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Os aminoácidos destinados para o metabolismo energético têm de ser desaminados para produzirem o
esqueleto de carbono
Existem três mecanismos para a remoção do grupo amino dos aminoácidos.
Transaminação – a transferência do grupo amino para um cetoácido aceptor adequado
Desaminação oxidativa – a remoção oxidativa do grupo amino, resultando em cetoácidos e amônia
Remoção de uma molécula de água pela desidratase – por exemplo, serina ou treonina desidratase;
essa reação produz um intermediário imina instável, que se hidrolisa espontaneamente para produzir
um α-cetoácido e amônia
A amônia é desintoxicada por incorporação na glutamina, e depois eventualmente na ureia
Além da função do glutamato como um transportador dos grupos amino através da GDH, o glutamato serve como
precursor da glutamina, um processo que consome uma molécula de amônia. Isso é importante porque a glutamina,
juntamente com a alanina, é o transportador-chave dos grupos amino entre os vários tecidos e o fígado e está
presente em maiores concentrações do que a maioria dos outros aminoácidos no sangue.
O ácido úrico, o produto final do catabolismo de purinas em humanos, não é metabolizado e deve ser excretado. Contudo, o
processamento renal complexo do urato, descrito a seguir, sugere uma vantagem evolutiva para se ter altos níveis de urato
circulante. Como observado no Capítulo 37, o ácido úrico é um antioxidante circulante. Em pH 7,4, está 98% ionizado e,
portanto, circula como urato monossódico. Este sal tem baixa solubilidade, o fluido extracelular se torna saturado em
concentrações de urato um pouco acima do limite superior da faixa de referência normal. Portanto, existe uma tendência do
urato monossódico a se cristalizar em indivíduos com hiperuricemia. A manifestação clínica mais óbvia deste processo é a
gota, na qual se formam cristais nas cartilagens, membranas e líquidos sinoviais. Isto pode ser acompanhado por cálculo renal
(pedras de urato) e “tofos” (acúmulo de urato de sódio em tecidos moles). Um aumento repentino da produção de urato, por
exemplo, durante quimioterapia, quando muitas células morrem rapidamente, pode levar à cristalização dispersa de urato nas
articulações, mas principalmente na urina, causando uma nefropatia de urato aguda. Existem três fontes de purina no homem:
síntese de novo, vias de recuperação e dieta. O conjunto total corporal de urato (portanto, a concentração plasmática de ácido
úrico) é controlado pelas taxas relativas de formação e excreção de urato. Mais da metade do urato é eliminada pelos rins, e o
restante pelos intestinos, onde bactérias se utilizam dele. Nos rins, o urato é filtrado e quase totalmente reabsorvido no
túbulo proximal. Mais adiante, ocorrem secreção e absorção, de forma que a remoção global de urato totaliza cerca de 10%
do total filtrado, isto é, 90% ficam retidos no organismo. Normalmente, a excreção de urato aumenta se a carga filtrada é
aumentada. Devido à função do rim no metabolismo do urato, doenças renais podem levar à retenção de urato e precipitação
de urato no rim (pedras) e urina. As purinas da dieta totalizam cerca de 20% do urato excretado. Portanto, a restrição de
purinas na dieta (menos carne e vinho tinto) pode reduzir os níveis de urato a somente 10-20%.