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Curso de Direito – 4° B

ANA CAROLINA DOS ANJOS SILVA


EDÉSIO LUÍS TERRA JÚNIOR
EMANUELE CRISTINA DE PAULA
JÚLIO CÉSAR DA ROSA SILVA
LUCAS FERREIRA DE AMORIM
ROBSON CARLOS GOMES

A inter-relação entre a educação e o direito

Muriaé – MG
2 de novembro de 2021
ANA CAROLINA DOS ANJOS SILVA
EDÉSIO LUÍS TERRA JÚNIOR
EMANUELE CRISTINA DE PAULA
JÚLIO CÉSAR DA ROSA SILVA
LUCAS FERREIRA DE AMORIM
ROBSON CARLOS GOMES

A inter-relação entre a educação e o direito

Trabalho apresentado à unidade de


ensino de Atividade de Extensão- Projeto
Aplicado à Comunidade do Curso de Direito
da Faculdade Faminas, como requisito
parcial à sua integralização.
Professor: Vânia Ágda de Oliveira Carvalho
Período: 4º B - Noturno

Muriaé - MG
02 de novembro de 2021
Introdução:

No presente projeto abordaremos a conexão existente entre a educação e o direito,


evidenciando como a relação entre os dois é importante para a formação de uma sociedade
mais justa e igualitária. Assim, é de supra importância compreender os seus conceitos e
analisar os benefícios oriundos da utilização de uma interdisciplinaridade entre as duas áreas.
O objetivo do trabalho é entender a ligação entre o direito e a educação, bem como
demonstrar a necessidade de levar os conhecimentos do direito para a sociedade,
principalmente para as minorias que acabam ficando mais afastadas de suas garantias
constitucionais. Desse modo, utilizou-se como metodologia a realização de uma pesquisa
bibliográfica sobre o tema, sendo, a princípio, exposto os principais conceitos considerados
relevantes para o entendimento do conteúdo abordado. Em seguida, foi realizada uma análise
das áreas e como elas se aproximam e tornam-se importantes para a busca de uma sociedade
mais democrática.

A educação:

A educação está constantemente presente nas mais diversas atividades desenvolvidas


em uma sociedade. Nesse sentido, nota- se a necessidade de compreender o seu conceito e
seus principais aspectos. Segundo o educador e filósofo brasileiro Paulo Freire “a educação é
sempre uma certa teoria do conhecimento posta em prática [...]”. Para ele, a educação é
refletir ideias e torná-las efetivas.
Por outro lado, Carlos Henrique Brandão conceituou educação como todo
conhecimento adquirido com a vivência em sociedade, seja ela qual for. Sendo assim, o ato
educacional ocorre em diferentes lugares, como na igreja, na família e na escola.
Nesse contexto, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabeleceu que “ a
educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na
convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. ”
Portanto, pode-se dizer que a educação é um processo de construção do conhecimento,
a partir da experiência de vida e das relações obtidas na vida social.

O direito:
O direito é uma questão muito importante para a formação de uma sociedade. Sendo
assim, para melhor compreensão do assunto, deve-se conceituar o que é Direito e entender sua
formação. Na visão do jurista Miguel Reale "aos olhos do homem comum o Direito é a lei e
ordem, isto é, um conjunto de regras obrigatórias que garante a convivência social graças ao
estabelecimento de limites à ação de cada um de seus membros".
Já para Paulo Dourado de Gusmão o direito pode ser classificado como um “conjunto
de normas executáveis coercitivamente, reconhecidas ou estabelecidas e aplicadas por órgãos
institucionalizados"
À vista disso, concluímos que o direito é uma ciência jurídica, também usada como
meio de organizar as normas jurídicas Desde que os seres humanos passaram a viver em
grupos, percebeu-se à necessidade da criação de regras para manter a ordem.
O direito que conhecemos hoje engloba vários campos diferentes, como o direito civil,
direito administrativo, direito constitucional, direito administrativo, entre outros.
Podemos dividi-los em direito objetivo e direito subjetivo.
No objetivo consta um conjunto de regras que efetivamente regem o comportamento
individual dentro de um determinado período de tempo.
Em contrapartida o subjetivo está ligado ao método "facilitador", que permite às
pessoas reivindicarem seus próprios direitos acionando a lei.
Nesse contexto, é relevante evidenciar duas teorias: o jus naturalismo e o positivismo.
O jus naturalismo se baseia no bom senso, na razão, na igualdade e na justiça. Busca a
escolha humana para se comportar de maneira boa e razoável. Em outras palavras, é um
direito oriundo dos princípios humanos e morais, essa teoria é defendida pelo jurista britânico
John Finnis.
Por outro lado, o positivismo está relacionado aos princípios e normas jurídicas, que
serão aplicados a uma determinada sociedade em um momento específico, se opondo ao jus
naturalismo. Um grande incentivador desse direito foi Hans Kelsen, que se dedicou e criou a
teoria pura do direito, que tinha o objetivo de analisar o direito objetivamente, mas, não
ignorar as outras ciências.
No entanto, não há de se falar em formação de novas leis sem que haja a análise do
comportamento humano. Portanto, uma teoria serve para complementar a outra.

A importância da interdisciplinaridade entre a educação e o direito


A promulgação da Constituição Federal de 1988 foi um grande avanço na legislação
do país, pois estabeleceu várias garantias aos cidadãos.
Em seu art. 6º definiu que a educação é um direito fundamental inerente a todos.
A base de qualquer sociedade está na educação e essa é importante para a formação de
um cidadão crítico capaz de compreender suas responsabilidades e lutar por melhorias do
governo.
É necessário especificar que quando falamos do direito fundamental ao acesso à
educação não estamos nos referindo apenas a criação de escolas por parte do poder público,
mas, sim, de uma instituição preparada para fornecer os alicerces necessários para que o
indivíduo possa desenvolver suas habilidades intelectuais e conhecer suas garantias e deveres
em uma sociedade. Diante do exposto, percebe-se que são justamente situações assim que
demandam uma interdisciplinaridade entre a educação e o direito.
Nesse sentido, fica evidente que implementar o estudo do direito nas escolas é um
passo importante na formação de uma sociedade mais democrática, pois as garantias
constitucionais chegariam ao conhecimento de minorias que muitas das vezes são oprimidas
por não conhecê-las.
Assim, às instituições educacionais podem promover aulas introdutórias,
principalmente, de direito constitucional, com o apoio do governo e dos profissionais do
direito, para que os educandos passem a conhecer as normas que tratam dos principais direitos
básicos do ser humano e dos seus deveres.
Nessa perspectiva, nota -se que é necessário conectar a educação ao direito, visto que a
primeira é um pilar para as garantias fundamentais, enquanto o direito é importante para que a
educação exista.

Considerações finais:

Diante das premissas tratadas no trabalho, compreendeu-se que, assim como a


educação precisou do direito para ser estabelecida como uma garantia fundamental, a escola
deve cumprir o importante papel de levar o conhecimento e defender o direito.
Dessa maneira, percebe-se que existente uma relação de codependência entre eles.
Portanto, observa-se que para o alcance de uma sociedade justa, a relação
interdisciplinar entre educação e direito é muito importante.
Referências bibliográficas:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo:
Unesp, 2000, págs. 40-46,7ª reimpressão.

REALE, Miguel, 1910-2006 Filosofia do Direito/ Miguel Reale. - 19. ed. - São Paulo Saraiva,
1999

REALE, Miguel.Teoria Tridimensional do Direito. 5ª ed., Editora Saraiva, São Paulo, 2003.

REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 22ª ed. São Paulo. Saraiva. 1995.

GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito, 32ª edição revista e
atualizada, Rio de Janeiro: Forense, 2002.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei nº 9394, 1996. Disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l9394.htm. Acesso em 01 de novembro de 2021.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ Constituiçao.htm. Acesso em: 1 novembro
de 2021

KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. 8˚ ed., São Paulo: Martins Fontes, 2009.

Billier, Jean-Cassien; Maryoli, Aglaé. História da Filosofia do Direito. Trad. Maurício de


Andrade. Barueri, SP: Manole, 2005. ALVAREZ,Alejandro, B. Reabilitação da Teoria do
Direito Natural em John M. Finnis: pressupostos e implicações. Lumen Juris, 2009.

FÁVERO, Osmar. (Org.). A educação nas constituintes brasileiras: 1823-1988. Campinas:


Autores Associados, 1996.
Educação e cidadania: o direito à educação na Constituição de 1988 da República Federativa
do Brasil. São Paulo, 1995. 179 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação,
Universidade de São Paulo

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