e o retorno dos
carbonos para os tecidos periféricos na forma de glicose. O ciclo glicose-alanina funciona de uma maneira similar ao
ciclo de Cori (Cap. 21) no qual o lactato, liberado pelo músculo esquelético, é utilizado na gliconeogênese hepática, e a
diferença-chave é que a alanina também transporta um átomo de nitrogênio para o fígado. A alanina e a glutamina
são liberadas pelo músculo esquelético em quantidades aproximadamente iguais e representam quase 50% dos
aminoácidos liberados pelo músculo esquelético no sangue — uma quantidade que, de longe, excede a proporção
desses aminoácidos nas proteínas musculares. Assim, existe um remodelamento substancial dos aminoácidos
derivados de proteínas pelas reações de transaminação, anterior à sua liberação pelo músculo.

 Os aminoácidos destinados para o metabolismo energético têm de ser desaminados para produzirem o
esqueleto de carbono
 Existem três mecanismos para a remoção do grupo amino dos aminoácidos.
 Transaminação – a transferência do grupo amino para um cetoácido aceptor adequado
 Desaminação oxidativa – a remoção oxidativa do grupo amino, resultando em cetoácidos e amônia
 Remoção de uma molécula de água pela desidratase – por exemplo, serina ou treonina desidratase;
essa reação produz um intermediário imina instável, que se hidrolisa espontaneamente para produzir
um α-cetoácido e amônia
 A amônia é desintoxicada por incorporação na glutamina, e depois eventualmente na ureia
Além da função do glutamato como um transportador dos grupos amino através da GDH, o glutamato serve como
precursor da glutamina, um processo que consome uma molécula de amônia. Isso é importante porque a glutamina,
juntamente com a alanina, é o transportador-chave dos grupos amino entre os vários tecidos e o fígado e está
presente em maiores concentrações do que a maioria dos outros aminoácidos no sangue.

 Ciclo da ureia e do ácido úrico


 O ácido úrico é o produto final do catabolismo de purinas em humanos

O ácido úrico, o produto final do catabolismo de purinas em humanos, não é metabolizado e deve ser excretado. Contudo, o
processamento renal complexo do urato, descrito a seguir, sugere uma vantagem evolutiva para se ter altos níveis de urato
circulante. Como observado no Capítulo 37, o ácido úrico é um antioxidante circulante. Em pH 7,4, está 98% ionizado e,
portanto, circula como urato monossódico. Este sal tem baixa solubilidade, o fluido extracelular se torna saturado em
concentrações de urato um pouco acima do limite superior da faixa de referência normal. Portanto, existe uma tendência do
urato monossódico a se cristalizar em indivíduos com hiperuricemia. A manifestação clínica mais óbvia deste processo é a
gota, na qual se formam cristais nas cartilagens, membranas e líquidos sinoviais. Isto pode ser acompanhado por cálculo renal
(pedras de urato) e “tofos” (acúmulo de urato de sódio em tecidos moles). Um aumento repentino da produção de urato, por
exemplo, durante quimioterapia, quando muitas células morrem rapidamente, pode levar à cristalização dispersa de urato nas
articulações, mas principalmente na urina, causando uma nefropatia de urato aguda. Existem três fontes de purina no homem:
síntese de novo, vias de recuperação e dieta. O conjunto total corporal de urato (portanto, a concentração plasmática de ácido
úrico) é controlado pelas taxas relativas de formação e excreção de urato. Mais da metade do urato é eliminada pelos rins, e o
restante pelos intestinos, onde bactérias se utilizam dele. Nos rins, o urato é filtrado e quase totalmente reabsorvido no
túbulo proximal. Mais adiante, ocorrem secreção e absorção, de forma que a remoção global de urato totaliza cerca de 10%
do total filtrado, isto é, 90% ficam retidos no organismo. Normalmente, a excreção de urato aumenta se a carga filtrada é
aumentada. Devido à função do rim no metabolismo do urato, doenças renais podem levar à retenção de urato e precipitação
de urato no rim (pedras) e urina. As purinas da dieta totalizam cerca de 20% do urato excretado. Portanto, a restrição de
purinas na dieta (menos carne e vinho tinto) pode reduzir os níveis de urato a somente 10-20%.

 Formação endógena de ácido úrico


Cada um dos monofosfatos de purina (IMP, GMP e AMP) pode ser convertido em seus nucleosídios correspondentes
pela 5’-nucleotidase. A enzima purina nucleosídio fosforilase converte, então, os nucleosídios inosina ou guanosina
nas bases purínicas livres hipoxantina e guanina e ribose-1-P. A hipoxantina é oxidada e a guanina é desaminada para
gerar xantina (Fig. 31.5). Duas outras enzimas, AMP desaminase e adenosina desaminase, convertem o grupo amino
do AMP e da adenosina em IMP e inosina, respectivamente, que são convertidos, então, em hipoxantina. Em resumo,
a guanina é convertida diretamente em xantina, enquanto a inosina e a adenina são convertidas em hipoxantina e,
então, em xantina.

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