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A Natureza de Deus 

— A Tri-Unidade de Deus


por

James White

I. Os Atributos de Deus:

A. Naturais:

1. Espiritualidade (João 4:24)


2. Personalidade (Êxodo 3:14)
3. Vida (Jeremias 10:6-11)

B. Pertencentes à Sua Infinidade

1. Absoluto - Unicidade
2. Soberania/Supremacia (Isaías 40:12-17, 43:12-13, 46:9-10,
Salmo 135:6).
3. Auto-existência
4. Imutabilidade - Ele não muda - Salmo 102:27, Malaquias
3:6, Tiago 1:17
5. Unidade - uma substância, uma ousia (Deuteronômio 6:4) 
6. Perfeição (Mateus 5:48)
7. Imensidão (2 Crônicas 6:18)
8. Eternidade (Êxodo 3:14, Salmo 90:2, 1 Timóteo 1:17, Judas
25)

C. Pertencentes à Criação

1. Onipresença - Salmo 139:7-10, Jeremias 23:23-24


2. Onisciência - Hebreus 4:13, Mateus 10:29-30, Romanos
11:33
3. Onipotência - Gênesis 17:1, Apocalipse 1:8, Romanos 4:17

II. Os Atributos Morais de Deus


A. Santidade
B. Justiça
C. Amor
D. Verdade

II. A Tri-Unidade de Deus

A. Os Credos:

O Niceno: “Creio em um Deus, Pai Todo-poderoso, Criador do


céu e da terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em um
Senhor Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, gerado pelo Pai
antes de todos os séculos, Deus de Deus, Luz da Luz,
verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não feito, de uma
só substância com o Pai; pelo qual todas as coisas foram feitas,
tanto no céu como na terra....E cremos no Espírito Santo.
Quanto àqueles que dizem: 'Houve um tempo quando Ele não
existiu' e 'antes dEle ser gerado, Ele não existia', e 'Ele foi feio
do nada, ou de outra hypostasis ou essência', alegando que o
Filho de Deus é mutável ou sujeito à mudança — tais pessoas a
igreja católica e apostólica condena”.

O Atanasiano: “Mas a fé universal é esta, que adoremos um


único Deus em Trindade, e a Trindade em unidade. Não
confundindo as pessoas, nem dividindo a substância. Porque a
pessoa do Pai é uma, a do Filho é outra, e a do Espírito Santo
outra. Mas no Pai, no Filho e no Espírito Santo há uma mesma
divindade, igual em glória e co-eterna majestade. O que o Pai é,
o mesmo é o Filho, e o Espírito Santo. O Pai é não criado, o
Filho é não criado, o Espírito Santo é não criado. O Pai é
ilimitado, o Filho é ilimitado, o Espírito Santo é ilimitado. O Pai
é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno. Contudo,
não há três eternos, mas um eterno. Portanto não há três
(seres) não criados, nem três ilimitados, mas um não criado e
um ilimitado. Do mesmo modo, o Pai é onipotente, o Filho é
onipotente, o Espírito Santo é onipotente. Contudo, não há três
onipotentes, mas um só onipotente. Assim, o Pai é Deus, o Filho
é Deus, o Espírito Santo é Deus. Contudo, não há três Deuses,
mas um só Deus. Portanto o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, e o
Espírito Santo é Senhor. Contudo, não há três Senhores, mas
um só Senhor. Porque, assim como compelidos pela verdade
cristã a confessar cada pessoa separadamente como Deus e
Senhor; assim também somos proibidos pela religião universal
de dizer que há três Deuses ou Senhores. O Pai não foi feito de
ninguém, nem criado, nem gerado. O Filho procede do Pai
somente, nem feito, nem criado, mas gerado. O Espírito Santo
procede do Pai e do Filho, não feito, nem criado, nem gerado,
mas procedente. Portanto, há um só Pai, não três Pais, um
Filho, não três Filhos, um Espírito Santo, não três Espíritos
Santos. E nessa Trindade nenhum é primeiro ou último,
nenhum é maior ou menor. Mas todas as três pessoas co-
eternas são co-iguais entre si; de modo que em tudo o que foi
dito acima, tanto a unidade em trindade, como a trindade em
unidade deve ser cultuada. Logo, todo aquele que quiser ser
salvo deve pensar desse modo com relação à Trindade. Mas
também é necessário para a salvação eterna, que se creia
fielmente na encarnação do nosso Senhor Jesus Cristo. É,
portanto, fé verdadeira, que creiamos e confessemos que nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo é tanto Deus como homem. Ele
é Deus eternamente gerado da substância do Pai; homem
nascido no tempo da substância da sua mãe. Perfeito Deus,
perfeito homem, subsistindo de uma alma racional e carne
humana. Igual ao Pai com relação à sua divindade, menor do
que o Pai com relação à sua humanidade. O qual, embora seja
Deus e homem, não é dois mas um só Cristo....porque Ele é
uma só pessoa”

IV. Fundamento da Trindade: A doutrina da Trindade é


baseada em três verdades bíblicas que juntas formam seu
fundamento: 1. Há somente um Deus (monoteísmo); 2. Há três
Pessoas - o Pai, o Filho, e o Espírito Santo. Isto é uma
contradição direta ao modalismo, Sabelianismo, ou os ensinos
de “Somente Jesus”, que negam a personalidade separada do
Pai, do Filho e do Espírito; 3. Há plena igualdade entre as
Pessoas. Isto é uma contradição direta ao Arianismo e todos os
sistemas que negam a plena deidade e igualdade do Filho e do
Espírito. Cada uma destas verdades é parte da revelação de
Deus de Si mesmo, e nenhum sistema pode reivindicar ser
baseado na Bíblia, a menos que estes verdades sejam levadas
em conta. A negação de qualquer um destes ensinos bíblicos
levam diretamente à heresia e à falsa doutrina - a negação do
monoteísmo leva ao politeísmo (como acontece no
Mormonismo); a negação das três Pessoas leva ao modalismo
(como acontece no Movimento Pentecostal Unido); e a negação
da igualdade das Pessoas leva ao “subordinacionalismo”
(Testemunhas de Jeová; o Caminho Internacional, etc.).

A. Há apenas Um Deus: Deuteronômio 4:35, 6:4, 10:14, Salmo


96:5, 97:9, Isaías 43:10, 44:6-8, 44:24, 45:5-6, 45:21-23, 46:9,
48:11-12, João 17:3, 1 Timóteo 2:5, Apocalipse 1:8, (Oséias
13:4). Ele não é, em Sua natural essencial, um homem: Oséias
11:9, Números 23:19.

B. Há três Pessoas: Pai, Filho e Espírito: Mateus 3:16-17, 11:27,


17:1-9, 27:46, João 1:18, 14:16-17. A pré-existência do Filho:
Colossenses 1:13-17, Hebreus 1:2-3, João 1:1.

C. Igualdade: a Deidade de Cristo: Colossenses 2:9, João 20:28,


Tito 2:13, 2 Pedro 1:1, João 1:18; identificação como Yahweh:
João 6:39-41/Isaías 6, Hebreus 1:10-12/Salmo 102:25-27.

V. A Personalidade de Deus: Ele é Triuno

A. Evidência Escriturística: (Citações de The Works of B. B.


Warfield, vol. 2, páginas 133-135).

O termo “Trindade” não é um termo bíblico, e não estamos


usando uma linguagem bíblica quando definimos o que é
expresso por ela como a doutrina de que há somente um único
e verdadeiro Deus, mas que na unidade da Deidade há três
Pessoas co-eternas e co-iguais, a mesma em substância, mas
distintas em subsistência. Uma doutrina assim definida pode
ser chamada de doutrina bíblica somente sobre o princípio de
que o senso da Escritura é Escritura. E a definição de uma
doutrina bíblica em tal linguagem não-bíblica pode ser
justificada somente sobre o princípio de que é melhor preservar
a verdade da Escritura do que as palavras da Escritura. A
doutrina da Trindade reside na Escritura em solução; quando
ela é cristalizada por seu solvente ela não cessa de ser
escriturística, mas somente chega à uma visão mais clara. Ou,
para falar sem figura, a doutrina da Trindade é nos dada na
Escritura, não em definição formulada, mas em alusões
fragmentadas; quando reunimos esses membros
desconjuntados numa unidade orgânica, não estamos passando
da Escritura, mas entrando mais perfeitamente no significado
da Escritura. Nós podemos declarar a doutrina em termos
técnicos, supridos pela reflexão filosófica; mas a doutrina
declarada é uma doutrina genuinamente escruturística....De
fato, a doutrina da Trindade é uma doutrina puramente
revelada. Isto é, ela incorpora uma verdade que nunca foi
descoberta, e que é impossível de ser descoberta, pela natureza
humana. Com toda a sua pesquisa, o homem não seria capaz
de descobrir por si mesmo as coisas profundas de Deus.
Consequentemente, o pensamento étnico nunca alcançaria um
conceito trinitariano de Deus, nem qualquer religião étnica
apresenta, em suas representações do Ser Divino, qualquer
analogia à doutrina da Trindade.

Assim como a doutrina da Trindade é impossível de ser


descoberta pela razão, é também incapaz de ser provada pela
razão. Não há analogias na natureza, nem mesmo na natureza
espiritual do homem, que é feito à imagem de Deus. Em Seu
modo de ser trinitariano, Deus é único; e, como não há nada no
universo como Ele neste respeito, assim também não há nada
que possa nos ajudar a compreendê-Lo.

A prova fundamental de que Deus é uma Trindade é suprida,


dessa forma, pela revelação fundamental da Trindade na
realidade:

isto é, na encarnação de Deus o Filho e no derramamento de


Deus o Espírito Santo. Numa palavra, Jesus Cristo e o Espírito
Santo São as provas fundamentais da doutrina da Trindade.
Isto é o mesmo que dizer que toda a evidência de qualquer tipo,
e de qualquer fonte derivada, de que Jesus Cristo é Deus
manifesto em carne, e de que o Espírito Santo é uma Pessoa
Divina, é, da mesma forma, uma evidência da doutrina da
Trindade; e que, quando vamos para o Novo Testamento atrás
de evidências da Trindade, devemos buscá-las, não meramente
em alusões dispersas à Trindade como tal, numerosas e
instrutivas como elas são, mas primariamente em toda a
abundância de evidência que o Novo Testamento provê da
Deidade de Cristo e da personalidade Divina do Espírito Santo.
Quando dizemos isto, temos dito em efeito que a abundância
total do Novo Testamento é uma evidência da Trindade. Pois o
Novo Testamento é saturado com evidências da Deidade de
Cristo e da personalidade Divina do Espírito Santo.
Precisamente o que o Novo Testamento é, ou seja, a
documentação da religião do Filho encarnado e do Espírito
derramado, isto é, da religião da Trindade, e o que queremos
dizer por doutrina da Trindade não é nada senão a formulação
em linguagem exata do conceito de Deus pressuposto na
religião do Filho encarnado e do Espírito derramado.

B. AT: “Façamos”; três vezes santo (hagion) de Isaías;


plural Yahwehs em Gênesis 19:24.

C. NT: A Deidade do Filho & do Espírito com relação ao fato de


que há somente um Deus. Mateus 28:19-20. Sobre esta seção:
Deuteronômio 28:58 - “este nome glorioso e temível, Yahweh o
teu Deus”. Jeremias 14:9: “ Tu estás no meio de nós, Oh
Yahweh, e nós somos chamados pelo teu nome”. Jeremias
15:16: “Eu tenho sido chamado pelo Teu nome, Oh Yahweh,
Deus dos exércitos ”. 2 Crônicas 7:14 literalmente: “e o Meu
povo sobre quem o Meu nome é chamado...” c.f. Daniel 9:18-19.
Quando, portanto, nosso Senhor ordenou Seus discípulos a
batizarem àqueles que eles trouxessem à Sua obediência “em
nome do...”, Ele estava usando uma linguagem carregada do
mais alto significado para eles. Ele não poderia ter sido
entendido de outra forma além dessa, ou seja, de estar
substituindo o Nome de [Yahweh] por este outro Nome “do Pai,
do Filho e do Espírito [Santo]”; e isto não poderia de forma
alguma ter significado aos Seus discípulos outra coisa além de
que [Yahweh] seria agora conhecido a eles por um novo nome,
do Pai, e o Filho, e o Espírito Santo...Não há alternativa,
portanto, para entender Jesus aqui dando à Sua comunidade
um novo Nome para Yahweh, e que este novo Nome seria o
triplo Nome de “o Pai, o Filho e o Espírito Santo”. Nem há lugar
para dúvidas de que por “o Filho” neste triplo Nome, Ele queria
dizer apenas Ele mesmo com todas as implicações da
personalidade distinta do “Pai” e do “Espírito Santo”, com quem
“o Filho” é aqui associado, e de quem, da mesma forma, “o
Filho” é aqui distinguido. Isto é uma imputação direta de uma
personalidade tripla ao Yahweh Deus de Israel, e é, com isso, a
enunciação direta da doutrina da Trindade.

D. Triadic formulae [fórmula tríade]: 1 Tessalonicenses 1:3-5, 2


Tessalonicenses 2:13, 1 Coríntios 2:2-5, 6:11, 12:4-6, 2
Coríntios 1:21-22, 13:14, Romanos 8:26-27, 14:17-18, 15:16,
15:30, Colossenses 1:6-8, Efésios 2:18, 3:16-17, 4:4-6.
E. Declaração da Doutrina: 1. Há no Ser Divino apenas uma
essência (ousia, essentia) indivisível. 2. Neste Ser Divino único
há três Pessoas ou subsistências individuais, Pai, Filho e
Espírito Santo. 3. Toda a essência indivisível de Deus pertence
igualmente a cada uma das três pessoas. 4. A subsistência e
operação das três pessoas no Ser Divino é marcada por uma
certa ordem definida. 5. Há certos atributos pessoais pelos
quais as três pessoas são distinguidas. 6. A Igreja confessa que
a Trindade é um mistério que está além da compreensão do
homem.

1. Uma essência, substância, ou ousia.

2. O Pai não é o Filho, o Filho não é o Espírito, o Espírito não é


o Pai. 3 subsistências - “distinções pessoais dentro da essência
divina”. 3 modos de existência - há relações pessoais entre os
três.

3. Naturalmente segue-se a indivisibilidade da ousia de Deus.


Portanto, não pode haver subordinação de uma Pessoa à outra
com respeito ao ser essencial. Turretin certa vez disse, “A mente
do adorador não será distraída pela consideração de que há três
pessoas divinas, se ele se lembrar que toda a essência divina
está em cada uma das pessoas, de forma que se ele adora um,
adora todos”.

4. Pai, Filho, Espírito. O Filho é gerado pelo Pai. O Espírito


procede tanto do Pai como do Filho - também visto nas posições
de cada um deles no Pacto Eterno de Redenção.

5. opera ad intra: Pai geração; Filho filiação; Espírito


procissão. opera ad extra: criação, redenção, santificação.

6. Existência finita versus infinita.

F. Pacto Eterno de Redenção

Lembre-se da voluntariedade da humilhação de Cristo, Sua


nova posição única, como isto explica as passagens onde Ele
exclama “meu Deus” e como isto reflete as posições inerentes
dentro da Trindade eterna.
“Ao interpretar aquelas passagens nas quais a onipotência e a
exaltação divina (Filipenses 2:9) são ditas serem “dadas” ao
Filho encarnado, deve ser recordado que requer-se uma
natureza infinita para receber e exercer tais dons infinitos...Eles
são comunicáveis somente a uma pessoa infinita” (Shedd, vol.
1., p. 318).

Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto


Cuiabá-MT, 26 de Abril de 2005.

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