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2010-07-01 20:49
O Tempo de Icabô é uma série de 3 artigos que vou publicar um por semana, esta
série fala de diversos assuntos relevantes para a nossa vida espiritual, comparando a
geração de Icabô com os nossos dias, procurando fazer uma análise crítica
porém, sincera e honesta da Igreja atual, com o propósito de despertar a nossa geração!
O Tempo de Icabô
Ela não se interessou e não respondeu. Mas deu ao menino o nome de Icabô,
explicando: “A glória saiu de Israel. Disse isso, falando da tomada da arca de Deus e
da morte do seu sogro e do seu marido. Ela disse:
– A glória saiu de Israel, pois a arca de Deus foi tomada pelos nossos inimigos.
Icabô é nome dado ao neto do sacerdote Eli, ao filho de Finéias. Icabô significa: foi-se a
glória. Esse nome foi dado a esta criança por causa dos acontecimentos que
antecederam o seu nascimento: Israel perdeu a Arca da Aliança e o sacerdote Eli morreu
ao receber esta notícia. Foi uma das piores épocas da história de Israel.
Que triste época para se nascer! O que deveria ser um motivo de alegria e esperança,
como o nascimento de uma criança, foi um dia de dor, de sofrimento, morte e
desesperança, afinal “foi-se a glória”.
O que aconteceu à Arca da Aliança e ao sacerdote Eli foi, pois, o desfecho de uma
época de pecado e afastamento de Deus.
1Sm 3.1: “O jovem Samuel servia ao Senhor, perante Eli. Naqueles dias, a palavra do
Senhor era mui rara; as visões não eram freqüentes”.
O Senhor não falava por não querer falar, mas por não haver quem o ouvisse. O pecado
e a falta de temor de Deus provocavam o silêncio.
Imagino como soou como música aos ouvidos do Senhor a célebre resposta de Samuel,
à noite na tenda em Siló, quando pela terceira vez o Senhor o chamou: -“fala Senhor
porque o teu servo ouve!”. Finalmente o Senhor encontrou alguém que o ouvisse.
Infelizmente as palavras do Senhor a Samuel não eram palavras doces, de esperança e
restauração, mas de juízo sobre a família sacerdotal e o povo.
1 Sm 3.2-4: Certo dia, estando deitado no lugar costumado o sacerdote Eli, cujos olhos
já começavam a escurecer-se, a ponto de não poder ver, e tendo-se deitado também
Samuel, no templo do Senhor, em que estava a arca, antes que a lâmpada de Deus se
apagasse, o Senhor chamou o menino: Samuel, Samuel! Este respondeu: Eis-me aqui!
O Senhor procura servos que o ouçam, ele encontrou Samuel que estava próximo à
Arca, enquanto Eli estava no “lugar costumado”, no lugar de sempre.
Entretanto, o menino Samuel estava no templo, junto da Arca. Talvez porque não havia
um quarto para ele, afinal ele era um menino, poderia se ajeitar em qualquer cantinho -
glorioso cantinho, o mesmo onde Deus estava! Foi dormir ao lado de Deus! Saia do seu
lugar de costume (zona de conforto) busque um renovo para a sua vida. Saia por um
momento das atividades rotineiras, busque o silêncio, se retire do corre-corre, dê tempo
para ouvir Deus falar.
1Sm 3:5: “Correu a Eli e disse: Eis-me aqui, pois tu me chamaste. Mas ele disse: Não
te chamei; torna a deitar-te. Ele se foi e se deitou.”
Estamos tão acostumados com tudo isso que confundimos a voz de Deus com a voz dos
homens!
Ao contrário do adágio popular a voz de Deus não é a voz do povo, a voz de Deus não é
a voz dos homens. Contudo, Deus fala através de homens. É necessário, entretanto,
discernirmos se é Deus que nos fala ou o homem. No caso de Samuel, ele foi orientado
pelo próprio sacerdote Eli. Hoje nós temos a Palavra de Deus contida na Bíblia Sagrada.
Precisamos buscar conhecimento tal da Palavra de Deus, que possamos receber aquilo
que Deus está falando através do seu servo com humildade, ou rejeitarmos aquilo que o
homem está falando por sua própria vontade como se Deus o falasse.
Ouvir não significa somente escutar a voz de Deus, mas praticar o que se escuta. Temos
à nossa disposição as palavras inspiradas dos profetas e dos apóstolos. Devemos guiar
as nossas vidas através da Palavra escrita de Deus. Os evangelhos e as epístolas têm
todas as noções que precisamos ter acerca da vontade de Deus. Talvez você não ouvirá a
voz de Deus como trombeta em seus ouvidos, mas sentirá o seu coração arder ao
meditar nas escrituras.
O Tempo de Icabô (parte 2)
2010-07-05 13:18
1Sm 2.12: “Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não se importavam com o
Senhor;”.
Nunca se viu tantas igrejas sendo fundadas, existe uma para cada tipo de pessoa. O
“evangelho” nunca foi tão difundido e está inclusive virando moda, com a adesão de
famosos. Paradoxalmente o declínio moral e espiritual é vertiginoso!
“Belial, com sua iniqüidade, divide a igreja, permeia a liderança, assenta-se nas
tribunas dos concílios e convenções, em reuniões de ministérios, nas pregações tidas,
muitas vezes, como as mais espirituais. Ele é adorado sempre que a iniqüidade e
perversidade ocupam espaço em nosso coração e quando nossa motivação deixa de ser
Deus, e passa a centralizar-se em projetos humanos.” [1]
Corrupção
1Sm 2:17: “Era, pois, mui grande o pecado destes moços perante o Senhor, porquanto
eles desprezavam a oferta do Senhor.”
Luxúria
1Sm 2.22: “Era, porém, Eli já muito velho e ouvia tudo quanto seus filhos faziam a
todo o Israel e de como se deitavam com as mulheres que serviam à porta da tenda da
congregação.”
A imoralidade sexual domina esta sociedade, e isto não é novidade, mas o povo de Deus
foi chamado para ser santo. Não quero, com isto, dar a entender que não somos falhos,
entretanto é nossa a responsabilidade fechar as brechas por onde Belial tem entrado na
Igreja. E, neste aspecto a única maneira para isso, é honrando o matrimônio, que é a
única forma de sexo abençoado por Deus! (Hb 13.4). Ao contrário disso, muitos de
nossos jovens estão iniciando suas vidas sexuais sem nem cogitar o casamento e, o que
é pior, muitas vezes apoiados e incentivado pelos pais.
[1] SOUZA FILHO, João A. de. Formando Verdadeiros Adoradores. Belo Horizonte:
Ed.Betânia, 2003.
Se você ainda não leu as seções anteriores leia antes de ler esta. Clique aqui para
ler: (parte 1) (parte 2)
1Sm 4:1-4 “Veio a palavra de Samuel a todo o Israel. Israel saiu à peleja contra os
filisteus e se acampou junto a Ebenézer; e os filisteus se acamparam junto a Afeca.
Dispuseram-se os filisteus em ordem de batalha, para sair de encontro a Israel; e,
travada a peleja, Israel foi derrotado pelos filisteus; e estes mataram, no campo aberto,
cerca de quatro mil homens. Voltando o povo ao arraial, disseram os anciãos de Israel:
Por que nos feriu o Senhor, hoje, diante dos filisteus? Tragamos de Siló a arca da
Aliança do Senhor, para que venha no meio de nós e nos livre das mãos de nossos
inimigos. Mandou, pois, o povo trazer de Siló a arca do Senhor dos Exércitos,
entronizado entre os querubins; os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, estavam ali com
a arca da Aliança de Deus.”
Deus muitas vezes permite a derrota do seu povo para mostrar que o seu compromisso é
com a santidade e não com o homem.
Nossos projetos deixam de ser projetos de Deus quando não são firmados de acordo
com a Palavra de Deus, e se não são de Deus, Deus não se compromete com eles.
Por vezes temos todos os meios e instrumentos disponíveis para vencermos, então nos
enchemos de autoconfiança e passamos a agir baseado em nossos próprios desejos,
esquecendo de confiar em Deus e submeter nossos intentos à sua vontade.
Este foi o caso da geração pós-diluviana, quando intentou construir uma torre em honra
ao homem, e deliberadamente decidiram desobedecer à ordem de Deus de se
espalharem sobre a Terra. Então Deus olhou para o homem e disse: o povo é um só, e
falam a mesma língua e tudo que intentarem fazer não lhes será impossível (cf Gn 11.1-
9). Eu chamo isso de fórmula do sucesso para um povo ou comunidade: unidade de
propósito (todos queriam construir a torre) + entendimento mútuo (falavam a mesma
língua) + consentimento divino (obediência à vontade de Deus) = vitória! Porém lhes
faltou o último e mais importante ingrediente desta fórmula: a obediência a Deus, então
o próprio Deus frustrou seus intentos.
Entretanto depois que a arca foi levada para a batalha foram mortos trinta mil homens
de Israel, na batalha anterior foram quatro mil, e a arca da Aliança foi levada pelos
filisteus.
Mas porque Deus permitiu tal coisa? O que era feito do Deus de Israel que, segundo os
próprios filisteus disseram, feriu aos egípcios?
Tal como Israel, muitas igrejas fazem barulho demais, propaganda enganosa, chegam
até assustar o inimigo, dando pinta de que vão estremecer o inferno, dizem estar cheios
de fogo, de unção! Mas os resultados são decepcionantes. Isto porque queremos a glória
sem um caráter santo. Desta forma ao invés de vencermos seremos frustrados e
envergonhados. Watchman Nee expressou muito bem esse conceito em uma de suas
mensagens cujo tema é: O Testemunho de Deus em relação à igreja:
Mas a maneira de Deus é exatamente oposta. Ele permitirá Seu povo ser derrotado aos
olhos do mundo, para mostrar que Ele nada tem a ver com a impureza. Sua glória está
sempre associada com a santidade e Ele nunca encobrirá a impureza. Sua glória será
melhor preservada pela derrota de seu povo do que por sua vitória em uma situação de
impureza.” [1]
Disse o homem a Eli: Eu sou o que saí das fileiras e delas fugi hoje mesmo. Perguntou-
lhe Eli: Que sucedeu, meu filho?Então, respondeu o que trazia as novas e disse: Israel
fugiu de diante dos filisteus, houve grande morticínio entre o povo, e também os teus
dois filhos, Hofni e Finéias, foram mortos, e a arca de Deus foi tomada. Ao fazer ele
menção da arca de Deus, caiu Eli da cadeira para trás, junto ao portão, e quebrou-se-
lhe o pescoço, e morreu, porque era já homem velho e pesado; e havia ele julgado a
Israel quarenta anos.
– A glória saiu de Israel, pois a arca de Deus foi tomada pelos nossos inimigos.
O morticínio para Israel nos dias de Icabô foi sem precedentes: 4 mil mortos numa
primeira batalha contra os filisteus, posteriormente com a insistência de Israel no erro
foram trinta mil homens Entretanto a morte no campo de batalha foi, tão somente a
materialização da pior de todas as mortes, a morte espiritual! O povo estava separado do
seu Deus, a glória foi roubada, neste cenário, a morte física foi apenas um desfecho do
declínio espiritual do povo até a definitiva separação do seu Deus. E, como num golpe
de misericórdia morre o sacerdote Eli como confirmação definitiva da morte espiritual
de Israel, não havia mais a glória de Deus, morreu aquele que era o itermediário entre
Deus e o povo!
A época em que eu nasci, ao contrário de Icabô, foi uma época de avivamento, em que o
evangelho crescia, almas eram salvas às centenas. Lembro-me de batismos onde
centenas de pessoas desciam as águas - e não era batismo coletivo como algumas
denominações fazem hoje, isto é, várias igrejas batizando juntas, mas de uma igreja
local. Ouvi meu pai contando a respeito da igreja de São Borja, na época em que eu
nasci, em 1980, e de como era necessário requisitar auxílio da polícia para interditar a
rua da igreja, pois a multidão era maior fora do que dentro do templo. Lembro-me do
avivamento da década de 90, do movimento da nova unção, e do movimento gospel que
modernizou a música evangélica. De lá pra cá deixamos de ser 5% da população
brasileira para alcançarmos os atuais 30%.
Contudo, oro para que o que a geração do meu pai conquistou com oração e sacrifício, e
que nos foi legado, não seja perdido e transformado em histórias que contaremos para
nossos filhos e netos sem, no entanto, serem experimentadas por eles. Que nossos dias
sejam dias em que a glória do Senhor resplandeça e que a próxima geração não seja uma
“geração de Icabô”.
de ser obediente.
as tuas leis,
[1] NEE, Watchmam. Doze Cestos Cheios. Ed. Árvore da Vida. 2ª ed. São Paulo,
novembro/91.
Belial não é um demônio comum: ele é um dos príncipes das trevas, e chega a
ser confundido com o próprio Satanás. Alguns comentaristas falam de Belial
como sendo apenas uma expressão hebraica usada a respeito daqueles que
incitam à idolatria ou à insurreição; referindo-se a pessoas sexualmente imorais
ou mentirosas, é o que diz a nota de rodapé da Bíblia de Genebra. É também o
termo hebraico para "indignidade ou iniquidade", diz Russel Champlin.
Mas quem é esse Belial que anda fazendo estragos na igreja do Senhor Jesus?
Que espírito é esse que ocupa os púlpitos, que mente, persegue, adultera, que
faz o mal em nome de Deus, e que não é notado nem exaltado como os demais
príncipes de Satanás?
Creio que João Milton, o cego, autor de O Paraíso Perdido (célebre cristão e
autor, contemporâneo de Shakespeare, e que escreveu o que é considerado um
dos cinco poemas épicos do mundo), teve muita percepção espiritual quando
descreveu a forma de atuação desse príncipe satânico. Milton abre a cena épica
com Satanás recobrando-se da queda que o Messias lhe impôs no profundo
abismo. O primeiro a despertar no abismo ao lado de Satanás foi Belzebu,
seguido por Moloque, Camos, Baalim, Astarote, Tamuz, Dagom, Rimom, Osíris,
Isis, Hórus, o derradeiro deles, Belial. Todos se colocam à disposição de seu
líder e com ele traçam planos de continuar a luta contra o Altíssimo. Falando
sobre Belial, diz Milton:
Penso que Milton definiu com propriedade a atividade desse iníquo e perverso
príncipe do mal. Foi ele que inspirou os filhos de Eli a fazerem do tabernáculo do
Senhor um antro de orgia, perversão e maldade, resguardados sob o manto da
religião. Operando nos bastidores da religião e da fé, Belial consegue vituperar o
bom nome de Deus nos dias de hoje. Em alguns lugares ele ocupa solenemente
púlpitos de igrejas e campanários de catedrais inspirando com sua presença
atividades que se mostram cheias de piedade, mas que são danosas e
prejudiciais à igreja. Belial está conseguindo com a igreja o que Moloque não
pôde e não pode. Afinal, Moloque teve que mudar de tática para voltar a
sacrificar crianças, destruir casamentos e aniquilar a família e, nesse sentido,
Belial serve-lhe de grande ajuda. Aquele que agia pelas ruas de Sodoma e fincou
residência na pequena Gibeá onde uma mulher foi violentada e morta pelos
homens da cidade, age sem ser notado entre o rebanho de Deus.
Quando Milton diz que ele ama o vício só por amar, vêem-me à mente os jovens
que abandonando a fé, seqüestraram a filha de um empresário, roubaram-lhe,
fizeram-lhe refém alguns dias depois, e a imprensa com certo orgulho permitia-se
divulgar que os jovens eram membros de certa denominação evangélica. Belial
sabe como conquistar discípulos e menosprezar a Fé! Silenciosamente age nos
antros com vícios; nas portas das escolas conquista adeptos para o mal, e age
tranqüilo na catequese ideológica de alguns governos.