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SENAC

Anderson Rodrigues Freitas


Alessandra Magalhães Torres
Vanessa Adriana de Araujo

Avaliação do conforto térmico de soldadores de uma usina sucroalcooleira do interior


paulista

Ribeirão Preto
2015
Anderson Rodrigues Freitas
Alessandra Magalhães Torres
Vanessa Adriana de Araujo

Avaliação do conforto térmico de soldadores de uma usina sucroalcooleira do interior


paulista

Trabalho de conclusão de curso


apresentado ao SENAC Ribeirão Preto,
como exigência parcial para obtenção do
título de especialista em ergonomia.

Orientadora: Profª. Me. Carina Morais


Magri

Orientadora: Profª. Me. Elaine Cristina


Silva

Ribeirão Preto
2015
F862a Freitas, Anderson Rodrigues.

Avaliação do conforto térmico de soldadores de uma usina


sucroalcooleira do interior paulista. / Anderson Rodrigues Freitas;
Alessandra Magalhães Torres; Vanessa Adriana de
Araujo – Ribeirão Preto, 2015.
80 f.: il.: color.

Orientadora: Me. Carina Morais Magri; Me. Elaine Cristina Silva.


Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-graduação em
Ergonomia) – Senac Ribeirão Preto – Ribeirão Preto 2015.

Descritores: 1. Sensação Térmica. 2. Ergonomia. 3. Saúde


do Trabalhador. 4. Temperatura Elevada. 5. Exaustão por Calor. I.
Autor. II. Magri, Carina Morais. III. Silva, Elaine Cristina. IV. Título.

CDD 620.82
Anderson Rodrigues Freitas
Alessandra Magalhães Torres
Vanessa Adriana de Araujo

Avaliação do conforto térmico de soldadores de uma usina


sucroalcooleira do interior paulista

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao SENAC


Ribeirão Preto, como exigência parcial para obtenção do título
de especialista em ergonomia.

Orientadora: Profª. Me. Carina Morais Magri

Orientadora: Profª. Me. Elaine Cristina Silva

A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão, em sessão pública realizada em


____/______/_________, considerou o(a) candidato(a): ______________________

1) Examinador (a): _______________________________________

2) Examinador (a): _______________________________________

3) Presidente: ___________________________________________
Às nossas famílias, professores e amigos.
AGRADECIMENTOS

À Deus acima de todas as coisas, e às oportunidades oferecidas.

Ao senhor Joel Benedito Roque, Engenheiro de Segurança do Trabalho, que

nos apresentou o tema de pesquisa e colaborou com as coletas de dados, nosso

muito obrigado.
É impossível progredir sem mudança,
e aqueles que não mudam suas mentes
não podem muda nada.

George Bernard Shaw


RESUMO

Introdução: A exposição ao calor é uma condição intrínseca a função de soldador, o


que tem provocado percepções de desequilíbrio térmico, uma situação que não deve
ser atribuída somente ao processo de solda, mas que é ampliada pelo implemento
de roupas e equipamentos de proteção e das condições ambientais dos postos de
trabalho. Assim, torna-se fundamental analisar a relação destas variáveis às
características e percepções de conforto dos trabalhadores que realizam a atividade
de recuperação do martelo de moenda através do processo de solda, a partir da
perspectiva da ergonomia. Objetivos: Analisar as condições de conforto térmico de
soldadores durante as atividades de recuperação do martelo de moenda, a partir da
análise da atividade, através do método da análise ergonômica do trabalho.
Materiais e Método: O método assumido foi a Análise Ergonômica do Trabalho,
uma metodologia da Ergonomia. Para tanto, foi delimitado uma investigação do
estado de saúde dos trabalhadores e ocorrências de doenças ocupacionais que
demonstrassem possíveis relações com o calor, níveis de exposição térmica,
temperatura efetiva e percepção térmica dos trabalhadores durante as atividades,
bem como sensações de desgastes, fadiga e de dores no corpo. Resultados: A
atividade era desenvolvida por sete trabalhadores, com idade média de 40,28 anos
(dp 40,28). Não foram evidenciados relações entre o estado de saúde declarado e
registro de doenças ocupacionais com os fatores térmicos do trabalho. No entanto, a
percepção subjetiva do conforto térmico demonstrou que 71,4% (n= 5) dos
trabalhadores sentem que o desconforto durante a atividade se apresentava em
níveis de intenso a muito intenso. A avaliação da percepção térmica do local,
comparado com a sensação de conforto térmico evidenciou diferenças estatísticas
significativas (p = 0,048), porém medições das variáveis ambientais inferiram que no
período da tarde, a temperatura do local de trabalho é intensificada, implicando
sobre os valores de exposição ao calor e temperatura efetiva. Conclusão: O estudo
comprovou que os trabalhadores percebem que suas atividades provocam
desconforto térmico e que as condições ambientais do local, bem como a arquitetura
e layout dos postos de trabalho contribuem para estes aspectos negativos.

Palavras-chave: Sensação Térmica; Ergonomia; Saúde do Trabalhador;


Temperatura Elevada; Exaustão por Calor.
ABSTRACT

Introduction: Exposure to heat is an intrinsic condition welder function, which has


led to perceptions of thermal imbalance, a situation which should not be attributed
only to the weld process, but is amplified by the implement of protective clothing and
equipment and environmental conditions of employment. Therefore, it is essential to
analyze the relationship of these variables to the characteristics and comfort of
perceptions of workers who perform the recovery activity of the hammer milling
through the welding process, from the perspective of ergonomics. Objectives: To
analyze the thermal comfort conditions of welders during the recovery activities of the
milling hammer, from the activity analysis, through the method of ergonomic work
analysis. Materials and Methods: The default method was the Ergonomic Work
Analysis, a methodology of ergonomics. To this end, an investigation of health status
was defined for workers and occupational disease occurrences that demonstrate
possible relationships with the heat, thermal exposure levels, effective temperature
and thermal perception of workers during activities, as well as feelings of exhaustion,
fatigue and pains in the body. Results: The activity was developed for seven
workers, with an average age of 40.28 years (SD 40.28). No relationships were
shown between health status declared and registration of occupational diseases with
the thermal factors of work. However, the subjective perception of thermal comfort
showed that 71.4% (n = 5) of workers feel that the discomfort during activity
presented itself at levels from intense to very intense. The evaluation of thermal
perception of the place, compared to the feeling of thermal comfort showed
statistically significant differences (p = 0.048), but measurements of environmental
variables inferred that in the afternoon, the temperature of the workplace is
enhanced, implying about values exposure to heat and effective temperature.
Conclusion: This study showed that workers realize that their activities cause
thermal discomfort and environmental conditions of the site and the architecture and
layout of workplaces contribute to these negative aspects.

Keywords: Thermosensing; Ergonomics; Occupational Health; Hot Temperature;


Heat Exhaustion.
LISTA DE GRÁFICO

Gráfico 1 – Série histórica da previsão de tempo dos últimos 30 anos do município

onde se localizava a usina (CLIMA TEMPO, 2015) ............................... 36

Gráfico 2 – Níveis de percepção térmica por trabalhadores, segundo indicadores da

escala de BORG (Ribeirão Preto, 2015) ................................................ 43


LISTA DE QUADRO

Quadro 1 – Relação entre as características do tipo de atividade relativos ao gasto

energético e exposição ao calor para regimes de descanso para pausa

térmica no próprio local de trabalho, conforme sugerido pelo Quadro nº

1, do Anexo III, da NR 15 ..................................................................... 45

Quadro 2 – Descrição detalhada da atividade de retirada dos martelos a serem

recuperadas do caixote metálico .......................................................... 70

Quadro 3 – Descrição da atividade de enchimento do martelo – fase de

preenchimento do material desgastado com solda MIG ...................... 72

Quadro 4 – Descrição da atividade de enchimento do martelo – fase de

revestimento com eletrodo revestimento arque 45 (4,0 mm) ............... 75

Quadro 5 – Descrição da atividade de enchimento do martelo – fase de

balanceamento do martelo ................................................................... 77


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Levantamento de variáveis ambientais, através de aparelhos de

medicação de estresse térmico e anemômetro (Ribeirão Preto, 2015) .. 44

Tabela 2 – Valores medianos referentes a exposição ao calor, calculado a partir da

equação do Anexo III, da NR 15, para trabalhos em ambiente internos ou

externos sem carga solar (Ribeirão Preto, 2015) ................................... 45

Tabela 3 – Descrição diária e por período de valores referente a exposição ao calor

conforme recomendações da NR 15 (Ribeirão Preto, 2015) .................. 46

Tabela 4 – Temperatura efetiva do local de trabalho (Ribeirão Preto, 2015) ........... 47

Tabela 5 – Comparação entre os níveis de exposição ao calor e temperatura efetiva

do local de trabalho (Ribeirão Preto, 2015) ............................................ 48


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 14

2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 17

2.1 Geral ............................................................................................................. 17

2.2 Específicos ................................................................................................... 17

3 REFERÊNCIAL TEÓRICO ................................................................................. 18

3.1 Estudos introdutórios sobre ergonomia ........................................................ 18

3.2 Ergonomia: conceito, tipos e legislação brasileira ........................................ 19

3.3 Ambiente de trabalho, ambiência física e calor ............................................ 21

3.4 Conforto térmico e produtividade .................................................................. 23

4 METODOLOGIA ................................................................................................. 26

4.1 Natureza do estudo ...................................................................................... 26

4.2 Casuística ..................................................................................................... 26

4.3 Breve descrição da tarefa ............................................................................. 26

4.4 Materiais e métodos ..................................................................................... 27

4.5 Aspectos Éticos ............................................................................................ 29

4.6 Análise estatística dos dados ....................................................................... 30

5 ESTUDO DE CASO – ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO ................... 31

5.1 Análise da demanda ..................................................................................... 31

5.2 Origem da demanda ..................................................................................... 31

5.3 Problemas e questões levantadas referentes às sensações térmicas ......... 31

5.4 Objetivos iniciais da análise ergonômica do trabalho ................................... 32

5.5 Construção do problema .............................................................................. 32

5.5.1 Levantamento dos diferentes atores sociais do trabalho ....................... 32

5.6 Descrição do funcionamento geral da empresa e do setor de solda ............ 33

5.6.1 Características da empresa e do setor de solda .................................... 33


5.6.2 Aspectos sociais e demográficos do setor de solda ............................... 34

5.6.3 Contexto Normativo ................................................................................ 35

5.6.4 Ambiente geográfico e climático do local ............................................... 35

5.6.5 Dimensão técnica do trabalho ................................................................ 36

5.6.6 Dimensão da produção da empresa e do setor de solda ....................... 37

5.7 Análise da tarefa ........................................................................................... 38

5.8 Análise da atividade...................................................................................... 39

5.9 Resultados .................................................................................................... 41

5.9.1 Caracterização sócio demográfica do público estudado ........................ 41

5.9.2 Exigências do trabalho e saúde ocupacional ......................................... 41

5.9.3 Avaliação e percepção das condições ambientais de trabalho .............. 42

5.9.4 Exposição ao calor e temperatura efetiva .............................................. 43

5.10 Discussão ..................................................................................................... 49

5.10.1 População do estudo e saúde ocupacional ............................................ 49

5.10.2 Condições ambientais, percepção térmica e temperatura efetiva .......... 49

5.11 Recomendações ergonômicas ..................................................................... 53

6 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ............................................................................ 54

7 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 55

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57

ANEXO A – Escala modificada de percepção subjetiva de Borg .............................. 62

APÊNDICE A – Questionário sócio demográfica, profissional e de saúde ................ 63

APÊNDICE B – Questionário de caracterização das vestimentas e EPIs ................. 65

APÊNDICE C – Termo de autorização da diretoria da empresa ............................... 66

APÊNDICE D – Termo de autorização do departamento .......................................... 67

APÊNDICE E – Termo de consentimento livre e esclarecido ................................... 68

APÊNDICE F – Descrição sistemática da atividade de enchimento de martelo ....... 70


APÊNDICE G – Descrição sistemática da atividade de enchimento de martelo – fase
de soldagem .............................................................................................................. 72

APÊNDICE H – Descrição sistemática da atividade de revestimento de martelo ..... 75

APÊNDICE I – Descrição sistemática da atividade de balanceamento de martelo ... 77


14

1 INTRODUÇÃO

As condições ambientais de trabalho são variáveis de extrema importância


não só para a saúde do trabalhador, mas também, para a saúde produtiva de uma
empresa. A busca por condições adequadas de trabalho tem composto as iniciativas
de gerenciamento de várias empresas, as quais são associadas a uma gestão de
qualidade do trabalho (WACHOWICZ, 2012), mas também como reflexo de leis e
normas trabalhistas.
Segundo Wachowicz (2012), um ambiente de trabalho deve emanar
condições que favoreçam a manutenção da saúde e segurança de todos os seus
integrantes, devendo ser agradável, ao mesmo tempo oferecer meios para as
manifestações de sensações de prazer e bem-estar para seus trabalhadores.
São diversos os fatores de ambiência física presentes no trabalho, sendo
eles iluminação, ruído, vibração, temperatura (frio – calor), entre outros. No entanto,
não se trata apenas de controlar estas variáveis a níveis limítrofes à vida do
trabalhador, e sim, buscar uma adequação entre níveis salutares e a percepção
subjetiva do operário sobre o quanto os limites indicados oferecem conforto para o
trabalhador e favorece o seu rendimento produtivo (MILLANVOYE, 2007).
Para tanto, estas variáveis ao serem mensuradas devem ser consideradas
na sua relação de espaço e tempo, ou seja, como os aspectos ambientais se
propagam por entre os espaços e postos de trabalho, assim como qual o tempo de
exposição do trabalhador, porém não se trata apenas de uma ação de aferição, é
necessário considerar as implicações destas variáveis unidas à rotina, segurança,
conforto, saúde e desempenho no trabalho (MILLANVOYE, 2007).
Dentre as diversas variáveis, aquelas relacionadas às questões térmicas –
calor ou frio, umidade e ventilação – devem ser analisadas a partir da perspectiva de
prevenir doenças ocupacionais e preservar a saúde do trabalhador. Variações
extremas de calor ou frio podem resultar em complicações ao estado de saúde dos
operários, o que acarretaria também em perda do rendimento produtivo, erros e
acidentes de trabalho (IIDA, 2005; KROEMER, GRANDJEAN, 2005; MILLANVOYE,
2007)
Porém, existem algumas situações de trabalho que as variáveis térmicas
representam uma constante no processo produtivo, como no caso de trabalhadores
de câmaras frigoríficas ou aqueles que atuam em fundições de minério, onde o frio e
15

o calor se fazem presentes. Contudo, torna-se necessário estabelecer alternativas


para resguardar a saúde do trabalhador e garantir a sua eficiência laboral (IIDA,
2005; MILLANVOYE, 2007).
No setor da indústria sucroalcooleira é constante a descrição de funções que
imprimem sobre seus trabalhadores a exposição ao calor, a exemplo da função de
soldador, na atividade de recuperação do martelo de moenda. Tal variável é
resultante do próprio ambiente de trabalho, decorrente do calor emitido das
máquinas em funcionamento, caldeiras, da falta de ventilação no local, baixa
umidade do ar e, no caso da função de soldador em específico, é aditivado ao fator
térmico, a produção de calor derivada da queima do eletrodo de solda.
Embora a fisiologia demonstre que o ser humano possui uma grande
capacidade de tolerância às variáveis climáticas, a exposição às condições
ambientais extremas pode implicar em alterações em diversos tecidos,
apresentando modificações no funcionamento fisiológico do corpo humano como o
aumento do ritmo cardíaco, diminuição da pressão arterial, redução da circulação
periférica e colapso irreversíveis do sistema nervoso central (IIDA, 2005; KROEMER,
GRANDJEAN, 2005).
Neste sentido, não se trata apenas de estabelecer níveis aceitáveis de
condições de trabalho ou medidas de proteção, mas também garantir que tais
intervenções ofertem, também conforto para o trabalhador ao desempenhar suas
funções e que favoreçam um bom desempenho em suas atividades laborativas
(WACHOWICZ, 2012).
No Brasil, o Ministério do Trabalho e Emprego, considerando as variáveis
ambientais como fatores que influenciam a saúde do trabalhador, buscou apontar
para empregadores e empregados níveis salubres destas condições e estabeleceu
Normas Regulamentadoras objetivando resguardar a saúde e integridade dos
trabalhadores (BRASIL, 1978a). Estas normas estabeleceram aos empregadores a
obrigação de realizarem avaliações das condições ambientais de trabalho,
determinando ações que impliquem na prevenção de doenças ocupacionais,
acidentes de trabalho, promoção da saúde do trabalhador e conforto no trabalho.
Assim, a portaria de nº 3.751/90 inseriu às normatizações uma visão à
saúde e segurança do trabalhador a partir das perspectivas do entendimento da
ergonomia do trabalho, a qual é apontada na norma de número 17 – Ergonomia
(BRASIL, 1978d). Esta norma determina a incumbência ao empregador de promover
16

adaptações das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos


trabalhadores, e sugere que sua avaliação pode ser realizada através do método de
Análise Ergonômica do Trabalho, de modo a subsidiar que tais adequações
representem o máximo de conforto, saúde e segurança no trabalho, ao mesmo
tempo que garanta desempenho produtivo do trabalhador (BRASIL, 2002).
Dentro do exposto, cabe estabelecer um debate entre ambiências físicas e a
avaliação ergonômica dos postos de trabalho, fazendo com que estas relações
sejam constituídas de forma integradora, onde negligenciar tais variáveis pode
resultar em complicações às esferas do trabalho e sobre a saúde do trabalhador,
ocasionando erros no processo produtivo, perda de rendimento, doenças
ocupacionais, acidentes de trabalho e culminando até mesmo, à morte.
Muito embora, as determinações da Norma Regulamentadora 9, ao
estabelecer a obrigatoriedade às empresas em constituir Programas de Prevenção
de Riscos Ambientais, a partir do levantamento dos riscos ambientais (BRASIL,
1978b), esta normatização se fixa apenas à reconhecer níveis de tolerância, as
quais são apresentadas pela norma regulamentadora 15 (BRASIL, 1978c), e
determinar medidas para que estas sejam mantidas dentro das faixas aceitáveis ou
de tempo de exposição permitida e ignora o fato das relevâncias que estas variáveis
– adequada ou não – exercem sobre a percepção do trabalhador ao exercer sua
função.
Assim, tendo em vista que as diversas variáveis ambientais, às quais os
trabalhadores que desenvolvem a função de solda durante a recuperação do martelo
da moenda encontram-se expostos, torna-se eminente investigar tais condições a
partir da óptica da ergonomia, ou seja, neste caso busca-se investigar quais as
implicações ambientais que podem estar associados ao desconforto térmico
percebido pelos trabalhadores, estabelecendo uma análise ergonômica do trabalho,
a fim de avaliar a interação humano com o sistema de produção, a partir da
compreensão da complexidade do trabalho.
17

2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Analisar as condições de conforto térmico de soldadores durante a atividade


de recuperação do martelo de moenda, a partir da análise da atividade, através do
método da análise ergonômica do trabalho.

2.2 Específicos

 Realizar aferições de temperatura, umidade e ventilação do local de


trabalho do soldador;
 Verificar a temperatura efetiva do local de trabalho;
 Identificar a percepção do trabalhador em relação à sua sensação de
conforto, quanto sua atividade;
 Propor adaptações e adequações das condições de trabalho que
favoreçam um melhor conforto térmico dos trabalhadores.
18

3 REFERÊNCIAL TEÓRICO

3.1 Estudos introdutórios sobre ergonomia

Nos dias atuais podemos constatar e vivenciar a importância da ergonomia


em todos os trabalhos realizados pelo ser humano ao longo de todo o dia e, até
mesmo, na posição adotada para dormir. Sua aplicabilidade é de mudar o meio em
que a pessoa se encontra de forma a estabelecer um bem-estar e rentabilidades nas
tarefas diárias e no trabalho.
Por sua abrangência, os estudos na área da ergonomia tornam-se
interessantes e instigam a capacidade de desvendar várias informações ainda pouco
exploradas pois, mesmo com o seu tempo de existência enquanto ciência, as suas
possibilidades de investigação e pesquisa no campo científico-profissional, que são
abrangentes, mas que ainda demanda demasiada divulgação, conduz a um
pensamento equivocado de que se trata de uma ciência relativamente nova (LIMA et
al., 2010).
Os estudos da ergonomia aplicados à produtividade tiveram como marco a
Revolução Industrial do século XlX com as ideias do engenheiro norte americano
Frederick W. Taylor, que buscou normatizar os processos produtivos das fábricas,
de modo a garantir a economia e eficácia de materiais e do próprio tempo de
trabalho, para assim conseguir maior produtividade e aumentos nos lucros
(PRYZYGODA, 2012).
Mas, a oficialização do termo ergonomia foi consolidada no ano de 1949,
pelo então engenheiro inglês Kenneth Frank Hywel Murrell, membro da Ergonomic
Research Society, a primeira entidade de pesquisa sobre o tema (LIMA et al., 2010).
Em um contexto histórico, pode-se afirmar que os avanços tecnológicos da
Segunda Guerra Mundial aplicados no cotidiano civil, geraram diversas dificuldades
em lidar com equipamentos. Isso fez com que aumentassem as chances de erro
humano, levando acadêmicos e psicólogos militares a realizarem pesquisas na área
do trabalho e com isso, investigarem situações que envolvessem interações entre
pessoas, equipamentos e ambiente (CORRÊA, BOLETTI, 2015), o que resultou em
diversos estudos sobre a ergonomia, tanto no âmbito do trabalho como também fora
dele.
Porém, a difusão deste tema no Brasil, teve sua consolidação registrada
19

junto ao curso de engenharia de produção da Universidade de São Paulo (USP),


durante os anos 60 (sessenta), onde a ergonomia começou a ser discutida por entre
as cadeiras de formação profissional, originando a primeira tese brasileira sobre o
tema (LUCENA, 2009). Contudo, o início dos estudos de ergonomia no Brasil esteve
centrado nas áreas da engenharia e design de forma não experimental, e em
contrapartida surgiram vertentes na área da psicologia, que buscaram compreender
o comportamento de motoristas a partir de critérios da organização do trabalho
(LUCIO et al., 2010).
Atualmente, a ergonomia é tida como uma ciência que visa estudar a relação
existente entre homem e trabalho, tendo como base, o local onde o homem trabalha,
os instrumentos, métodos, enfim, como é organizado, conduzido e realizado o
trabalho, o que também demanda conhecimentos e habilidades no campo da
psicologia, biomecânica, antropometria, entre outros (CORRÊA, BOLETTI, 2015).
Assim, o objetivo central da ergonomia é a integração do homem com o meio
ambiente, de modo a estabelecer uma condição mais cômoda e eficiente possível,
seja em casa, no trabalho ou no lazer. Mas, foi apenas na década de 80, que a
ergonomia adquire prestígio entre empresários brasileiros, mediante as suas
necessidades de competitividade perante a abertura das fronteiras comerciais,
relacionando-a à eficiência produtiva e também às exigências das legislações de
segurança e preservação da saúde do trabalhador (LUCIO et al., 2010)

3.2 Ergonomia: conceito, tipos e legislação brasileira

A palavra ergonomia, deriva-se da junção de outras duas palavras gregas,


ergon (trabalho) e nomos (leis), formando a dicção Ergonomia, a qual está
relacionada com o conhecimento utilizado para melhorar o trabalho concretizado
pelo homem (CORRÊA, BOLETTI, 2015).
Em 2000, a International Ergonomics Association (IEA) definiu a ergonomia
como sendo uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações
entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, bem como a aplicação de
teorias, princípios, dados e métodos a projetos que visavam otimizar o bem-estar do
ser humano e o desempenho global do sistema (INTERNATIONAL ERGONOMICS
ASSOCIATION, 2000).
No Brasil, no ano de 2004, a Associação Brasileira de Ergonomia
20

(ABERGO), definiu a ergonomia como sendo uma disciplina que articula


conhecimentos sobre a pessoa, sobre tecnologia e a organização, visando sustentar
sua prática de mudança da atividade profissional, bem como uso e manuseio de
produtos ou sistemas. E que os objetivos da ergonomia é realizar uma
transformação positiva na configuração da situação de trabalho e no projeto de
produtos (CORRÊA, BOLETTI, 2015).
Sendo assim, de forma a atender a amplitude dimensional da ergonomia,
torna-se necessário, encampar sobre a luz do seu conhecimento, aspectos
relacionados aos equipamentos, ferramentas, mobiliários e instalações de trabalho,
levando em conta também o ambiente físico, as comunicações, tomadas de
decisões e a organização como um todo, seja eles sobre os aspectos físicos e/ou
cognitivos (LUCENA, 2009).
No âmbito do estudo sobre ergonomia é de extrema importância destacar
que estes se estendem por três dimensões, sendo: 1) Ergonomia Física: refere aos
aspectos físicos encontrados em uma determinada ocasião do trabalho adequando a
habilidade do corpo humano; 2) Ergonomia Cognitiva: refere-se à mente humana, a
capacidade mental no ambiente de trabalho de analisar, processar e interpretar as
informações; e 3) Ergonomia Organizacional: relacionada à maximização de
resultados dos trabalhos realizados nos processos empresariais (INTERNATIONAL
ERGONOMICS ASSOCIATION, 2000; MÁSCULO, VIDAL, 2011; PRYZYGODA,
2012; ROJAS, 2015).
No âmbito das Legislações do Brasil, desde a promulgação do Decreto-Lei n.
5.452, de 1º de maio de 1943, o qual aprovou e tornou pública a Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), está declarado que todos trabalhadores brasileiros têm
assegurados direitos enquanto trabalhadores, o que engloba o tempo da jornada de
trabalho semanal, higiene no local de trabalho, a segurança na execução das
tarefas, um ambiente confortável e que permita um bom desenvolvimento do ofício,
a determinação, por parte do empregador, que o empregado não realize tarefas
superiores às suas forças, entre outros direitos (BRASIL, 1943).
Em 19 de setembro de 1990, foi publicada a Lei n. 8.080, resultando no
auxílio e proteção a todos os profissionais, tornando dever do Estado prover as
condições indispensáveis para que todo cidadão tenha acesso à saúde (BRASIL,
1990). Esse amparo legal que, como afirmado, se estende aos profissionais
(trabalhadores), foi uma importante conquista pois, com essas determinações legais,
21

ampliaram-se os cuidados com a saúde, visto que existem condutas e posturas que
podem prejudicar o trabalhador.
A Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) estabeleceu
as Normas Regulamentadoras (NRs) de Segurança e Saúde no Trabalho, onde a
normatização Norma Regulamentadora (NR) de número 17, intitulada de Ergonomia,
destaca que para que as condições de trabalho sejam as melhores possíveis é
importante que se dê atenção ao modo de como o trabalho está sendo
desenvolvido, pois a postura indevida na realização de procedimentos,
principalmente aquele repetitivo, como já mencionado, pode causar sérios danos à
saúde (BRASIL, 2002).
A então referida NR 17, normatização que aborda a ergonomia no trabalho,
infere importância para as condições de trabalho sobre os trabalhadores. Trata-se
de uma norma sustentada por conceitos da análise das atividades de trabalho
(BRASIL, 2002), a partir do entendimento da ergonomia, onde visa estabelecer
parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, a partir das dimensões físicas, cognitivas e
organizacionais do trabalho (BRASIL, 1978d; 2002).
Mas, para que os objetivos da NR 17, os quais se apoiam em promover o
máximo conforto, saúde, segurança e desempenho eficiente do trabalhador
(BRASIL, 1978d), sejam alcançados, outras normatizações também precisam ser
consideradas, uma vez que a especificidade do trabalho e dos fatores que os
envolvem, divulgam sobre a análise da atividade do trabalho, a necessidade da
compreensão de sua diversidade e uma avaliação sistemática de suas
complexidades (BRASIL, 2002).

3.3 Ambiente de trabalho, ambiência física e calor

O homem, desde sempre, procura mesmo que instintivamente abrigo das


situações que lhe causam desconforto, por isso na época os primórdios humanos se
abrigavam em cavernas.
O ambiente ou ambiência é o espaço arquitetônico preparado para atividade
humana com suas caracterizações destinadas ao conforto humano como a acústica,
temperatura, ventilação e a sensação de acolhimento efetiva do local para a
finalidade que se destina (BESTETTI, 2006).
22

Pensando nos fatores que envolvem a realização de uma atividade laboral, os


quais se relacionam entre o calor advindo do próprio local, acrescido ou não, por
fontes térmicas internas e ou externa ao trabalho, bem como ventilação e umidade,
devem ser considerados para comprovar as causas de existir ou não conforto
térmico.
Contudo, além dos dados do ambiente e avaliação do espaço físico, em
determinadas atividades e situações de trabalho, outras condições podem ocasionar
determinado desconforto térmico, tais como as vestimentas e equipamentos de
proteção, e produzir um aumento da sensação de calor durante a atividade (RUAS,
1999; 2001).
Deste modo, nos ambientes projetados para o trabalho é importante
considerar as edificações, respeitando a ventilação natural de cada local para que
assim, diminua a possibilidade do aquecimento do ambiente – o que refletirá
negativamente sobre as sensações térmicas – mas mesmo assim, devido à natureza
de determinadas atividades ocupacionais, o calor ou a produção dele fazem parte do
processo de trabalho (QUEIROZ, 1996).
Neste contexto, destaca-se o calor (fator térmico), que se trata de um risco
ambiental físico (BRASIL, 1978b), que devido sua relevância para a saúde e
segurança do trabalhador, deve ser considerado sob as perspectivas da ergonomia,
uma condição presente em muitas atividades industriais e produtivas (PINTO, 2011),
e que para isso, deve-se ampliar sua compreensão para todas as variáveis e
dimensões que podem influenciar sobre as condições de conforto.
Assim, define-se a partir daí estresse térmico por calor, o que é entendido
pelo impedimento do extravasamento do excesso de calor produzido pelo corpo para
o ambiente, o qual pode ser analisado a partir do entendimento das relações da
temperatura do ar, ventilação, umidade relativa do ar, evaporação do suor,
temperatura da pele, entre outros (RUAS, 1999; WASTERLUND, 1998).
Diante da proposta de conforto ambiental para o trabalho, surgiram estudos
relacionados à arquitetura que visam estabelecer o conforto térmico melhorando a
ambiência estrutural, visual, acústica e ergonômica, sendo que se considera conforto
térmico as relações favoráveis e adaptáveis do ambiente e do corpo humano
(BESTETTI, 2006; PINTO, 2011). Segundo a ISO 7730:2005, conforto térmico é o
estado em que o espírito exprime satisfação com o ambiente térmico e a
23

insatisfação acontece quando há aumento ou diminuição na temperatura


(INTERNATIONAL STANDARD, 2005).

3.4 Conforto térmico e produtividade

A ergonomia considera para avaliação das sensações térmicas o conjunto de


atributos, como o ambiente em que é desenvolvido o trabalho, os equipamentos de
proteção que são utilizados, as máquinas ou processos que compõem a atividade e
sua relação direta ou indireta, para com as sensações e percepções advindas da
interação com o trabalhador.
Segundo American Society of Heating, Refrigeranting and Air Conditioning
Engineers 55, (ASHRAE,1992 apud MENEGUCCI, 2012), quando ocorre o estado
de conforto térmico, a tendência é que o cérebro reaja com satisfação, mas tratando-
se de conforto, esta é uma sensação que difere de pessoa para pessoa, podendo
ser agradável para um, mas não para o outro; e é por esta situação que ao
determinar o conforto térmico de um dado espaço, quando esta condição pode ser
controlada, deve-se estabelecer estratégias que venham a atender à percepção da
maioria dos indivíduos, para que o ambiente em questão, seja considerado
confortável (MENEGUCCI, 2012).
Assim, entende-se que o conforto térmico infere em uma relação direta que
indica um estado de equilíbrio térmico do corpo humano, sendo os humanos, seres
considerados homeotérmicos, ressaltando que indiferente da temperatura ambiente,
o corpo humano internamente utiliza de suas capacidades fisiológicas de
termorregulagem para se conservar em sensatos limites térmicos (IIDA, 2005;
RUAS, 2001).
Conforto e equilíbrio térmico do corpo humano estão relacionados, na
medida em que a sensação de bem estar térmico depende do grau de
atuação do sistema termorregulador para a manutenção do equilíbrio
térmico. Isso significa que, quanto maior for o trabalho desse sistema para
manter a temperatura interna do corpo, maior será a sensação de
desconforto (RUAS, 2001, p. 17).
Então, se o conforto térmico indica um estado inferido por sensações,
tamanho fato é indicado por percepções pessoais, sentidas e interpretadas a partir
de variáveis ambientais, as quais são indicadas através da relação entre a
24

temperatura radiante média, umidade relativa, temperatura e velocidade relativa do


ar (RUAS, 2001).
Deste modo, o conforto térmico representa um estado de “agradabilidade”
orgânica referido pelo equilíbrio térmico, e este demonstra relação com variáveis de
calor emanadas pelo funcionamento metabólico do corpo humano, combinados com
variáveis ambientais. O conforto térmico tende a acontecer quando é estabelecido
um estado de equilíbrio entre percepção e sensação, o que faz do fato, algo com
demasiada subjetividade também.
Neste sentido, além da percepção individual do local analisado, também
deve-se considerar outros pontos importantes ao determinar as condições de
conforto térmico, sendo elas gênero, etnia, idade, tamanho corporal, a roupa
utilizada, a manutenção do calor ou frio do ambiente (IIDA, 2005).
Em adição, as roupas utilizadas acrescentam valores sobre o funcionamento
do corpo humano frente às diferentes temperaturas e a este referencial é vital
destacar que as vestimentas do trabalhador assumem importante papel que
ultrapassam o fato de apenas (re)vesti-lo, mas também, estabelecer a relação de
proteção durante suas atividades laborais, ao mesmo tempo que implica sobre a
estabilidade térmica do organismo (MENEGUCCI, 2012).
Referente à relação de conforto térmico proporcionado pelos diferentes tipos
de materiais e roupas, as Forças Armadas dos Estados Unidos realizaram estudos
para analisar o nível de isolamento que as roupas proporcionam ao corpo, ou seja, a
quantidade de ar que consegue passar pelo tecido e, para isso, levou em
consideração a variável da determinante da resistência dos diferentes tecidos, junto
às suas equações (RUAS, 1999; 2001).
Estas pesquisas culminaram em diversos outros estudos que determinaram
diferentes graus de resistência térmica de vestuários. Para tanto, a norma
internacional ISO 7730:1994, apresenta uma tabela com os descritores que inferem
indicadores da capacidade de resistência térmica de diversos tecidos e, de uma
maneira mais completa, visualizada também junto a ISO 9920:1995 que descreve
mais itens do vestuário facilitando a somatória onde considera a massa e material de
fabricação (MENEGUCCI, 2012).
Portanto, o esforço da ergonomia para manter a aclimatação em locais
considerados de temperatura elevada se deve ao fato de que podem ocasionar aos
trabalhadores redução da capacidade muscular, diminuição da produtividade e
25

ocorrer alterações mentais levando a descontrole da sensação motora, aumentando


a possibilidade de erros e acidentes (IIDA, 2005; MILLANVOYE, 2007).
Em síntese, o trabalho e suas variáveis podem apresentar uma diversidade
de fatores que resultam para uma eficiência produtiva, ou degradação da saúde do
trabalhador. Delimitar relações em aspectos de ambiências físicas, com a
interpretação da atividade realizada e percebida pelo trabalhador, torna-se
indicadores de direcionamento em garantir o máximo conforto, saúde e segurança
no trabalho, ao mesmo tempo, favorecer o desempenho produtivo de todo sistema e
de seus atores sociais do trabalho.
26

4 METODOLOGIA

4.1 Natureza do estudo

O presente trabalho trata-se de um estudo de abordagem quantitativa com


delineamento transversal. Os estudos transversais são conhecidos também por
estudos seccionais, de prevalência ou de corte transversal (FRANCO, PASSOS,
2010).
Uma vez selecionado o estudo, o investigador avalia simultaneamente a
presença ou ausência tanto da doença, como da exposição. Possui rapidez de
execução e custos reduzidos (FRANCO, PASSOS, 2010; MEDRONHO et al., 2008).
Em princípio, o estudo teve como norte a o método da Análise Ergonômica do
Trabalho (AET), que segundo o MTE tem a finalidade de avaliar as condições de
trabalho, visando adaptá-las às características psicofisiológicas dos trabalhadores,
garantindo assim, segurança, saúde e conforto, ao mesmo tempo, favorecer a
eficiência produtiva destas pessoas (BRASIL, 1978d).

4.2 Casuística

O estudo foi realizado junto a uma indústria sucroalcooleira, localizada no


interior do norte paulista, onde foi avaliada a função de soldador, realizando a tarefa
de recuperação do desgaste do martelo de moenda, que consiste nas tarefas de
enchimento do martelo desgastado e revestimento do material com solda, e
balanceamento da peça recuperada. No momento da pesquisa, estas atividades
laborais eram desenvolvidas por sete trabalhadores do sexo masculino, na faixa
etária entre 20 a 58 anos de idade.

4.3 Breve descrição da tarefa

A tarefa de soldador era dividida em 3 etapas específicas: 1) enchimento do


martelo; 2) revestimento duro; e 3) balanceamento do martelo. As atividades eram
realizadas por meio de sistemas de soldagem do tipo MIG com arame tubular Arque,
solda com eletrodo revestido Arque e eletrodo de desgaste, respectivamente.
27

As tarefas de enchimento e revestimento duro do martelo eram


desenvolvidas, cada uma, por três trabalhadores e o balanceamento do martelo por
apenas um trabalhador. Todos os operários possuíam um regime de trabalho de 8
horas/dia [07h – 17h], com um intervalo programado de 60 minutos para almoço,
apenas.

4.4 Materiais e métodos

A elaboração desta pesquisa teve como base a avaliação das condições de


trabalho a partir da AET, com a finalidade de adaptá-las às características
psicofisiológicas dos trabalhadores – soldadores – conforme expresso na NR 17 –
Ergonomia, do MTE (BRASIL, 1978d), a partir da demanda de desconforto térmico
relatado pelos trabalhadores, durante suas atividades.
O desenvolvimento da AET seguiu as orientações do Manual de Aplicação da
NR – 17, que foi desenvolvido no ano de 2002, também pelo MTE, com o objetivo de
nortear alguns critérios básicos e de relevância no desenvolvimento da avaliação
das condições de trabalho, a partir da análise da atividade (BRASIL, 2002).
Neste contexto, a AET é um método de análise, sustentada pela investigação
e interpretação da complexidade do trabalho, onde é constituída por uma
abordagem metodológica da ergonomia, estabelecida por um processo de avaliação
estruturada em várias partes e dispostas de recursos abertos e multidimensionais de
investigação, mas determinados por uma coerência interna, os quais são adotados
conforme as peculiaridades de cada atividade (ABRAHÃO et al., 2009), onde
“compreender o trabalho é sempre um desafio, ele é fruto de um emaranhado de
variáveis que precisam ser apreendidas em um determinado contexto” (ABRAHÃO
et al., 2009, p. 179).
A análise ergonômica baseada na avaliação da atividade, tem como princípio
básico transformar o trabalho de forma a adaptá-lo aos seus trabalhadores, sem que
este implique na condição de saúde deles, valorizando suas capacidades produtivas,
ao mesmo tempo em que busca atingir os objetivos econômicos, de produção e
investimento, determinados pela empresa (GUÉRIN et al., 2001).
Para tanto, o processo de análise é constituído a partir da compreensão de
toda a complexidade do trabalho, mas que para isso, torna-se necessário decompô-
lo em partes menores, para que assim seja avaliado sobre suas particularidades e
28

dimensões, de forma a se atentar às várias perspectivas atribuídas ao sistema,


sendo estas, advindas do entendimento empresarial, dos atores sociais do trabalho,
dos fatores socioeconômico e político, organizacional, da saúde e segurança do
trabalhador e, também, produtivo (BRASIL, 2002; GUÉRIN et al., 2001).
Seguindo estes princípios, a caracterização do público alvo foi realizada
através de um questionário semiestruturado, desenvolvido pelos autores do estudo,
que teve por finalidade fazer o levantamento de dados sócio demográfico,
econômico, profissional, de saúde e antropométricos (APÊNDICE A).
Relativo à avaliação das variáveis ambientais, fatores relacionados ao calor
do ambiente de trabalho foram aferidos através do termômetro digital de Índice de
Bulbo Úmido e Termómetro de Globo (IBUTG), da marca INSTRUTHERM, modelo
TGD-400, o qual oferece medições condizentes à Temperatura de Bulbo Seco
(TBS), Temperatura de Bulbo Úmido Natural (TBN) e Temperatura de Globo (TG).
Enquanto que o nível de ventilação foi determinado pela avaliação do layout
do local de trabalho, os pontos de ventilação existentes e correntes de ar e, para
isso, utilizou-se um anemômetro da marca TESTO, modelo Testo 410-2.
Para tanto, as medições das ambiências físicas descritas acima, foram
coletas durante os meses de setembro a outubro de 2014, ao longo de 19 dias de
aferições, onde foi possível coletar variáveis térmicas de umidade e ventilação em
16 dias no período da manhã e por 17 dias no período da tarde.
Estes dados foram abordados sob a perspectiva de avaliar o grau de
exposição do trabalhador ao calor conforme sugerido pelo Anexo III, da NR 15 que
aborda “atividade e operações insalubres” (BRASIL, 1978c) e também relativa à
temperatura efetiva do local de trabalho, conforme orientação do item 17.5, da NR
17, que destaca atenção às “condições ambientais do trabalho” e as orientações do
Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora nº 17 (BRASIL, 1978d; 2002).
Para determinar a temperatura efetiva, foram estabelecidas relações entre os
valores da TBS, TBN e Velocidade do Ar, e correlacionados sobre a plotagem do
Ábaco modificado e apresentado por Szokolay, em 1980, o qual é entendido como
uma Escala Normal, empregado para determinar a sensação térmica de pessoas
normalmente vestidas (RUAS, 2001).
O levantamento da descrição e características das vestimentas e dos
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) foram realizados através de uma planilha
descritiva (APÊNDICE B).
29

A percepção subjetiva de desconforto térmico durante a atividade de solda foi


avaliada através da escala de esforço modificada de Borg. Trata-se de uma escala
vertical, numerada de 0 a 10, onde 0 representa ausência de esforço e 10 esforço
máximo (ANEXO A).
Para verificar peso e altura, utilizou-se uma balança digital profissional com
estadiômetro da marca BALMAK (Digital), modelo Classe III, com capacidade
máxima de até 150 kilos (kg), divisão a cada 100 gramas (g). O estadiômetro era
constituído de uma régua de alumínio que atinge até 2 metros de altura e escala
gradual a cada 0,5 centímetros (cm). As circunferências de cintura e quadril foram
aferidas com o auxílio de uma trena antropométrica metálica de 2 metros, da marca
Sanny, modelo SN-4010.

4.5 Aspectos Éticos

O presente estudo segue as normalizações da Comissão Nacional de Ética e


Pesquisa – CONEP, presentes na resolução 196/96 do Conselho Nacional de
Saúde, que dispõe sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas
envolvendo seres humanos. Atendendo às exigências da resolução
supramencionada, este projeto de pesquisa foi submetido à avaliação do Comitê
Interno de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro Universitário SENAC São Paulo,
recebendo parecer final de aprovação sob o protocolo de número 107.043.15.
Todos os sujeitos da pesquisa – empresa e empregados – foram convidados
a participar do estudo voluntariamente e os pesquisadores garantiram a
confidencialidade de suas identificações. Assim, foram apresentados aos
participantes os objetivos do estudo, materiais, métodos e procedimentos
empregados na coleta de dados (APÊNDICE C). Tanto a empresa (APÊNDICE D) e
os trabalhadores que aceitaram participar do estudo firmaram os seus
consentimentos assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
elaborado pelos pesquisadores, onde estava descrito os objetivos, os aspectos
éticos da pesquisa e todas as etapas das coletas de dados (APÊNDICE E).
Contudo, a qualquer momento os participantes envolvidos puderam solicitar a
retirada de suas informações coletadas pela pesquisa, sem nenhum prejuízo à sua
integridade humana.
30

4.6 Análise estatística dos dados

A fim de estabelecer, também uma relação estatística entre as variáveis


numéricas e categóricas, foi utilizado inicialmente a análise descritiva – média,
mediana e desvio padrão – para referenciar os dados quantitativos, enquanto que
tabelas de frequência foram utilizadas para os dados qualitativos.
Comparações estatísticas foram realizadas para verificar diferenças entre as
variáveis, onde se utilizou o teste estatístico de Kruskal-Wallis, e considerou-se um
grau de significância de p ≤ 0,05.
Os dados estatísticos foram avaliados por meio do software SPSS Statistics,
versão 20.0.0 for Windows da IBM Company.
31

5 ESTUDO DE CASO – ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO

5.1 Análise da demanda

Desconforto térmico durante a atividade de recuperação com soldas do


martelo de moenda – enchimento, revestimento e balanceamento do martelo.

5.2 Origem da demanda

A origem da demanda partiu das reclamações dos trabalhadores do setor que


se queixavam do calor no ambiente de trabalho. Alegaram que o calor estava
relacionado ao processo de queima do eletrodo da solda elétrica e com a estrutura
do prédio, tendo em vista que no momento do estudo as laterais, fundos e teto do
galpão do setor de solda, eram constituídos por telhas galvanizadas.
Em adição, a atividade de soldador em específico, exige a implementação de
EPIs, os quais podem implicar na troca de calor corporal com o ambiente,
principalmente durante a atividade de soldagem com eletrodo “duro”, uma vez que
este processo necessita de uma amperagem (A) acima das outras máquinas de
solda e, consequentemente, uma maior emissão de calor (250 A para eletrodo de 4
milímetros).

5.3 Problemas e questões levantadas referentes às sensações térmicas


 Falta de ventilação;
 Falta de exaustão efetiva;
 EPIs contribuem para o calor;
 Alta Amperagem da máquina de solda devido ao tipo de eletrodo;
 Proximidade do trabalhador com o material aquecido pelo processo de
derretimento e fusão (solda);
 Fadiga, cansaço, estresse devido ao calor do ambiente de trabalho.
32

5.4 Objetivos iniciais da análise ergonômica do trabalho

1. Realizar avaliação da temperatura, ventilação e umidade relativa do ar


nos postos de trabalho;
2. Identificar a relação entre vestimenta e EPIs, com as variáveis da
ambiência física;
3. Analisar a percepção térmica dos trabalhadores ao desenvolverem suas
atividades;
4. Identificar a temperatura efetiva do local de trabalho;
5. Propor alterações e/ou adequações das condições de ambiência física às
características psicofisiológicas dos trabalhadores.

5.5 Construção do problema

5.5.1 Levantamento dos diferentes atores sociais do trabalho

 Gerência: A gerência argumentou que o prédio é novo, e que não deveria


apresentar problemas, mesmo sendo parcialmente fechado com telhas
galvanizadas. Porém, acredita que investigações e acompanhamentos
devem ser realizados e de acordo com os resultados, medidas de
intervenção devem ser implantadas.

 Supervisão Imediata: A supervisão do setor argumentou que já teve


reclamações dos trabalhadores sobre o calor, porém isso ocorre nos
meses considerados mais quentes, que essa atividade é diária e que seus
subordinados sempre fazem pausas para tomar água e ir ao banheiro.
Relatou que já informou à gerência as reclamações dos trabalhadores e,
até o momento da entrevista, não obteve nenhuma solução por parte da
mesma.

 Comissão Interna de Prevenção de Acidente no Trabalho (CIPA): A


CIPA, na ocasião do estudo, compartilhava as reclamações dos
trabalhadores e declarou a intensão de acompanhar os levantamentos do
estudo, inclusive incluindo em Ata de Reunião Ordinária. Alegaram ainda,
33

que realmente o setor é quente, principalmente na atividade de


enchimento de Martelo.

 Medicina do Trabalho: Considerando a exposição ao calor na função de


soldador, a medicina do trabalho afirmou realizar medições e estudos
frequentes no setor da Oficina de Caldeiraria, o que engloba o setor de
solda, e considera que a incidência de doenças decorrentes à exposição
ao calor entre os trabalhadores do setor estudado não se demonstrava
significativa, pois não foram encontrados relatos de evolução médica e/ou
sintomas potencialmente graves entre os trabalhadores avaliados. No
estudo e acompanhamento realizado por este departamento, também não
foram encontrados dados sobre outras patologias que poderiam estar
relacionados ao agente físico – calor.

5.6 Descrição do funcionamento geral da empresa e do setor de solda

5.6.1 Características da empresa e do setor de solda

Empresa de cunho familiar, com início das atividades em 1977, localizada no


interior do norte paulista, iniciou sua produção a partir da extração da aguardente de
cana-de-açúcar e, logo em seguida, através do Proálcool, ingressou no setor
sucroalcooleiro, iniciando a produção de álcool hidratado.
No ano de 1998, começou a produzir o açúcar branco. Em 2008, prevendo a
cogeração de energia, a empresa trocou sua moenda à vapor, por outra com
acionamento hidráulico, constituída de 3 rolos de 78 polegadas e 2 rolos de 84
polegadas, totalizando 5 ternos de moenda. Sendo que, em 2009 teve início da
cogeração de energia, consequentemente aumento da demanda de moagem da
cana-de-açúcar e também a melhoria da eficiência na moagem.
Visando atender a demanda de moagem e eficiência, foi criado em 2010 o
Setor de Solda para desenvolver a atividade de enchimento de martelo, atividade
essa, até então, realizada por empresas externas, onde era comum o atraso do
material e a consequente perda de eficiência na moagem, devido os martelos
estarem gastos dificultando o desfibrar da cana e a extração do caldo.
34

Com a criação do Setor de Solda, foi absorvida a tarefa de enchimento de


martelo, que consiste na recuperação de peças utilizada para desfibrar a cana-de-
açúcar, onde buscou-se rapidez, redução de custo e manter a qualidade do material
aplicado neste processo.
A atividade era desenvolvida em um local específico, de responsabilidade do
Setor de Solda da usina, sendo este local reconhecido pela organização da empresa
como Setor de Enchimento de Martelo. Durante o estudo, este setor estava
diretamente ligado à Moenda, porém as operações de recuperação do martelo de
moenda ficavam junto ao barracão da caldeiraria.
Este barracão, em questão, era de alvenaria e estrutura metálica, piso em
concreto liso, parcialmente fechado, cobertura de telhas galvanizadas e iluminação
mista.
O Setor trabalhava em turno fixo das 07:00 às 17:00 horas, de segunda à
sexta-feira, com 60 minutos de intervalo por dia, para almoço. As pausas para as
necessidades fisiológicas eram livres, assim como para a ingestão de água, o que
representa que o ritmo de trabalho era controlado pelos próprios trabalhadores.
A comunicação era verbal entre todos os integrantes do setor.
O processo de trabalho era organizado da seguinte forma:
Após a retirada dos os martelos do desfibrador da moenda, pelos
trabalhadores da manutenção, os mesmos eram enviados ao Setor de Enchimento,
onde os trabalhos eram distribuídos em sete bancadas, sendo:
 03 para Enchimento do Martelo, utilizando-se solda MIG com Arame
Tubular Arque 35 (1,6 milímetros);
 03 para Revestimento Duro, utilizando-se solda com eletrodo revestido
Arque 45 (4,0 milímetros);
 01 para Balancear, utilizando-se de Balança de dois pratos com peso
padrão e eletrodo de desgaste para ajuste do peso das peças.

5.6.2 Aspectos sociais e demográficos do setor de solda

A composição da equipe de solda para a tarefa de recuperação do martelo de


moenda, foi estrutura a partir de critérios técnicos estabelecidos pelo responsável do
setor, e conhecimento da atividade de solda por entre os funcionários que
trabalhavam no setor da Moenda e que eventualmente realizavam essa atividade. O
35

nível de escolaridade não era quesito obrigatório, mas sim o tempo de empresa, ou
seja, partindo do princípio de uma oportunidade para os trabalhadores mudarem de
função e atividade. Todos os funcionários do setor residiam no município onde a
usina estava sitiada.
No setor existiam sete trabalhadores, registrados na função de Soldador,
divididos em três etapas distintas, sendo 03 no Enchimento, 03 Revestimento Duro,
e 01 na Balança. A faixa etária dos trabalhadores variava entre 24 e 48 anos.
O tempo de serviço estava compreendido entre 01 a 13 anos, todos do sexo
masculino, com experiência na função de Soldador.
O trabalho era regido pelo regime de turno fixo e único entre as 07:00 às
17:00 horas, com 01:00 hora para almoço, e liberdade de horário para as
necessidades fisiológicas e reposição hídrica – ingestão de água.

5.6.3 Contexto Normativo

A realização da atividade exigia o uso de EPIs, sendo estes, botina de


segurança, avental de raspa com manga (tipo barbeiro), luvas de raspa forrada,
perneira de raspa, respirador para fumos de solda, óculos com lente incolor,
protetores auriculares, capuz em brim para soldador, e máscara de solda com lentes
filtrantes, além de camiseta manga longa, calça em brim e meias.
Segundo os funcionários os EPIs são necessários, porém contribuem “e
muito”, para o calor que já existe no local de trabalho.

5.6.4 Ambiente geográfico e climático do local

A empresa encontra-se localizada às margens de uma Rodovia Estadual, com


distância de 8 quilômetros (km) do município onde estava situada.
A região é banhada pela bacia hidrográfica do Baixo Tietê, possuindo clima
quente na maior parte do ano, com temperatura média mínima de 19,3 Grau Celsius
(°C) e média máxima de 29,2 °C, de acordo com registro nos últimos 30 anos
(CLIMA TEMPO, 2015).
Conforme série histórica neste mesmo intervalo de tempo, os meses que
apresentaram temperaturas mais baixas foram os meses de maio, junho e julho,
enquanto que os demais meses apresentaram temperaturas entre 29 °C a 33 °C,
36

sendo os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro os mais quentes


(Gráfico 1) (CLIMA TEMPO, 2015).

Gráfico 1 – Série histórica da previsão de tempo dos últimos 30 anos do município


onde se localizava a usina (CLIMA TEMPO, 2015)

5.6.5 Dimensão técnica do trabalho

O Setor de Caldeiraria era dividido em dois subsetores, onde os profissionais


de solda possuíam conhecimentos diferenciados.
1. O Setor de Enchimento de Martelo: composto por profissionais
classificados como Soldadores II. Estes profissionais faziam o uso de
solda MIG para o enchimento do material desgastado e também eletrodo
especial (eletrodo duro), para o revestimento do material preenchido. Os
desenvolvimentos destas atividades, na ocasião da análise, eram
realizados em bancadas, considerando-se como uma posição de trabalho
em postura sentada e estática.

2. O Setor de Manutenção: composto por profissionais classificados como


Soldadores II e III, sendo divididos pelo tipo de solda que realizam:
 Soldador II: Eletrodo comum, solda MIG
37

 Soldador III: Solda TIG (solda especial para tubos de alta pressão), o
que é necessário curso específico, um cargo/função que recebe
remuneração diferenciada, em comparação aos demais.
Os Soldadores do Setor de Manutenção realizavam suas atividades nos
diversos setores da empresa, de acordo com as necessidades de reparo e solda
apresentado, o que incluía situações de soldagem em altura e espaço confinados.
Contudo, a tarefa analisada foi aquela realizada pelo Setor de Enchimento do
Martelo, durante a atividade de recuperação do martelo de moenda.

5.6.6 Dimensão da produção da empresa e do setor de solda

A empresa possuía a meta de moagem para 2014, estipulada em 3.000.000


toneladas (ton) de cana-de-açúcar, com uma média de 13.800 ton/dia. Deste total
60% eram destinados para a produção de açúcar e 40% para a produção de álcool
hidratado e, quando necessário, o anidro.
O término da safra 2014/2015 estava previsto para 26 de novembro de 2014.
O Setor de Manutenção de Moenda conta com paradas programadas, onde
são feitos pequenos ajustes e, principalmente, a troca dos martelos do desfibrador -
um equipamento composto por um rotor que gira em alta velocidade - que é
implementado por 96 peças de aço que recebem o nome de martelos de moenda.
As trocas dos martelos estavam programadas para serem realizadas a cada
20 dias de produção. O rotor do desfibrador tem a função de desfibrar a cana-de-
açúcar para auxiliar na extração do caldo junto aos ternos de moenda.
O Setor de Solda – Enchimento de Martelo – possui papel importante para
garantir a meta de moagem, pois os mesmos devem estar todos balanceados e
devidamente restaurados de seus desgastes, caso contrário, haverá a vibração do
equipamento – desfibrador – e consequentemente sua quebra, ocasionando a
paralisação da produção.
Em média, era estimada uma produção de recuperação de 32 martelos por
dia para atender a demanda de trabalho, onde cada peça deveria possuir um
comprimento final de 500 milímetros (mm) e o peso deve seguir um padrão do
referido lote que está sendo recuperado. Cada lote possui 160 martelos.
Os momentos críticos do setor são os períodos de chuva, tendo em vista que
aumenta a quantidade de terra que vem da lavoura junto com a cana e,
38

consequentemente, o aumento do desgaste dos martelos do desfibrador. Por


decorrência, a programação de parada sofria alterações, diminuindo de 20 para 15
dias, para que possam fazer a troca dos referidos martelos. E para atender esta
demanda a empresa possui um lote de martelos reserva.

5.7 Análise da tarefa

1) Enchimento do Martelo:
i. Retirar os martelos manualmente do caixote vindo do setor de moenda
e colocar sobre a bancada que está na frente do setor de solda;
ii. Levar três peças (martelos), para a bancada de enchimento;
iii. Verificar a quantidade de material que será necessário preencher,
utilizando gabarito de preenchimento;
iv. Preencher com solda o material desgastado, até 495 mm, conforme
gabarito de revestimento;
v. Dispor sobre a bancada central os martelos preenchidos;

2) Revestimento do Martelo:
vi. Pegar manualmente o martelo que foi disposto na bancada central,
após ser preenchido pelo posto de trabalho anterior e levar para a
bancada de revestimento;
vii. Revestir o material preenchido com o processo de soldagem com
eletrodo duro, até atingir o padrão de comprimento de 500 mm;
viii. Levar o material revestido de volta à bancada central;

3) Balanceamento do Martelo:
ix. Colocar o martelo de peso padrão na balança de prato;
x. Buscar o martelo preenchido e revestido na bancada no centro do
barracão e levar individualmente para a pesagem;
xi. Dispor o martelo preenchido e revestido na balança;
xii. Comparar o peso do martelo recuperado pelo processo de soldagem
com o martelo padrão;
xiii. Realizar ajuste de peso por meio de solda, caso necessário, através do
processo de preenchimento ou desgaste com eletrodo para desbastar.
39

5.8 Análise da atividade

O conjunto de martelo vindo do setor de moagem chega ao setor de solda em


um caixote metálico, trazido por empilhadeira. O caixote com os martelos é deixado
na frente do barracão, onde o soldador os retira manualmente, sendo que cada peça
pesa aproximadamente 20 Kg e os coloca sobre uma bancada na frente do barracão
de solda (APÊNDICE F).
O processo de enchimento do material desgastado, primeiramente, passava
pelo processo de enchimento com solda MIG, onde o soldador usa o arame tubular
arque 35 para preencher o material desgastado. Para chegar no padrão solicitado,
os trabalhadores elaboraram um molde, onde o posto equipado com solda MIG
deixa o martelo com enchimento em 495 mm (APÊNDICE G).
O soldador colocava três martelos de cada vez em sua bancada, levados um
a um, manualmente. Esta era uma estratégia utilizada pelos trabalhadores para
agilizar o trabalho e, também, para diminuir a temperatura emitido pelo processo de
soldagem, isso contando que o primeiro martelo a ser preenchido diminua sua
temperatura após o término do terceiro, evitando que o trabalhador se queime
durante o transporte deste material até a próxima etapa.
Assim, o martelo é retirado da bancada de soldagem MIG e colocado
manualmente em outra bancada, na área central do setor, onde ficava à disposição
dos soldadores de revestimento (APÊNDICE G).
No momento da análise, o soldador de revestimento retirou manualmente o
martelo da bancada central e o colocou sobre a sua bancada, onde utilizou o
eletrodo especial para a solda de revestimento, conhecido como eletrodo duro.
Fazendo o uso de um molde para completar os 5 mm que faltavam para
chegar ao tamanho solicitado de 500 mm, o trabalhador desenvolvia o processo de
solda. Ao final desta etapa, o martelo era novamente disposto sobre a bancada
central, onde o próximo soldador balanceiro o retirou e o levou para o setor de
balanceamento (APÊNDICE H).
O soldador balanceiro utilizava um martelo como padrão de peso, colocando-
o sobre uma balança de prato. Quando o soldador verificava que a peça submetida
ao processo de solda encontrava-se abaixo do peso padrão, ele mesmo completa o
revestimento, por outro lado, quando o martelo estava acima do peso, o mesmo
utilizava-se de um eletrodo especial, conhecido como chanfro, o qual desgastava o
40

excesso de material, até chegar ao peso correto, conferindo com o padrão. A partir
desse momento o soldador colocava o martelo dentro de um caixote metálico,
identificado como "prontos" (APÊNDICE I).
41

5.9 Resultados

5.9.1 Caracterização sócio demográfica do público estudado

Fizeram parte do estudo sete trabalhadores, todos do sexo masculino, com


média de idade de 40,28 anos (desvio padrão (dp) 7,01). A maioria dos participantes
5 (71,4%) possuíam o ensino médio completo, 6 (85,7%) eram casados e, com
exceção de um trabalhador, todos os demais 6 (85,7%) possuíam filhos.
Referente ao tempo de trabalho na empresa, o grupo apresentou tempo
médio de 367,8 meses (4413,71 dias – dp 2768,74), sendo que o trabalhador com
menor tempo de registro na empresa possuía 2,68 anos e o mais antigo 26,80 anos.
Uma vez que os trabalhadores iniciaram suas atividades na usina em outros setores,
na função de soldador de martelo de moenda evidenciou um tempo médio de 148,4
meses (1780,86 dias – dp 1752,19), onde o trabalhador com maior tempo de serviço
na função possuía 15,14 anos e o com menor tempo de admissão para a função
0,24 meses.

5.9.2 Exigências do trabalho e saúde ocupacional

Com o objetivo de compreender as características de saúde dos


trabalhadores, a partir de parâmetros epidemiológicos apontados pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), foi observado que o grupo apresentava uma média de
peso de 86,14 kg (dp 11,23) e um Índice de Massa Corporal (IMC) médio de 28,54
Kg/m2 (dp 2,28 – (mínima 26,45 – máxima 32,85)).
Valores de IMC acima de 25 kg/m2 indicam excesso de peso corporal, sendo
o valor médio apresentado pelo grupo, classificado como “pré-obeso” e referenciado
pela OMS como risco aumentado para o desenvolvimento comorbidades por
doenças crônicas e também mortes por tais condições (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA, 2009).
A circunferência abdominal do grupo indicou uma média de 99,71 cm (dp
12,24) e de quadril uma circunferência média de 104,42 cm (dp 10,03), com uma
Relação Cintura/Quadril (RCQ) média de 0,95 cm (dp 0,04 – (mínimo 0,90 – máxima
0,99)).
42

Enquanto referência à circunferência abdominal, a OMS destaca que valores


≥ 94 cm para uma população masculina demonstra fatores de risco aumentado para
o desenvolvimento de doenças metabólicas, bem como uma RCQ > 0,90
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME
METABÓLICA, 2009).
Relativo a acidentes de trabalho, os setes trabalhadores declararam não
terem sofrido nenhum acidente na empresa até o momento, e apenas 2 (28,6%)
afirmaram ausência no trabalho devido problemas de saúde, totalizando um número
de 15 dias perdidos. Ambos os afastamentos foram devidos à problemas no sistema
circulatório, onde 13 dias foram perdidos em decorrência de procedimento cirúrgico,
por motivo de dilatação dos vasos sanguíneos do testículo (varicocele).
Questionados sobre o clima organizacional do local de trabalho, 5 (71,4%)
declararam como sendo regular, 3 (42,9%) percebiam que o trabalho era
estressante, 6 (85,7%) afirmaram que suas atividades no setor se faziam por
cansativas e desgastantes e 6 (85,7%) relataram que as atividades que eles
desenvolvem provocam dores no corpo.

5.9.3 Avaliação e percepção das condições ambientais de trabalho

Referente à percepção térmica do ambiente, 4 (57,1%) trabalhadores


afirmaram que a temperatura do local de trabalho era boa, porém ao descreverem o
desconforto térmico provocado durante a atividade, este foi percebido por 71,4% (n=
5) como sendo de “INTENSO a MÁXIMO” desconforto (Gráfico 2).
Para efeitos estatísticos, buscou-se delimitar uma medida de tendência
central referente às diferentes pontuações indicadas na Escala de Borg, o que foi
possível inferir a mediana 7 (dp 2,76), uma pontuação que classifica a percepção de
um desconforto térmico durante a atividade, como sendo “MUITO INTENSO”.
Após realização do teste estatístico de Kruskal-Wallis para avaliar diferenças
entre as variáveis relativas às percepções da temperatura do local e os desconfortos
térmicos provocados pela atividade de trabalho, foi observada uma diferença
estatística significativa (p = 0,048), considerando um nível de significância de p <
0,05.
43

Gráfico 2 – Níveis de percepção térmica por trabalhadores, segundo indicadores da


escala de BORG (Ribeirão Preto, 2015)

Esta diferença inferida estatisticamente aponta para uma hipótese de que o


local possuía uma temperatura considerada boa, mas que a sensação térmica,
durante a atividade de recuperação do martelo, demonstrava ser desconfortante.

5.9.4 Exposição ao calor e temperatura efetiva

Para efeito de compreensão das variáveis térmicas de calor no local


estudado, sobre a premissa de entender o comportamento desta variável sobre os
trabalhadores, foi utilizado os indicadores da NR 15, que inferem critérios para
condições de atividades e operações insalubres, e consideram medições através de
variáveis determinadas pela análise da IBUTG.
Para tanto, as aferições foram realizadas por 16 dias no período da manhã,
na maioria, em intervalos de horários entre 9:00 e 9:30, enquanto que no período da
tarde, foram realizadas medições por 17 dias e a maioria das coletas em horários
que variaram entre 14:00 e 14:30 (Tabela 1).
Assim, orientando-se pelo Anexo III desta normatização – que descreve
equações, variáveis e indicações para os limites de tolerância, para exposição ao
calor – e, tendo por base que a atividade analisada acontecia em ambiente de
trabalho interno sem carga solar, foi determinada a carga térmica durante períodos
matutino e vespertinos.
44

Tabela 1 – Levantamento de variáveis ambientais, através de aparelhos de


medicação de estresse térmico e anemômetro (Ribeirão Preto, 2015)
Variáveis Ambientais IBUTG (°C)
TBS TBN TG
Manhã Tarde Manhã Tarde Manhã Tarde
1 20,4 33,3 17,1 19,6 21,1 34,5
2 28,7 34,8 19,8 19,8 29,2 35,0
3 29,7 33,1 22,5 22,8 31,5 35,0
4 27,3 31,9 23,0 24,3 28,0 33,6
5 27,0 35,2 22,4 24,6 28,9 36,8
6 26,0 29,7 23,1 23,9 26,4 30,0
7 27,4 31,9 23,7 24,6 29,0 32,6
8 -- 34,5 -- 24,9 -- 35,8
9 27,1 34,2 21,6 24,3 27,7 35,0
10 26,4 -- 22,9 -- 27,9 0,0
11 27,4 34,3 21,5 21,7 28,5 35,6
12 -- 35,2 -- 21,1 -- 37,4
13 25,8 -- 20,9 -- 26,5 0,0
14 26,6 33,1 22,2 23,3 27,8 34,8
15 23,0 31,5 18,2 22,4 23,4 32,3
16 24,4 31,2 18,6 19,8 25,9 33,6
17 28,2 32,9 20,9 21,8 29,4 34,4
18 -- 33,4 -- 22,5 -- 34,3
19 28,9 32,9 23,2 23,8 30,1 34,7

Durante o período da manhã, onde o calor emanado pela temperatura era


mais ameno, foi evidenciada uma sobrecarga térmica média de 23,2 ºC (dp = 2,0),
enquanto que no período da tarde, esta média foi de 26,2 ºC (dp = 1,3) (Tabela 2).
Atribuindo classificação à atividade analisada como sendo um trabalho que
oferece um desprendimento energético metabólico classificado como “moderado”
(180 a 300 Kcal/ha) – conforme o Quadro nº 3 do Anexo III da NR 15 – e, tendo por
base os valores médios da sobrecarga térmica, verificou-se que as cargas térmicas
(para manhã e tarde) estão abaixo de 26,7 ºC, indicando que o trabalho pode ser
realizado de forma contínua.

a Kcal/h = quilo caloria por hora. Unidade de medida referente à queima calórica metabólica.
45

Tabela 2 – Valores medianos referentes a exposição ao calor, calculado a partir da


equação do Anexo III, da NR 15, para trabalhos em ambiente internos ou externos
sem carga solar (Ribeirão Preto, 2015)

Período Manhã Tarde


Mínima 18,3 23,9
Máxima 25,3 28,3
Média 23,2 26,2
Mediana 23,7 26,0
Desvio Padrão 2,0 1,3

O referido Quadro nº 1 da NR 15, destaca a relação entre o gasto energético


desprendido para a realização da atividade (Ver Quadro nº 3, do anexo III da NR15)
e sua correlação com a exposição ao calor, e infere limites à exposição ao calor a
necessidades de pausas térmicas, por hora trabalhada (Quadro 1).

Quadro 1 – Relação entre as características do tipo de atividade relativos ao gasto


energético e exposição ao calor para regimes de descanso para pausa térmica no
próprio local de trabalho, conforme sugerido pelo Quadro nº 1, do Anexo III, da NR
15

Regime de trabalho intermitente Tipo de Atividade


com descanso no próprio local
de trabalho (por hora) Leve Moderada Pesada

Trabalho contínuo Até 30,0 Até 26,7 Até 25,0


45 minutos trabalho
30,1 a 30,5 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
15 minutos descanso
30 minutos trabalho
30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
30 minutos descanso
15 minutos trabalho
31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
45 minutos descanso
Não é permitido o trabalho, sem a
adoção de medidas adequadas de Acima de 32,2 Acima de 31,1 Acima de 30,0
controle

Contudo, analisando por período e dias avaliados, foi constatado que os


períodos da tarde, são os momentos no trabalho que apresentam maior sobrecarga
de calor e que 7 dias (41,18%), do total de 17 medições à tarde, estiveram entre
46

26,8º e 28,3º C. Destes, cinco dias, os cálculos do IBUTG estiveram entre 26,8 ºC a
27,5 ºC e que outros dois dias demonstraram uma exposição ao calor em valores de
28,2 ºC e 28,3 ºC, o que indica a necessidade de pausas térmicas para a
compensação do aquecimento corporal (Tabela 3).
Neste sentido, dos cinco dias que o índice do IBUTG, para atividades
realizadas em ambiente interno ou externo sem carga solar, que estiveram entre
26,8 ºC a 28,3 ºC, eram necessários 15 minutos de pausa no próprio local de
trabalho, a cada 45 minutos trabalhado e os outros dois dias, que estiveram entre
28,2 ºC e 28,3 ºC, pausa de 30 minutos a cada 30 minutos trabalhado.

Tabela 3 – Descrição diária e por período de valores referente a exposição ao calor


conforme recomendações da NR 15 (Ribeirão Preto, 2015)

Ambiente Interno ou Externo Sem Carga Solar (°C)


Manhã Tarde
1 18,3 24,1
2 22,6 24,4
3 25,2 26,5
4 24,5 27,1†
5 24,4 28,3‡
6 24,1 25,7
7 25,3 27,0†
8 -- 28,2‡
9 23,4 27,5†
10 24,4 --
11 23,6 25,9
12 -- 26,0
13 22,6 --
14 23,9 26,8†
15 19,8 25,4
16 20,8 23,9
17 23,5 25,6
18 -- 26,0
19 25,3 27,1†
†Valores de exposição ao calor que exige pausa de 15 minutos para cada 45
trabalhado.
‡Valores de exposição ao calor que exige pausas de 30 minutos para cada 30

trabalhado.

Contudo, a NR 17 para fins de conforto térmico, destaca estabelecer relações


entre variáveis ambientais para determinar a temperatura efetiva, a qual é indicada a
47

partir da relação psicométrica entre TBS, TBN e Velocidade do Ar. Neste sentido, a
partir dos dias avaliados, foi possível evidenciar uma temperatura efetiva média para
o período da manhã de 23,9 °C (mínima 19,8 °C – máxima 25,7 °C) e para o período
da tarde de 27,1 °C (mínima 25,2 °C – máxima 28,7 °C) (Tabela 4).

Tabela 4 – Temperatura efetiva do local de trabalho (Ribeirão Preto, 2015)

Temperatura Efetiva (ºC)


Manhã Tarde
Mínima 19,8 25,2
Máxima 25,7 28,7
Média 23,9 27,1
Mediana 24,4 27,2
Desvio Padrão 1,6 0,9

Seguindo as orientações aplicadas pela NR 15, referentes às pausas para


compensação à sobrecarga térmica, induzida pela exposição ao calor e a correlação
entre a temperatura efetiva e tipo de atividade, tornar-se-ia possível afirmar que 11
dias (64,7%), dos 17 avaliados no período da tarde, apresentaram uma relação
térmica igual e/ou maior a 27,2 °C (Tabela 5).
Correlacionando aos indicadores de pausa térmica determinados pela NR 15,
referente ao período da tarde, e correlacionando-os à temperatura efetiva calculada,
verificou-se que 9 dias (52,9%) necessitariam pausa de 15 minutos durante a hora
de trabalho analisado e que outros 3 dias (17,6%), no mesmo período, seriam
necessários 30 minutos de pausa para cada 30 minutos trabalhados (Tabela 5).
Assim, as condições térmicas do período da tarde demonstraram oscilações
entre os dias analisados e, tendo por base critérios de exposição ao calor e gasto
metabólico referente a realização da atividade, conforme indicado pela NR 15, e a
temperatura efetiva, que correlaciona as variáveis TBS, TBN e Ventilação, as quais
buscam indicar um estado de conforto térmico sugerido pela NR 17, quando
comparados ao Quadro nº 1 do Anexo III da NR 15, poder-se-ia inferir que, durante
as horas avaliadas no período da tarde, 7 dias (41,2%) necessitariam de pausas
térmicas por exposição ao calor e que outros 4 dias (23,5%), os valores da
temperatura efetiva poderiam ser indicativos para a realização de pausa para
descanso por sobrecarga térmica, também (Tabela 5).
48

Tabela 5 – Comparação entre os níveis de exposição ao calor e temperatura efetiva


do local de trabalho (Ribeirão Preto, 2015)

Exposição ao Calor (°C) Temperatura Efetiva (°C)


NR 15 NR 17
Manhã Tarde Manhã Tarde
1 18,3 24,1 19,8 26,0
2 22,6 24,4 24,2 26,6
3 25,2 26,5 25,7 27,2†
4 24,5 27,1† 24,9 27,3†
5 24,4 28,3‡ 24,6 28,7‡
6 24,1 25,7 24,4 26,2
7 25,3 27,0 † 25,2 27,4†
8 -- 28,2‡ -- 28,6‡
9 23,4 27,5† 24,3 28,2‡
10 24,4 -- 24,5 --
11 23,6 25,9 24,4 27,2†
12 -- 26,0 -- 27,3†
13 22,6 -- 23,5 --
14 23,9 26,8† 24,3 27,4†
15 19,8 25,4 21,3 26,4
16 20,8 23,9 22,0 25,2
17 23,5 25,6 24,4 26,7
18 -- 26,0 -- 27,2†
19 25,3 27,1† 25,6 27,5†
†Valores de exposição ao calor, que exige pausa de 15 minutos para cada 45

trabalhado.
‡Valores de exposição ao calor que exige pausas de 30 minutos para cada 30

trabalhado.
49

5.10 Discussão

5.10.1 População do estudo e saúde ocupacional

Foi observado, na população de trabalhadores analisados, que 100% da


amostra apresentava excesso de peso corporal quando ponderados sob a
perspectivas epidemiológicos para obesidade, os quais demonstraram
representatividades a fatores de risco aumentado para o desenvolvimento de
comorbidades por doenças crônicas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O
ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA, 2009)
O estado nutricional pode interferir na reação corpórea à sobrecarga térmica.
A obesidade pode atuar na produção do suor e/ou na evaporação do mesmo,
aumentando a susceptibilidade aos danos provocados pela sobrecarga térmica. A
maior camada de gordura sob a pele dos indivíduos obesos funciona como um
isolante térmico o que aumenta a sensação de desconforto às altas temperaturas
(BARBIERO, 2004; FONTOURA, 2012; MARTINS, 2009).
O fato dos trabalhadores da amostra aturarem na mesma atividade e
ambiente de trabalho por um tempo relativamente considerável (367,8 meses em
média) indica que estes possuem um processo fisiológico chamado de aclimatação,
o qual influencia positivamente à sensação térmica dos indivíduos em relação ao
seu ambiente de trabalho (BARBIERO, 2004).
A aclimatação do Ser é um processo de ajuste do sistema endócrino que
ocorre com a exposição prolongada do indivíduo – em média 30 dias – a uma
determinada temperatura. Assim, indivíduos que moram e trabalham em regiões de
climas quentes poderão ter mais facilidade em aceitar e manter um melhor
desempenho no trabalho em ambientes quentes se comparados às pessoas de
regiões de clima frio (ASHRAE, 2001 apud BARBIERO, 2004).

5.10.2 Condições ambientais, percepção térmica e temperatura efetiva

A NR 17, em seu item 17.5.1, afirma que “As condições ambientais de


trabalho devem estar adequadas às características psicofisiológicas dos
trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado” (BRASIL, 1978b, p. s.p.).
Para tanto, é preconizado que o ergonomista realize primariamente a observação da
50

situação de trabalho, logo após, verifique as condições de conforto térmico,


implementada por entrevistas com o trabalhador a respeito da sua percepção de
conforto térmico. Complementarmente a essa abordagem, o analista deverá
conhecer os parâmetros de temperatura efetiva, velocidade do ar, umidade relativa.
Por fim, é indispensável conhecer a carga de trabalho, as fontes de calor radiante e
a vestimenta utilizada (BRASIL, 2002).
O anexo III da NR 15, estabelece limites de tolerância para exposição ao
calor e, sob condições insalubres, determina que o trabalho seja conduzido a partir
de um regime intermitente, com períodos de descanso no próprio local de trabalho
ou, dependendo das condições, em um local externo com temperaturas amenas,
onde o trabalhador pode repousar-se ou desenvolver atividade leves. Contudo, estas
determinações são estabelecidas através da relação entre as características do tipo
de atividade relativos ao gasto energético e exposição ao calor (BRASIL, 1978c) e
desconsidera a temperatura efetiva.
Contudo, o presente estudo, com base nos dias avaliados, evidenciou uma
temperatura efetiva média de 23,9°C (mínima de 19,8°C; máxima de 25,7°C) para o
período da manhã e, para o período da tarde, uma temperatura efetiva média de
27,1°C (mínima de 25,2°C; máxima de 28,7°C), um aspecto que quando comparado
aos valores limítrofes apontado pela NR 15, impõe um estado de trabalho onde
poderia associar-se a estratégias organizacionais para pausas térmicas
compensatórias.
Relevantemente, a pesquisa demonstrou que a percepção térmica declarada
pelos trabalhadores ao realizarem suas atividades é consideravelmente
desconfortante. Para tanto, a normatização ISO 7730:2005 ressalta que, um
ambiente confortável é aquele que é percebido por pelo menos 80% dos ocupantes,
como sendo um espaço termicamente agradável (INTERNATIONAL STANDARD,
2005).
Em contrapartida, quanto mais intensa for a atividade laboral menor será a
tolerância do trabalhador ao ambiente quente e que quanto mais quente for esse
ambiente, tanto menor será a tolerância do trabalhador à atividade física e mental
(PINHEIRO, 2010). Isso pode explicar as queixas de “cansaço” e “desgaste físico”
uma vez que esses dois fatores – calor e intensidade de trabalho – estão presentes
no ambiente estudado.
51

Estabelecendo uma reflexão sobre os resultados referentes à sensação


térmica, exposição ao calor, temperatura efetiva e a atividade analisada e,
baseando-se em aspectos da fisiologia ocupacional (IIDA, 2005), poder-se-ia
considerar que tais variáveis também demonstrariam possíveis relações com as
queixas de dores no corpo e aos relatos de que as atividades no setor eram
cansativas e desgastantes (85,7% da amostra). Uma demanda não analisada em
sua complexidade, mas que cabe ser considerada.
Assim, um dos principais mecanismos corporais de regulação térmica é a
produção de suor pelas glândulas da pele, seguida de evaporação. Junto com o
suor, o organismo também perde sais (eletrólitos), a falta desses sais por tempo
prolongado favorece o surgimento de câimbras musculares que pode ser um fator
agravante para as queixas de dores e desgaste psicofísico relatados (BARBIERO,
2004; IIDA, 2005; MILLANVOYE, 2007; SIMÕES, 2003).
Outro ponto crítico a ser considerado neste estudo é a limitação térmica
imposta pelas vestimentas e equipamentos de proteção, onde é imprescindível
analisar a conformidade entre a vestimenta utilizada com a natureza do trabalho
realizado, bem como a relação com o ambiente em que este trabalho está inserido.
A vestimenta e os EPIs utilizados para a atividade de soldar,
particularmente, funciona como barreira de proteção ao calor e outros agentes de
risco à saúde do trabalhador, mas também implicam sobre a termorregulação
corpórea, ou seja, ao mesmo tempo que protege o trabalhador do calor, de materiais
aquecidos e gazes metálicos proveniente do processo de fusão de materiais,
dificultam com que o organismo disperse seu excesso de calor (BARBIERO, 2004).
Neste sentido, foi possível detectar que as vestimentas associadas aos EPIs
– que são obrigatórios e indispensáveis à natureza das tarefas analisadas –
dificultam, e muito, o processo fisiológico de termorregulação com consequente
agravamento do calor percebido pelos trabalhadores durante o processo produtivo,
por dificultarem a troca de temperatura do corpo com o meio. E, por fim, os
equipamentos de solda também constituem fontes de calor radiante no ambiente de
trabalho analisado.
Sendo assim, como a função de soldador dentro de uma usina está contida
por um envoltório de condições geradoras de calor e o desconforto térmico do
trabalho é acrescido pelo implemento obrigatório de roupas e máscaras protetoras, o
que dificulta ainda mais a termorregulação corporal, tais situações podem
52

representar perigo à saúde destes trabalhadores e, também, ao seu desempenho


produtivo.
53

5.11 Recomendações ergonômicas

O estudo realizado até o momento demonstra resultados consideráveis sobre


os possíveis desconfortos térmicos percebidos pelos trabalhadores durante as
atividades de recuperação do martelo de moenda, através dos processos de
soldagem e balanceamento.
Contudo, não foi possível determinar valores de temperatura efetiva durante
cada uma das três atividades analisadas e nem mesmo estabelecer o cálculo de
resistência térmica dos vestuários dos trabalhadores e dos EPIs utilizados para o
desenvolvimento de suas funções.
Porém, as avaliações estabelecidas até o momento, permitem conduzir
algumas reflexões que poderão contribuir para a correção do desconforto térmico
evidenciado pelos trabalhadores se forem validados com os mesmos e a diretoria da
empresa, sendo:
 Analisar os layouts dos postos de trabalho de forma a estabelecer uma
melhor dispersão do calor produzido pelos processos de derretimento e
fusão da solda;
 Implantar sistema de exaustão de forma efetiva sobre os postos de
trabalho, em específico, onde são realizadas as tarefas de enchimento
e revestimento do martelo;
 Avaliar o mobiliário e as bancadas de trabalho, de forma a considerar:
tipo, materiais e condições de conservação das cadeiras; tipo de
material das bancadas; dispersão de calor por entre a peça (martelo)
aquecido pelo processo de soldagem e dimensionamento das
bancadas;
 Afastar as máquinas de solda dos postos de trabalho, de modo a
garantir que o calor emitido pelo funcionamento das mesmas não
represente mais uma fonte térmica de calor no local;
 Realizar avaliações constantes das variáveis ambientais e determinar
pausas para compensação térmica;
 Avaliar a temperatura efetiva de cada atividade, e correlacioná-la a
percepção térmica da atividade.
54

6 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

A partir deste estudo, foi possível avaliar o desconforto térmico referente às


percepções individuais dos trabalhadores durante a realização de suas atividades,
no entanto, a temperatura efetiva determinada nesta pesquisa representa valores
ambientais do local de trabalho, e não específicas dos espaços dos postos de
trabalho e, nem mesmo, da atividade real.
Assim, para futuras investigações, recomenda-se que sejam realizadas
avaliações das variáveis ambientais nos postos de trabalho durante a atividade e
que a avaliação do desconforto térmico percebidos pelos trabalhadores seja
mensurada imediatamente após a atividade, afim de evitar confusão perceptiva
desta condição com outras ambiências físicas. E que a coleta desta variável
sensorial seja realizada em diferentes períodos do dia (matutino-vespertino), em um
intervalo maior de tempo e períodos variados das estações climáticas.
A escala de percepção subjetiva de esforço desenvolvida por Borg, por meio
de sua adequação e empregabilidade, adotada pelos pesquisados deste estudo,
demonstrou considerável relevância para avaliar o desconforto térmico dos
trabalhadores analisados. Porém, por se tratar de um instrumento, ainda não
validado para tal finalidade e que a legislação brasileira, para análise do conforto
térmico no ambiente de trabalho, estabelece critérios de avaliação das condições
ambientes de trabalho (BRASIL, 1978d; 2002), sugere-se que novos estudos sejam
desenvolvidos considerando as recomendações apontadas pela ISO 7730:2005
(INTERNATIONAL STANDARD, 2005; RUAS, 2001).
55

7 CONCLUSÃO

A partir dos objetivos estabelecidos neste estudo, foi possível identificar que o
ambiente de trabalho, mesmo por suas características estruturais e não projetadas
sob as perspectivas de adequações para condições de ambientação física ajustável
às características da atividade e de seus trabalhadores, evidenciou-se que, na
maioria das vezes, a temperatura do local era considerada pelos operários como
sendo boa, mas que a percepção térmica durante a atividade laborativa de
soldagem e balanceamento do martelo demandava um desconforto
consideravelmente alto.
Ao delimitar a investigação entre a percepção e as medidas das variáveis
ambientais, pode-se analisar que, entre os dias avaliados, os períodos da tarde são
os mais quentes e que oferecem ao trabalhador uma maior exposição ao calor e
que, em alguns dias, ultrapassaram os limites recomendados pela NR 15. Ao
investigar a temperatura efetiva, conforme estabelecido pela NR 17, relativo às
condições ambientais de trabalho, também foi observado que esta condição
ostentava temperatura que, quando comparados a NR 15, ultrapassavam os limites
térmicos de exposição.
Assim, como medidas de controle e adequação do local de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, pode-se inferir algumas
recomendações a serem analisadas e validadas por entre os atores sociais do
trabalho e diretoria da empresa, sendo:
 Avaliação constante das variáveis ambientais, principalmente em
períodos do ano onde o calor é mais abundante;
 Análise e redimensionamento dos postos de trabalho, de forma a
garantir uma melhor dispersão do calor emitido durante as atividades
de soldagem;
 Implantação de sistema de eliminação de fumos metálicos e calor
emitidos pelo processo de fusão de materiais durante a solda;
 Adotar sistemas de pausas térmicas restauradoras, principalmente
durante os dias mais quentes do ano;
 Assumir, enquanto medida de controle à exposição ao calor, também
as variáveis da temperatura efetiva.
56

Contudo, devido às limitações apresentadas por este estudo, torna-se


recomendável que novos estudos sobre as variáveis ambientais sejam realizados e
que estas condições sejam acompanhadas e individualizadas a cada posto de
trabalho, levando em conta a diversidade climática do nosso país. Recomendamos,
ainda, que a percepção do (des)conforto térmico dos trabalhadores seja analisada
no imediatismo permissivo da realização da atividade.
Outro estado a ser considerado para análise dos postos de trabalho, que foi
identificado ao longo deste estudo, mas que não foi a prioridade da nossa pesquisa,
é a avaliação do mobiliário e outras variáveis, associando aos relatos dos
trabalhadores que se queixaram de dores no corpo durante a execução de suas
atividades, os quais podem demonstrar relação, também com a movimentação e
postura no trabalho.
57

REFERÊNCIAS

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58

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Trabalho e Emprego - Secretaria de Inspeção do Trabalho: Brasília - DF. 2002.

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Appl Ergon, v. 29, n. 3, p. 179-83, 1998.
62

ANEXO A – Escala modificada de percepção subjetiva de Borg

Escala de Borg Modificada

A partir de sua percepção, o quanto a temperatura e o calor do local, tem


representado desconforte, para a realização de suas atividades?

0 Nenhuma

0,5 Muito, Muito Leve

1 Muito Leve

2 Leve

3 Moderada

4 Pouco Intensa

5
Intensa
6

7
Muito Intensa
8

9 Muito, Muito Intensa

10 Máximo
63

APÊNDICE A – Questionário sócio demográfica, profissional e de saúde

IDENTIFICAÇÃO DO PÚBLICO ALVO

1) Data ____/_____/_______
2) Nome: __________________________________________________________

3) Sexo: 1 [ ] Masculino 2 [ ] Feminino

4) Data de Nascimento: ______/_______/________

5) Idade: ________ anos

6) Peso: __________ Kg

7) Estatura: __________ metros

8) Circunferência do Abdome: ____________ cm

9) Circunferência do quadril: ____________ cm

10) Escolaridade:
1 [ ] Ensino Fundamental Incompleto 4 [ ] Ensino Médio Completo
2 [ ] Ensino Fundamental Completo 5 [ ] Ensino Superior Incompleto
3 [ ] Ensino Médio Incompleto 6 [ ] Ensino Superior Completo

11) Estado Civil


1 [ ] Solteiro (a) 4 [ ] Separado (a)
2 [ ] Casado (a) 5 [ ] Viúvo (a)
3 [ ] Amasiado (a)

12) Número de Filho:


0 [ ] Nenhum
1 [ ] 1 filho 3 [ ] 3 filhos
2 [ ] 2 filhos 4 [ ] 4 ou mais filhos

13) Data de admissão na empresa: _____/______/________

14) Data de admissão na função analisado: ______/______/________

15) Qual atividade você desenvolve no setor (pode marcar mais de uma opção)?
0 [ ] Enchimento do Martelo
1 [ ] Revestimento Duro
2 [ ] Balanceamento do Marte
64

16) Para desenvolver a função de soldador de martelo de moenda, é necessário


possuir curso específico para o desenvolvimento da atividade:
0 [ ] Não
1 [ ] Sim: Qual:___________________________________________________
17) No último ano sofreu algum acidente de trabalho que necessitou se afastar da
função:
0 [ ] Não
1 [ ] Sim

18) Se você sofreu algum no último ano, quantos dias ficou afastado do trabalho
por este motivo?
0 [ ] Não sofri acidente 1 [ ] Nenhum dia 2 [ ] ________ dias

19) No último ano precisou se afastar do trabalho devido algum problema de


saúde?
0 [ ] Não
1 [ ] Sim: Qual(is) o(s) motivo(s): _____________________________________
________________________________________________________________

20) Se você se afastou do trabalho por motivo de algum problema de saúde,


quantos dias ficou afastado de suas funções?

0 [ ] Não sofri acidente 1 [ ] Nenhum dia 2 [ ] ________ dias

21) No geral, como você avaliaria o seu ambiente de trabalho (organização,


equipamento, relacionamento, supervisão, etc):
1 [ ] Muito Bom 2 [ ] Bom 3 [ ] Regular 4 [ ] Ruim 5 [ ] Muito Ruim

22) Em relação ao calor do seu local de trabalho, como você avalia a


temperatura do ambiente:
1 [ ] Muito Boa 2 [ ] Boa 3 [ ] Regular 4 [ ] Ruim 5 [ ] Muito Ruim

23) Você considera o seu serviço estressante?


0 [ ] Não
1 [ ] Sim

24) Você percebe que o seu trabalho é desgastante e cansativo?


0 [ ] Não
1 [ ] Sim

25) Você percebe que o seu trabalho provoca dores no corpo?


0 [ ] Não
1 [ ] Sim
APÊNDICE B – Questionário de caracterização das vestimentas e EPIs

CARACTERIZAÇÃO DO VESTIMENTO E EPIs


Descrição
Roupa/EPIs Obrigatoriedade
Tipo Material Peso (Kg)
26) Blusa de Uniforme 0 [ ] Não 1 [ ] Sim

27) Calça de Uniforme 0 [ ] Não 1 [ ] Sim

28) Capacete de Proteção 0 [ ] Não 1 [ ] Sim

29) Óculos de Proteção 0 [ ] Não 1 [ ] Sim

30) Máscara de Solda 0 [ ] Não 1 [ ] Sim

31) Máscara de Proteção 0 [ ] Não 1 [ ] Sim

32) Luva de Proteção 0 [ ] Não 1 [ ] Sim

33) Avental de Proteção 0 [ ] Não 1 [ ] Sim

34) Calçado de Proteção 0 [ ] Não 1 [ ] Sim

35) Outros 0 [ ] Não 1 [ ] Sim


66

APÊNDICE C – Termo de autorização da diretoria da empresa

TERMO DE AUTORIZAÇÃO DA DIRETORIA DA EMPRESA

Pesquisadores:
Alessandra Magalhães Torres; Anderson Rodrigues Freitas; Joel Benedito Roque;
Vanessa Adriana de Araujo

Viemos por meio desta solicitar autorização para realizar a pesquisa intitulada
Avaliação do conforto térmico de soldadores de uma usina sucroalcooleira do interior
paulista, que tem como objetivo avaliar a carga térmica de trabalhadores que
realizam a atividade de enchimento de martelo de moenda, visando estabelecer uma
temperatura efetiva corrigida a partir da análise ergonômica do trabalho.
Informamos que os dados coletados serão utilizados junto ao Trabalho de
Conclusão de Curso, no curso de pós-graduação em ergonomia do SENAC São
Paulo – unidade Ribeirão Preto –, o qual somos alunos, e também poderão ser
utilizados em outros trabalhos e eventos científicos.
Para tanto, necessitamos de Vossa autorização para realizarmos entrevistas
e aplicação de questionários nos trabalhadores do setor analisado, filmagem e
registro de imagens (fotografias) e medições das variáveis térmicas – temperatura,
ventilação e umidade – do local e postos de trabalho que realizam a atividade
avaliada.
Certo de contar com a valiosa colaboração de Vossa Senhoria, agradecemos
e nos colocamos à disposição para eventuais esclarecimentos.
Eu ___________________________________________________________,
portador do RG nº ______________________ nas atribuições do meu cargo de
______________________________ autorizo a realização da referida pesquisa nas
dependências da empresa _____________________________________________.

_______________________, _____ de ________________ de _________.

_____________________________________________
Assinatura do Responsável Legal da Empresa
67

APÊNDICE D – Termo de autorização do departamento

TERMO DE AUTORIZAÇÃO DO DEPARTAMENTO

Declaro ter ciência da pesquisa intitulada Avaliação do conforto térmico de


soldadores de uma usina sucroalcooleira do interior paulista que possui objetivo de
avaliar a carga térmica de trabalhadores que realizam a atividade de enchimento de
martelo de moenda, visando estabelecer uma temperatura efetiva corrigida a partir
da análise ergonômica do trabalho.
Para isso, eu __________________________________________________,
portador do RG nº ______________________________, nas atribuições do meu
cargo de _______________________________________________________, na
empresa ______________________________________________________,
autorizo os pesquisadores do estudo mencionada acima, a realizarem entrevistas e
aplicar questionários aos trabalhadores sobre a minha supervisão, e a coletarem
dados deste departamento/setor/comissão, bem como filmagens e registro de
imagens (fotografias) para finalidades científicos, se necessário.

_______________________, _____ de ________________ de _________.

_____________________________________________
Assinatura do Responsável pelo Departamento/Setor
68

APÊNDICE E – Termo de consentimento livre e esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Esta pesquisa cujo título é Avaliação do conforto térmico de soldadores de


uma usina sucroalcooleira do interior paulista, tem por finalidade verificar a carga
térmica que trabalhadores na função de soldador estão submetidos, ao realizarem a
atividade de enchimento de martelo de moenda, visando estabelecer uma
temperatura efetiva corrigida a partir da análise ergonômica do trabalho.
Visando atingir os objetivos os pesquisadores elaboraram um protocolo de
pesquisa que consiste no preenchimento de um questionário pelos trabalhadores,
medidas das circunferências de cintura e quadril, peso e altura, avaliação da
percepção do esforço que os trabalhadores empregam durante a atividade
analisada, e levantamento de variáveis ambientais – temperatura, umidade relativa
do ar e velocidade relativa do ar.
Para tanto, deve ficar claro que sua participação é voluntária, possuindo total
liberdade para se recusar a participar e ainda se recusar a continuar participando em
qualquer fase da pesquisa, sem qualquer prejuízo à vossa pessoa. A sua
participação nesta pesquisa não lhe trará implicações legais e sua identidade será
mantida em total sigilo. As informações por Vossa Senhoria fornecidas poderão ser
utilizadas em outros trabalhos e eventos científicos, mas sua identidade sempre será
preservada. Além disso, a sua participação neste projeto não será remunerada.
Após ter tomado conhecimento destes fatos e aceitar participar da pesquisa,
assumindo não ter sofrido nenhuma pressão para tanto:

Eu ___________________________________________________________
RG ______________________, residente na _______________________________
nº _________, Bairro ________________________ Cidade _________________,
Estado ___________________________________, CEP _________-_____,
telefone (___) _______________ aceito participar deste estudo, ciente de que minha
participação é voluntária e estou livre para em qualquer momento desistir de
colaborar com a pesquisa, sem nenhuma espécie de prejuízo. Assim também,
poderei tirar minhas dúvidas sobre o projeto e minha participação, agora ou em
qualquer momento.
69

Telefones para dúvidas:


Alessandra Magalhães Torres (34) 8822-4110
Anderson Rodrigues Freitas (17) 3323-7183 / 99732-7635
Joel Benedito Roque (17) 99172-5202
Vanessa Adriana de Araujo (34) 8875-3244
Secretaria do Comitê de Ética do SENAC (11) 5682-7612

Eu recebi uma cópia deste termo e a possibilidade de poder lê–lo.

_____________________________________________
Assinatura do Participante

_____________________________________________
Assinatura - Testemunha

_______________________, _____ de ________________ de _________.

__________________________________________
Alessandra Magalhães Torres – Pesquisador

__________________________________________
Anderson Rodrigues Freitas – Pesquisador

__________________________________________
Joel Benedito Roque – Pesquisador

__________________________________________
Vanessa Adriana de Araujo – Pesquisadora
APÊNDICE F – Descrição sistemática da atividade de enchimento de martelo

Quadro 2 – Descrição detalhada da atividade de retirada dos martelos a serem recuperadas do caixote metálico

FICHA DE DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

Atividade Analisada: ENCHIMENTO DO MARTELO

Analista: Data da Criação: Finalizado Por: Data de Finalização

Descrição do
Atividade Próxima Operação Local Máquinas e Equipamento Observação
Processo
1 O martelo chega ao Empilhamento na Barracão da  Capuz O caixote chega até
setor em caixote bancada Caldeiraria -  Óculo de proteção o local transportado
metálico, onde o Setor de incolor de policarbonato por uma
soldador retira Enchimento de  Respirador carregadeira.
manualmente o martelo, Martelo  Protetor Auricular
com peso aproximado  Luva de Raspa de
de 20 Kg. Couro e Forrada
 Avental de Raspa de
Couro – tipo barbeiro
Fonte: Autores, 2015.  Botina de Couro – sem
bico de ferro
 Perneira de Raspa de
Couro
Continua
Quadro 2a – Descrição detalhada da atividade de retirada dos martelos a serem recuperadas do caixote metálico (Continuação)
1 Após ser retirado Colocar os martelos Setor de  Bancada de ferro; Depois que os
manualmente do caixote na bancada de Enchimento de  Capuz martelos são
metálico, os martelos de enchimento. Martelo  Óculo de proteção colocados na
moenda são empilhados incolor de policarbonato bancada externa,
sobre uma bancada  Respirador eles são levados
externa, onde fica a  Protetor Auricular pelo soldador - um a
disposição para o início  Luva de Raspa de um - manualmente
das atividades. Couro e Forrada até a sua bancada
 Avental de Raspa de de solda MIG.

Fonte: Autores, 2015. Couro – tipo barbeiro


 Botina de Couro – sem
bico de ferro
 Perneira de Raspa de
Couro
APÊNDICE G – Descrição sistemática da atividade de enchimento de martelo – fase de soldagem

Quadro 3 – Descrição da atividade de enchimento do martelo – fase de preenchimento do material desgastado com solda MIG

FICHA DE DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

Atividade Analisada: ENCHIMENTO DO MARTELO

Analista: Data da Criação: Finalizado Por: Data de Finalização

Descrição do
Atividade Próxima Operação Local Máquinas e Equipamento Observação
Processo
2 O trabalhador coloca 3 Verificação do Enchimento  Bancada de solda com
martelos em sua desgaste através com solda MIG suporte para 3 martelos;
bancada de solda. de molde  Exaustor circular;
 Capuz
 Óculo de proteção
incolor de policarbonato
 Respirador
 Protetor Auricular
 Luva de Raspa de
Fonte: Autores, 2015. Couro e Forrada
 Avental de Raspa de
Couro – tipo barbeiro
 Botina de Couro – sem
bico de ferro
 Perneira de Raspa de
Couro
Continua
Quadro 3a – Descrição da atividade de enchimento do martelo – fase de preenchimento do material desgastado com solda MIG
(Continuação)
3 Como referencial, o Enchimento do Enchimento do  Gabarito de medição
trabalhador utiliza um Martelo com Solda Martelo com das dimensões do
gabarito para parâmetro MIG Solda MIG martelo
da quantidade de  Exaustor circular;
material que deverá ser  Capuz
preenchido em cada um  Óculo de proteção
dos 3 martelos, incolor de policarbonato
dispostos em sua  Respirador
bancada de solda.  Protetor Auricular
Fonte: Autores, 2015.  Luva de Raspa de
Couro e Forrada
 Avental de Raspa de
Couro – tipo barbeiro
 Botina de Couro – sem
bico de ferro
 Perneira de Raspa de
Couro
Continua
Quadro 3b – Descrição da atividade de enchimento do martelo – fase de preenchimento do material desgastado com solda MIG
(Continuação)
4 Nesta primeira fase, o Empilhamento dos Enchimento do  Máquina de solda MIG
material depositado nos martelos enchidos Martelo com  Eletrodo de arame
martelos é feito através em bancada central Solda MIG tubular arque 35.
do processo de solda  Bancada de solda;
MIG (arame tubular  Cadeira tipo escritório;
arque 35).  Exaustor circular;
 Capuz
 Óculo de proteção
incolor de policarbonato
Fonte: Autores, 2015.  Respirador
 Protetor Auricular
 Máscara para Solda
 Luva de Raspa de
Couro e Forrada
 Avental de Raspa de
Couro – tipo barbeiro
 Botina de Couro – sem
bico de ferro
 Perneira de Raspa de
Couro
5 Após a atividade de Revestimento do Revestimento  Capuz
enchimento do martelo, martelo Eletrodo Duro  Óculo de proteção
manualmente o Com eletrodo duro incolor de policarbonato
trabalhador retira os  Respirador
martelos – um a um –  Protetor Auricular
da bancada de  Luva de Raspa de
enchimento com solda Couro e Forrada
MIG e os colocam sobre  Avental de Raspa de
uma outra bancada, no Couro – tipo barbeiro
centro do barracão, para  Botina de Couro – sem
Fonte: Autores, 2015. que o trabalhador do bico de ferro
posto de revestimento
 Perneira de Raspa de
com Eletrodo Duro
Couro
possa pegá-los.
APÊNDICE H – Descrição sistemática da atividade de revestimento de martelo

Quadro 4 – Descrição da atividade de enchimento do martelo – fase de revestimento com eletrodo revestimento arque 45 (4,0
mm)

FICHA DE DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

Atividade Analisada: REVESTIMENTO DO MARTELO

Analista: Data da Criação: Finalizado Por: Data de Finalização

Descrição do
Atividade Próxima Operação Local Máquinas e Equipamento Observação
Processo
1 Após o trabalhador Solda – Barracão da  Bancada de ferro; O martelo é
pegar o martelo que já Revestimento do Caldeiraria -  Capuz carregado da
foi enchido na atividade martelo Setor de  Óculo de proteção bancada central até
de enchimento de Revestimento incolor de policarbonato o setor de
martelo e deixado na de Martelo  Respirador revestimento
bancada central, o  Protetor Auricular manualmente.
trabalhador do posto de  Máscara para Solda O trabalhador busco
trabalho de  Luva de Raspa de 1 (um) martelo por
revestimento do Couro e Forrada vez.
martelo, coloca a peça
Fonte: Autores, 2015.  Avental de Raspa de
sobre sua bancada de
Couro – tipo barbeiro
solda.
 Botina de Couro – sem
bico de ferro
 Perneira de Raspa de
Couro
Continua
Quadro 4a – Descrição da atividade de enchimento do martelo – fase de revestimento com eletrodo revestimento arque 45 (4,0
mm) (Continuação)
2 Com o martelo Colocar os martelos Barracão da  Bancada de ferro; Depois que os
posicionado sobre a na bancada central Caldeiraria -  Máquina de Solda; martelos são
bancada o trabalhador para o próximo Setor de  Eletrodo de colocados na
inicia o processo de setor – Revestimento Revestimento Arque 45 bancada externa,
revestimento. balanceamento do de Martelo (4,0 mm) eles são levados
martelo – buscar pelo soldador - um a
para continuar o um - manualmente
serviço. até a sua bancada
de solda MIG.

Fonte: Autores, 2015.

Fonte: Autores, 2015.


APÊNDICE I – Descrição sistemática da atividade de balanceamento de martelo

Quadro 5 – Descrição da atividade de enchimento do martelo – fase de balanceamento do martelo

FICHA DE DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

Atividade Analisada: Balanceamento DO MARTELO

Analista: Data da Criação: Finalizado Por: Data de Finalização

Descrição do
Atividade Próxima Operação Local Máquinas e Equipamento Observação
Processo
1 O martelo após ser Verificar o Barracão da  Balança de prato;
submetido ao processo balanceamento Caldeiraria -
de revestimento é Setor de
conduzido manualmente Balanceamento
pelo trabalhador de Martelo
balanceiro da bancada
central até a bancada
de balanceamento.

Fonte: Autores, 2015.


Continua
Quadro 5a – Descrição da atividade de enchimento do martelo – fase de balanceamento do martelo (Continuação)
2 O trabalhador coloca Verificar o Barracão da  Balança de prato; Depois que os
manualmente um balanceamento Caldeiraria -  Martelo Gabarito para martelos são
martelo com peso Setor de pesagem colocados na
padrão de um lado da Balanceamento  Capuz bancada externa,
balança de prato. de Martelo  Óculo de proteção eles são levados
incolor de policarbonato pelo soldador - um a
 Respirador um - manualmente
 Protetor Auricular até a sua bancada
 Luva de Raspa de de solda MIG.

Fonte: Autores, 2015. Couro e Forrada


 Avental de Raspa de
Couro – tipo barbeiro
 Botina de Couro – sem
bico de ferro
 Perneira de Raspa de
Couro
Continua
Quadro 5b – Descrição da atividade de enchimento do martelo – fase de balanceamento do martelo (Continuação)
3 O trabalhador dispõe o Barracão da  Balança de prato; Caso o peso do
martelo manualmente, Caldeiraria -  Martelo Gabarito para martelo que foi
que foi enchido e Setor de pesagem restaurado não
revestido do outro lado Balanceamento  Capuz atingir o peso
da balança para analisar de Martelo  Óculo de proteção esperado, o
o peso padrão em incolor de policarbonato trabalhador na
comparação ao gabarito  Respirador bancada da balança,
que foi colocado no lado  Protetor Auricular completa o peso da
inverso da balança  Luva de Raspa de peça com o eletrodo
(aproximadamente 20 Couro e Forrada de revestimento;
Fonte: Autores, 2015. kg)
 Avental de Raspa de
Caso o peso do
Couro – tipo barbeiro
martelo ultrapasse o
 Botina de Couro – sem
peso padrão, o
bico de ferro
trabalhador realiza
 Perneira de Raspa de do desgaste da peça
Couro com um eletrodo de
chanfro.
Balanceamento:
 Máscara para Solda
 Máquina de Solda (qual
máquina)
 Eletrodo de
Revestimento Arque 45
(4,00 mm)
 Eletrodo de Chanfro
(tem mais alguma
especificação)
Continua
Quadro 5c – Descrição da atividade de enchimento do martelo – fase de balanceamento do martelo (Continuação)
4 Após o balanceamento Barracão da  Capuz
o martelo é levado Caldeiraria -  Óculo de proteção
manualmente para um Setor de incolor de policarbonato
caixote metálico e a Balanceamento  Respirador
peça é identificada com de Martelo  Protetor Auricular
a marca “pronto”.  Luva de Raspa de
Couro e Forrada
 Avental de Raspa de
Couro – tipo barbeiro
Fonte: Autores, 2015.  Botina de Couro – sem
bico de ferro
 Perneira de Raspa de
Couro

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