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Elementos de Maquinas 11.

03

Concentração de Tensões  Shigley, pág. 258

Kt = independe das propriedades do material da barra, depende apenas da


geometria da barra e do tipo de descontinuidade.

-A medida que a descontinuidade `r` decresce, a concentração de tensão aumenta.


-Provocada por acidente de forma de origem geométrica ou aleatória.
- Deve-se evitar cantos vivos em construções mecânicas.

Projeto – Solicitações Estáticas ou Progressivas

- Solução real é diferente da solução do modelo matemático que tenta descrever o


problema.
- Problema: as soluções através das simplificações da mecânica dos sólidos elásticos,
mesmo fornecendo resultados aceitáveis, não são totalmente concordantes com a
realidade.

- Aceitam-se soluções que levem em consideração :


--A simplificação da resistência dos materiais;
--Coeficientes de segurança apropriados;
--Fatores intensificadores ou redutores, que intervem diretamente no problema.

snom x kt < sadm

a) Simplificações da Mecânica dos Sólidos

- Tensão ( quase isotrópica )


- Linha elástica ( corpos formados por fibras longitudinais que não interagem entre
si – Linha Neutra)
- Corpo Virgem ( livre de tensões, desprezando tensões residuais gerados na
formação e manuseio do componente)

b) Coeficiente de Segurança

- Inversamente proporcional ao detalhamento e ao refinamento de análise e


modelagem do projeto.

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c) Fatores que intervem na análise e na modelagem do problema.

c.1) Fatores de Natureza Interna :

- Alguns dizem se o material é adequado para a finalidade proposta e outros, por


inspeção favorecem a análise qualitativa ( tipo passa-não-passa )
- Dependem diretamente do material utilizado no projeto e entram no mesmo como
variáveis internas, tipo:
-- Deformação plástica à quente: fluência;
-- Deformação plástica à frio: encruamento ( dobramento, forjamento)
-- Composição, estrutura, granulação;
-- Defeitos internos ( inclusões, bolhas, segregação, microvazios, trincas);
-- Tratamentos térmicos ( tempera, cementação ).

c.2) Fatores de Natureza Externa:

- Dependem da geometria dos acidentes de forma que o componente a projetar


apresenta e do tipo de solicitação atuante.

`` A falha não depende somente de se alcançar a tensão limite num determinado


ponto, mas também do estado de tensões.``
`` O material somente pode escoar num ponto se os pontos no entorno ( adjacentes)
começarem a ceder.``
Em flexão :

Sy1

Sy2 > Sy1 ( 1,36 a 1,45 Sy1)

Sy3 > Sy2 ( aprox. 1,70 Sy1)

Fator de Concentração de Tensões Teórico ( Kt)

- Relaciona a tensão máxima na descontinuidade geométrica com a tensão nominal.


σ τ
Kt = máx ou Kts = máx
σo τo

- Materiais Frágeis: ruptura brusca, violenta e rápida; absorve menos energia,


Kt = Total = integral.

- Materiais Dúcteis: materiais plásticos e elásticos, absorve mais energia;


Kt =1 (sempre).
- Kt, conceitualmente é um fator puramente geométrico ( independe do material).
Seu efeito pode ser visto através de analogias.

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-- Analogia de Fluxo:
``A severidade de concentrações de tensões Kt, será proporcional a curvatura das
linhas de fluxo``

-- Analogia da Barra Curva:


`` Para uma mesma carga a barra curva alonga-se mais que a barra reta, ou, para um
mesmo alongamento, a barra reta suporta um esforço maior que a barra curva.``

- Gráficos

 sflexao x Kt = smáx.f.
 st,c x Kt = smáx.t,c
 t x Kts = tmáx.s

- Determinação de Kt.  Geometria + Solicitação externa.

-- Teoria da Elasticidade:

σo   d 
2
 d  
4

σ ( x ) máx =  2 +   + 3  
2   2x   2 x  

 furo

P P
σo = = sendo: x = d/2 smáx = 3 so
A ( b − d ).e

Kt=3, quando d/b < 0,25, erro em smáx < 6%.

Efeito de Entalhe

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- O efeito é muito localizado ( detalhe local);

a) Materiais Frágeis: altamente sensível ao entalhe, Kt integral.

b) Materiais Frágeis não homogêneos: ( ferro fundido cinzento); grafite em


quantidade não desprezível que por si mesma ??? pontos de concentração de
tensões muitas vezes bem mais critica. Kt não é importante.

c) Materiais Dúcteis sob Solicitação Estática: ocorre escoamento localizado junto


ao acidente de forma e conseqüente homogeinizição do campo de tensões, com o
crescimento da solicitação externa.

smáx > Sy: região escoada

Logo a distribuição passa a ser uniforme Kt =1.


- Cuidados: temperatura de transição e solicitações dinâmicas.

Elementos de Máquinas 13.03

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MFLE – Mecânica da Fratura Linear Elástica
(shigley pg:280), não tem no Juvinall

( isotrópica, homogênea e plana )

1) Considerações

Kt = f (1/r) ; se r = 0 ; kt  ∞

- Quando existe uma trinca ou defeito de fabricação, com raio de curvatura muito
pequeno e de valor desconhecido, Kt tende ao infinito.

- Observações:
a) Para materiais frágeis, a definição de Kt não pode ser usado.
b) Para materiais dúcteis, mesmo conhecendo o raio de curvatura de uma trinca
ou de uma acidente de forma intenso, as altas tensões locais geram deformação plástica
localizada, circundada por uma região de deformação elástica – rótula de plastificação.
Também nestes casos a definição de Kt não pode ser utilizado.

2) Evolução  Griffith

3) Aplicação:

`` A MFLE funciona para materiais que falham de forma bastante frágil ( a fratura
ocorre com deformação plástica nula ou quase nula) ex: papel, vidro, cerâmicas,
concreto, aços muito duros, etc.``

`` A MFLE não funciona para materiais que falham por deformação plástica acentuada:
polietileno, poliésteres, polipropilenos, borrachas sintéticas e naturais de aço carbono,
etc.``

`` Toda a fratura que permite a recomposição da peça, pode ser tratada como MFLE``

- Característica básica da MFLE: existência de uma trinca e falha da estrutura devido a


presença da mesma.

4) Estado de Tensões numa Trinca:

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- Fator Intensidade de Tensões:
Diferentemente de Kt, K1 é dimensional: MPa m ou Ksi in , sendo função
da tensão média e da geométrica da peça. Porém do ponto de vista do projetista,
continua a ser um fator geométrico ( independe do material).

- Placa Retangular sob Tração:


--Tensões axiais s , admitir trinca de comprimento L = 2a
-- Se 2h>>2b e se 2b>>2a. A análise elástica mostra que as condições para o
crescimento da trinca são controladas por um fator chamado FATOR DE
INTENSIDADE DE TENSÃO, k1.

Forma Geral : K o =σ π.a

Conhecida a geometria: K1 = α.K o = α.σ π.a

Exemplo: h/b = 1 ; a/b = 0,5 ; K1= 1,32 ; Ko= 1,32 π.a

-- A relação K1/Ko (valor desejado)/ (valor base), é função de varias relações


h/b e a/b.
-- K1 controla a tensão atuante: pode-se saber qual a tensão atuante na ponta de
uma trinca.
-- Numa forma geral, a solução para o campo de tensões numa trinca feita num
material elástico linear ( que apresenta deformação plástica desprezível) é dada pelas
expressões;
K1
σx = . f x (θ )
2π .r

K1
σy = . f y (θ )
2π .r

K1
τ xy = . f xy (θ )
2π .r
K1
Desta forma: σ θ = . f θ (θ )
2π .r

- Tenacidade à Fratura K1c

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`` Determinar qual o fator de intensidade de tensão, para o qual a trinca começa a se
propagar.``

Kc = tenacidade à fratura ( ou fator de intensidade de tensão crítico).


Kc = f ( geometria do material)

-- A capacidade de propagação da trinca depende do material que compõe a peça.

-- Logo, para uma tensão atuante e conhecida, onde se conhece ou se assume uma trinca
de comprimento 2.a quando o valor de KKc a trinca propaga.

-- Método Poderoso: Utiliza-se Kc, obtido no ensaio de um corpo trincado, para um


material utilizado num componente estrutural de geometria bem mais complexa.

-- Modo de fratura: 1 em torção e 2 em cisalhamento;

-- Modo 1: é o mais usado ( facilidade de ensaio e de observação). Kc = K1c;


Logo:
Kc = Fator de intensidade de tensão;
K1c = Fator crítico de intensidade de tensão ( tenacidade à fratura)

-- Experimentalmente observa-se que, em geral, o aumento da espessura da peça leva a


redução de K1c até um valor assintótico.

-- Este valor é chamado de `` Fator Crítico de Intensidade de Tensão em Deformação


Plana``; pois a deformação no sentido da espessura, na parte da trinca é contida pelo
material estático circundante.

-- Este valor é geralmente medido: K1c é um limite inferior


 conservativo quando aplicado em estado plano de
tensões. ( peças finas)

-- Quando a magnitude do fator de intensidade de tensão do modo1 alcança um valor


critico, a propagação de trinca K1c começa.

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-- O fator de intensidade de tensão crítico K1c é uma propriedade do material que
depende do modo de trinca, do processamento do material, da temperatura, da razão do
carregamento e do estado de tensões no sítio da trinca ( Tal qual Tensão plana vs.
Deformação plana).
-- O fator intensidade de Tensão Crítico K1c é também chamado de tenacidade de
fratura do material, por essa razão, o termo K1c é tipicamente definido como a
Tenacidade de Fratura de Deformação Plana do Modo1.

-- Carga Estática: é uma força estacionária ou momento aplicado a um membro. Para ser
estacionário, tal força ou momento deve ser imutável em magnitude, em ponto de
aplicação e em direção. (shigley pg:252)

5) Conclusões:

- Analisando o tamanho crítico de uma trinca pode-se dizer:

K1c =α.σc π.a ou K1c = α.σ π.ac

- `` O material de alta resistência mecânica, pode não ser o ideal para o projeto se não
tiver uma alta tenacidade à fratura.``

- `` K1 tem que ter sentido físico, isto é, deve ser maior do que a anisotropia estrutural
do material``.

Elementos de Máquinas 25.03

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Introdução ao Estudo da Fadiga dos Materiais.

- Falhas com cargas que geram tensões menores que as de ruptura. Os materiais tem um
comportamento semelhante ao cansaço no corpo humano.

 Aspecto e Análise de Fraturas ( Fractografia)

- A análise macroscópica da peça fraturada pode levar a conclusões significativas sobre


as possíveis causas da falha.

- Ruptura por Fadiga  ocorrência ( freqüência )


Tração – Compressão ( ruptura bastante rara);
Torque;
Flexão Plana ( alternada ou repetida);
Flexão Rotativa.

- Acidentes Característicos: ( inspeção visual da face de uma ruptura )

A: Trinca Inicial;
B: Linhas de Repouso;
C: Linhas Radiais;
F: Zona de Ruptura Lenta ( Fadiga);
R: Zona de Ruptura Violenta ( granulação grosseira).

A: Trinca Inicial: geralmente gerada por algum defeito superficial ou peça mal acabada,
micro fissuras com alta concentração de tensão geram trinca inicial.

B: Linhas de Repouso: marcam as etapas progressivas de desenvolvimento da fissura


inicial. As linhas de repouso, devem-se as paradas e/ou variações no regime de
funcionamento do equipamento. Não aparecem nos ensaios de fadiga em corpos de
prova; devido ao caráter continuo dos mesmos.

C: Linhas Radiais: marcam desníveis nas faces sucessivas de desenvolvimento das


fissuras. Surgem devido à paradas e também devido à acidentes geométricos ( rasgos de
chaveta, escalonamento, etc)

F: Zona de Ruptura Lenta ( fadiga): característica numa face de ruptura por fadiga de
um material dúctil. Engloba as linhas radiais e de repouso. Apresenta-se lisa e
dependendo das condições de serviço, espelhada. Para se formar leva toda a vida da
peça.

R: Zona de Ruptura Violenta: as dimensões da peça são insuficientes para suportar a


solicitação externa. A região apresenta-se com aparência rugosa, superfície áspera e
granulação ( características de ruptura violenta)

- Compressão não gera propagação de falha ( Trinca );


- Tração gera propagação de falha ( Trinca).

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- A característica de falha é da solicitação predominante.

- Questionamentos a serem feitos na presença de uma ruptura;


1) Verificar se já ocorreram rupturas semelhantes;
2) Qual o tempo de serviço do componente antes da falha;
3) Verificar se a causa da falha encontra-se a montante ou a jusante da peça;
4) Qual o estado dos demais componentes no equipamento;
5) Verificar se as condições de trabalho ou operação seguem as recomendações ou
especificações do fabricante.

- Causas Principais de Falha em Componentes Mecânicos:


1) Traçado da peça ( balanceamento);
2) Natureza do contato com os outros componentes ( mov. relativo, atrito, desgaste, etc)
3) Natureza das faces de contato ( tratamentos de endurecimento)
4) Ambiente de trabalho ( corrosão)
5) Vibrações
6) Qualidade da usinagem;
7) Defeitos do material;
8) Detalhes de soldagem.

- Aspectos Preliminares:
-- Fadiga de Alto Ciclo: ( ou falha de alto número de ciclos) pouca ou nenhuma
deformação plástica ocorre ( N >= 10.000 ciclos).
-- Fadiga de Baixo Ciclo: ( ou fadiga de baixo número de ciclos ou oligociclica)
existe deformação plástica que não caracteriza grandes deformações ( 100 <= N<=
10.000 ciclos).

- Ensaio de Fadiga ( Diagrama de Moore )


-- Diagrama que associa a tensão ao número de ciclos.

- Projeto de Fadiga:
-- Medição do carregamento;
-- Contagem de ciclos;
-- Obtenção das propriedades mecânicas de fadiga;
-- Modelos de acúmulo de danos.

- Modelos Tradicionais de Acúmulo de Danos.


-- São metodologias fenomenológicas de detalhe local;

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a) Modelos que descrevem o início do trincamento: análise de tensões
convencionais:
-- Método SN ( Longa vida e alto ciclo);
-- Método εN ( Vida curta e baixo ciclo).

b) Modelos que descrevem a propagação da trinca:


-- Método da/dN ``Fail Safe Design``, onde se acompanha e limita o crescimento
da trinca ( é a aplicação da MFLE).
-- Tolerância ao Dano ``Damage-Tolerant Design`` é uma extensão do método
da/dN, depende de um bom controle de qualidade e da inspeção continuada
( ensaios não destrutivos).

`` O movimento das discordâncias do material causado pela energia de distorção


gerada no processo de deformação, gera a chamada Trinca inicial. Esta é a
responsável pela falha por fadiga, mesmo que a peça apresente um ótimo
acabamento superficial.``

- OBS:
-- Em geral as trincas nascem na superfície da peça ( estado plano de tensões);
-- Deve-se as máximas tensões no ponto mais solicitado da seção mais solicitada
da peça;
-- A vida de propagação de uma trinca é muito menor do que a vida até a
iniciação da mesma ( para uma peça bem dimensionada).
-- Deve-se num projeto por fadiga, ser considerada a maior quantidade possível
de fatores externos que de uma forma ou de outra possam contribuir para a redução da
vida útil de um componente mecânico ( detalhe local).

- Modelos que Descrevem o Início do Trincamento:


-- Fadiga de Alto Ciclo ( Método SN)

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Conceito: fadiga do material é a capacidade do mesmo entrar em colapso
quando submetido a um estado de tensões inferior a estado de tensões típico de falha em
solicitação estática, bastando que o mesmo seja aplicado, repetidamente, um número
suficiente de vezes.

-- Regras de Wohler:
1) Pode-se sempre romper um corpo de prova, com uma solicitação, tal que: smin = 0 e
smax < Sy. Desde que o carregamento imposto seja repetido ( N), um número suficiente
de vezes.

2) É uma extensão da primeira fazendo smin > 0 e mantendo smax < Sy, o número de
repetições da solicitação (N) necessário para romper o corpo de prova aumentará.

N2 > N1
Quando smin smax , smax < Sy em
solicitação estática, não ocorre falha.

3) Tomando a solicitação tal que smax = |smin| e smax < Sy, o número de repetições de
solicitação (N2) necessário para romper p corpo de prova diminuirá.

Máquinas de ensaio de Fadiga em Flexão


Rotativa.

N3 < N2 < N1

Situação crítica é dada pela 3ª regra: pior


situação disponível.

- Metodologia da Tensão Média Nominal:

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-- Para um material ``A`` cujos corpos de prova tem dimensões ``b,c,d`` e o
acabamento superficial ``B`` e demais padronizações.

S`n10³ limite de fadiga para 1000


ciclos.

-- Não se pode usar o limite de


escoamento porque não é uma ensaio
estático.

-- S`n  menos valor da tensão para o qual o N ∞ .

-- s > S`n  rompe;


-- s = S`n  F.S = 1 ( rompe não rompe)
-- s < S`n  tem vida infinita.

SOLICITAÇÕES

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- Conceito : Tendo em vista o universo de solicitações fica praticamente inviável a
determinação via ensaio das características associadas a cada tipo de carregamento, a
cada tipo de material, a cada tipo de geometria e a cada tipo de ambiente de trabalho. A
combinação desses fatores geram infinitas combinações.

- Conceitos Auxiliares:

-- Tensão Média (sm, τm) : é a tensão acima e abaixo da qual existe uma solicitação de
igual amplitude ( divide o ciclo pela metade).

-- Tensão Alternante: ( ou Alternada) (sa, τa): é a amplitude da solicitação.

-- Definem-se :

σ max + σ min σ max − σ min


σm = e σa =
2 2

Logo:

σ max = σ m + σ a e σ min = σ m − σ a

-- A tensão média é um vetor e a tensão alternada é um escalar.

- Solicitações:

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1) Monótona ou Progressiva: ( carga I)

σ m = σ max e σ a = 0  σ min = σ max = σ

2) Alternativa Pura ( carga III) – Alternada:

σm = 0 σ max = σ a  σmin = −σmax

3) Repetida ( carga II)

σ min = o σ max = σ
Logo:
σ m = σ a = 0,5.σ max

4) Flutuante ( carga II) ou Pulsante ( carga II) : positiva ou negativa

σ max + σ min
σm =
2

σ max − σ min
σa =
2

Determinação do Limite de Fadiga  Curvas SN ( ou curvas de Moore).

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- As curvas SN geralmente são obtidas em ensaio de flexão rotativa.

- S`n  Limite de Fadiga ( característica mecânica)

-- É o valor limite de tensão, para a qual o corpo de prova pode suportar um


numero infinito de ciclos regulares, sem romper ( alguns materiais não respondem desta
forma).
-- Limite de Fadiga em flexão rotativa para um corpo de prova em condições
reais de fabricação e ambiente.

- S`N  Resistência à Fadiga ( não é característica mecanica)

-- É o valor máximo de tensão suportada para um dado número de ciclos, por um


corpo de prova, após o qual ocorre a falha mecânica. Utilizado no projeto de vida finita.

Elementos de Máquinas 27.03

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Determinação da Curva de Moore

- Ensaio de Tração smax = 60% a 70% ( ou 90% Su);


- Decremento constante de s , Δs mantendo a velocidade de ensaio para corpos de prova
( CPs) seguintes:

-- marcam-se os pontos de ruptura num diagrama sx N ;


-- quando s é tal que não ocorre mais falha, incrementa-se a tensão de Δs até o
valor de smax voltando todo o processo.
-- no final dos ensaios ( de 100 a 200 CPs) obtém-se uma amostragem com a
distribuição que segue.

X  ruptura;

O  não ruptura;

Ensaio típico de flexão


rotativa.

- Para Aços em Geral , a curva torna-se assintótica entre 106 e 107 ciclos.

- Para Ligas de Alumínio, a curva tem decaimento contínuo, logo, ligas de Al não
possuem características mecânicas. Limite de fadiga, trabalha-se sempre com precisão
de vida finita ( resistência à fadiga).
-- Al (anomalo) com comportamento diferente em relação a curva acima.
--Convenção SN, Al  N = 5.108 ciclos.

- Linearizar: Log NS x Log N

--p/ aços : N >= 1000 ciclos ( N < 1000 deformação plástica predominante.)

- De forma genérica ( sempre solicitação axial)

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log S `N − log S `n103 log N − log 10 3
SN = a.N oub =
log S `nα − log S `n103 log α − log 10 3

-- AÇO n = a= 106

log S `N − log S `n10 3 log N − 3


=
log S `10 6 − log S `n10 3 3

-- Alumínio

log S `N − log S `n103 log N − 3


= sendo α = f( material);
log S N 50..108 − log S `n103 log 50 .10 8 − 3

Uma boa aproximação para o projeto de peças em aço ( em flexão rotativa).

S`n103= 0,9 Su S`n106= 0,5 Su

Ensaio em Flexão Rotativa: Moore e Wohler.

- Características Mecânicas:
-- Solicitação uniaxial e de amplitude constante ao longo do tempo;
-- Material apresenta `` Limite de Fadiga`` associado;
S `n
α a ≤ α adm =
N
S`n  é limite de fadiga do material associado ao tipo de ensaio cíclico e ao corpo de
prova. É uma característica mecânica [f(material)]

- A determinação de S`n geralmente, é obtida em ensaio de Flexão Rotativa ( cíclico


alternativo puro).
-- Peça solicitada solicitada em flexão rotativa σm=0 e σa=σ;
-- Ensaio de corpo de prova em flexão rotativa S`n;
S `n
α a ≤ α adm = comparação direta;
N
-- Não vale para a infinidade de solicitações que não se caracterizam como
alternativa pura.

- Exceção para alguns Tipos de Aços:


-- Carga Axial e Flexão: -- Torque:
3.Sn 2.Sn
Sn ``= Sn ``=
σ τ
2 − min 1 − min
σ max τ max

Limite de Fadiga para Projeto:

- Aços :

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Flexão Rotativa  S`n103= 0,9 Su S`n106= 0,5 Su

Solicitação Axial  S`n103= 0,75 Su

Torque  S`nS= 0,9 Sus ,sendo Sus = 0,8 Su, Sys = 0,5 Sy
Sus (stress ultimate share – troção )

- Outros materiais:
-- Alumínio :
0 ≤Su ≤48Ksi  S`N/Su= 0,4
Su > 48 Ksi  SN = 19Ksi;

-- Ferro Fundido: ( N = 2.107) S`N/Su= 0,4 a 0,5


-- Ligas Mg: ( N = 108) S`N/Su= 0,35
-- Ligas Cu : ( N = 108) S`N/Su= 0,25 a 0,5
-- Ligas Ni: ( N = 108) S`N/Su= 0,35 a 0,5
-- Ligas de Ti: ( N =106 a 108) S`N/Su= 0,25 a 0,5

- Obs: O diagrama de Mo ore, sempre é relacionado a uma solicitação uniaxial.

- Aspecto e Análise se Fraturas ( fractografia)


-- A análise macroscópica da peça fraturada pode levar a conclusões
significativas sobre as possíveis causas de falha.
-- Rupturas por fadiga : Flexão rotativa  Flexão plana ( alternada ou repetida)
Torque  Tração – compressão.
-- ``A fratura tem geralmente a característica da solicitação predominante``

Elementos de Máquinas 01.04

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Diagramas de Fadiga

- REGRAS DE WOHLER: Conforme vimos, para um valor igual de tensão máxima,


determinam-se os ciclos de vida, reduzindo as amplitudes dos mesmos.

- Aplicação da Regra de Wohler: Qual deve ser a tensão aplicada para que variando a
amplitude obtenhamos ruptura com aproximadamente o mesmo número de ciclos? Isto
é:

- Para que as falhas ocorram com o mesmo ( aproximado) numero de ciclos do caso
alternativo puro, surge uma tensão média para os demais ciclos e uma redução na tensão
alternada ( amplitude).

- Os ciclos de tensão são limitados pelas curvas de tensão máxima e mínima


caracterizam `` solicitações equivalentes`` em vida ou número de ciclos.

- Através desta constatação, pode-se obter os chamados `` DIAGRAMAS DE


FADIGA``. Vários diagramas são apresentados na bibliografia, atendendo a esta
consideração de vida equivalente.

- No lugar de obtermos diagramas do Moore para cada caso ou tipo de solicitação,


conhecendo-se as características do material, limites de Su e S`n, sempre podemos obter

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curvas de tensões máximas e mínimas, delimitando-se uma região de resistência
equivalente.

- Obs: Cada material tem seu diagrama para cada tipo de esforço ( Torque, Push – Pull,
Flexão)

1) Diagrama de Smith ( norma DIN)

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- É o mais completo, mais didático, pois permite a visualização de todos os ciclos de
vida equivalente.
-- Inconveniente: as tensões alternadas são lidas indiretamente a partir da linha
de tensões médias.

- Vantagem: ler e enxergar qualquer ciclo e em qualquer posição


sm (+)  abre trinca.
sm (-)  não abre trinca ( com exceções )
a) Su,Su
b) S`n ( linha máxima, linha média, linha mínima)
c) Sy ( limitando ao escoamento com linha horizontal até a S`n, desce vertical
até encontrar linha mínima).
d) Segurança depende de quanto vai se usar o N, vai até linha média com
uma perpendicular até linha mínima, unindo os pontos.
e) S`N (entra em log S x log N) S`N para correspondente que quero saber.

- Diagrama de Segurança : é interior e formado por segmentos de reta paralelos


ao diagrama de vida infinita.

- Diagrama de Vida Finita: são exteriores ao diagrama de vida infinita, e,


portanto, formados por segmentos de reta e não paralelos aos segmentos das
mesmas.

2) Diagrama de Goodman ( + usado no projeto mecânico)

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- Os diagramas de Goodman, assim como os demais diagramas que seguem, apesar
de não fornecer a visualização do ciclo, tem a vantagem de se obter, via leitura
direta, as tensões médias e alternada para uma determinada solicitação.

- Utiliza a parte positiva do diagrama de Smith.

- Goodman não limitado ao escoamento OAB ~ CDB ( semelhança de triângulos).

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___ ___
OA OB S `n Su σm σa
___
= ___  =  + =1
CD CB σa Su −σ m Su S `n

- Goodman Limitado ao Escoamento:


-- Dependerá da posição de σm
a) Conhecer a.

σm σa
b) Se am < amintersecção  + =1
Su S `n

c) Se am < amintersecção  σ m + σ a = Sy

d) Conhecendo am e aa , conhece-se o ponto de carga e a linha de carga


σm
conhecida  = Tan −1θ
σa

σm σa
-- θ  α  + = 1 ( limitado a ruptura)
Su S `n
-- θ ≤ α  σ m + σ a = Sy ( limitado ao escoamento)

3) Diagrama de Soderberg: ( escola conservativa)

- Projeto no regime elástico.

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- Diagrama bastante usado quando no projeto não se admitem deformações
plásticas.

- Por limitar ao escoamento este diagrama não deve ser usado para solicitações de
fadiga que provoquem plastificações ao corpo de prova.

4) Diagrama de Gerber:

- O que mais se aproxima da realidade ( parábola)

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- É uma parábola que cobre a maioria dos eventos.
- Para projeto de vida finita ( fadiga de baixo ciclo 100 a 10000 ciclos)

5) Demais Diagramas e Definições Matemáticas.

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- Goodman e Soderberg podem ser expressas através de equações de retas e Gerber
através de equações de parábolas.

 ΔOAB ~ ΔCDB
___ ___
OA OB S `n Su σm σa
___
= ___  =  equação de goodman: + =1
CD CB σa Su −σ m Su S `n

-- Forma Geral para Vida Finita ou Infinita:

P q
 σm   σa 
  +  =1
 K .Su   S `n 

-- Forma Geral para Segurança N:

P q
 N .σ m   N .σ a 
  +  =1
 K .Su   S `n 

- Pode-se obter os seguintes diagramas de vida ( infinita ou finita) e de segurança.


Sy
-- SODERBERG: K= , p = q = 1.
Su

Leonardo Mackmillan Paim 35697 27


 .σ m   σ a   N .σ m   N .σ a 
  +   =1   +   =1
 Sy   S `n   Sy   S `n 
Vida Finita ou Infinita Segurança

-- Goodman: K = p = q =1.
 .σ m   σ a   N .σ m   N .σ a 
  +  =1   +  =1
 Su   S `n   Su   S `n 
Vida Finita ou Infinita Segurança

Sy
-- Elíptico ( ASME): K = , p = q = 2.
Su
2 2 2 2
σm   σa   N .σ m   N .σ a 
  +   =1   +   =1
 Sy   S `n   Sy   S `n 
Segurança
Sy
-- Bagci: K = , p = 4 e q = 1.
Su
4 4
 .σ m   σa   N .σ m   N .σ a 
  +   =1   +  =1
 Sy   S `n   Su   S `n 
Segurança
-- Escoamento ( LANGER):

Sy
σ m + σ a = Sy σm +σa =
N
Segurança
-- Gerber: K = q =1, p = 2.
2 2
 .σ m   σ a   N .σ m   N .σ a 
  +  =1   +  =1
 Su   S `n   Su   S `n 
Segurança

Elementos de Máquinas 08.04

Padronização dos Ensaios


- ler no Juvinall e comparar com o Shigley

Leonardo Mackmillan Paim 35697 28


- Fatores que reduzem o Limite ( e a Resistência ) à Fadiga: S`n  característico de um
material , determinado em ensaios de laboratório.

- Problemas
1) Discrepâncias entre os resultados obtidos em lugares diferentes;
2) Diferente geometria e dimensões entre as peças reais e corpos de prova;
3) Diferenças entre ambiente de trabalho e ambiente de laboratório.

- Laboratórios: resultados obtidos em laboratórios diferentes eram muito discrepantes.


Não havia padronização nas metodologias e na realização dos ensaios.

- Peça Real: apresenta diferenças em relação ao corpo de prova ( acabamento, acidentes


de geometria, dimensões, solicitação, ambiente de trabalho, etc...)

- Estes fatores externos são determinantes para que o limite de fadiga obtido em
laboratório não se verifique na prática.

- Variáveis Externas Responsáveis pela Redução do Limite de Fadiga:


-- Tipo de solicitação, freqüência, sobrecargas;
-- Temperatura, tratamentos térmicos;
-- Ambiente de trabalho, corrosão;
-- Tratamentos metalúrgicos, encruamento, têmpera;
-- Coberturas protetivas.

- FATORES REDUTORES

1) Fator de Carga ( Load Factor) CL:

- É função do tipo de solicitação;


- Flexão Plana: diferenças na ordem de 5% em S`n, portanto considera-se CL= 1,0.
- Solicitação Axial Reversa: S`nAXIAL ≠ S`nFLEXAO-ROTATIVA, provavelmente devido a:
possíveis excentricidades, diferentes gradientes de tensão.
-- De forma genérica: 0,75 ≤ CL ≤ 1,0 :
 Teste com controle severo: CL= 0,9 a 1,0.
 Teste com excentricidade indeterminada: CL= 0,6 a 0,85.
- Sempre que possível quantificar a carga externa atuante
σ −σ 2
- Solicitação de Torção: conforme Von Misses τ = 1 é a forma mais
2
apropriada de projetar. Logo, adota-se CL= 0,58 ( valor recomendado)

S `n ENSAIO
Logo: CL =
S `nFLEXAO −ROTATIVA

2) Fator de Tamanho ou Geométrico ( Size Factor) CD:

Leonardo Mackmillan Paim 35697 29


- É extremamente difícil de obter propriedades metalúrgicas iguais e acabamento
superficial constante, numa superfície quando esta é muito grande. ( microestrutura
uniforme).

- Verificou-se que se f cresce  S`n decresce.


- Adotou-se em acordo internacional, corpo de prova padrão f= 8 mm.
S `nMAIOR
Logo: CD =
S `n8 mm
- Existem gráficos que fornece a redução do limite de fadiga em função do aumento do
diâmetro da peça. Na falta adotam-se tanto para flexão quanto para torque.

F mm 10 20 30 50 100 200 250


CD 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,57 0,56
Tabela de Hanchen

f < 0,4``  CD = 1,0


0,4`` ≤f ≤ 2,0``  CD = 0,9
f > 2,0``  reduzir 0,1 para cada polegada até um mínimo de CD = 0,6.

3) Fator de Acabamento Superficial CS

- Considerando que o método SN é de detalhe local, o acabamento da superfície altera


sensivelmente o limite de Fadiga S`n.

- Quanto pior o acabamento superficial, menor o limite de fadiga.

S `nacabamento −do − processo


CS =
S `ncorpo −de −prova − polido

- Em geral são fornecidas curvas de acabamento superficial obtidas em laboratório.

- Para projeto de maior responsabilidade  dados específicos sobre o material.

- Observa-se que, materiais duros  granulação fina  maior sensibilidade para a


geração de trincas por fadiga na presença de rugosidade superficial.

4) Fator de Choque e Vibrações, CC

Leonardo Mackmillan Paim 35697 30


- Verifica-se que o funcionamento de uma máquina em função da existência das
vibrações, pode alterar o limite de fadiga.

- Sempre que possível quantificar o fator de impacto, I, conforme a Mecânica dos


Sólidos.

S `ncorpo −de −prova −padrao


- CC ≥ 1  CC=
S `ncorpo −de −prova +impacto

Tipo de Equipamento Impacto CC

Maquinas Rotativas – Leve 1,0 a 1,1


Turbinas- elétricas em
Geral
Máquina Embolo – Médio 1,2 a 1,5
( combustão, vapor,
bomba, compressor, tornos,
plainas)
Forjas, Tesouras, Forte 1,6 a 2,0
Pulsionadores
Martelo de Queda, Muito Forte 2,1 a 3,0
Moinhos de mola,
Laminadores.

5) Fator de Solda CW

- Um acabamento superficial de qualidade para a superfície soldada, pode melhorar


resistência a fadiga em até 20%.

- CW ≤ 1,0 ( AWS) American Welding Society.

- EFEITO GLOBAL NO LIMITE DE FADIGA

C L .C S .C D .CW
Sn = .S `n
CC
- `` Devido a aparência quase estática da ruptura ( grande deformação plástica ), os
fatores redutores de limite de fadiga podem ser desprezados quando N ≤1000 ciclos ``.

6) Fator de Concentração de Tensões à Fadiga Kf.

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S `nC . P .−padrao −sem −acidentes −se − forma
- Determinação experimental : K f = 1
S `nC . P .−com −acidentes −se − forma −especifico

- Dificuldades :
a) para cada tipo de acidente de forma, um valor de S`n.
b) para cada tipo de material e mesmo acidente de forma, um valor diferente de S`n.

- Conclusão : Kf, além da geometria e da solicitação, depende do material, é uma


característica mecânica.

- Sendo Kf. dependente também da geometria, procurou-se uma relação com KT.
Verificou-se experimentalmente que, para iguais material e acidente de forma Kf. < KT.

 EQUAÇÃO DE PETERSON

- Introduz o conceito de `` sensibilidade ao entalhe`` do material ``q`` muito


conveniente para uso imediato do projetista, q = f ( r,a, material)

K F −1
q=  Kf = 1 + q .( KT - 1)
K q −1

- Determinação da Sensibilidade ao Entalhe ``q``:


-- Peterson fornece famílias de Curvas q = f ( Su, r)
-- Equação Neuber Simplificada:

K T −1 K F −1 1 1
K F =1+ = q=
a  KT − 1 a logo: a
1+ 1+ 1+
r r r

Sendo a = constante de Neuber. ( figura Juvinall)

-OBS:
a) Kf, pode ser usado como redutor de Limite de Fadiga, ou como intensificardor
da Tensão alternada atuante.
-- Como redutor do limite de fadiga por exemplo:
C L .C S .C D .CW 1
Sn = .S `n.
CC KF
b) Heywood  verifica-se que para aços em geral não se pode desprezar Kf,
para 103 ciclos.
-- A figura mostra o trabalho de Heywood em que se considera Kf, para 103
ciclos.
K F −1
Su = x e = y logo, Sn103 = 1/ Kf
K T −1

 RESUMO

a) Dada a dureza Brinell  Su (psi)

Leonardo Mackmillan Paim 35697 32


b) Para 103 ciclos:
CL= 1 K`F = 1 + a.( KF - 1 ) Sn103 = S`n103 . 1/ KF

-- Flexão rotativa: Sn103 = 0,9 Su


-- Torque alternativo: Sn103 = 0,9 Su
-- Tração – Compressão: Sn103 = 0,75 Su

c) Para 106 ciclos:

Flexão Torque Axial


CL 1,0 0,58 0,75 a 0,9
CS Gráficos Gráficos Gráficos
CD Tabelado Tabelado 1,0
CC Tabelado ou Fator Tabelado ou Fator Tabelado ou Fator
de impacto de impacto de impacto
CW ASME ASME ASME

- Observações:

-- Flexão Rotativa : Sn106 = 0,5 Su

-- Se a solicitação for de torque e não forem fornecidas as características


mecânicas próprias, utiliza-se Sus = 0,8 Su , com Sys = 0,5 Sy para flexão rotativa
aplicando o fator de carga CL = 0,58.

-- Se a solicitação for de torção e forem fornecidas as características do material:


Sus, Sy e S`ns e fator de carga CL , será unitário.

 Procedimento de Projeto:

Elementos de Maquinas 10.04

Solicitações Analíticas: Método da Tensão Média Nominal

Leonardo Mackmillan Paim 35697 33


- O nome deve-se ao fato de que a tensão média permanece inalterada.

 Casos / Solicitações Externas

1°) Solicitações Simples ( Tração, Flexão, Torção ) , sem componente médio (σm=0)

-- σa = Sn , sendo Sn = S`n . CL. CS. CD. CW / Cc.KF

Ou σa = Su, quando Vida Finita

2°) Solicitação Simples com Componente Média σm ≠ 0

-- Utiliza-se um dos procedimentos de fadiga ( Soderberg, Smith, Goodman,


Gerber,...) solução gráfica ou analítica para a solicitação atuante, com os seguintes
fatores redutivos do Limite de Fadiga, aplicáveis.

σm σa 1  Sy  Sy
Soderberg: + = ou σ m +  .σ a = (= σadm)
Sy Sn N  Sn  N

σm σa 1  Su  Su
Goodman: + = ou σ m +  .σ a = (= σadm)
Su Sn N  Sn  N

- As expressões acima, mantém a tensão média constante e alteram a tensão alternada de


uma quantidade adimensional e constante, função das características do material ( Su ou
Sy e Sn). Esta será chamada de :

δ = FATOR DE CONVERSÃO ESTÁTICA

Sy Sy
Soderberg: σ m + δ σa = (= σadm) δ=
N Sn

Su Su
Goodman: σ m + δ σa = (= σadm) δ=
N Sn

-- Idem para os demais diagramas...

3°) Estado Plano de Tensões – Tensões Completamente Alternadas (σm=0)


-- Problema: qual a tensão de resistência? Sy, Sn ou Su ?

- Alguns procedimentos:

Leonardo Mackmillan Paim 35697 34


a) Uso de um procedimento de fadiga ( Goodman, Gerber, Soderberg, ...) para a
determinação de uma `` Tensão Equivalente Estática`` a qual pode ser então utilizada
numa teoria de falha conveniente ( Tresca ou Von Mises ).

-- Tensão Equivalente Estática:

 Sy Su 
Flexão ou Solicitação Axial: δ .σ a = σ adm  .ou .  = σ ee
N N 

 Sy Su 
Torque ou Cisalhamento: δt .τ a = τ adm  .ou .  = τ ee
N N 

 Determinação da Tensão Ideal Equivalente Estática:

Tresca: T
( 2
σ ee = σ 1 − σ 2 = σ ee + 4.τ ee ) = [( δ .σ
2 1/ 2
a ) + 4.( δ t .τ a ) ]
2 2 1/ 2

Von Mises: σ ee = σ 1 + σ 2 − σ 1.σ 2


M 2 2
RESTO

Sy Su C L .C S .C D .CW 1
Onde: δ = ou , sendo Sn = S `n. . (CL=1, Flexão )
Sn Sn CC KF

Sys Sus C L .C S .C D .CW 1


δ= ou , sendo Sns = S `n. .
Sn Sn CC KF

b) Um procedimento alternativo: Alteram-se (aumentando-se) as tensões alternadas,


multiplicando-as as mesmas pelos respectivos fatores de concentração de tensão à
Fadiga . Desta forma obtém-se uma tensão ideal equivalente estática alternante, que
pode ser compara diretamente com o limite de fadiga em flexão rotativa.

EQUAÇOES

- Neste procedimento, reduz-se a complexidade pois para os casos específicos de vida


finita , a variação de Kf não é linear.

4°) Estado Plano de Tensões Flutuantes, Alternadas, Repetidas (σm ≠ 0 )

- Não é possível compara diretamente a tensão ou as tensões com o limite de fadiga, Sn,
devido as presenças de tensões médias e alternadas (σm e σa ou τa e τm )

Leonardo Mackmillan Paim 35697 35


a) Um procedimento simplificado consiste, novamente, determinar tensões equivalentes
estáticas através do uso de um procedimento de fadiga ( Gerber, Goodman, ...) e de uma
teoria de falha mecânica conveniente ( Tresca ou Von Mises).

Flexão com Torção: T


[
σ ee = ( σ m + δ .σ a ) + 4.( τ m + δ t .τ a )
2
]
2 1/ 2

??????????? M
[
σ ee = ( σ m + δ .σ a ) + 3.( τ m + δ t .τ a )
2
]
2 1/ 2

-- Nota-se que para os casos em que existem esforços de tração – compressão


combinados com flexão, a tensão normal resultante é obtida por superposição.

σm −TOTAL =σm −T .C . +σm −FLEXAO


σa −TOTAL =δ.σa −T .C . +σa −FLEXAO

Sempre considerando os fatores de conservação estática,δ , pertinentes.

b) No procedimento considerado PADRÃO, seguem-se os passos: (Juvinall)

1) Para a resistência ( característica de fadiga) utiliza-se o diagrama (ou


equação de SN) de Moore, vida infinita, solicitação de flexão rotativa,
incluindo-se os fatores redutores de S`n, menos o fator de concentração de
tensão à fadiga Kf.

2) Aplica-se os fatores Kf apropriados como intensificadores das tensões


alternadas envolvidas na solicitação (σa T.C , σa.F e τa )

3) Utiliza-se a Teoria de Falha Mecânica de Von Mises para determinar uma


tesão alternada equivalente.

[
σ ea = ( Kt.σ a ) + 3.( Kf + τ a )
2
]
2 1/ 2

4) Através do Circulo de Mohr ( ou equações da Tensões Principais) determina-


se uma tensão média principal ( equivalente), considerando uma situação
hipotética, em que as tensões médias atuem isoladamente.

σ 1, 2 m =
σm
2
1
(
+ / − σ m + 4.τ m
2
2 2
)
1/ 2

5) Com σ1m utiliza-se o diagrama de Goodman ( limitado ou não ao


escoamento) para flexão rotativa e determina-se uma tensão alternante, σ1a,
associada a σ1m. Esta tensão σ1a é de comparação.

Leonardo Mackmillan Paim 35697 36


6) Se σ1a ≥ σea = Segurança.

N  σ1a σea

- A utilização de K como intensificador de tensão alternada, em vez de redutor do limite


de Fadiga pode se revelar vantajoso, principalmente se as curvas SN e a resistência a
fadiga para uma determinada vida, forem independentes da geometria do acidente de
forma.

- Logo as mesmas curvas podem ser utilizadas repetidamente para componentes


( fabricados com o mesmo material e mesmas características mecânicas) com diferentes
acidentes de forma.

Elementos de Máquinas 15.04

 Influencia da Amplitude Variável na Vida de um Elemento Mecânico ou


Estrutural

- Natureza de Solicitação Externa:

Leonardo Mackmillan Paim 35697 37


-- Ciclos de amplitude constante ( máquinas que trabalham ciclicamente sob
solicitação monótona );
-- Ciclos de amplitude variável com repetição em blocos ( máquinas que
trabalham ciclicamente sob solicitação com variação determinada );
-- Ciclos de amplitude aleatória ( máquinas e equipamentos sujeitos a ação de
forças da natureza );

A solicitação numa aplicação real, pode ter, amplitudes completamente


aleatórias, por exemplo ( cargas de ventos em estruturas ).

Porém, muitas vezes uma solicitação de amplitude variável pode ser decomposta
em blocos de amplitude semelhante, que, em relação ao limite de fadiga do material,
podem caracterizar sobre-tensão ou sub-tensão.

Amplitudes em relação ao Limite de Fadiga e de escoamento do material:

Sub-tensão ou Treinamento

Sobre-tensão

 Sub-Tensão : ( understress )

-- Gera o treinamento do material;


-- Causa acréscimo de vida em até 20%.

1 – ( σ1,N1)  Sub-tensão;
2 – ( σ2,N2)  Vida estimada;
3 – ( σ3,N3) Vida
real devido a Sub-

Tensão.

 Sobre-Tensão : ( overstress )

-- Pode reduzir a vida da peça;

Leonardo Mackmillan Paim 35697 38


-- Melhora as características mecânicas ( encruamento ), porém fragiliza o
material, favorecendo a propagação de trincas.

- Para uma analise mais acurada, deve-se verificar se o material sob solicitação tal que
cause sobre-tensão ( tensões cíclicas superiores a tensão de escoamento do material)
sofre amolecimento cíclico ou endurecimento cíclico.

Ponto 1: sobre-tensão de N1 ciclos;


Ponto 1’: vida prevista para sobre-tensão
σ1;
Ponto 2: N2 ciclos de vida para σ2 após
sobre-tensão;
Ponto 2’: vida prevista para σ2 sem a
sobre-tensão;
Ponto 3: vida de N3 ciclos após sobre-
tensão, aplicando tensão σ2 igual ao limite
de fadiga ( falha ).

___
22'
- Redução na Vida : ∆% = 100. _____
2' '2'

 Regra de Palmgren-Maner: ( regra do acúmulo de dano)

- Solicitações aleatórias, ocorrem com ciclos tanto de sub-tensão como de sobre-


tensão, indiscriminadamente. Não interessa matematicamente se uma vem antes da
outra.

- Qual o efeito final para a vida do componente? Regra de acúmulo de dano,


conhecida como regra de Miner.

n1 n n n n
ni
+ 2 + 3 + ... + i = C
N1 N 2 N 3 Ni
ou ∑N
i =1
=C
i

-- Sendo C, uma constante experimental, depende do material 0,7 ≤C ≤ 2,2 .


-- Recomenda-se em geral, C = 1.

n
ni
Se ∑N
i =1
≥1  FALHA.
i

Continuação  Regra de Palmgren-Maner: ( regra do acúmulo de dano)

- Limitações:

Leonardo Mackmillan Paim 35697 39


-- A regra não leva em consideração o endurecimento cíclico que pode ser
causado por sobre-tensão, em alguns matérias e sem o treinamento.

-- A regra também não preserva a ordem das amplitudes da solicitação.

- Contagem de Ciclos: o método ‘Rain Flow’ ( ou caminho da chuva)

-- Leva-se esse nome devido ao fato de Matsushi e Endo, visualizarem


invertendo 90°, o caminho que a chuva percorre do teclado de uma pagoda.

- Método ( regra de contagem):

1) A contagem inicia em todos máximos e mínimos e PÁRA sempre que:

a- encontrar um máximo + máximo ou um mínimo + mínimo do que aquele de


onde a contagem começou ( ponto de origem de contagem) ( -|);
b- esbarrar numa contagem iniciada num ponto anterior ( quando encontrar a
``chuva`` vindo de um ponto ``acima``);

2) Deve-se armazenar os meios ciclos entre o inicio e o término de cada


contagem. Desta forma armazenam-se os valores de amplitude e médio de
cada meio ciclo.
Pm e Pa, Mfm e Mfa, Tm e Ta.

 Faz-se uma Tabela:

Pto (inicio) Valor (KN) Pto (fim) Valor (KN) Pa (KN) Pm (KN)

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0 0 - - - -

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1 0 4 4 2 2
2 2,5 3 0 1,25 1,25
3 0 X 2,5 1,25 1,25
4 4 F -3,5 3,75 0,25
5 2 6 3,5 0,75 2,75
6 3,5 X 2 0,75 2,75
7 -2,5 8 -0,5 1 -1,5
8 -1 X -2,5 1 -1,5
9 -3,5 F 3,5 3,5 0
10 3,5 13 -3,5 3,5 0
11 1,5 12 3,5 1 2,5
12 3,5 X 1,5 1 2,5
13 -3,5 F 1,5 2,5 -1
14 1,5 F -1 1,25 0,25
15 -1 16 1.5 1,25 0,25
16 1,5 17 -1 1,25 0,25
17 -1 19 1,5 1.25 0,25
18 1,5 19 -0,5 1 0,25
19 -0,5 - - - -

 Obtém-se os meios ciclos:

n Pm (KN) Pa (KN) 2N
1 2 2 1
2 1,25 1,25 2
3 0,25 3,75 1
4 2,75 0,75 2
5 -1,5 1 2
6 0 3,50 2
7 2,50 1 2
8 -1 2,50 1
9 0,25 1,25 4
10 0,50 1 1

∑18  n = 1 8/ 2 = 9 _ c i c l o_ rs e p r e s tei nv ot as

 Procedimento de Cálculo para Estado Plano de Tensões com presença de


Tensão Média (Shigley).

1°) Diagrama SN para flexão rotativa, com fatores redutores ( excluindo Kf);

Leonardo Mackmillan Paim 35697 42


2°) Determinam-se as tensões σm, τm, σa e τa ( com os Kf correspondentes para as
tensões alternadas );

3°) Determinam-se as tensões principais e ideais através da Teoria de Falha de Von


Mises.

M
[ 2
σ im = σ m + 3.τ m ]
2 1/ 2
[
e σ ia M = σ a 2 + 3.τ a 2 ]
1/ 2

4°) Aplicam-se as expressões acima no procedimento de Goodman:

σ im M σ ia M 1
+ =
Su Sn N

5°) Determinam-se ou a segurança do projeto ou dimensiona-se o componente.

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