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Módulo Extra:

Quando e como ter um sócio, com Cris Schumann


Aula 3 – Comunicação: Como cobrar o sócio?

Introdução
O que fazer para garantir que a relação com o seu sócio seja sempre
harmoniosa, frutífera, produtiva, bem-sucedida? Para que o convívio e o clima seja
leve, agradável? Para que exista, verdadeiramente, uma unidade em
sintonia?
Essa aula, portanto, vai abordar quatro pontos que servirão como
ferramentas para que esse relacionamento entre sócios seja saudável e positivo: 1)
comunicação; 2) as linguagens do amor; 3) separação entre vida profissional e
pessoal e, por fim, 4) como cobrar o sócio. Vamos lá?

Comunicação
Uma boa comunicação é primordial para o sucesso de qualquer
relação humana. Quanto mais próximo e íntimo for esse relacionamento,
mais importância a comunicação ganha. Portanto, ela é importantíssima
quando falamos de sociedade empresarial.
Existem algumas boas práticas
que, embora pequenas, fazem toda a
diferença, principalmente no longo
prazo. Tenha em mente também a
importância de prestar atenção no
que você está falando, como você
está falando e quando você está
falando.
1. Palavras pejorativas nunca mais!
A partir dessa aula, está estritamente proibido utilizar palavras
pejorativas com o seu sócio. Essa é uma prática extremamente agressiva,
prejudicial para qualquer relação humana e, portanto, deve ser abolida. Não
tem como não ficar chateado ao ouvir uma frase como: “Meu Deus, mas você
é muito burro mesmo! Como você conseguiu fazer isso de novo? Você vai falir
a nossa empresa desse jeito!”. Por que não abordar o assunto da seguinte
forma: “Você já parou pra pensar que já cometeu esse erro antes? Poxa, o
que está acontecendo? Como podemos melhorar?”.
Existe um conceito muito interessante criado pela Cris: as palavras
amortecedoras. Além do conceito de um amortecedor ser, justamente,
diminuir um impacto, existe aí um jogo de palavras: amor tecedor; amor tece
dor; amor tece a dor. O ideal é que, não importa quão difícil a situação esteja,
é importante evitar ao máximo palavras negativas e preferir palavras mais
positivas, gentis, carinhosas.

2. Falar dos seus sentimentos, evitando acusações


Em uma situação complicada, ao invés de “apontar dedos” e fazer
acusações, por que não falar sobre como você se sente? Existe uma diferença
muito grande entre dizer “Poxa, quando acontece XYZ, eu me sinto muito
insegura em relação à nossa sociedade” e dizer “Nossa, a gente não vai pra
frente por culpa sua mesmo, meu Deus!”.
Quando atacamos alguém com palavras, o outro, automaticamente,
produzirá duas reações: 1) defesa ou 2) contra-ataque. Nenhum desses
comportamentos é positivo ou produtivo, e vai acabar provocando uma
discussão, não um diálogo.

3. Cuidado com a linguagem não verbal!


A linguagem não verbal é tudo aquilo dizemos paro outro sem abrir a
boca. Nossos gestos, nossas expressões faciais e, até mesmo, nosso
silêncio. Da mesma forma que palavras podem acabar machucando, o que
não é dito também pode doer. Quem não fica irritado quando fala algo e,
como resposta, recebe uma revirada de olho? Portanto, outro quesito para se
prestar atenção.

4. Abordando os erros da forma correta


É muito comum que as pessoas se perguntem: quando acontece
algum descontentamento, ou um erro, o que é melhor – falar na hora ou
relevar para resolver depois?
Não tem resposta certa, a verdade é que depende. Depende do tipo de
erro, se foi a primeira vez, como o seu sócio recebe críticas... O ideal é evitar
constrangimentos, como, por exemplo, reclamar com o seu sócio em frente
de um cliente ou de outras pessoas.
O que também não é legal é o que chamamos de “não assertividade
passiva”. Ou seja, aquele famoso “engolir sapo”. Quando isso se torna
recorrente, eventualmente a pessoa vai estourar (seja você ou seu sócio),
provocando um conflito enorme que poderia ter sido evitado. Não tenha
medo de conversar e defender seu ponto de vista, apenas tenha cuidado e
empatia.
Mas e se o seu sócio for uma pessoa “difícil” de conversar, de lidar?
Coloque ele para assistir essa aula com você! Mostre como a comunicação é
importante e explique se, sem confiança, paciência e assertividade,
nenhuma relação humana vai trazer resultados positivos.
As 5 linguagens do amor
Um outro conceito muito utilizado na Psicologia, principalmente
quando abordamos relacionamentos amorosos, é a teoria das 5 linguagens do
amor. O mais legal, porém, é que é possível aplicar esse exercício em
absolutamente qualquer relação humana – e você pode (e deve!) utilizar
esse conceito para desenvolver uma relação melhor com o seu sócio.
Desenvolvida pelo escritor norte-americano Gary Chapman, a teoria
das 5 linguagens do amor defende que todos os seres-humanos podem
receber e expressar o sentimento pelo outro de cinco formas diferentes.
Vamos conhecê-las a seguir.

1. Presentes
Aqui, quando falamos de presente, o que menos importa é o valor
financeiro. A verdade é que quem sente o amor através dessa linguagem
precisa de uma materialização daquele sentimento. Seja uma joia ou um
chocolatinho, o importante é que receber aquilo provoca gratidão, felicidade,
realização.

2. Palavras de afirmação
“Eu te amo”, “você é uma pessoa muito importante pra mim”, “sem
você, nosso negócio nunca teria chegado até aqui”, “obrigada pelo apoio,
pela parceria”. Frases como essas são absolutamente tudo para quem sente
o amor do outro através das palavras de afirmação. Se esse for o seu caso, por
exemplo, por que não compartilhar esse fato com o seu sócio?

3. Tempo de qualidade
Sabe aquele tipo de pessoa que fica irritada se você senta no sofá pra
assistir um filme, mas acaba pegando o celular pra responder mensagens?
Essa é a pessoa que sente o amor através do tempo de qualidade, ou seja,
sente a necessidade de uma atenção especial, um tempo efetivamente junto.
O tempo de qualidade, na verdade, é muito importante para construir
qualquer relação humana sólida, consistente, duradoura. Portanto, não
subestime a necessidade de sentar com o seu sócio, pelo menos de 15 em 15
dias, para conversar sobre a empresa e alinhas expectativas. É interessante,
também, que você trabalhe a relação com o seu sócio para além do trabalho,
afinal, é provável que vocês passem muito tempo juntos! Portanto, tomar um
cafézinho de vez em quando para jogar conversa fora também é importante.

4. Toque físico
Mais do que simplesmente saber que aquele amor existe, algumas
pessoas precisam senti-lo fisicamente. Beijos, abraços, mãos dadas, toques...
Essas são aquelas pessoas que adoram receber um carinho, um cafuné, uma
massagem.
Se você perceber que o seu sócio se comunica através dessa linguagem
de amor, por que não segurar na mão dele em momentos difíceis, por
exemplo? “Poxa, fica calma, que vamos pensar numa solução”. Um aperto
de mão ou high five (o famoso “toca aqui”), por exemplo, também são
interessantes nessa situação.

5. Atos de serviço
Aqui, o que você faz pelo outro é mais valioso do que qualquer palavra
ou presente. Essas são as pessoas que gostam de sentir que estão sendo
apoiadas e que, quando elas precisarem, você estará lá. Seja para resolver uma
pendência no banco, adiantar um projeto, despachar um pedido... Existem
milhares de formas de expressar o amor através de atos de serviço dentro do
ambiente de trabalho, portanto, esteja atenta se o seu sócio se comunica com
essa linguagem.

Agora que já conhecemos as 5 diferentes formas de expressar o amor


que sentimentos pelo outro, é bem provável que você já tenha pensado qual
é a sua, seja na forma de sentir, seja na forma de demonstrar o amor.
Porém, não deixe de fazer o download do Teste das 5 Linguagens do
Amor, disponível nos Materiais de Apoio dessa aula. Não esqueça, também, de
pedir para que o seu sócio faça o teste. Dessa forma, vocês podem alinhar a
comunicação e empoderar uma sociedade que já existe ou prevenir
problemas numa sociedade que está nascendo agora, que está por vir.

Amigos, amigos... negócios à parte?


A pergunta que não quer calar: vida pessoal e vida profissional devem
se misturar em uma sociedade empresarial?
Mais uma vez, a resposta é: depende. Existem pessoas que ficam muito
irritadas se, durante um jantar entre amigos, o assunto principal se torne
trabalho. Outras pessoas nem se importam tanto assim.
O ideal é que exista um equilíbrio entre vida pessoal e vida
profissional. E esse equilíbrio é uma questão muito individual, vai depender
muito do que funciona melhor na sua situação, na sua empresa, no seu
negócio.
Às vezes, essas duas áreas acabam se misturando muito e se torna uma
situação desconfortável. Às vezes, existem relações entre sócios que estão
precisando de um pouquinho mais de intimidade, de convivência para
fortalecer a unidade.
É fundamental, porém, que
exista aquilo que podemos chamar,
carinhosamente, de distância de
porcos-espinhos. Em lugares frios,
os porcos-espinhos não podem
dormir muito longe um do outro,
senão eles sentem muito frio.
Porém, eles não podem dormir grudados, agarrados, senão eles se
espetam e, consequentemente, se machucam! Por isso, tenha isso em mente:
você deve, sim, ser próxima do seu sócio, mas uma distância de segurança
deve existir, para que ninguém invada o espaço de ninguém.
Mas e a cobrança?
Chegamos, então, na pergunta de 1 milhão de reais: como cobrar o
sócio? Se a sua sociedade estiver desalinhada, desregulada e sem um Acordo
de Expectativas bem definido, essa questão é, de fato, complicada.
Porém, uma vez que você fez, logo no início, um Acordo de Expectativas
bem amarrado, com tudo ajustado e acertado, é muito simples. Basta marcar
uma reunião, voltar lá no que foi acordado e conversar. “Você tinha se
proposto a fazer X, mas não tem tido essa responsabilidade. Você tinha dito
que trabalharia X horas por semana, mas está trabalhando Y. O que está
acontecendo?”. O combinado não sai caro, não é mesmo?
Por fim, lembramos, mais uma vez, a importância de reuniões e
feedbacks constantes. Esses encontros, per se, já são uma oportunidade de
“cobrar”, de discutir o que tem funcionado e o que precisa ser ajustado. Para
te ajudar nesse sentido, não deixe de fazer o download do “Roteiro de reunião
de sócios”, disponível no Material de Apoio dessa aula.

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