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Módulo Extra:

Quando e como ter um sócio, com Cris Schumann


Aula 1 – Eu preciso de um sócio?

Introdução
Seja muito bem-vinda ao Módulo Extra do Método MIDAS, que abordará
tudo o que você precisa saber sobre sociedade empresarial! Será que você
precisa de um sócio? Em quais situações uma sociedade vale a pena? Como seria o
sócio ideal para o seu negócio? Como ter uma relação harmoniosa, produtiva?
Todas essas perguntas (e muitas outras!) serão respondidas ao longo desse Módulo.
As aulas serão ministradas pela Cris Schumann, mestre e doutora em Saúde
pela Universidade Federal de Juiz de Fora, terapeuta cognitivo-comportamental e
diretora da Clínica Casule. Ao lado do seu sócio (e também marido!) Tiago Curcio, ela
comanda a empresa e supervisiona 11 salas de atendimento, 16 psicólogos, além de
um coach e uma nutricionista – fora as consultas on-line. Vamos lá?

Acompanhe o trabalho da Cris nas redes sociais!

Instagram da Cris: @crisschumann_


Instagram da Clínica Casule: @clinicacasule
Canal no YouTube: www.youtube.com/c/casuleplay
Site: www.casule.com
Sócio: ter ou não ter, eis a questão
Se você estiver começando o seu negócio agora, é bem provável que uma
das principais perguntas que passam pela sua cabeça é: eu preciso de um
sócio? Essa decisão vai ser boa para o meu negócio?
A verdade é que não existe resposta certa ou errada. O que existem são
situações em que ter um sócio pode acabar sendo, sim, uma necessidade da sua
empresa. Quais situações são essas?

1. Quando você tem uma ideia, mas não tem dinheiro. Você tem uma
projeto incrível, está super animada pra colocar em prática, mas infelizmente não
tem os recursos financeiros necessários para tirar aquilo do papel? Se a resposta
for sim, talvez seja interessante procurar um sócio que possa prover esse
dinheiro, esse investimento.
Claro que é perfeitamente possível conseguir esse dinheiro de outras
formas. Seja fazendo um empréstimo com uma instituição financeira, seja
negociando com amigos ou familiares que podem oferecer condições facilitadas
de juros e pagamentos... Mas, se você conhece alguém que esteja disposto a
abraçar sua ideia e tenha uma veia empreendedora, por que não?

2. Quando você precisa dividir a carga de trabalho. Imagine se, na


Clínica Casule, só tivesse a Cris para atender pacientes, treinar a equipe, pensar
nas estratégias de Marketing, lidar com a infraestrutura, resolver as questões
administrativas... Não tem como dar conta, né?
Um outro exemplo: imagine que você tem experiência trabalhando em
restaurantes, é apaixonada por essa área e quer abrir uma pizzaria, porque
desenvolveu uma receita incrível, que ninguém mais nesse nicho tem. Por outro
lado, você não tem experiência alguma com questões administrativas,
financeiras e/ou de gestão. Também faz sentindo procurar um sócio nessa
situação, já que ele (ou ela!) vai entrar com todo o conhecimento técnico que
você não tem, concorda?
Claro que, para esse caso, também é perfeitamente possível
simplesmente contratar funcionários, ao invés de assumir um compromisso
sério com um sócio. Porém, saiba que a sociedade empresarial pode ser um
caminho a se considerar.

3. Quando o seu negócio ainda não é a sua prioridade. Vamos supor que
você é funcionária pública há anos, sempre teve vontade de empreender e nunca
teve coragem. Depois de todo o conteúdo do Método MIDAS você resolve que,
sim, vai correr atrás desse sonho. Mas não tem como largar um emprego estável,
que paga suas contas e ajuda a sustentar sua família, do dia pra noite, certo?
Se você (ainda) não pode estar 100% disponível para o seu negócio, um
sócio pode vir a calhar. Nesses casos, o que você precisa é de alguém que entre
com o trabalho, a operação, a mão na massa e supra a sua ausência enquanto
você está lá no escritório, cumprindo suas 8h diárias de jornada de trabalho. É
muito importante, porém, que esse sócio esteja engajado e tão comprometido
como você.

Antes de prosseguir a reflexão sobre a necessidade (ou não) de um sócio,


vamos falar um pouquinho sobre uma teoria importante, que vai clarear a visão
do que realmente é preciso buscar para garantir a excelência e a eficiência de
qualquer empresa.

Os 3Ps
O Marcus Lemonis, CEO da Camping World e da Good Sam Enterprises,
defende que todo empreendedor precisa estar preocupado com os 3Ps do
negócio que comanda: pessoa, processo e produto.
Quando falamos de pessoa, estamos nos referindo tanto aos
colaboradores que trabalham na empresa, como aos clientes. Em relação aos
seus funcionários, é preciso pensar na formação contínua, na supervisão, no
ambiente de trabalho adequado. Já em relação aos clientes, é preciso garantir
que o atendimento oferecido está correspondendo (e, idealmente, superando)
às expectativas do consumidor.
Quando falamos de processo, estamos avaliando se as operações daquela
empresa estão claras, consistentes e eficientes. Por exemplo, imagine que você
vai jantar com o seu marido numa pizzaria. Vocês pedem uma pizza e a calabresa
vem moída e vocês amam! Algumas semanas depois, você gostou tanto que
resolve voltar, agora com amigas. Vocês pedem a mesma pizza, mas, dessa vez,
a calabresa vem cortada em tiras. Alguns meses depois, você volta no mesmo
estabelecimento com colegas de trabalho e, agora, a calabresa da pizza vem
cortada em cubinhos. É estranho, não é?
Ou seja, é preciso que toda a sua equipe esteja alinhada, na mesma
página. A linguagem, o método, a forma de trabalhar – tudo o que envolve a
operação da sua empresa precisa ter um padrão, para que todos os seus clientes
sejam atendidos da mesma forma, com a mesma energia, com a mesma
qualidade sempre.
Por fim, quando falamos de produto, estamos discutindo a importância
de entregar para o cliente uma experiência diferenciada, única. Todos os seus
produtos (ou serviços) precisam de um valor agregado, ou seja, precisam de
inovações constantes e detalhes que diferenciem o que você oferece do que
todo o resto do mercado está entregando. É aquela importância de adicionar um
bônus, um mimo, um agrado para o seu consumidor.

Portanto, antes de ficar muito preocupada com a questão da sociedade


empresarial, não esqueça de separar um tempinho para refletir como estão os
3Ps do seu negócio.

Os primeiros passos de uma sociedade empresarial


Voltemos para o assunto principal desse Módulo, o tão famoso (e, às vezes,
temido) sócio! A partir de agora, vamos partir do pressuposto que você decidiu,
sim, que ter uma sociedade empresarial é uma decisão acertada para o seu
negócio. Se esse não é o seu caso, não se preocupe – as teorias apresentadas
nesse Módulo serão valiosas da mesma forma e você poderá aplicar alguns
conceitos, inclusive, com os seus funcionários.
A primeira coisa que você precisa saber é que existem dois tipos de sócio:
o sócio investidor e o sócio trabalhador. Essa é a primeira decisão que você vai
precisar tomar.
O sócio investidor é uma pessoa que vai entrar apenas com os recursos
financeiros. Já um sócio trabalhador vai colocar a mão na massa junto com você,
atuando lado a lado. Não existe certo ou errado, o importante é que você entenda
a diferença e decida o que faz sentido para você.
Mas como saber qual sócio é certo para o seu negócio? Tenha em mente
que um sócio bom é aquele que vai conseguir oferecer o que você não tem (ou
tem, mas em pouca quantidade) – seja tempo, recursos financeiros, habilidades
específicas, influência... Não importa! O ideal é que você e seu sócio se
complementem. Mas fique tranquila que vamos conversar melhor sobre isso na
próxima aula.
Depois desse primeiro momento, é muito importante que as expectativas
estejam alinhadas. É preciso decidir quem vai trabalhar e quais serão as tarefas
de cada um; quem vai colocar o dinheiro e qual quantia será colocada por cada
um; quantas horas cada um vai trabalhar; quais serão as responsabilidades de
cada um... Enfim, absolutamente tudo que envolva o seu negócio precisa ser
conversado, ajustado. Esse é o segredo para evitar conflitos e garantir que a sua
sociedade empresarial seja bem-sucedida e harmoniosa! Diálogo e alinhamento
de expectativas, portanto, devem ser palavras de ordem para você e seu sócio a
partir de agora.
Quando falamos de alinhamento de expectativas, é primordial pensar em
propósito e valores. Propósito é aquilo que se busca alcançar, um objetivo, uma
meta. Já o valor é aquilo que acreditamos, um conceito que vai nortear todas as
suas decisões como empresária.
Vamos supor que você quer abrir uma Clínica de Psicologia, porque o seu
maior propósito é ajudar outras pessoas, diminuir o sofrimento psíquico delas. Se
você tiver um sócio cujo principal propósito é ganhar dinheiro, é muito provável
que essa relação não dê certo, porque existirão muitos conflitos de ideias, de
decisões, de objetivos.
Portanto, antes de fechar qualquer sociedade empresarial, converse
muito com o seu potencial sócio. Explique seus propósitos, seus valores.
Converse sobre os 3Ps. Tenha certeza que, ali, existem expectativas em comum.
Ter uma sociedade empresarial é
muito mais do que ter uma relação de
união com outra pessoa. É preciso buscar
uma relação de unidade. Pense em
quando você mistura café com leite
numa xícara, por exemplo. Quando esses
dois ingredientes estão juntos, não tem
como separar, como discernir o que é
café e o que é leite. Eles se tornam uma
coisa só. Esse tipo de relação que você
deve buscar construir.

Por fim, vamos finalizar essa aula muito recorrente relacionada a esse
tema: é melhor que o meu sócio seja alguém que eu não conheço muito ou
uma pessoa da minha família, um amigo próximo?
A resposta é: não importa. O que realmente precisa ser considerado na
hora de fechar uma sociedade empresarial é o alinhamento de expectativas, os
objetivos e propósitos convergindo para um mesmo lugar.
Essa pessoa pode ser um colega de trabalho que você conhece há 1 mês
ou o seu marido, com quem você tem um relacionamento há 5, 10 anos. O
importante é procurar alguém que complemente suas habilidades e, juntos,
vocês se tornem uma unidade.

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