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FUNDAÇÃO TÉCNICO EDUCACIONAL SOUZA MARQUES

FACULDADE DE CIÊNCIA, FILOSOFIA E LETRAS SOUZA MARQUES

DISCIPLINA: QUÍMICA INORGÂNICA

RELATÓRIO:
DETERMINAÇÃO DO EQUIVALENTE GRAMA DO MAGNÉSIO

por

Débora Monteiro
Mariana da Cunha
Thaíza Amaral

Prof: José Rodrigues

Rio de Janeiro
2010
FUNDAÇÃO TÉCNICO EDUCACIONAL SOUZA MARQUES

FACULDADE DE CIÊNCIA, FILOSOFIA E LETRAS SOUZA MARQUES

DISCIPLINA: QUÍMICA INORGÂNICA

RELATÓRIO:
DETERMINAÇÃO DO EQUIVALENTE GRAMA DO MAGNÉSIO

Trabalho referente à disciplina de Química


Inorgânica do 3º período da Faculdade de
Ciência, Filosofia e Letras da Fundação
Técnico Educacional Souza Marques.

Prof.: José Rodrigues

Realizado por: Débora Monteiro


Mariana da Cunha
Thaíza Amaral

Rio de Janeiro
2010
Sumário
1. 1
INTRODUÇÃO......................................................................................................................
2. MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................................... 4
2.1 Acessórios e 4
vidrarias...............................................................................................
2.2 Reagentes................................................................................................................. 4
2.3 Procedimento Experimental..................................................................................... 5
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................... 3
4. CONCLUSÕES.................................................................................................................... 9
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................... 10

I
1.INTRODUÇÃO

1.1 Origem dos equivalentes e formulações


O químico alemão Jeremias Richter descobriu a lei das proporções recíprocas,
segundo a qual todos os elementos químicos reagem entre si para formar qualquer tipo de
composto, de acordo com um conjunto de relações numéricas simples. Essa proporção na
qual se combinam os elementos é denominada de equivalente químico e define-se como a
quantidade ou partes de determinado elemento que se combina com oito partes de oxigênio
[1,2,3]
.

• Fórmula básica para determinação do equivalente químico [1,2]:


Eq. Q = A / Nox
Ex.: equivalente químico do Ca é:
Eq. Q = 40 / 2 = 20:8
Ou seja, são 20 partes de Ca para cada 8 partes de O.

Ex.2: equivalente químico do Al é:


Eq. Q = 27 / 3 = 9:8
Ou seja, são 9 partes de Al para cada 8 partes de O.

Um determinado elemento pode ter variações em seu equivalente químico, já que este
depende diretamente do estado de oxidação do elemento.
Partindo do equivalente químico surge o equivalente grama que é a expressão em
massa do equivalente químico [4,5].
Ex: CaH2 (40:2 ou 20:1) + H2O (2:16 ou 1:8 ) = Ca+2O-2 (40:16 ou 20:8)

• Método para determinação da quantidade em grama do composto:


Ex.: Al2O3 → 27x2 = 54 : 16x3 = 48
Ou seja, 54:48 = y:8 → 54x8 = 48y y= 9g

Então no Al2O3 utiliza-se 9g de Al para cada 8g de oxigênio.

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1.2 Equivalentes das substâncias [5,6]

1.2.1 Ácidos
É a relação entre mol do ácido e o número de hidrogênios ácidos ou ionizáveis.
Eq. gAC = mol / H+

Ex: Eq. g HCl = (1 + 35,5)g / 1 = 36,5g


Eq. g H3PO4 = 98g / 3 = 32,7g
Eq. g HNO3 = 63g / 1 = 63g
Eq. g H2SO4 = 98g / 2 = 49g

1.2.2 Bases
É a relação entre mol da base e o número de hidroxilas.
Eq. gB = mol/ OH-

Ex: Eq. g NaOH = (23+16+1)g / 1 = 40g


Eq. g Ba(OH)2= 170g / 2 = 85,5g
Eq. g Ca(OH)2= 74g / 2 = 37g
Eq. g AL(OH)3 = 78g / 3 = 26g

1.2.3 Sais
É a relação entre mol do sal e a valência do ânion ou cátion (total de carga).
Eq. gS = mol/ Δ A+ou-

Ex: Eq. g NaCl = (23+35,5)g / 1 = 58,5g


Eq. g Na2SO4= 142g / 2 = 71g
Eq. g BaF2= 175g / 2 = 87,5g
Eq. g Al2(SO4)3= 342g / 6 = 57g

1.2.4 Óxidante ou redutor


É a relação entre mol da substância e o número total de elétrons cedidos
ou recebidos pela molécula.
Eq. gox/Re = mol/ Δe-

2
Ex: permanganato de potássio (KMnO4) quando atua como oxidante em meio ácido
2MnO4- + 6H++ <==> 2Mn++ + 3H2O + 5[O]

Quando o KMnO4 atua como oxidante em meio ácido o Mn de nox +7 ao receber 5


elétrons passa para Mn de nox +2. Como a molécula do KMnO4 contém apenas 1 átomo
de Mn, seu equivalente-grama será o mol dividido por 5.

Eq. g KMnO4 158g / 5 = 31,5g

1.2.5 Óxidos [7]


É a relação entre mol da substância e a valência do elemento ligado ao
oxigênio.
Eq. gox = mol/ e-
Ex: Eq. g CO2 = 12 + (16x2)g / 2 = 22g

O objetivo dessa prática foi determinar, experimentalmente, o equivalente grama do


magnésio (Mg) e calcular o erro experimental através de comparação com o valor teórico.

3
2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 Acessórios e Vidrarias

• Suporte;
• Garra;
• Rolha (contendo fio de cobre);
• Lixa;
• Pedaço de papel;
• Bureta de 50 mL;
• Becker de 50 mL;
• Proveta de 50 mL;
• Pipeta graduada de 50 mL;
• Balança analítica (com sensibilidade de 0,001 g).

2.2 Reagentes

• Fita de magnésio;
• Água destilada;
• Solução a 20% de HCl.

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2.3 Procedimento Experimental

 Cortar cerca de 3 cm de fita de magnésio e realizar, com o auxílio de uma lixa, a


remoção do óxido de magnésio presente na superfície da fita;
 Enrolar a fita de magnésio no fio de cobre que está inserido na rolha;
 Prender a bureta, com a torneira fechada, na garra ajustada ao suporte;
 Adicionar água destilada na bureta até preencher a parte não calibrada,
denominada VB. Anotar esse volume;
 Utilizando uma proveta, adicionar 15 mL de solução de HCl a 20% na bureta;
 Acrescentar água destilada na bureta até que ocorra o transbordamento e, em
seguida cobrir com um pequeno pedaço de papel;
 Desprender a bureta do suporte e, cuidadosamente, invertê-la para o interior de um
vasilhame de vidro no qual 3/4 do volume foi previamente preenchido com água;
 Remover o papel e colocar, rapidamente, a rolha com o fio de cobre e a fita de
magnésio na bureta invertida;
 O HCl, por ser mais denso, descerá para o fundo e reagirá com o Mg;
 Quando o magnésio for totalmente consumido anotar o volume correspondente ao
VB e ao volume deslocado na parte graduada da bureta;
 Medir, então, o volume de H2 no interior da bureta e, a partir dos valores teórico e
experimental do equivalente-grama do Mg, calcular a porcentagem de erro no
experimento.

A Figura 1, a seguir, mostra o sistema utilizado na realização do experimento.

5
A

Figura 1. Sistema utilizado na realização do experimento de determinação do equivalente-


grama do magnésio: (A) Visão geral do sistema e (B) Visão aproximada da rolha contendo o
fio de cobre na qual a fita de magnésio foi colocada.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesse experimento, uma massa de 0,0309 g de magnésio foi utilizada na reação


com HCl. Imediatamente após a inversão da bureta, iniciou-se a reação de oxidação,
caracterizada pelo início da dissolução do Mgº e geração de bolhas (gás H), conforme a
Equação 1.

Mg + 2 HCl → MgCl 2 + H 2 (1)

Convém ressaltar que, embora o sistema reacional estivesse constituído por duas
espécies metálicas, o Mgº e o Cuº, a reação de oxidação do Mgº ocorreu de modo
preferencial. Isto se justifica pelo fato do potencial padrão de oxidação do Mgº ser superior
ao do Cuº conforme pode ser visualizado na Tabela 1. Por esta razão, enquanto os dois
elementos co-existirem no sistema reacional, a oxidação do Mg ocorrerá sem qualquer
alteração no Cuº pois ele já se encontra em sua forma reduzida máxima (Nox = 0).

Tabela 1. Potencial padrão de oxidação do cobre e do magnésio5.


Semi-reação de oxidação Potenciais de oxidação (Eoox), em
volt (V)
Mg 0
↔ Mg 2+
+ 2e − + 2,36
Cu 0 ↔ Cu 2 + + 2e − –0,34

De acordo com o cálculo teórico, o equivalente-grama do magnésio é 12. Este valor


é obtido a partir do cálculo da diferença entre a massa atômica do elemento, que é 24 g/mol
e o número de elétrons na formação do íon que, nesse caso variou do seu estado elementar
(Nox=0) para um estado oxidado de Nox 2+. O detalhamento dos cálculos realizados pode
ser visto, a seguir.

24 g Mg (1 mol) 2 g H ou 22400 mL (1 mol)

Ao simplificar essa relação mássica tem-se 12 g de Mg que ao reagir com o HCl


produz 11200 mL de H. A partir desta informação, calcula-se o volume esperado de
hidrogênio a ser produzido no sistema reacional:

7
12 g Mg 11200 mL H
0,0309 g Mg x
12x=0,0309*11200
x=28,8 mL H

Levando em consideração a escala graduada da bureta (VA) e adicionando a parte


não graduada medida anteriormente (VB) foi observada a produção de 30,5 mL de
hidrogênio (2,5 mL VB+28 mL VA), correspondente a um Eqg de 12,7 g para o Mg. De posse
dos valores teóricos e os valores obtidos experimentalmente, verificou-se que o erro
experimental foi de 6%, ou, seja foi observada uma produção de gás 6% superior ao
esperado a partir do cálculo teórico.
O erro experimental pode estar relacionado a diversos fatores, dentre eles estão as
falhas no momento da medição do VB e/ou no momento da verificação do volume de H
produzido. A presença de óxido de magnésio (MgO) na superfície da fita, pode ter
contribuído para ocorrência de erro de pesagem do Mgº. Contudo, não contribui para
geração de H no sistema reacional, pois, a reação de óxido com ácido gera somente sal e
água. No caso do MnO, a reação ocorre conforme a Equação 2.

MgO + 2 HCl → MgCl 2 + H 2 O (2)

Cabe salientar que, o hás hidrogênio presente na bureta não necessariamente se


encontra puro. De acordo com Russel (2008), quando a água líquida entra em contato com
um gás seco, um pouco de água evapora. Dessa forma, moléculas de água deixam o líquido
e misturam-se com o gás seco. Esse fenômeno acontece até que a pressão parcial de vapor
de água atinja um valor máximo. Esse valor é denominado pressão de vapor de água e
depende unicamente da temperatura, e não do gás usado, do volume do recipiente ou da
pressão do gás. Assim sendo, o gás recolhido na bureta é uma mistura de H 2 e H2O gasoso,
pois o hidrogênio está em contato com a solução abaixo dele. Esses valores de pressão
podem ser calculados com a utilização da Lei de Dalton, entretanto, não foi realizada
medição da temperatura e a prática não teve por objetivo o cálculo da pressão de vapor.
Ainda assim, essa informação não pode ser desconsiderada, pois o H2O gasoso pode ter
influenciado, diretamente, no volume de gás produzido na bureta.

8
4 CONCLUSÕES

A partir da revisão da literatura e dos resultados obtidos no experimento conclui-se


que:

 A partir do volume de hidrogênio produzido durante a oxidação do Mg, foi possível


calcular o equivalente-grama de 12,7 g. Este valor difere do valor teórico de 12 g,
calculado a partir da diferença entre a massa no Mg e a valência deste elemento;

 Ao comparar o volume de hidrogênio produzido e, consequentemente, do


equivalente-grama do magnésio, observou-se um erro experimental de 6%, pois era
esperado uma produção de 28,8 mL de gás e foi observada uma produção de 30,5
mL;

 O erro pode estar atrelado à falha humana na medição do volume, ou até mesmo à
presença de H2O gasoso, que juntamente com o H2, ocupou espaço na bureta.

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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 Disponível em: http://www.scribd.com/doc/16600342/Reacoes-quimicas-2. Acesso:


17/09/2010

2 Disponível em: http://www.molecularstation.com/pt/wiki/Equivalents Acesso: 17/09/2010

3 TOLENTINO, M.; FILHO, R. C. R. Alguns aspectos da classificação periódica dos


elementos químicos. Rev.QUÍMICA NOVA.n. 20. v.1.1997.

4 Disponível em: pessoal.educacional.com.br/.../81000001/5123742/NORMALIDADE


%20APOSTILA.doc. Acesso em: 19/09/2010.

5 RUSSEL, J.B. - Química Geral. 2ª edição, São Paulo: Pearson Makron Books, v 1, 2008.

6 Disponível em: http://www.virtualquimica.hpg.ig.com.br/concentacao.html. Acesso:


17/09/2010.

7 ARAÚJO, K.D; ET AL. Liberação de dióxido de carbono (CO2) em área de caatinga no


semi-árido da Paraíba. Rev. Eletrônica do curso de geografia- Campus Jataí- UFG. n.12.
Jan/Jun. 2009.

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