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Érik Serafim da Silva, Isaac Araújo Gomes, Marcos Barros de Medeiros, Maria Verônica Lins, Mateus Gonçalves
Silva, Natanaelma Silva Costa, Sílvio Jackson Félix Alves, Weverton Pereira de Medeiros
Organizadores
© 2021 por Adamastor Pereira Barros, Bruno Emanuel Souza Coelho, Bruno Fonsêca Feitosa, Cícero Romero Callou Bezerra,
Érik Serafim da Silva, Isaac Araújo Gomes, Marcos Barros de Medeiros, Maria Verônica Lins, Mateus Gonçalves Silva,
Natanaelma Silva Costa, Sílvio Jackson Félix Alves, Weverton Pereira de Medeiros (Org.)
B277c
ISBN: 978-65-995929-0-4
Formato: E-book.
CDU 631
Todo o conteúdo desta obra, ou seja, a revisão gramatical e ortográfica, o cumprimento das normas técnicas de escrita, bem
como os dados apresentados, são de inteira responsabilidade de seus autores e/ou organizadores, detentores dos direitos
autorais.
Esta obra foi publicada em agosto de 2021 pela Gepra Editora, Consultoria & Eventos Científicos.
Apresentação
Os Organizadores
Capítulo 1
RESUMO
A carne ovina é considerada exótica por suas características peculiares no que diz respeito
ao aroma, sabor e seus aspectos nutricionais, uma vez que é uma carne mais magra,
quando comparada a carne bovina, suína ou de frango. Nesta perspectiva, objetivou-se
com este estudo, realizar um levantamento bibliográfico sobre as principais informações
referentes a utilização e potencial da carne ovina no desenvolvimento de produtos
cárneos. Para tal, realizou-se uma pesquisa através dos termos “carne ovina”,
“composição”, “comercialização”, “características sensoriais” e “produtos cárneos de
carne ovina”, tanto em português como em inglês no Portal de Periódicos da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), no Google Acadêmico, no
Scientific Electronic Library Online (SciELO), e no Science Direct. As informações
coletadas revelam que a carne ovina pode ser utilizada com sucesso em produtos cárneos
bastante populares e consumidos, como é o caso das salsichas, mortadelas, patê,
hambúrguer e nuggets como uma forma de agregação de valor e diversificação na
indústria de produtos cárneos. Ademais, pode-se afirmar que a carne ovina surge como
uma perspectiva inovadora e comercialmente viável, apresentando excelente potencial
para ser utilizada como matéria-prima principal no desenvolvimento de produtos cárneos.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A carne ovina
Países como a Ásia (44,9%) e África (28,5%) contribuem com a maior porcentagem
para população de ovinos, entretanto, a China é o principal produtor (16%), seguido pela
Austrália (6%), Índia (5%), Irã e Nigéria (4%), Sudão, Turquia e Reino Unido, cada um
com 3% do total produzido (CHIKWANHA et al., 2017).
A ovinocultura é considerada como uma importante atividade pecuária do Brasil
onde sua produção estende-se pelo território nacional, sendo considerada como uma
importante fonte de renda e subsistência aos pequenos produtores. A carne ovina é única
em sabor e palatabilidade e sua qualidade está diretamente relacionada às suas
características sensoriais, tais como textura, suculência, sabor e odor. A falta de consumo
habitual e da disponibilidade de oferta são as principais causas do baixo consumo de carne
ovina no Brasil (PAULOS et al., 2015; TEIXEIRA et al., 2019).
Entre as carnes vermelhas, a mesma merece destaque por possuir algumas
características peculiares, como seu alto valor nutritivo, alta digestibilidade, elevados
níveis de proteína, vitaminas do complexo B, ferro, cálcio e potássio, além de ser rica em
colesterol do tipo HDL (High Density Lipids), chamado popularmente de “colesterol
bom” e possuir baixos índices de gordura saturada, tornando-se assim, uma excelente
alternativa para os consumidores que procuram manter uma alimentação saudável e
equilibrada (SILVA et al.,2007; COSTA et al., 2008; LIMA et al. 2013).
O perfil da carne ovina consumida nos dias atuais difere daquela tradicionalmente
produzida há anos atrás, pois houve melhorias na qualidade da carne quando se observa
as mudanças que ocorreram associadas aos sistemas produtivos, ao melhoramento
genético, a seleção de linhagens e a diminuição da gordura das carcaças animais (Rotta
et al., 2009; CRUZ et al., 2015). Logo, a qualidade da carne pode ser avaliada por diversos
fatores físico-químicos, e parâmetros tecnológicos, como pH, cor, capacidade de retenção
de água, maciez e perdas por cocção e também por aspectos sanitários e nutricionais,
dentre outros (GUERRERO et al., 2013).
As características físico-químicas podem evidenciar carnes de ovelhas com melhor
ou pior qualidade, e os resultados podem ser utilizados para determinar o preço dos
2021 Gepra Editora Barros et al.
produtos com distintas qualidades e serem direcionados para diferentes tipos de mercado
(PINHEIRO et al., 2010).
Os consumidores de carne ovina buscam carne com características específicas, com
qualidade nutricional e que atendam aos seus anseios qualitativos e que ainda proporcione
boa saúde a quem o consome (ALBUQUERQUE et al., 2014). Porém, a carne de ovinos
mais velhos é geralmente considerada um produto de menor valor, devido ao seu sabor
mais forte e maior dureza em comparação com os de animais mais jovens. Nesta
perspectiva, os consumidores tendem a mostrar uma forte preferência pela carne de
animais jovens e, consequentemente, as carcaças de animais adultos geralmente não são
aceitáveis para consumo direto, o que dificulta sua comercialização (DUTRA et al.,
12
2012).
Existem alguns métodos padronizados para divisão da carcaça ovina em cortes
comerciais, melhores apresentados que podem facilitar a comercialização, entretanto,
estes cortes dependem dos hábitos culinários e tradicionais de cada região do país, uma
vez que o consumo da carne de ovinos depende de uma série de fatores, onde, dentre
estes, uma boa apresentação dos cortes comerciais pode, de certa forma, chamar a atenção
do consumidor para a compra e consumo da carne de ovinos na forma in natura
(OSÓRIO; OSÓRIO, 2003).
prolongada que consiste na resistência que a carne oferece a ruptura durante o ato da
mastigação, enquanto a terceira é aquela que dar a sensação de resíduo (OSÓRIO et al.,
2009; MAGNO, 2014).
O flavour de um alimento pode ser definido como o conjunto de sensações de natureza
psicofisiológica que é resultado do contato do alimento com receptores sensoriais
localizados no nariz e estruturas táteis e receptores sensoriais localizados na boca,
influindo mutuamente com as demais características organolépticas da carne ovina,
especialmente com a suculência e a textura, determinando ao final a aceitabilidade
sensorial pelo consumidor. Neste contexto, o conhecimento dos atributos sensoriais tem
grande impacto na qualidade final do produto, além de impulsionar o índice de
13
aceitabilidade e intenção de compra da carne ovina (OSÓRIO et al., 2009; BRANCO et
al., 2015).
Com relação a comercialização da carne ovina, há muitos anos foi desorganizada,
com abate realizado de forma incorreta e abate de animais velhos, levando a
comercialização de carne com baixa qualidade, criando uma imagem desfavorável ao
produto. Atualmente, o cenário da carne ovina comercializada no mercado vem mudando,
a qual as carcaças são disponibilizadas em forma de cortes, destacando-se cortes como
pernil, sela, lombo, costelas, peito e pescoço. Os cortes que compõem a carcaça possuem
diferentes valores econômicos e sua proporção constitui um importante índice para
avaliação da qualidade comercial da carcaça, otimizando o controle da produção
(CONSTANTINO et al., 2018).
A obtenção de cortes comerciais a partir da carcaça ovina vem agregando valor aos
produtos da cadeia, procedimento este que além de possibilitar um aproveitamento mais
racional da carcaça, viabiliza a elaboração de produtos processados, ampliando as opções
para uso gastronômico desta carne, tanto para indústria alimentícia quanto para o
consumidor final. Logo, a comercialização dos cortes de carne ovina e divulgação de seu
uso constituem uma alternativa viável capaz de estabelecer e incrementar o hábito do
consumo, estimulando o crescimento de toda a cadeia (CARNEIRO et al., 2012;
EMBRAPA, 2021).
Nos últimos anos, diversos estudos científicos (COSTA et al., 2011; DUTRA et
al., 2013; OLIVEIRA et al., 2014; LU et al., 2014; LEITE et al., 2015; TEIXEIRA et al.,
2017; FERNANDES et al., 2018) demonstraram a viabilidade do uso da carne ovina na
fabricação de produtos cárneos. Na Tabela 1, encontram-se resumidos alguns produtos
que já foram desenvolvidos, os parâmetros pesquisados e os efeitos avaliados nestes
estudos, segundo reporta TEIXEIRA et al., (2019) com adaptações.
Tabela 1. Resumo dos principais estudos sobre a elaboração de novos produtos a partir da carne de ovinos.
Patê de presunto cozido Composição centesimal, % de carne de ovelha Dutra et al., (2013)
elaborado com carne de ovino pH, aW, TBARS adulta para substituir
a carne de porco
Produto curado de carne de Composição centesimal, Diferentes espécies Oliveira et al., (2014)
ovelha: manta pH, aw, TBARS
Salsichas frescas de ovelha com Aa, pH, composição Espécies, níveis de Leite et al., (2015)
diferentes níveis de gordura de centesimal, ácidos graxos gordura
porco
Perna curada de ovinos pH, Aa, colesterol, ácidos Espécies, salga, Teixeira et al., (2017)
graxos amadurecimento
Salsichas de ovelha com extrato Composição centesimal, Espécie, Fernandes et al., (2018)
de Origanum vulgare perfil de textura, TBARS, concentrações de
análise sensorial extratos
Salsicha
nos últimos anos, uma vez que existe uma tendência para o consumo de alimentos de fácil
preparo (HENTGES et al., 2016; SOUSA et al., 2017).
De acordo com a legislação brasileira, entende-se por salsicha, o produto cárneo
industrializado, obtido da emulsão de carne de uma ou mais espécies de animais de
açougue, adicionados de ingredientes, embutido em envoltório natural, ou artificial ou
por processo de extrusão, e submetido a um processo térmico adequado. Poderão ter
processo alternativo de tingimento, depelação, defumação e utilização de recheios e
molhos (BRASIL, 2000a).
Pesquisas foram desenvolvidas com ênfase na produção de salsichas elaboradas à
base da carne ovina e os resultados foram satisfatórios. Lima et al. (2020), desenvolveram
15
salsichas de carne ovina utilizando diferentes concentrações de óleo de linhaça como
substituto da gordura animal e constaram que as salsichas elaboradas com 40% de óleo
de linhaça apresentaram maior teor de proteínas e cinzas, além de melhor capacidade de
retenção de água e estabilidade da emulsão. Já Leite et al. (2015), desenvolveram
salsichas à base de carne ovina e caprina com diferentes níveis de gordura suína e
relataram uma boa aceitabilidade para as formulações elaboradas.
O desenvolvimento de salsichas de carne de ovelhas é uma opção viável, uma vez
que permite o valor agregado e fornece a indústria de carnes novas opções de produtos.
Fernandes et al., (2018) avaliaram a estabilidade das salsichas ovinas com a adição de
diferentes concentrações de extrato de orégano durante o armazenamento e relataram que
a maioria dos parâmetros avaliados não foram comprometidos pela adição do orégano,
permitindo assim, que antioxidantes sintéticos fossem substituídos mantendo a qualidade
nutricional e sensorial das salsichas de carne ovina. Nesta perspectiva, estes achados
surgem como opção e viabilidade para salsichas elaboradas a partir da carne de ovinos.
Mortadela
Patê
Hambúrguer
Nuggets
CONCLUSÕES
A carne ovina apresenta um excelente potencial no que diz respeito aos aspectos
nutricionais e de qualidade. Todavia, a medida em que essa carne, principalmente aquelas
obtidas de animais mais velhos são utilizadas como matéria-prima principal no
desenvolvimento de produtos cárneos, têm-se uma agregação de valor a carne, bem como
surge como uma oportunidade viável e inovadora para a indústria de carnes e
consequentemente para os consumidores preocupados com a saúde, que podem encontrar
nos produtos de carne ovina tanto qualidade como saudabilidade. Estes achados,
demonstram o potencial e a viabilidade em termos econômicos e nutricionais da utilização
da carne ovina no desenvolvimento de produtos cárneos.
REFERÊNCIAS
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RODRIGUES, S.; ALMEIDA, S.; PEREIRA, E.; TEIXEIRA, A. How does the added fat
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SIRIN, E.; AKSOY, Y.; UĞURLU, M.; ÇIÇEK, Ü.; ÖNENÇ, A.; ULUTAŞ, Z. et al. The
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Turkish native sheep breeds. Small Ruminant Research, v. 150, p.150:46–51, 2017.
STOJKOVIĆ, S.; GRABEŽ, V.; BJELANOVIĆ, M.; MANDIĆ, S.; VUČIĆ, G. et al.
Production process and quality of two different dry-cured sheep hams from Western
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TEIXEIRA, A.; SILVA, S.; RODRIGUES, S. Advances in Sheep and Goat Meat
Products Research. Advances in food and nutrition research, v.87, p. 305-370, 2019.
Capítulo 2
RESUMO
INTRODUÇÃO
que “doenças oculares e deficiência visual são muito comuns e muitas vezes não são
tratadas.”
Um grande problema identificado é que as pessoas com determinadas
“deficiências” são estigmatizadas como “incapazes” e que frequentemente necessitam de
assistência social. Esse problema acarreta uma diminuição das oportunidades, pois não
existe uma igualdade de tratamento, seja no âmbito de trabalho, educação, transporte,
lazer e outros. Além disso, faz com que indivíduos com deficiências se isolem da
sociedade.
Com o objetivo de integrar essa parcela da população, foi criada a Lei nº 7.853 de
24 de outubro de 1989, que garante os direitos às pessoas com deficiência e traz também,
25
o entendimento do termo inclusão social. Segundo o Órgão Gestor da Política Nacional
de Educação Ambiental, inclusão social, trata-se de um processo pelo qual a sociedade se
adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais, cidadãos que dela foram excluídos,
no sentido de terem sido privados do acesso aos seus direitos fundamentais (BRASIL,
2006).
A Declaração dos Direitos Humanos de 1948 (ONU, 1994), no artigo I, diz que
“todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos(...), não devendo ocorrer
nenhuma discriminação”. Ademais, a Constituição Federal de 1988 também garante no
Artigo 5º que perante a lei todos são iguais, sem distinção de qualquer natureza e é
garantida a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade e à igualdade.
Dentre as atividades que promovem a inclusão social, temos aquelas
proporcionadas na natureza, as quais são “orientadas por um sentimento de parceria e
comunhão, bem como favorecem a aproximação e o fortalecimento das ligações sociais”
(MUNSTER, 2004).
Em se tratando dos tipos de deficiências, os limites dos deficientes visuais não
impedem que desfrutem das atividades na natureza, pois o olfato, a audição e o tato são
suficientes para que estes indivíduos apreciem o ar, a flora, as rochas, o barulho das folhas
e, sintam-se mais próximos à natureza. De acordo com Munster (2004), acredita-se que
atividades realizadas ao ar livre, com princípios pedagógicos e segurança, podem ser
usufruídas por pessoas com diferentes condições de vida, sendo necessário o apoio de
profissionais experientes e capacitados para trabalhar com tal grupo de pessoas.
É por meio dessa temática que a educação ambiental pode ser inserida como
ferramenta de conscientização das pessoas com deficiência, pois atua como uma
metodologia pedagógica que faz com que as pessoas compreendam os conceitos de
“ambiente” e também, traz a noção de pertencimento dessas pessoas (JUSTO;
HECKLER, 2019).
Sendo assim, o presente trabalho tem por objetivo identificar e analisar a presença
de práticas voltadas para educação ambiental no Instituto dos Cegos da Paraíba.
MATERIAL E MÉTODOS
26
portanto, não sendo incluídas na pesquisa. Outro problema encontrado foi que pessoas
que se encaixavam no perfil da pesquisa não quiseram participar. Outro fator limitante do
trabalho foi o climático, pois a época da pesquisa coincidiu com o período chuvoso, em
decorrência de fortes chuvas e alagamentos por toda a cidade, alguns voluntários não
conseguiram chegar ao local da pesquisa.
No que concerne à realização da pesquisa, antes de seu início foi entregue um
Termo de Consentimento Livre Esclarecido, explicando o seu teor aos voluntários, bem
como seus riscos e benefícios ao participar. Após a assinatura do termo, o questionário
foi aplicado.
Os questionários tiveram duração média de cerca 20 minutos em seu
27
preenchimento. As perguntas tratavam da concepção que os deficientes visuais tinham
acerca do meio ambiente. Para que os voluntários pudessem responder ao questionário,
um pesquisador que estava acompanhado de funcionário do Instituto dos cegos, lia as
perguntas ficando o funcionário responsável de assinalar a respostas dos voluntários.
O trabalho foi avaliado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Instituto
Federal da Paraíba, campus João Pessoa sob o número CAAE 14667019.1.0000.5185.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Um outro ponto relevante a ser mencionado trata sobre a primeira questão contida
no questionário, que era sobre a utilização do código Braille, onde 59,1 % dos voluntários
responderam que utilizam a linguagem enquanto que e 40, 9 % que não fazem uso.
A importância em conhecer o tipo de linguagem ou código deve ser
considerado uma importante ferramenta de transmissão de informações a respeito do
assunto em suas atividades cotidianas. Ademais, é relevante reconhecer que as pessoas
com essa ou qualquer tipo de necessidade não possuem uma forma específica de
aprendizado. Desta maneira, deve-se sempre incentivá-los a buscar a melhor maneira de
ensino que se adeque a limitação de cada um.
A segunda questão utilizada no questionário tratou sobre o entendimento dos
28
voluntários acerca do tema Educação Ambiental. Dentre as múltiplas opções assinaladas,
13 dizem ser sinônimo de não jogar o lixo e não poluir a natureza (A); 6 refere-se ao
preservar a natureza (B); 9 sobre conscientização (C); 3 acerca da reciclagem (D); 1 outra
maneira (Figura 2).
A opção mais assinalada entre os deficientes visuais reflete uma concepção mais
tradicional, onde a natureza permanecendo intocada não desencadeia problemas
ambientais. Entretanto, sabemos que uma boa gestão ambiental deixou de ser meramente
local e passa a afetar a sobrevivência da sociedade de modo global, envolvendo diversos
aspectos como: sociais, econômicos, culturais, entre outros.
Aqueles que associaram educação ambiental com conscientização podem ter o
entendimento de que existem várias maneiras de preservar o meio ambiente. Com isso,
aprendem a examinar seu modo de vida e o impacto de suas atitudes ao seu entorno. Aos
que marcaram reciclagem como modo de contribuir na preservação da natureza, essa
atitude pode contribuir coletivamente para que mais pessoas possam viver num meio
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ambiente mais saudável, com o uso sustentável dos recursos naturais e ajudando
economicamente as pessoas a terem uma renda extra com a reciclagem.
A terceira questão abordou sobre o local onde as pessoas voluntárias aprenderam
sobre Educação Ambiental, o qual pode ter sido em um ou mais ambientes. Desta
maneira, 14 respostas tratam do aprendizado no colégio/escola (A); 9 através dos meios
de comunicação (B); 2 aprenderam com a família (C); 3 no Instituto dos Cegos da Paraíba
(D); 3 outros locais/trabalho (E) (Figura 3).
30
A partir do resultado acima, fica claro que a metodologia tradicional adotada pelas
escolas foi a que os voluntários obtiveram maior conhecimento sobre o tema.
Independente da estratégia utilizada, quer seja através de aulas expositivas ou confecção
de trabalhos, estes quando bem preparados incentivam questionamentos críticos o que
gera bons resultados no aprendizado. No entanto, para essa temática recomenda-se
atividades ao ar livre ou atividades que integrem a educação ambiental no cotidiano dos
estudantes, afim de resultados mais eficientes e que possam virar rotina ao longo de suas
vidas. Ademais, O ICPAC teve importante contribuição com ações educativas como
palestras, passeios e plantio de mudas nativas no próprio instituto.
A quinta questão tratou sobre quais atitudes os voluntários julgam contribuir para o
bem do meio ambiente (Figura 5). Nesta via, reflorestar para diminuir a poluição foi a
reposta mais citada (total de 10). O que vem de encontro à comum associação que se tem
do meio ambiente com florestas, porém não é apenas isso. O meio ambiente é o conjunto
de elementos físicos, químicos, biológicos e sociais que podem causar efeitos diretos ou
indiretos sobre os seres vivos e as atividades humanas. Por tais fatos, fornecer o máximo
possível de informações sobre o que se trata desta temática é favorecer a consciência
ambiental. E mais, ao explicar para os deficientes visuais de como suas atitudes diárias
podem amenizar o impacto ambiental, estes não terão problemas em fazê-las, pelo
contrário, sentirão parte do processo em preservar o meio ambiente.
Entre as demais respostas, chama-se atenção para as menos citadas, contudo de
grande relevância, o desperdiço de água (total de 6 respostas). Em virtude de sua escassez
dado alto consumo populacional, aos diversos tipos de poluição e ainda ao grande
desperdiço doméstico e industrial, este recurso encontra-se a falta em algumas regiões do
planeta.
Na outra resposta que trata em não respeitar o horário de coleta do lixo (total de
5 respostas), o mesmo também trata de uma falta de consciência ambiental. Porque
quando o resíduo é alocado de qualquer maneira, sem tratamento adequado, pode poluir
o solo e alterar suas características físico-química e biológicas, tornando-se um problema
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Tabela 1. Sobre se os voluntários possuem saneamento básico na região em que mora e se adotam em seu
cotidiano medidas contra desperdício dos recursos naturais
PERGUNTAS RESPOSTAS
SIM NÃO
Separa lixo orgânico e recicláveis? 12 10
Entrega os recicláveis para a coleta 10 12
seletiva?
Controla o desperdício de água e luz em 21 1
casa?
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PERGUNTAS RESPOSTAS
SIM NÃO
Você sente dificuldade para colocar o 2 20
lixo nas lixeiras?
CONCLUSÕES
A educação ambiental como forma de inclusão de pessoas com deficiência deve ser
abordada com mais rigor a esse grupo, pois conforme sugerido na pesquisa, a maior parte
dos voluntários não considera sua deficiência um fator limitante ou impeditivo para pôr
em prática em suas atividades cotidianas caseiras ou no aprendizado sobre o assunto.
Entretanto, quando saem de seus lugares habituais, enfrentam os obstáculos
arquitetônicos como calçadas desniveladas ou com buracos, bloqueada por carros, por
lixo ou entulho; escadas, ruas e postes mal projetos sem nenhuma sinalização que
dificultam sua locomoção pela cidade.
diferenciados que podem ser percebidas pelo olfato ou outra maneira que utilize os outros
sentidos podem ser utilizadas como estratégia pedagógica de ensino. Ademais, passeios
em trilhas ecológicas em parques, praias ou outros lugres com suporte adequado a
deficiência deles é indicado para promover a inclusão destes indivíduos nas questões
ambientais.
Quanto ao Instituto do Cegos da Paraíba, é importante citar que esta vem atingindo
sua função principal em acolher pessoas em suas necessidades e dar-lhes assistência
social para suprir suas necessidades básicas como alimentação, moradia e saúde.
Entretanto no tocante a educação ambiental percebemos que os entrevistados apresentam
ainda uma visão mais tradicional e simplista. Atualmente sabemos que nosso modo de 34
vida influencia no consumo exagerado dos recursos energéticos do planeta, então
devemos pensar em um consumo mais consciente de produtos que gerem menos resíduos
e poluição, que tenham um tempo de vida útil mais longo e que possam ser reutilizados
várias vezes antes de serem descartado definitivamente em local adequado.
Quando vemos mais de perto percebemos que na realidade temos três pilares para
administrar simultaneamente que são: um meio ambiente equilibrado, inclusão social e
economia sustentável. Devemos encontrar uma maneira de crescermos econômica por um
lado e preservar por outro, de maneira que afluem para um mesmo objetivo: que é a
sobrevivência da espécie humana no seu meio (não artificial) dentro de um natural, do
qual fazemos parte, mas, para isso devemos mudar nossa cultura do consumismo
desenfreado. Se não pensarmos nesse sentido estaremos destinados a morrer como
espécie, e seremos diretamente responsáveis pela destruição do nosso próprio planeta.
REFERÊNCIAS
NAU, A. S.; et al. Educação ambiental para deficientes visuais através de percepções 35
sensoriais com elementos vegetais. In: VII Congresso Brasileiro de Geógrafos, 2014,
Vitória.
Capítulo 3
RESUMO
INTRODUÇÃO
animal. Para garantir altos níveis de bem-estar é preciso proporcionar aos animais
ausência de experiências negativas, bem como oportunidades de vivenciar experiências
positivas (MELLOR, 2016).
Diante do exposto, objetivou-se fazer uma revisão de literatura envolvendo a
importância do bem-estar na produção e qualidade do leite, assim como cuidados e
melhorias envolvidas.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados artigos científicos atuais, dos últimos cinco anos, das principais
bases de pesquisa científica localizadas no Google Acadêmico e Portal de Periódicos 38
Capes, utilizando descritores como bem-estar na produção leiteira, ordenha de vacas
leiteiras, qualidade do leite e suas variantes. O livro citado de Donald M. Broom apesar
do ano de publicação (1986), é a base das variantes do bem-estar animal, sem a
possibilidade de deixar de ser citado em um trabalho que envolve o bem-estar animal.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
tem grande influência sobre o bem-estar e produção animal, por si tratarem de animais de
grande porte, o peso agregado ao desconforto da enfermidade, causa estresse e assim
diminuição na produção. As doenças podais são patologias que prejudicam os membros
dos animais, provocando desconforto e podendo levar o animal a óbito em casos graves.
De origem multifatorial, em sua etiologia devemos estar atendo a fatores higiênicos e de
umidade e seu tratamento deve ser feito o mais rápido possível, para evitar patologias
secundarias (MOTA e MELOTTI, 2017). Dado a importância da higiene, independente
de ordenha manual ou mecânica, os cuidados devem ser tomados em ambas as condutas,
para uma prospectiva melhora na qualidade do leite. Para Leira et al. (2018), as seguintes
etapas são fundamentais para uma ordenha correta:
41
“Teste da caneca: este teste permite o diagnóstico da mastite clínica e diminui o
índice de contaminação do leite, consiste no exame dos primeiros jatos de leite, usando
uma caneca de fundo escuro ou caneca telada; limpeza dos tetos com água clorada: este
procedimento visa a lavagem somente dos tetos e não do úbere. É obrigatoriamente
necessário a utilização nas vacas com tetos visivelmente sujos (barro, fezes ou outra
substância). Nos animais com tetos limpos pode ser otimizada; Imersão dos tetos em
solução antisséptica por 30 segundos: Conhecido como pré-dipping, consiste na imersão
dos tetos para desinfetá-los, durante 20 a 30 segundos de acordo com as instruções do
fabricante; secagem dos tetos: os tetos devem ser secos com papel toalha descartável, a
fim de evitar que resíduos do desinfetante infecte o leite. Esta etapa é de extrema
importância na higienização dos tetos já que associada à lavagem pode reduzir em 50 a
85% os índices de novas infecções. Quando da utilização do pré- dipping e não da
lavagem dos tetos, os mesmos também devem ser secos com papel toalha visando à
retirada do antisséptico. Este conjunto de procedimentos, além de propiciar a higienização
dos tetos é de fundamental importância para uma ordenha mais rápida e completa.
Associado a outros estímulos eleva os níveis de ocitocina que propicie a descida mais
rápida do leite e intumescimento dos tetos, o que por sua vez permite a colocação correta
dos insufladores, diminuindo os riscos de deslizamento das mesmas. O pré-estímulo deve
durar de 40 segundos a 1 minuto. Retirada dos insufladores: para a retirada das teteiras
deve ser fechado o registro de vácuo. A sobre ordenha deve ser evitada por provocar
lesões nos tetos, que por sua vez predispõem a mastite. Quanto à retirada do leite residual,
as opiniões dos pesquisadores divergem. Uma ligeira pressão sobre o conjunto de
insufladores por alguns segundos propicia uma esgota mais completa. Imersão dos tetos
em solução antisséptica: a imersão dos tetos deve ocorrer imediatamente após a retirada
dos insufladores, que deve ser total, utilizando-se frascos de imersão, não permitindo o
retorno do produto. Este procedimento, associado ao tratamento de vacas secas, é
responsável por uma diminuição significativa nas mastites contagiosas. Desinfecção dos
insufladores: a desinfecção das teteiras entre a ordenha de uma vaca e outra deve ser
realizada pela imersão das mesmas em solução sanificante, que deve ser trocada com
frequência. As quatro teteiras não devem ser imersas ao mesmo tempo. Nos equipamentos
modernos, esta etapa de higienização é automatizada; ordem de ordenha: estabelecer uma
ordem de ordenha deixando as vacas infectadas para o final ou mesmo segregá-las”
(LEIRA et al., 2018). A sazonalidade da produção tende a diminuir e os ganhos de
qualidade são esperados, principalmente com a adoção de incentivos do tipo pagamento
2021 Gepra Editora Barros et al.
por qualidade do leite. A indústria pode receber o leite em um sistema mais organizado,
uma vez que o tempo não é mais um fator limitante na coleta de leite. O sistema de
transporte de leite a granel e todas as mudanças exigidas por ele, tem-se mostrado como
uma alternativa considerável ao processo de tecnificação e melhoria do complexo
agroindustrial leiteiro, além de apresentar-se com um grande potencial na redução dos
custos de produção (LEIRA et al., 2018). Os critérios adotados visam o bem-estar,
diminuição de casualistas ligadas às enfermidades e assim um aumento na produção com
alta qualidade do produto.
CONCLUSÕES 42
REFERÊNCIAS
CONTE, G.; CIAMPOLINI, R.; CASSANDRO, M.; LASAGNA, E.; CALAMARI, L.;
BERNABUCCI, U.; ABENI, F. Feeding and nutrition management of heat-stressed dairy
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44
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506-516.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 4
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
vez que foi aplicado no Censo Agropecuário a definição de agricultura familiar pela lei
nº 11.326, de 24 de julho de 2006. Os estados escolhidos foram os maiores produtores em
quantidade. Quando o estado que mais produz é diferente entre 2006 e 2017, dados de
ambos foram adicionados para fins de comparação. Para o gado bovino, foi considerado
o número de cabeças na parte de produção.
A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) dos anos 2008/09 e 2017/18 tiveram
duração de pesquisa de 12 meses, respectivamente, maio de 2008 até maio de 2009 e
junho de 2017 a julho de 2018. Nessa pesquisa considerou-se a unidade de consumo como
sendo definida: quando a fonte de alimentação ou as despesas compartilhadas na moradia
são repartidas por um conjunto de moradores ou um único morador. Ambas as pesquisas
48
apresentaram abrangência geográfica nacional e os instrumentos de coleta foram:
Questionário de características do domicílio e dos moradores; Questionário de Aquisição
Coletiva; Caderneta de Aquisição Coletiva; Questionário de Aquisição Individual;
Questionário de Trabalho e Rendimento Individual; Bloco de Consumo Alimentar
Pessoal; Questionário de Condições de Vida. Sendo esse último nomeado em 2017/18
como Avaliação das Condições de Vida.
Para o objetivo (ii), foi realizado o levantamento do consumo por domicílio dos
alimentos selecionados, considerando a quantidade, a partir dos dados coletados da
Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) dos anos 2008/09 e 2017/18, nas regiões e
estados selecionados. Para a comparação com a produção de gado bovino, foi utilizado o
consumo de carne moída, e para o arroz com casca, foi utilizado o consumo de arroz
polido. Foi calculada, também, a taxa de crescimento do consumo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1. Produção nacional, em quantidade produzida (QP), por regiões brasileiras, por tipologia de
alimento, 2006 e 2017.
Feijão-Preto Leite de vaca (m³) Arroz com casca Mandioca (mil kg)
(mil kg) (mil kg)
Regiões
2006 2017 2006 2017 2006 2017 2006 2017
QP QP QP QP QP QP QP QP
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Tabela 2. Principais estados produtores e participação da AF e não-AF, por tipologia de produto, 2006 e
2017.
Ano 2006 2017
Produtos Estados QP Total QP AF QP não AF QP Total QP AF QP não AF
Feijão-
Preto (mil Paraná 332.168 250.936 81.232 217.946 93.237 124.709
kg)
2021 Gepra Editora Barros et al.
Leite de Minas
5.720.443 2.548.693 3.171.750 8.746.559 4.354.048 4.392.512
vaca (m³) Gerais
Arroz Rio
polido Grande 5.637.239 577.476 5.059.763 8.408.352 484.871 7.923.481
(mil kg) do Sul
Mandioca Pará 3.075.927 2.818.169 257.759 1.041.822 949.527 92.296
(mil kg) Paraná 1.247.059 810.863 436.196 1.315.783 554.809 760.974
Gado
Mato
Bovino 20.666.147 4.253.137 16.413.010 24.309.475 5.546.750 18.762.725
Grosso 50
(cabeças)
Paraná 9.195.417 4.025.017 5.170.400 14.110.882 3.316.113 10.794.769
Milho
Mato
(mil kg) 4.121.606 227.907 3.893.699 28.555.889 695.233 27.860.657
Grosso
Abobrinha São sem
43.558 sem dados 49.755 35.379 14.376
(mil kg) Paulo dados
Fonte: Censo Agropecuário (2006 e 2017). Elaboração própria.
Segundo Mattei (2018), nos anos de 2003 a 2015, grandes ações governamentais
foram adotadas na área da política agrária, envolvendo principalmente questões sobre a
reforma agrária e a agricultura familiar. Durante esses anos, as esferas governamentais, a
fim de fortalecer a agricultura familiar e representá-la como promotora do
desenvolvimento rural sustentável, criaram programas como o Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar, dentre outras ações de fomento à agricultura
familiar. Contudo, nos anos seguintes (2016-2017), novas mudanças promovidas pelo
governo federal aconteceram, uma delas foi a desestruturação do Programa de Aquisição
de Alimentos, criado em 2003, o qual atende a agricultura familiar. Essa ação resultou
em consequências negativas para a agricultura familiar, como a diminuição de repasses
para as modalidades do programa (MATTEI, 2018). Dessa forma, este quadro pode ter
afetado a produção da agricultura familiar.
Nota-se o aumento da produção de milho nacionalmente. Essa situação, pode ser
explicada a partir da análise de Sanches, Alves e Barros (2019). Os autores analisaram a
oferta e a demanda (interna e externa) no período de fevereiro de 2001 a janeiro de 2018.
Durante a análise, foi verificado que o aumento da produção nacional de milho está
relacionado com a aquisição de variedades de milho geneticamente modificadas e pela
adoção do plantio do milho em duas safras, com ênfase para o plantio de segunda safra.
Esse aumento de milho de segunda safra, persistente principalmente na região Centro-
Oeste, está associado com a possibilidade de uso intensivo do solo e de maquinários e o
acréscimo de plantio de soja na primeira safra (SANCHES; ALVES; BARROS, 2019).
Quanto à demanda, observaram-se que o mercado interno (consumo) de milho apresentou
um aumento de percentual, mas esse não foi relativamente grande quanto a produção
(2016-2017), logo, não sendo suficiente para a redução dos preços. A fim de manter o
equilíbrio entre os preços de mercado interno e a relação de demanda e oferta foi adotado
a exportação como medida reguladora (SANCHES; ALVES; BARROS, 2019).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Tabela 3. Variação percentual de aquisição dos alimentos per capita anual por domicílio nas regiões
brasileiras, por tipologia de produto, 2008/09 e 2017/18.
Regiões 51
Produtos Centro-
Norte Nordeste Sudeste Sul
Oeste
Feijão-Preto -65,70% 8,44% -15,76% -42,23% -24,15%
Leite de vaca pasteurizado -25,33% -10,32% -22,59% -23,01% -21,72%
Arroz polido 6,02% 45,10% 28,21% 17,73% 15,21%
Mandioca -73,02% 11,17% -5,61% -13,04% -43,03%
Carne moída -9,19% -21,86% 18,00% 0,58% -5,74%
Milho -62,35% -72,82% -84,13% -44,75% -61,41%
Abobrinha -37,11% 241,38% 30,53% -19,46% -3,60%
Fonte: IBGE-Pesquisa de Orçamentos Familiares anos 2008-2009 e 2017-2018. Elaboração própria.
A Tabela 4 foca na variação da aquisição nos estados que mais produzem. A maioria
dos estados apresentou queda na aquisição, com exceção da carne moída, que apresentou
um acréscimo de 1,98% entre o período analisado. Em relação aos produtos que
obtiveram queda no consumo por estado, pode-se citar a mandioca, no estado do Pará (-
80,83%), o qual em 2006 era o maior produtor. O mesmo ocorre no milho (grão), com
uma queda expressiva no Mato Grosso (-90,25%), maior produtor em 2017.
Em vista de compreender a origem do acréscimo do consumo da carne bovina nesse
período, o estudo de Brisola (2020) forneceu uma justificativa, a partir de uma análise do
agronegócio da carne bovina no Brasil e na Argentina, onde foi verificado a existência da
influência do Estado e de agentes dessa cadeia com outros eventos de origem pública ou
privada que possibilitasse o crescimento econômico e social desse setor. Diante disso,
segundo Brisola (2020), esse setor no Brasil, no período de 1964 a 2014, conseguiu
crescentes incentivos estatais (políticas públicas, manutenção dos preços e das barreiras
de exportação e créditos) e de eventos públicos ou não para o fomento da oferta e da
demanda. Isso colaborou para o acréscimo de 2,8% ao ano dos rebanhos bovinos (de 1964
a 2016), além disso o autor também informou que com o passar dos anos tem-se a
tendência de aumento do consumo e da exportação.
Uma queda generalizada na aquisição de alimentos pelas famílias brasileiras pode
ser explicada pelo aumento dos preços devido à inflação. Segundo o IBGE (2017-2018),
apesar da inflação de alimentos e bebidas ter caído 1,87% em 2017, para o ano de 2018 a
inflação fechou com aumento de 4,04% na mesma categoria. Diante desse cenário, Claro
e Monteiro (2010) argumentam que linhas de créditos voltadas para a produção familiar
2021 Gepra Editora Barros et al.
de alimentos podem servir como alternativa para diminuição de preços e, portanto, tornar
os alimentos mais acessíveis. Contudo, para que a estratégia tenha sucesso, as cadeias de
produção devem ser as mais curtas possíveis, para que a redução de preço consiga ser
sentida pelo consumidor final ao invés de ser absorvida através dos intermediários.
Tabela 4. Variação percentual de aquisição dos alimentos por domicílio nos estados com maior produção,
por tipologia de produto, 2008-2009 e 2017-2018.
Produtos Estados Variação (%)
Feijão-Preto Paraná -17,91%
Leite de vaca pasteurizado Minas Gerais -8,12%
Arroz polido Rio Grande do Sul -2,35% 52
Pará -80,83%
Mandioca
Paraná -26,07%
Carne moída Mato Grosso 1,98%
Paraná -42,62%
Milho
Mato Grosso -90,25%
Abobrinha São Paulo -20,77%
Fonte: IBGE-Pesquisa de Orçamentos Familiares anos 2008-2009 e 2017-2018. Elaboração própria.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
FAO; IFAD; UNICEF; WFP; WHO. The State of Food Security and Nutrition in the
World: Transforming food systems for affordable healthy diets. FAO, Roma, 2020.
Disponível em: <http://www.fao.org/documents/card/en/c/ca9692en>. Acesso em: 11
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SANCHES, A., ALVES, L., BARROS, G. Oferta e demanda mensal de milho no Brasil:
impactos da segunda safra. Revista de Política Agrícola, América do Norte, 27, jun.
2019. Disponível em: <https://seer.sede.embrapa.br/index.php/RPA/article/view/1467>.
Acesso em: 16 mar. 2021.
55
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 5
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Aos 60 dias após a emergência, as plantas foram coletadas dos vasos e as folhas,
pecíolos, caules e raízes foram separados. Posteriormente, o material coletado foi
acondicionado em papel Kraft e levados em estufa com circulação forçada de ar a 65°C
durante 72 h, atingindo a massa seca constante. Em seguida, determinou-se a relação entre
a massa seca de raízes e parte aérea (R/PA). Além disso, foram calculados o acúmulo de
biomassa nas folhas (ABF), acúmulo de biomassa nos pecíolos (ABP), acúmulo de
59
biomassa nos caules (ABC) e acúmulo de biomassa nas raízes (ABR), sendo obtidas de
acordo com as fórmulas propostas por Benincasa (2003):
𝑀𝑆𝑅
𝑅/𝑃𝐴 =
𝑀𝑆𝐹 + 𝑀𝑆𝑃 + 𝑀𝑆𝐶
onde: MSF = massa seca de folhas; MSP = massa seca de pecíolos; MSC = massa seca
de caules; MSR = massa seca de raízes; e MST = massa seca total.
Os dados foram analisados por meio da análise de variância (teste F), e em casos
de significância foi realizada uma análise de regressão polinomial, com os ajustes
representativos. As análises estatísticas foram realizadas com o software SAS® (Cody,
2015).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1. Análise de variância (teste F) para o acúmulo de biomassa nas folhas, pecíolos, caules, raízes e
relação entre massa seca de raiz e parte aérea em mudas de Ceiba glaziovii submetidas a níveis de
sombreamento. ** Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F; ns não significativo.
para ABF indicam que a C. glaziovii em pleno sol promove um maior acúmulo de
biomassa nas folhas, o que pode ocorrer em virtude de uma maior absorção de luz
ocasionando assim altas taxas fotossintéticas (LAMBERS et al., 2008; SILVEIRA, 2020).
Figura 1. Acúmulo de biomassa nas folhas em mudas de Ceiba glaziovii submetidas a níveis de
sombreamento.
61
O pleno sol ocasionou o aumento da ABF e ABP, o que indica que sob essa
condição de maior disponibilidade de luz, a partição da biomassa foi para folhas e
pecíolos, e com isso pode favorecer o crescimento de parte aérea (GONÇALVES et al.,
2010; FERNANDEZ et al., 2017). O maior acúmulo de biomassa na parte aérea,
principalmente nas folhas, pode ocasionar mudanças na quantidade de luz disponível para
os cloroplastos, e com isso auxilia no mecanismo de aclimatação das plantas em
condições de pleno sol (OGUCHI et al., 2005; SILVA, 2020).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Figura 2. Acúmulo de biomassa nos pecíolos em mudas de Ceiba glaziovii submetidas a níveis de
sombreamento.
62
Para o acúmulo de biomassa nos caules (ABC), não foram observadas diferenças
significativas entre os tratamentos (Tabela 2). Embora o presente estudo não tenha
constatado diferenças significas para a ABC, Virgens et al. (2017) em seu estudo retrata
que o caule de espécies arbóreas se constitui como a fonte mais representativa de todo
carbono da planta. Além disso, o estoque de biomassa se relaciona diretamente com os
processos de sucessão ecológica da floresta, bem como a variação sazonal (LIMA
JÚNIOR et al., 2014).
A maior ABR obtida nas plantas sombreadas, pode ter sido em virtude da menor
ABF e ABP encontrados nessas condições de luminosidade (FAN et al., 2014). A maior
quantidade de fotoassimilados translocados para as raízes nas plantas sombreadas,
confere uma resistência às plantas em condições adversas, bem como reduz o risco de
cavitação no xilema (ZHANG et al., 2015; SOUZA; FREIRE, 2018).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Figura 3. Acúmulo de biomassa nas raízes em mudas de Ceiba glaziovii submetidas a níveis de
sombreamento.
63
A relação entre a massa seca de raiz e parte aérea (R/PA) diferiu significativamente
entre os níveis de sombreamento (p < 0,01, Tabela 2). A relação R/PA apresentou um
aumento à medida que níveis mais elevados de sombreamento foram empregados, com
maiores valores no nível de 90% estimado em 5,0894 g planta-1 (Figura 5). Em pleno sol,
houve uma diminuição de 48,76% (Figura 5).
Figura 4. Relação entre massa seca de raiz e parte aérea em mudas de Ceiba glaziovii submetidas a níveis
de sombreamento.
64
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
CNCFLORA. Ceiba in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2020.
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Capítulo 6
RESUMO
A utilização de tecnologias vem proporcionando o cultivo de novas safras, como a de
inverno. Uma dessas tecnologias é a irrigação, que em conjunto com a adubação
nitrogenada vem trazendo elevadas produtividades e melhorias na qualidade do cultivo
desta cultura. O objetivo desse trabalho foi avaliar influência das diferentes doses de
adubação nitrogenada em cobertura, bem como a resposta do feijoeiro irrigado com e sem
inoculação de sementes. O experimento foi conduzido na Universidade Estadual de Mato
Grosso do Sul, Unidade Universitária de Aquidauana. A cultura, irrigada por pivô central,
foi implantada no inverno, cujo manejo de irrigação foi pelo método de tensiometria. O
experimento foi conduzido em blocos casualizados, com parcelas subdivididas e 4
repetições, sendo que as parcelas foram os tratamentos com e sem inoculação de sementes
com estirpe Rhizobium tropici e, nas subparcelas, às doses de nitrogênio (N) (0, 50, 100,
150 e 200 kg ha-1 de N em cobertura). Foram avaliados o número de vagens por planta,
número de grãos por vagem, massa média de 100 grãos, produtividade de grãos e a
eficiência do uso da água. Observa-se que a inoculação e as doses de N não promovem
incremento nos componentes de produtividades avaliados, com exceção da produtividade
de grãos e a eficiência no uso da água que teve seus maiores valores quando estimada as
doses de 132 e 150 kg ha-1, respectivamente. Sob condição de irrigação, o cultivo do
feijão de inverno, na região de Aquidauana, tem potencial para alcançar altas
produtividades.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
1
Pluviosidade média calculada a partir dos dados do ano de 2007 à 2018, obtida em:
http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=estacoes/estacoesautomaticas
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Figura 1. Dados médios de temperatura máxima, média e mínima (Tmáx, Tméd, Tmín), e o somatório
dos graus-dia acumulados, referentes ao período de 23 de maio de 2019 a 15 de agosto de 2019, em
Aquidauana-MS.VG = Crescimento vegetativo; FEG = Florescimento e enchimento de grãos; M =
Maturação; DAE = Dias após a emergência.
T máx T mín T méd graus-dia
40 1400
35 D FE M
1200
25
800
20
600
15
400 71
10
5 200
0 0
1 7 13 19 25 31 37 43 49 55 61 67 73 79 85 91
DAE
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 2. Lâmina média observada, durante o teste de uniformidade de aplicação do pivô central a10% e
100% de sua velocidade máxima.
Lâmina observada 100% Lâmina 100%
35,0
30,0
Lâmina aplicada (mm)
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
5 11 17 23 29 35 41 47 53 59 65 71
Distância da base do pivô (m)
Fonte: Arquivo pessoal.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Eficiência no uso da água (EUA, kg m-3): foi calculada por meio da razão entre a
produtividade média de grãos (kg ha-1) e a evapotranspiração total da cultura (ETc, mm)
convertida em volume de água para todo o ciclo da cultura (m3 ha-1).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 3. Precipitação, lâminas de irrigação aplicadas e variação do armazenamento no solo por manejo
de tensiômetros.
60 60
Armazenamento de água no solo (mm)
45 45
Precipitação (mm)
Irrigação
Chuva
30 30
Limite superior da AFD
Limite inferior da AFD
Variação da AD medida
15 15
0 0
1 7 13 19 25 31 37 43 49 55 61 67 73 79 85 91
DAE
Fonte: Arquivo pessoal.
para NVP pode ser explicada por essa variável ser característica própria da genética da
cultivar utilizada (TORRES et al., 2017).
Tabela 1. Número de vagens por planta (NVP), número de grãos por vagem (NGV), número de grãos por
planta (NGP), massa de sem grão (MCG), produtividade (PROD) e eficiência no uso da água (EUA) dos
tratamentos com e sem inoculante.
Variáveis NVP NGV NGP MCG PROD EUA
Inoculante (g) (kg ha-1) (kg m-3)
Com 10,1 a 4,1 a 41,7 a 30,7 a 2021,5 b 0,83 b
Sem 10,7 a 4,4 a 47,1 a 31,4 a 2717,0 a 1,12 a
CV (%) 29 11 34 3 7 13
DMS 6,7 1 33,6 2 387 0,16
CV = Coeficiente de variação; DMS = Diferença mínima significativa; Médias seguidas de letras 74
diferentes, diferem entre si pelo teste de tukey a 5% de significância. Fonte: Arquivo pessoal.
A inoculação também não proporcionou diferença para NGV e NGP, obtendo uma
quantidade média de 4,27 grãos por vagem e 44,41 grãos por planta. O NGV foi abaixo
do que encontrado por Santis et al. (2019), que encontrou um valor médio de 4,5 para a
mesma cultivar em época iguais. Capristo et al. (2020), em seu estudo utilizando a mesma
cultivar e a mesma bactéria inoculada obteve a resposta igual a este trabalho quanto a
inoculação para a variável NGV.
O mesmo aconteceu com os tratamentos com presença e ausência de inoculação
para a MCG, que não teve diferença, obtendo média de 31,0 g entre eles. Valor esse
superior ao obtido por Barros et al. (2013), que obteve média de 21,9 g para o feijão ouro
negro na época das águas e superior também ao encontrado por Santis et al. (2019), que
obteve média de 30,8 g para a mesma cultivar na mesma época. Capristo et al. (2020)
também não obteve diferença na inoculação de feijão da mesma cultivar. Esse resultado
pode ser atribuído a competição das bactérias nativas do solo com as inoculadas perdendo
sua eficiência (CAVALCANTE et al., 2017).
A produtividade foi maior em 25% na ausência da inoculação de sementes
(Tabela 1). Resultados similares foram encontrados por Peres (2014) em que a inoculação
de Rhizobium tropici no feijão não influenciou em sua produtividade. Tal resultado pode
ser atribuído a disputa constituída pelas bactérias nativas do solo com as inoculadas ou a
falta de adaptação das bactérias inseridas por meio da inoculação prejudicando o absorção
de N pela planta (CAVALCANTE et al., 2017).
As bactérias já existentes no solo podem competir com as bactérias inoculadas
afetando sua sobrevivência. A não diferença estatística entre as variáveis analisadas dos
tratamentos com a presença e ausência de inoculação, exceto PROD e EUA, podem ser
atribuídos as estirpes nativas de bactérias fixadoras de N existentes no solo que podem
ser tão eficientes quanto a Rhizobium tropici competitivas podendo inibir ou impedir a
eficiência da bactéria inoculada (MOURA et al., 2009; BRITO et al., 2015).
Quando a cultura foi conduzida sem a presença de inoculação com Rizobium
tropici, a EUA foi maior que na presença do mesmo, comprovando os resultados obtidos
para a PROD. Provavelmente, também estejam relacionados com a presença de estirpes
nativas no solo, pois são proporcionalmente as variáveis, uma vez que utiliza a mesma
quantidade de água.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Avaliando o efeito das doses da fonte de nitrogênio não foi observada diferença
estatística entre as variáveis NVP, NGV, NGP e MCG, notando apenas diferença na
variável produtividade, a qual foi significativa para regressão quadrática que explica 95%
dos dados avaliados para PROD (Figura 4).
Figura 4. Análise de regressão para diferentes doses de nitrogênio para a variável produtividade (PROD)
em kg ha-1.
2.700
Produtividade (kg ha-1)
2.600
2.500 75
2.400
2.300
2.200
2.100 y = -0,0295x2 + 7,7658x + 2.035,0860
R² = 0,958127
2.000
0 50 100 150 200
Dose de nitrogênio (kg ha-1)
Fonte: Arquivo pessoal
5 grãos por vagem e Schoninger et al. (2015), que também não obteve influência das
doses de N nessa variável, ambos justificando que tal característica está ligada a
herdabilidade genética do cultivar.
As doses de adubação de nitrogênio em cobertura fizeram a EUA variar de 0,84 a
1,06 kg m-3, sendo que a maior eficiência estimada foi na dose de 150 kg ha-1 (Figura 5),
resultando numa EUA de 1,064 kg m-3. Esses resultados podem estar relacionados a
influência direta deste nutriente no rendimento de grãos, como comprova Pacheco et al.
(2016) que obtiveram as maiores EUA nas doses de N de 100 e 150 kg ha-1 em cobertura.
Nesse sentido, a EUA é uma ferramenta importante para selecionar o manejo de
irrigação e o método de aplicação, pois segundo Queiroz et al. (2005), indica qual a
76
combinação entre esses fatores que consequentemente levam a maior produção com o
menor custo.
Figura 5. Análise de regressão para diferentes doses de N para EUA (kg m-3).
1,10
1,05
1,00
0,95
EUA (kg m-3)
0,90
0,85
0,80
0,75 y = -0,00001x2 + 0,003x + 0,839
0,70 R² = 0,958
0,65
0,60
0 50 100 150 200
Dose de N (kg ha-1)
Fonte: Arquivo pessoal.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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TAGLIAFERRE, C.; SANTOS, T. J.; SANTOS, L. S.; DOS SANTOS NETO, I. J.;
ROCHA, F. A.; DE PAULA, A. Características agronômicas do feijão caupi inoculado
2021 Gepra Editora Barros et al.
80
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 7
RESUMO
A agregação do solo é uma das propriedades que podem ser utilizadas para avaliar a
qualidade do solo, uma vez que o mesmo desempenha papéis importantes contribuindo
para o armazenamento de carbono orgânico e água, favorecendo a circulação de água, e
permitem diminuir a resistência à penetração do sistema radicular, favorecendo um
melhor arranjamento dos vegetais ao solo. Assim sendo, o objetivo desse trabalho foi
analisar os efeitos de três diferentes sistemas de manejo de solos sobre a propriedade de
agregação do solo relacionada à sua qualidade, indicar os riscos de degradação do
ambiente impostos pelo uso agrícola atual. As amostras de solos foram coletadas nas
profundidades 0,0-0,10, 0,10-0,20, 0,20-0,30 e 0,30-0,40 m, para as avaliações do
diâmetro médio ponderado (DMP), diâmetro médio geométrico (DMG), dos
macroagregados (MAAG), microagregados (MIAG) e da classe de agregados > 2,00 mm
(IAG). Os resultados mostraram que o sistema de olericultura apresentou uma maior
desestruturação do solo fazendo com que o mesmo tivesse menores valores de DMP,
DMG, IAG > 2 mm e maiores valores de MIAG, em relação aos outros dois modelos
avaliados, sendo justificado pelas práticas de manejos adotadas.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Amostragem do solo
83
Onde: i = intervalo de classe: 2,0 ≥ X > 1,0 mm, de 1,0 ≥ X > 0,5 mm, de 0,5 ≥ X > 0,25
mm e de 0,25 ≥ X > 0,105 mm; xi = é o diâmetro do centro de classe (mm); yi = é a razão
entre a massa de agregados dentro da classe (xi) e amassa total de agregados.
Onde: wi= peso dos agregados de cada centro de classe (g); ln = logaritmo natural de xi;
xi = diâmetro do centro de classe (mm).
Análise estatística
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As variáveis como o DMP, DMG, MAAG e MIAG são utilizadas para calcular o
índice de estabilidade dos agregados. Observando os valores de DMP e DMG nos três
sistemas de manejo avaliados (Tabela 1), nota-se que o sistema de olericultura foi o que
apresentou menores valores para esses parâmetros, em relação ao pinhão e a mata nativa.
Isso pode ser justificado porque na área houve diversos revolvimentos do solo para a
implantação do plantio de hortaliças. Dessa forma, quando se submete à mecanização
agrícola, a agregação pode ter ocorrido por ação de compressão das partículas do solo,
sem, entretanto, ocorrerem os mecanismos que contribuem para a estabilização desses
agregados do solo e, consequentemente, das unidades estruturais (SILVA;
MIELNICZUK, 1998).
No caso do sistema de mata nativa e de pinhão, observou-se que o acúmulo de
resíduos vegetais na superfície do solo com consequente aumento dos teores de matéria
orgânica do solo atua como agentes cimentantes, aumentando a agregação do solo, assim
como também salientado por Loss et al. (2014) em seu trabalho.
Para Cunha Neto et al. (2018), é importante que haja a formação de agregados
considerados estáveis, pois, os agregados com baixa estabilidade em água se desagregam
de forma rápida em função do impacto das gotas de chuva, provocando a obstrução dos
poros do solo próximos à superfície e o seu encrostamento, aumentando o escoamento
superficial. Assim sendo, pode-se afirmar que dentre os sistemas avaliados, a área de
olericultura é a mais propensa aos efeitos de escoamento superficial, o que pode ocasionar
um processo erosivo mais intenso nesse local.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Tabela 1. Diâmetro médio ponderado (DMP) e diâmetro médio geométrico (DMG) dos
solos em áreas cultivadas na região Oeste da Bahia, Barreiras, 2019/2020.
DMP
Sistemas Camadas (m)
maquinário, o que justificou o fato do sistema de olericultura não ter apresentado maiores
valores de IAG (SALTON; TOMAZI, 2014).
Tabela 2. Macroagregados (MAAG) e microagregados (MIAG) dos solos em áreas cultivadas na região
Oeste da Bahia, Barreiras, 2019/2020.
MAAG
Sistemas Camadas (m)
0-0,10 0,10-0,20 0,20-0,30 0,30-0,40
PINHÃO 87,73 a 87,29 a 85,03 a 85,41 a
OLERICULTURA 66,21 b 63,25 b 78,12 b 71,54 b 86
MATA NATIVA 85,98 a 89,99 a 89,16 a 87,14 a
CV (%) 7,75 8,71 5,71 5,16
MIIAG
Sistemas Camadas (m)
PINHÃO 12,27 b 10,2 b 14,97 a 14,59 a
OLERICULTURA 25,35 a 26,74 a 21,85 b 25,45 b
MATA NATIVA 12,01 b 10,01 b 10,83 a 12,86 a
CV (%) 9,12 7,78 9,59 10,01
Fonte: CRUZ (2021).
Tabela 3. Percentual de agregados maiores que dois milímetros % > 2mm (IAG > 2 mm)dos solos em
áreas cultivadas na região Oeste da Bahia, Barreiras, 2019/2020.
IAG > 2 mm
Sistemas Camadas (m)
0-0,10 0,10-0,20 0,20-0,30 0,30-0,40
PINHÃO 73,34 a 79,81 a 65,52 a 55,74 a
OLERICULTURA 58,08 b 56,21 b 44,94 b 34,52 b
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CUNHA NETO, F. V. et al. Atributos químicos e físicos do solo em áreas sob diferentes
coberturas florestais e pastagem em Além Paraíba-MG. Ciência Florestal, v. 28, n. 1, p.
13-24, 2018.
SALTON, J. C.; MIELNICZUK, J.; BAYER, C.; BOENI, M.; CONCEIÇÃO, P. C.;
FABRÍCIO, A. C.; ... & BROCH, D. L. Agregação e estabilidade de agregados do solo
em sistemas agropecuários em Mato Grosso do Sul. Revista Brasileira de Ciência do
solo. Campinas. Vol. 32, n. 1, p. 11-21, 2008.
Capítulo 8
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
AGRONEGÓCIO BRASILEIRO
TECNOLOGIA NA AGRICULTURA
Esse cenário perdurou-se por um longo período, até que começaram a surgir as primeiras
ferramentas manuais e em seguida o uso de animais.
Segundo Feldens (2018), neste período longo e de pequena evolução, é difícil
determinar com exatidão quando, onde e como ocorreram esses pequenos
aprimoramentos, havendo especulações sobre a Mesopotâmia, ou ainda na civilização
egípcia, e até mesmo na Babilônia. Contudo, é inegável que estas civilizações
apresentaram avanços colossais para suas eras, podendo incluir nesta lista outros povos
como os romanos, gregos e os povos das Américas.
Entretanto com a chegada das máquinas e implementos agrícolas ocorreu uma
grande expansão nas áreas cultivadas, trazendo benefícios jamais vistos até aquele
94
momento para o desenvolvimento do segmento, que com o passar do tempo obteve cada
vez maior destaque (DA SILVA e WINCK, 2019).
Fases da Agricultura
Agricultura 1.0
Agricultura 2.0
Agricultura 3.0
Agricultura 4.0
A agricultura 4.0 é considerada por muitos especialistas como a fase atual (2021)
da agricultura, apresentando como características a automação e conectividade entre as
ferramentas. As informações recolhidas, sejam dados climatológicos ou provenientes de
imagens aéreas, entre outras, alimentam uma nuvem (conceito de dados na internet) que
permite a construção de extensos bancos de dados que favorecem a tomada de decisão.
Esse sistema é conhecido como Agricultura Inteligente (SORDI e VAZ, 2021).
Um dos grandes avanços nessa área foi o aparecimento das RPAs (Aeronaves
Remotamente Pilotadas), um instrumento facilitador na supervisão remota de grandes
áreas sem a necessidade de ir ao campo. Com as RPAs são obtidas imagens de alta
qualidade e com algumas informações importantes, facilitando o reconhecimento de áreas
com problemas (NASCIMENTO, 2020). Outro meio de adquirir informações via imagens
é a utilização de satélites com sensores calibrados e com maiores bandas espectrais e de
maior alcance, porém de uma periodicidade mais restrita (BARBOSA, 2021).
Como verificado anteriormente nesta etapa encontram-se as melhores tecnologias
empregadas até o momento, tornando mais sustentável o meio rural. Retomando ao uso
da água para a irrigação, pode-se identificar o uso de informações constantes de clima,
umidade do solo, evapotranspiração das plantas entre outros, para determinar a
quantidade exata de água necessária para o desenvolvimento diário da planta, essa
conexão, porém, ainda necessita de interferências humanas (SAUSEN et al. 2021).
Agricultura 5.0
das máquinas, contando com mais informações disponíveis e formando uma rede com
uma gama maior de dados (DOS SANTOS et al. 2019).
Com a possibilidade da inteligência artificial será possível acompanhar à distância
o que acontece no campo, pela tela do celular ou computador em tempo real. A irrigação
poderá ser comandada por essa inteligência, de forma que a interferência humana durante
o processo seja dispensável (MENDES et al., 2020).
Ao realizar prospecções das próximas décadas, a primeira imagem que surge são 97
tecnologias futuristas, porém, quando o assunto é a agricultura, é necessário ter o pé no
chão. As tecnologias neste segmento geralmente são implementadas após um certo
período de experiência em outros setores que naturalmente apresentam resultados e
modificações mais dinâmicas.
Com a tecnologia em pleno desenvolvimento, os avanços na direção autônoma para
automóveis, com o objetivo de detectar objetos por meio de sistemas de múltiplas câmeras
e radar, pode-se dizer que reduziram o custo de desenvolvimento de maquinário agrícola
autônomo (HALACHMI, 2003; CHENG, 2016). Assim a agricultura 5.0 antevê a
utilização de sistemas mais autônomos em ambientes rurais.
Para grande parte dos agricultores de maior expressão, os equipamentos autônomos
já são considerados uma realidade, não sendo limitados apenas para grandes maquinários
agrícolas. Um grande exemplo são as maquinas de ordenha robotizadas, que atualmente
já estão sendo utilizadas (HANSEN, 2015; DEMIR, 2017; ZAMBON et al, 2017).
Em seu trabalho, Al-Razgan (2016) constatou que a grande maioria das operações
no campo podem ser automatizadas, porém existe um gargalo como a colheita de produtos
hortícolas e frutas e também de algumas áreas com declividade acentuada, que mesmo
em países de grande aquisição financeira, torna-se comum o uso de trabalho manual.
Segundo Zhang et al. (2012) existe um interesse em reprodução de robôs e tratores
de menor tamanho, apresentando um sistema integrado com a inteligência artificial,
conhecida como a autoaprendizagem, para ter um grau elevado de autonomia, podendo
citar, a aplicação de herbicidas apenas nas plantas invasoras utilizando os dados
preexistentes no sistema para fazer a leitura e a aplicação do produto.
A colaboração entre vários veículos robotizados, tanto terrestres, quanto aéreos,
como o exemplo de pequenos drones “conversando” e cooperando entre si pode ser
considerado o ápice previsto para agricultura 5.0 (ZAMBON et al., 2017)
Com o conhecimento das tecnologias mais recentes identifica-se os sensores de
força e o sistema de visão aprimorados, onde o primeiro permite que a última geração de
robôs manipule objetos frágeis ou objetos de formas variáveis, e o segundo não só têm
recursos de rastreamento de objetos em tempo real, mas já adquiriram recursos de
classificação e conceituação, de modo que são capazes de auto aprender figuras e objetos,
para distingui-los com base em detalhes, colocando-os em diferentes categorias (GREGO
et al. 2020).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Com um olhar crítico, pode-se dizer que essa nova fase chegará para superar tudo
do que se tem conhecimento até o momento, elevando a agricultura para um patamar onde
a sustentabilidade e o uso racional de materiais são o foco.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Transmissões de volatilidade de preços entre Commodities agrícolas brasileiras. Revista
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CHENG, J.; DOWMAN, I.; LI, S.; LI, Z.; MADDEN, M.; MILLS, J.; TRINDER, J.
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DEMIR, K. A.; CICIBAS, H. Industry 5.0 and a Critique of Industry 4.0. In: 4th
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HALACHMI, I.; ADAN, I. J. B.; VaAN DERWAL, J.; VAN BEEK, P.;
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2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 9
RESUMO
INTRODUÇÃO
disso, o perfil nutricional dos alimentos sem glúten também pode ser um desafio, por
exemplo, devido ao seu baixo teor de fibra alimentar. Biscoitos, massas, pizzas e bolos
sem glúten, que podem ser incluídos nas dietas dos pacientes com doença celíaca, são
muitas vezes baseados em amidos puros, resultando em um paladar seco, arenoso e
qualidade alimentar pobre (HAMER, 2005).
Levando em consideração a questão da mudança no estilo de vida da população que
é atualmente muito observado nos hábitos alimentares, tornou-se viável um estudo que
favorecesse o desenvolvimento de um produto alimentício que atenda ao público celíaco
e, que em conjunto, possa trazer benefícios de um alimento funcional, além de atender o
consumidor em sua qualidade nutricional.
106
MATERIAL E MÉTODOS
Matéria-prima
107
Análise do Rendimento
MT X 100
%Rendimento = (1)
MI
Em que:
MI – massa inicial dos ingredientes;
MT – massa total dos biscoitos.
Análise Estatística
Para análise estatística dos dados utilizou-se o aplicativo Agroestat (Sistema para
Análises Estatísticas de Ensaios Agronômicos) versão 1.1.0.712 2014, utilizando o teste
Tukey com 0,05 de significância para comparação das médias.
2021 Gepra Editora Barros et al.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Análise do Rendimento
Massa total da mistura após a cocção (g) 660g 649g 650g 659g 650g
Branco: amostra de biscoito sem extrato de própolis vermelha; EX05: biscoito com 0,05% de extrato de própolis
vermelha; EX10: biscoito com 0,10% de extrato de própolis vermelha; EX20: biscoito com 0,20% de extrato de própolis
vermelha; EX25: biscoito com 0,25% de extrato de própolis vermelha. Fonte: Autores (2018).
Parâmetros Amostras
Branco EX05 EX10 EX20 EX25
Umidade (%) 4,03a ± 1,21 4,17a ± 0,37 4,57a ± 0,41 3,97a ± 0,46 3,99a ± 0,48
Proteínas (%) 2,93a ± 0,25 2,96a ± 0,35 3,96a ± 0,29 3,06a ± 0,15 3,16a ± 0,13
Lipídios (%) 20,22a ± 0,71 17,23a ± 0,96 17,63a ± 0,99 16,81a ± 0,22 16,71a ± 0,23
Cinzas (%) 1,04a ± 0,03 1,25b ± 0,07 1,45b ± 0,12 1,16c ± 0.01 1,19c ± 0.02
Carboidratos (%) 71,7a ± 0,37 72,3a ± 0,58 72,6a ± 0,62 74,98b ± 0,24 75,48b ± 0,21
Valor calórico 475,26a ± 10,96 461,19b ± 11,91 461,79b ± 11,85 454,32b ± 2,54 450,32b ± 2,47
(Kcal/100g)
*Em uma mesma linha com letras em comum não diferem significativamente pelo teste de Tukey a 5%. Fonte:
Autores (2018)
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
SANTOS, C.; RIBEIRO, R.; SILVA, E.; SILVA, N.; ALMEIDA, B.; SILVA, G.;
BARROS, B. Elaboração de biscoito de farinha de buriti (Mauritia flexuosa L. f) com e
sem adição de aveia (Avena sativa L.). Revista Brasileira de Tecnologia
Agroindustrial, v. 5, 2011.
Capítulo 10
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Para a semeadura, foram utilizadas cinco sementes por vaso e o desbaste foi
realizado aos 30 dias após a emergência (DAE), selecionando os indivíduos com média
de 5 cm de altura. Posteriormente, os indivíduos foram submetidos aos níveis de
sombreamento, iniciando-se as avaliações aos 60 dias após a emergência (DAE). O local
de implantação da pesquisa, apresenta cobertura e localização específica para que não
haja alteração da luminosidade nos diferentes níveis sombreados durante o dia. Durante
a condução da pesquisa, a irrigação das planas ocorreu diariamente, mantendo-se
aproximadamente 80% da capacidade de campo, com a pesagem e rotação dos vasos.
Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com cinco níveis de
sombreamento (0%, 30%, 50%, 70% e 90% de sombreamento) e oito repetições, sendo
cada parcela composta por uma planta.
No final do período experimental, aos 60 dias após a emergência, as plantas foram
separadas em folhas, caules e raízes. Posteriormente, o material coletado foi separado e
acondicionado em sacos de papel e conduzidos para estufa com circulação forçada de ar
a 65°C até atingir a massa seca constante. A partir disso, foram calculadas a relação entre
a massa seca de raízes e parte aérea (R/PA), a alocação de biomassa em folhas (ABF),
alocação de biomassa em caules (ABC) e alocação de biomassa em raízes (ABR), sendo
determinadas por meio das fórmulas a seguir (BENINCASA, 2003):
, , ,
em que: MSF: massa seca de folhas; MSC: massa seca de caules; MSR: massa seca de
raízes; e MST: massa seca total.
2021 Gepra Editora Barros et al.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 2. Análise de variância (ANOVA) para alocação de biomassa nas folhas, caules
e raízes, e relação entre raiz e parte área de plantas de Calotropis procera submetidas
níveis de sombreamento. **significativo a 1% pelo teste F; *significativo a 5% pelo teste
F.
2021 Gepra Editora Barros et al.
118
119
120
Os resultados obtidos para ABR, ABF e ABC evidenciam que na condição de pleno
sol, será ocasionada uma menor disponibilidade hídrica para as plantas devido a maior
perda de água por evaporação e com isso é reduzido o crescimento da parte aérea e
favorecido o crescimento de raízes (MOTA et al., 2012).
A ABR elevada é uma característica vantajosa, uma vez que confere a planta uma
maior resistência em condições adversas, bem como permite um maior crescimento das
raízes e aumenta a capacidade de exploração em camadas mais profundas solo (SOUZA;
FREIRE, 2018). Em contrapartida, a menor ABR observada nas plantas sombreadas
relaciona-se com a baixa temperatura do ambiente, uma vez que com o sombreamento
pode ser reduzido até 5ºC, diminuindo também a taxa de evaporação e permitindo que a
umidade do solo seja mantida, ocasionando assim um menor desenvolvimento das raízes
(FONSECA et al., 2002; FREITAS et al., 2017). A menor ABF e ABC constatadas em
plantas no pleno sol, pode ter influenciado diretamente na quantidade de biomassa
alocada nas raízes sob estas condições (FAN et al., 2014).
A relação entre a massa seca de raiz e parte aérea (R/PA) diferiu significativamente
entre os diferentes níveis de sombreamento (p < 0,05) (Tabela 2). Os maiores valores da
razão entre raiz e parte aérea foram constatados nas plantas a pleno sol (0,2119 g planta-
1
) (Figura 4). Com o acréscimo do nível de sombreamento, a razão R/PA foi reduzida em
68,81%, sendo o menor valor obtido no sombreamento de 90% (0,0661 g planta-1) (Figura
4). A razão R/PA pode ser um indicativo de qualidade das mudas, bem como importante
para estabelecer a resistência da planta a possíveis estresses abióticos (VALADÃO et al.,
2014).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Figura 4. Relação entre massa seca de raízes e parte aérea (R/PA) em plantas de
Calotropis procera submetidas a níveis de sombreamento.
121
A alta razão R/PA constatada nas condições de pleno sol, indica uma eficiência de
adaptação das plantas à ambientes com maior irradiância, e que em ambientes sombreados
a flor-de-seda pode ter seu crescimento e desenvolvimento limitado (FIGUEIREDO et
al., 2019). Resultados semelhantes de relação R/PA foram obtidos por Freitas et al. (2017)
em seu estudo analisando o desenvolvimento de mudas de Jacaranda brasiliana sob
influência do sombreamento.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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124
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 11
RESUMO
A alfazema brava é uma espécie com potencial aromático e terapêutico. Porém, a
utilização de águas de baixa qualidade e salinas podem promover danos ao crescimento
das plantas. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da salinidade e do ácido
salicílico na alocação de fitomassa e no crescimento de alfazema brava. O delineamento
experimental foi o de blocos casualizados, em esquema fatorial incompleto 5 x 5, com
cinco condutividades elétricas da água de irrigação (CEa = 0,5; 1,45; 5,0; 8,55 e 10,0 dS
m-1) e cinco doses de ácido salicílico (AS = 0,0; 0,29; 1,0; 1,71 e 2,0 mM), com quatro
repetições constituídas por duas plantas, geradas a partir da matriz experimental
Composto Central de Box. Aos 45 dias após o inicio da irrigação com as águas salinas
foram avaliadas a alocação de fitomassa nas raízes, caule e folhas, suculência foliar, área
foliar específica (AFE), razão de área foliar (RAF) e os índices de esclerofilia (IEF) e de
produção de fitomassa seca da parte aérea (IPFPA). O AS não atenuou o efeito da
salinidade. O estresse salino reduziu a alocação de fitomassa nos órgãos da planta de
alfazema. Porém, estimulou a suculência foliar, a AFE e RAF. A aplicação de AS
estimula o crescimento e a alocação de fitomassa de alfazema brava.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
(FSF)
IEF = (𝑔−1 ) (2)
(AF)
Onde, IEF= índice de esclerofilia; FSF = fitomassa seca de folha; AF = área foliar.
(FSPA)
IPFPA = (3)
(FST)
Onde, IPFPA = índice produção de fitomassa seca da parte aérea; FSPA = fitomassa seca
parte aérea; FST = fitomassa seca total.
a alocação de fitomassa nos diferentes órgãos (folhas, caule e raiz) estabelecida conforme
Benincasa (2003), equação 4;
MSórgão
Alocação de fitomassa órgão = × 100 (4)
MSTotal
Em que: MSórgão = massa seca do órgão da planta; MSTotal = massa seca total.
A área foliar especifica (AFE) e razão de área foliar (RAF) foram determinadas de
acordo com Benincasa (2003), conforme a equação 5 e 6:
AF AF 128
AFE = (5) RAF = (cm2 g−1 ) (6)
FSF FSPA
Onde, AFE = área foliar específica (cm2 g-1); AF = área foliar (cm2); FSF = fitomassa
seca da folha (g); FSPA= fitomassa seca da parte aérea (g); RAF = razão de área foliar
(cm2 g-1).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 1. Alocação de fitomassa da raiz - ALFR (A), do caule - ALFC (B) e das folhas -ALFF (C) de
alfazema brava (Mesosphaerum suaveolens (L.) Kuntze), submetida a salinidade da água de irrigação
25 A 50 A
20 40
ALFC (%)
ALFR (%)
15 30
5 10
129
0 0
0 1,45 2,5 5 7,5 8,55 10 0 1,45 2,5 5 7,5 8,55 10
CEa (dS m-1 ) CEa (dS m-1 )
50 C
40
ALFF (%)
30
y = 43,791 - 0,3334x**
R² = 0,52
20
10
0
0 1,45 2,5 5 7,5 8,55 10
CEa (dS m-1 )
Figura 2. Suculência foliar (A), área foliar específica (B), razão de área foliar (C), índice de esclerofilia –
IEF (D) e índice produção de fitomassa seca da parte aérea – IPFPA (E) de alfazema brava
(Mesosphaerum suaveolens (L.) Kuntze), submetida a salinidade da água de irrigação.
130
Figura 3. Alocação de fitomassa do caule -ALFC (A) e das folhas – ALFF (B), suculência foliar (C),
razão de área foliar (D), índice de esclerofilia – IEF (E) e índice produção de fitomassa seca da parte
aérea – IPFPA (F) de alfazema brava (Mesosphaerum suaveolens (L.) Kuntze), submetida a diferentes
doses de ácido salicílico.
50 A 50 B
40 40
ALFC (%)
30
ALFF (%)
30
0 0
0 0,29 0,5 1 1,5 1,71 2 0 0,29 0,5 1 1,5 1,71 2
Ácido salicílico (mM L-1 ) Ácido salicílico (mM L-1 )
2021 Gepra Editora Barros et al.
2,5 C 5 D
1,5 3
RAF
1 y = 1,5377 + 1,0962x - 0,452x2** 2 y = 3,9386 - 1,4727x + 0,6452x2**
R² = 0,92 R² = 0,55
0,5 1
0 0
0 0,29 0,5 1 1,5 1,71 2 0 0,29 0,5 1 1,5 1,71 2
132
Ácido salicílico (mM L-1 ) Ácido salicílico (mM L-1 )
0,3 E 1 F
0,25
0,8
0,2
0,6
IPFPA
IEF
0,15
0,4 y = 0,7183 + 0,0885x - 0,0217x2**
0,1 y = 0,1456 + 0,0434x** R² = 0,74
R² = 0,53
0,2
0,05
0 0
0 0,29 0,5 1 1,5 1,71 2 0 0,29 0,5 1 1,5 1,71 2
Ácido salicílico (mM L-1 ) Ácido salicílico (mM L-1 )
CONCLUSÕES
133
REFERÊNCIAS
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2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 12
RESUMO
O girassol sendo uma oleaginosa que vem cada dia crescendo mais o seu mercado devido
a sua utilização na produção de biodiesel e no ramo ornamental, surge a necessidade de
se aplicar tecnologias voltadas para uma produção com alto padrão, principalmente no
seu estádio inicial quando ainda são plântulas. Hoje o uso de inoculantes em diversas
culturas como soja, milho, alfafa, para elevar os níveis de qualidade de plântulas e mudas
já é uma realidade, com isso o trabalho teve como objetivo a utilização de bactérias
fixadoras de nitrogênio para o acréscimo na qualidade de plântulas de girassol. O estudo
foi desenvolvido no CCTA/UFCG, Pombal-PB, as sementes crioulas de girassol foram
previamente inoculadas com Sinorhizobium meliloti em forma de pó (inoculante
comercial), as sementes foram inoculadas no Laboratório de fitopatologia do
CCTA/UFCG. Posteriormente foram semeadas em recipientes descartáveis de 50 ml e
dispostas em bancada em ambiente protegido. As sementes foram distribuídas em dois
tratamentos T1(não inoculadas) e T2(inoculadas), cada tratamento com 20 repetições,
onde ao final do experimento foi feito a análise estatística das variáveis Altura (AL),
massa seca (MS), Massa fresca (MF), e Diâmetro (DIA). O tratamento que recebeu o
inoculante se saiu melhor, tendo valores consideráveis de aumento na Altura e Diâmetro
das Plântulas, com isso conclui-se que a adição de inoculante na produção de girassol
pode aumentar sim a qualidade das plântulas quando comparado a sementes não
inoculadas.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
140
A irrigação foi realizada duas vezes ao dia, no início da manhã e ao fim da tarde
com 20ml de água para cada recipiente. Foi realizado a irrigação assim durante os 15
primeiros dias depois se passou a colocar 25ml.
As variáveis avaliadas foram Altura de plântulas (AL), Diâmetro de plântulas
(DIA), Massa seca (MS), Massa fresca (MF). A análise estatística foi feita com base na
diferenciação das médias, as médias foram submetidas à Análise de Variância,
comparadas pelo teste Tukey. Todas as análises foram ao nível de significância de 5%.
O software utilizado para as análises foi o R version 4.0.4 (The R Foundation for
Statistical Computing).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Figura 3. Plântula após emergência completa em laboratório para a coleta das variáveis analisadas no
estudo, CCTA/UFCG, 2020.
141
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Analise de variância
AL MS MF DIA
Tratamento T1 T2 T1 T2 T1 T2 T1 T2
Média 0.963 2.3825* 0.3965 0.5000 0.9285 0.9995 1.403 1.820*
Valor-p 9.88446e-06 0.690837 0.1505708 0.03786707
*Significativo a 5% (0,05). Variável altura (AL), Variável Massa Seca (MS), Variável Massa Fresca (MF),
Variável Diâmetro (DIA).
Com os valores obtidos na (Tabela 1.) quanto a significância das variáveis
analisadas em campo temos valores onde demonstram que as médias não podem ser
2021 Gepra Editora Barros et al.
consideradas homogêneas nas variáveis Altura (AL) e Diâmetro (DIA) através do valor-
p e pela diferenciação de médias quando submetidas a teste de Tukey a 5% (Tabela 2.)
Tabela 2. Teste de Tukey a 5% de significância para as variáveis AL e DIA, UFCG/CCTA, Pombal, PB.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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Circular Técnica, 143).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 13
COUTINHO, Janailton
Doutorado em Educação Brasileira
Universidade Federal do Ceará
janailton.coutinho@ufca.edu.br
RESUMO
A utilização de materiais que tem em sua origem uma fonte de energia renovável e limpa
passaram a ser uma busca constante no modelo de sociedade com altos níveis de consumo.
Entender que o processo de conscientização e busca por esse material de fonte limpa e
renovável é um processo necessário, força-nos a pensar por onde começar, e como volver-
se para a discussão e de que maneira a produção energética, alimentícia e industrial
poderiam se adaptar a tal mudança. O presente trabalho busca como objetivo principal
discorrer sobre a produção florestal brasileira, sendo ela madeireira e não madeireira. O
método científico utilizado é o Hipotético-Indutivo que sugere a realização de análise de
problemática em âmbito universal, considerando que a quase ou total impossibilidade de
analisar um problema em sua totalidade. Tivemos como resultados o valor da produção
na extração vegetal por região do Brasil, os estados que mais arrecadam por região em
extração vegetal, a quantidade produzida na extração vegetal - produto alimentício, e a
relação entre quantidade e valor dos produtos extrativista. Este trabalho deixa aberto a
possibilidade de implementação de uma série de investigações voltadas para produção
florestal no mercado de trabalho brasileiro, tais como impactos socioeconômicos,
impactos ambientais oriundos das queimadas, dificuldades de manejo e de gestão e,
dentro outros.
INTRODUÇÃO
A utilização de materiais que tem em sua origem uma fonte de energia renovável e
limpa passaram a ser uma busca constante no modelo de sociedade com altos níveis de
consumo. Muito se discute a escassez de insumos que estão inseridos no dia a dia dos
indivíduos e que desenvolvem importantes serviços como transporte, produção energética
e recursos alimentícios. Entender que o processo de conscientização e busca por esse
material de fonte limpa e renovável é um processo necessário, força-nos a pensar por onde
começar, e como volver-se para a discussão de que maneira a produção energética,
alimentícia e industrial poderiam se adaptar a tal mudança. (EMBRAPA, 2018)
Umas das alternativas para a redução de insumos não renováveis são os recursos 146
florestais, que podem ser classificados como produtos madeireiros e não-madeireiros,
sendo por sua vez produtos com grande potencial no mercado brasileiro. O Brasil por ser
detentor de grande área territorial e por possuir diversos biomas, apresenta um panorama
propício para a produção das matrizes energéticas bem como o extrativismo, que ganham
cada vez mais espaço e importância no cenário nacional e mundial. (VILELA,
CALLEGARO e FERNANDES, 2019)
Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (2020), só em 2019 as fontes de
energias renováveis foram responsáveis por contribuir com 46,1% na matriz energética
nacional o que comparado com anos anteriores, como em 2010, houve um aumento de
1,4%. A oferta de biomassa de cana de açúcar e uso de biodiesel são responsáveis por
18,0% e a lenha e o carvão vegetal responsáveis por 8,7% da produção de energia
renovável. Isso demonstra que juntos os produtos de origem florestal são responsáveis
por 26,7% de toda produção de energias renováveis.
Assim como a cadeia energética o extrativismo aparece desempenhando um papel
importante na sociedade, em especial como fonte de renda. Drummond (1996) classifica
o extrativismo como sendo, uma maneira de produzir bens na qual os recursos naturais
úteis são retirados diretamente da sua área de ocorrência natural, em contraste com a
agricultura, o pastoreio, o comércio, o artesanato, os serviços ou a indústria.
Entender a importância do extrativismo nas pequenas comunidades, bem como na
renda de pequenas famílias que dependem diretamente dos produtos florestais é essencial
para quem trabalha com o meio rural. Para Magalhães (2014), unidades familiares de
produção rural, em diversas regiões do país, praticam a extração de produtos florestais
não madeireiros como fonte de renda alternativa e de absorção de mão de obra familiar.
Tal fato acarreta diretamente na qualidade de vida das famílias e de pequenas
comunidades, criando uma rede de investimentos e melhoria na economia. De acordo
com prodanov
e Silva (2002), a extração de produtos não madeireiros é uma atividade
fundamental para os moradores da região provedora de recursos naturais, pois permite
valorizar a floresta que é preservada em pé, já que a exploração madeireira muitas vezes
contribui para a erosão genética das espécies de maior valor comercial, o que compromete
seu aproveitamento futuro.
Tanto na produção energética como na extrativista, a produção florestal desenvolve
fundamental importância. De acordo com Sousa et al. (2010) para a economia brasileira
e para a sociedade, o setor florestal contribui com parcela importante da geração de
produtos, impostos, divisas, empregos e renda.
Pensando na importância do setor florestal e o quanto este tem impacto tanto
diretamente quanto indiretamente na sociedade, o presente trabalho busca como objetivo
principal discorrer sobre a produção florestal brasileira, sendo ela madeireira e não
2021 Gepra Editora Barros et al.
madeireira, demonstrando quantidades por regiões bem como realizar comparativo entre
elas, buscando assim apresentar como se encontra o cenário do país em relação a área.
Além da presente introdução e considerações finais, este artigo encontra-se dividido
em mais duas cessões, quais sejam, materiais e métodos, onde será abordado o caminho
utilizado para elaboração do estudo e, os resultados e discussões, onde podem ser
observados os principais resultados constatados através dos dados obtidos.
MATERIAIS E MÉTODOS
Pode-se inferir que a presente pesquisa tem natureza aplicada, pois busca produção
de conhecimento científico passível de aplicação prática com a possibilidade de responder 147
problemas específicos. O método científico utilizado é o Hipotético-Indutivo que sugere
a realização de análise de problemática em âmbito universal, considerando que a quase
ou total impossibilidade de analisar um problema em sua totalidade –, para desta forma
formular soluções em níveis mais micros e particulares. Para isso formula-se hipóteses e
demonstra-se as dificuldades da problemática. Este procedimento deduz se a pesquisa
deve ser testada ou falseada. O objeto de estudo é exploratório-descritivo, visando tornar
oportuno uma maior compreensão do problema de pesquisa, explicitando ou construindo
hipóteses sobre o mesmo, além de indicar as características do objeto estudado.
(PRODANOV e FREITAS, 2013)
O Procedimento Técnico escolhido é o bibliográfico. Segundo Prodanov e Freitas
(2013), o pesquisador deve encetar um considerável levantamento de fontes teóricas,
quais sejam: teses, dissertações, monografias, livros e artigos científicos.
Quanto a abordagem, a mesma segue os padrões da pesquisa quantitativa. Nesse
caso, Gil (2008, p.17) exprime que “este método se fundamenta na aplicação da teoria
estatística da probabilidade e constitui importante auxílio para a investigação em ciências
sociais.” Ainda segundo Gil (2008, p.17) “o método estatístico passa a se caracterizar por
razoável grau de precisão, o que o torna bastante aceito por parte dos pesquisadores com
preocupações de ordem quantitativa.” Gil (2008, p. 17). Visto o exposto, pode-se indagar
que o procedimento supracitado é fundamental para reforçar a validação de conclusões.
Indica-se que a presente pesquisa se utiliza de dados secundários, advindos de
fontes provenientes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE com
variáveis que versam sobre a produção florestal2 brasileira, sendo ela madeireira e não
madeireira, demonstrando quantidades por regiões.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
2
Dados utilizados são referentes ao ano corrente de 2018, haja visto que a plataforma indicada ainda não
dispõe de dedados mais atualizados.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Gráfico 1.
Valor da produção na extração vegetal por região do Brasil
2500000
2000000
Valor em mil reais
1500000
1000000 148
500000
0
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-oeste
Colunas1 2241824 889339 37005 556014 724428
Fonte: Adaptado de IBGE, 2019.
a dignidade humana e se caracteriza pela falta dos direitos fundamentais do cidadão e fere
todas as leis, especialmente as trabalhistas. Este tipo de trabalho atinge todas as regiões
do país, especialmente fazendas produtoras de carvão, que abastecem tanto as indústrias
de aço e ferro gusa, mas também aflige vários setores das grandes metrópoles
(FREITAS,2019).
Em segundo lugar se destaca o Nordeste que apresenta grande produção
principalmente de ceras e extração de lenha, e o leva a ficar nessa classificação. O Sul,
bem como o Centro-Oeste tem como principal fonte de renda a extração de madeira tanto
para lenha, como para carvão vegetal. Em último lugar destaca-se a região Sudeste que
por sua vez tem como principal atividade a extração mineral, e não vegetal, onde se
sobressaem minérios de ferro, ouro, manganês e bauxita. Diante de tudo isso, encontram-
se impactos ambientais negativos que dizem respeito a poluição do ar, água, ecossistema 149
local, assoreamento dos rios, poluição dos solos, contaminação por metais pesados e
outras questões ambientais.
O segundo gráfico apresenta os estados que mais arrecadam dinheiro com a
extração vegetal por região brasileira. Assim como foi citado anteriormente e por se tratar
de extração de produtos vegetais, o estado do Pará destaca-se em relação aos demais
estados, pois ele está situado em uma região que em sua grande maioria pertence a
Floresta Amazônica. O Pará se destaca principalmente na extração de açaí (151.793
Toneladas) e de madeiras (5.359.289 Toneladas). Em segundo fica o estado do Mato
Grosso com uma produção voltada principalmente para a extração de madeira (509.831.3
Toneladas). Não tão diferente o Paraná aparece com uma produção de madeira acentuada
(113.475.8 Toneladas), porém o estado se destaca principalmente na produção de erva-
mate (314.728 Toneladas). Sua produção é equivalente a 81,8% de todo o lucro arrecado
na extração de produtos florestais do estado. Representando o Nordeste, o estado do
Maranhão é o maior em arrecadação sendo ela proveniente principalmente da exploração
de madeira (181.790.3 Toneladas) e na produção de oleaginosas como o Babaçu (45.166
Toneladas). Por último, tem-se o estado de Minas Gerais com produção madeira (349272
Toneladas) e de Pequi (18007 Toneladas) sendo este último responsável pela arrecadação
de 31,2%.
Gráfico 2.
Estados que mais arrecadam por região em extração
vegetal.
1800000
1600000
1400000
Valor por mil reais
1200000
1000000
800000
600000
400000
200000
0
Minas Mato
Pará Maranhã Paraná
Gerais Grosso
o
Valor exato 1534752 275112 34802 431408 672764
Fonte: Adaptado de IBGE, 2019.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Gráfico 3.
Quantidade produzida na extração vegetal - produto
alimentício
400000
350000
Valor por mil reais
300000
250000
200000
150000
100000
50000
0
Castan Castan
Erva- Manga Palmit
Açaí ha-de- ha-do- Pequi Pinhão Umbu Outros
mate ba o
caju pará
Valor exato 222706 1781 32905 362545 1749 4296 27183 9342 8544 8246
CONCLUSÃO
A região Norte possui a maior floresta tropical do mundo e tem assim maior
disponibilidade em frutos, madeira, óleos naturais além de recursos naturais que já faziam
parte da cultura alimentar dos povos nativos da região. Além do mais é a maior região
brasileira, somando 45% do território nacional, em contrapartida, confere a menor
densidade demográfica do país, 4 hab./km² (IBGE, 2013a). Não somente isso, na análise
dos dados foi possível observar que os estados pertencentes a esta região apresentam
maiores número absolutos frente a produção florestal, tornando necessário a formulação
por parte dos agentes públicos e privados de estratégias de fomento de um mercado
florestal no Brasil.
Este trabalho deixa aberto a possibilidade de implementação de uma série de
investigações voltadas para produção florestal no mercado de trabalho brasileiro, tais
como impactos socioeconômicos, impactos ambientais oriundos das queimadas, 153
dificuldades de manejo e de gestão e, dentro outros.
REFERÊNCIAS
BALZON, Dalvo Ramires; DA SILVA, João Carlos Garzel Leodoro; DOS SANTOS,
Anadalvo Juazeiro. Aspectos mercadológicos de produtos florestais não madeireiros
análise retrospectiva. Floresta, v. 34, n. 3, 2004.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Capítulo 14
ANÁLISE FINANCEIRA E CONTROLE GERENCIAL DE UMA
PEQUENA PROPRIEDADE RURAL LOCALIZADA NA CHAPADA
DIAMANTINA
SANTOS, Ayra Souza
Graduanda em Engenharia Agronômica
Universidade do Estado da Bahia
ayrasouza60@gmail.com
INTRODUÇÃO
A partir desta matéria prima, é possível obter inúmeros subprodutos, como: açúcar,
álcool, cachaça, rapadura, melado, entre outros, sendo o etanol, o produto que sofreu
maiores impactos negativos no cenário atual de pandemia (VIDAL; XIMENES, 2020).
A rapadura e o melado são produtos de segmento artesanal, devido baixo uso de
tecnologias na produção e por sua comercialização estar voltada a mercados locais.
Enquanto que a cachaça possui uma herança colonial, possibilitando um mercado mais
abrangente (C.I.B., 2009).
Assim, é perceptível, o quanto o mercado tem influência sobre o equilíbrio
financeiro e rentabilidade do negócio rural, as quais são as grandes preocupações dos
produtores rurais. E através disso é respaldada a importância da contabilidade e 157
administração rural, pois, as mesmas guardam informações patrimoniais, servindo aos
usuários como uma importante fonte de ordem econômica e financeira de seus
patrimônios. Atendendo assim, as necessidades dos gestores dentro das organizações,
contribuindo posteriormente em decisões mais assertivas (FOGUESATTO, 2020).
Portanto, o presente trabalho objetiva-se em analisar a situação financeira e
gerencial de uma determinada propriedade rural localizada na Chapada Diamantina.
Verificando seus custos e receitas no período de 6 meses, diagnosticando a situação
técnica e econômica atual. E por fim, sugerir melhorias para a propriedade.
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
162
uma página numa dada rede social, como o Instagram, apresentando o sistema produtivo
da cana-de-açúcar, o dia-a-dia na propriedade e no sistema de fabricação dos subprodutos,
gerando maior confiança em quem adquirir o produto. Além de obter uma logomarca
própria, como é demonstrado na figura 3 abaixo.
Figura 3. Logotipo da Fazenda Carrasco.
163
165
166
(N), e menores concentrações de cálcio (Ca), magnésio (Mg), fósforo (P) e enxofre (S)
(SEIXAS; GIMENES; FERNANDES-MACHADO, 2016).
Desta forma, o processo mais simples para tratamento e reutilização do vinhoto é
a realização do transporte do alambique para um reservatório de polietileno, deixando-o
decantar, resfriar e ocorrer os processos de decomposição da matéria orgânica, obtendo
um fertilizante. Assim, após este processo, a mesma tubulação responsável pela irrigação
estará conectada a um destes reservatório realizando a distribuição do mesmo,
economizando na aquisição de insumos químicos.
Logo, somente após a reforma da infraestrutura e estar de acordo as normas de
segurança ambiental é possível solicitar reconhecimento nos órgãos competentes para 167
obter licenciamento e certificação de segurança alimentar, podendo abranger ainda mais
a área de comercialização para supermercados, quitandas, empórios, entre outras
empresas, agregando maior valor aos produtos.
Além deste, é possível incrementar mais um subproduto no portfólio da empresa,
o açúcar mascavo, visto que a produção de cana-de-açúcar agora se encontra suficiente
para a demanda dos demais produtos e o ambiente propicio, além de possuir legalização.
Segundo pesquisas o valor de custo de produção de 1 Kg de açúcar mascavo encontra-se
em torno de R$ 7,58 reais e o valor de venda está entre R$ 9,00 e R$ 11,00 o pacote de
500g. Ou seja, devido ao alto custo de produção em relação aos outros subprodutos, além
da preparação técnica necessária para a produção do mesmo, faz com que seja viável sua
produção após estabilização da propriedade.
Portanto, considerando a situação financeira atual do negócio, caso os
proprietários se comprometam a colocar em prática os planejamentos propostos a curto,
médio e longo prazo, a propriedade poderá obter um aumento de 30% a 40% na
rentabilidade.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
FERNANDES, D. R. Uma visão sobre a análise da Matriz SWOT como ferramenta para
elaboração da estratégia. Revista de Ciências Jurídicas e Empresariais, v. 13, n. 2,
2012.
FOGUESATTO, A. L. B. Análise econômica e financeira da produção de grãos em
uma propriedade rural. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências
Contábeis) – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí,
2020.
MIRANDA-STALDER, S. HG.; BURNQUIST, H. L. A importância dos subprodutos da
cana-de-açúcar no desempenho do setor agroindustrial. Revista de Economia e
Sociologia Rural, v. 34, n. 3, p. 103-119, 2019.
RODRIGUES, G. S. S. C.; ROSS, J. L. S. A trajetória da cana-de-açúcar no Brasil:
perspectivas geográfica, histórica e ambiental. 1ed. Uberlândia: EDUFU, 2020. 273p.
SEIXAS, F. L.; GIMENES, M. L.; FERNANDES-MACHADO, N. RC. Tratamento da
vinhaça por adsorção em carvão de bagaço de cana-de-açúcar. Química Nova, v. 39, n.
2, p. 172-179, 2016.
VIDAL, M. F.; XIMENES, L. F. Cana-de-açúcar. Caderno Setorial Etene: Banco do
Nordeste, 2020.
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Capítulo 15
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido entre maio e agosto de 2014, com coqueiros da variedade
gigante e Anão, em dois plantios, sendo um tecnificado e outro não tecnificado, nas
comunidades rurais Figueira e Várzea Verde, respectivamente, localizadas no município
de Frei Martinho, Estado da Paraíba.
O município de Frei Martinho está situado na mesorregião da Borborema e
microrregião do Seridó Oriental Paraibano, com coordenadas geográficas 6º24’15” de
latitude Sul e 36º26’55” de longitude Oeste, a 363 m de altitude (Cidade-Brasil, 2021) e
possui um clima caracterizado segundo Köppen (Brasil, 1972) como tropical chuvoso,
com verão seco As’.
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Figura 1 – Graus de incidência da doença nas comunidades Figueira e Várzea Verde. A- Plantas sadias;
B- Plantas com sintomas iniciais; C- Plantas com sintomas avançados; D- Plantas mortas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 2 – Corte transversal no caule de coqueiro da comunidade Várzea Verde município de Frei
Martinho, PB.
172
Tabela 1 – Graus de incidência da doença na comunidade Várzea Verde, município de Frei Martinho,
PB.
Tabela 2 – Graus de incidência da doença na comunidade Figueira, município de Frei Martinho, PB.
Comunidade Figueira
173
Índicie da doença (%)
Tabela 3 – Comparativo de graus de incidência da doença nas comunidades Figueira e Várzea Verde,
município de Frei Martinho, PB.
Várzea Verde
Figueira
Índice da doença (%)
Figura 3 – Plantio tecnificado (A) na comunidade Figueira e plantio não tecnificado (B) na comunidade
Várzea Verde, município de Frei Martinho, PB.
174
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
MARIANO, R.L.R. Doenças do coqueiro. In: KIMATI, H.; AMORIM, L.; BERGAMIN
FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A.; REZENDE, J.A.M. (Eds.). Manual de Fitopatologia:
doenças das plantas cultivadas. 3. ed. São Paulo: Agronômica Ceres, v. 2, p. 280-294,
1997.
SANTOS, A.; BEZERRA, J.L.; OLIVEIRA, A.C.; NASCIMENTO, M.L.; SOUZA, T.P.
SILVA, A.L.M. Diagnóstico da murcha-de-Phytomonas em palmeira imperial em estágio
final de infecção. Agrotrópica, p. 101-102, 2006.
176
ARAÚJO, J.C.A.; PEREIRA, J. C. R.; GASPAROTTO, L. Murcha-de-Phytomonas do
Coqueiro no Amazonas. Manaus- AM: Embrapa- CPAA, 2003. 6p. Disponível em:
<https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CPAA-2009-
09/10250/1/circ_tec17.pdf>
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Capítulo 16
RESUMO
para os visitantes, emprego e renda para famílias locais tanto de forma direta como
indireta.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Esta pesquisa foi realizada junto aos sócios da ADESCO (Associação para o
desenvolvimento sustentável da Chã de Jardim) durante o mês de novembro de 2019.
Com sede na Comunidade Chã de Jardim, no município de Areia-PB, a ADESCO conta
179
atualmente com 28 associados que de forma direta ou indireta possuem vínculo com os
empreendimentos existentes na comunidade. Como público-alvo deste estudo, além dos
sócios da ADESCO a pesquisa também foi direcionada aos consumidores de quatro
empreendimentos da comunidade Chã de Jardim. Sendo eles: Bodega Vó Maria,
Restaurante Rural Vó Maria, Polpa de Fruta Doce Jardim e Trilha no Parque Estadual
Mata do Pau-ferro. Em cada empreendimento foram aplicados 30 questionários.
De um total de 28 sócios da ADESCO, foram entrevistados 24 sócios, quatro não
foram entrevistados por motivos de desencontros, e 150 consumidores, sendo: 30
consumidores responderam o questionário relacionado aos empreendimentos abrangendo
o perfil dos negócios da comunidade de um modo geral e outros 120 consumidores
responderam questionários específicos para avaliação dos quatro negócios. No total,
foram aplicados 174 questionários relacionados aos quatro empreendimentos, incluindo
os sócios da ADESCO.
Este trabalho contribui de forma sistemática na gestão dos empreendimentos, dos
negócios e perfil dos sócios da ADESCO, através da aplicação da ferramenta
administrativa Análise SWOT (Figura 1) identificando ameaças e oportunidades (fatores
externos) e das fortalezas e fraquezas (fatores internos). Na análise SWOT, as fortalezas
e fraquezas dependem unicamente do associado da ADESCO e de sua cadeia produtiva.
Se tratando das oportunidades e ameaças, dependem de fatores externos, como, por
exemplo, rodovia esburacada, ausência de políticas públicas, entre outros.
A coleta de dados para as análises do perfil e dos negócios dos empreendedores
rurais participantes da ADESCO foi realizada através de dois questionários
semiestruturados. Em um deles, foi levantado dados acerca da opinião dos consumidores.
Em outro, foi coletada dados da opinião dos sócios da ADESCO. Ambos com perguntas
baseadas na metodologia SWOT que aborda os pontos fortes e fracos, ameaças e
oportunidades acerca dos negócios existentes na comunidade (Figura 1).
As entrevistas semiestruturadas valorizaram o pensamento sistêmico, buscando
compreender a realidade local voltada ao empreendedorismo.
Para cada informação descrita pelos entrevistados foram propostas ações com o
propósito de solucionar os pontos fracos e as ameaças, potencializar os pontos fortes e
tomar consciência das oportunidades identificadas através da Análise SWOT, a fim de
favorecer os negócios e o perfil dos sócios empreendedores da ADESCO.
As entrevistas com os consumidores, aconteceram nos próprios empreendimentos,
enquanto os clientes frequentavam a Comunidade Chã do Jardim. Com relação aos dados
2021 Gepra Editora Barros et al.
coletados junto aos sócios da ADESCO, alguns foram colhidos após a reunião mensal e
outros, em suas casas.
180
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 2. Nível de satisfação sobre a qualidade e sabor da comida; atendimento; decoração e aparência e
estacionamento do Restaurante Rural Vó Maria.
Restaurante Muito
satisfeito
100
PORCETAGEM (%)
76,7 Satisfeito
80 70
63,3 63,3
60
Insatisfeito
36,7
40 30
23,3 23,3
20 13,4 Muito
Insatisfeito
0
Qualidade e Atendimento Decoração e Estacionamento Não
sabor da comida aparência sabe/Não se
aplica
Sobre a Bodega Vó Maria, seus produtos e serviços, a opinião dos clientes mostrou
que 66,7% ficaram muitos satisfeitos e 33,3% ficaram satisfeitos com relação à qualidade
e sabor dos produtos comestíveis vendidos no empreendimento. Quando se tratou da
qualidade do souvenir, mostraram-se 53,3% muito satisfeitos e 46,7% satisfeitos.
Tratando-se da forma de pagamento 16,7% ficaram muito satisfeitos, 53,3% ficaram
satisfeitos e 33,3% se mostraram insatisfeitos. O motivo da insatisfação se deu pela não
aceitação de cartão de crédito ou débito como forma de pagamento. (Figura 3).
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Figura 3. Nível de satisfação sobre a qualidade e sabor dos produtos comestíveis; qualidade dos
souvenirs; forma de pagamento e preços praticados na Bodega Vó Maria.
Bodega Vó Maria
80
70 66,7
PORCETAGEM (%)
60
60 53,3 53,3
50 46,7
36,7 Muito satisfeito
40 33,3 30
30 Satisfeito
20 16,7 Insatisfeito
10 3,33 Muito Insatisfeito
0
Não sabe/Não se aplica
Qualidade e Qualidade Forma de Preços
sabor dos dos pagamento praticados
produtos Souvenirs
comestíveis
comercialização, o percentual encontrado foi de 86,7% para muito satisfeito e 13,3% para
satisfeito. Mostrando porcentagem superior quando comparado aos demais aspectos
avaliados. Sobre a forma de pagamento, 63,3% ficaram muito satisfeitos, 33,3% se
mostraram satisfeitos e 3,3% alegaram insatisfação. Segundo os entrevistados, o motivo
se deu também pela não aceitação de cartão de crédito ou débito como forma de
pagamento. Relacionado aos preços praticados 46,7% ficaram muito satisfeitos e 53,3%
se mostram satisfeitos.
Fazendo uma leitura desses percentuais, é evidente a aceitação dos consumidores.
Logo, o percentual para muito satisfeitos foi altíssimo e o percentual de satisfeitos
complementou o restante que faltava para fechar em 100% na aceitação da polpa com
183
relação à qualidade e sabor das polpas. De acordo com Augusto (2016), quando o bom
gosto e aceitação da polpa de fruta são colocados como fator prioritário dentro da
produção, ele tende a conquistar uma aceitabilidade no mercado, passando a ser um
instrumento de valor para a empresa, assim conquistará a preferência do consumidor e ele
passará a sempre buscar por produtos de qualidades. Essa constatação corrobora com os
resultados de satisfação dos consumidores do presente trabalho.
Sobre a qualidade e percurso da Trilha na Mata do Pau-ferro, a opinião dos clientes
mostrou que 73,3% ficaram muitos satisfeitos e 26,7% ficaram satisfeitos. Com relação
as explicações dos Guias passadas na Trilha, 76,7% ficaram muito satisfeitos e 23,3%
satisfeitos. No que se refere à sinalização da Trilha, 66,7% ficaram muito satisfeitos,
16,7% ficaram satisfeitos, 10% se mostraram insatisfeitos e 6,6% muito insatisfeitos. Os
consumidores mostraram insatisfação em relação à sinalização pelo seguinte motivo:
Segundo relatos, “Sem sinalização durante o percurso, alguém pode se perder e não
saber voltar”. Destacando que as pessoas são alertadas a fazerem trilhas apenas
acompanhadas pelo Guia. Outro entrevistado diz: “Falta ter mais acessibilidade e
sinalização.”; “Sinto falta de informações sobre as árvores da mata, na Sede da
ADESCO.” E mais uma vez se repete o motivo da insatisfação “Senti falta de placas de
orientação”. Com relação à limpeza na trilha 73,3% mostram-se muito satisfeitos, 16,7%
ficaram satisfeitos, 10% se mostraram insatisfeitos. As pessoas responderam que se
sentiram insatisfeitas ao perceberem que a Mata (Parque Estadual Mata do Pau-ferro)
necessita de mais cuidado e atenção. “Falta estruturar mais o Parque, sinalizar e
limpar”. Em outra resposta destacam: “Necessita olhar mais para limpeza da mata”.
O lixo que é descartado de forma inadequada advém de uma má gestão do Parque
nas residências circunvizinhas a mata. Cada vez que alguém assume a responsabilidade
sobre o lixo que produz e sobre a gestão dos resíduos sólidos, evita que esse resíduo seja
descartado de qualquer modo, e em qualquer lugar (CARDOSO; CARDOSO, 2016).
A sinalização da trilha apresentou um nível considerável de insatisfação. Diante do
exposto, percebe-se a importância e necessidade de investir em uma sinalização
adequada. Logo, é possível sinalizar percursos de trilhas sem ter que necessariamente
dispor de amplo recurso financeiro. (MENEZES, 2015).
De acordo com o nivelamento que contempla as informações sobre a Análise
SWOT, abaixo estão às informações provenientes da análise do ambiente interno, com as
forças e fraquezas e do ambiente externo com as oportunidades e ameaças dos
2021 Gepra Editora Barros et al.
Quadro 1. Análise dos pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades (SWOT) dos empreendimentos
rurais da Comunidade Chã do Jardim, baseada na opinião dos consumidores. Novembro de 2019.
PONTOS FORTES OPORTUNIDADES
Alto nível de satisfação na qualidade do produto e Criar mais produtos e serviços para oferecer aos
serviço do Restaurante; consumidores;
Alto percentual para o atendimento no Restaurante; Melhorar o serviço de estacionamento com coberta ou
Alto nível de satisfação na Decoração e aparência do sombra;
Restaurante; Aumentar a produção local; 184
Os alimentos oferecidos vêm da produção local; Disponibilizar novas formas de pagamento para a polpa
Alto nível de satisfação quanto à qualidade e sabor das de fruta;
polpas; Criar mais atrativos na comunidade;
Elevado percentual de Satisfação para o atendimento na Criar estratégias de marketing planejadas;
Polpa de Fruta; Atrair novos consumidores;
Baixo nível de insatisfação para a forma de pagamento Lançamento de subprodutos;
da polpa de fruta; Divulgar mais as práticas de sustentabilidade existentes;
Elevado nível de satisfação para preços praticados; Inserir mais pratos da culinária regional. Exemplo:
Elevado nível de satisfação quanto à qualidade e sabor Pirão de carne, feijoada, baião de dois, ovo cozido etc.
dos produtos comestíveis vendidos na Bodega Vó Aumentar a área de descanso com rendário.
Maria;
Alto percentual de satisfação para qualidade do
souvenir;
Turismo;
História do lugar;
Beleza Cênica;
Jovens agricultores vinculados a associação;
Divulgação “boca a boca”.
Jovens empreendendo e Mix de empreendimentos;
PONTOS FRACOS AMEAÇAS
Forma de pagamento da polpa de fruta apenas em Ausência de órgão responsável pelo Parque Estadual
espécie; Mata do Pau-Ferro;
Estacionamento sem sombra e ou cobertura; Falta de segurança e fiscalização na mata;
Elevado nível de insatisfação para a forma de Desmatamento na Mata;
pagamento da Bodega; Descarte de lixo na mata por parte de pessoas de fora e
Pouca sinalização na trilha; próximas;
Lixo na mata/Trilha; Construções no entorno dos nossos empreendimentos;
Pouca divulgação; Surgimento de outras empresas vindas de fora;
Conexão Wi-Fi;
Publicidade.
Quadro 2. Recomendações a curto e a longo prazo a serem implantadas nos empreendimentos rurais da
Comunidade Chã do Jardim, baseada na opinião dos consumidores. Novembro de 2019.
CURTO PRAZO LONGO PRAZO 185
Promover estratégias a fim de fortalecer a divulgação; Investir em tecnologias sustentáveis para os
Investir em sinalização, materiais informativos, empreendimentos;
capacitações, como curso de primeiros socorros para Criar subprodutos da polpa de fruta;
trilha; Inventar novos atrativos/empreendimentos;
Investir em fardamento padronizado, com Realizar plantio de mudas de árvores que resultem em
identificação para os guias.; sombra no estacionamento e pensar em uma alternativa
Investir em sistema de pagamento com cartão para o período chuvoso;
crédito/débito para Bodega Vó Maria, Polpa de fruta e Diversificação dos sabores de polpa de fruta;
Trilha na mata, e o serviço de Crédito para o Expandir a venda para supermercados e outros pontos
Restaurante; de venda nas cidades;
Buscar capacitações sobre atendimento, a fim de
mantê-lo com alto nível de satisfação e torná-lo cada
vez melhor;
Investir no marketing coletivo das empresas.
Fonte: Própria do autor (2019).
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
Capítulo 17
RESUMO
O artigo em tela tem como escopo realizar uma revisão bibliográfica, referente a cadeia
produtiva apícola brasileira, descrevendo o contexto histórico e biológico das abelhas
introduzidas no Brasil, as técnicas de manejo e os produtos gerados. Na década de 1950,
pesquisadores brasileiros cogitaram a possibilidade de que as abelhas tropicais se
adaptassem melhor ao clima quente de sua região e isso resultasse em uma maior
produção apícola. Convencidos de que assim poderia ser, decidiram empreender um
projeto de melhoramento genético de abelhas europeias no Brasil, por meio da
hibridização destas com espécies africanas para melhorar ambas as variedades e que se
expressassem em favor da apicultura nacional. A apicultura é a ciência e a arte de criação
de abelhas do gênero Apis para produção de produtos obtidos em colmeias, como mel,
cera, veneno de abelha, pólen, própolis e geleia real. Nas últimas décadas, através do
aumento da produção com a hibridização, há o desenvolvimento de inúmeras pesquisas
científicas aplicadas à apicultura que garantam melhorias de manejo e produção por meio
das técnicas desenvolvidas. As diversas atividades produtivas envolvidas na apicultura
são muito influenciadas pela população de abelhas adultas presente em cada colônia.
Portanto, os apicultores devem conhecer as necessidades nutricionais e de sanidade das
colmeias, incluindo também conhecer a idade das rainhas, avaliar periodicamente o
desempenho de suas colônias, podendo intervir no processo de substituição natural das
2021 Gepra Editora Barros et al.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
MARCO TEÓRICO
têm sido usadas alternadamente, embora a primeira realmente se refira à raça pura e o
último à híbrida (FERREIRA et al., 2012).
As abelhas africanizadas presentes no Brasil apresentam aspectos biológicos
variados, com isso, dispõem de alto grau de defesa, defendem prontamente seus ninhos,
e um ataque geralmente significa que a vítima está muito perto da colônia. Podem atacar
o mesmo intruso com centenas de abelhas. Além disso, essas abelhas geralmente
defendem um raio maior ao redor de seus ninhos e requerem níveis mais baixos de
estímulos para iniciar um ataque. Por causa dessas características, as abelhas
africanizadas são capazes de matar grandes mamíferos, incluindo o homem. O número de
ferroadas recebidas tem grande influência, quando elevado, pode causar a morte humana
193
em poucas horas. Se a vítima for alérgica ao veneno das abelhas (apitoxina), uma única
ferroado pode causar a morte (FERREIRA et al., 2012). O alto grau de defensividade
acarreta a adoção de manejos mais cuidadosos e bem elaborados.
A biologia do acasalamento e o tempo de desenvolvimento desempenham um papel
importante no sucesso das colônias de abelhas africanas. Na maior parte, o acasalamento
e a biologia do desenvolvimento são semelhantes para as abelhas africanas e europeias,
mas as principais diferenças conferem benefícios adaptativos às primeiras. Rainhas
virgens de todas as abelhas melíferas ocidentais emergem de células de cera em forma de
casca de amendoim. Após um curto período de maturação, uma rainha virgem deixará a
colônia para acasalar com zangões. Todo o acasalamento ocorre no ar, com os drones
mais rápidos sendo os pretendentes de maior sucesso. As rainhas se acasalam várias vezes
ao longo de sete a 10 dias e, durante esse tempo, se acasalam com uma média de 10 a 20
zangões. As abelhas rainhas armazenam sêmen em um órgão denominado espermateca.
As colônias africanas produzem mais drones por colônia, então as populações de drones
em uma área tendem a favorecer as abelhas africanas. Como tal, as rainhas europeias
virgens têm maior probabilidade de acasalar com drones africanos do que com os
europeus. Além disso, o tempo de voo e as distâncias de voo de acasalamento da colônia
tendem a resultar em rainhas europeias encontrando drones africanos com mais
frequência do que drones europeus, preparando assim o terreno para a hibridização
(SCOTT SCHNEIDER, DEGRANDI-HOFFMAN e SMITH, 2004).
Todas as abelhas melíferas sofrem metamorfose completa, mas o tempo desde o
ovo até a idade adulta varia de acordo com a subespécie. A abelha rainha recém-acasalada
oviposita em células de cera construídas por abelhas operárias. Ovos fertilizados resultam
em descendentes femininos, tanto operárias quanto rainhas. Se alimentada com uma dieta
rica em geleia real, a larva feminina se desenvolverá em rainha, com a recíproca
verdadeira para o desenvolvimento das operárias. Os zangões resultam de óvulos não
fertilizados e, consequentemente, herdam apenas material genético de sua mãe (eles não
têm pai) (CHAHBAR et al., 2013).
O tempo de desenvolvimento varia de acordo com o membro da casta e favorece
as abelhas africanas porque elas geralmente se desenvolvem mais rápido do que as
europeias. Quando as colônias de abelhas decidem fazer uma nova rainha, as larvas
fêmeas recém-emergidas são alimentadas com geleia real constantemente. Como a prole
africanizada, incluindo rainhas, se desenvolve mais rápido do que a prole europeia, uma
rainha com genótipo africano tem maior probabilidade de surgir mais cedo do que uma
2021 Gepra Editora Barros et al.
rainha com genótipo europeu. A primeira rainha a surgir mata suas irmãs rainhas que
ainda não emergiram de suas células. A virgem africanizada passa a acasalar em uma área
com densidades maiores de zangões africanos. Com o tempo, isso resulta na colônia se
tornando mais africana, com o comportamento europeu sendo substituído quase
completamente. Este processo é ainda mais exacerbado devido ao domínio de muitos
traços genéticos africanos sobre os europeus (CHAHBAR et al., 2013).
A formação de uma abelha adulta ocorre como em outros insetos holometabólicos,
por meio de um processo de desenvolvimento e transformação que começa com a postura
de um ovo pela rainha e termina com a emergência de um adulto a partir de uma célula
do favo de mel. As abelhas operárias de raças europeias levam, em média, 21 dias para
194
se desenvolver e emergir a partir do momento em que a rainha põe um ovo, enquanto as
operárias africanizadas surgem 18,5 dias após a postura do ovo. Uma consequência dessas
diferenças no tempo de desenvolvimento é que as colônias de abelhas africanizadas
produzem operárias em um ritmo mais rápido do que as colônias de abelhas europeias.
No caso de rainhas e zangões não existem diferenças significativas em termos de tempo
de desenvolvimento entre estes dois tipos de abelhas (SCOTT SCHNEIDER,
DEGRANDI-HOFFMAN e SMITH, 2004).
Quanto aos aspectos biológicos de morfometria, as abelhas africanizadas são
aproximadamente 10% menores (comprimento de 12,7 mm de operárias africanizadas
versus 13,9 mm europeias) e 33% menos pesadas do que as abelhas europeias (62 mg de
operárias africanizadas versus 93 mg de europeias); portanto, eles constroem favos de
mel com células menores. As dimensões das células de um favo de mel europeu variam
de 5,2 a 5,5 mm de diâmetro, enquanto as dos favos de mel africanizados medem entre
4,6 e 5,0 mm. As populações de colônias de abelhas africanizadas crescem mais rápido
do que as europeias. Isso se deve, entre outros fatores, ao fato de as rainhas serem
excepcionalmente prolíficas, podendo botar cerca de 3.000 ovos por dia, enquanto as
rainhas europeias raramente ultrapassam 2.000. Os favos de uma colônia de abelhas
africanizadas em desenvolvimento são quase inteiramente observados, mesmo nos cantos
superiores, o que é extremamente raro de observar nos favos de mel europeus, pois estas
abelhas geralmente preenchem esses espaços com mel (CALDERÓN et al., 2010). Em
pesquisa realizada em ambiente de Caatinga na Paraíba, estado do nordeste brasileiro,
autores encontram valores comuns aos descritos sobre a morfometria de abelhas
africanizadas, correspondendo a média de 12,11 mm para comprimento do inseto e um
valor discrepante de 91,8 mg para peso do inseto, o que possivelmente demonstra traços
de hibridização (SILVA et al., 2020).
O enxameamento é a forma natural de reprodução das abelhas para formar duas ou
mais colônias, cada uma com sua respectiva rainha. As abelhas africanizadas são
significativamente mais enxameadas do que as europeias; uma única colônia de abelhas
africanizadas pode produzir mais de oito enxames em um único ano, enquanto uma
colônia de abelhas europeias raramente produz mais de um. Esses enxames, por sua vez,
também podem se multiplicar e colonizar novas áreas. Em estudo, descobriu-se que de
uma colônia de abelhas africanizadas, até 16 delas poderiam ser formadas em um ano
(FERREIRA et al., 2012).
2021 Gepra Editora Barros et al.
As áreas para instalação de apiários devem ter boas condições ambientais, evitando
assim o risco de contaminação por efluentes de águas residuais ou lixo, perturbação por
ruído ou alteração da qualidade do ar, entre outros. Os apiários devem ter espaço interior
suficiente para a instalação das colmeias de acordo com a distribuição preparada e por
sua vez, o espaço para o manejo e mobilidade dos apicultores, bem como os materiais e
produtos (ZABASTA et al., 2019). O apiário deve dispor de sinalização de advertência,
visando precaver pessoas sem o conhecimento da existência de prática apícola nos
determinados locais. Em estudo realizado no município de Aparecida, Sertão Paraibano,
foi constatado inúmeros riscos no ambiente de trabalho apícola realizado pelos
apicultores das localidades, e os mais constantes foram falta de sinalização apícola e
196
instalações em solos deficientes ao acesso (SILVA et al., 2017).
Vale ressaltar que os apicultores que manejam as abelhas africanizadas usam
equipamentos de proteção adequados. Um apicultor típico trabalhando em uma colônia
africanizada usaria um traje completo de abelha, botas, luvas e um véu de abelha. Os véus
de abelha (capacete de proteção) são usados por quase todos os apicultores em todo o
mundo. Tradicionalmente, a malha de véu que protege o rosto é colorida de preto para
evitar o brilho do sol. As abelhas africanas (e a maioria das abelhas melíferas) atacam as
cores escuras, de modo que os véus negros geralmente ficam cobertos por abelhas.
Consequentemente, os apicultores podem usar véus brancos para manter as abelhas longe.
Os apicultores que administram colônias africanas costumam prender suas roupas de
abelha nas botas e luvas para limitar a possibilidade de acesso das abelhas (CHAHBAR
et al., 2013).
As abelhas africanizadas podem ser geridas de forma eficiente e segura, utilizando-
se também, além dos equipamentos de proteção, as ferramentas de manejo apícola
necessários. Conforme Costa e Oliveira (2005), dentre estas ferramentas, pode-se citar:
fumigador (aplicação de fumaça), formão (abrir partes móveis da colmeia) e vassourinha
(retirar as abelhas dos favos), são os aparatos mais úteis e utilizados pelos apicultores no
Brasil.
No que diz respeito às colmeias, os apicultores do Brasil utilizam uma série de
práticas de manejo. Primeiro, mantêm-se as colônias de abelhas únicas em talhões de
colmeias individuais, em vez de usar um talhão de colmeia para várias colônias. Isso
limita a atividade de manejo a uma colônia por vez, em vez de agravar outras colônias
enquanto trabalhava em apenas uma (SCOTT SCHNEIDER, DEGRANDI-HOFFMAN
e SMITH, 2004). O modelo de caixa apícola mais utilizados no âmbito da apicultura
nacional é a colmeia Langstroth, adaptada com tampa, ninho e melgueira (COSTA e
OLIVEIRA, 2005).
No momento de revisão ou colheita, os apicultores usam grandes quantidades de
fumaça quando trabalham nas colônias de abelhas africanizadas. Acredita-se que a
fumaça mascare o feromônio de alarme das abelhas, diminuindo assim a resposta
defensiva da colônia. A maioria dos apicultores da América do Sul e da América Central
concorda que grandes quantidades de fumaça devem ser usadas ao trabalhar as colônias
de abelhas africanas ou hibridizadas (africanizadas). É importante fumaçar as colônias
bem antes de qualquer trabalho ser feito, pois uma vez que as abelhas de uma colônia
estão agitadas, a fumaça pode não conseguir acalmá-las (FERREIRA et al., 2012).
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Adentrando no que diz respeito ao manejo apícola nos apiários, este deve ser
realizado frequentemente e incluem basicamente revisões e alimentação. A revisão consta
da observação das condições das colmeias quanto a sanidade, a necessidade de
intervenções, o fornecimento de alimentação artificial proteica/enérgica, ou a
disponibilização de água. Conforme Costa e Oliveira (2005), os principais manejos
realizados nas colmeias resumem-se a troca de rainhas, controle antienxameatório,
preparo de colmeias, colocação de melgueiras, divisão de famílias, troca de cera
alveolada, redução de alvado e fornecimento de alimentação.
Os motivos pelos quais as colmeias são alimentadas são: preservar a população das
colmeias evitando a morte pelo homem, bem como estimular o aumento da posição da
197
rainha e consequentemente da população de abelhas. A alimentação, como método de
apoio e estimulação, deve ser estável em quantidades adequadas e com qualidade, sem
oscilações e descidas que causem estresse na colmeia; porque quando ocorrem
irregularidades no abastecimento alimentar o resultado é negativo, de forma que o
investimento feito em alimentação, transporte, mão de obra e tempo não alcança os
resultados esperados. Os comedouros devem ser individuais, existem vários tipos de
comedouros e podem ser internos ou externos. Alguns mais frequentes são bandejas
simples ou com consumo controlado: caixas, sacos de náilon, potes plásticos etc.
Frequentemente é fornecido como alimentação energética, garapa de açúcar, mistura de
água e açúcar. Esse tipo de alimentação é aplicado no final da última castração de uma
colheita, quando as abelhas estarão sujeitas aos efeitos de um período de fome, ou no
momento de escassez de alimento (ZACEPINS et al., 2016).
O fornecimento da alimentação estimulante deve sempre ser realizada quando há
necessidade, e pode ser aplicada a partir de seis semanas antes do início da floração da
colheita e também entre colheitas separadas, por um período inferior a 6 semanas. O
estímulo à alimentação permite aumentar a postura da rainha, levando-a a níveis
semelhantes aos alcançados nas condições de floração. Quando a colmeia é deficiente em
pólen, a postura da rainha é inibida, os filhotes param de se alimentar e a colmeia
enfraquece, por isso é necessário fornecer uma mistura de produtos proteicos, entre os
quais se encontram a farinha de soja, o leite em pó desnatado, a clara de ovo em pó e entre
outros que respondem a diferentes fórmulas, produtos muito caros e geralmente muito
pouco aceito pelas abelhas. Para melhorar a aceitação, cerca de 1% de pólen pode ser
adicionado a qualquer receita (ZABASTA et al., 2019).
Em estudos desenvolvidos, observou-se que a associação de essências alimentícias
na alimentação energética promove o aumento do fluxo e atratividade das abelhas.
Almeida Neto et al. (2015) observaram que no decorrer do trabalho o fluxo das abelhas
foi aumentando gradativamente em todas as essências testadas, sendo que essência que
mais atraiu as abelhas foi a amarula e essência da baunilha. Em outro estudo, sobre
alimentação proteica, Turcatto (2011) observa que dietas proteicas a base de albumina,
extrato de soja, levedo de cerveja, leite de soja e farelo de arroz promovem bom
desempenho nutricional em relação ao nível de proteína na hemolinfa de abelhas
africanizadas, fornecendo subsídios para um tratamento de baixo custo.
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Produtos apícolas
As abelhas forrageadoras extraem o néctar das flores, voltam para suas colmeias e
começam a transferir o conteúdo de suas mandíbulas melíferas para outras abelhas da
colmeia. Dentro da colmeia, as abelhas recebem o néctar e o carregam para as células
localizadas acima das células de cria, após isso, regurgitam em células vazias e começam
a transformá-lo em mel. Com altas temperaturas e menos umidade o processo leva alguns
dias ou talvez uma semana para o processo de amadurecimento do mel. Quando o mel
está maduro, o alvéolo é selado com cera nova. Quando há uma moldura com ¾ de mel
maduro (células cobertas com cera) ou melgueiras com ¾ de quadros cheios e células
cobertas, isso significa que está pronto para a colheita (mas apenas se o apicultor estiver
pronto para processar mel). Na colheita é realizado o levante das armações com mel
maduro, e afastamento das abelhas com uma escova apícola para afastá-las das armações.
Alguns apicultores preferem usar ar ou produtos químicos (benzaldeído), mas fumaça e
escova é mais comum e mais barato (ERLER e MORITZ, 2016).
As melgueiras contendo os quadros de mel são levados posteriormente a um local
adequado e limpo para se extrair o mel. Todo o processamento do mel é realizado em um
prédio dedicado a isso, chamado de casa do mel, onde são realizadas todas as operações.
Desoperculação: usa-se uma faca ou garfo desoperculador para remover a camada
de cera nas células de mel maduras. Extração: é utilizada uma máquina especial, o extrator
de metal ou plástico basicamente uma centrífuga para extrair o mel de ambos os lados das
esquadrias destampadas. Alguns extratores fazem a extração de ambos os lados ao mesmo
tempo (chamados radiais) e outros mais baratos extraem um lado de cada vez e a pessoa
precisa mudar a orientação da moldura de um lado para o outro (ARONSTEIN e
MURRAY, 2010). Filtração e decantação: existem várias opções incluindo sistemas
automáticos. Principalmente em áreas quentes, o mel deve ser separado de suas impurezas
(pedaços de cera deixados no processo de destampagem) em 1 a 2 dias para ter um mel
líquido por mais tempo você tem diferentes opções de filtração a maioria dos apicultores
prefira a separação natural em tangues ou baldes de plástico (COSTA e OLIVEIRA,
2005).
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Para obter geleia real, é necessário estimular a colmeia a produzir rainhas como
órfãs. Células reais também são produzidas em enxameação e substituição, mas não
200
garantem quantidades suficientes. Para recuperar a geleia real retira-se as larvas e
procedemos à colheita deste líquido com a ajuda de um bolbo para sugar o líquido e
depois filtrar (DOLEZAL e TOTH, 2018).
As operárias da colmeia produzem a cera e a sua utilização é a chave da sua vida
social. A cera é produzida pelas abelhas, em lâminas de cor branca, com oito glândulas
que ficam na parte inferior do abdômen. Com essas pequenas folhas eles formam os
pentes de cera usando suas mandíbulas e misturando-os com outros materiais produzidos
pelas glândulas em suas cabeças. As abelhas usam os favos para armazenar mel e pólen
e para colocar os filhotes. Eles também precisam de cera para cobrir as células cheias de
mel maduro e para proteger a pupa dentro de suas células, para isso usam uma mistura de
cera reciclada e cera nova, de forma que seja possível distinguir entre células de cria e
células de mel (ERLER e MORITZ, 2016).
O pólen também é um produto apícola e tem sido consumido ocasionalmente pelo
homem, como suplemento alimentar, em cápsulas industrializadas, quer adicionadas ao
mel quer puras e desidratadas. Embora a produção de mel seja significativa, há um
interesse crescente no pólen de abelha principalmente devido ao estímulo ao consumo de
produtos naturais para uma alimentação saudável ou efeitos terapêuticos. Devido à sua
origem floral, o pólen de abelha pode ter uma composição variável dependendo da região
ou estação do ano. Sua composição inclui proteínas, lipídios, fibras, minerais, vitaminas
C e E e β-caroteno, aminoácidos livres, açúcares, ácidos graxos insaturados e compostos
fenólicos (HAGLER et al., 2011).
Outro produto proveniente das abelhas africanas é a própolis que geralmente
conhecida como “cola de abelha”, nome genérico que se refere à substância resinosa
acumulada pelas abelhas em diferentes tipos de plantas. A palavra “própolis” é derivada
do grego para significar defesa para “pro” e cidade ou comunidade para “polis”, ou a
colmeia, em outras palavras. A própolis funciona na vedação de buracos e fissuras e na
reconstrução da colmeia. Também é usado para alisar a superfície interna da colmeia,
retendo a temperatura interna da colmeia (35 ° C), evitando intemperismo e invasão de
predadores. Além disso, a própolis endurece a parede celular e contribui para um
ambiente interno asséptico. A própolis geralmente fica macia e pegajosa com o
aquecimento. Também possui um cheiro agradável. A própolis e seus extratos têm
inúmeras aplicações no tratamento de diversas doenças devido às suas propriedades
antissépticas, anti-inflamatórias, antioxidantes, antibacterianas, antimicóticas,
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
ALMEIDA NETO, I. P.; SILVA, R. A.; SILVA, S. S.; SOUSA, J. S.; ANDRADE, A. B.
A. Influência de essências na alimentação artificial energética na atratividade de Abelhas
Apis mellifera. Revista Verde, v. 10, n.3, p 47-52, 2015.
2021 Gepra Editora Barros et al.
AYAN, A.; TUTUN, H.; ALDEMIR, O. S. Control Methods against Varroa Mites.
International Journal of Advance Study and Research Work, v.2, n.11, p.19-23, 203
2019.
CHAHBAR, N.; MUNOZ, I.; DALL’OLIO, R.; DE LA RÚA, P.; SERRANO, J.;
DOUMANDJI, S. Population structure of North African honey bees is influenced by both
biological and anthropogenic factors. Journal of insect conservation, v. 17, n. 2, p. 385-
392, 2013.
DOLEZAL, A. G.; TOTH, A. L. Feedbacks between nutrition and disease in honey bee
health. Current opinion in insect science, v. 26, p. 114-119, 2018.
Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO). Faostat (2019).
Disponível em: <http://www.fao.org/faostat/en/#data>. Acesso em 25 de agosto de 2020.
evolution and major QTL for ovary traits of Africanized worker honey bees (Apis
melliferaL.). BMC evolutionary biology, v. 11, n. 1, p. 95, 2011.
HAGLER, J. R.; MUELLER, S.; TEUBER, L. R.; MACHTLEY, S. A.; VAN DEYNZE,
A. Foraging range of honey bees, Apis mellifera, in alfalfa seed production fields. Journal
of Insect Science, v. 11, n. 1, p. 144, 2011.
SILVA, M.G., ANDRADE, W.C., MEDEIROS, W.P., SILVA, G.V., SILVA, K.J.M.,
SILVA, R.A., MARACAJÁ, P.B. Análise dos aspectos morfométricos de abelhas
africanizadas em ambiente de Caatinga (Brasil). Meio Ambiente (Brasil), v.2, n.2, p.47-
55, 2020.
TUTUN, H.; KOÇ, N.; KART, A. Plant Essential Oils Used Against Some Bee Diseases.
Turkish Journal of Agriculture-Food Science and Technology, v.6, n.1, p.34-45,
2018.
ZABASTA A., KUNICINA N., KONDRATJEVS K., RIBICKIS L.: IoT Approach
Application for Development of Autonomous Beekeeping System. 2019 International
Conference in Engineering Applications (ICEA). Sao Miguel, Portugal: 1-6.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 18
RESUMO
206
No Brasil é histórico o monitoramento das vazões dos rios, há um relativo conhecimento
das disponibilidades hídricas, entretanto o conhecimento das retiradas de água é invulgar.
É fundamental conciliar a gestão da oferta com a gestão da demanda para garantir o acesso
à água, principalmente em regiões de conflitos pelo uso da água. Na região de Cerrado
no oeste baiano, a irrigação pelo método por pivôs centrais é o mais utilizado e exerce
papel fundamental na produção de alimentos e no desenvolvimento socioeconômico. O
objetivo desse trabalho é aplicar a metodologia desenvolvida para estimar o consumo de
água nos pivôs centrais a partir do NDVI e do balanço agroclimático. O modelo proposto
utiliza dados de estação meteorológica para obter a evapotranspiração de referência (ETo)
e do NDVI para calcular o coeficiente da cultura (Kc). Para validação da metodologia
foram comparados os resultados das evapotranspirações potenciais da cultura (ETp) e das
lâminas de irrigação calculados por sensoriamento remoto, com os dos Relatórios de
Manejo da Irrigação da IRRIGER, de 12 pivôs centrais da fazenda SAMA em Luís
Eduardo Magalhães/BA, durante as safras de soja de 2018 a 2020. O volume médio do
consumo de água, das três safras da soja, calculado por sensoriamento remoto foi de
2.545.410 m³, sendo 2.317.525 m³ o constante nos Relatórios. A metodologia apresenta-
se como uma ferramenta eficaz no monitoramento das retiradas de água para irrigação,
subsidiando a Gestão da Demanda e a fiscalização do uso da água outorgada a fim de
proporcionar segurança hídrica.
INTRODUÇÃO
207
118, “Os estados da Bahia e Minas Gerais se destacam também com as maiores
proporções de áreas demarcadas como manutenção...” Ou seja, apesar do grande
potencial de expansão no estado, o polo nacional de agricultura irrigada Oeste da Bahia
apresenta grande parte da área classificada como Manutenção & Redirecionamento, com
algumas áreas de Intensificação. O estudo fez a divisão de seis classes de agricultura
irrigada a partir da hierarquização da combinação de quatro componentes: As classes de
Manutenção & Redirecionamento e Intensificação foram caracterizadas como:
MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo
O estudo foi conduzido na fazenda SAMA, na bacia do Rio Grande, que está sobre
o aquífero Urucuia responsável pela regulação do fluxo de água durante a estação seca.
Os 12 (doze) pivôs centrais monitorados por SR durante as safras 2017/18, 2018/19 e
2019/20 totalizam uma área de 1.204 hectares
2021 Gepra Editora Barros et al.
210
FONTE: Autor.
Coleta de dados
Os dados utilizados neste trabalho são constituídos: • dos Relatórios de Manejo da
irrigação com as datas de plantios, lâminas de irrigação, precipitação e evapotranspiração,
• 37 (trinta e sete) imagens dos satélites Landsat 8 (órbita 220 ponto 69) e Sentinel-2
(órbita/ponto 23LLG) • dados meteorológicos de temperatura (máx., média e mínima),
umidade relativa (%), velocidade do vento (m/s), radiação (w/m²) e precipitação obtidos
da estação da marca Davis, localizado na fazenda Triflora (lat. -12,31731 e long. -
45,826397, altitude 726 m).
211
Fonte: Autor.
O período das imagens para cada pivô central foi ao da primeira imagem viável
mais próxima ao plantio até a última imagem viável antes da colheita. Quando a imagem
foi anterior ao plantio interpolou-se linearmente o NDVI até a data da próxima imagem;
e quando foi posterior repetiu retroativamente o valor do NDVI. Entre as datas das
imagens durante o ciclo da soja os valores do NDVI formam interpolados linearmente em
planilha Excel, obtendo um valor de NDVI para cada dia.
Foi pesquisado na literatura internacional dez equações que calculam o Kc a partir
do NDVI. Os dados diários do NDVI serviram de entrada para calcular os coeficientes
diários da cultura da soja, obtidos por SR (Kc-SR) para cada uma das dez equações, para
cada um dos doze pivôs centrais, em três safras.
213
Fonte: Autor.
Em que:
ETo (mm/dia) = evapotranspiração de referência;
Kc-SR = coeficiente da cultura obtido pela equação Kc-NDVI;
Ks = coeficiente de estresse hídrico;
Kl = coeficiente de localização, igual a 1 para pivô central porque molha 100% da área.
A ETp-SR foi calculado diariamente para cada pivô, em cada safra, a partir da
data do plantio até o final do seu ciclo, geralmente de 122 dias.
A Disponibilidade Total de Água no Solo (DTA) foi calculada considerando
capacidade de campo média de 12 % em peso, ponto de murcha médio de 6 % em peso,
e densidade aparente do solo médio de 1,4 g/cm³; então a DTA = (12- 6) / 10 x 1,4 = 0,84
mm por cm de solo. A Capacidade Total de Água no Solo (CTA) considerou a
2021 Gepra Editora Barros et al.
𝑚3
𝑄_𝑆𝑅 ( ) = 10 × 𝐿𝐵(𝑚𝑚/𝑚ê𝑠) × á𝑟𝑒𝑎(ℎ𝑎) (4)
𝑚ê𝑠
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 11 -- Diferença das ETp(s) para cada uma das 10 equações Kc-NDVI.
215
FONTE: Autor
216
FONTE: Autor.
FONTE: Autor.
NDVI Kc
FONTE: Autor.
Os intervalos dos valores NDVI(s) e Kc(s) foram divididos em cinco fases, sendo
que a transição entre dois valores se dá por meio de uma reta de coeficiente angular. O
cálculo dos valores NDVI e Kc de cada fase foi obtido pela média das medianas do
intervalo DAP. Por exemplo, o valor Kc = 0,37 foi resultante da média das medianas do
DAP 1 ao 10; do Kc = 0,68 foi resultante da média das medianas do DAP 11 ao 60 e
assim sucessivamente.
218
Fonte: Autor.
Assim, também não evidências suficientes para se rejeitar a Ho’, logo para o nível
se significância de 1% lâminas de irrigação calculadas por sensoriamento remoto não se
diferenciam das lâminas de irrigação aplicada. As 36 observações são resultadas da
multiplicação dos 12 pivôs centrais monitorados durante 3 safras. Observa-se que na safra
2018/19 houve uma expressiva diferença nas lâminas de irrigação entre o estimado do
realmente aplicado, sendo que para as outras duas safras as médias e as medianas ficaram
próximas de zero.
A partir das lâminas de irrigação calculadas por SR e das constantes nos Relatórios,
calculou-se as vazões de consumo dos pivôs centrais pela fórmula n° 4.
2021 Gepra Editora Barros et al.
219
FONTE: Autor.
As médias das lâminas para os doze pivôs e do conjunto das 36 observações estão
representadas no gráfico abaixo.
FONTE: Autor.
Na média das três safras, a diferença nas lâminas de irrigação foi de 18,86 mm, o
que representa 9,8% da média realmente irrigada, de 192,6 mm. A diferença mais
discrepante (entre o calculado por SR do constante no Relatório de Manejo) na safra
2018/19 pode ser explicada, em parte, pela variação nas lâminas precipitadas entre os
pivôs da fazenda SAMA e o precipitado na estação meteorológica na fazenda Triflora;
pois o balanço hídrico utilizado para o cálculo das lâminas de irrigação dos Relatórios de
Manejo utilizam o volume precipitado em cada pivô central da fazenda SAMA, e o
balanço hídrico aplicado na metodologia utilizou as lâminas precipitadas na estação
meteorológica da fazenda Triflora, sendo que para ambos (relatório de Manejo e
calculado por SR) o cálculo da ETo utilizou-se os dados da estação meteorológica da faz.
Triflora.
2021 Gepra Editora Barros et al.
(mm)
500
400
300
200
100
0
2017/18 2018/19 2019/20
220
Título do Eixo
Relatório Estação
B) Acumuladas no mês.
200
100
0
out/18 nov/18 dez/18 jan/19 fev/19
Título do Eixo
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
FAO. The future of food and agriculture – Trends and challenges. FAO. Rome, p.
180. 2017. (978-92-5-109551-5).
KAMBLE, B.; KILIC, A.; HUBBARD, K. Estimating crop coefficients using remote
sensing-based vegetation index. Remote Sensing, New York, p. 1588-1602, Março 2013.
SINGH, R.; KILIC, A. Estimation of Crop Coefficients Using Satellite Remote Sensing.
Journal of Irrigation and Drainage Engineering, Outubro 2009.
Capítulo 19
RESUMO
INTRODUÇÃO
modificadas, chegando a 60 t há-1 ano-1. Devido ao seu valor nutricional tem forte
potencial econômico, sendo destinado ao consumo in natura e utilizado em escala
industrial no processamento de produtos como suco concentrado, néctares, refrescos,
xaropes, entre outros derivados (FERREIRA et al., 2018; DAMASCENO, et al., 2018;
ZACHARIAS, FALEIRO, ALMEIDA, 2020).
Para obtenção de sucos, néctares, compotas e geleias, é preciso ter um mix de
matérias-primas a fim de ter um produto com alto valor nutritivo e funcional, onde sejam
mantidos suas principais características organolépticas, sabor e aroma. O principal
desafio na produção de uma bebida é preservar seus nutrientes e torná-la atrativa
sensorialmente, por isso se faz necessária estudos entre propriedades químicas e
224
processos utilizados (VILLAREAL, et al., 2013).
O consumo de sucos de frutas e hortaliças processados tem aumentado, motivado
pela falta de tempo da população em preparar suco das frutas in natura, pela praticidade
oferecida pelos produtos, substituição ao consumo de bebidas carbonatadas, devido ao
seu valor nutritivo, e preocupação com o consumo de alimentos mais saudáveis, além da
questão da renda de consumidores que fazem uso deste segmento de sucos naturais ou
industrializados (SILVA et al, 2005; BRANCO et al., 2007; BRAGA et al., 2020). O
consumo de preparado sólido para refresco (PSR) ou refresco em pó, cresceu
aproximadamente 3% de 2013 a 2014, com ingestão de 24,6 litros por habitante em 2014.
Os PSR são considerados itens essenciais da cesta básica dos brasileiros, devido ao preço
acessível, fácil preparo, e alto rendimento, além de conter na composição adição de
vitaminas e minerais (SANTANA, M. C., 2018; ROSA, et al., 2018).
Os preparados em pó para refresco surgiram em 1960, e não era adoçado. Desde
então foram ocorrendo modificações na formulação, como o misto de açúcar e adoçante.
Em 1999, com o apelo da adição de polpa de fruta, modificou o conceito do produto junto
ao consumidor. Nos últimos anos receberam mais consistência, melhor aparência e
passaram a ser ofertados em pontos de venda sofisticados, ganhando mais comodidade,
no lugar dos sucos naturais (CALEGUER et al., 2006).
A secagem de frutas vem sendo vastamente estudada, este fato se deve à qualidade
dos produtos em pó produzidos. Os produtos desidratados têm vida útil mais longa
permitindo também um maior armazenamento, devido à remoção de água, inibição do
crescimento de microrganismos e da atividade de algumas enzimas, além de oferecer
acesso ao produto durante o ano, e não apenas no período de safra da fruta (ROCHA et
al., 2014, SOUZA et al., 2016).
Segundo a legislação sobre bebidas, refresco ou bebida de fruta ou de vegetal é a
bebida não fermentada, obtida pela diluição em água potável, do suco de fruta, polpa ou
extrato vegetal de sua origem, com ou sem adição de açúcares. O refresco de maracujá
deverá conter no mínimo seis por cento em volume de suco de maracujá. Preparado sólido
para refresco é o produto à base de suco ou extrato vegetal de sua origem e açúcares,
destinado para o consumo, após sua diluição, podendo ser adicionado de edulcorante
hipocalórico e não calórico. O PSR que não contiver a matéria-prima de origem vegetal
será denominado de preparado sólido para refresco artificial (BRASIL, 2009).
2021 Gepra Editora Barros et al.
MATERIAL E MÉTODOS
Utilizou-se para aplicação do teste, preparado sólido para refresco (pacote contendo
30 gramas), sabor maracujá, já adoçado e de mesma marca. As amostras foram preparadas
horas antes do teste sensorial, seguindo a mesma metodologia e mantidas sob refrigeração
em geladeira à 7±2 °C, até a realização da análise, e servidos na mesma temperatura,
proporções iguais, para evitar erros aleatórios.
Na preparação dos refrescos, fez-se duas diluições: a primeira contendo as
especificações informadas no rótulo: 1 litro de água para um pacote; a segunda, 1,030
litros de água para dissolver um mesmo produto.
Para a análise sensorial utilizou-se o teste Duo-trio, cada provador recebeu três
amostras com aproximadamente 25 mL de cada formulação, apresentadas de modo
aleatório e codificadas com três dígitos, entre elas tinha uma chamada “padrão” esta era
a primeira na sequência das amostras, visto que ao julgador pedia-se que identificasse
2021 Gepra Editora Barros et al.
entre as codificadas, aquela igual ao padrão. O teste foi realizado na Unidade Acadêmica
de Garanhuns (UAG) / Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), com vinte
e quatro provadores não treinados do curso de engenharia de alimentos. Buscou-se
pessoas que tinham por hábito fazer uso deste tipo de bebida por meio de simples
questionamento quanto ao tema da análise, provar refrescos sabor maracujá, visto que
estes consumidores não foram treinados para participarem do painel sensorial em questão.
Os julgadores foram orientados a provar as amostras da esquerda para a direita e
identificar qual das duas amostras codificadas era igual a padrão, tendo como atributo o
grau de doçura. Cada um recebeu uma ficha onde simplesmente teria que circular qual
amostra era igual ao padrão. A probabilidade de ter feito escolhas certas ou erradas, ou
226
seja, indicar corretamente, qual amostra codificada era equivalente à amostra de
referência, foi igual a 0,5. Buscou-se controlar os fatores ambientais a fim de evitar
conversas paralelas e/ou que houvesse a troca de informações entre os provadores, para
evitar interferência na decisão do outro. Entre a prova das amostras, fez-se o uso de água
potável para limpar o paladar e evitar conflito de sabores.
O teste tinha como objetivo revelar que as amostras do refresco diferiam entre si,
aplicando-se um teste de diferença, para isto a sensibilidade do teste é medida em função
de três valores: risco α (probabilidade de selecionar um julgador inaceitável), risco β
(probabilidade de rejeitar um julgador aceitável) e Pd (proporção máxima permitida de
discriminadores).
Para efetuar o teste foram escolhidos os valores: risco α = 0,05; risco β = 0,20 e Pd
= 50%, ou seja, quer se ter certeza que não mais que 50% da população vai deixar de
perceber que existe diferença. Esses valores são imprescindíveis para escolher e
identificar a quantidade necessária dos provadores, para a aplicação do teste, que neste
trabalho foram vinte e quatro, anexo C, da Tabela 39, Dutcosky (2011).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dias et al, (2012) em estudo com o teste de discriminação duo-trio, para observar a
influência das cores em gelatina vermelha, amarela, verde, roxa e azul na identificação
dos sabores morango, abacaxi, limão, uva e tutti-frutti, aos juízes pediu-se que indicasse
a amostra diferente do padrão. Como resultado a maior parte dos provadores não detectou
relação entre cor/ sabor, a cor não teve influência estatisticamente significativa na
identificação dos sabores, ou seja, não conseguiram encontrar diferenças.
De acordo com os estudos de Santos & Basso (2013), que realizou o teste sensorial
duo-trio com gelatina à base de quefir, pode observar que não houve diferenças
significativas entre a gelatina padrão e a gelatina preparada com quefir, o que difere do
estudo aqui apresentado.
227
Estudos de Neto et al, (2015) que utilizaram suco reconstituído de cajá em pó
(obtido por spray-dryer) e suco padrão de cajá (preparado com polpa da fruta),
demonstrou que as amostras dos sucos analisados promoveram diferenças significativas
de sabor entre os refrescos desidratados em comparação ao padrão (feito com polpa de
cajá) quanto às características sensoriais, fato que corrobora com os dados aqui
discutidos.
Com a realização do teste Duo-trio, pode-se ressaltar que os provadores
participantes, possuem um forte hábito de ingerir esses refrescos, pois conseguiram
identificar alterações no preparo das amostras, mesmo estas sendo pequenas, ou seja, caso
ocorra erro durante a fabricação desses PSR os consumidores podem vir a detectar a
mudança e não voltar a fazer uso de determinada marca, passando a consumir outras de
qualidade superior. Além disso, foi plausível analisar de forma indireta, o porcentual de
pessoas que fazem uso desses preparados sólidos para refresco.
4CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
CARVALHO, J. A.; JESUS, J. G.; ARAUJO, K. L.; SERAFIM, M. E.; GILIO, T. A. S.;
NEVES, L. G. Passion Fruit (Passiflora spp.) species as sources of resistance to soil
phytopathogens Fusarium solani and Fusarium oxysporum f. sp. passiflorae complex.
Revista Brasileira de Fruticultura. Jaboticabal, v. 43, n. 1, p. e-427, 2021.
DIAS, N. A. A.; LARA, S. B.; Miranda, L. S.; PIRES, I. S. C.; PIRES, C. V.; HALBOTH,
N. V. Influence of color on acceptance and identification of flavor of foods by adults.
Ciências e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 32, n. 2, p. 296-301, 2012.
NETO, L. G. M.; FREITAS, E. M.; ROCHA, F.; AFONSO, M. R. A.; RODRIGUES, S.;
COSTA, J. M. C. Physicochemical and sensory evaluation of yellow mombin (Spondias
mombin L.) atomized powder. Revista Caatinga, Mossoró, v. 28, n. 4, p. 244-252, 2015.
Capítulo 20
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
A matéria prima utilizada neste estudo: frutos da palma forrageira (Opuntia ficus
indica) foram coletadas no sítio Coqui pertencente ao senhor Francisco Xavier Gomes,
localizado no município de Picuí – PB, seguiram-se critérios de maturação, aparência
geral, cor e tamanho, descartando os que apresentaram deterioração integral ou parcial.
Os demais materiais foram adquiridos em feiras livres e redes de supermercados do
município.
A receita Creme de Fruto de Palma com Licor de Cassis foi processada e
elaborada no laboratório de beneficiamento e processamento do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – campus Picuí, seguindo as recomendações
das boas práticas de fabricação, ou seja, os cladódios, os utensílios, equipamentos e
bancadas foram sanitizados com solução de hipoclorito de sódio. Durante todo o
processamento se fez uso de luvas, toucas, máscaras e aventais.
Preparação da Receita
234
Em sua opinião, por quais motivos não se processam frutos da Caatinga para
alimentação humana?
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Intenção de Compra
93%
237
4% 0% 2% 0%
A receita de Creme de Palma foi bem avaliada pelos julgadores; tanto na análise
sensorial como na avaliação de intenção de compra, o que o torna um produto que poderá
ser utilizado para incrementar a renda de trabalhadores da agricultura familiar, visto que
frutos de palma são encontrados em grandes quantidades na sua época safra.
Outras receitas com a cultura da palma tanto seu fruto como os cladódios poderão
ser testadas para averiguar sua aceitabilidade pela comunidade, a fim de tornar-se uma
boa alternativa para difusão da cultura ainda pouco conhecida e valorizada para
alimentação humana.
Resultados como os encontrados nesse trabalho e outros encontrados na literatura
só garantem a aceitabilidade dessa cultura na alimentação dos consumidores brasileiros,
o que incentiva a busca de formulação de novos produtos.
CONCLUSÕES
Diante das análises dos resultados pode-se concluir a receita creme de fruto de
palma com licor de cassis obtive boa aceitabilidade e intenção de compra entre os
provadores, tornando-se uma excelente oportunidade para utilizá-la para divulgação da
importância nutricional do fruto palma na alimentação humana, além de desmistificar o
uso da cultura e consequentemente promovê-la como viável para agregar valor nutricional
e renda a famílias de comunidades rurais do Nordeste.
2021 Gepra Editora Barros et al.
REFERÊNCIAS
COTRIM, E. S.; NUNES, V. X.; NOGUEIRA, D. P.; Vilares, T. N.; Dias, V.F.; Oliveira,
C. G. Análise sensorial de doce cristalizado e em calda de fruto da palma forrageira
(opuntia fícus-indica mill). VII CONNEPI. Palmas-TO. 2012. 238
KOEHL, L.; ZENGA, X.; ZHOUA, B.; DING, Y. Intelligent sensory evaluation of
industrial products for exploiting consumer’s preference. Mathematics and
Computers in Simulation, v.77, p. 522-530, 2008.
Capítulo 21
RESUMO
INTRODUÇÃO
porque o rápido crescimento das raízes e caule permitirá que a planta utilize as reservas
de nutrientes e água da planta e realize a fotossíntese (BIRUEL et al., 2010).
A classificação das sementes por tamanho ou peso é uma estratégia que pode ser
utilizada para uniformização da emergência de plântulas e obtenção de mudas com
tamanhos semelhantes ou com maior vigor (CARVALHO; NAKAGAWA, 2012). A
separação das sementes por classes de tamanho para determinação da qualidade
fisiológica, através de testes de germinação e vigor tem sido bastante empregada, visando
encontrar a classe ideal para multiplicação das diversas espécies vegetais (ABUD et al., 241
2010).
A influência do tamanho das sementes na sua qualidade fisiológica tem sido
pesquisada com certa intensidade para espécies de potencial agrícola, principalmente soja
(PÁDUA et al., 2010), girassol (OLIVEIRA et al., 2011), milho (VAZQUEZ et al., 2012),
cenoura (GOMES et al., 2012) e feijão (NUNES et al., 2016); contudo, esse aspecto vem
sendo pouco pesquisado com espécies herbáceas medicinais nativas do Brasil, sobretudo
com a batata-de-purga amarela, que por ser uma espécie de destaque na medicina popular
na região Nordeste, explorada através do extrativismo predatório, predispondo-a ao risco
de extinção, o que tornam relevantes estudos que explorem aspectos relacionados a
propagação e dispersão dessa espécie.
Diante do exposto, objetivou-se caracterizar biometricamente os frutos e sementes
de Operculina alata, bem como avaliar a influência do tamanho das sementes sobre a sua
germinação e vigor.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no Laboratório de Análise de Sementes, pertencente ao
Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, Areia, PB, em abril de
2016, com frutos de Operculina alata secos de coloração castanho-clara, colhidos
diretamente de plantas nativas ocorrentes no município de Lagoa de Velhos (latitude
6º0’26’’S, longitude 35º51’28’’W e altitude média de 161 m), microrregião do Potengi,
semiárido do Rio Grande do Norte. Segundo classificação climática de Köppen, o clima
da região é do tipo As’, ou seja, tropical com estação seca no verão.
Após a homogeneização, tomou-se de maneira aleatória uma amostra de 200 frutos
aparentemente sadios e inteiros para a caracterização biométrica, determinando-se o
comprimento (dimensão entre a base e o ápice do fruto), largura (dimensão mais larga em
2021 Gepra Editora Barros et al.
amolecidas, atacadas por microrganismos e que não tinham nenhum sinal de início de
germinação (BRASIL, 2009).
f) Comprimento da raiz primária e hipocótilo: no final do teste de germinação, a raiz
primária e o hipocótilo das plântulas normais de cada repetição foram medidos com o
auxílio de uma régua graduada em milímetros, sendo os resultados expressos em
centímetros por plântula.
g) Massa seca das raízes e hipocótilo: ao final do teste de germinação, as raízes e o
hipocótilo das plântulas normais foram acondicionados em sacos de papel do tipo Kraft® 243
e postos em estufa com circulação de ar forçada, regulada a 65 °C até atingir peso
constante, em seguida o material foi pesado em balança analítica com precisão de 0,001
g, sendo os resultados expressos em gramas por plântula.
Os dados biométricos foram analisados em planilha eletrônica Excel, classificados
por meio de distribuição de frequência e plotados em histogramas de frequência
(OLIVEIRA et al., 2000). Para cada característica foram calculados a média, mediana,
variância, mínimo, máximo e o desvio padrão conforme Araújo Neto et al. (2002).
A análise estatística dos dados da germinação foi realizada utilizando-se o
delineamento experimental inteiramente ao acaso, em quatro repetições para cada
tratamento. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (Teste F), e as
médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade através do programa
estatístico Sisvar.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas Figuras 1 e 2 são apresentados os dados biométricos dos frutos e sementes de
Operculina alata. A maior parte dos frutos analisados apresentava comprimento em torno
de 22,8-26,3 mm, largura de 21,44-25,3 mm, espessura de 15,5-18,4 mm e massa fresca
de 0,209-0,298 g, atingindo nesses intervalos percentuais de frequência da ordem de 92,
88, 90 e 89%, respectivamente (Figuras 1A, 1B, 1C e 1D), de forma que o valor do desvio
padrão e da variância das dimensões e massa fresca foi relativamente baixo, indicando
baixa heterogeneidade da amostra (Tabela 1).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Figura 1. Frequência do comprimento (a), largura (b), espessura (c) e massa fresca (d) dos frutos de
Operculina alata.
244
Tabela 1. Valores médios, medianos, mínimos, máximos, desvio padrão e variância do comprimento,
espessura e massa fresca dos frutos de Operculina alata.
Comprimento Largura Espessura
Parâmetros Massa fresca (g)
------------------------------- mm -------------------------------
Média 24,59 23,80 16,88 0,240
Mediana 24,80 23,20 16,95 0,237
Mínimo 20,90 19,50 13,90 0,164
Máximo 26,30 25,30 18,40 0,298
Desvio padrão 1,05 1,02 0,99 0,028
Variância 1,1 1,05 0,98 0,001
pubescens ST. Hil, Macedo et al. (2009) também verificaram que os frutos têm grande
variação nas dimensões e as sementes apresentam menor variação.
Tabela 2. Valores médios, medianos, mínimos, máximos, desvio padrão e variância do comprimento,
diâmetro e massa fresca das sementes de Operculina alata.
Comprimento Diâmetro
Parâmetros Massa fresca (g)
-------------------------- mm --------------------------
Média 10,0 9,47 2,155
Mediana 10,1 9,55 2,251
Mínimo 8,8 8,4 1,199 245
Máximo 10,9 10,1 2,703
Desvio padrão 0,40 0,40 0,354
Variância 0,16 0,16 0,126
Fonte: Dados do Pesquisador
Figura 2. Frequência do comprimento (a), diâmetro (b) e massa fresca (c) das sementes de Operculina
alata.
Tabela 3. Germinação (G), primeira contagem de germinação (PC), índice de velocidade de germinação
(IVG), plântulas anormais (PA) e sementes mortas (SM) de Operculina alata em função do tamanho.
G PC PA SM
Classes de tamanhos IVG
-------------- % -------------- -------------- % -------------
Pequenas 084 c 82 b 5,1 b 8b 8b
Médias 094 b 94 a 6,2 a 6b 0a
Grandes 100 a 97 a 6,2 a 0a 0a
CV (%) 1,2 3,21 2,42 22,87 0,00
Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Fonte: Dados do Pesquisador
Tabela 4. Comprimento do hipocótilo (CH), massa seca do hipocótilo (MSH), comprimento da raiz
primária (CRP) e massa seca da raiz primária (MSRP) de plântulas de Operculina alata oriundas de
sementes de diferentes tamanhos.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ARUNACHALAM, A.; KHAN, M. L.; SINGH, N. D. Germination, growth and biomass 250
accumulation as influenced by seed size in Mesua ferrea L.. Turkish Journal of Botany,
v. 27, n. 5, p. 343-348, 2003.
BARROS, H. S. D.; CRUZ, D. E.; PEREIRA, A. G.; SILVA, E. A. A. Fruit and seed
morfometry, seed germination and seedling vigor of Parkia gigantocarpa. Floresta, v.
50, n. 1, p. 877-886, 2020.
GHISOLFI, E.M.; EFFGEN, E.M.; MENDONÇA, A.R.; NAPPO, M.E.; SILVA, A.G.
Influência do tamanho da semente e tipo de recipiente na germinação de Schizolobium
amazonicum (Herb) Ducke. Revista Científica Eletrônica De Agronomia, Jaboticabal,
v. 5, n. 9, p. 01-07, 2006.
GOMES, T. A. R.; CASAROLI, D.; FAGAN, E. B.; SOARES, L. H.; ROCHA, F. J.;
ROSA, T. F. A. Influência do tamanho de sementes de cenoura na produtividade da
251
cultura. Cerrado Agrociências, v. 3, p. 72-82, 2012.
LORENZI, H.; MATOS, F.J.A. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova
Odessa: Instituto Plantarum, 2002. 512p.
PEREIRA, P. C., FREITAS, R. S., MELO, B., FRANZÃO, A. A., PEREIRA, A.A.,
SANTANA, J. G., LUZ, J. M. Q.; MARTINS, M. Influência do tamanho de sementes na
qualidade de mudas de tamarindeiro. Bioscience Journal, v. 24, n.4, p.73-79, 2008.
SILVA, B. M. S.; CARVALHO, N. M. Seed size and water stress effects on seed
germination and seedling vigor of faveira (Clitoria fairchildiana R.A. Howard. -
Fabaceae). Journal of Seed Science, v. 30, n. 1, p. 55-65, 2008.
SURLES, S.E. Relationships among seed weight components, seedling growth traits, and
predicted field breeding values in slash pine. Canadian Journal Forest Research, v. 23,
n. 8, p. 1550-1556, 1993.
Capítulo 22
RESUMO
Esta pesquisa oportunizou o graduando do curso de ciências agrárias, por meio da prática
de atividades relacionadas à área da ciência agropecuária, para aprimorar seus
conhecimentos adquiridos em instituições de ensino e acumular experiência no ambiente
de trabalho da empresa (EMATER-PB) com foco nas Áreas Agropecuárias, assistência
técnica e expansão rural, mostrando aos profissionais a importância da expansão rural
para o agreste paraibano. Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva realizada por
meio de visitas técnicas a diversas áreas rurais da área de Ingá-PB com funcionários da
EMATER-PB A experiência adquirida no “estágio” permite compreender a realidade e a
agricultura. Trabalhos. Conclui-se que a importância da assistência técnica e extensão
rural aos agricultores no município de Ingá-PB, pois observou-se várias atividades que
auxiliam os mesmos, onde essas fornecem métodos para que eles obtenham maiores
lucros e uma maior produção em suas propriedades agrícolas.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Visitas Técnicas
Foram realizadas várias visitas técnicas aos agricultores, com o objetivo de sempre
orientá-los em todas as operações necessárias, na irrigação, tratos culturais, manejo
integrado de pragas, práticas agroecológicas e em processos produtivos voltados à
obtenção de informações. Os locais visitados foram comunidades, cuja quais são: Surrão
de Baixo, Surrão de Cima e Surrão dos Poços. O extensionista deve ser educador e buscar
257
constantemente o diálogo com o agricultor para melhorar a realidade e transformá-la
(BROSLER; OLIVEIRA; BERGAMASCO, 2009).
encontrada por meio do agricultor familiar em permanecer no espaço rural por meio de
linhas de créditos acessíveis a cada produtor (MALYSZ; CHIES, 2012).
258
Crédito Rural
Abrangendo a escala nacional, no ano de 2006 foi criada a Lei nº. 11.326,
conhecida como a Lei da Agricultura Familiar, conceituando o entendimento do Estado
sobre o agricultor familiar, da seguinte forma: para ser considerado como agricultor
familiar é preciso que a propriedade tenha, no máximo, quatro módulos fiscais, cujo
tamanho é variável conforme o município e a proximidade maior ou menor com as zonas
urbana e rural; que seja utilizada predominantemente mão de obra da própria família; que
a base de sustentação da renda familiar tenha origem nas atividades econômicas 260
vinculadas ao próprio empreendimento; que o agricultor resida na propriedade ou
próximo a ela (MDA, 2017).
Os Agricultores assessorados pelos Créditos rurais 60% são para construção e
reparos de pocilgas, cercas, barreiros, barragem subterrânea, plantações de capim, sorgo
e palmas, silagem, currais e benfeitorias nas propriedades e 40% para aquisição de
pequenos animais (galinhas), médios (ovinos e caprinos) e grandes bovinos), além de
rações para subsidiar os mesmos. O principal objetivo do Crédito Rural é fortalecer a
atuação do setor e de suas cooperativas por meio do financiamento de projetos individuais
ou coletivos de aumento de renda. As terças–feiras um representante do Banco do
Nordeste além de se fazer presente no escritório local, faz visitas na Zona rural, sendo
estes utilizados por cerca de 30% dos agricultores, sempre que necessário ele faz relação
à introdução do crédito rural, falando sobre as regras do PRONAF (Política Nacional da
Agricultura Familiar), que é a principal política nacional do governo federal para o crédito
rural para a agricultura familiar. Anteriormente, a Resolução nº. 2191/1995, do Banco
Central do Brasil foi o primeiro documento oficial que conceituou a Agricultura Familiar
e deu causa à institucionalização por meio do Decreto (MDA, 2017).
Em 2003 houve uma reformulação no programa ampliando os perfis que estavam
sendo contemplados, portanto, novos sujeitos foram agregados. Novas linhas de
financiamentos com as formas de pagamento e taxas de juros correspondentes são
divulgadas anualmente por meio do Plano Safra da Agricultura Familiar. Foram
incorporadas as linhas de crédito para o PRONAF Custeio, PRONAF Mais Alimentos –
investimento, PRONAF Agroindústria, PRONAF Agroecologia, PRONAF Eco,
PRONAF Floresta, PRONAF Semiárido, PRONAF Mulher, PRONAF Jovem, PRONAF
Custeio e Comercialização de Agroindústrias Familiares, PRONAF Cota-Parte,
PRONAF Microcrédito Rural (MDA/SEAF, 2017).
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
BROSLER; T. M.; et.al. Métodos na Nova Extensão Rural no Brasil: caminho para
a participação, de quem? 48° Congresso da Sociedade Brasileira de Economia,
Administração e Sociologia Rural. Anais... Campo Grande, 2009. Disponível
em:http://www.sober.org.br/palestra/15/396.pdf Acesso em: 20 dezembro 2020.
Capítulo 23
ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO INFLUENCIADOS POR
SUCESSIVAS APLICAÇÕES DE FREQUÊNCIAS E DOSES DE
BIOFERTILIZANTE
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
As coletas das amostras de solo foram realizadas por parcela ao final de cada ciclo
de produção, sendo que três subamostras deformadas formaram uma amostra composta.
As amostras foram coletadas a 0,30 m de distância da planta e na profundidade de 0,20-
0,40 m, com auxílio de um trado tipo holandês. As amostras de solo foram acondicionadas
em sacos plásticos, posteriormente foram peneiradas (2 mm) e encaminhadas ao
Laboratório de Química do Solo da Embrapa Mandioca e Fruticultura para análises
químicas, segundo metodologia da Embrapa (TEIXEIRA et al., 2017). Foram realizados
os cálculos de soma de bases (SB) em cmolc dm-3 (Ca+Mg+K+Na); capacidade de troca
catiônica (CTC) em cmolc dm-3 (SB + H+Al); saturação por bases (V) em %
(SB/CTC*100); e a saturação por sódio (Na) em % (Na/CTC*100).
Os cátions trocáveis foram analisados conforme Teixeira et al. (2017), sendo o
Ca e Mg extraídos com solução de cloreto de potássio (KCl) (1 mol L-1).
O alumínio trocável ou acidez trocável (Al) (cmolc dm-3) foi determinado por
titulação com solução de hidróxido de sódio (NaOH) (0,025 mol L-1) na presença do
indicador azul de bromotimol (0,1%). Os teores de cálcio e magnésio (Ca e Mg) (cmolc
dm-3) foram determinados por espectrofotometria de absorção atômica. Os teores de
potássio e sódio (K e Na) (cmolc dm-3) foram extraídos com solução de Mehlich-1 e
determinados por fotometria de emissão de chama (TEIXEIRA et al., 2017).
A acidez potencial (H+Al) (cmolc dm-3) foi extraída com solução tamponada de
acetato de cálcio Ca(C2H3O2)2.H2O (0,5 mol L-1) (pH 7,1-7,2 ) e determinada por titulação
com solução (NaOH) (0,025 mol L-1), na presença do indicador fenolftaleína 10 mg L-1
(TEIXEIRA et al., 2017).
2021 Gepra Editora Barros et al.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A relação K/Mg, importante para a bananeira, deve ser superior a 0,2 e inferior a
0,6 (Borges et al., 2016). Dessa forma, constatou-se que a relação K/Mg foi ideal, ou seja,
de 0,2 ao final do terceiro ciclo de produção.
O desdobramento dos fatores ciclo x doses para o atributo K na profundidade é
apresentado na Tabela 2. Em todas as doses estudadas, o segundo ciclo apresentou teor
médio significativamente superior aos demais. Houve influência das doses apenas no
2021 Gepra Editora Barros et al.
terceiro ciclo e o teor de K aumentou linearmente à taxa de 0,21% K cmol c dm-3 por
incremento unitário da dose. Esses resultados assemelham-se aos encontrados por Dias
(2014) ao verificar a influência de seis doses de biofertilizante líquido (0, 400, 800, 1200,
1600 mL planta-1 semana-1) nos atributos do solo, constatou que houve aumento linear do
teor de K no solo em função do aumento das doses, variando de 0,68 cmolc dm-3 para o
tratamento controle a 3,24 cmolc dm-3 para a maior dose.
Tabela 2. Teores de potássio (K) (cmolc dm-3) na profundidade de 0,20-0,40 m em função de diferentes
268
doses do biofertilizante ‘Vairo’ em três ciclos de cultivo da bananeira, cv. Grande Naine. Cruz das Almas,
BA, 2015/2018
Doses (mL planta-1)
Ciclos 0 100 180 280 375 Equação R² Média
K (cmolc dm-3)
1º 0,17 b 0,17 b 0,15 b 0,16 b 0,16 b - - 0,16
2º 0,49 a 0,34 a 0,4 a 0,31 a 0,43 a - - 0,39
3º 0,12 b 0,19 b 0,21 b 0,22 ab 0,24 b y=0,0003x*+0,14** 0,86 0,19
K = Potássio (cmolc dm-3); Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey
(p<0,05).
Tabela 3. Teores de cálcio (Ca) (cmolc dm-3) em função de diferentes frequências de aplicação, doses do
biofertilizante ‘Vairo’ em três ciclos de cultivo da bananeira, cv. Grande Naine. Cruz das Almas, BA,
2015/2018
Ciclo Doses (mL planta-1) Médi
Equação R²
s 0 100 180 280 375 a
2021 Gepra Editora Barros et al.
Frequência
s Ca (cmolc dm-3)
(dias)
2,09 2,22 2,22 1,87
15 2,44 aA - - 2,17
abA aA aA aA
2,11 1,98 2,12
1º 30 2,66 aA 2,23 aA - - 2,22
aA aA aA
1,99 1,77
45 1,94 bA 2,11aA 2,11 aA - - 2,00
aA aA
269
1,77 1,83 1,83
15 1,58 aA 1,79 abA - - 1,76
aA aA aA
1,76 1,89 2,10 1,82
2º 30 2,07 aA - - 1,93
aA aA aAB aA
2,10 1,56
45 2,01 aA 1,36 bA 1,6 aA - - 1,73
aA aA
2,27 2,21
15 1,71 aB 2,3 aA 1,83 bA - - 2,06
aA aA
1,85 1,83 1,86
3º 30 2,22 aA 2,93 aA - - 2,14
aA aA aA
1,83 1,80 1,55 y=- 0,8
45 2,10 aA 1,52 bB 1,76
aA aA aA 0,001x*+2,04** 9
dms=0,71
Ca = Calcio (cmolc dm-3); Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas frequências, em cada ciclo, e maiúsculas
entre ciclos não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).
Tabela 4. Teores médios de Magnésio (Mg) (cmolc dm-3) em função de diferentes frequências de
aplicação e doses do biofertilizante ‘Vairo’ na bananeira, cv. Grande Naine. Cruz das Almas, BA,
2015/2018
Frequências (dias)
15 30 45
-1
Doses (mL planta ) Mg
0 1,03 b 1,18 ab 1,21 a
100 1,19 a 1,20 a 1,18 a
180 1,16 a 1,12 a 1,18 a
280 1,17 a 1,16 a 1,12 a
270
375 1,16 a 1,23 a 0,98 b
dms=0,18
Mg = Magnésio (cmolc dm-3); Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey
(p<0,05).
Tabela 5. Teores de magnésio (Mg) (cmolc dm-3) na profundidade de 0,20-0,40 m em função de diferentes frequências
de aplicação, doses do biofertilizante ‘Vairo’ em três ciclos de cultivo da bananeira, cv. Grande Naine. Cruz das Almas,
BA, 2015/2018
Doses (mL planta-1)
Frequências
Ciclos 0 100 180 280 375 Equação R² Média
(dias)
-3
Mg (cmolc dm )
15 1,06 bA 1,17 aA 1,12 aA 1,18 aA 1,06 aA - - 1,12
1 30 1,30 aA 1,21 aA 1,10 aA 1,16 aA 1,13 aA - - 1,18
45 1,04 bA 1,08 aA 1,20 aA 1,16 aA 1,09 aA - - 1,11
2* * **
15 0,87 bB 1,01 aA 1,07 aA 1,04 abA 1,02 abA y=-0,000003x +0,0016x +0,87 0,96 1,00
2 30 1,08 aB 1,08 aA 1,08 aA 1,13 aA 1,13 aA - - 1,10
45 1,17 aA 1,10 aA 0,98 aB 0,90 bB 0,92 bA - - 1,01
15 0,76 bB 1,13 aA 1,17 aA 1,01 aA 1,10 aA - - 1,03
3
30 1,23 aAB 1,06 aA 0,99 abB 1,16 aA 0,98 aA - - 1,08
2021 Gepra Editora Barros et al.
Tabela 6. Capacidade de troca catiônica (CTC) (cmolc dm-3)e Saturação por bases (%) na profundidade
de 0,20-0,40 m em função de diferentes frequências de aplicação, doses do biofertilizante ‘Vairo’ em três
ciclos de cultivo da bananeira, cv. Grande Naine. Cruz das Almas, BA, 2015/2018
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
CHEN, H. J. The combined use of chemical and organic fertilizers and/or biofertilizer for
crop growth and soil fertility. In: International workshop on sustained management
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LATA, M. Role of biofertilizers in conservation agriculture. In: Conservation
Agriculture. Springer, Singapore, 2016. p.113-134.
Capítulo 24
AVALIAÇAO DO EFEITO DOS PLASTIFICANTES GLICEROL E TRIETIL
CITRATO NA MUDANÇA CROMATICA DE INDICADORES
COLORIMETRICOS PRODUZIDOS COM EXTRATO DE AÇAI (Euterpe
oleracea Mart) EM ACETATO DE CELULOSE
RESUMO
7,2 mols de GLI e 1,8 mols de TEC, apresentaram melhores mudanças de cor, já a
avaliação do comportamento cromático em solução básica, demonstrou que os
indicadores plastificados com 7,2 mols de GLI, exibiram melhores respostas.
INTRODUÇÃO
A distribuição de alimentos faz parte de uma cadeia complexa que enfrenta desafios 275
consideráveis devido as variabilidades no processamento do alimento, no comportamento
dos consumidores, no desenvolvimento de novas leis e nos assuntos relacionados à
segurança alimentar. Como consequência dessas adversidades, o Índice de Desperdício
de Alimentos 2021, apurado pela Organização das Nações Unidas (ONU), revelou que
em 2019, 17% do total de alimentos disponíveis no mundo, equivalente a 931 milhões de
toneladas foram desperdiçados. As embalagens alimentícias desempenham papel
fundamental para redução de tais danos, para tanto, embalagens inovadoras e com funções
aperfeiçoadas estão sendo constantemente estudadas.
As embalagens inteligentes são definidas como um sistema que detecta, comunica
e monitora as condições dos alimentos embalados, em tempo real, com vista a fornecer
informações sobre a qualidade dos alimentos, segurança e histórico de um produto
durante toda a cadeia de produção e comercialização (JANG; WON, 2014).
A produção desses sistemas inteligentes pode ser feita por meio da inserção de
dispositivos, como os portadores de dados, indicadores e substâncias sensoras no interior
ou fora dos materiais de embalagem. Os indicadores colorimétricos são destinados a
coletar informações qualitativas fundamentadas em mudanças de temperatura e pH, e na
liberação de gases, por meio de alterações visuais colorimétricas (KALPANA et al.,
2019).
Indicadores colorimétricos podem ser produzidos pela incorporação de corantes
naturais, em matrizes poliméricas. As antocianinas são pigmentos naturais, não tóxicos,
solúveis em água e bastantes sensíveis às mudanças de pH, encontradas abundantemente
em frutas e flores. Entre as fontes de antocianinas, podemos destacar o fruto do açaí
(Euterpe oleracea Mart.), de origem nativa da América Central e do Sul, considerado a
palmeira mais produtiva da região amazônica. Indicadores com adição de antocianinas,
como as de fonte do açaí, podem fornecer informações qualitativas imediatas, por meio
de mudanças colorimétricas visuais provocadas pela alteração estrutural do pigmento, e
consequentemente indicar o frescor ou o estágio de deterioração do alimento,
apresentando-se como um método conveniente, rápido e não destrutivo de monitoração
dos produtos alimentícios (LE, et al., 2019; ZHANG; LU; CHEN, 2014).
Alimentos com elevados teores de proteínas são altamente suscetíveis à
deterioração microbiana, às condições de processamento, ao transporte e armazenamento
e por esses motivos devem ser constantemente monitorados. Há uma série de produtos
alimentares que contêm quantidades expressivas de proteínas, das quais incluem, carnes,
peixes, leite, etc. Os microrganismos que deterioram alimentos ricos em proteínas liberam
2021 Gepra Editora Barros et al.
MATERIAL E MÉTODOS
Materiais
Acetato de celulose (GS = 2,5; MM = 2.024.000 g.mol-1) foi disponibilizado pela
Rhodia Solvay Group (Santo André, SP, Brasil). Acetona, Glicerol e Trietil citrato foram
obtidos da empresa Sigma-Aldrich (San Luis, Missouri, Estados Unidos).
Em que:
∆𝐿∗ = (𝐿∗ − 𝐿∗0 ); ∆𝑎∗ = (𝑎∗ − 𝑎0∗ ); ∆𝑏 ∗ = (𝑏 ∗ − 𝑏0∗ )
𝐶 ∗ = √(𝑎∗ )² + (𝑏 ∗ )² Equação 2
𝑏∗
ℎ∗ = arctan (𝑎∗) Equação 3
Análise estatística
Os dados foram submetidos à Análise de Variância (ANOVA), e para cada
resposta foi ajustada uma equação de regressão (com significância de 5% de
probabilidade) quando possível, levando em consideração os fatores avaliados. Todas as
análises estatísticas foram realizadas com o programa estatístico Minitab, versão 17 e
OriginPro 8.5.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Espectro UV-vis do EA
As variações de cor das soluções diluídas de EA, foram analisadas e foi
confirmado seu potencial uso como corante para a aplicação em indicadores
colorimétricos. O EA exibiu uma coloração inicial vermelha em pH 2,0, que alterou para
rosa/violeta em pH 2,0-5,0, para violeta em pH 6,0-7,0 e para verde/amarelado em pH
8,0-12,0, conforme pode ser observado pela Figura 1.
2021 Gepra Editora Barros et al.
279
Figura 2. Espectro UV-vis (a) e fotografias (b) dos indicadores de EA plastificados com GLI e
TEC em diferentes concentrações.
et al., 2019; KUSWANDI et al., 2020; LIU et al., 2017; MA; WANG, 2016; YOSHIDA
et al., 2014; ZHAI et al., 2018). Similarmente, os resultados deste trabalho sugerem que
o indicador produzido possui propriedades cromáticas quando expostos à pHs básicos,
podendo ser utilizado como indicador de mudanças de pH e de liberação de compostos
volatéis ocasionada pela degradação dos alimentos pelos microrganismos.
com o trabalho de Liang e Wang (2018) que notaram bandas semelhantes em filmes
indicadores de pH plastificados com glicerol e adicionados com sementes de tamarindo e
extrato de Litmus Lichen. Também foi observado que para maiores concentrações
molares de GLI, a intensidade de absorção nos comprimentos de onda aumentou.
Os espectros de FT-IR dos indicadores de EA em base de AC, plastificados com
TEC podem ser observados na Figura 3b e 3b’. Verificou-se bandas em 3400 cm-1 e 1640
cm-1 atribuídas à vibração de alongamento do grupo hidroxílico de álcoois e fenóis e
vibrações de alongamento de C=C de anéis aromáticos, confirmando a presença de EA.
Ademais, notou-se a presença de dois pequenos picos nos comprimentos de onda a 1114
cm-1 e 1097 cm-1 no espectro do TEC puro, que são característicos de estiramento C-O
282
do grupo éster. Esses mesmos picos aparecem nos demais espectros dos indicadores de
EA plastificados com TEC confirmando a inserção do plastificante na matriz polimérica
de AC (BARBOSA, 2007).
284
EA, independente do tratamento, não foi capaz de retornar a sua cor original vermelha,
conforme demonstrado pela Figura 5. Kuswandi et al. (2020), argumentou em seu estudo
que, antocianinas em contato com ácido ou base fortes, deixam de ser estáveis e perdem
sua estrutura, não podendo voltar a sua estrutura química estável original. Para a aplicação
do indicador colorimétrico desenvolvido nesse trabalho em embalagens inteligentes, tal
fato apresenta-se como um fator crucial, impedindo que o indicador colorimétrico possa
ser utilizado em possíveis fraudes alimentícias. Freitas et al. (2020), reportaram resultados
diferentes dos achados nesse estudo, onde desenvolveu sensores de AC incorporados com
extrato de antocianinas de repolho roxo, aos quais mostraram reversibilidade de cores
quando em contato com ambiente de ácido acético volátil por 25 min.
285
O estudo do comportamento cromático dos indicadores de EA, plastificados com
GLI e TEC, prosseguiu com o ajuste de modelos matemáticos que explicassem a
diferença de cor (∆E*) dos indicadores antes e após exposição ao vapor de amônia. Um
modelo matemático foi ajustado para a variável resposta ∆E*GLI em função do tempo (t)
e da concentração (c) cujo efeito verificado foi linear positivo e quadrático negativo para
ambos os fatores, com coeficientes de regressão (R2) de 0,81 e falta de ajuste significativa,
conforme expresso na equação abaixo. Por apresentar falta de ajuste significativa o
modelo deveria ser inviabilizado, por não ser capaz de predizer sistematicamente o
comportamento cromático dos indicadores, plastificados com GLI, porém, dado alto valor
de R2, isso indica possivelmente que os resultados das repetições dos experimentos
apresentaram alta repetibilidade, fato positivo que ocasionou valor de erro puro baixo,
levando a uma falsa falta de ajuste. A metodologia de superfície de resposta, expressa na
Figura 6a, demonstra um comportamento de parábola, com ponto de máximo,
correspondente a concentração de 7,2 mols de GLI exposto por 3 min ao vapor de amônia.
(a) (b)
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÕES
Indicadores desenvolvidos com EA incorporados na matriz polimérica de AC são
excelente alternativa aos sensores químicos, por serem mais simples, baratos e fáceis de
se empregar na cadeia de alimentos. As diferentes concentrações molares de plastificantes
utilizadas de GLI ou TEC, ocasionaram novas propriedades de alterações de
colorimétrica, em exposição a pH básico e a amônia, essas modificações são devido à
ocorrência de diferentes ligações químicas entre as antocianinas, plastificantes e a matriz
polimérica. Em suma, os indicadores com 7,2 mols de GLI e 1,8 mols de TEC
apresentaram características excelentes para o uso em embalagens inteligentes.
2021 Gepra Editora Barros et al.
REFERÊNCIAS
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2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 25
RESUMO
INTRODUÇÃO 291
MATERIAL E MÉTODOS
Quanto a apuração dos resultados, foram avaliados por meio de análise descritiva
utilizando os valores das porcentagens das irregularidades para cada marca do produto
avaliado e assim tabulados com auxílio do programa Microsoft Excel versão 2019.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a tabulação e análise dos dados os rótulos das marcas de queijo de coalho
apresentaram uma variação nas adequações em relação à legislação de 78,8% a 93,93%.
Estes resultados podem ser vistos na tabela 1.
Tal fato pode ser explicado devido à falta de maior rigor na legislação de produtos
regionais, neste caso o queijo coalho. Esses dados estão em sintonia com os encontrados
por Nascimento et al (2017) em trabalho com rotulagem de queijo coalho.
Vale destacar que nenhuma das marcas apresentaram os aditivos e suas funções
estando totalmente em desacordo com a resolução RDC nº 259/2002 que trata sobre os
aditivos e suas funções. Esse item é de vital importância pois as informações quanto aos
aditivos alimentares norteiam as dietas dos consumidores.
50% das marcas não apresentaram peso líquido do produto no rótulo, estando em
desacordo com a RDC Resolução RDC n°. 22, de 24 de novembro de 2005 (BRASIL,
2005). Nascimento et al (2017) verificaram marcas em desacordo com essa resolução,
fato que corrobora o presente trabalho. Tal resultado se mostra preocupante pois esses
descumprimentos podem acarretar em problemas maiores tais como fraudes.
A figura 1 mostra o gráfico que contém os resultados dos itens do checklist e seus
respectivos percentuais. Nenhuma das marcas estudadas apresentou informações que não
estavam relacionadas ao produto.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Fonte: Autor.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ARAGÃO, B. B.; TRAJANO, S.C.; SILVA, J.G.; OLIVEIRA, J.M.B.; SANTOS, A.S.;
MELO, R.P.B.; PEIXOTO, R.M.; MOTA, R.M. Avaliação da contaminação por
Staphylococcus aureus em queijo coalho artesanal elaborado com leite de cabra
produzido no estado de Pernambuco. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e 297
Zootecnia, v. 72, n. 2, p. 615-622, 2020.
Capítulo 26
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
5 Itens C NC NA Legislação
RDC 259/2002
1. Denominação de venda
RDC 259/2002
2. Marca
RDC 259/2002
3. Peso líquido
IN n° 22/2005
5. Carimbo do Serviço de Inspeção Federal – SIF
RDC 259/2002
6. Dados do fabricante
RDC 259/2002
7. Lista de ingredientes
RDC 259/2002
8. Tabela nutricional
RDC
9. Modo de conservação antes e após aberto 259/2002
RDC 259/2002
11. Validade
RDC 360/2003
12. Sódio por porção em miligramas (mg)
RDC n° 136/2017
15. Informa se contém a presença de lactose
C: Conforme; NC: Não conforme; NA: Não se aplica. Fonte: própria do autor (2021).
n° 136/2017 que dispõe sobre a presença de lactose nos rótulos alimentares e a Lei n°
10.674/2003 que dispõe sobre a presença ou ausência de glúten, como medida preventiva
e de controle da doença celíaca e IN nº 22/2005 que dispõe sobre o regulamento técnico
para rotulagem de produto de origem animal embalado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Carne mecanicamente separada de ave, gordura suína, carne da ave, pele suína, amido,
proteína de soja, água, sal, miúdos suínos, carne suína, açúcar, regulador de acidez lactato
de sódio, aromatizantes, aromas naturais de carne, pimenta preta, pimenta vermelha,
fumaça, aromas idênticos aos naturais de cardamomo e noz-moscada, estabilizantes
tripolifosfato de sódio e pirofosfato dissódico, antioxidante isoascorbato de sódio e
conservador nitrito de sódio.
B Carne mecanicamente separada de ave (frango e/ou galinha e/ou peru), gordura suína,
pele suína, amido, carne suína, proteína de soja, água (3,49%), sal, miúdos suínos (pode
conter fígado, língua, rim e/ou coração), açúcar, pele de ave (frango e/ou galinha e/ou
peru), alho, aromatizantes: aromas naturais de carne, pimenta preta, capsicum, noz
moscada e aromas idênticos aos naturais de alho, canela, cardamomo e coentro,
estabilizantes: tripolifosfato de sódio e pirofosfato dissódico, realçador de sabor:
glutamato monossódico, antioxidante: isoascorbato de sódio, corante: carmim de
cochonilha, conservador: nitrito de sódio.
C Carne mecanicamente separada de aves carne de aves, água (10%), pele de aves, fígado de
aves, amido, proteína de soja (3,67%), regulador de acidez: lactato de sódio, sal, açúcar,
soro de leite, estabilizantes (tripolifosfato de sódio e pirofosfato ácido de sódio),
antioxidante: eritorbato de sódio, conservante: nitrito de sódio, especiarias naturais
(cebola, coentro, pimenta vermelha e alho), corante: carmim de cochonilha, aromas
naturais (fumaça, pimenta vermelha, noz moscada, alho, cravo e canela) e dióxido de
silício.
2021 Gepra Editora Barros et al.
D Carne mecanicamente separada de aves (frango), água (8,0%), carne de frango, pele de
frango, amido (4,9%), gordura suína, proteína de soja (Agrobacterium tumefaciens) (3,9%),
carne mecanicamente separada de suíno, miúdo de suíno coração, sal, dextrose, açúcar,
alho, regulador de acidez: lactato de sódio, estabilizantes tripolifosfato de sódio e
pirofosfato ácido de sódio antioxidante eritorbato de sódio, conservadores nitrito de sódio
e nitrato de sódio, aromatizantes (pimenta, cardamomo, coentro, noz moscada e sálvia) e
acidulante ácido cítrico.
E Carne mecanicamente separada de frango, carne de frango água (9%), pele de frango,
303
fécula de mandioca (5%), gordura suína, proteína de soja (Agrobacterium tumefaciens e
Bacillus thuringiensis) (3%), sal, miúdos de frango (fígado), proteína de colágeno bovina,
açúcar, especiarias (alho em pó, cebola em pó, coentro em pó, pimenta branca em pó),
aromatizantes (coentro, alho, pimenta vermelha, pimenta preta, cardamomo e páprica),
regulador de acidez lactato de sódio (INS 325), estabilizante tripolifosfato de sódio (INS
451), antioxidante eritorbato de sódio (INS 316), realçador de sabor glutamato
monossódico (INS 621), conservantes nitrito de sódio (INS 250) e inosinato de dissódico
(INS 631) e guanilato dissódico (INS 627).
F Carne mecanicamente separada de ave (frango), carne de frango, pele de frango, água
(10,34%), fécula de mandioca, proteína de soja (3,44%), cloreto de sódio (sal), açúcar,
especiarias: noz moscada e pimenta calabresa, regulador de acidez: lactato de sódio,
estabilizantes: tripolifosfato de sódio e pirofosfato tetrassódico, antioxidante: eritorbato
de sódio, conservante: nitrito de sódio e aromas naturais: alho, fumaça, pimenta preta, noz
moscada e coentro.
funções dos principais ingredientes utilizados na elaboração das mortadelas, com exceção
dos aditivos (pois já têm suas funções especificadas).
A gordura é utilizada para conferir melhor sabor, textura, maciez, estabilidade e
suculência ao produto (RESOSEMITO et al., 2021). O sal é utilizado para solubilizar as
proteínas miofibrilares, que são intrínsecas da carne e auxiliam na formação da emulsão
e aumenta a capacidade de retenção de água (CRA), o que implica em maior rendimento
do produto, além de contribuir para melhorar o sabor e textura (SILVESTRE et al., 2015).
A fécula de mandioca ou amido, junto com a água, são utilizados para formar uma
consistência gelatinosa, o que promoverá um produto com emulsão mais homogênea e
melhor a CRA (FELISBERTO et al., 2015). A proteína de soja promove uma melhorar
304
textura, maciez, sabor, aumento da CRA e emulsificação da gordura e é utilizada, em
produtos cárneos, com a finalidade de substituir ou complementar as proteínas da carne,
reduzindo os custos de produção (OLIVEIRA, 2020). Já os condimentos, têm o potencial
de melhorar ou ressaltar as características sensoriais dos produtos, como também podem
auxiliar na preservação dos mesmos (COSTA et al., 2021).
Tabela 2. Presença dos principais aditivos que contêm sódio nas 6 marcas de mortadelas avaliadas.
Nome do aditivo Função do aditivo Presença por Marcas
aditivos, contendo este mineral, são utilizados na indústria de alimentos para conferir
características particulares, bem como aumentar a vida de prateleira dos produtos.
Foram identificados 11 aditivos, que contêm sódio em sua composição, na lista de
ingredientes das marcas de mortadelas avaliadas. Todas as marcas apresentaram pelo
menos 3 aditivos que contêm sódio na sua formulação. Conforme relatado por Souza et
al. (2020), o sódio é um mineral que está associado diretamente com incidência de
hipertensão arterial, o que o torna um problema de saúde pública.
As 6 marcas continham a presença do lactato de sódio, tripolifosfato de sódio e
nitrito de sódio. Estes são ingredientes essenciais em produtos emulsionados como a
mortadela, pois atuam na manutenção da estabilidade da emulsão e conservando o
305
produto. Dentre os conservantes utilizados, o nitrato de sódio foi encontrado apenas na
marca D. Já a mortadela da marca E tinha a presença dos conservantes inosinato de
dissódico e guanilato dissódico.
Oliveira et al. (2021), ao avaliar o teor de sódio declarado na rotulagem nutricional
de embutidos emulsionados, como salsichas e mortadelas, verificaram a maior frequência
dos aditivos nitrito de sódio, o eritorbato de sódio e o glutamato monossódico na lista de
ingredientes destes produtos.
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
Porção de 40 g
A B C D E F
88 kcal = 117 kcal = 95 kcal = 74 kcal = 94 kcal = 109 kcal =
Valor energético 370 kJ 491 kJ 397 kJ 312 kJ 390 kJ 452 kJ
Carboidratos 2,7 g 3,2 g 2,0 g 2,4 g 2,8 g 2,0 g
Proteínas 4,8 g 4,9 g 4,8 g 5,6 g 5,1 g 5,0 g
Gorduras totais 6,4 g 9,4 g 8,0 g 4,7 g 6,9 g 9,0 g
Gorduras
2g 3,2 g 1,6 g 1,2 g 2,1 g 4,0 g
saturadas
Gorduras trans 0g 0g 0g 0g 0g 0g
Fibra Alimentar 0g 0,6 g -- 0g 0g 0g
Sódio 562 mg 540 mg 375, 2 mg 402 mg 522 mg 210 mg
2021 Gepra Editora Barros et al.
Foram avaliados 15 itens nas 6 marcas de mortadelas. Das marcas avaliadas, apenas
as marcas A, B e F encontram-se dentro dos padrões exigidos pela legislação brasileira
2021 Gepra Editora Barros et al.
vigente. As 6 marcas apresentaram 1 item que não se aplica, que foi com relação a
presença de lactose (item 15 do Quadro 1), estando de acordo com o estabelecido na
legislação.
As marcas C, D e E apresentaram não conformidades em seus rótulos. As marcas
C e D apresentaram a mesma falha, que foi com relação a denominação de venda do
produto que não estava de acordo com o que a legislação exige (item 1 do quadro 1). No
caso, as mortadelas eram de carne de ave e não estavam denominadas da forma correta.
A marca E apresentou-se não conforme com relação à lista de ingredientes (item 7
do quadro 1), onde não apresentou a expressão “ingredientes:” ou “ingr.:” antes de listar
os mesmos.
307
Santos et al. (2020), ao avaliar os rótulos de produtos de origem animal,
encontraram resultado similar ao obtido no presente estudo, onde das quatros marcas de
mortadelas avaliadas, duas delas apresentaram não conformidades quanto a denominação
de venda do produto.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
Capítulo 27
RESUMO
INTRODUÇÃO
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Serviços de alimentação
Os hábitos alimentares dos brasileiros vêm apresentando mudanças com o
decorrer do tempo. Algumas justificativas são o aumento da população urbana, indicador
de aumento de carga horária de trabalho do cidadão brasileiro, do indicador de
2021 Gepra Editora Barros et al.
Também é importante que os manipuladores sejam treinados com as BPF para evitar
contaminações (SILVA, 2017).
MATERIAL E MÉTODOS
verificação abordou vários subitens, classificados como SIM (conforme) e NÃO (não
conforme), onde é atribuído pontuações em porcentagem conforme a quantidade de itens
analisados.
Posteriormente, com os dados coletados, estes foram examinados e calculados no
programa Microsoft Office Excel 2013, apresentados em percentagem em cada item
analisado. Para a avaliação geral foi utilizada a classificação do estabelecimento descrito
na RDC nº 275 (BRASIL, 2002), em que GRUPO 1 (76 A 100% de atendimento dos
itens), GRUPO 2 (51 a 75% de atendimento dos itens) e GRUPO 3 (0 a 50% de
atendimento dos itens).
314
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 1. Quantificação dos itens conformes e não conformes em cada um dos módulos observados.
120
100
100
80,95 78,78
80
67,53
57,14
60
42,85
40 32,46
19,04 21,21
20
0
0
Edificações e Equipamentos, Manipuladores Produção e Documentação
Instalações Móveis e Transporte do
utensílios alimento
% Itens conformes % Itens não conformes
Edificações e instalações
Neste módulo, pode-se verificar que obteve 67,53% de não conformidade. Isto se
deve ao fato de que, primeiramente, o estabelecimento localiza-se no centro da cidade de
Pombal-PB, com imenso trafego, acumulando sujeira e fumaça para área externa do local,
onde entra em contato com os consumidores e o próprio alimento.
Na área interna observou objetos em desuso, o teto e piso foram encontrados com
inadequado estado de conservação, não lisos, irresistentes e impermeáveis, sem sistema
de drenagem, ralos sifonadas e grelhas, com acúmulo de resíduo, trincas, rachaduras e
descascamento, ausência de ângulos abaulados entre teto e parede e parede e piso, portas
em condições inapropriadas com falhas de revestimento, sem fechamento automático,
janelas sem proteção contra insetos, pragas e vetores, instalações sanitárias e vestiários
localizados na mesma área de produção e não independentes para cada sexo, contato
2021 Gepra Editora Barros et al.
Manipuladores
Quanto a esse módulo, apresentou o maior índice de conformidade, onde notou-
se que os manipuladores, realizam a higienização das mãos, principalmente após qualquer
interrupção e depois do uso de sanitários, também obtém de cartazes de orientação correta
da higienização das mãos, funcionários com uniformes de cor clara, limpos e adequado
estado de conservação, além da presença de asseio pessoal, ou seja, cabelos presos e
protegidos por redes, toucas ou outros acessórios apropriados para esse fim, sem o uso de
barba, unhas curtas e sem esmalte ou base, conforme recomenda a RDC Nº 216/2004.
Entretanto, apesar de apresentar maior índice de conformidade nos resultados,
obteve 57,14% de inconformidades, onde observou ausência da existência de supervisão
316
quanto ao estado de saúde dos manipuladores e de exames realizados, inexistência de
manipuladores qualificados e supervisores aptos comprovadamente a monitorar e treinar
para o serviço de BPF, assim como, de treinamentos de capacitação.
Na pesquisa de Mota et al (2019), no grupo de manipuladores o índice de não
conformidade foi de 60% e conformidade 40%, dados semelhantes deste estudo. No
estudo de Vieira et al (2020), em um Supermercado da cidade de Patos-PB, antes do
treinamento dos manipuladores obteve 71,43% de não conformidade, após o treinamento
dos mesmos, este índice reduziu para 21,43%.
Logo, é possível verificar que a qualificação dos manipuladores colabora para
aperfeiçoar os procedimentos durante a manipulação. Diante do exposto, os
manipuladores de alimentos devem ser supervisionados e capacitados periodicamente em
higiene pessoal, em manipulação higiênica dos alimentos e em DTAs. A capacitação deve
ser comprovada mediante documentação (BRASIL, 2004).
Documentação
Verificou-se, quanto a esse módulo, o índice de maior carência de conformidade
com 100%, pois o estabelecimento não disponibilizava do Manual de Boas Práticas
(MPF) e Procedimentos Operacionais Padronizados (POP), como também, de um
responsável capacitado para gerenciar estes documentos. No estudo realizado por Mota
et al (2019), obteve-se 100% de não conformidade neste módulo, porcentagem idêntica
comparando-se com esta pesquisa.
317
No entanto, os serviços de alimentação devem dispor de MPF e POP. Esses
documentos devem estar acessíveis aos funcionários envolvidos e disponíveis à
autoridade sanitária, quando requerido (BRASIL, 2004). É importante mencionar que
com a documentação, em concordância com a legislação, facilita o controle e a prática
das atividades, demostra que o estabelecimento é rigoroso e preocupado em efetuar as
tarefas e a segurança do consumidor, orienta sobre prováveis duvidas e impede multas
resultantes da fiscalização sanitária.
Classificação do estabelecimento
De forma geral, dos 162 itens verificados, 42 foram considerados conformes e 120
não conformes. Dessa forma, a pizzaria satisfez 26% de conformidade, como exposto na
(Figura 2), entretanto, 74% de não conformidade sendo classificado no GRUPO III, que
varia de 0 a 50% dos itens avaliados, segundo a RDC Nº 275/2002.
26%
% Itens conformes
74% % Itens não conformes
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
MOTA, M. L. S.; MOTA, M. P. S.; MORI, E.; Avaliação das boas práticas em um
supermercado do Cariri Cearense. Rev. e-ciência. v.7, n.2, p. 17-22, 2019.
VIEIRA, F. J. A.; PEREIRA, M. S.; SANTOS, E. N.; SOUSA, C. P.; DINIZ, K. M.; A
importância da implantação das boas práticas de manipulação em um supermercado no
Município de Patos-PB. Revista Brasileira de Gestão Ambiental, Pombal-PB v. 14, n.1,
p. 49-53, 2020.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 28
RESUMO
O Vale do São Francisco possui imenso potencial produtivo apesar de sua localização no
bioma Caatinga, considerado o mais seco do Brasil. A irrigação é parte fundamental no
manejo das culturas na região e tem papel importante no potencial produtivo e na
viabilidade dos projetos agrícolas. Nesse sentido, objetivou-se analisar a viabilidade de
dois projetos distintos de irrigação através de 3 (três) componentes de custos
(implantação, equipamento e operação) e 1 (um) componente operacional (flexibilidade).
Os componentes foram avaliados através de coleta de dados e tratados utilizando uma
planilha eletrônica. Após o tratamento dos dados, o estudo detalhado indicou uma relação
importante entre automação e retorno do investimento a longo prazo, já que impactou
diretamente nos custos de operação a curto e médio prazo.
INTRODUÇÃO
Em todo o mundo, mais de 324 milhões de hectares foram equipados com irrigação
até o ano 2012, dos quais cerca de 275 milhões de ha foram efetivamente irrigados (FAO,
2016). A irrigação localizada e por aspersão foi responsável por apenas cerca de 14%
desta área, sendo a área restante sistematizada para métodos de irrigação de superfície
(FAO, 2016), que incluem irrigação por sulco, faixas ou inundação.
A agricultura familiar é a base da produção agrícola nos países em
desenvolvimento. Pelo menos 90% das fazendas no mundo são fazendas familiares,
ocupando entre 50% (GRAEUB et al., 2016) e 75% (LOWDER et al., 2016) das terras
2021 Gepra Editora Barros et al.
agrícolas do mundo. O número dessas fazendas que tem irrigação ainda não foi
contabilizado, mas é bem sabido que a irrigação melhora a subsistência familiar e o bem-
estar dos pequenos proprietários (ARAUJO et al., 2019).
Os projetos públicos de irrigação brasileiros (esquemas financiados pelo governo)
concentrados no semi-árido nordestino, ocupam 219000 ha de um total de 7 milhões de
ha, e atendem a um grande número de pequenos produtores em uma das regiões mais
pobres do Brasil (AYRIMORAES, 2020).
O nordeste brasileiro sempre foi conhecido pelos seus baixos níveis pluviométricos,
desafiadores ao cultivo agrícola. O manejo racional da água permitiu que áreas antes
consideradas improdutivas passassem a suportar sistemas de produções robustos e
322
rentáveis. As cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) formam um polo com mais seis
munícipios que atraem investidores e migrantes, apresentando crescimento populacional
acima da média nacional (3,2% contra 2,5%) (CORREIA et al., 2001).
Conhecido por ter sediado diversos projetos pioneiros de irrigação, o polo
Petrolina-Juazeiro configurou-se como um dos maiores perímetros públicos irrigados do
Brasil (BUSTAMANTE, 2009). Rocha Neto (1999) definiu que as principais vantagens
competitivas do polo anteriormente citado são: disponibilidade de água e terra, mão de
obra barata, condições climáticas favoráveis (alta insolação e baixa umidade),
disponibilidade de recursos federais (Finep, CNPq, Embrapa) e como destaque,
disponibilidade de infraestrutura para irrigação.
A irrigação é o principal instrumento utilizado pelo polo para vencer as
complexidades da produção agrícola na região. Correia et. al (2001) admite que este
instrumento estimula a modernização da agricultura, permite a instalação de
agroindústrias e o fomento do associativismo, transformando uma região de potencial em
uma região de fato produtora.
Sobel (2013) destaca que por se tratar de um suplemento tecnológico de alto custo
e capaz de proporcionar incrementos significativos, a correta utilização deve ser um dos
objetivos principais, isto porque o mau uso da irrigação acarreta elevação nos custos de
produção e custos sociais, caracterizados à medida que contribui para uma maior escassez
de água. Segundo Testezlaf (2017) para uma tomada de decisão coerente, os seguintes
critérios devem ser levados em consideração na seleção de um sistema de irrigação:
potencial hídrico, localização da fonte d’agua, qualidade da água, custo da água,
topografia, solo, clima, cultura e seus aspectos econômicos e por último, custos do
projeto.
Nos últimos anos, na agricultura irrigada, tem sido observado um avanço da
automação dos sistemas. Atualmente, entende-se por automação qualquer sistema,
apoiado em processadores, que substitua o trabalho humano e que vise soluções rápidas
e econômicas, a fim de alcançar os complexos objetivos das indústrias, da agricultura e
serviços. A automação implica na implantação de sistemas interligados e assistidos por
redes de comunicação, compreendendo Sistemas Supervisórios e Interfaces Homem-
Máquina (IHM), que possam auxiliar os operadores no exercício de supervisão e análise
dos problemas que porventura venham a ocorrer. Nos diversos setores produtivos, a
automação decorre de necessidades, tais como: maiores níveis de qualidade de
conformação e de flexibilidade, menores custos de operação, menores perdas de materiais
2021 Gepra Editora Barros et al.
e menores custos de capital, maior controle das informações relativas ao processo, maior
qualidade das informações e melhor planejamento e controle da produção (ALENCAR et
al., 2007; MORAES; CASTRUCCI, 2001).
O objetivo deste trabalho foi relacionar opções de projetos de irrigação para
diferentes culturas, permitindo flexibilidade na utilização de um lote agrícola, destacando
aspectos técnicos e financeiros para a implantação da tecnologia.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado em uma propriedade rural localizada na cidade de Petrolina
323
- PE, a 23km da sede do município. Petrolina localiza-se a uma latitude de 09º 23’ 55’’
Sul e uma longitude de 40º 30’ 03’’ oeste, com altitude de 376m. O lote agrícola hoje faz
parte do projeto Senador Nilo Coelho e possui trinta e quatro hectares agricultáveis, com
planejamento delineado para foco na produção de manga.
Os dados de duas opções de projetos de irrigação foram coletados junto ao gerente
técnico do lote, sendo que os levantamentos técnicos e financeiros foram realizados no
primeiro trimestre de 2019. Além disso, foram utilizados os dados de preço e
produtividade média fornecidos pela EMBRAPA Semiárido. Foram considerados 3 (três)
componentes de custos (implantação, equipamento e operação) e 1 (um) componente
operacional (flexibilidade).
Gouveia et al. (2006) define que os cálculos dos custos de produção e de indicadores
econômicos permitem ao produtor estabelecer prioridades, identificar a possibilidade de
novos investimentos e avaliar a viabilidade do negócio. Os 3 (três) componentes
econômicos foram avaliados e cotados no mercado regional, durante o primeiro trimestre.
Os custos com implantação envolveram o preparo do lote, adequações de infraestrutura e
outorga do recurso hídrico. Já os custos com equipamento envolveram todos os
equipamentos necessários para implantação e comissionamento do sistema. Os custos de
operação se referem aos materiais e recursos necessários para a utilização do sistema
durante o manejo das culturas.
O componente operacional (flexibilidade) foi avaliado em três níveis: alto,
moderado e baixo, definido por 3 aspectos: capacidade, métodos e sistemas.
Os componentes foram avaliados através de coleta de dados e tratados utilizando
uma planilha eletrônica (Tabela 1), responsável por calcular os indicadores. Essa planilha
foi a mesma utilizada para detalhamento de todos os estudos dos componentes de custos
e do componente operacional.
Tabela 1. Análise de dados dos projetos
Partes do projeto A - mínima automação B - automação Diferença (%)
Filtragem / Fertirrigação / Acessórios R$ 30480,00 R$ 53480,00 75,5
Registros / Válvulas/ Acessórios R$ 2580,00 R$ 13900,00 438,8
Emissores / Tubulação / Conectores R$ 52205,00 R$ 52205,00 0
Custo mão de obra mensal R$ 6910,00 R$ 2270,00 -66,7
Total R$ 218135,00 R$ 252455,00 15,7
2021 Gepra Editora Barros et al.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As duas opções de projeto atendem a necessidade da cultura planejada (manga) pelo
produtor em sua área de 34 hectares. Como o lote agrícola é localizado no Vale do São
Francisco, que possui um baixo regime de chuvas e altas temperaturas, a demanda hídrica 324
da cultura é considerável e fundamental para o desenvolvimento dela, tornando o sistema
de irrigação algo crítico ao desenvolvimento do negócio.
O primeiro projeto, chamado de “A – mínima automação”, foi dimensionado e
cotado em três empresas da região, atingindo os seguintes valores médios, conforme a
Tabela 2. Os valores totais para os itens 1, 2, 3, 4, 5 e 6 foram R$ 52205,00, R$ 75942,92,
R$ 30480,00, R$ 46727,00, R$ 2580,00 e R$ 10200,00, respectivamente.
CONCLUSÕES
Dessa forma, é clara a vantagem competitiva do sistema que possui maior
automação pois este permite uma maior flexibilidade na condução da cultura, diminui os
2021 Gepra Editora Barros et al.
custos com mão de obra a longo prazo (consideráveis, mediante sua grandeza na
composição do custo de produção) e diminui os riscos com causas trabalhistas, interação
com colaboradores e riscos de exposição.
Sugere-se, nesse sentido, em estudos futuros, avaliar a relação entre investimento
em automação com o desempenho produtivo da cultura e o impacto dele na operação a
médio e longo prazo, considerando uma menor equipe, porém, com maior conhecimento
técnico.
REFERÊNCIAS
329
ARAUJO, D. F.; COSTA, R. N.; MATEOS, L. Pros and cons of furrow irrigation on
smallholdings in northeast Brazil. Agricultural Water Management, v. 221, p. 25-33,
2019.
FAO, 2016. AQUASTAT. Food and Agriculture Organization of the United Nations
(FAO) Accessed on 15 February 2020. http://www.fao.org/nr/water/aquastat/main/index.
GRAEUB, B. E.; Chappell, M. J.; Wittman, H.; Ledermann, S.; Kerr, R. B.; Gemmill-
Herrena, B. The state of family farms in the world. World development, v. 87, p. 1-15,
2016.
2021 Gepra Editora Barros et al.
LOWDER, S. K.; SKOET, J.; RANEY, T. The number, size, and distribution of farms,
smallholder farms, and family farms worldwide. World Development, v. 87, p. 16-29,
2016.
Capítulo 29
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
armazenamento de água no caule, ou nas raízes, entre outras adaptações (MAIA, 2012).
Com a predominância de arbustos e árvores, que em sua maioria são decíduos no período
seco. Outra característica marcante desse tipo de vegetação é que são providas de
espinhos e/ou acúleos. Ainda podemos encontrar na região, as cactáceas, bromeliáceas e
uma gama enorme de espécies herbáceas (EMBRAPA, 2011).
O bioma possui várias fitofisionomias, cuja distribuição é determinada em grande
parte pelo clima, topografia, geologia e resultam em diferentes ambientes ecológicos
(RODAL et al., 2008). A Pityrocarpa moniliformis ocorre em grande extensão no bioma
Caatinga. Este é um domínio brasileiro que representa 17% das florestas secas tropicais
do mundo (BEUCHLE et al., 2015). O bioma cobre cerca de 70% da região semiárida do
Nordeste do Brasil e engloba os Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraíba,
Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e a região norte de Minas Gerais (LEAL et al., 2003). 333
A Pityrocarpa moniliformis é uma espécie pioneira, de crescimento rápida e,
portanto, é de grande importância para a região semiárida do Nordeste do Brasil, devido
seu potencial forragicultor e na extração de taninos, além disso, pesquisas recentes
indicam qualidade na medicina popular e seu alto grau de produção de mel, essa
característica tem um grande valor ecológico pois atrai vários insetos como vespas,
moscas e principalmente abelhas, podemos citar o exemplo da Apis melífera, que é uma
espécie em extinção (NASCIMENTO; DANTAS, 2018; SILVA et al., 2015). Outra
característica de importância para a espécie é a madeira de qualidade, pesada e utilizada
frequentemente na construção civil, em projetos de carpintaria, também é utilizado para
o desenvolvimento de cabos para ferramentas além de ser usadas como lenha e carvão
vegetal (PEREIRA et al., 2015).
Nos ramos da espécie foram encontrados nutrientes importantes a exemplo de
proteína bruta (19,14%), fósforo (0,16%), cálcio (0,10%), entre outros, fazendo que tenha
uma grande importância nutricional na dieta dos animais. Outra característica importante
da espécie para o meio ambiente é que sua flor produz bastante quantidade de néctar, o
que influencia positivamente o desenvolvimento de abelhas (NASCIMENTO et. al,
2008).
O fruto é uma vagem que pode medir até 13 cm, de cor amarronzada e suas sementes
são brancas, ovais e compridas (MAIA, 2012). São do tipo deiscente em formato
monilfome, a sua dispersão é do tipo autocórica por gravidade, podendo também haver
dispersão secundária por meio dos animais (FERREIRA, 2009).
As folhas da espécie são bipinadas, com característica nectária na forma de disco
ou cratera, com comprimento maior que a largura, folíolos acrescentes para o ápice da
folha, com folíolos basais menores (NASCIMENTO; DANTAS, 2018).
As sementes são consideradas ortodoxas com a morfologia ovóide, sua cor
predominante quando madura é castanho-claro, com as extremidades e a parte central de
cor cinza, o pleurograma é visível de ambos os lados sendo do tipo fechado (AZERÊDO,
2009). As sementes coletadas da catanduva têm uma vida útil longa de qualidade se
acondicionada de uma forma adequada.
O período de floração ocorre principalmente durante os meses de dezembro a abril,
entre a transição do período seco para o período chuvoso, com picos entre fevereiro e
abril, em seguida, nos meses de setembro e outubro, começa a sua frutificação (MAIA-
SILVA et al., 2012). Possui alto teor de produção de grãos de pólen e suas flores são do
tipo hermafrodita em mais de 70% da árvore, o restante são flores do tipo estaminada
(FERREIRA, 2009).
As espécies nativas da região Nordeste do Brasil, são espécies que em sua grande
maioria possuem potencial apícola, as flores da espécie P. moniliformis são apreciadas
pelas abelhas, que fornecem o mel de excelente qualidade (SILVA et al., 2004). Em sua
2021 Gepra Editora Barros et al.
No trabalho de Silva et al. (2017) após testar ácido sulfúrico por 20 min, ele se
mostrou mais eficaz do que utilizando-se Hipoclorito de sódio por 6; 12; e 24h. Sendo
confirmado em outro trabalho de mesma autoria Silva (2019) e eficácia do ácido sulfúrico
em tempos superiores a 20 min.
Dos oito trabalhos que apenas citaram o tipo de superação de dormência utilizado,
dois tratava-se de estresse salino, dois de fatores abióticos, um de estresse hídrico, um de
seleção de matrizes, um de condutividade elétrica e um de efeito do substrato (TABELA
2).
Dentre estes oitos trabalhos, quatro citaram seguir a indicação dada por Benedito
(2010), apenas um seguiu a indicação de Azeredo (2016) e os demais não citaram a sua
referência. Não foi apresentado o motivo do método mais utilizado ser a água a 100°C,
mas acredita-se que a escolha é dada pelo fácil manuseio, bem como, ser um produto de
fácil acessibilidade, enquanto, o ácido sulfúrico é um produto de maior valor, que
demanda cuidado em sua utilização, por ser um produto tóxico, e a escarificação manual
das sementes é um método que exige um tempo maior, visto que é necessário realizar o
desponte ou lixar apenas uma semente por vez.
336
Foi realizada a análise de número de publicações em relação aos anos (Figura 1), e
pode-se perceber que não houve um padrão de crescimento nos trabalhos sobre P.
moniliformis.
Figura 19 – Número de artigos sobre sementes de P. moniliformis em relação aos anos de 2008 a
2021.
4
Número de artigos
Período
Entre os 13 anos de pesquisa, os anos de 2011, 2012, 2013, 2020 foram ausentes de
publicações, o ano de 2021 até os dias de hoje também não foi um ano com trabalhos
relacionados a sementes de P. moniliformis. Já o ano de 2017 foi o ano de maior
positividade, tendo ele um total de 3 publicações. Deste modo, é possível perceber que as
sementes de P. moniliformis é uma espécie de grande potencial econômico, mas que
necessita de mais estudos com enfoque em qualidade e melhoramento.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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SANO, E.; ACHARD, F. Land cover changes in the Brazilian Cerrado and Caatinga
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2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 30
RESUMO
INTRODUÇÃO
demorou muito para que surgisse o primeiro caso na América Latina, que foi confirmado
em São Paulo em 26 de fevereiro de 2020, mediante importação do vírus do norte da
Itália, comprovada pela análise genética do vírus (CANDIDO, 2020).
Um episódio levou ao questionamento sobre se o coronavírus pode ser transmitido
por meio de embalagens de alimentos, onde traços deste vírus foram encontrados em
embalagens de um lote de frango na China, exportado pelo Brasil, o maior produtor
mundial. Segundo a prefeitura da cidade chinesa de Shenzhen, o vírus foi detectado em
um controle de rotina e o lote pertencia ao frigorífico Aurora, de Santa Catarina. Esse
caso foi noticiado em uma das reportagens na BBC News, departamento dentro da British
Broadcasting Corporation responsável pela área de jornalismo e notícias da corporação
(BBC NEWS BRASIL, 2020).
Percebeu-se que a propagação do vírus além de estar representando uma grande 342
ameaça para a saúde global, também vem interrompendo as atividades diárias da
população, devido à necessidade de distanciamento social aconselhada pela OMS, a fim
de retardar a disseminação da doença (OLIVEIRA; ABRANCHES; LANA, 2020).
Conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), OMS e entidades
internacionais de controle sanitário de alimentos indicam que não existe transmissão da
Covid-19 por meio dos alimentos e, portanto, ela não é considerada uma Doença
Transmitida por Alimentos (DTA). Entretanto, mesmo que os alimentos não sejam
considerados prováveis veículos de transmissão do vírus, considera-se fundamental o
atendimento às Boas Práticas de Fabricação (BPF) e da manipulação de alimentos nesse
momento, de forma a continuar a garantir a entrega de alimentos seguros à população
brasileira (BRASIL, 2020). Não só os alimentos como também as embalagens devem
obter uma maior atenção na higiene dos mesmos.
Segundo uma pesquisa realizada pela Xian Penge, a disseminação de uma doença
infecta rapidamente comunidades de diversos países por meio de espirro, tosse, inalação
de gotículas ou por contato indireto a mucosas orais, nasais e oculares, pelo contato
próximo com um indivíduo infectado ou por contágio indireto, ou seja, por meio de
superfícies e objetos contaminados, principalmente pela tosse e espirro de pessoas
infectadas. No entanto, pesquisas da OMS demostraram que o coronavírus pode persistir
por poucas horas ou vários dias, dependendo do tipo de superfície, temperatura e umidade
do ambiente (PENG, 2020).
Na preparação de alimentos, uma das estratégias principais para evitar a exposição
e redobrar os cuidados com a higiene da comida, do ambiente e da higiene pessoal,
individualmente a lavação frequente das mãos. Tal qual pela higienização ou desinfecção
das superfícies e pelo uso de ação de detergentes, sabões e desinfetantes são os cuidados
básicos na manipulação de alimentos também devem ser levados em consideração, pois
previnem, além do novo coronavírus, uma série de outras doenças (BRASIL, 2020).
Nesse contexto a importância do cuidado na produção dos alimentos é recomendo
que as boas práticas na manipulação sejam apenas reforçadas, pois já são procedimentos
adotados para que haja controle higiênico durante a produção dos alimentos, garantindo
que eles cheguem seguros até o consumidor. A RDC 216 é uma resolução sanitária da
ANVISA e objetiva ponderar quais são os cuidados a serem mantidos durante a
manipulação para garantir que aos alimentos, sem qualquer tipo de contaminação, possa
colocar em risco a saúde dos consumidores evitando a disseminação do vírus. Para
garantir a prevenção é necessário fazer maiores exigências nas práticas de higiene
adotadas, por meio da supervisão e do treinamento, reforçando a importância do curso de
boas práticas de manipulação de alimentos, exigido na RDC 216 (BRASIL, 2004).
A reflexão acerca da manutenção da saúde é essencial neste período de pandemia,
como o fortalecimento do sistema imunológico, além da necessidade de aplicação de
2021 Gepra Editora Barros et al.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Gráfico 1- Quantas vezes no mês, as pessoas costumam ir a supermercados e/ou feiras. 345
Gráfico 3- Entrevistados que responderam o que fazem quando há uma grande quantidade de pessoas no
local
346
Os horários de pico nos supermercados são registrados nos aumentam entre 17h e
22h, quando os mercados costumavam ficar lotados de trabalhadores. Na parte da manhã,
das 9h às 11h, um pouco menor, mas foi registrado o dobro de clientes, se comparado ao
movimento de antes da pandemia. Das 11h às 13h, o movimento é mediano. Observações
como essas, são feitas a partir de uma ferramenta chamada de My Maps, Lançada em
2007, ajuda as pessoas a obter informações de localidades e dos horários de pico para que
os usuários saibam qual são os dias e horários mais movimentados para decidir a melhor
hora para sair de casa (MYMAPS, 2020).
Segundo Emanuel Goldman (2020) comprovou em laboratório, que o Sars-Cov-2
pode sobreviver por dias em superfícies sem vida, sobretudo em plástico. O autor cita
também que a chance de transmissão por meio de embalagens é muito pequena, e só existe
quando alguém infectado tosse ou espirra sobre a superfície (ou toca nela logo após
utilizar a mão para cobrir a tosse ou espirro). Mostrando assim, a importância da limpeza
nos produtos providos de feiras, mercados e lanchonetes. Esse foi um ponto importante
para analisar que 53,8% dos entrevistados passam álcool ou sabão, após chegar em casa
com a mercadoria. Ao mesmo tempo em que, 21,8% responderam que não, 19,9% às
vezes e 4,5% passa raramente (Gráfico 5).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Gráfico 5 - Entrevistados que passam álcool ou sabão na mercadoria, quando chegam em casa
Não só a mercadoria tem que ser lavada, como os legumes e as sacolas plásticas
devem se passar pelo mesmo processo de limpeza, para que não haja transferências do
vírus pela mercadoria. Segundo os resultados da nossa pesquisa mostraram que 64,1%
lavam, enquanto que 21,2%, 9% e 5,8% responderam que às vezes, não e raramente,
respectivamente, lavam os legumes antes de porem na geladeira (Gráfico 7).
Além disso, as sacolas de supermercados não são desinfectados, por 62,8% das
pessoas que responderam, outras responderam que ás vezes (10,3%) e raramente (8,3%).
Todavia, uma pequena parcela das pessoas (18,6%), responderam que sempre fizeram a
lavagem das sacolas (Gráfico 8).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Gráfico 9- Entrevistados que já foram a supermercados com sintomas parecidos com a Covid-19
O problema é que estudos da doença têm mostrado que o paciente com a doença já
pode transmitir a infecção mesmo alguns dias antes do aparecimento de sinais e sintomas
(SERVIÇOS, 2020).
O delivery se tornou ainda mais presente na vida dos brasileiros com o fechamento
de salões de restaurantes como medida preventiva para conter o avanço do novo vírus.
Diante disso, perguntamos o que as pessoas costumam fazer com as embalagens de
delivery em suas residências, as respostam foram que 69,9% removem o alimento da
sacola, das embalagens para a louça, descartar as embalagens e higienizar as mãos antes
de comer. 16% removem o alimento da sacola e da embalagem para a louça, em seguida
descartar as embalagem e higienizar as mãos antes de comer. 14,1% Passam álcool nas
mãos antes da refeição (Gráfico 10).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Gráfico 11- Entrevistados que buscaram pesquisar sobre a transmissão do Covid-19, por meio dos
alimentos.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
PENG, X.; XU, X.; LI, Y; CHENG, L.; ZHOU, X.; REN, B. Rotas de transmissão do
2019-nCoV e controles na prática odontológica. International Journal of Oral Science,
v. 12, n. 9, 2020.
SOUZA, C. T. V.; SANTANA, C. S.; GUIMARAES, A. C. F.; BISTENE, A. F.; PINTO, K. 351
D.; GOUVEA, M. I. F. S.; TEIXEIRA, M. L. B.; TEIXEIRA, J. L. Cuidar em tempos
da COVID-19 (novo coronavírus). Rio de Janeiro, 2020.
Capítulo 31
RESUMO
Dentre os derivados lácteos, o queijo “Minas frescal” se destaca por seus benefícios
nutricionais, sendo consumido por várias classes sociais. Entretanto, por ser feito de
forma artesanal, durante suas etapas de produção e armazenamento, o queijo pode ser
contaminado por microrganismos responsáveis por modificar suas características
sensoriais e físico-químicas, podendo até mesmo, oferecer riscos à saúde do consumidor.
Diante deste contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar a presença de fungos
filamentosos e leveduras, determinar os valores de atividade de água (Aw) e pH durante
a vida útil de queijos “Minas frescal”, provenientes de uma feira livre na região de Lavras
- Minas Gerais. Foram coletadas três unidades de queijo do mesmo lote e encaminhados,
imediatamente, ao Laboratório de Microbiologia de Alimentos, onde procedeu-se as
análises microbiológicas e físico-químicas. Foram realizadas análises nos tempos 24, 48
e 72 horas de fabricação. Os resultados demonstraram que a marca do queijo “Minas
frescal” comercializado, encontrava-se em condições higiênico sanitárias insatisfatórias
no tempo de 72 h, quando enumerados os fungos filamentosos. Os queijos apresentaram
contagens de fungos iguais a 1,0 x 101 UFC.g-1 (tempo 24 e 48 h) e 1,0 x 103 UFC.g-1 (72
h). O pH diminuiu durante a vida útil e a atividade de água (Aw) permaneceu alta durante
todos os tempos avaliados. Ressalta-se que durante a etapa de produção dos queijos, os
manipuladores devem ter as mãos higienizadas, e também, os utensílios, para dessa
forma, reduzir os riscos microbiológicos, evitando assim que seja comprometida a
qualidade final do produto.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Análises microbiológicas
Análises físico-químicas
RESULTADOS E DISCUSSÃO
24 1 x 101
48 1 x 101
72 1 x 103
2021 Gepra Editora Barros et al.
aos produtores rurais artesanais faz com que o produto seja comercializado em feiras, em
condições higiênico-sanitárias insatisfatórias.
Algumas falhas nas etapas de produção, desde a retirada do leite, podem interferir
na qualidade final do queijo. Durante a ordenha, a falta de higienização dos equipamentos,
utensílios e mãos de ordenhadores podem levar à contaminação do leite cru. Portanto, é
necessário a realização de um tratamento térmico, como a pasteurização, para eliminar os
microrganismos patogênicos presentes no leite (KLEINÜBING et al., 2021; LANGE,
2017; NETA et al., 2018). No entanto, esse procedimento também deve ser monitorado
para que não ocorra falhas no pasteurizador que possam resultar em uma pasteurização
ineficiente, que não seja capaz de eliminar todos os microrganismos.
357
Durante o processamento do queijo, também é necessário seguir as boas práticas de
fabricação e garantir uma correta higienização dos equipamentos e utensílios, como a lira,
utilizada no corte da coalhada, mesa, formas e facas, além de garantir uma correta
higienização das mãos dos colaboradores e a utilização de uma matéria-prima de
qualidade. O armazenamento também deve ser realizado de forma adequada, para manter
as características físico-químicas do produto (DE SOUZA et al., 2019).
Fungos filamentosos, leveduras entre outros microrganismos são contaminantes de
queijo. O processo de produção em si proporciona o desenvolvimento dos mesmos.
Portanto, deve haver um rigoroso controle, pois, altos níveis desses microrganismos são
indesejáveis em queijo “Minas frescal” (PINTO et al., 2011). Os fungos, ao serem usados
como indicadores, fornecem as condições de preparo dos alimentos, processamento e as
características de deterioração. Quando elevados em alimentos, reduzem sua vida útil.
Muitos queijos frescos, como exemplo o “Minas frescal” e a ricota, possuem atividade de
água e nutrientes em quantidades elevadas, estes favorecem o crescimento, também, da
microbiota acompanhante oportunista, prejudicando a integridade destes produtos.
Durante a etapa de produção do queijo Minas frescal, devem ser aplicadas as Boas Prática
de Fabricação, tendo como sugestão, a aplicação de um formulário check-list. (SANTOS,
2009).
Em relação às análises físico-químicas, os valores médios e desvios padrão de pH
e atividade de água da amostra de queijo Minas frescal avaliada após 24, 48 e 72 h de
fabricação estão apresentados na Tabela 2.
CONCLUSÕES
DE SOUSA, T. L.; VIEIRA, J. N.; DA SILVA, J. P.; DA SILVA, R. M.; DOS SANTOS,
P. A.; VIANA, L. F. Avaliação físico-química e microbiológica de queijo minas frescal
comercializado em feiras livres de goiás. Alimentos: Ciência, Tecnologia e Meio
Ambiente, v. 1, n. 5, p. 117-132, 2020.
GURGEL, D. Análise dos parâmetros físico químicos do leite cru produzido por
pequenos produtores da cidade de Mossoró e região. 2017. 50 p. Trabalho de
conclusão de curso (Graduação em Engenharia Química) - Universidade Federal Rural
do Semiárido, Mossoró, 2017.
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017. 964 p.
362
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 32
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao avaliar os valores obtidos para coliformes totais observa-se que estão de acordo
com o estabelecido pela IN 60/2019 (BRASIL, 2019) e Portaria 364/1997 (BRASIl,
1997). A presença de coliformes em queijos fabricados com leite pasteurizado pode estar
relacionado com falhas no processo de pasteurização ou recontaminação pós-
pasteurização nas etapas subsequentes do processo (SANTOS e HOFFMAN, 2010).
Outro fator que influência a contaminação microbiana em queijos são as más
condições higiênico-sanitárias do leite e as precárias condições da fabricação dos queijos,
condições que resultam na baixa qualidade microbiológica dos queijos brasileiros
(TESSER et al., 2016).
Battaglini et al., (2012) relataram resultados de contagem de coliformes totais em
queijo Muçarela foi de 3,7 x 105 UFC/g e em queijo parmesão, 5,1 x 104 UFC/g. De
acordo com Kousta et al. (2010), é importante destacar que as bactérias do grupo
coliformes quando presente em alimentos é um indicativo de manipulação incorreta e
falta da aplicação de procedimentos de boas práticas de fabricação, podendo ser
considerado um indicativo de contaminação de origem fecal, evidenciando assim risco à
saúde dos consumidores, pois podem estar associadas a microrganismos patogênicos
como E. coli, Salmonella e S. aureus.
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
Capítulo 33
RESUMO
O leite e seus derivados são alimentos de relevância na dieta de grande parte da população
e ressaltam a importância social e econômica desses produtos em nosso país. Objetivou-
se com o presente estudo, avaliação da qualidade microbiológica de uma amostra de leite
pasteurizado, leite condensado, bebida láctea e manteiga da terra, comercializados no
comercio varejista do sertão paraibano, aferindo assim, suas conformidades quanto as
legislações vigentes. Após a realização da coleta, as amostras foram transportadas
imediatamente em caixas isotérmicas para o Laboratório de Microbiologia de Alimentos
(LMA), do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) bloco anexo da Universidade Federal
de Campina Grande, campus de Pombal, onde foram analisadas quanto a presença dos
seguintes microrganismos: Coliformes à 35 e 45°C, Salmonella sp., Staphylococcus spp.
e Bolores e Fungos filamentosos. De acordo com os resultados obtidos, todas as amostras
analisadas encontram-se habitas para o consumo. Assim, Conclui-se desta forma, que a
não presença desses microrganismos em leite e derivados lácteos asseguram à saúde do
consumidor e consequentemente à saúde pública, garantindo a qualidade dos produtos
comercializados no sertão paraibano.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
AMOSTRAS
PARÂMETROS Leite Leite Bebida Manteiga
pasteurizado condensado Láctea da terra
Contagem de Bolores e
Fungos filamentosos - 3,5x100 6,8x100 -
-1
(UFC/g )
CONCLUSÕES
Conclui-se desta forma, que o leite pasteurizado, o leite condensado, a bebida láctea
e a manteiga da terra encontraram-se conforme as legislações vigentes, estando assim
habitas para o consumo e garantindo segurança à população do sertão paraibano. Ressalta-
se que a não presença desses microrganismos em leite e derivados lácteos asseguram à
saúde do consumidor e consequentemente à saúde pública, garantindo a qualidade dos
produtos comercializados no sertão paraibano.
REFERÊNCIAS
Capítulo 34
RESUMO
Para a fabricação adequada e segura do queijo, o leite deve ser pasteurizado com o
objetivo de eliminar os microrganismos patogênicos em atendimento a legislação vigente.
Assim, objetivou-se com o presente estudo, avaliação da qualidade físico-química de
amostras de diferentes tipos de queijos e um requeijão, comercializados no comercio
varejista do sertão paraibano, aferindo assim, suas conformidades quanto a legislação
vigente quanto aos parâmetros microbiológicos. Objetivou-se com o presente estudo,
avaliação da qualidade físico-química de amostras de diferentes tipos de queijos e um
requeijão, comercializados no comercio varejista do sertão paraibano, aferindo assim,
suas conformidades quanto a legislação vigente quanto aos parâmetros microbiológicos.
Foram analisadas quanto a presença dos seguintes microrganismos: Coliformes à 35 e
45°C, Salmonella sp. e Staphylococcus spp. Após analise dos resultados, contou-se que
todas as amostras analisadas estavam de acordo com as normas exigidas, com exceção do
queijo calho que apresetou-se inadequada para o consumo. Desta forma, pôde-se concluir
que o queijo coalho, apresentou contaminação para Salmonella sp. e Staphylococcus
coagulase positiva, uma vez que a presença desses microrganismos em derivados lácteos
pode apresentar risco para à saúde do consumidor e consequentemente à saúde pública,
visto que são frequentemente comercializados no sertão paraibano.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
2018) não estabelecem limites para este grupo de microrganismos, uma vez que a sua
presença no alimento não indica, necessariamente, contaminação fecal ou ocorrência de
patógenos (ALBERTI; NAVA, 2014).
Enquanto para coliformes a 45°C, todas as amostras analisadas encontraram-se
conforme as legislações vigentes, sendo que para os queijos coalho e manteiga a Instrução
Normativa nº 30, de 26 de junho de 2001 (BRASIL, 2001) estabelece limites máximos
de 5x103 e 1,0x103, respectivamente. A Portaria n° 837, de 18 de junho de 2018 da
ANVISA (BRASIL, 2018) para o queijo muçarela, estabelece limites de 5,0x10 2.
Enquanto para requeijão, a Portaria nº 359, de 04 de Setembro De 1997 (BRASIL, 1997)
estabelece limites de 1,0x102. O baixo número dessa população de microrganismos indica
382
baixo nível de contaminação fecal, o que pode ser atribuído à qualidade da matéria prima
ou às condições de processamento dos queijos e do requeijão.
Ainda com relação aos coliformes a 45°C, Bezerra et al. (2017) ao realizarem a
avaliação microbiológica de 20 mostras de queijo de coalho comercializado na feira livre
de Sousa – Paraíba, apresentaram em 7 (sete) das 20 (vinte) amostras apresentaram
valores acima do permitido a legislação com valores de 1,1x104.
Com relação a Salmonella sp. Todas as amostras encontraram-se em conformidade
com as legislações vigentes, coma ausência desse microrganismo, com exceção da
amostra de queijo coalho, onde detectou-se a presença de Salmonella.
A Salmonella mantém-se viável em queijos contaminados por um longo período de
tempo o que ressalta a importância do controle da qualidade microbiológica na produção
dos queijos, visto que a legislação brasileira estabelece a ausência desta bactéria em
alimentos (BRASIL, 2001).
A Salmonella é potencialmente capaz de provocar infecção alimentar, e a presença
desse microrganismo no queijo torna o produto impróprio para consumo. A contaminação
com a Salmonella pode estar relacionada a diferentes fontes, porém, a pasteurização é
capaz de eliminá-la, o que pode justificar que a única amostra positiva para esta bactéria
apresentou um tratamento térmico ineficaz (SOUSA et al., 2014). Mesmo essa sendo a
única amostra constando presença de Salmonella, isso pode representar risco à saúde da
população, uma vez que o queijo de coalho é um alimento típico regional e facilmente
acessível às diversas classes sociais.
Por fim, o último parâmetro analisado foi o de Staphylococcus coagulase positiva,
onde todas as amostras apresentaram desenvolvimento para esse grupo de
microrganismos, todavia, todas as amostras encontraram-se em conformidades com as
legislações vigentes, com exceção da amostra de queijo coalho (3,1x104), onde o máximo
permitido é de 5x103 (BRASIL, 2001). Como bactérias deste gênero fazem parte da
microbiota natural da pele humana é possível que tenha ocorrido a contaminação devido
à ineficácia na higienização dos manipuladores, principalmente quando não se utilizam
equipamentos de proteção e formas de assepsia adequadas. Vale ressaltar que o
microrganismo Staphylococcus coagulase positiva é um patógeno responsável por
intoxicações que resultam da ingestão de alimentos contaminados por enterotoxinas
termoestáveis e pré-formadas.
Ainda com relação a Staphylococcus, 13 amostras de queijo coalho analisadas por
Bezerra et al. (2017) apresentaram-se não conformes perante a legislação vigente
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
Capítulo 35
RESUMO
A palma compreende as plantas de diversas espécies dos gêneros Opuntia e Nopalea,
ambas da família Cactácea, são plantas suculentas, com folhas muito reduzidas em forma
de pequenos apêndices e muito caducas. Elas não têm caule e sim pseudocaule em forma
de raquetes, as quais variam de forma e apresentam, quando sadias, coloração sempre
verde (SCHULTZ, 1943). Por ser resistente a longos períodos de seca torna-se viável a
produção em zonas áridas, no Brasil sua área cultivada chega a 96.900 ha (IBGE 2017),
no entanto, a totalidade dessa produção é destinada para forragem animal, durante o
período de seca. O presente trabalhou objetou avaliar sensorialmente e comercialmente a
receita elaborada com o fruto da palma (Opuntia ficus indica). A receita foi processada e
elaborada no laboratório de beneficiamento e processamento do IFPB – campus Picuí. As
amostras foram submetidas à análise sensorial por 170 provadores não treinados numa
faixa etária entre 16 e 55 anos. Observou-se que dos provadores tiveram uma
aceitabilidade positiva, com 97% dos votos na escala hedônica entre “Gostei muitíssimo”
e “Gostei muito”. E intenção de compra com 93% das notas 5 “certamente compraria”,
onde os julgadores declaram interesse em adquirir as receitas elaboradas com palma.
Diante das análises dos resultados pode-se concluir que a receita se torna uma excelente
oportunidade para divulgação da importância nutricional do fruto da palma na
alimentação humana, além de desmistificar o uso da cultura e consequentemente
promovê-la como viável para agregar valor nutricional e renda a famílias de comunidades
rurais.
INTRODUÇÃO
387
MATERIAL E MÉTODOS
A matéria prima utilizada neste estudo: frutos da palma forrageira (Opuntia ficus
indica) foram coletadas no sítio Coqui pertencente ao senhor Francisco Xavier Gomes,
localizado no município de Picuí – PB, seguiram-se critérios de maturação, aparência
geral, cor e tamanho, descartando os que apresentaram deterioração integral ou parcial.
Os demais materiais foram adquiridos em feiras livres e redes de supermercados do
município.
A receita Creme de Fruto de Palma com Licor de Cassis foi processada e
elaborada no laboratório de beneficiamento e processamento do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – campus Picuí, seguindo as recomendações
das boas práticas de fabricação, ou seja, os cladódios, os utensílios, equipamentos e
bancadas foram sanitizados com solução de hipoclorito de sódio. Durante todo o
processamento se fez uso de luvas, toucas, máscaras e aventais.
Preparação da Receita
388
Em sua opinião, por quais motivos não se processam frutos da Caatinga para
alimentação humana?
RESULTADOS E DISCUSSÃO
390
391
A receita de Creme de Palma foi bem avaliada pelos julgadores; tanto na análise
sensorial como na avaliação de intenção de compra, o que o torna um produto que poderá
ser utilizado para incrementar a renda de trabalhadores da agricultura familiar, visto que
frutos de palma são encontrados em grandes quantidades na sua época safra.
Outras receitas com a cultura da palma tanto seu fruto como os cladódios poderão
ser testadas para averiguar sua aceitabilidade pela comunidade, a fim de tornar-se uma
boa alternativa para difusão da cultura ainda pouco conhecida e valorizada para
alimentação humana.
Resultados como os encontrados nesse trabalho e outros encontrados na literatura
só garantem a aceitabilidade dessa cultura na alimentação dos consumidores brasileiros,
o que incentiva a busca de formulação de novos produtos.
CONCLUSÕES
Diante das análises dos resultados pode-se concluir a receita creme de fruto de
palma com licor de cassis obtive boa aceitabilidade e intenção de compra entre os
provadores, tornando-se uma excelente oportunidade para utilizá-la para divulgação da
importância nutricional do fruto palma na alimentação humana, além de desmistificar o
uso da cultura e consequentemente promovê-la como viável para agregar valor nutricional
e renda a famílias de comunidades rurais do Nordeste.
2021 Gepra Editora Barros et al.
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Capítulo 36
RESUMO
INTRODUÇÃO
desenfreado, buscando uma evolução social e cultura, porém a evolução biológica não
avança da mesma forma, observa-se que desde 1970, há sinais claros de deterioração do
planeta como pode ver a redução da camada de ozônio, o aquecimento global, a chuva
ácida e a poluição da água, do ar e do solo (BOCA; SARACLI,2019).
De acordo com Adams (2012), a educação ambiental surgiu por meio da
necessidade de mudanças de atitudes do homem em relação ao meio ambiente, afim de
proporcionar o reconhecimento da importância de preservar o meio em que se vive. Dessa
forma em 1999 foi decretado a Lei de nº 9.795, que dispõe sobre a educação ambiental e
institui a Política Nacional de Educação Ambiental.
O artigo 2º da Lei, reconhece que a educação ambiental é um componente essencial
394
e permanente da educação nacional, dessa forma deve ser incentivada pelo poder público
a estar presente em todos os níveis e modalidades da educação. As questões ambientais
estão cada vez mais sendo abordadas pela sociedade e devem ser debatidas
principalmente nos meios de ensino em escolas (SUKMA et al., 2020).
A escola ela tem o papel de fortalecer a compreensão das boas práticas ambientais
aos alunos, aguçando os sentidos para as questões do meio ambiente, onde os professores
devem apresentar aos alunos questões voltadas ao desenvolvimento sustentável, como
por exemplo reciclagem de resíduos, produção de energia limpa e preservação dos
recursos hídricos (KUBISCH et al., 2021).
De acordo com Carvalho (2008), é de extrema importância que a escola trabalhe
com as atitudes dos alunos em relação as práticas ambientais, e que não fique presa apenas
a conceitos e informações. Apesar que atualmente, ainda há limitações a realização da
Educação ambiental onde destaca-se uma formação adequada dos professores, carência
de programas governamentais de incentivo, capacitação desses profissionais e outra
dificuldade é sobre a falta de material didático, onde o próprio livro didático é ausente de
conteúdos relacionados à questão ambiental, se fazendo necessário buscar outras
metodologias com outros materiais que poderiam auxiliar (VEDEIRO, 2021)
Considerando a importância da temática ambiental o presente trabalho teve por
objetivo levantar informações sobre o conhecimento dos estudantes acerca de temas com
abrangência nacional, preservação e conservação ambiental, além de realizar atividades
voltadas ao tema em questão, como palestra e debate do assunto.
MATERIAL E MÉTODOS
É de grande importância de se levar para sala de aula assuntos sobre o estilo de vida
contemporâneo e os problemas ambientais recorrente a relação homem e natureza, no
qual o primeiro se considera superior o segundo, assim acreditando ter controle sobre o
outro, porém a natureza é um organismo vivo e os seres humanos precisa dos recursos
naturais para se alimentar e sua riqueza provem sempre de início o meio ambiente
(OLIVEIRA & SILVA, 2021).
Escolha da escola foi realizada através de visitas em algumas escolas pertencentes
a região do Caparaó Capixaba, localizada no Sul do Estado do Espírito Santo, a fim de
selecionar disposta a receber a equipe do projeto e permitir que suas ações fossem
desenvolvidas. Nessas visitas, a coordenadora procurava pelos diretores das escolas,
395
apresentavam o projeto e ouvia deles e de alguns outros membros das escolas quais eram
seus interesses na área em que o projeto seria desenvolvido, assim como suas sugestões.
Em cada visita eram coletados dados como quantidade e idade dos alunos, datas
disponíveis no calendário escolar para que as atividades dos projetos fossem
desenvolvidas. De acordo com essa primeira conversa, as ações começaram a ser
organizadas e com o avanço delas outras visitas às escolas eram realizadas.
Dentre as escolas visitadas a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio
“Professor Pedro Simão” de Alegre foi selecionada e contemplada com as ações de
educação ambiental do projeto de extensão, foram realizados uma ação dentro de sala de
aula para 30 alunos do 6 ° ano fundamento, com objetivo de introduzir o assunto sobre a
importância que se tem em preservação e conservação ambiental nos horários de aula da
disciplina de ciências biológicas onde o professor já estava trabalhando em sala de aula o
tema de preservação e conservação dos recursos naturais.
Por meio da educação ambiental em sala de aula possibilita o desenvolvimentos de
novos valores e atitudes dos alunos, uma vez que eles são os principais agentes que podem
trazer uma melhor conservação e preservação do meio ambiente (SOUZA; HONÓRIO,
2020).
Foi realizada uma aplicação de um questionário pré-palestra interdisciplinar
(Tabela 1) a fim levantar informações sobre os conhecimentos prévios dos estudantes
acerca de temas com abrangência nacional preservação e conservação ambiental.
Tabela 1- Questionário pré-palestra sobre preservação e conservação ambiental, aplicado nas salas de
aula da “Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Professor Pedro Simão”, no dia 26 de abril de
2019, em Alegre-ES.
Questionário
1) O que você pensa sobre a preservação e conservação ambiental?
2) Na sua opinião é importante o estudo sobre a preservação e conservação ambiental?
3) Na sua opinião qual o grau de responsabilidade para a preservação e conservação ambiental?
4) Quem é o responsável pela preservação e conservação ambiental?
5) Você já ouviu falar sobre a preservação e conservação ambiental e sua importância para seres vivos?
Fonte: O autor (2019).
da dinâmica demostrar para alunos ações que podem serem desenvolvidas para ajudar a
natureza.
Em seguida da palestra foi aplicado novamente um outro questionário (Tabela 2)
para levantar informações sobre o aproveitamento da atividade desenvolvida com os
alunos e professor responsável pela disciplina de ciências biológicas.
Tabela 2- Questionário pós-palestra sobre preservação e conservação ambiental, aplicado nas salas de
aula da “Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Professor Pedro Simão”, no dia 26 de abril de
2019, em Alegre-ES.
Questionário 396
1) Na sua opinião o meio ambiente tem importância na sua vida?
2) Quais são consequências do impacto ambiental em sua vida?
3) Na sua opinião a Ação de Educação Ambiental desenvolvida na sua escola contribuiu com a sua
conscientização?
4) Você sabe quais são as medidas que podem ser adotadas para a preservação e conservação
ambiental?
5) O que você e sua Família fazem para contribuir com a preservação e conservação ambiental?
Fonte: O autor (2019).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
(A) (B)
2021 Gepra Editora Barros et al.
(C) (D)
397
(E)
No geral observasse que 92,85 % dos alunos pensam que a conservação do meio
ambiente é fundamental para a vida dos seres humanos, porém 7,15% não sabem nada
referente a este assunto (Figura 1. A). Em pesquisa Lima e Fernandes (2020) constataram
que a sala de aula é o um ambiente mais atrativo para os alunos aprenderem sobre a
importância da preservação ambiental, para que possam agregar valores e que busquem
o desenvolvimento sustentável.
Em estudos White e colaboradores (2018), também observaram uma crescente
desconexão entre pessoas e a natureza e com projetos de educação ambiental em escolas
pode aumentar a conexão entre os seres humanos com a natureza e a realizar uma
conscientização dos mesmos, para formarem cidadãos mais conscientes de suas ações e
a importância da preservação ambiental para as futuras gerações, pois o ato de cada um
no presente poderá mudar o futuro de toda a humanidade.
Geralmente os seres humanos em buscas constante pela tecnologia e suas
transformações, esquecem das consequências negativas que as mesmas trazem para meio
ambiente e na figura 1.B, demostra que 78,58% dos alunos responderem que assuntos
referente ao meio ambiente muito importante serem discutidos e 21,42% de importância
mediana, na Figura 1.C 85,71% responderam que seu grau de responsabilidade com meio
ambiente é elevado e 14,29 mediano, sendo que as práticas de preservação ambiental deve
2021 Gepra Editora Barros et al.
ser começar a serem praticadas no nosso dia-a-dia para que tenhamos um ambiente
preservado (VIDAL; MAIA, 2006).
Não existe atividade humana que não traga consigo consequências e muitas das
vezes negativas para meio ambiente, sendo necessários buscar meios para que possa
minimizar estas ações, a melhoria da qualidade de vida começa com mudanças em cada
um dos seres vivos, através da adoção de novos comportamentos, assim contribuir para a
diminuição da degradação ambiental (MONTEIRO, 2020).
O conceito meio ambiente não pode ser limitado e sim abrangente é necessário
ampliar os locais e as disciplinas que abordam questões sobre a importância da
conservação do meio em que se vive, pois, o processo de aprendizado é constante e temos
398
que conscientizar as crianças e jovens, parar torna-los adultos conscientes de suas ações
(SUKMA et al., 2020).
A educação ambiental é voltada para informar crianças, jovens e adultos sobre a
gestões sobre problemas ambientais e a importância da preservação e conservação dos
recursos naturais. Em média 10,72% dos alunos ainda não ouviram falar sobre a
preservação e conservação ambiental e a importância para seres vivos e cerca 89,28% dos
alunos já estão cientes sobre o assunto (Figura 1. E). Para Amaro e Bernardes (2018) a
Educação ambiental é um caminho indispensável para a diminuição dos impactos
ambientais, pois apenas o conhecimento pode proporcionar mudanças nas atitudes dos
indivíduos.
A degradação ambiental pode considerada qualquer processo que reduza a
capacidade de um ecossistema sustentar a vida, ou seja, ameaça não somente a qualidade
de vida e bem-estar dos povos, mas sua própria sobrevivência, deste modo a preservação
e conservação ambiental é uma formar de colabora para existência de vida no planeta
(SILVA; ANNA, 2021). Estudos revelam que ações de educação ambiental em ambiente
escolar pode modificar as atitudes e comportamentos dos alunos e professores, onde os
quais tem um alto nível de compreensão para que tenham avanços positivos na área
ambiental (DEBRAH et al., 2021)
Na Figura 2, estão apresentadas as distribuições percentuais das respostas dadas
pelos aluno e professor da “Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Professor
Pedro Simão” referentes as perguntas do questionário pós-palestra (Tabela 2), mostrando
o aproveitamento da realização da palestra e dinâmica feita para os alunos e professores,
pois a troca de conhecimento com a dinâmica e palestra demostrou as razões pelas quais
se deve preservar o meio ambiente.
2021 Gepra Editora Barros et al.
(A) (B)
399
(C) (D)
(E)
Após a palestra observasse na Figura 2.A 100 % dos alunos responderam que meio
ambiente é importante na sua vida e na Figura 2.B 46,43 % observam que o impacto
ambiental trás para vida dos seres humanos prejuízos incalculáveis e 53,57% que o
impacto ambiental causaria à ausência dos recurso naturais disponível para produção de
alimentos, sendo que Santos e colaboradores (2017) também observaram nas suas
pesquisas que os alunos relaciona um boa qualidade de vida com um ambiente saudável,
onde consideram importante a preservação e conservação dos recursos naturais para que
2021 Gepra Editora Barros et al.
possa ter uma vida saudável, pois a adoções de ações de sustentabilidade garantem a
médio e longo prazo um planeta em boas condições para o desenvolvimento das diversas
formas de vida, inclusive a humana.
Os seres humanos é totalmente dependente dos recursos naturais que estão
dispostos na natureza e muitas das vezes não dão a devida importância e usando de tal
forma que provoca a degradação ambiental e podendo haver um esgotamento do recursos
ambientais, caso os seres humanos não consciências das suas atitudes (LUZ, 2021).
Segundo Medeiros et al., (2011), as crianças e jovens precisam conhecer a realidade do
problemas ambientais, pois de acordo com os autores, deste modo elas serão agentes
transmissores de conhecimento e se tornarão adultos mais conscientes e preocupados com
400
o meio ambiente, onde a é importante considerar o papel das instituições de ensino,
independentemente do nível escolar.
A pesquisa mostrou que cerca de 85,71% dos alunos acham que é de extrema
importância a realização de educação ambienta em escolas para contribuir com a
conscientização dos mesmos (Figura 2.C). Muitos alunos atualmente não valorizam ou
compreende a significância que o meio ambiente tem para cada ser vivo e as escolas
precisam de ações que contribuam para inovar as formas dessa informação chegar e
chamar atenção dos alunos para que se tome multiplicadores da ideia que o meio ambiente
precisa ser preservado e conservado (PINHEIRO et al., 2021).
Na figura 2.D mostrou que 89,28% dos alunos sabem as medidas a serem adotadas
para preservação e conservação ambiental e 10,72% não sabe. Segundo Martelli e
colaboradores (2018) há uma grande preocupação em conservar, preservar e reaproveitar
a água que se tem disponível, corroborando com os dados das pesquisa realizada após a
palestra onde 85,82% dos alunos responderam que uma das formas de preservar o meio
ambiente é não desperdiçar água em quantos outros 14,28% variou as resposta como
economizar energia, fazer separação do lixo (Figura 2.E).
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
KUBISCH, S.; PARTH, S.; DEISENRIEDER, V.; OBERAUER, K.; STÖTTER, J.;
KELLER, L. From Transdisciplinary Research to Transdisciplinary Education—The
Role of Schools in Contributing to Community Well-Being and Sustainable
Development. Sustainability, v. 13, n. 1, p. 1-13, 2021
WHITE, R. L.; EBERSTEIN, K.; SCOTT, D. M. Birds in the playground: Evaluating the
effectiveness of an urban environmental education project in enhancing school children’s
2021 Gepra Editora Barros et al.
awareness, knowledge and attitudes towards local wildlife. PloS one, v. 13, n. 3, p. 1-23,
2018.
403
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 37
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Tabela 1- Questionário sobre preservação dos recursos hídricos, aplicado nas salas de aula da “Escola
Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Professor Pedro Simão”, no dia 16 de abril de 2019, em
Alegre-ES.
Questionário
Após a aplicação do questionário foi realizada uma palestra e uma dinâmica para
expor aos alunos a importância dos cuidados com os recursos hídricos e através da
dinâmica demonstrar para alunos ações que podem ser desenvolvidas para ajudar a
natureza.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 1 - Resultados obtidos com Turma 1 e Turma 2 do 6° ano da “Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio “Professor Pedro Simão”.
2021 Gepra Editora Barros et al.
408
Figura 2 - Resultados obtidos com a Turma 1 e Turma 2 do 6° ano da “Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio “Professor Pedro Simão”.
80
60
40 Turma 1
20 Turma 2
0
Nenhum Pouco Mediano Muito
Respostas
Figura 3 - Resultados obtidos com a Turma 1 e Turma 2 do 6° ano da “Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio “Professor Pedro Simão”.
70
60
50
Turma 1
40
30 Turma 2
20
10
0
Talvez Sim Não
Respostas
A maioria dos alunos da turma 1 (97%), já pensou que no futuro os recursos hídricos
podem ser limitados, já na turma 2, 76% já tiveram esse pensamento. 3 e 4% das turmas
1 e 2 respectivamente, não pensaram que esses recursos se tornariam limitados e 20% da
turma 2 respondeu que talvez já pensou na situação abordada.
Resultados semelhantes foram obtidos por Cavalcante et al., (2013) em sua pesquisa
na escola João Paulo II no município de Bananeiras na Paraíba, no qual 99% dos alunos
afirmam que a água é um recurso ambiental finito e será limitado, dado que grande parte
da população faz o uso inconsciente da água, o que compromete no futuro a sua
disponibilidade, tornando-a vulnerável as ações humanas. No entanto, 1% respondeu que
a água não é um recurso natural finito, pois acredita que e a mesma é um recurso
411
renovável.
Lins et al., (2021) em uma pesquisa com alunos de uma escola do Ensino
Fundamental no Maranhão sobre a educação ambiental, ao questionarem os alunos se
acreditam que a água no futuro irá acabar, obtiveram 96% de respostas de que a água
poderá acabar, sendo assim um recurso limitante no futuro.
Segundo Valmorbida (2013), é importante explicar aos alunos que devido à água
fazer parte do ciclo hidrológico ela não irá acabar, no entanto, a água potável, que é a
possível de ser consumida, essa sim poderá ser limitante, dado que sua contaminação e
poluição a torna cada vez mais escassa, sendo de suma importância a sua preservação.
Ainda, deve-se ressaltar aos alunos que devido ao fato de ser um recurso essencial
a vida e finito já existem disputas ao redor do mundo pelo seu consumo e utilização
(MARTELLI, et al., 2018). Almeida et al., (2019), afirmam que geralmente existe um
desconhecimento por parte dos alunos sobre os conflitos referente aos recursos hídricos.
Dessa forma, de acordo com Freitas e Marin (2015) é necessário ações que sensibilizem
os estudantes a terem responsabilidades, uma vez que já existem conflitos hídricos no
país, principalmente devido a sua escassez e que no futuro por ser um recurso limitado
essa situação pode se tornar alarmante.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, N.; SANTOS JUNIOR, C.; NUNES, A.; LIZ, M. Educação ambiental: a
conscientização sobre o destino de resíduos sólidos, o desperdício de água e o de
alimentos no município de Cametá/PA. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v.
100, n. 255, p. 481–500, 2019. DOI: 10.24109/2176-6681.rbep.100i255.4007.
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SANTOS, G.; FONTES, F.; ALVES, T.; COELHO. Importância e Poluição dos Recursos
Hídricos: conhecimento por meio da discussão, interação e prática. In: 2018, Anais.
p.1670-1678. 2018.
Capítulo 38
RESUMO
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos tem crescido cada vez mais a demanda dos consumidores por
alimentos com propriedades funcionais. Alguns destes alimentos, como os derivados
lácteos, são geralmente induzidos a contribuírem para uma dieta saudável, promovendo
2021 Gepra Editora Barros et al.
REVISÃO LITERARIA
Lactobacillus
L. rhamnosus
L. rhamnosus EM1107
Entre as BAL se destaca a espécie L. rhamnosus EM1107, que foi isolado na flora
microbiana do leite e queijo Coalho como um potencial biotecnológico nacional. Esta
variedade apresenta forte capacidade de aplicação na forma de fermento autóctone para a
fabricação de derivados lácteos, especialmente o queijo Coalho caprino. Ela sobreviveu
neste produto durante cerca de 21 dias como uma cultura de proteção contra fungos
2021 Gepra Editora Barros et al.
L. rhamnosus GG
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BAJAJ, J. S.; HEUMAN, D. M.; HYLEMON, P. B.; SANYAL, A. J.; PURI, P.;
STERLING, R. K.; LUKETIC, V.; STRAVITZ, R. T.; SIDDIQUI, M. S.; FUCHS, M.,
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N. A.; THORPE, C.; KAKIYAMA, G.; PANDAK, W. M.; SIKAROODI, M.;
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2021 Gepra Editora Barros et al.
424
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 39
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Para este trabalho foi utilizado o questionário, através do método de entrevista com
questões abertas, aplicado em propriedades rurais do estado de Goiás que são atendidas
por uma única empresa agropecuária do ramo de certificação animal.
2021 Gepra Editora Barros et al.
1 - específico para propriedades que trabalham com algum software para gestão da
produção; e outro, 2 - específico para propriedades que não utilizam os software para
gestão ou similares.
Questionário 1:
Questão 1 – Há quanto tempo faz uso de um sistema tecnológico e/ou software de
gestão para acompanhamento e controle da produção?
Questão 2 - Como avalia os trabalhos e resultados antes e depois da implementação
do sistema tecnológico?
Questão 3 - Como o uso de tecnologias tem influenciado a rotina da propriedade
rural e os funcionários? 427
Questão 4 – Há algum outro sistema tecnológico aplicado na propriedade?
Questionário 2:
Questão 1 – Qual motivo principal da não utilização de sistemas tecnológicos ou
softwares para acompanhamento e controle da produção?
Questão 2 – Há algum interesse na implementação de sistema para gestão da
propriedade?
Questão 3 - Caso resposta da questão 2 for sim, o que o está impedindo?
Questão 4 – Caso resposta da questão 2 for não, há algum interesse na
implementação de outras tecnologias na propriedade?
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pôde-se verificar que 80% destas propriedades fazem uso de software para gestão
da produção de bovinos de corte (Tabela 1), e apenas 20% da amostra não utilizam
nenhum sistema tecnológico para a gestão da produção (Tabela 2).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Tabela 1. Classificação das propriedades rurais, em módulos fiscais, que utilizam software para
gestão da produção na bovinocultura de corte
Propriedades Rurais Porcentagem (%)
Pequena propriedade 3 8,33%
Média propriedade 9 25%
Grande propriedade 24 66,67%
Total 36 100%
Fonte: Resultados originais da pesquisa.
Tabela 2. Classificação das propriedades rurais, em módulos fiscais, que não utilizam software para 428
gestão da produção na bovinocultura de corte
Propriedades Rurais Porcentagem (%)
Pequena propriedade 1 11,11%
Média propriedade 2 22,22%
Grande propriedade 6 66,67%%
Total 9 100
Fonte: Resultados originais da pesquisa.
Tabela 3. Classificação das propriedades rurais (módulos fiscais) versus classificação de software
para gestão da produção na bovinocultura de corte
Sistemas: Porcentagem Sistemas: Porcentagem
completos e (%) simples e (%)
avançados básicos
Pequena
0 0% 3 18,75%
Propriedade
Média
6 30% 3 18,75%
Propriedade
Grande
14 70% 10 62,50
Propriedade
Total 20 100% 16 100%
Fonte: Resultados originais da pesquisa.
Cerca de 67% das propriedades agrícolas do país usam algum tipo de tecnologia,
seja na área de gestão dos negócios ou nas atividades de cultivo e colheita da produção.
De acordo com as respostas dos produtos no questionário, foi observado que dentre as
principais barreiras para que eles não façam barreiras colocadas pelos pecuaristas, que
2021 Gepra Editora Barros et al.
não fazem uso, da tecnologia no meio rural, estão: custo, escassez de mão de obra
qualificada e internet – ausência ou sinal ruim.
Os produtores entrevistados que não fazem uso de sistemas tecnológico
afirmam que o elevado custo para a implementação de tais sistemas para gestão da
produção é o grande entrave, além da compra de maquinários, instrumentos e sistemas,
englobam investimentos com treinamentos, qualificações e capacitação de funcionários,
uma vez que a falta de mão de obra qualificada e baixo nível de instrução dos
trabalhadores do campo ainda é alta. O que corrobora com o estudo realizado por
Machado e Nantes (2011), onde observaram que uma das principais dificuldades
encontradas nos processos de implantação, coleta de dados e uso dos sistemas deve-se à
desqualificação dos funcionários. Sendo de fundamental importância que as pessoas
envolvidas nesses processos estejam comprometidas, além de serem bem treinadas e 429
orientadas
Durante os questionamentos foi observado uma resistência dos funcionários rurais
na aceitação e busca por novos aprendizados, juntamente com o receio da substituição da
mão de obra por equipamentos e maquinário. Mesma resistência encontrada por Machado
e Nantes (2011), o que pode estar causando um grande atraso na evolução da agropecuária
no estado de Goiás.
Outra dificuldade encontrada, é a falta da internet ou acesso precário nos
estabelecimentos rurais mais distante dos centros urbanos. Desde o começo de 2018, o
projeto “Internet para Todos” cujo objetivo é de melhorar esse cenário e levar banda
larga a regiões e municípios sem acesso ou com acesso precário à internet,
democratizando o acesso à internet (FOUNTAS; PEDERSEN; BLACKMORE, 2005).
Em contrapartida, aproximadamente 70% dos produtores que fazem uso de
tecnologia relatam melhorias no sistema de produção, como: aumento da produção
agrícola, melhor controle dos insumos utilizados, melhorias genéticas (tanto em animais
quanto em grãos), melhor emprego do tempo trabalhado, além do menor impacto ao meio
ambiente (ARMOUR et al., 2013). Atualmente existe uma maior qualificação no campo,
proporcionando maior produtividade, com menor danos às plantações, sendo que através
de tecnologia emprega é possível monitorar pragas, a deficiência hídrica e falhas no
plantio (INMAN-BAMBER; LAKSHMANAN; PARK, 2012).
Scolari (2006) aponta também vários pontos fortes do agronegócio brasileiro,
como: oferta ambiental favorável, bom nível de desenvolvimento tecnológico, alta
capacidade de produção de maquinários agrícola, baixo custo de produção; entre outros.
Para esse mesmo autor, o domínio e o uso de novas tecnologias passaram a desempenhar
papel de fundamental importância, uma vez que para ser competitivo o país precisa de
uma cultura exportadora, com conceitos desenvolvidos e visão estratégica de integração
de cadeias produtivas. Santos e Araujo (2017), descreve que o setor do agronegócio
demanda constantemente de novas tecnologias, a cada safra, além de novas práticas
sustentáveis para garantir a continua evolução no segmento.
Nos aspectos relacionados a gestão e tecnologias aplicadas ao agronegócio, o
agronegócio vem se destacando e ganhando importância no mundo. Os métodos
utilizados foram evoluindo e o surgimento de maquinário propiciou um salto significativo
nesse desenvolvimento. As tecnologias associadas aos equipamentos, na gestão das
propriedades, em previsões climáticas e projeções econômicas têm sido cada vez mais
utilizadas na realização de atividades agrícolas e pecuárias, a abertura da economia trouxe
a competitividade, que passou a ser relevante para o sucesso dos negócios em termos de
melhorias fornecidas aos seus usuários, produtos resultantes, desenvolvimento
tecnológico e inovação. (SIMÕES et al., 2006).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Com a globalização o setor agrícola passou a utilizar novos conceitos como, por
exemplo, marketing, organização e administração, controle de processos produtivos e
análise de mercado. Esses conceitos representam fatores que foram determinantes para
tornar o setor agrícola mais dinâmico e propício à globalização. Esse dinamismo e
expansão do mercado estão vinculados à necessidade e ao interesse de maior
produtividade e qualidade dos produtos (EVERINGHAM et al., 2002).
O crescimento dos índices de produtividade requerido decorre, inclusive, da
necessidade de suprir os custos crescentes de produção. Esses custos são originados,
também, pelo uso de tecnologias: são máquinas e equipamentos tecnologicamente
sofisticados, sistemas de gestão - softwares, insumos mais adequados para as condições
do solo e clima, pessoas mais bem capacitadas para operar máquinas e equipamentos,
entre outros. A sofisticação tecnológica e a capacitação das pessoas estão, geralmente, 430
associadas aos custos mais elevados de produtos, equipamentos e à remuneração do
trabalho (BOSCO et al., 2018).
A busca por maior produtividade e qualidade dos produtos, tem a finalidade de
alcançar mercados e faz com que agricultores de grande porte recorram a equipamentos
e tecnologias. Para os agricultores familiares, a utilização de novas práticas de gestão,
aliadas ao uso de ferramentas tecnológicas auxiliam e fortalecem a cadeia produtiva do
agronegócio. Os programas de computador ou os chamados “softwares” são um dos
instrumentos que podem ser utilizados para auxiliar na gestão, e assim prover ganho de
produtividade desses agricultores (MORAES et al., 2011).
O uso da tecnologia da informação nas atividades agrícolas pode gerar maior
dinamismo nessas atividades: desde as operações de cultivo e criação, passando pela sua
manutenção e chegando à venda dos produtos. Esse dinamismo acaba influenciando de
maneira direta o aprimoramento, o desenvolvimento e a implementação de ferramentas
que viabilizam o controle, a previsão e o acompanhamento do desempenho de uma
determinada atividade. Através do gerenciamento adequado é possível monitorar a
produção das propriedades rurais, as culturas, os investimentos, os custos operacionais, a
produtividade, as perdas e os ganhos. Além disso, é possível identificar quais podem ser
as intervenções necessárias em cada propriedade rural, elaborar projetos e estratégias de
financiamento e enviá-los às instituições financeiras (DIAS et al., 2016).
A modernização do espaço agrícola demonstra que, por meio dos processos
históricos, a propriedade da terra foi sendo subordinada a esse processo que pode afetar
diretamente diferentes áreas, em um espaço natural e social. O progresso técnico não está
igualmente difundido, mas, sim, ocorre uma concentração espacial e setorial não há um
futuro promissor para aquelas unidades que, até agora, não conseguiram se modernizar
(LOUREIRO, 1981).
Soares (2000) aponta que com a difusão da modernização, ocorre um processo de
especialização da agricultura em escala nacional. Em algumas regiões desenvolveu-se e
modernizou-se a produção de culturas que, embora presentes em economias familiares
são consideradas típicas de uma agricultura comercial. Foi o que aconteceu com a cana-
de-açúcar, o algodão, o fumo e o cacau no Nordeste, o café, o algodão e a cana-de-açúcar
no Sudeste, a bovinocultura no Centro-oeste, e o arroz, o trigo e a uva no Sul.
No setor de máquinas e implementos agrícolas no Brasil, caracterizado por uma
estrutura de mercado bastante heterogênea, com empresas de portes e de capital distintos,
vivem em constante mudança, pois a modernização da agricultura vem exigindo
características distintas desses produtos (SIMÕES et al., 2006)
Fatores como a alta sazonalidade na demanda e características gerenciais peculiares
do setor (predominantemente composto por empresas familiares ou em transição), tornam
difícil a aplicação direta de alguns conceitos para o aumento da produtividade, aplicados
2021 Gepra Editora Barros et al.
em outras indústrias mais competitivas (ABIMAQ, 2005). Desta forma, uma maneira
viável para alcançar vantagem competitiva sustentável no longo-prazo é a inovação
tecnológica. Em setores como o de máquinas e implementos agrícolas, isso constitui um
ponto vital da competição, podendo determinar o sucesso ou fracasso das empresas
(ROMANO et al., 2001).
Atualmente, as máquinas e implementos agrícolas desenvolvidos no Brasil estão
presentes em todas as atividades agropecuárias, isto é, desde o preparo do solo até o
armazenamento e transporte dos produtos, variando desde ferramentas manuais até
produtos de tecnologia de ponta para a mecanização e automação (GADANHA JÚNIOR
et al., 1991).
O uso das novas tecnologias se constitui um fator determinante para impulsionar o
aumento de competitividade das empresas e do desenvolvimento nas diversas áreas de 431
atuação. Segundo De Negri et al. (2005), as vantagens obtidas com o uso das tecnologias
no campo são várias, tanto para as empresas de agronegócios, quanto para as demais
atividades comerciais e para o próprio país. Dentre as vantagens que o uso das tecnologias
pode gerar para as empresas, destacam-se principalmente: a melhoria da qualidade dos
produtos oferecidos e a ampliação da participação da empresa no mercado de atuação. Já
para o país, as vantagens concentram-se em melhores salários e condições de trabalho,
aumento das exportações, entre outras.
De Negri et al. (2005) aponta também que o esforço para implementar as novas
tecnologias é essencial para que as empresas consigam aumentar os recursos disponíveis
e, consequentemente, suas potencialidades.
Em decorrência das condições favoráveis que apresenta para a contínua expansão
do agronegócio, como farto espaço territorial, mão-de-obra acessível e diversas questões
ligadas à conjuntura internacional, o país é visto por muitos especialistas como principal
candidato ao posto de grande fornecedor alimentício global (Simões et al., 2006).
O agronegócio é o maior negócio mundial e brasileiro. No mundo, representa a
geração de U$ 6,5 trilhões/ano e, no Brasil, em torno de R$ 350 bilhões, ou 26% do PIB
(29%, segundo a Confederação Nacional da Agricultura – CNA (TESTEZLAF, 2002). A
maior parte deste montante refere-se a negócios fora das porteiras, abrangendo o
suprimento de insumos, o beneficiamento/processamento das matérias-primas e a
distribuição dos produtos. Estes são alguns dos aspectos que reforçam a importância do
agronegócio no Brasil, além de sua grande competitividade, utilização de alta tecnologia
e gerador de empregos e riquezas para o país (STEFANELO, 2002).
O Agronegócio também chamado de “agribusiness”, segundo Batalha (2002), se
constitui um conjunto de negócios relacionados à agricultura dentro do ponto de vista
econômico. O autor divide o estudo do agronegócio em três partes. A primeira parte trata
dos negócios agropecuários propriamente ditos (ou de "dentro da porteira") que
representam os produtores rurais, sejam eles pequenos, médios ou grandes produtores,
constituídos na forma de pessoas físicas (fazendeiros ou camponeses) ou de pessoas
jurídicas (empresas).
Porém, algumas das principais dificuldades enfrentadas pelo agronegócio para a
implementação de novas tecnológicas estão relacionadas aos riscos econômicos e custos
elevados que elas demandam, esses aspectos estão coerentes com os estudos realizados
por De Negri et al. (2005), os quais identificaram que as mesmas dificuldades constituem
os principais problemas associados à implementação de novas tecnologias no
agronegócio.
Além disso, aspectos como o pouco nível de instrução dos trabalhadores rurais, que
normalmente executam o trabalho braçal, que compreendem uma faixa etária média
avançada, além da pouca infraestrutura de comunicação, em muitos casos. A chefe-geral
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CONCLUSÃO
Podemos concluir que apesar das dificuldades encontradas pelos produtores para
a implementação de tecnologias, o estabelecimento de tecnologias nas propriedades é um
processo em ascensão.
O potencial de desenvolvimento econômico das propriedades rurais demonstra
números cada vez maiores com o uso de sistemas tecnológicos, possibilitando o
crescimento gradativo do setor em relação ao aumento da produtividade, com melhoria
significativa dos resultados e lucro.
Para o aprimoramento do agronegócio, mas também como estratégia para
permanência dos produtores nesse setor, mantendo o país competitivo no comércio
mundial de produtos originários do meio rural.
REFERÊNCIAS
ARMOUR, J. D. et al. Nitrogen leaching from the root zone of sugarcane and bananas in
the humid tropics of Australia. Agriculture, Ecosystems and Environment, v. 180, p.
68–78, 2013. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.agee.2012.05.007>.
DIAS, A. M. M.; JEUNON, E.E; DUARTE, L. C. 2016. Gestão das Expectativas das
Partes Interessadas em Projetos: um estudo da percepção dos profissionais em gestão de
projetos. In: Simpósio Internacional de Gestão de Projetos, Inovação e
Sustentabilidade, São Paulo, SP, Brasil.
GADANHA JR, C.D.; MOLIN, J.P.; COELHO, J.L.D.; YAHN, C.H.; TOMIMORI,
S.M.A.W. Máquinas e implementos agrícolas do Brasil. IPT. São Paulo, SP, Brasil,
1991.
Capítulo 40
RESUMO
INTRODUÇÃO
A pecuária de corte e leite do município de São João do Cariri, no estado da
Paraíba contribui com elevado percentual no PIB – Produto Interno Bruto do município.
Decorrente disto destaca-se a necessidade de suporte forrageiro para alimentação animal
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nos sistemas de pastejo, a produção do gado leiteiro está condicionada à estrutura
do rebanho, bem como seu potencial genético e também à capacidade produtiva da
pastagem. No entanto, a produtividade e a qualidade do pasto estão diretamente ligadas à
fertilização do solo e ao seu manejo. Sistemas produtivos que baseiam em pastagens como
a principal fonte de alimentos, podem lhe da com difíceis processos biológicos,
relacionados com a produção e utilização das pastagens (FERNANDES, PESSOA e
MASSOTTI, 2015). 438
Haja vista essas necessidades são de extrema importância que se estabeleça um
planejamento forrageiro nas propriedades. Esse planejamento age como instrumento de
planejamento alimentar visando a organização da propriedade e auxilio na tomada de
decisão, com vistas a estabelecer o dimensionamento adequado do rebanho, em razão da
área disponível para a produção das forragens, da sua capacidade de suporte, do seu ciclo
produtivo e da produção de alimentos conservados (FERNANDES, PESSOA e
MASSOTTI, 2015).
É importante destacar que para se obter sucesso na produção de forragens, se
escolha as culturas corretas para determinada região e finalidade. Para a produção de leite
a pasto podem ser utilizadas tanto espécies tropicais e subtropicais, como também as
temperadas. No entanto, a escolha da espécie deve ser de acordo com as características
da região: clima, solo, temperatura, umidade, radiação solar, entre outros. Além disso, a
espécie deve atender às necessidades do animal, com relação à quantidade e qualidade da
forragem (SIMÃO NETO, ASSIS e VILAÇA, 1986). Porém, é importante ressaltar que
geralmente em regiões subtropicais e tropicais os solos costumam apresentar baixa
fertilidade, e a obtenção de elevadas produções de forragem fica condicionada a utilização
de grande quantidade de fertilizantes, às vezes, gerando altos custos.
Nessas regiões onde o clima predomina seco e quente na maior parte do ano,
durante o período chuvoso, uma grande quantidade da forragem nativa é desperdiçada,
decorrente da grande disponibilidade de massa de forragem que é formada, como também
pelo pouco conhecimento dos métodos de conservação de forragem pelos produtores
(SILVA et al., 2004).É notória a preocupação entre grande parte dos pecuaristas que mais
“esclarecidos” quanto ao armazenamento do excedente das forragens no decorrer do
período chuvoso, que são nas formas de feno ou silagem, como mostraremos mais a seguir
nos resultados da pesquisa. No entanto, no semi-árido esta prática ainda está pouco
disseminada, principalmente utilizando espécies forrageiras nativas, que apresentam boa
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METODOLOGIA
O estudo de campo foi conduzido ao longo do rio Taperoá no trecho inserido no
município de São João do Cariri/PB, que vai desde os limites ao norte como o município
de Parari/PB e ao sul com o município de Cabaceiras/PB, o critério utilizado foi a divisão
do rio em duas partes compreendidas como parte norte e parte sul, a ponte localizada na
BR – 412 sobre o Rio Taperoá foi escolhida como ponto de partida para essa divisão.
Partindo da referida ponte até o limite com o município de Parari ficou como lado norte
e partindo da ponte até o limite do município de Cabaceiras ficou assim como lado sul.
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Figura 01. Limites aproximados do Rio Taperoá – Trecho São João do Cariri.
440
441
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De uma área média entre produtores de 61,7 hectare (ha) de propriedade rural,
cerca de 12,4ha é utilizada para irrigação destinada à alimentação animal, uma média de
1,24ha para cada um dos 10 (dez) produtores que ali residem ou exploram suas atividades,
o gráfico 1 abaixo demonstra as condições que esses ocupam nas propriedades. Dos 10
agricultores, 08 (80%) utilizam poço de anel e outros 02 (20%) utilizam cacimbas no leito
do rio como fontes para extração da água para irrigação.
20%
10% 40%
30%
442
Gráfico 2. Quantitativo dos rebanhos nas propriedades estudadas.
OVINOS 47,7Cabeças
430 Cabeças
CAPRINOS 21 Cabeças
105 Cabeças
14 Cabeças
BOVINOS 140 Cabeças
Número de produtores
2 2
a b c
Fonte. Acervo pessoal (2021).
444
Segundo a EMBRAPA (1980) a capacidade de suporte é expressa em termos do
número máximo de animais suportados pela pastagem, sem causar a degradação da
mesma. A Unidade Animal (U.A) é calculada considerando um peso de 450kg/vivo como
sendo uma vaca de 450Kg/peso/vivo ou seja, para que possamos definir o cálculo de uma
U.A é preciso somar o peso viso de todos os animais de cada espécie e divide por 450Kg.
Na presente pesquisa esse cálculo foi feito por estimativa, onde cada um deles
informou a quantidade de cabeças dos rebanhos de cada espécie e o peso médio desses
animais. No rebanho bovino, chegamos a uma média de 14cab/criador com um peso
médio de 300Kg/cabeça resultando em 9,33U.A.
O rebanho ovino apresenta uma média de 47,7cab/criador com um peso médio de
30Kg/cabeça resultando em 2,65U.A e o rebanho caprino tem uma média de
21cab/criador com um peso médio de 20Kg/cabeça resultando em 0,933U.A.
Para o fechamento do peso médio dos animais de cada espécie além da média
informada pelo criador/produtor foi considerado o ECC - Escore da Condição Corporal
dos animais de cada espécie observado pelo pesquisador em alguns animais no momento
da pesquisa.
O Quadro abaixo foi utilizado como referência para a efetivação dos cálculos de
U.A – Unidade Animal levantados na pesquisa de campo, compreende-se que, na ralação
entre a necessidade de suporte forrageiro de cada espécie ou animal conforme seu peso e
a quantidade de suporte instalado a U.A – Unidade Animal pode ser suficiente ou
insuficiente.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
SIMÃO NETO, S., ASSIS, A. G., VILAÇA, H. A. Pastagens para bovinos leiteiros.
In:PEIXOTO, A.M., MOURA, J.C., DE FARIA, V.P. (eds.). ANAIS DO CONGRESSO
BRASILEIRO DE PASTAGENS, 86. FEALQ-Piracicaba-SP, 1986. p. 309-323. 1986.
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Capítulo 41
RESUMO
O Gênero Rhizophora é comum nos litorais brasileiros podendo estar presente nos
manguezais da Ilha de Algodoal e da Ilha de Marajó. Essas ilhas apresentam condições
ambientais diferentes em relação à salinidade, visto que, áreas da Ilha de Marajó são
atingidas pela água salgada apenas na estação seca. O presente trabalho busca verificar
se os diferentes ambientes de manguezais, Ilha de Algodoal e Ilha de Marajó, influenciam
no comportamento anatômico da madeira de Rhizophora mangle. Foram utilizadas
amostras de madeira oriundas de árvores naturalmente caídas nos dois ambientes
estudados: Ambiente 1 (Ilha de Algodoal) e Ambiente 2 (Ilha do Marajó). De cada
ambiente, foram selecionadas seis árvores que representam pontos de coleta, onde foi
obtido um disco de cada árvore para os estudos anatômicos. Foi realizada a caracterização
macroscópica e microscópica da anatomia da madeira. Avaliando as variáveis anatômicas
na posição radial interna ocorreu diferença significativa quanto a largura do raio em
número de células, apresentando maior número no Ambiente 1; na posição intermediária
o comprimento do raio em micrômetros e largura do raio em micrômetro e número de
células diferiram-se estatisticamente entre os ambientes com maiores valores no
Ambiente 1 e; na posição externa apenas a largura de células em micrômetro diferiu
apresentando maior largura para o Ambiente 1. Logo, as características da madeira de
Rhizophora mangle, presente nos manguezais com diferentes condições ambientais são
influenciadas quanto às propriedades anatômicas.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
ÁREA DE ESTUDO
450
O material coletado foi obtido do aproveitamento de árvores naturalmente caídas
nos manguezais de dois municípios: Maracanã onde está localizada a Ilha de Algodoal e
Soure que está localizado na Ilha de Marajó. Ambos estão na região nordeste do estado
do Pará. No município de Maracanã, com as coordenadas 0º13’55” S e 48º26’58” W,
localiza-se a Ilha de Algodoal, uma Área de Proteção Ambiental (APA) com
aproximadamente 2,3 ha, sendo o Ambiente 1 de coleta. Em Soure, está localizado o
Ambiente 2 de coleta, a Reserva Extrativista Marinha de Soure (Resex) sob as
coordenadas 0º13’55” S e 48º26’58” W onde possui uma área de 27.463,58 ha na costa
nordeste da Ilha de Marajó.
451
DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
452
Para facilitar a obtenção dos cortes histológicos, os corpos de prova foram imersos
em água destilada para saturação. Posterirormente, foram realizados os cortes
histológicos com espessura variando de 20 a 25 μm, de duas seções da madeira (seção
longitudinal tangencial e longitudinal radial) e quando possível foram realizados os cortes
no plano transversal obtidos em micrótomo de deslize (Figura 2A). Os cortes histológicos
foram alvejados em água sanitária (Figura 2B), em seguida, foram corados com safranina
aquosa 1% por 5 segundos (Figura 2C) e posteriormente procedeu-se o processo de
desidratação contínua em porcentagens de 50 %, 70%, 90% e 100% (P.A.: álcool para
análise) de álcool etílico por 15 minutos em cada bateria (Figura 2D), exceto na última
(P.A), onde permaneceu por 20 minutos. Após a desidratação, os cortes foram
transferidos para o acetato de butila por 15 minutos (Figura 2E), em seguida os cortes
foram colocados entre lâmina e lamínula (Figura 2F).
A caracterização anatômica foi realizada com a descrição geral observando
elementos estruturais anatômicos da madeira utilizando o microscópico óptico trinocular
MOTIC e mensuração do comprimento e largura de raios em micrômetros, bem como
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
A madeira possui cerne com coloração róseo, e essa característica lhe intitula
popularmente como mangue vermelho, dispõe de camadas de crescimento indistintas, o
floema incluso é foraminado e a textura fina. Apesar de Santos e Urbinatti (2016)
considerar que as camadas de crescimento para a espécie Rhizophora mangle sejam
distintas, neste trabalho, foram observadas camadas indistintas, semelhantes às
verificadas por Melo Junior et al. (2016) e Batista (2011).
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
2021 Gepra Editora Barros et al.
Figura 4. A – Plano Transversal (4X); B – Plano Tangencial (4X); C – Plano Radial (4X); D – Plano
Transversal (10X); E – Plano Tangencial (10X); F – Plano Radial (10X).
números de células de corpos de prova retirados nas posições radial interna, intermediária
e externa. Os valores das variáveis anatômicas quantitativas avaliadas estão próximos aos
encontrados por Batista (2011) em Rhizophora mangle ao realizar a caracterização
quantitativa e descrição anatômica do lenho de duas espécies arbóreas do manguezal da
baía Antonina e Guaratuba, onde a autora encontrou os valores entre 9,22 a 119,91 µm
para a largura dos raios e de 2 a 6 números de células.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
Capítulo 42
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Matérias-primas
Análises físico-químicas
RESULTADOS E DISCUSSÃO
462
463
464
F1 - 100% acerola; F2 - 100% nectarina; F3 - 50% nectarina e 50% acerola; F4 - 25% nectarina e 75% acerola; F5 -
75% nectarina e 25% acerola.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
De JESUS, G. F.; BASTOS, J. S.; OLIVEIRA, N. A.; ANJOS, M. B.; SANTOS, J. C. R.;
SOUZA, S. M. A.; MARTINEZ, E. A. Estudos preliminares na formulação de
estruturados de mix de polpa de frutas. Revista CSBEA, v. 2, n. 1, p. 1-10, 2016.
FALAGÁN, N.; ARTÉS, F.; AGUAYO, E. Natural additives to preserve quality and
improve nutritional value of fresh-cut nectarine. Food Science and Technology
International, v. 22, n. 5, p. 429-439, 2015.
JAYARAJAN, S.; SHARMA, R. R.; SETHI, S.; SAHA, S.; SHARMA, V. K.; SINGH,
S. Chemical and nutritional evaluation of major genotypes of nectarine (Prunus persica
var nectarina) grown in North-Western Himalayas. Journal of Food Science and
Technology, v. 56, n. 9, p. 4266–4273, 2019.
OGUZ, H.; ERDOGAN, O.; GOKDOGAN, O. E. Energy Use Efficiency and Economic
Analysis of Nectarine (Prunus pérsica var. nucipersica) Production: A Case Study from
Niğde Province. Erwerbs-Obstbau, v. 61, p. 323–329, 2019. 468
SILVA, F. A. S.; AZEVEDO, C. A. V. The Assistat Software Version 7.7 and its use in
the analysis of experimental data. African Journal of Agricultural Research, v. 11, n.
39, p. 3733-3740, 2016.
SILVA, P. A.; MOTA, R. S.; SILVA, R. C.; PINHEIRO, L. S.; CUNHA, P. S. J.;
SANTOS NETO, J. P.; SILVA, K. P.; BEIRÃO, A. T. M.; CARVALHO, F. I. M.
Formulação e caracterização de néctar de maracujá saborizado com flor de camomila.
Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, v. 3, n. 1, p.162-171, 2020.
Capítulo 43
RESUMO
A produção de alimentos saudáveis, nutrição balanceada e rica de componentes
benéficos, é essencial na contemporaneidade. A granola é um alimento rico em fibras,
composto por cereais e grãos integrais. Nessa perspectiva, o presente trabalho objetivou
a formulação de duas receitas de granolas, partindo de ingredientes naturais e sem açúcar,
acrescentando o mel de abelha para compor o sabor e nutrição do produto, assim como a
realização de análises físico-químicas. Em umas das formulações foi inserido o extrato
de própolis para analisar e comparar seus efeitos nos resultados obtidos através das
análises das características físico-químicas realizadas. As granolas foram submetidas ás
análises de: umidade, atividade de água, pH, acidez, açúcar redutor, açúcar não redutor e
cinzas. Apresentando as respectivas médias de 8,24%, 0,96%, 4,57, 5,63 m.E.q/kg,
10,12%, 2,09%, 17,52%, na formulação 1 e de 8,58%, 0,98%, 5,20%, 12,19 m.E.q/kg,
9,9%, 1,41%, 18,43% na formulação 2. Observou-se que os resultados físico-químicos
das formulações apresentaram diferenças estatísticas entre os parâmetros, expondo
semelhança apenas no teor de pH. Com base nos resultados adquiridos, pode-se concluir
que é possível elaborar uma granola com alto valor nutricional, com baixos indicies
calóricos e que proporcione boa conservação do produto, além de atingir uma produção
caseira equivalente ás já existentes no mercado e incrementar nas produções apícolas.
INTRODUÇÃO
A procura por alimentos mais saudáveis e funcionais estão ligadas às necessidades
contemporâneas em prevenir problemas de saúde, pelo enriquecimento do sistema imunológico.
Nesse âmbito, destaca-se a granola, constituída principalmente por carboidratos, sendo assim um
produto energético, que fornece parte da energia que o corpo precisa, para exercer as atividades
do cotidiano além de garantir o bom funcionamento do organismo (MENDOZA; SANTOS;
SANJINEZ-ARGADOÑA, 2017). Segundo a RDC 12, de 02 de janeiro de 2001 as granolas
podem ser definidas como a mistura de cereais não compactados, com ou sem adições, e similares,
possibilitando assim a introdução de uma variedade de ingredientes (ANVISA, 2001). 471
A granola é um produto fonte de fibras, sendo ela composta por uma combinação de cereais
(flocos de milho, aveia, flocos de arroz), grãos integrais (linhaça, gergelim e quinoa), castanhas,
e como adoçante o mel ou açúcar, podendo ter a variação de granola com frutas secas e outros
componentes. É um alimento bastante versátil, que pode ser consumido de diversas formas, possui
uma elevada aceitação, assim como baixos teores de atividade de água e umidade (GRANADA
et al., 2003, CONNOLLY et al, 2016). Dessa forma, com um consumo balanceado desse produto
na dieta, é possível obter uma grande contribuição na saúde humana, tendo em vista toda sua
composição nutricional e funcional (AMAYA-FARFAN; MARCÍLIO; SPEHAR, 2005).
As granolas elaboradas com mel acarretam maiores benefícios e com isso, maiores
demandas. O consumo do mel se elevou nos últimos anos e é atribuído ao aumento geral nos
padrões de vida e também a um interesse maior das pessoas em incluir em sua dieta produtos mais
saudáveis (CECCHI et al., 2019). O mel possui grande importância para a saúde humana por
conter abundantes propriedades, dentre elas a antimicrobiana, curativa, calmante, regenerativa
dos tecidos, antioxidante, dentre outras (VICINIESCKI; CORDEIRO; OLIVEIRA, 2018).
Conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o mel é considerado um
fluido viscoso, aromático e doce elaborado por abelhas a partir do néctar e/ou exsudatos
sacarínicos de plantas, principalmente de origens florais, os quais, depois de levados para a
colmeia pelas abelhas, são amadurecidos por elas e estocados no favo para sua alimentação
(BRASIL, 2000). A composição do mel tem influência de diversos fatores, destacando-se a
origem das fontes vegetais, mas também pelo solo, a espécie da abelha, o estado fisiológico da
colônia, a maturação do mel, as condições meteorológicas quando da colheita, entre outros
(CAMPOS; MODESTA, 2000; RIBEIRO; STARIKOFF, 2019). Sua coloração se alterna do
quase transparente ao âmbar escuro, já o gosto e níveis de açúcar vinculam-se ao paladar, a espécie
de abelha, a época da produção, a região e, principalmente, a florada (AZEREDO; AZEREDO;
DAMASCENO, 1999).
Conforme descrição do Codex Standard For Honey (2001), o mel é constituído de
diferentes açúcares, mas com concentração da glicose e frutose, variando de 85% a 95% de sua
composição (MARCHINI et al., 2005). Sendo devida essa alta quantidade e distribuição que se
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torna um excelente adoçante. Além dos açúcares em solução, o mel também contém ácidos
orgânicos, enzimas, vitaminas, flavonóides, minerais e uma vasta variedade de compostos
orgânicos, que contribuem para sua cor, odor e sabor (PAMPLONA, 1989; TOMÁS; RUSSO-
ALMEIDA; VILAS-BOAS, 2017).
Apesar de todos os benefícios nutricionais e sensoriais da granola, como todos/diversos
produtos alimentícios é um alimento que com o tempo se degrada. E uma das principais reações
de deterioração dos alimentos provoca o surgimento de irregularidades no sabor e odor. Essa
reação de deterioração faz com que ocorra redução no valor nutritivo do alimento, como
consequência da perda de ácidos graxos essenciais, sendo alguns produtos resultantes da reação 472
potencialmente tóxicos, fazendo-se necessário um ativo como conservante (ORDÓÑEZ, 2005;
SETHUPATHY et al., 2019).
Visando isso, na elaboração desta granola foi utilizada a própolis, que é um produto
resinoso natural elaborado pelas abelhas melíferas segundo o Anexo II presente na instrução
normativa para produtos apícolas (BRASIL, 2000), sendo um composto bastante complexo,
contendo mais de 300 substâncias distintas já conhecidas (BURDOCK, 1998; BANKOVA et al.,
2000). Com isso, diversas propriedades biológicas vêm sendo remetidas a própolis, como
atividade antioxidante, antimicrobiana, anti-inflamatória e antibiótica (BANSKOTA et al., 2002;
DOBROWOLSKI et al., 1991; SANTOS et al., 2002). Por isso, muitos estudos têm sido
desenvolvidos para explorar o uso da própolis e seu efeito como conservante em alimentos
(LACERDA et al., 2015). Sendo assim, vem atuando como um antimicrobiano natural, que são
identificados como substâncias elaboradas por organismos vivos na disputa com outros
organismos, objetivando espaço e alimento (COSTA; OLIVEIRA, 2017), tendo ela grande
destaque.
A produção de alimentos bem analisados e constituídos com ingredientes regionais e
seguros, a exemplo da granola elaborada nesse estudo, que poderá proporcionar uma opção
alimentícia com nutrição balanceada e rica de componentes saudáveis, possibilitando a introdução
de um alimento preservado, que não transmita e nem cause doença, como também garanta
segurança nutricional. Nessa perspectiva, o referido estudo objetivou elaborar e caracterizar
granolas com adição de mel de abelhas, com e sem adição da própolis verde
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi dividido em duas etapas: produção das granolas, realizada no dia 20 de
fevereiro de 2020 e realização das análises físico-químicas, efetivadas 2 meses depois, no dia 21
de abril de 2020. Os ingredientes utilizados para a formulação dos produtos foram obtidos em
comércio local da cidade de Pau dos Ferros/RN e em apiário da cidade de Portalegre/RN.
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Tabela 1. Ingredientes e quantidades em grama dos materiais utilizados nas formulações da granola com
extrato de própolis verde e mel apícola, analisados no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Campus Pau dos Ferros.
Ingredientes Formulação A Formulação B
Flocos de milho 44g 44g
Flocos de arroz 72g 72g
Aveia flocos finos 46g 46g
Quinoa 18g 18g
Gergelim 20g 20g
Linhaça dourada 18g 18g
Castanha de caju 68g 68g
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474
Análise físico-química
As análises foram realizadas no laboratório de Processamento de produtos Apícola
e Geleia real, e para todas as análises utilizou-se as metodologias baseadas no livro de
Métodos físico-químicos para análise de alimentos do Instituto Adolfo Lutz (IAL, 2008)
sempre como o auxílio de aparelhos que facilitaram as análises (ZENEBON; TIGLEA,
2008). Os testes foram feitos em triplicatas, para melhor comprovação do resultado.
Umidade
Foi aquecido previamente um béquer em estufa por 10 minutos (105ºC), para
garantir que não haveria nenhuma água e esfriou em dessecador. Em seguida, foi pesada
5g das amostras, que foram depois aquecidas em estufa por 30 minutos (105ºC) e depois
esfriadas em dessecador por 30 minutos, após isso, foram pesadas. Foi realizado o método
de dessecação em estufa e esfriamento em dessecador até peso constante.
Atividade de Água
A atividade de água das granolas foi determinada em triplicada utilizando-se
higrômetro Aqua-Lab modelo CX-2, a leitura do resultado foi feita após equilíbrio das
amostras a temperatura a 25°C.
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pH
Em um béquer de 100 ml, colocou-se na balança semi-analítica previamente
calibrada, e tarou-se e pesou 10g da granola. Adicionou-se 80 ml de água destilada, e
diluiu a amostra, posteriormente foi levado até o pHmetro (Hl 221), o eletrodo foi
introduzido, e no visor do aparelho podia-se observar a medição do pH da amostra.
Valendo ressaltar que o pHmetro foi calibrado antes de seu uso.
Acidez 475
Na análise de acidez utilizou-se solução de NaOH a 0,1 normal padronizada,
fenolftaleína, água destilada, bureta, suporte universal, proveta de 100 ml, bastão de
vidro, agitador magnético e as formulações das granolas utilizadas na análise de pH.
Após o processo de titulação ocorreu o seguinte cálculo:
Acidez Livre=m×Fc ×Vt (eq.1)
Em que: m = Massa da granola; Fc= Fator de correção da solução de NaOH 0,1 N; Vt=
Volume total gasto na titulação.
Para que ocorresse a análise de sacarose, o mesmo conteúdo já filtrado foi utilizado.
Colocou-se a solução filtrada e gotejou-se três gotas de ácido clorídrico P.A, colocando
em banho maria a 80ºC por 30 minutos. Após isso, foi neutralizado com a solução de
hidróxido de sódio a 40%, ocorreu a verificação da neutralização, fazendo-se uso do papel
tornassol. 476
Em um Erlenmeyer de 250 ml ocorreu a introdução de 10 ml do fehling “A” e “B”,
juntamente com 40 ml de água reagente, aqueceu-se a solução em chapa aquecedora, foi
adicionado 1 ml de azul de metileno para que ocorresse posteriormente a titulação da
solução já neutralizada, até que atingisse uma coloração avermelhada, do mesmo modo
que a análise anterior, em seguida ocorreu a realização dos cálculos de acordo com a
seguinte forma:
Glicídios não redutores em glicose (sacarose) (%) = 100 x vb x 2 x f (eq. 03)
MxV
Onde:
vb = volume do balão volumétrico utilizado (mL).
f = fator da solução de Fehling.
M = Quantidade de amostra inicial utilizada para a análise.
V = Volume gasto na titulação (mL).
Cinzas
Pesou-se 2g das amostras em cadinho previamente aquecido em forno mufla por 30
minutos (550 ºC) e esfriou em dessecador por 30 minutos e pesou. Em seguida foi
calcinada até a formação de cinzas brancas em forno mufla a 550 ºC, após isso esfriou-se
em dessecador e pesou-se até peso constante.
Calculou-se: % Cinzas = (Massa do cadinho com amostra) – (Massa do cadinho sem amostra) x
100 (Massa da amostra)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As duas formulações analisadas diferiram significativamente (p<0,05) entre si, para
todos os parâmetros investigados, como pode ser observado na Tabela 2, ou seja, foi
possível perceber que a ausência (Formulação A) ou presença (Formulação B) da
própolis, foi capaz de modificar os aspectos umidade, atividade de água, acidez, açúcar 477
redutor, açúcar não redutor e cinzas. Apenas no critério do pH não houve diferença
estatística.
Tabela 2. Médias e desvios-padrão dos parâmetros: umidade, atividade de água, pH, acidez, açúcar
redutor, açúcar não redutor e cinzas observados na análise físico-química realizada com as granolas
enriquecidas com mel de abelhas e própolis verde, no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Campus Pau dos Ferros no dia 21 de abril de 2020.
Parâmetros Formulação A Formulação B
Umidade (%) 8,24 + 0,02a 8,58 + 0,008b
Atividade de água (%) 0,96 + 0,0a 0,98 + 0,0b
Ph (%) 4,57 + 0,01a 5,20 + 0,02a
Acidez (m E q/kg) 5,63 + 0,002a 12,19 + 0,0001b
Açúcar redutor (%) 10,12 + 0,001a 9,9 + 0,0006b
Açúcar não redutor (%) 2,09 + 0,0001a 1,41 + 0,0003b
Cinzas (%) 17, 52 + 0,05a 18, 43 + 0,16b
Médias dentro da mesma linha, com letra diferentes, são diferentes significativamente, ao nível de 5%,
pelo teste de Tukey.
CONCLUSÃO
Os ingredientes apícolas mel e própolis apresentam-se como ingredientes
adequados para a formulação de granola, uma vez que demonstraram melhorias nas
propriedades de umidade, pH e acidez que garantem além da diferenciação no sabor, a
segurança para o não desenvolvimento de microrganismos, além de aumentar o valor
nutricional e energético do produto. Como os resultados ficaram próximos aos de
granolas já existentes no mercado, podem alcançar valor comercial e incrementar as
produções apícolas.
Com base nesta pesquisa recomenda-se fazer análise sensorial, intenção de compra
para avaliar a aceitabilidade destas formulações no mercado consumidor. Outra analise
sugerida seria a microbiológica para garantir que esta formulação está livre de micro-
organismos deteriorantes.
2021 Gepra Editora Barros et al.
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484
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Capítulo 44
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi o desenvolvimento de blends das polpas de acerola e
tangerina em pó obtidos por liofilização, e a caracterização do produto obtido quanto aos
parâmetros físico-químicos e colorimétricos. Para elaboração dos blends, adicionou-se
20, 40 e 60% de polpa de tangerina em relação à polpa de acerola (m/m), efetuando-se a
suficiente agitação até completa homogeneização das misturas. Em todas as formulações
foram adicionados 10% de maltodextrina DE 20. Os blends formulados foram
acondicionados em formas plásticas e congelados a -18 °C, durante 24 horas. A
desidratação foi realizada em liofilizador de bancada da marca Christ, modelo ALPHA
1-2 LDplus. As amostras congeladas foram acondicionadas nas bandejas do equipamento
e desidratadas na temperatura de -40°C, durante 48 horas. Após a liofilização, os blends
foram desintegrados e acondicionados em embalagem laminada. Através da metodologia
e das matérias-primas utilizadas foi possível produzir blends de acerola e tangerina em
pó de boa qualidade. Na caracterização físico-química, o aumento das concentrações de
polpa de tangerina no produto alterou os teores de umidade, sólidos totais e atividade de
água, mas não alterou os teores de acidez total titulável, sólidos solúveis totais, relação
SST/ATT e pH. Na análise colorimétrica, o aumento das concentrações de polpa de
tangerina nas formulações tornou as amostras mais claras com o aumento da
luminosidade (L*), reduziu a cromaticidade a* e aumentou a cromaticidade b*,
predominando as cores vermelha e amarela; e tornou ainda a coloração do produto mais
viva e atrativa para o consumidor.
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INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1: Médias dos parâmetros físico-químicos avaliados nos blends das polpas de acerola e
tangerina em pó obtidos por liofilização
Sólidos
Ensaio Umidade (%) Atividade de água
totais (%)
Tabela 2: Médias dos parâmetros físico-químicos avaliados nos blends das polpas de acerola e
tangerina em pó obtidos por liofilização
produto, sendo possível evidenciar a partir deste o sabor predominante (doce ou ácido),
sendo possível ter uma ideia do equilíbrio entre os açúcares e a acidez presente no
produto, e quanto maior for esta razão, mais doces serão as frutas. Como não houve
variação dos sólidos solúveis e da acidez total titulável, os valores de ratio também
mantiveram-se constantes nas formulações dos blends das polpas de acerola e tangerina
em pó obtidos por liofilização, com média em torno de 18,80095. Por este resultado, foi
possível constatar que o sabor do produto em pó obtido tende a ser mais ácido do que
doce, indicando uma baixa patabilidade, podendo haver necessidade de adição de agentes
edulcorantes para o consumo, ficando a cargo da indústria produtora optar por
disponibilizar o produto adoçado ou não.
491
Silva et al. (2016) reportaram valores de ratio inferiores ao caracterizar blend de
abacaxi com acerola in natura (13,98) e liofilizado (12,81). Brasil et al. (2016) observaram
valores de ratio entre 6,04 e 9,81 para polpas de acerola congeladas comercializadas na
cidade de Cuiabá - MT. Oriente et al. (2018), ao avaliarem sucos industrializados e
refrescos em pó reconstituídos de diferentes marcas comercializadas no município de
Campina Grande - PB, obtiveram ratio de 1,50 para o suco industrializado e 0,24 para o
refresco em pó, ambos no sabor tangerina.
No que se refere ao pH, também não foram observadas variações entre as
formulações e os valores mantiveram-se na média de 3,72667. Valores aproximados de
pH para polpa de acerola (3,83) e blends (3,74) foram reportados por Gadelha et al.
(2019), ao desenvolverem blends de frutos tropicais à base de tamarindo; A partir destes
resultados, foi possível denominar os blends em estudo como ácidos, e de acordo com os
autores, para a indústria é preferível valores baixos de pH, constituindo-se um fator
favorável ao baixo favorecimento das atividades enzimáticas e desenvolvimento de
microrganismos. Oriente et al. (2018) observou médias de pH também próximas, porém
inferiores, em sucos industrializados (3,21) e refresco em pó reconstituído (2,95) sabor
tangerina; e Silva et al. (2016), em blend de abacaxi com acerola in natura e liofilizado
(3,52).
Na Tabela 3 encontram-se os resultados obtidos na caracterização física de
colorimetria dos blends das polpas de acerola e tangerina em pó obtidos por liofilização,
em que é possível observar que todos os parâmetros avaliados apresentaram diferença
entre as formulações a 5% de significância pelo Teste de Tukey, e a 1% de probabilidade
pelo Teste F, indicando que as variações de polpa de tangerina utilizadas exerceram
influência estatística no produto obtido.
Tabela 3: Médias dos parâmetros físicos avaliados nos blends das polpas de acerola e tangerina em pó
obtidos por liofilização
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
493
ALCÂNTARA, R. I.; CAMILO, Y. M. V.; RODRIGUES, W. N.; OGATA, T.
Caracterização pós-colheita de variedades de tangerina com potencial de produção e
comercialização no Estado de Goiás. Revista Agrarian, v.11, n.42, p.319-323,
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polpas de graviola e caju desidratados. In: I Encontro Nacional da Agroindústria, 2015,
João Pessoa, 2018b.
Capítulo 45
RESUMO
Objetivou-se caracterizar in silico em nível de genes e proteínas a família das PR-6 em
Manihot esculenta C. Foram identificadas nove genes e suas respectivas proteínas PR-6
no genoma da espécie, depositadas no PHYTOZOME V13. A predição do ponto
isoelétrico (pI), peso molecular (MW) e grau médio de hidropaticidade (GRAVY) foram
obtidas usando o servidor Expasy ProtParam. A predição do peptídeo sinal (PS) e da
localização subcelular foram realizadas nos servidores SignalP e DeepLoc. A
identificação de locais de Fosforilação e N-glicosilação foram feitos nos servidores
NetPhos e NetNGlyc. No PFAM foi identificado o domínio funcional conservado nas
MePR-6. As nove proteínas foram chamadas neste trabalho de MePR-6a, MePR-6b,
MePR-6c, MePR-6d, MePR-6e, MePR-6f, MePR-6g, MePR-6h e MePR-6i. O pI e o MW
foi variável de 4,98 a 8,49 e 17,60 a 19,99 kDa, com o PS composto de 24 a 26 resíduos
de aminoácidos na região N-terminal das moléculas. Apenas três das noves MePRs
apresentaram um GRAVY negativo (-), indicando que são hidrofílicas. Todas
apresentaram previsão de endereçamento para o Lisossomo/Vacúolo. O número de sítios
de fosforilação variou dentre a MePR-6i com 25 sítios e a MePR-6b com 30 sítios, apenas
a MePR-6d, MePR-6e, MePR-6h e MePR-6i não apresentaram sítios de N-glicosilação.
O mesmo domínio funcional (PFAM 00188) foi conservado em todas as MePR-6. Estes
resultados auxiliarão no andamento de futuras pesquisas com as MePR-6, visando
desenvolver estratégias de controle das moléstias de importância econômica na cultura.
INTRODUÇÃO
moleculares que regulam as respostas do sistema imune ao ataque das principais moléstias
que acometem a cultura.
Por isso, a caracterização tornando-se uma atividade fundamental para o
desenvolvimento de estratégias de controle, pois permite ao pesquisador sabe quais alvos
moleculares estão presentes no genoma da espécie-alvo e como são regulados em resposta
ao ataque de moléstias. Desta forma, é possível manipular estes alvos moleculares no
genoma da espécie de interesse para que haja uma melhor resposta imune ao fitopatógeno
de importância econômica.
O constante investimento em projetos de desenvolvimentos de algoritmos e
tecnologias de sequenciamento no genoma de referência de M. esculenta, permitiu
estimar um tamanho aproximado de 669 Mbp, distribuído em 18 cromossomos (LYONS
et al., 2021). Estas informações foram úteis para realização deste trabalho, que teve como 498
objetivo caracterizar in silico a família das PR-6 em M. esculenta, em nível de genes e
proteínas.
MATERIAL E MÉTODOS
perdendo ao longo do processo evolutivo, sendo esse evento mais provável que o ganho
(SHI; DU et al., 2020). Logo os genes com apenas regiões exônicas são mais primitivos
em relação aos genes com regiões de íntrons, além de tornarem o processo de tradução
mais rápido. De acordo com o trabalho realizado por Lu et al., (2018), o número de éxons
em genes-PR, parece não variar muito, sendo geralmente, variável de 1 a 2, separados por
apenas uma região intrônica.
Cromossomo
MePR-6a PR-6 Manes.10G089700 501 1 0
10:18520987..18521487
Cromossomo
MePR-6b PR-6 1 0
Manes.07G050800 07:5273886..5274383
498
Cromossomo
MePR-6c PR-6 1 0
Manes.07G050900 07:5284240..5284737
498
Cromossomo
MePR-6d PR-6 498 1 0
Manes.02G187900 02:15279333..15279946
Cromossomo
MePR-6e PR-6 492 1 0
Manes.10G089800 10:18533279..18533826
Cromossomo
MePR-6f PR-6 498 1 0
Manes.10G090000 10:18555892..18556629
Cromossomo
MePR-6g PR-6 483 1 0
Manes.07G050200 07:5201765..5202373
Cromossomo
MePR-6h PR-6 498 1 0
Manes.02G187700 02:15272854..15273601
Cromossomo
MePR-6i PR-6 486 1 0
Manes.10G089900 10:18552806..18553303
como é o caso da família das PR-1, as MePR-6 podem estar envolvidas na degradação de
compostos produzidos pelos fitopatógenos, advindos do meio extracelular, bem como de
proteínas de membrana (BREEN et al., 2017). E, este direcionamento é determinado pela
presença do Peptídeo sinal na região N-terminal de todas as sequências proteicas MePR-
6, pois determinam a entrada dessas proteínas na clássica via de transporte intracelular,
dessa forma, auxiliando na sinalização da localização subcelular das MePR-6.
CONCLUSÕES
tornando possível manipular estes alvos moleculares no genoma da espécie para que haja
uma melhor resposta imune aos fitopatógenos de importância econômica.
REFERÊNCIAS
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2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 46
CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DE FRUTOS DE CAJU E MANGA
RESUMO
INTRODUÇÃO
O consumo de frutas tem sido associado a uma dieta saudável no mundo inteiro,
sendo que governos nacionais e internacionais têm se dedicado à implementação de
políticas nutricionais e campanhas educacionais, para conscientizar a população de
aumentar o consumo desses produtos (BASELICE et al., 2014). Desde a colheita,
iniciam-se os desafios dos produtores de frutas, que procuram entregar produtos frescos
e de alta qualidade para o mercado. Práticas de pós-colheita adequadas para um
determinado produto servem para estabelecer cadeias de frio que mantêm temperaturas
ótimas, umidade relativa e desaceleração das taxas de respiração e produção de etileno,
utilizando embalagens apropriadas e seguindo protocolos de segurança e saneamento 509
(WATSON et al., 2015).
O Brasil é um grande produtor mundial de frutas in natura; no entanto, verificam-
se altos índices de perdas pós-colheita, incluindo o não aproveitamento de excedentes de
safra, particularmente de frutos sazonais. O assunto exige ampla discussão e decisões
urgentes de se otimizar o processo, diminuindo perdas, viabilizando o transporte e a
distribuição durante todo o ano, uma vez que a agricultura exige maior produtividade e
qualidade dos frutos, minimização dos custos e ganhos de competitividade,
principalmente, em se tratando de um produto de exportação (ALMEIDA et al., 2006).
Os frutos nativos brasileiros estão entre os mais saborosos e nutritivos; entretanto,
muitos deles são conhecidos apenas pela população local e/ou aparecem sazonalmente
em regiões específicas limitando este recurso sem que haja um reconhecimento da
produção, apesar da existência de várias espécies frutíferas (SANTOS et al., 2012). Neste
contexto podemos ressaltar a existência de vários produtos, como: caju, laranja, goiaba,
seriguela, umbu-cajá, entre outros.
O caju (Anacardium occidentale) e a manga (Mangifera indica L.) são frutos muito
apreciados, com boa aceitação no mercado, devido ao sabor e textura agradáveis ao
paladar do consumidor, sendo utilizadas em grandes variedades de alimentos e produtos
(SILVA, 2020). A manga teve origem na Ásia, possuindo inúmero cultivares, é uma das
mais importantes frutas tropicais e destaca-se entre as 10 frutíferas mais cultivadas no
mundo.
Por suas excelentes qualidades de sabor, aroma, cor e textura, o caju e a manga são
consumidos na forma in natura, porém sua industrialização é uma atividade em expansão
no Brasil, visto ser, uma maneira de diminuir as perdas no período de safra e maximizar
o aproveitamento de grande potencial da fruta. Na indústria alimentícia o maior emprego
desses frutos se dá na forma de polpa, que constitui a matéria-prima para elaboração de
diversos produtos alimentícios tais como: sucos, sorvetes, essências, balas, geleias, entre
outros (ARAÚJO, 2017).
De acordo com Schneider et al. (2020), a composição física, química e ou físico-
química do alimento, em proporções da composição centesimal, pode ter diferentes
finalidades, como: avaliação nutricional de um produto; controle de qualidade do
alimento; desenvolvimento de novos produtos e a monitoração da legislação. A maioria
das frutas e hortaliças possui um teor de água muito elevado (80% a 95%) no momento
da colheita, e mesmo alguns produtos com menor umidade, tais como banana, batata ou
2021 Gepra Editora Barros et al.
MATERIAL E MÉTODOS
Obtenção da matéria-prima
Análises químicas
Conforme metodologia proposta por Brasil (2008), os frutos de manga e caju foram
511
analisados, em triplicata, quanto ao:
Cinzas (%)
Quantificou-se por gravimetria após incineração em mufla a 600 ⁰C por 24 h. O
método de baseia na perda de peso que ocorre quando o produto é incinerado a 600 ⁰C,
com destruição da matéria orgânica.
pH
Foi determinado pelo método potenciométrico em peagâmetro com auxílio de um
medidor digital calibrando-se o potenciômetro através das soluções tampão (pH 4,0 e
7,0).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 2. Composição química (teor de umidade) e (atividade de água) de frutos de caju e manga.
100
90 86,14%
77,36%
Teor de umidade (%)
80
70
60
50
Teor de umidade
40
30 Atividade de água
20
10 0,99 0,98
0
Caju Manga
Frutos
300
250
200 °Brix
138,89
150 Ratio
100
50 12,5 20
0
Caju Manga
Frutos
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS 515
BRASIL. Instituto Adolfo Lutz. Normas analíticas, métodos químicos e físicos para
análises de alimentos. 4. ed. Digital, São Paulo: IAL, 2008. 1020 p.
SILVA, A. L.; SILVA, J. F.; ALMEIDA, F. A. C.; GOMES, J. P.; ALVES, N. M. C.;
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nigrum. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, v. 14, p. 131-142, 2012.
518
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 47
RESUMO
A dinâmica da serapilheira está associada aos processos de formação, acúmulo e
decomposição da matéria orgânica. Este é um processo imprescindível para a ciclagem
de nutrientes e, consequentemente, para a manutenção e o desenvolvimento das áreas
florestais e pode variar de acordo com as peculiaridades de cada ecossistema. Partindo
desse pressuposto, o presente estudo objetivou compreender a importância da dinâmica
da serrapilheira para o processo de ciclagem de nutrientes nos ecossistemas florestais
brasileiros. Para isto, foi realizada uma análise de trabalhos científicos sobre a dinâmica
da serapilheira nos principais biomas. Foram utilizadas combinações de palavras-chave
e descritores como estratégia para busca dos artigos nas principais bases de dados. A
revisão sistemática disponibilizou um panorama sobre como ocorre a ciclagem de
nutrientes nos biomas brasileiros. Assim, é possível constatar que o processo ciclagem
está diretamente relacionado às condições edafoclimáticas de cada ecossistema.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
O desenvolvimento do estudo foi realizado entre os meses de setembro e
outubro de 2020, por meio da análise de trabalhos científicos que englobam fatores
que contemplam a importância ecológica da ciclagem de nutrientes para a manutenção
e equilíbrio dos 6 grandes biomas brasileiros: Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado,
Caatinga, Pantanal e Pampa.
Para tanto, foram utilizadas combinações de palavras-chave e descritores como
estratégia para busca dos artigos envolvendo a temática ciclagem de nutrientes nas
principais bases de dados: ‘Web of Science’, ‘Scielo’, ‘Scopus’ e ‘Google Scholar’.
Como critério de inclusão para análise foram consideradas produções científicas
especialmente dos anos de 2010 a 2020. Contudo, não desconsideramos referenciais
bases dos anos que foram fundamentais para nortear os principais conceitos referentes
à temática.
Os estudos foram selecionados com base numa visão geral sobre as seguintes
informações: quantidade de serapilheira acumulada, estoque de serapilheira e os
principais fatores que influenciam estes. Após a seleção dos materiais adequados ao
objetivo, foi realizada a leitura interpretativa e construção do corpus do estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O recorte temporal englobou literaturas compreendidas entre 2003 e 2020,
totalizando 33 estudos ligados à ciclagem de nutrientes. Dentre eles, 33,33% estão
relacionados ao bioma Caatinga, 21,21% à Amazônia, 18,18% ao Cerrado, 15,15% à
Mata Atlântica, 9,09% ao Pantanal e 3,03% ao Pampa.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Amazônia
A Amazônia é reconhecida como a maior floresta tropical úmida do mundo,
caracterizada por um clima equatorial, quente e úmido, com chuvas abundantes e bem
distribuídas ao longo do ano (FERREIRA, et al., 2006). O bioma apresenta altas taxas
de produtividade primária, atuando como grandes fixadoras de carbono (e nutrientes
minerais) na biomassa (ARTAXO et al., 2014). Por essas características possuem
solos com pouca disponibilidade de nutrientes. Entretanto, suas florestas são capazes
dedesenvolver-se sobre essas condições, devido a rápida produção e deposição de
serapilheira e o acelerado processo de mineralização (BELO et al., 2020).
Pesquisas em áreas que contemplam esse exuberante bioma disponibilizam 521
informações relevantes sobre o aporte de serrapilheira. Como mostram os estudos
realizados por Ferreira et al. (2006); Freire et al., (2020); e Sales et al. (2020) ao
abordarem que a dinâmica do aproveitamento dos nutrientes em solos amazonenses é
mais intensa em período chuvoso. Pois, o aumento da umidade favorece as atividades
dabiota do solo no processo de mineralizar a matéria orgânica acumulada durante o
período de baixa precipitação. Dessa forma, é importante compreender que variáveis
climáticas de temperatura e umidade relativa do ar influenciam a produção e a
decomposição de serapilheira.
Nesse viés Freire et al. (2020), avaliando a produção de serapilheira em uma
área de floresta de terra firme, obtiveram produção total de 14.130 Kg.ha-¹.ano-¹,
em períodos de estiagem. Enquanto Sales et al. (2020) em uma análise criteriosa de
solos localizados em ambientes de Florestas, Cerrado e Cerradão na Amazônia,
apresentaram uma quantidade total de serapilheira 4.240; 11.480 e 12.580 Kg.ha-1
ano-1 respectivamente. A quantidade de material aportado superior em áreas de
floresta deve-se justamente à influência da sazonalidade neste tipo de vegetação
(GIÁCOMO et al., 2012). Em relação à decomposição de serapilheira, ficou
evidenciado que o processode decomposição nos estudos analisados (FREIRE et al.,
2020; SALES et al., 2020) ocorreram com maior intensidade no período chuvoso.
Por fim, vale salientar que a manutenção de um ecossistema de floresta se dá
através dessa ciclagem de nutrientes, principalmente em solos de baixa fertilidade
natural, como os Latossolos e Argissolos situados na Amazônia, que é fundamental
paramanter os sistemas tradicionais de agricultura migratória na região (SAMPAIO
et al., 2003).
Mata Atlântica
O bioma Mata Atlântica (MA) representa aproximadamente 15% do total da
vegetação brasileira e possui uma das florestas mais ricas em biodiversidade. Seu
clima predominante é o tropical úmido e apresenta temperaturas médias elevadas
somadas a precipitações pluviométricas regulares e bem distribuídas (ALVARES et
al., 2014).
Segundo Machado et al. (2015), a MA possui uma alta capacidade de ciclagem
de nutrientes, que se refere à produção de serapilheira e de nutrientes e a velocidade
de decomposição do material foliar. Ademais, a ciclagem neste bioma é diretamente
2021 Gepra Editora Barros et al.
Estes nutrientes são estocados em formas de folhas, frutos, flores, galhos, cascas e
lenho de acordo com a espécie florestal presente na área (CUNHA et al., 2009). E são
liberados lentamente no solo a partir da ação dos micro-organismos e das ações
climáticas (SANTANA et al., 2017).
Cerrado
O bioma Cerrado se estende por doze estados brasileiros, representando 21%
do território nacional. Declarada como um hotspot, uma área prioritária à
conservação, apresenta alta biodiversidade com mais de 12.000 espécies de flora
identificadas (MENDONÇA et al., 2008). Dentre suas formações savânicas, o
Cerrado sensu stricto (SS) é caracterizado pela presença de árvores baixas e tortuosas,
arbustos e subarbustos com desenvolvimento de órgãos subterrâneos adaptados à
rebrota (RIBEIRO e WALTER, 2008).
Com clima predominante tipo savana (Aw) e subtropical úmido (Cwa), exibe
épocas de seca e chuvas bem definidas, de modo que a dinâmica de ciclagem de
2021 Gepra Editora Barros et al.
523
Fonte: Carvalho et al (2019); Ribeiro et al (2017); Alves et al (2018); Teixeira et al (2016); Silva et al
(2007); Pedro et al (2019).
524
Caatinga
O termo Caatinga é originado da língua Tupi, o qual significa mata branca,
fazendo referência a processos adaptativos realizados pelas plantas deste bioma
(MACIEL, 2016).
O bioma brasileiro Caatinga localiza-se entre os paralelos 3º e 17º S e estende-
se pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio
Grande do Norte, Piauí e Sergipe, compreendendo ainda um pequeno trecho da região
Sudeste - Norte do estado de Minas Gerais. Abrangendo assim, uma área de 844.453
km², o que corresponde a 11% do território nacional (IBGE, 2004).
Sua vegetação é constituída por espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas de
pequeno porte, as quais são dotadas de adaptações como modificações foliares,
espinhos, perda de folhas em períodos de verão como forma de reter líquidos, dentre
outros processos extraordinários (FILHO, 2013). O bioma possui clima semiárido
com precipitação de 800 mm anual (ASSOCIAÇÃO CAATINGA, 2021) e o solo
dessa região é raso e pedregoso, sendo característico dos Luvissolos (EMBRAPA,
2021 Gepra Editora Barros et al.
2021).
A Caatinga sobrepõe-se ao domínio semiárido, que é caracterizado pela baixa
incidência de chuvas e pela irregularidade da precipitação. Nesse contexto, é
importante ressaltar que o padrão de deposição da serapilheira é diretamente
influenciado pelas mudanças climáticas (períodos chuvosos e períodos de estiagens)
ocorridas no bioma Caatinga (COSTA et al., 2010).
Vale destacar a influência dos solos no processo de produção de serapilheira,
pois, conforme Lacerda, Lopes e Albuquerque (2018), o Brasil é o 5º país com solos
mais degradados no mundo, sendo que esses solos se encontram nas regiões
semiáridas e subúmidas secas do nordeste brasileiro, onde está localizado o bioma
525
Caatinga.
Estudos realizados nos municípios de Pombal, São José de Espinharas e Santa
Terezinha, localizados no estado da Paraíba/PB, avaliaram a produção, o acúmulo, a
deposição e a decomposição da serapilheira. Holanda et al. (2017), Souza et al. (2017)
e Henriques et al. (2016), registraram uma produção de 3.785,67 kg.ha-1, 3.397,886
kg.ha-1 e 4.207,84 kg.ha-1, respectivamente, onde foi constatado que a folha
(2.692,69 kg.ha-1) é a maior contribuinte na produção de serapilheira e na ciclagem
de nutrientes nesse bioma.
Santana e Souto (2011), em estudo realizado na Estação Ecológica do Seridó
no estado do Rio Grande do Norte/RN, obtiveram resultados que demonstraram uma
ampla vantagem da folha em relação aos demais contribuintes do material decíduo,
isso, devido principalmente à elevada perda de folhas em períodos de seca,
característico desse bioma.
Na pesquisa desenvolvida por Souza et al. (2017), estudando o acúmulo da
serapilheira em áreas classificadas em preservadas, em processo de exploração e
explorada, obtiveram resultados superiores na área explorada (4.229,708 kg.ha-1). Tal
fato pode ser explicado em razão especial, da presença de restos orgânicos deixados
após o corte.
Pantanal
O Pantanal possui uma área de 138.183 km², sendo aproximadamente 2% do
território nacional, onde o clima é quente e úmido no verão e frio e seco em período
de inverno, a vegetação do bioma é muito variada, principalmente em função das
inundações que ocorrem durante o inverno e do tipo de solo arenoso, característico
dos plintossolos (EMBRAPA, 2020).
Estudos realizados por Marques et al. (2017) e Marques (2018), sobre a
produção de serapilheira, obtiveram números que comprovam a maior produção no
período de seca (maio-setembro) e os menores no período chuvoso (outubro-abril).
Marques et al. (2017), registraram como maior contribuinte na produção de
serapilheira em período de seca, a folha, com representativos 57,18%. Os autores
destacam ainda, que em períodos chuvosos a parte vegetativa que apresenta maior
contribuição na produção de serapilheira são os galhos (53,33%).
Em relação à produção total de serapilheira neste bioma, os valores
apresentaram variação conforme o período estacional, sendo mais representativos em
2021 Gepra Editora Barros et al.
períodos chuvosos 9.193,10 kg.ha-1 conforme apresentado por Marques (2018). Isto
é explicado devido à precipitação, mas também por outros fatores, como temperaturas
elevadas, a fitofisionomia das áreas e a taxa de decomposição.
Pampa
O bioma Pampa abrange, unicamente, o estado do Rio Grande do Sul,
totalizando 63% do território estadual e 2,07% do território nacional (MMA, 2007).
Seu clima é predominante do tipo savana (Aw), tropical com inverno seco (maio a
outubro) (ALVARES et al., 2014).
O Quanto ao estoque de serrapilheira e nutrientes, Azevedo (2011) constatou
526
quea produção de serapilheira, em ambos os períodos, foram superiores no interior e
inferiores na borda (inverno: 11.800 Kg.ha-1 e 7.870 kg.ha-1; outono: 9.850 Kg.ha-1 e
8.640 Kg.ha-1) e seus teores de macronutrientes seguiram o gradiente Ca > N > Mg
> K > P > S enquanto os micronutrientes Fe > Mn > Zn > B > Cu.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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2021 Gepra Editora Barros et al.
após a queima e cultivo com arroz. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 27, n.
6, p. 1161-1170, 2003.
Capítulo 48
RESUMO
A proteção das culturas agrícolas tem dependido da utilização de pesticidas químicos por
mais de 50 anos. No entanto, este cenário tem se alterado devido as novas legislações, os
diversos problemas ambientais e de saúde humana e o surgimento de populações de
pragas resistentes. A situação imposta sugeriu a necessidade de criação de novos sistemas
de cultura que reduzissem a dependência do controle químico. Os programas de Manejo
Integrado de Pragas surgem propondo uma combinação de táticas, como as químicas e de
controle biológico para uma tentativa de mudança nos sistemas do agronegócio global.
Em um âmbito mais abrangente, além da agricultura, os produtos químicos são utilizados
na indústria e, também, para controle de vetores transmissores de doenças humanas, o
que soma aos impactos ambientais mencionados anteriormente e a importância da
compatibilidade entre as estratégias de controle para que não haja redução da eficácia das
ferramentas. Dessa forma, o presente artigo teve como objetivo tratar da importância de
se avaliar a compatibilidade entre antagonistas microbianos e produtos químicos em
diferentes casos. Para se chegar aos resultados, foi realizado um levantamento
bibliográfico através da consulta de periódicos e anais de eventos ligados ao tema, por
meio de uma análise exploratória de revisão da literatura. A partir das evidências teóricas
e dos dados observados neste estudo, nota-se que a utilização de produtos químicos e
agentes antagonistas tem sido amplamente utilizada e estudada e tem apresentado
resultados positivos, porém ainda necessita de aprofundamento nos estudos de natureza
genética.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A resistência das pragas aos princípios ativos de inseticidas, devido ao seu uso
irresponsável, tem ocasionado diversos problemas de resistência. Este é o principal
motivo que tem direcionado os estudos de resistência destes organismos aos inseticidas,
2021 Gepra Editora Barros et al.
estão desempenhando um papel importante na área médica, essas partículas podem ser
encontradas naturalmente em associação com outros elementos e podem ter um potencial
antimicrobiano. Desta forma, realizou-se um ensaio testando o efeito de nanopartículas
produzidas a partir do extrato de Vitis vinífera contra B. subtilis em diversas dosagens de
Ag. Os resultados demonstraram que foi necessário aumentar a concentração da molécula
química para conseguir um efeito antimicrobiano, demonstrando que a prata, extraída de
forma natural, pode ser um princípio ativo potencial para aplicações biomédicas.
A espécie B. thuringiensis é empregada na indústria dos bioinseticidas, devido sua
capacidade de controle entomopatogênico de diversas pragas de importância econômica.
As propriedades intrínsecas das toxinas produzidas por B. thurigiensis evitam
539
naturalmente o desenvolvimento de resistência dos mosquitos vetores e são altamente
específicos, causando efeitos mínimos em espécies que não-alvo (BOYCE et al., 2013).
Atualmente, a sociedade enfrenta diversas doenças transmitidas por insetos vetores, o
gênero Aedes está relacionado a maioria delas e tem preocupado governos e organizações
de saúde. O controle dessas doenças, consequentemente, é executado com o controle do
vetor, e o método de maior eficiência é o químico. Devido as preocupações com os
problemas do uso irresponsável dessas moléculas, o MIP se faz necessário (ACHEE et
al., 2019).
Um trabalho realizado por Narkhede et al. (2017), testou a compatibilidade do
biopesticida a base de B. thurigiensis em larvicidas químicos. O estudo concluiu que o
produto Temephos foi mais compatível com o isolado BtSV2 em relação aos outros
tratamentos, os dados apontaram que o uso dos produtos em conjunto reduziu a CL50 em
30,68% para Aedes aegypti e 22,36% contra Anophele stephensi. Observou-se nas larvas
alteração bioquímica, após o uso dos produtos sinergicamente, alterando os níveis de alfa
esterase, acetilcolina esterase e proteínas, fatores ligados a resistência.
Os estudos de compatibilidade e resistência são de total importância para sistemas de
produção com grande valor agregado, isso se dá pelo fato do uso contínuo de pesticidas
nessas culturas o que acarreta os atuais problemas de resistência. Um estudo realizado na
cultura da soja, testou a compatibilidade de B. thuringiensis com o pesticida mais
utilizado no país (MAPA, 2019), o Glifosato. O produto comercial foi acrescentado ao
meio de cultura em dosagens variadas, a bactéria foi incubada e mantida a temperatura
adequada, realizando-se a contagem nas unidades formadoras de colônia diariamente. Os
dados apresentados revelaram que não houve compatibilidade de B. thuringiensis com o
produto comercial, já que não houve crescimento bacteriano no período avaliado nos
tratamentos (AGOSTINI et al., 2012).
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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Capítulo 49
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Tabela 1. Pontos avaliados através do check list, na feira livre do município de Alexandria, RN, Brasil.
Ordem Pontos avaliados Itens
1 Instalações 6
2 Hábitos higiênicos 7
3 Vestuário dos manipuladores 2
3 Qualidade da água 2
4 Higiene dos alimentos 7
4 Embalagens de alimentos 3
5 Equipamentos e utensílios 3
Fonte: Autores (2018-19).
2021 Gepra Editora Barros et al.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Instalações
549
Entre os itens observados também estavam o asseio pessoal, no qual apenas 10%
dos manipuladores estavam com boa apresentação, mãos limpas, ausência de adornos e
cabelos protegidos. Segundo Andreotti et al. (2003), a higiene pessoal na produção de
alimentos depende de hábitos de banho, higienização e manutenção de unhas curtas,
proteção dos cabelos, entre outros cuidados.
Góes et al. (2001) complementam que os manipuladores devem ser treinados
periodicamente. A educação e o treinamento periódico dos manipuladores de alimentos
são importantes para a manutenção da qualidade higiênico-sanitária dos produtos
2021 Gepra Editora Barros et al.
Em relação ao “Vestuário dos manipuladores”, 100% dos itens estavam não 550
conformes (Figura 3A), destacando-se a não utilização de uniformes de cor clara e em
bom estado de conservação. Em alguns dias, as vestimentas apresentavam-se com
sujidades, correspondendo a um risco de contaminação para os alimentos.
551
Equipamentos e utensílios
553
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
AYRES, C.; KOMINSKY, G.; MELLO, A.; SCHMITT, J.U. Avaliação de condição
higiênico sanitária de restaurantes comerciais de Porto Alegre frente à legislação vigente.
Higiene Alimentar, v. 17, n. 104/105, p. 16-17, 2003.
MOREL, A. P.; REZENDE, L.T.; SETTE, R.S. Negócio feira livre: Análise e discussão
sob a perspectiva do feirante. Revista Extensão Rural, v. 22, n. 4, p. 43-57, 2015.
555
NORETE, D. N.; CORREIA, Q. B.; JOSÉ, J. F. B. Qualidade da água utilizada em
quiosques de praia. Revista Ambiente & Água, v. 13, n. 2, 2018.
Capítulo 50
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
mesmas foram analisadas quanto aos parâmetros de Coliformes à 35º e 45ºC (NMP/mL),
Salmonellasp. (presença/ausência), Staphylococcuscoagulase positiva (UFC/mL),
Contagem total de bactérias Aeróbias Mesófilas (CTM) (UFC/mL)e Escherichia coli.
(presença/ausência). Todas as análises foram realizadas com base na metodologia adotada
por Silva e seus colaboradores (2010).
Coliformes à 35ºC
Teste presuntivo: três séries de tubos de caldo lauril sulfato triptose, comtubo de
Durhan invertido, foram inoculados com 1 mL a partir das diluições de 10 -1 a10-7. Após
serem incubados a 35ºC por 24 a 48 horas, as culturas que
produziramgásforamconsideradas positivas.
Teste confirmativo: de cada tubo com resultado positivo no teste presuntivofoi
transferida uma alçada da cultura (alça de níquel-cromo de 3 mm de diâmetro)para tubos
correspondentes contendo caldo lactose-verde brilhante-bile a 2,0% etubo de Durhan
invertido. Após o processo foi realizada a incubação a 35ºC por 24 a48 horas e
considerados positivos os desenvolvimentos bacterianos que produziramgás
nesteperíodo.
De acordo com o número de tubos positivos e, empregando a tabela de Hoskins, foi
determinado o NMP de coliformes totais por grama.
Coliformes à 45ºC
Apartirdecadatubodecaldolaurilsulfato triptose com resultado positivo no teste
presuntivo para coliformes a 35ºC,foram inoculados com alça, tubos correspondentes
contendo caldo EC e tubo deDurhan invertido. A incubação foi realizada em banho-maria
a 44,5 ±0,2ºC por 24 ±2horas e considerados positivos os tubos com multiplicação
bacteriana e produção de gás. De acordo com o número de tubos positivos e, empregando
a tabela de Hoskins, foi determinado o NMP de coliformes termotolerantes por grama.
Escherichia Coli.
A partir dos tubos com resultados positivos para coliformes a 45ºC em caldo EC,
foram semeadas placas de ágareosina-azul de metileno (EMB) e em seguida encubadas a
35ºC por 24 horas. Após o período e havendo desenvolvimento de colônias, foram
transferidas de cada placa, três colônias características (cor negra, chata, seca e com brilho
metálico), para ágarnutriente inclinado. Após incubação a 35ºC por 24 horas, realizou-se
coloração de Gram em cada tubo, para a verificação da morfologia dos isolados.
Constatada a presença de bacilos Gram-negativos, em cultura pura, esses foram semeados
emmeios para confirmação bioquímica através das provas do IMViC ou seja: produçãode
2021 Gepra Editora Barros et al.
Salmonella sp.
Pré-enriquecimento de cada amostra foi retirado, assepticamente, 25 gramas e
adicionados a 225 mL de água peptonada a 1,0%. Após homogeneização em aparelho
559
Stomacher, a mistura foi incubada a 37ºC por 24horas.
Enriquecimento seletivo: duas alíquotas, uma de 1 mL e outra de 0,1 mL dacultura
de pré-enriquecimento, foram inoculadas respectivamente, em 10 mL de caldo selenito
cistina e em 10 mL de caldo Rappaport-Vassiliadis, adicionados de 0,1 mL de solução
de novobiocina a 0,4%, dando uma concentração de 40 microgramas do principio ativo
por mililitro do meio. Em seguida, os caldos seletivos foram incubados a 37ºC por
24horas.
Plaqueamento seletivo com auxilio de uma alça de níquel-cromo, cada cultura em
caldo de enriquecimento foi semeada pela técnica de esgotamento em ágarverde-brilhante
e ágar MacConkey, seguido de incubação a 37ºC por 24horas.
Identificação presuntiva: 3 a 5 colônias, com características sugestivas do gênero
Salmonella, obtidas no plaqueamento seletivo seriam retiradas com auxilio de agulha de
níquel-cromo previamente flambada e inoculadas em tubos contendo ágar tríplice açúcar
ferro (TSI) e meio para a realização da prova da descarboxilaçãodalisina(LIA).
Confirmação sorológica: para tal, cultivos que, na identificação presuntiva,
apresentass em reações condizentes com o gênero seriam transferidos com alça deníquel-
cromo para lâminas de vidro contendo gotas de solução fisiológica. Após
homogeneização da colônia com a solução fisiológica na lâmina, seria acrescentada uma
gota de soro anti-salmonela polivalente somático-O, seguido de movimentação da lâmina
para leitura. Se ocorresse aglutinação na mistura, a prova seria considerada positiva. O
mesmo procedimento seria realizado para o soro polivalente flagelar-H. Seria considerada
como gênero Salmonellao cultivo que apresentasse positivida de em ambas as provas.
Staphylococcuscoagulase positiva
Para a determinação dos Staphylococcuscoagulaseforam pesados 25 g de cada
amostra e homogeneizadas em 225 mL de solução salina para a obtenção da diluição 10 -
1
. Para cultura na diluição 10-1, foi semeada uma alíquota de 1 mL distribuída em três
placas de Petri contendo ágar Baird-Parker (Himedia, Mumbai, Índia). Para as demais
diluições, foram realizadas análises em duplicata utilizando alíquotas de 0,1 mL
originárias da diluição anterior.
As placas foram incubadas em estufa a 37 °C por 48 horas. Ao fim desse período,
foi realizada a contagem de colônias e foram selecionadas três colônias típicas e três
colônias atípicas de cada placa, que foram semeadas em caldo Infusão de Cérebro e
Coração (BHI, Acumedia) para realização posterior da prova de coagulase, utilizando
2021 Gepra Editora Barros et al.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 10. Resultados obtidos para Coliformes a 35 ºC, Coliformes a 45 ºC e Escherichia Coli. nas
amostras de leite cru do município de Bananeiras, Paraíba.
partes do corpo do ser humano, como pele, garganta e fossas nasais também de forma
assintomática (SANTOS et al., 2007).
Tabela 12. Resultados obtidos para Contagem total de bactérias Aeróbias Mesófilas
eSalmonella sp. nas amostras de leite cru do município de Bananeiras, Paraíba.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
MOTTA, R. G.; SILVA, A. V.; GIUFFRIDA, R.; SIQUEIRA, A. K.; PAES, A. C.;
MOTTA, I. G.; RIBEIRO, M. G. Indicadores de qualidade e composição de leite informal
comercializado na região Sudeste do Estado de São Paulo. Pesq. Vet. Bras., Rio de
Janeiro, v. 35, n. 5, p. 417-423, 2015.
NETO, A.C.R.; BARBOSA, S.B.P.; JATOBÁ, R.B.; SILVA, C.X.; SILVA, M.J.A.;
SANTORO, K.R. Qualidade do leite cru refrigerado sob inspeção federal na região
Nordeste. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.64, n.5, p.1343-
1351, 2012.
2021 Gepra Editora Barros et al.
PAIVA, Y. F.; FRANÇA, K. R.; DA SILVA, E. V.; DA SILVA FILHO, J. A.; PEREIRA,
K. E. V.; DOS SANTOS ARAÚJO, A. Diagnóstico microbiológico e índice de adição de
água do leite cru comercializado no município de Pombal, Paraíba. Revista Verde de
Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v. 13, n. 1, p. 84-88, 2018.
Capítulo 51
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
A busca foi norteada pela utilização dos termos: ovinocultura, bem-estar animal,
estresse térmico. Nesse sentido, foi possível analisar os trabalhos científicos que mais
contribuíssem com a melhor explanação sobre o assunto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ovinocultura
calor sensível envolvem trocas diretas de calor com o ambiente por condução, convecção
ou radiação e dependem da existência de uma gradiente térmica entre o corpo do animal
e o ambiente (FAÇANHA et al., 2013; RUIZ; DWYER, 2015).
A produção animal nos trópicos é limitada principalmente devido ao estresse
calórico e há um complicador, pois as raças selecionadas para maior produção são
vulneráveis, desta forma, torna-se indispensável o conhecimento sobre adaptação das
principais espécies e raças exploradas no Brasil, bem como a escolha dos sistemas de
criação e manejo que desenvolvam a produção pecuária de forma sustentável, sem agravar
o bem-estar dos animais (RIBEIRO et al., 2018; AMORIM et al., 2019).
A importância em buscar novas técnicas de alta aptidão para aferir a tolerância ao
570
calor fragmenta-se em dois aspectos, constituídos pela identificação de raças ou linhagens
que conservem a homeotermia quando em elevadas temperaturas, além do entendimento
de particularidades anatomofisiológicos implicados na termólise (LEITE et al., 2018).
Variáveis fisiológicas
CONCLUSÕES
573
REFERÊNCIAS
ALEENA, J.; SEJIAN, V.; BAGATH, M.; KRISHNAN, G.; BEENA, V.; BHATTA, R.
Resilience of three indigenous goat breeds to heat stress based on phenotypic traits and
PBMC HSP70 expression. International Journal of Biometeorology, v.62, n.2, p.1995-
2005, 2018.
DAS, R.; SAILO, L.; VERMA, N.; BHARTI, P.; SAIKIA, J.; KUMAR, R. Impact of
heat stress on health and performance of dairy animals: A review. Vet World, v.9, n.3,
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574
responses related to coat traits of Brazilian native ewes: an adaptive approach. Journal
of Applied Animal Research, v.46, n.1, p.353-359, 2018.
LIMA, L. O.; LIMA, R. M. A.; CASTRO, A. L. A.; DIAS, F. J. S.; DIAS, M. Influência
da cor do pelame nos parâmetros fisiológicos e comportamentais de ovelhas da raça Santa
575
Inês ao sol e à sombra. PUBVET, v.11, n.8, p.744-753, 2017.
NUNES, S. F.; FERREIRA, J.; SILVEIRA, R. M. F.; SALES, D. C.; SOUSA, J. E. R.;
PAIVA, S. R.; FAÇANHA, D. A. E. Morphometric characterization and zoometric
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indices of white Morada Nova breed: The first step for conservation. Small Ruminant
Research, v.192, n.2, p.178-186, 2020.
RIBEIRO, N. L.; COSTA, R. G.; PIMENTA FILHO, E. C.; RIBEIRO, M. N.; BOZZI,
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the Brazilian semi-arid region. Italian Journal of Animal Science, v.17, n.2, p.454-461,
2018.
RUIZ, R.; DWYER, C. AWIN Welfare Assessment Protocol for Sheep. 1.ed.
Pirassununga: USP, 2015. 73p.
SEJIAN, V.; BAGATH, M.; KRISHNAN, G.; RASHAMOL, V. P.; PRAGNA, P.;
DEVARAJ, C.; BHATTA, R. Genes for resilience to heat stress in small ruminants: A
Review. Small Ruminant Research, v.173, n.4, p.42-53, 2019.
SWENSON, M. J.; REECE, W. O. Dukes fisiologia dos animais domésticos. 1.ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. 855p.
TORRES, T. S.; SILVA, L. C.; BORGES, L. S.; SENA, L. S.; MOREIRA, A. L.;
MACHADO, L. P. M.; CARDOSO, J. P. B.; SOUSA JUNIOR, A. Behavioral and
thermoregulatory characteristics of Dorper sheep. Journal Animal Behavior
Biometeorology, v.5, n.3, p.85-90, 2017.
Capítulo 52
RESUMO
INTRODUÇÃO
sensações, pois elas são as mais fidedignas fontes de informação, assim as que mais guiam
na busca de soluções.
Segundo Stam e Hoogenboom (2018), os representantes têm acesso a informações
do sistema colocado de maneira inexplicável. Pelas sensações e percepções dos
representantes, todos os participantes recebem nesse momento muitas informações
adicionais, às quais antes não teriam acesso. Esse recurso funciona como um mapa
orientador para a implementação das soluções encontradas. Essas imagens são como
forças propulsoras que impulsionam o cliente em direção à solução encontrada e têm uma
repercussão durante certo tempo depois.
A experiência mostra que um quadro de soluções bem fundamentadas volta a
580
aparecer continuamente diante do olhar da mente, nos meses que seguem à colocação,
ativando dessa maneira a percepção das possibilidades e de novos caminhos para as
soluções (Bakker e Steeghs, 2017; Regis, 2013).
Hellinger (2006) constatou em longos anos de pesquisa que os sistemas familiares
possuem propriedades específicas de sistema: o vínculo, a ordem, o equilíbrio entre dar e
receber, essas ordens necessitam ser encontradas e respeitadas, aceitas e reconhecidas,
para o bom funcionamento do sistema. Quando estamos diante de um desequilíbrio do
sistema, estamos diante de uma pista de que ali existe uma crença, uma distorção, um
padrão persistente e que precisamos olhar, escutar e permitir que ela se expresse para que
assim possa ser acolhida, ressignificada e transformada.
Assim, podemos afirmar que a Consultoria Organizacional considera
organizações como totalidades, não focaliza unidades isoladas (funcionários, chefes,
clientes, departamentos...etc). A empresa é um sistema, onde os elementos estão em
constante interdependência, cada mudança em algum ponto gera mudança em todos os
outros (Hellinger, 2007).
Portanto, pode ser aplicada no Planejamento Estratégico das organizações,
orientando nas tomadas de decisão dos gestores, resolução de conflitos, resolução de
problemas de desempenho, de estrutura, fusões, relacionamentos, marketing, alocação de
pessoas em diversas áreas da empresa, processos, produtos, vendas e mercados.
O objetivo central deste trabalho foi demonstrar, através de indicadores
confiáveis, que a ferramenta das constelações organizacionais, pode apresentar eficácia
na orientação e aconselhamento empresarial, uma abordagem sistêmica fenomenológica,
ajudando no planejamento estratégico, no equilíbrio e no aumento de performance das
organizações e empresas e contribuindo para uma maior produtividade.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi desenvolvido com base em dados de uma empresa familiar do ramo
de embalagens com mais de 25 anos de atuação no mercado, situada em Americana-SP,
que vamos chamá-la de Matriz. A mesma decidiu no ano de 2014 por fazer uma
Constelação Familiar colocando como tema aspectos pessoais e também o
relacionamento entre seus diretores (mãe e três filhos), já que o fundador (pai) tinha
falecido a alguns anos e tudo na empresa ainda estava sendo “feito do jeito do fundador”,
2021 Gepra Editora Barros et al.
Assim, um ano depois, agosto de 2015, a empresa (Matriz), decidiu por realizar
581
uma expansão para o Paraguai, com a abertura de uma filial, (empresa que chamaremos
de Filial), e também abertura de novos mercados e fornecedores, isso tudo dentro de um
planejamento estratégico que estava sendo feito pela empresa.
A dinâmica do fornecedor teve como objetivo avaliar qual seria a melhor opção
de fornecedor, dentro de três possibilidades de fornecedores, para fornecer a matéria
prima para a filial que iria ser aberta no Paraguai (Figura 1). As opções de fornecedores
eram:
1)ENVAPAR – Paraguai;
2)BULK LIQUID – Índia;
3)PROPEX – Brasil.
2021 Gepra Editora Barros et al.
1)Figura
PROPEX – Brasil.
1.Esquema da dinâmica do fornecedor realizada em agosto de 2015, sendo F1: Envapar
(Paraguai), F2: Bulk Liquid (Índia), F3: Propex (Brasil) e F4 (Outros fornecedores, Estelar-Paraguai).
Metaflex (Filial)
?!
582
Produtos Produtos
Fertilizantes intermediários customizados
583
Filial
RESULTADOS E DISCUSSÃO
(ENVAPAR - (PROPEX DO
PARAGUAI) BRASIL)
Corpo leve, muita
leveza, sensações de
Pressão nas costas,
Desconforto na região da bem-estar, segurança
desconforto, irritabilidade.
barriga, costas pesadas, e tranquilidade. "Me
Frases ditas: "Sinto-me
Descrições dadas sensação de enjoo, maresia. sinto bem aqui, me
muito pequeno perto desse
pelo Produto "Essa posição horrível para sinto acolhida, gosto
elemento, sinto-me
mim, sinto-me muito mal, muito desse elemento
rejeitado e desvalorizado,
sem força, sem lugar" que acabou de entrar,
não gosto dessa pessoa"
tenho vontade de me
virar pra ele"
Sensação de fluxo,
Palpitação, inquietude, Sem sensações no corpo,
vontade virar as costas e apenas uma leve pressão no
corrente elétrica 584
correndo no corpo,
olhar para outro lado. peito, ansiedade e
mãos formigando.
Frase dita: "Essa pessoa sentimentos de raiva,
"Vejo o casamento
Descrições dadas me deixa inquieta, irritação. "Aqui me sinto
perfeito em minha
pela Metaflex apreenssiva, ela traz uma realmente desconectada de
frente, gosto muito
certa rigidez pra a união tudo, não gosto desses dois
desses dois aí,
dos dois elementos na minha frente, me parece
parecem que foram
(Fornecedor e Produto) que isso não faz muito
feitos um para o
sentido"
outro"
Falta de ar, formigações no Formigamento nos braços e
braço direito, inquietude. uma relativa inquietude. Tranquilidade,
Frase dita: "Não existe "Me sinto forte e tenho sobreidade, alegria.
nenhuma conexão aqui, visão de todos aqui, "Meu lugar é aqui,
Descrições dadas
estou solto e independente, gostaria de mais sinto como se
pelo Fornecedor
nem vejo, nem sinto essas proximidade, porém não pudesse ficar aqui
pessoas que aqui estão sinto conexões com pra sempre, gosto
presentes, estou no meu nenhum desses elementos muito daqui"
próprio mundo" aqui"
Fonte:Dados originais da pesquisa.
tudo se mostrou muito coerente, onde a melhor conexão da FILIAL era com o mercado
de produtos intermediários, e não com o mercado de produtos fertilizantes.
Segundo o Diretor da Empresa FILIAL: “Tudo que pudemos perceber com a
dinâmica foi que nosso ideal inicial, vender no mercado de fertilizante (um mercado
gigantesco a nível de quantidade, porém dificílimo a nível de preço) seria inviável. De
certa maneira todo o processo nos trouxe muito aprendizado, pois vimos que muitas vezes
limitamos a nossa visão, excluindo alternativas de forma irresponsável e ingênua.
Foi possível perceber que mesmo produzindo no Paraguai, nossos padrões de
exigência e gestão ainda seriam restritivos para atuar no mercado de fertilizantes, porém
ainda seriamos capazes de atuar nos outros mercados, com melhor margem e
587
lucratividade elevada. Por fim, ao instalarmos no Paraguai e começarmos a produzir,
percebemos que de fato precisaríamos atuar inicialmente em mercados onde nossos
custos compensavam e assim fizemos, hoje estamos com 75 funcionários e estamos
vendendo para clientes antigos que já não compravam de nós em razão do preço. Ou seja,
recuperamos antigos clientes e ainda abrimos novos clientes no mesmo mercado que
atuávamos no Brasil.
Em relação a dinâmica do fornecedor, a empresa buscava através da ferramenta
da Constelação Organizacional, uma validação e mais informações sobre qual dos novos
fornecedores se poderia apostar, ou pelo menos, o que esperar de cada um.
Com a dinâmica do fornecedor a empresa acabou ficando mais confusa, pois
tinha-se como certo a possibilidade de explorar nossos fornecedores do Paraguai e da
India, e segundo o que os elementos expressavam nas dinâmicas, ficava claro que não
seriam opções/alternativas viáveis.
Ao final, relutantes, a diretoria da empresa optou por arriscar e realizar as compras
provenientes da Índia, pois o único fornecedor habilitado no Paraguai fechou as portas
assim que soube da instalação da FILIAL no Paraguai.
Efetivamente os resultados foram péssimos, muitos problemas de qualidade,
problemas de prazo de entrega, formas de pagamento com congestionamento de fluxo de
caixa, efetivamente, nada funcionou. Por fim, foram sendo finalizados os negócios com
esse fornecedor.
Atualmente a empresa FILIAL está comprando apenas do fornecedor brasileiro
PROPEX, e apesar de estar buscando alternativas, ainda não foi encontrada uma que
atenda com qualidade e praticidade.
Foi demonstrado durante esses dois anos e pouco, que os negócios com esse
fornecedor indiano, foram de extrema dificuldade, situações comerciais que não foram
possíveis de serem avaliadas no planejamento inicial da empresa para sua FILIAL, porém
foram evidenciadas na constelação organizacional (dinâmica do fornecedor), apesar da
empresa não ter seguido o aconselhamento da Consultoria Organizacional Sistêmica que
utilizou a constelação para acessar essas informações “ocultas”.
E, atualmente, as compras de matéria prima da Filial, estão sendo feitas em sua
maioria do fornecedor brasileiro, o que tinha sido demonstrado a melhor conexão com a
Filial, durante a consultoria.
Logo, os resultados observados na constelação organizacional, demonstraram, 6
meses antes mesmo de se ter aberto a Filial, que o melhor caminho para a empresa era, e
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
Bakker, S.; Steeghs, L. 2017. Unlocking Systemic Wisdom. Systemic Books Publishing.
ISBN 978-1973714231 (NUR 470).
Hellinger, B. 2006. A Simetria oculta do Amor. Cultrix. São Paulo, SP, Brasil.
Kaat, S.; Kroon, A.de. 2017. Systemic Consulting – The Organisation as a Living System.
Systemic Books Publishing. ISBN 978-1539788454 (NUR 801).
Stam, J.J. 2017. Wings for Change. Systemic Books Publishing. ISBN 978-94-92331-08-
3 (NUR 801).
Capítulo 53
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
seguintes informações, de que modo quea percepção popular vem sendo difundida pelas
populações tradicionais, de que forma ele pode contribuir para o uso racional da
biodiversidade. Para estudos realizados especificamente no Bioma Caatinga foram
analisados a potencialidade medicinal de sua flora para a produção de novos fitofármacos,
bem como a prioridade de conservação de algumas espécies medicinais. Nessa
perspectiva, buscou-se compreender também como as Unidade de Conservação
funcionam, quais seus principais impasses, e como estas podem junto aos conhecimentos
populares proteger os recursos naturais essenciais para a sobrevivência das populações.
591
RESULTADOS E DISCUSSÃO
trabalhar em todos os níveis (local, regional, nacional e global) para entender, conservar
e usar de forma sustentável a imensa riqueza mundial da diversidade vegetal (CERATI,
2018).Nesse viés, o Brasil, exerce um papel indispensável nas negociações da CDB e do
Protocolo de Nagoia, em razão da sua expressiva contribuição no setor agrícola, bem
como sua interdependência econômica. Além disso, o país é o maior detentor da
diversidade biológica do planeta, o que o torna centro das atenções nas discussões
internacionais sobre o uso sustentável e conservação da biodiversidade (MAPA, 2021).
Portanto, o posicionamento e a sua participação são indispensáveis para apreservação do
seu patrimônio biológico e cultural, expresso pelas vivências dos povos que habitam as
comunidades tradicionais.
593
Os aprendizados retratados pelas coleções etnobotânicas podem deterpapel
central, com influência em três das 16 metas publicadas na GSPC (Oliveira- Melo, 2016).
Dentre elas, destaca-se a meta (2) referente a avaliação dos estados de conservação de
todas as espécies de plantas descritas pela botânica. A meta (16), que trata da manutenção
dos conhecimentos, de inovações de práticas tradicionais e locais associado aos recursos
vegetais. Por fim, a meta (14) relacionada a incorporação da dimensão da diversidade de
espécies vegetais e da necessidade de sua conservação nos programas de comunicação,
educação e conscientização pública (OLIVEIRA-MELO et al., 2019).
Além de se apresentar como instrumento para o alcance dessas metas, os registros
presentes nos acervos de coleções etnobotânicas, agregam informações que auxiliam nas
atividades de coleta de germoplasma de conservação ex situ e de mapeamento da
disponibilidade de recursos vegetais. As coleções etnobotânicas subsidiam também o
estabelecimento de áreas prioritárias para conservação in situ (FORZZA et al., 2016).
Em geral, as comunidades tradicionais apresentam intensa diversidade genética,
proporcionando uma rede de circulação de propágulos e princípiosassociados como
determinante na proximidade genética dos acervos (OLER et al., 2020)A eficácia dos
saberes tradicionais no que concerne a conservação de espécies, é evidenciada inclusive
em inúmeraspesquisas etnobotânicas (PERRINO; CALABRESE, 2018; KUMAR et al.,
2018; PEDROLLO et al., 2016). De fato, a etnobotânica é uma ferramenta útil para a
determinação de práticas apropriadas para ao manejo da vegetação. Ainda subsidia
trabalhos sobre emprego sustentável da biodiversidade, através da valorização e do
aproveitamento dasbases empíricas das sociedades humanas, a partir da definição dos
sistemas tradicionais (SALES; SARTOR; GENTILLI, 2015).
A região Nordeste é uma das áreas que tem sido muito agredida pela ação
antrópica, sendo os Biomas Caatinga e o Cerrado, os mais afetados (SANTOS;
PEREIRA, 2016). Pouco se sabe sobre o panorama das unidades de conservação dessa
região, como também há dificuldade de se obter informações completas sobreelas, de
forma generalizada e, organizada, principalmente sobre as áreas de Proteção Integral ou
de Uso Sustentável. Isso devido à falta de informações atualizadas sobre as unidades de
conservação da região (DOS SANTOS; PEREIRA, 2016).Consta-se que a região
semiárida do Brasil, apresenta apenas 6,71% de seu território coberto por UCs, e que estas
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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GSPC/CDB: onde estaremos em 2020? Museologia & Interdisciplinaridade, v. 5, n. 9,
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2021 Gepra Editora Barros et al.
600
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 54
RESUMO
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
Controle cultural
Controle biológico
Controle físico
Controle genético
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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616
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 55
RESUMO
Com advento das tecnologias e nova forma de empreender têm levado às pessoas a
procurar mudanças a fim de melhorar seu negócio, sua empresa. Os empreendedores têm
optado pelo cooperativismo, onde se unem em prol do mesmo objetivo que é alcançar o
desenvolvimento social e econômico. Com isso, este estudo teve por objetivo analisar as
potencialidades comerciais, jurídicas e ambientais do município de Boa vista do Tupim-
Ba para incentivo à criação de cooperativas. O levantamento dos dados foi realizado, por
meio de uma pesquisa com alguns produtores rurais do município, no período 07 a 20 de
janeiro de 2021, através de um questionário semiestruturado contendo onze perguntas
formuladas com base na OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e com relatos
de experiência dos produtores da região. O questionário foi montado através do
formulário do docsgoogle e enviado à trinta e oito produtores, pelo aplicativo de
WhatsApp. Observou-se que a maioria dos entrevistados responderam que tinham um
grau de conhecimento sobre o tema, vendo a cooperativa, como proporcionadora de um
desenvolvimento igualitário aos proprietários rurais, além de que os dados resultantes
serviram de base para identificar a aceitabilidade do produtor ao sistema de
cooperativismo.
INTRODUÇÃO
Segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), transformar, uma
sociedade uma comunidade, na busca pela igualdade de pensamentos, de ideias atitudes
e como tão bem traduz a instituição, que é possível unir desenvolvimento econômico e
social, aliando produtividade e sustentabilidade, individual e o coletivo (OCB 20--).
Assim, para que uma empresa ou mesmo outro tipo de modelo socioeconômico
mantenha-se atualizado e em condições de empregabilidade, necessita de uma educação
permanente como estímulo para construção do bem-estar social de uma comunidade, 618
situação que nos fornece a dimensão exata da importância de um movimento
participativo.
O cooperativismo agrega dando oportunidades as pessoas que viviam em situação
de marginalização social, como ex-detentos, catadores de latinhas e pessoas em situação
de vulnerabilidade.
Avaliando o papel do cooperativismo para as regiões, e a grande representatividade
do estado da Bahia, no cenário do Agronegócio brasileiro é importante incentivar esse
tipo de cooperação entre pessoas, para que o setor, que venham agregar, prestar melhores
serviços, competir no mercado com igualdade, acompanhar os cooperados em toda à
produção, e onde o lema “um por todos, todos por um”, usado pelos personagens dos
livros escrito pelo francês Alexandre Dumas, publicado em 1844 (SICOOB/CECRESP,
2014), principalmente o pecuário, pela representação da região do Piemonte no estado, e
que seja a tônica da futura cooperativa da região. Mesmo com muitas dificuldades
enfrentadas no Brasil em 2020 que ora passa pelas consequências da Pandemia, causadas
pela COVID 19, muitas empresas faliram e automaticamente o desemprego, mesmo
assim segundo a OCB (20--) “o modelo de negócio das cooperativas mostrou força,
manteve empregos” isto prova o quão importante o cooperativismo no desenvolvimento
econômico e social de um País.
No contexto de cooperativismo, a Bahia é o estado nordestino que possui o maior
número de cooperativas, entre elas são 191 cooperativas e conta com mais de 243.148
cooperados e com 3.022 empregados (OCB, 2020). Ganhando força pela promulgação da
lei estadual do cooperativismo, em 2009, e foi regulamentado pelo Poder Executivo no
ano de 2011. Observando a forma como outros Estados agiam, o governo da Bahia,
instituiu um programa de Política Estadual de Apoio ao Cooperativismo, elencando as
atribuições e obrigações, entre eles o estímulo, a valorização e o tratamento adequado ao
2021 Gepra Editora Barros et al.
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após disparar nas redes sociais as questões contidas no anexo, foi possível analisar
a perspectiva do produtor rural no município avaliado. Em relação ao tema
cooperativismo, ressalta-se que cada produtor respondeu espontaneamente e sem
interferência das autoras.
Neste cenário temos um percentual de 84% de produtores que responderam que
entendendo o que faz uma cooperativa (gráfico 1). Um elemento cada vez mais
importante para o meio rural com um potencial de fortalecimento das cadeias produtivas.
2021 Gepra Editora Barros et al.
621
Gráfico 3. Você conhece alguma cooperativa, que esteja ativa, na redondeza, que possa satisfazer a
necessidade do grupo
623
Gráfico 5. Você acha que uma cooperativa trará benefícios econômicos e sociais para a região.
624
Entender que a cooperativa só irá funcionar quando todos funcionarem como uma
engrenagem que ao final do seu círculo encontrará êxito em seu objeto que “é a atividade
empresarial desenvolvida pela cooperativa para satisfazer o fim, ou seja, a melhoria dedo
status econômico dos sócios” (Senar, 2015, pag. 72).
Ao tempo é preciso analisar que no gráfico 7, demostram-se que 55% não tem
conhecimento sobre a principal forma de receita destinada para a cooperativa, mas que
pode ser analisado pelo contexto histórico do município onde no momento em que mais
precisavam a cooperativa fechou as portas e os mesmos precisaram de imediato se
readequar.
simbologia, sempre a esperança como fonte de vida e de renda, assim como seu lema é
ser um agente de transformação para as comunidades.
CONCLUSÕES
Observou-se a necessidade da criação de uma cooperativa agropecuária em Boa
Vista do Tupim- BA, que venha agregar, prestar bons serviços, competir no mercado com
igualdade, acompanhar os cooperados em toda cadeia produtiva, e onde o lema “Um por
todos, todos por um”, seja a tônica da futura cooperativa da região. Mostrando que é 626
possível cooperar em uma cidade pequena, usando as adversidades para tornar a
cooperativa uma realidade, como agente transformado da realidade comunitária.
REFERÊNCIAS
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2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 56
RESUMO
INTRODUÇÃO
(PAULA et al., 1998). Suas exigências hídricas são relativamente baixas se comparada a
outras frutíferas, contudo, apresenta demanda permanente de água durante todos os seus
estágios de desenvolvimento (RUFINI et al., 2019), não tolerando déficit ou excesso de
água no solo.
Melo et al. (2006) citam a importância do uso adequado de água para o crescimento
e desenvolvimento da cultura do abacaxi em regiões semiáridas, refletindo
significativamente na produção. Ao mesmo tempo que a água representa a maior
proporção do volume celular nas plantas é também o recurso mais limitante. Em
condições de déficit hídrico a planta pode sofrer desidratação celular, sendo afetado os
estágios de crescimentos vegetativo e reprodutivo (TAIZ et al., 2017). Do mesmo modo
630
que a disponibilidade de nutrientes no solo é considerado como fator crucial em resposta
ao desenvolvimento e produtividade das plantas (BRIAT et al., 2020).
Objetivou-se com este trabalho avaliar o crescimento vegetativo do abacaxizeiro
pérola, sob efeitos de aplicações de doses de biofertilizante e lâminas de irrigação, em
condições semiáridas em Catolé do Rocha-PB.
MATERIAL E MÉTODOS
para 240 litros, contendo uma mangueira ligada a uma garrafa plástica com água para
retirada do gás metano produzido pela fermentação do material através de
microrganismos (bactérias). Em cada biodigestor, foram colocados 70 kg de esterco verde
de vacas em lactação, 120 L de água, 4 kg de farinha de rocha MB4, 5 kg de leguminosa,
2 kg de cinza de madeira, 5 kg de açúcar ou melaço e 5 L de leite.
A irrigação foi através de sistema localizado, sendo a condução da água feita
através de canos, mangueiras e emissores utilizando-se a ação da gravidade. A água foi
bombeada de um poço amazonas para uma caixa de polietileno elevada em uma estrutura
de alvenaria com altura de 6 metros. A água foi deslocada em canalização adutora de
PVC de 50 mm e de mangueiras de 16 milímetros, espaçadas de 0,9 metro, além de 631
emissores distanciados de 30 cm. As irrigações foram feitas diariamente, sendo as
quantidades de água aplicadas calculadas com base na evaporação do tanque classe A,
repondo-se no dia seguinte o volume correspondente à evaporação do dia anterior.
Para o cálculo dos volumes de água aplicados, foram levados em consideração o
coeficiente do tanque classe A de 0,75 (DOORENBOS e PRUITT, 1977) e os coeficientes
de cultivos para os diferentes estádios de desenvolvimento das culturas (DOORENBOS
e KASSAN, 1994), além de valores diferenciados de coeficiente de cobertura ao longo
do ciclo da cultura, sendo a necessidade de irrigação líquida (NIL) diária determinada
pela seguinte equação:
NIL Diária = 0,88 x Kc x Epan x Cs
onde Kc é o coeficiente de cultivo da cultura (tabelado); Epan é a evaporação
diária do tanque classe A, em mm; e Cs é o coeficiente de cobertura do solo (tabelado).
A necessidade de irrigação bruta (NIB) foi determinada pela seguinte equação:
NIB Diária = NIL Diária/(1 - FL) x Ei
onde Ei é a eficiência do sistema de irrigação; e FL é a fração de lixiviação,
estimada pela equação FL = CEa/(5 x CEes - CEa), onde CEa é a condutividade elétrica
da água de irrigação e CEes é a condutividade elétrica limite do extrato de saturação do
solo em que o rendimento potencial da cultura ainda é de 100%.
A necessidade de irrigação bruta (NIB) foi determinada pela seguinte equação:
NIB Diária = NIL Diária/(1 - FL) x Ei
onde Ei é a eficiência do sistema de irrigação; e FL é a fração de lixiviação,
estimada pela equação FL = CEa/(5 x CEes - CEa), onde CEa é a condutividade elétrica
da água de irrigação e CEes é a condutividade elétrica limite do extrato de saturação do
solo, em que o rendimento potencial da cultura ainda é de 100%.
A água utilizada para as irrigações foi captada de um poço amazonas. A análise
química fornecida pelo Laboratório de Irrigação e Salinidade (LIS) do Centro de
Tecnologia e Recursos Naturais da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG),
segundo a classificação de Richards (1954) C3S, com os seguintes resultados: 7,3 (pH);
condutividade elétrica de 0,75 (dS.m-1); Ca: 23,0 (cmolc.L-1); Mg: 15,6 (cmolc.L-1); Na:
40,0 (cmolc.L-1); K 0,02 (cmolc.L-1); cloreto: 39,0 (cmolc.L-1); carbonato 0,57 (cmolc.L-
2021 Gepra Editora Barros et al.
1
); bicarbonato: 38,5 (cmolc.L-1); Adsorção de sódio: 2,88 (cmolc.L-1)1/2. Segundo a
classificação C3S a água não apresentou problemas de salinidade, podendo ser utilizada
para irrigação sem riscos de redução de produtividade.
A indução floral foi realizada, aos 12 meses após o plantio das mudas, utilizando-
se uma única aplicação de 50 mL/planta de uma solução preparada com 60 gramas de
carbureto de cálcio mais 400 gramas de carbureto dissolvidos em em 20 litros de água.
Foram analisadas as características de crescimento das plantas aos 15 meses após
o plantio das mudas. A massa fresca da planta (MFP) foi avaliada com a pesagem de cada
planta coletada em balança de precisão (0,01 g), separando-se as folhas do caule. Para
obtenção da massa seca da planta, as massas verdes das folhas e do caule foram colocadas 632
em estufa de circulação de ar forçada, a temperatura de 65°C, até atingirem pesos
constantes, determinados em balança de precisão de 0,01 g. A massa seca da planta
(MSP), em grama, foi determinada pela seguinte equação:
MSP = MSF + MSC
onde MSF = Massa seca das folhas, em g, e MSC = Massa seca do caule, em g.
As análises foram realizadas através de métodos normais de análises de variância
(Teste F), utilizando-se o modelo polinomial (FERREIRA, 2000), enquanto o confronto
de médias foi feito pelo teste de Tukey, utilizando-se o programa estatístico SISVAR para
realização das análises estatísticas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1. Resumo das análises de variância do peso da massa seca das folhas (PMSF), peso da massa
seca do caule (PMSC) do abacaxizeiro pérola.
FONTES DE VARIAÇÃO GL QUADRADOS MÉDIOS
PMSF PMSC
Doses de Biofertilizante (D) 4 166419,375** 1275,625**
Lâminas de Água (L) 2 46923,750** 5,000ns
Interação DxL 8 19867,500** 269,062**
Resíduo 45 3131,111 28,888
Coeficiente de Variação (%) - 15,48 14,73
** - Significativos, aos níveis de 0,01 de probabilidade, pelo teste F; ns – Não significativo.
da massa seca das folhas foi proporcionado pela lâmina de água L2 (100% da NIB), vindo,
em seguida L1 (80% da NIB) e L3 (120% da NIB). Este resultado confirma a teoria de
Silva e Silva (2006), que afirmam que o abacaxizeiro não tolera excesso e nem déficit de
água.
Os aumentos verificados no peso da massa seca das folhas do abacaxizeiro com o
aumento da dose de biofertilizante, possivelmente, foram devido às ações das substâncias
húmicas, formadas a partir da aplicação do biofertilizante, que, segundo Nardi et al.
(2002), podem exercer efeitos nas funções vitais das plantas, resultando, direta ou
indiretamente, na absorção de íons e na nutrição mineral delas. As reduções verificadas
no peso da massa seca das folhas nas doses de biofertilizante acima dos limites ótimos
podem estar associadas ao aumento do consumo de nutrientes pelos microrganismos do
solo, que, em condições de elevada fertilidade, se multiplicam de forma intensa, havendo, 633
em consequência disso, diminuição da disponibilidade de nutrientes para as plantas
devido à concorrência por nutrientes pelos microrganismos no solo (MALAVOLTA,
VITTI e OLIVEIRA, 1997).
600
Massa Seca das Folhas (g)
500
400
300
····· L1 ► y = -0,0996x² + 8,8755x + 299,78 R² = 0,99
200
– – L2 ► y = -0,1044x² + 9,2941x + 314,96 R² = 0,98
—– L3 ► y = -0,094x² + 8,4585x + 285,23 R²= 0,99
100
0
20 40 60 80 100
Doses de Biofertilizante (mL/planta/vez)
2021 Gepra Editora Barros et al.
634
60
50 635
Massa Seca do Caule (g)
40
30
CONCLUSÕES
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Capítulo 57
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Regulação nutricional
Existem varias direções nas quais os estudos sobre o IVREI podem seguir,
Algumas perspectivas são consideradas, tais como estrutura das pesquisas, potenciais
espécies para a criação artificial e o processo de produção (CÔNSOLI e PARRA, 1999a).
No campo de pesquisa há uma expectativa de que os estudos sobre criação artificial sejam
promovidos pela união de universidades, instituições de pesquisa e empresas privadas,
com fins de partilhar suas estruturas de pesquisa e fazer intercâmbios mútuos entre países
(GRANIER, 2000b). Ainda de acordo com Garnier (2000a) os corpos governamentais
devem investir em alguns campos de investigação, tais como programas de controle
biológico de aclimatação de uma espécie de entomófagos para controlar uma espécie
2021 Gepra Editora Barros et al.
praga não nativa, como já foi executado no passado em situações criticas como o uso de
Rodolia cardinalis (Coleoptera: Cocinelidae,) na California – EUA.
Côsoli e Parra, (1999b) relatam possíveis espécies que serão promissoras na
criação artificial, apresentando duas abordagens. A primeira seriam espécies especificas
de insetos que limitem os efeitos secundários do controle biológico, tais como insetos
parasitoides, principalmente o Trichogramma ou outro parasitoides de ovos e alguns
Hymenopteros parasitando pulgões (Aphelinidae e Aphidiidae).
A outra vertente seria a utilização mais aplicável dos predadores polífagos que
predam um maior numero de insetos praga ao mesmo tempo, os exemplos são da família
Coccinellidae, nas ordens Neuroptera e alguns representantes na Heteroptera.
642
A PO da dieta é um parâmetro importante e deve ser adaptado para cada uma das
espécies, controlando-o no meio de cultura e ambiente que o inseto irá ser criado
artificialmente (GRENIER, 2000). Ectoparasitoides Himenópteros são apontados como
mais tolerantes a esse fator físico, há relatos que indicam que Itoplectis conquisitor
(Hymenoptera: Ichneumonidae) pode-se desenvolver-se em meio com uma PO de ate
2021 Gepra Editora Barros et al.
1700 mM (YAZGAN, 1972). Thompson (1986) relata que uma faixa de PO de 400 a 700
mOsM é o ideal para se obter sucesso na criação de Brachymeria lasus
(Hymenoptera.Chalcididae) e Pachycrepoideus vindemiae (Hymenoptera: Pteromalidae).
Controle de qualidade
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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substrate on developmental tness of Orius laevigatus. J. Appl. Entomol., 135: 343-350.
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THOMPSON, S.N. Nutrition and in vitro Culture of Insect Parasitoids. Ann. Rev.
Entomol. 31:197-2019. 1986
Capítulo 58
RESUMO
INTRODUÇÃO
O feijão-caupi [Vignaunguiculata (L.) Walp.] é uma leguminosa amplamente
cultivada na região Nordeste do Brasil onde se apresenta como um dos principais
componentes da dieta da população, principalmente de baixa renda (SILVA et al., 2019).
Nessa região, a produtividade média dessa leguminosa ainda é consideravelmente baixa
(391 kg/ha), o que pode ser atribuído a ocorrência de deficiência hídrica, oscilações
térmicas e qualidade de luz (PAIVA et al., 2018; SINGH et al., 2010), fatores que
interferem no processo de germinação das sementes.
Germinação consiste, morfologicamente, na transformação do embrião em plântula,
ao mesmo tempo em que há retomada do metabolismo e crescimento, reduzidos ou 650
suspensos após a maturidade da planta mãe (JANN E AMEN, 1980). O processo de
germinação inicia-se com o acúmulo de água pela semente em condições favoráveis de
umidade, temperatura e luz (CARVALHO E NAKAGAWA, 2012), a entrada de água
promove a ruptura do tegumento facilitando a saída da raiz primária devido ao aumento
no volume líquido no embrião (MARCOS FILHO, 2015).
O processo de germinação apresenta três fases, sendo a primeira, a fase de
embebição, onde ocorre rápida entrada de água na semente, devido diferença de potencial
entre a semente e o meio. Esse processo exclusivamente físico garante reidratação dos
tecidos da semente e o reparo de estruturas que podem ter sido danificadas na fase final
da maturação(NONOGAKI et al., 2010). A embebição, fase I, acaba quando a semente
não absorve mais água, estabilizando sua massa e equilibrando o potencial com o meio.
A luz é considerada um fator limitante para o desenvolvimento das culturas, já que
pode atuar nas plantas como agente estimulante ou limitante de processos biossintéticos
importantes (KUMARI & PRASAD, 2013), podendo desta forma estimular ou inibir a
germinação (LIMA, 2019).
Segundo Eprintsev et al. (2018) o controle da germinação e do desenvolvimento
pela luz está diretamente ligado a capacidade da planta em perceber o estímulo luminoso,
bem como à qualidade e quantidade da mesma. Desta forma, variações no espectro
luminoso podem influenciar a germinação, crescimento e desenvolvimento das plantas,
inclusive sendo determinante para sobrevivência dos vegetais em condições de estresses
abióticos.
Diante do exposto, objetivou-se com o presente estudo analisar a influência da luz
no processo de embebição de sementes de feijão-caupi “BRS Tapailhum”.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi realizado nas dependências do Laboratório de Ecofisiologia
de Plantas Cultivadas (ECOLAB), pertencente a Universidade Estadual da Paraíba
(UEPB), no departamento de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), Campus I,
Campina Grande, PB. As sementes de feijão caupi “BRS Tapaihum” foram concedidas
pela Embrapa Meio-Norte para realização do experimento. As sementes foram separadas
e tratadas, retirando as defeituosas.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Figura 1: Montagem dos tratamentos (LBR: luz branca, LVE: luz vermelha, LAZ: luz azul e
LVX: luz vermelho extremo).
651
652
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No tempo 0, os valores para a variável massa das sementes (em gramas) foram
iguais, uma vez que nesse momento, não houve ação da solução de embebição, tão quanto
das luzes, sobre as sementes de feijão caupi BRS Tapaihum. Todavia, uma hora após a
2021 Gepra Editora Barros et al.
aplicação dos tratamentos, a luz vermelha foi quem forneceu maior acúmulo de massa
nas sementes em relação aos demais espectros de luz. A luz branca acompanhou o
comportamento da luz vermelha apenas duas horas após a embebição, no tempo 2. E no
tempo 3, a luz azul (Tabela 1).
Tabela 1.Tempo de embebição em horas de feijão caupi BRS Tapaihum em função de espectros de luz
(LBR: luz branca; LVE: luz vermelha; LAZ: luz azul; LVX: luz vermelho extremo). Letras maiúsculas
comparam entre linhas, letras minúsculas comparam as colunas.
0 1 2 3 4 5 6 7 8
LBR 1,10Da 1,60Cb 2,06Ba 2,19ABa 2,39ABa 2,31Aab 2,32Aab 2,34Aab 2,35Aab
LVE 1,13Ca 1,89Ba 2,14Aa 2,27Aa 2,33Aa 2,33Aab 2,35Aab 2,36Aab 2,36Aab
LAZ 1,17Ea 1,58Db 1,86Cb 2,17Ba 2,39ABa 2,49Aa 2,49Aa 2,53Aa 2,53Aa
LVX 1,04Ea 1,52Db 1,71CDb 1,93BCb 2,07ABb 2,15ABb 2,19Ab 2,22Ab 2,25Ab
Fonte:ECOLAB (2021).
A tendência de acúmulo de massa pelas sementes é verdadeira, uma vez que a fase
I da germinação, a embebição, caracteriza-se pela entrada de líquidos (geralmente água)
no interior da semente, preparando-a para a saída da raiz primária, processo essa
consequência das forças matriciais da semente (BEWLEY e BLACK, 1994).
O acúmulo de massa foi reduzindo após cinco horas de embebição para os
tratamentos com luz vermelho e branco, sinalizando estabilidade e fim da fase de
embebição, quando comparados com a luz azul e vermelho extremo que levaram tempo
maior para isso (Tabela 1).
A intensidade de luz em sementes é de particular interesse, uma vez que a luz pode
afetar mecanismos fotossintéticos do vegetal (SZYMAŃSKA et al., 2017). O acúmulo de
massa na fase I da germinação ocorre devido a diferença do potencial hídrico da semente
e do meio em que está sendo exclusivamente uma fase de processos físicos (ESTEVAM,
2014).
Observando a luz branca durante o período do tratamento, foi possível perceber que
quatro horas de embebição foi suficiente para a estabilização no acúmulo de massa pelas
sementes de feijão caupi (Figura 3 A). Já para a luz de espectro vermelho, apenas três
horas foram suficientes para o fim da etapa I da germinação (Figura 3B). As luzes de
espectro azul e vermelho extremo, levaram maior tempo para finalizar o processo de
2021 Gepra Editora Barros et al.
embebição para as sementes de feijão-caupi, sendo cinco horas necessárias para isso
(Figura 3 C e D).
Figura 3.Curva de embebição para genótipo “BRS Tapaihum” na luz branca, luz vermelha, luz azul e luz
vermelho extremo.
A B
654
C D
Fonte:ECOLAB (2021).
CONCLUSÕES
Para as sementes de feijão caupi BRS Tapaihum, a luz vermelha promoveu menor
tempo de embebição, comparada às outras luzes estudadas, estabilizando-se após três
horas.
REFERÊNCIAS
BEWLEY, J.D., BLACK, M.Seeds: physiology of development and germination. New 655
York: Plenum Press, 1994. 445p.
JANN, R. C.; AMEN, R. D. What is germination? In: KHAN, A. A. (ed.). The Physiology
and Biochemistry of Seed Dormancy and Germination. New York, Elsevier/North
Holland Inc. 2 ed., p.7-28, 1980.
TAKAKI, M. Effect of water stress on seed germination and seedling growth in Oryza
sativa L. Biologia Plantarum, Praga, v.32, n. 7 ,p.238-40, 1990.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 59
RESUMO
INTRODUÇÃO
país o seu principal produtor, no qual são amplamente cultivadas no sul da Ásia, China,
Índia, Japão, Tailândia, Sri Lanka e Indonésia. (RODRIGUESet al., 2018). O chá verde,
utilizado como substrato para a produção de kombucha, é cultivado e consumido há anos,
ele possui propriedades medicinais, pois indicam inúmeros benefícios para à saúde
(RODRIGUES, 2018).
Estudos apontam que a utilização de frutas como substrato secundário no processo
de fermentação no desenvolvimento da kombucha pode gerar maior aceitabilidade dos
consumidores, devido às alterações organolépticas dos compostos bioativos das frutas 659
(SEPTEMBRE-MALATERRE; REMIZE; POUCHERET, 2018). Somando a isto, alguns
trabalhos têm evidenciado que a kombucha à base de fruta apresenta maiores frequências
de atividades antioxidante e antimicrobiana, além de atividades importantes para
promover melhor qualidade de vida como antidiabética e antihipertensiva (MUCHENJE
et al., 2018; SEPTEMBRE-MALATERRE; REMIZE; POUCHERET, 2018; FLORES-
GARCÍA et al., 2019).
No entanto, há poucos estudos que têm utilizado fruta como substrato secundário
para o processo de fermentação, o que resulta da necessidade de desenvolver novas
pesquisas (MORALES, 2020). Para efeito disso, o design estatístico é um fundamental
para evidenciar as melhores concentrações de açúcar e chá para uma bebida dentro dos
parâmetros da legislação vigente.Diante disso, este trabalho teve por objetivo selecionar
a melhor concentração de pasta de umbu a ser utilizada para a elaboração de suco a fim
de ser utilizado como substrato para segunda fermentação.
MATERIAL E MÉTODOS
Culturas de kombucha
As culturas de Kombucha (SCOBY - Symbiotic Culture of Bacteria and
Yeasts/Cultura Simbiótica de Bactérias e Leveduras) foram oriundas de uma empresa
comercial e de uma produtora caseira de Penedo-AL. Sendo armazenadas e pertencentes
ao Laboratório de Desenvolvimento de Bioprodutos e Bioprocessos (LADBIOPROS) da
Unidade Educacional de Penedo - UFAL.
do chá foirealizado utilizando água fervida com 1% de folhas e 10% de sacarose, a uma
temperatura de75°C±2°C (KAEWKOD, BOVONSOMBUT; TRAGOOLPUA, 2019).
Determinações analíticas
Phmetria
As leituras das medidas foram realizadas diretamente do potenciômetro
digitalpreviamente calibrado (pHmetro TEC – 3MP- TECNAL). As análises de pH foram
realizadas conforme metodologia do Instituto Adolfo Lutz (IAL, 2008).
Tabela 1- Planejamento fatorial completo 22 para otimização das condições de produção da kombucha a
661
base de umbu (Spondias tuberosa).
Variável Níveis
Açúcar 70 80 90
orgânico (g/L)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
processo, elas são secadas, adquirindo assim um produto final de cor verde escura e de
forma enrolada (MOURA,2019).
Ao longo do processo fermentativo as bactérias e leveduras, metabolizam o chá e
a sacarose presente liberando várias vitaminas em especial as pertencentes ao complexo
B e vitamina C; minerais; ácidos orgânicos (ácido acético, lático, glucônico, glucurônico)
e aminoácidos (CHAKRAVORTYA et al., 2016). Neste processo fermentativo é
produzido também ácido carbônico e posteriormente ocorre à produção de gás, esta
reação proporcionapara a bebida gaseificada e unindo as moléculas citadas anteriormente 662
faz da Kombucha umabebida de excelente qualidade nutricional.
Devido ao exposto foi realizado um planejamento fatorial completo 22 com a
finalidade de avaliar como a concentração de chá e de sacarose influenciam o processo
fermentativo da Kombucha. Os resultados do planejamento podem ser visualizados na
tabela 2 abaixo.
F1- Primeira fermentação utilizando chá de Camellia sinensis; F2 segunda fermentação utilizando para a
saborização a pasta de umbu.
O chá utilizado na pesquisa foi o chá verde, devido em estudo realizado por
Watawanaet al., (2015) ter verificado que o mesmo tem um melhor efeito de estimulação
2021 Gepra Editora Barros et al.
na fermentação da kombucha quando comparados a outros chás como por exemplo o chá
preto, mesmo ambas as formas de apresentação serem da mesma espécie vegetal as
Camellia sisnensis. Ele se destaca também na forma milenar de consumo direto do chá,
sendo ele uma das bebidas mais populares no mundo. Pode-se destacar em sua
composição além das moléculas já citadas neste texto, sua composição fotoquímica como:
alcalóides, cafeína, flavonoides,galotaninos, saponinas, teaflavinas, triterpeno.
Quanto à fonte de carbono, no presente experimento foi utilizada a sacarose, a
literatura traz que o açúcar é como substrato mais adequado para fermentação de 663
kombucha. Durante o processo de fermentação ocorre a degradação da sacarose, esse
processo acontece devido às enzimas que são produzidas pelas leveduras presentes no
SCOBY, ocorrendo a liberação de glicose e frutose. As leveduras transformam a glicose
em CO² (dióxido de carbono) e em álcool etílico, e as bactérias ácido-acéticas (BAA)
utilizam a glicose para produzir o ácido glucônico e o etanol para produzir ácido acético,
assim caracterizando a cinética fermentativa principal que ocorre durante a fermentação
da kombucha (MALBAŠA; LONČAR; DJURIĆ, 2008 apud ROSSONI, 2019;
JAYABALAN et. Al., 2014). Ao longo do processo fermentativo, bactérias, leveduras,
chá e açúcares fazem a liberação de várias vitaminas, minerais e ácidos orgânicos, esta
reação proporciona para a bebida gaseificada uma excelente qualidade nutricional.
Dentre os parâmetros físico-químicos estabelecidos pela única legislação que existe
no Brasil para produção de kombucha, o pH é um parâmetro importantíssimo. A Instrução
Normativa (BRASIL, 2018) estabelece que os valores de pH da kombucha estejam entre
2,5 e 3,5, assim destaco que todos os valores de pH encontrados no planejamento fatorial
se adequam à legislação vigente. Devido à produção de ácidos orgânicos já destacados
anteriormente, o pH é um parâmetro com a cinética de decaimento muito rápida sendo
ele que controla o curso correto de fermentação e é utilizado para definir do processo do
processo fermentativo com um pH final de 2,5 (MALBAŠA; LONČAR; DJURIĆ, 2008;
JAYABALAN et. Al., 2010). SegundoChu e Chen (2006) apontam como responsável
pela diminuição da qualidade sensorial o baixo pH, devido a grande concentração de
ácidos orgânicos, especialmente o ácido acético.
Durante os dias de fermentação o ecossistema microbiano fermentativo da
Kombuchavai consumindo algumas substâncias presentes e metabolizando outras, assim
a cor do líquidovai modificando acentuadamente e diminuindo em comparação a cor
original do chá verde. Segundo LIU et al., (1996) essas alterações acontecem devido
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
CHU, S.; CHEN, C. Effects of origins and fermentation time on the antioxidant activities
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Capítulo 60
RESUMO
O objetivo deste estudo foi o desenvolver e caracterizar uma bebida alcoólica, similar ao
licor, elaborada com o soro do leite, goiaba e cachaça comercial; bem como caracterizar
os parâmetros físico-químicos, avaliar o índice de aceitabilidade dos atributos sensoriais
do produto e identificar a intenção de compra. Na formulação foi adicionado um xarope
de goiaba feito com o soro de leite. As análises físico-químicas apresentaram resultados
na faixa de pH 4,63; Acidez 26 ºD; Brix 27 ºBrix e Gordura 0,3%. Foi realizada uma
análise sensorial com 60 julgadores não treinados. A amostra apresentou índices de
aceitabilidade, com relação aos atributos, aparência, cor, aroma, sabor, textura e
impressão global que variaram de 85,8% a 97,4%, assim, indicando que o produto possui
um alto potencial mercadológico. Com relação à pesquisa de intenção de compra, 91%
dos provadores afirmaram que certamente comprariam o produto; enquanto 9%
afirmaram que provavelmente comprariam o produto. Sobre o consumo de bebida
alcoólica, 88% dos provadores afirmaram que consomem bebida alcoólica; 63%
responderam que consomem frequentemente; 15% responderam que consomem às vezes,
enquanto 12% afirmaram que nunca consumiram bebida alcoólica. Os resultados obtidos
inferem que é viável a produção da bebida alcoólica, semelhante ao licor, a base de soro
de leite com adição de cachaça e de goiaba na sua formulação, como uma alternativa
sustentável para o reaproveitamento do soro do leite contribuindo para a economia local,
promovendo a valorização dos frutos regionais e gerando emprego e renda para a
população Brasileira mais especificamente do Sertão Nordestino.
INTRODUÇÃO
produção de licores confere ainda como resultado, um produto com valor agregado, baixa
perecibilidade e fácil armazenamento (TEIXEIRA et al., 2005).
O soro do leite é um subproduto ou coproduto aquoso derivado da produção de
“queijos duros, semiduros e de pasta mole” (96%), da indústria de produção de caseína
(6%) e em menor grau, iogurte concentrado (BOŽANIĆ; BARUKČIĆ; LISAK, 2014).
O soro é amplamente reconhecido pelo seu alto valor nutricional (BRANDELLI;
DAROIT; CORRÊA, 2015; YADAV et al., 2015) e contém, em média, 93% de água, 5%
de lactose, 0,9 a 0,7% de proteínas, 0,5 a 0,3% de gordura e 0,2% de ácido láctico. Dentre
os minerais presentes no soro, encontram-se aproximadamente 1.050,0 mg. L-1 de cálcio,
970,0 mg.L-1 de fósforo e 1,0 mg.L-1 de ferro (GIROTO; PAWLOWSKI, 2001). A fração
670
proteica contém, aproximadamente, 50% de β-lactoglobulina, 25% de α-lactoalbumina e
25% de outras frações proteicas, incluindo imunoglobulinas (FITZSIMONS;
MULVIHILL; MORRIS, 2007).
O soro do leite é um produto controverso da indústria de laticínios devido ao alto
volume gerado e a sua carga orgânica, que dentre os principais impactos ambientais
gerados pela indústria, destaca-se a geração de quantidades significativas de efluentes
líquidos com elevada carga orgânica. Este subproduto é uma rica fonte de nutrientes e a
utilização do soro de leite vem coadjuvando para o desenvolvimento de novos produtos
(ROHLFES et al., 2011).
O soro é um subproduto da fabricação de queijos que pode representar de 80% a
90% do volume total do leite utilizado durante sua produção. Este é composto por água e
aproximadamente 55% dos nutrientes do leite, sendo eles, minerais, proteínas solúveis,
lactose, vitaminas e uma baixa quantidade de gordura, que, após a coagulação do leite,
ficam retidas no soro (ALVES et al., 2014).
Apesar de sua importância como fonte nutritiva, o soro de leite apresenta sério
problema de poluição ambiental, visto que aproximadamente 50% são lançados
diretamente em curso d’água (SILVA; CARVALHO; GONÇALVES, 2003). Isso
propicia uma grande agressão ao meio ambiente causada pelos efluentes líquidos gerados
e um desperdício de um subproduto que pode ser utilizado para enriquecer
nutricionalmente preparações alimentares. Ainda segundo Alves et al. (2014), muitos
laticínios ainda consideram o soro de leite um efluente, que, se não for tratado
corretamente, gera poluição ambiental (devido a concentração de matéria orgânica), e
para diminuir este impacto, existe a possibilidade de reaproveitamento.
Assim, o objetivo desse trabalho foi desenvolver uma bebida alcoólica semelhante
ao licor, reaproveitando o soro de leite do resíduo da indústria de laticínios, e a fruta
goiaba, com intuito de agregar valor a esse coproduto da indústria de laticínios e valorizar
a fruta, que apesar de ser bastante consumida pelos brasileiros, possui uma alta
perecibilidade, e dessa forma este trabalho contribui para agregar valor a um produto
alimentício, minimizando os impactos negativos que o descarte inadequado do soro do
leite pode causar no meio ambiente.
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MATERIAL E MÉTODOS
Figura 1. Esquema da produção da bebida alcoólica mista de soro de leite e polpa de goiaba.
Análise físico-química
Análise sensorial
Índice de aceitabilidade
%= (1)
Onde:
A - Nota média da escala hedônica obtida para o produto analisado;
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Atributos avaliados
Amostras
Aparência Cor Aroma Textura Sabor Impressão global
Finalmente, indique, utilizando a escala abaixo, qual sua atitude se você encontrasse esta amostra a venda.
Intenção de compra
1- certamente não compraria o produto, 2- provavelmente não compraria o produto, 3- tenho
dúvidas se compraria ou não o produto, 4- provavelmente compraria o produto e 5-certamente
compraria o produto.
Amostras Intenção de compra
Comentários:
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Análises físico-químicas
Tabela 1. Parâmetros físico-químicos de bebida alcoólica mista de soro de leite e polpa de goiaba.
pH Acidez Sólidos Solúveis Gordura
(ºDornic) (°Brix) (%)
4,63 ± 0,05 25,33 ± 0,47 27,33 ± 0,47 0,37 ± 0,05
Legenda: Valores apresentados como Média ± Desvio Padrão. Fonte: Autores (2020).
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Santos et al. (2006) desenvolveram uma bebida láctea fermentada com soro do
queijo tipo mussarela (20%, 40%, 60% e 80% v/v), acrescida de polpa de umbu (Spondias
tuberosa sp.). As características físico-químicas e aceitação sensorial não apresentaram
diferença significativa (P>0,05) para as formulações com 20%, 40% e 60% de soro,
caracterizando a bebida com 60% de soro como a mais viável em termos de utilização do
maior volume desse subproduto.
Lima, Lima & Galvão (2011) avaliaram o conteúdo de sólidos solúveis de diversos
produtos lácteos por meio de refratômetro na escala °Brix, dentre eles o shake de
chocolate foi o que apresentou 22,0 °Brix, valor inferior ao encontrado na bebida
alcóolica a base de soro de leite e goiaba desenvolvida nessa pesquisa. O maior resultado
675
de sólidos solúveis encontrado nesta pesquisa pode ter ocorrido devido aos açúcares
presentes no soro do leite, o açúcar comum (sacarose) adicionado e aos açúcares da
própria fruta que foram utilizados, fatores influenciaram em um maior teor de sólidos
solúveis.
De acordo com a Instrução Normativa de nº. 46, de 23 de outubro de 2007
(BRASIL, 2007), os Padrões de Identidade e Qualidade para Leites Fermentados
descrevem os produtos que durante a produção são submetidos a processos fermentativos,
antecedidos por um tratamento térmico. Porém, o produto desenvolvido neste trabalho
não passa pelo processo fermentativo e não existe uma legislação adequada que trate com
especificidade o tema abordado nessa pesquisa.
Análise sensorial
100,00%
95,00% Cor
Aroma
90,00%
Sabor
85,00% Textura
Impressão global
80,00%
Indice aceitabilidade
676
Fonte: Autores (2020).
goiaba, pode ser bastante importante devido à grande variedade de nutrientes, sendo o seu
processamento destinado a obtenção de produtos mais elaborados, agregando valor
comercial, já que a qualidade alimentícia e comercial do fruto in natura é influenciada
pelas condições de amadurecimento e armazenamento.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ALVES, J. C. V.; ARAÚJO, A. L. R.; JIMENEZ, H. J.; SILVA, A. D. F.; SILVA, R. M.;
DUQUE, D. A.; JÚNIOR, C. R. C.; FIGUEREDO, D. J. Produção de licores de
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Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão, Recife-PE, 10p, 2010.
AZZOLINI, M.; JACOMINO, A. P.; BRON, I. U. Índices para avaliar qualidade pós-
colheita de goiabas em diferentes estádios de maturação. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, Brasília, v. 39, n. 2, p. 139-145, 2004.
SAHOO, N. R.; PANDA, M. K.; BAL, L. M.; PAL, U. S.; SAHOO, D. Comparative
680
study of MAP and shrink wrap packaging techniques for shelf-life extension of fresh
guava. Scientia Horticulturae, v. 182, n. 23, p. 1-7, 2015.
SEBRAE. (2014). Fabricar licores pode ser algo lucrativo. Disponível em:
<http://www.sebraemercados.com.br/fabricar-licores-pode-ser-algo-lucrativo/>. Acesso
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VILELA, M.; BRAZ, J. M.; MARIANO, M.; BULLHÕES, N. G.; SANTOS, D. C.;
DUTRA, M. B. L. Avaliação sensorial e físico-química de doce de leite pastoso contendo
2021 Gepra Editora Barros et al.
YADAV, J. S. S.; YAN, S.; PILLI, S.; KUMAR, L.; TYAGI, R. D.; SURAMPALLI, R.
Y. Cheese whey: A potential resource to transform into bioprotein, functional/nutritional
proteins and bioactive peptides. Biotechnol. Adv, v. 33, p. 756-74, 2015.
681
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 61
RESUMO
Biscoitos são produtos muito apreciados pelos brasileiros, que além de sua praticidade,
por serrem fonte de carboidratos, fornece energia para atividades cotidianas variadas.
Versáteis quanto a sua formulação, diversos estudos têm sido feitos para incrementar seu
valor nutricional, adicionando diferentes farinhas e outros componentes, agregando valor
biológico e mercadológico nesses produtos. Objetivou-se desenvolver e caracterizar
físico-química formulações de biscoito integral tipo cookie com adição de farinhas de
banana verde e de coco. Foram desenvolvidas três formulações: CF1(100% de farinha de
banana verde), CF2 (100% de farinha de coco) e CF3 (50% de farinha de banana verde e
50% de farinha de coco) com adição de demais ingredientes com quantidades fixas.
Despois de prontos foram realizadas as análises físico-químicas para caracterização
(umidade, proteína, lipídios, cinzas e carboidratos por diferença). Os resultados que
apresentaram diferenças significativas (p ≥ 0,05) entre as formulações foram lipídios e
carboidratos. Conforme os resultados encontrados, observou-se que todas as formulações
desenvolvidas apresentaram resultados relevantes e em coerentes com a literatura,
destacando-se a CF1, com baixo teor de gorduras e elevado teor de carboidratos,
tornando-se uma opção saudável para lanches.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Material
Tabela 1. Concentrações dos ingredientes utilizados nas formulações de biscoito integral tipo cookie
FORMULAÇÕES
INGREDIENTES
FC1 FC2 FC3
Farinha de coco - 315 g 157,5 g
Farinha de banana 315 g - 157,5 g
Flocos finos de aveia 276 g 276 g 276 g
Flocos de amaranto 60 g 60 g 60 g
Açúcar mascavo 450 g 450 g 450 g
Banana-passa 120 g 120 g 120 g
Uva-passa 120 g 120 g 120 g
Fermento químico 32 g 32 g 32 g
Coco ralado 120g 120 g 120 g
Ovos 300 g 410 g 410 g
Essência de baunilha 20 g 20 g 20 g
Fonte: Próprio autor.
Em que:
CF1 = Cookie com 100% de farinha de banana verde;
CF2 = Cookie com 100% de farinha de coco;
CF3 = Cookie com 50% de farinha de banana verde e 50% de farinha de coco.
Homogeneização /
Modelagem
Assamento (20
minutos / 180 °C)
Resfriamento 685
(temperatura
ambiente)
Acondicionamento
Figura 2. Preparo da massa para modelagem e assamento dos biscoitos tipo cookie
A B C
686
Em que: A (CF1 = Cookie com 100% de farinha de banana verde), B (CF2 = Cookie com 100% de
farinha de coco), C (CF3 = Cookie com 50% de farinha de banana verde e 50% de farinha de coco.
Fonte: Próprio autor.
Caracterização físico-química
Tratamento estatístico
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 2. Resultado das análises físico-químicas das formulações de biscoito integral tipo cookie com
adição de farinhas de banana verde e de coco
FORMULAÇÕES
PARAMETROS (%)
CF1 CF2 CF3
Umidade 10,73a ± 0,93 10,90a ± 1,47 10,40a ± 1,31
Proteína 1,13a ± 0,13 1,20a ± 0,24 1,16a ± 0,07
Cinzas 2,37a ± 0,15 2,37a ± 0,21 2,47a ± 0,06
Lipídios 1,61a ± 1,58 8,17b ± 0,15 9,17b ± 0,15
Carboidratos 84,16b ± 2,53 77,37a ± 1,65 76,81a ± 1,13
Letras iguais na mesma linha não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p ≥ 0,05).
Resultados expressos como média ± desvio padrão. Fonte: Próprio autor.
Os resultados obtidos das cinzas, para as três formulações CF1 (2,37%), CF2
(2,37%) e CF3 (2,47%), foram similares aos encontrados nos trabalhos de Almeida e
Gherardi (2019), com o biscoito tipo cookie com farinha de linhaça, sendo observado
valores de cinzas de 2% e Fiorentin et al. (2019), com formulações de cookie com
concentrações de 15% e 30% de farinha de feijão caupi biofortificada, com valores para
cinzas de 2,21% e 2,16% respectivamente. E superiores aos obtidos por Queiroz et al.
(2017) que encontraram valores variando de 0,90% a 0,96%, para cookies formulados
com farinha de coco, com valores superiores ao encontrado na formulação padrão
(0,84%), sendo atribuído esse aumento ao incremento da farinha de coco. Portanto, adição
de farinhas alternativas contribuem para o aumento do conteúdo mineral dos biscoitos,
688
característica de produtos integrais.
Na análise dos parâmetros de lipídeos e carboidratos, a formulação CF1, diferiu
significativamente (p>0,05) em relação as formulações CF2 e CF3. Tal fato, foi atribuído
a variação quanto o quantitativo de farinhas de banana verde e farinha de coco presentes
na composição das formulações elaboradas.
A análise de lipídios mostrou que a formulação CF1 (1,61%), apresentou o menor
percentual de gordura em relação as formulações CF2 (8,17) e CF3 (9,17%). Essa
diferença foi atribuída, a ausência de farinha de coco em sua formulação, tendo em vista
que o coco apresenta reconhecido valor lipídico em sua composição. Tal correlação pode
ser observada nos resultados das formulações CF2 e CF3, que apresentaram valores
semelhantes não diferindo significativamente entre si (p>0,05) e, em ambas as
formulações, a farinha de coco faz parte da sua constituição. Valores semelhantes às
formulações CF2 e CF3 foram encontrados por Silva et al. (2019), com biscoitos tipo
cookie adicionados de farinha do caroço de abacate, com valores de 8,0% e 9,40% para
as formulações com 5% e 10% de farinha de caroço de abacate e inferiores ao valor obtido
por Almeida e Gherardi (2019), que desenvolveram biscoito tipo cookie com farinha de
linhaça, apresentando resultado de 25,01% para gordura.
Os resultados distintos encontrados na literatura, assim como os resultados
encontrados nesse trabalho, podem ser justificados pela presença de componentes em suas
formulações ricos em conteúdo lipídico, sobretudo em formulações com a presença de
oleaginosas como o observado no estudo de Silva, Monteiro e Rosa (2014), que
formularam cookies com castanha de pequi, obtendo o resultado de 23,33% de gordura
na formulação.
Comparando os resultados, os biscoitos tipo cookie elaborados com farinha de
banana e com farinha de coco, apresentaram a vantagem de possuir um baixo teor de
gordura em relação aos valores da literatura relatados acima, com destaque para a
formulação CF1, com 100% de farinha banana verde, que apresentou o menor valor entre
eles, tornando-se a opção mais saudável pelo baixo teor lipídico.
Os resultados obtidos para carboidratos demonstram que a formulação CF1
(84,16%) apresentou valores superiores, quando comparado à CF2 (77,37%) e CF3
(76,81%) que não diferiram significativamente entre si (p>0,05). Resultados assim podem
ser atribuídos a farinha de banana verde presente na formulação CF1. Segundo Silva et
al. (2015) na obtenção da farinha de banana verde, fatores como tipo de cultivar ou
variedade da fruta, presença ou ausência de casca, técnica de desidratação e condições de
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
AOAC. Official methods of analysis of the AOAC. 15th ed. Arlington, VA, USA:
Association of Official Analytical Chemists, 1990.
LAFIA, A.T; KETOUNOU, T.R.; RODRIGUES, D.S.; SILVA, E. O. da.; BONOU, S.I.;
LOPES, R.M.M. de. Composição nutricional de biscoitos biofortificados com farinha de
batata-doce Braz. J. of Develop, v. 6, n. 9, p. 66846-66861, 2020.
SILVA, A.A. dos.; JUNIOR, J. L. B.; MARTINS, M.I.; BARBOSA, J. Farinha de banana
verde como ingrediente funcional em produtos alimentícios. Ciência Rural, Santa
Maria, v.45, n.12, p.2252-2258, 2015.
STATSOFT. STATISTICA for Window - Computer programa manual. Versão 7.0. 691
Tulsa: Statsoft Inc. 2007.
Capítulo 62
RESUMO
Diante da busca do consumidor por produtos mais práticos, porém com um considerável
valor nutricional, o presente estudo teve como objetivo desenvolver um blend de uva e
tangerina em pó. O método utilizado foi o de secagem por liofilização. Para a elaboração
dos blends foram extraídas a polpa de uva e de tangerinas e preparadas três formulações,
nas quais variou-se a porcentagem de polpa de tangerina. Os pós foram analisados com
relação ao teor de água, sólidos solúveis totais, pH, acidez total titulável, cor (L*, a* e
b*). Obteve-se um blend em pó com uma elevada concentração de sólidos solúveis totais
e baixa atividade de água, indicando estabilidade microbiológica, porém é salutar que
estudos complementares sejam realizados, principalmente no que diz respeito a
armazenamento e aceitação comercial, sendo sugerido a execução de testes
microbiológicos e sensoriais.
INTRODUÇÃO
As uvas Vitis s.p., pertencentes à família Vitaceae, nativas do sudeste dos Estados
Unidos. Atualmente, compreendem mais de cem cultivares (WEI et al. 2017),
caracterizadas por apresentar cachos pequenos, bagas médias ou grandes, com coloração
2021 Gepra Editora Barros et al.
em geral marrom escuro, com variedades claras e bronzeadas. São pouco açucaradas, com
muitos cachos por planta, poucas bagas por cacho, com formação de uma zona de
abscisão entre a fruta e a ráquis. A casca é não estriada e aderente, de lenho duro e
maturação escalonada (DENEGA et al., 2010).
Segundo Park & Oh (2015) relatam que as uvas da espécie Vitis
rotundifolia possuem aroma e sabor bastante característicos, o que favorece o consumo in
natura em relação ao suco ou vinho, no entanto, as uvas muscadíneas estão no mercado
dos Estados Unidos há décadas, comercializadas como fruta fresca, sucos, geleias e
vinhos (FONSAH e AWONDO, 2016).
De acordo com a FAO (2019), o Brasil era o quarto maior produtor mundial de
693
tangerina em 1990, tendo passado para sexto em 2016 e quinto em 2017 Outras cultivares
também plantadas no Brasil são a África do Sul, Clementina, Clementina Caçula,
Clemenville, Cravo, Dancy, Estância, Madre Tereza, Mineira, Ponkan Swatow, Ponkan
Variegada, Szinkon, Trepadeira e Vermelha. Também há plantios da variedade Dekopon,
que tem se tornado importante no Brasil, representando um híbrido sem sementes, com
elevado teor de açúcar e alto valor agregado (VASCONCELOS, 2019).
Considerando a alta perecibilidade das frutas, torna-se necessário que sejam
aplicadas técnicas de conservação com o objetivo de aumentar sua vida de prateleira e até
mesmo a criação de novos produtos. Para que esse novo produto tenha um tempo de
prateleira significativo é necessário a utilização de processos que propiciem que essas
características sejam alcançadas.
A secagem é um dos processos mais antigos de preservação dos alimentos e uma
alternativa que apresenta bastante vantagem, a qual visa à redução dos teores de água dos
produtos a níveis que dificultem o crescimento microbiano e o desenvolvimento de
reações físico-químicas minimizando as perdas pós-colheita. Muitos processos de
secagem têm sido empregados para a produção de alimentos em pó, entre os quais se
destaca a secagem por liofilização. Segundo Oliveira (2016), este processo de liofilização,
é utilizado, para além de preservar alimentos perecíveis, conservar princípios ativos e
microrganismos, entre outros produtos. Seu princípio é o congelamento dos materiais
onde na etapa posterior a água é retirada do material por sublimação, (passagem da água
do estado sólido para o estado gasoso sem a passagem pelo estado líquido).
Diante disso, considerando-se a possibilidade de agregar valor a frutas tropicais,
objetivou-se elaborar três formulações de blends com polpas de uva e tangerina obtidos
por liofilização e caracterizar quanto aos parâmetros físico-químicos.
MATERIAL E MÉTODOS
Formulação do produto
694
Análises físico-químicas
Os parâmetros físico-químicos foram analisados em triplicata usando metodologia
proposta pelo INSTITUTO ADOLFO LUTZ (2008).
pH
A determinação do pH foi feita utilizando um phmetro de bancada (marca
QUIMIS), diluindo-se 5g da amostra em água destilada e realizado-se a leitura.
Acidez titulável
A determinação da acidez foi feita por titulometria utilizando o hidróxido de sódio
como titulante. Pesou-se aproximadamente 5g de cada amostra e diluiu-se com água
destilada, depois de homogeneizada titulou-se sob agitação constante com a solução de
hidróxido de sódio a 0,1M até atingir pH 8. O índice foi obtido a partir da relação entre o
peso da amostra, o volume titulado e o fator de correção da solução titulante.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Teor de água
O cadinho foi tarado previamente seco em estufa com temperatura a 105ºC por
uma hora. Logo após o cadinho foi colocado no dessecador e com o auxílio da pinça
retirado e pesado na balança analítica. O peso do cadinho foi anotado e a balança tarada.
Neles foram colocadas aproximadamente 2g de amostra para cada formulação, após, os
cadinhos foram levados a uma estufa a vácuo na temperatura de 105ºC onde
permaneceram por 24h. Após este tempo foram retirados da estufa e pesados. O teor de
água foi obtido a partir da relação entre a massa de água e a massa da amostra. 696
Atividade de água
A atividade de água a 25 °C foi obtida através da leitura direta das amostras em
higrometro Aqua-Lab, modelo 4TE da Decagon.
Cor
A cor das amostras foram determinadas em espectrofotômetro portátil Hunter Lab
Mini Scan XE Plus, modelo 4500 L, obtendo-se os parâmetros L*, a* e b*, em que L*
define a luminosidade (L* = 0 – preto e L* = 100 – branco) e a* e b* são responsáveis
pela cromaticidade (+a* vermelho e –a* verde; +b* amarelo e –b* azul). A partir destes
valores, calcularam-se o croma (C*) pela fórmula C*= [(a*)2+(b*)2]0,5 e os valores de
ângulo de tonalidade (ângulo h°) pela fórmula h*= tan-1 b*/a*.
Análise experimental
O delineamento experimental foi o de blocos inteiramente casualizados com três
tratamentos e três repetições, utilizando-se o software Assistat versão 7.7 beta. Os dados
2021 Gepra Editora Barros et al.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Santos et al. (2015) ao estudar blends de graviola e caju obtidos por liofilização, ao
aumentar a porcentagem de polpa de caju também houve aumento no teor de água. Porém
no presente estudo todas as formulações apresentaram para o teor de água valores
inferiores a 6% variando entre 5,18% e 5,42%, inferiores também aos obtidos por Vilar
et al. (2020), quando analisou físico-quimicamente um suco misto em pó também obtido
por liofilização, que apresentou 6,84 % de teor de água. Os sólidos totais diminuíram
significativamente (p<0,5) de acordo com o aumento da adição de polpa de tangerina,
podendo isto está relacionado à diluição de componentes nutricionais, considerando que
tal comportamento se mostrou inverso ao ocorrido com o teor de água. Para este teor as
valores variaram entre 94,82 % e 94,58 % assemelhando-se aos valores encontrados por
Santos et al. (2015) ao analisar blends de graviola e caju liofilizados com valores de
sólidos totais entre 95,63% e 94,63%. A atividade de água apresentou-se diretamente
proporcional ao teor de água, expandindo-se à medida que o conteúdo de água foi
elevado. Verificou-se atividade de água oscilando entre 0,168 e 0,207, indicando
estabilidade microbiológica do produto, posto que não há dissolução de constituintes
nutricionais das amostras pela água.
Tabela 1 – Resultado das análises de umidade, sólidos totais e atividade de água dos
blends de uva e tangerina obtidos por liofilização.
Formulação Teor de água Sólidos totais Atividade de água
F1 5,18000 c 94,82000 a 0,16867 c
F2 5,32333 b 94,67667 b 0,17900 b
F3 5,42000 a 94,58000 c 0,20700 a
dms 0,06837 0,06837 0,00392
Teste F 58,7612 ** 58,7612 ** 482,7727 **
F1, F2, F3 – Blends de uva e tangerina em pó respectivamente com 20, 40 e 60% de polpa de tangerina;
DMS – Diferença mínima significativa; **significativo respectivamente a 1% de probabilidade pelo teste
2021 Gepra Editora Barros et al.
F; Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem estaticamente a 5% de probabilidade, pelo teste
de Tukey.
Tabela 2 – Resultado das análises de acidez total titulável (ATT), sólidos solúveis totais
(SST), relação SST/ATT e pH dos blends de uva e tangerina obtidos por liofilização.
Acidez total Sólidos solúveis Relação
Formulação pH
titulável (ATT) totais (SST) SST/ATT
F1 1,31333 c 70,00000 a 53,30424 a 3,48667 a
F2 1,40333 b 70,00000 a 49,88509 b 3,40333 b
F1, F2, F3 – Blends de uva e tangerina em pó respectivamente com 20, 40 e 60% de polpa de tangerina;
DMS – Diferença mínima significativa; **significativo respectivamente a 1% de probabilidade pelo teste
F; Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem estaticamente a 5% de probabilidade, pelo teste
de Tukey.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
DENEGA, S., BIASI, L. A., ZANETTE, F., MAGGI, M. F., JADOSKI, S. O., &
BLASKEVICZ, S. J.. Características físicas e químicas dos cachos de cultivares de Vitis
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FONSAH, E. G., & AWONDO, S. N. Cost estimates and investment analysis for
muscadine grapes production in Georgia. Journal of Food Distribution Research, 2016.
PARK, M., & OH, J.. Antioxidant and antimicrobial activities of muscadine grape
extracts. The Korean Society of Food Preservation, 2015.
WEI, Z., LUO, J., HUANG, Y., GUO, W., ZHANG, Y., GUAN, H., XU, C., & LU, J.
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States and in newly adapted locations in China. International Journal of Molecular
Sciences, 2017.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 63
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sabão em pó 3
Polidor de alumínio 3
Fonte: Autores.
De acordo comos dados apresentados na (Tabela 1), observa-se que existem uma
grande quantidade e variedade de materiais plásticos, orgânicos e inorgânicos que se
tornam resíduos que são depositados no meio ambiente, tais como resíduos orgânicos,
provenientes das sobras de alimentos, como também os inorgânicos, decorrentes do uso
de copos plásticos, guardanapos, embalagens, entre outros. E de acordo com Valones e
Silva (2018), esses resíduos apresentam uma maior composição residual variada, tendo
em vista que são gerados tanto resíduos orgânicos, provenientes das sobras de alimentos,
como também os inorgânicos que podem impactar direta ou indiretamente o meio
ambiente.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Com relação ao óleo produzido, a informação obtida foi que, parte era destinado
ao laboratório de química (LABQUIM), da própria instituição para produção de sabão
em barra, procedimento esse que faz parte do projeto de um professor vinculado ao
mesmo. Mas, com o término do projeto todo óleo produzido passou a ser descartado na
caixa degordura.Além disso, estima-se que são gerados em média 300 Kg de resíduos
orgânicos por dia, oriundos das etapas de produção da alimentação bem como as sobras
das refeições deixadas nas bandejas pelos discentes (Figura 1).
707
Fonte: Autores
O destino final desses resíduos é feito através da coleta diária, a informação obtida
é que um rapaz coleta esses resíduos para servir como alimentação em uma granja de
suínos localizada na cidade de Solânea – PB. Os resíduos gerados são armazenados em
um tanque no RU e pode ser visualizado na Figura 2.
Em um estudo realizado por Rodrigues (2018), ao analisar um restaurante
universitário durante um período de 12 dias, observou-seque eram produzidos em média
228 Kg de resíduos diariamente, um dado relevante e que se aproxima deste caso em
estudo. Tendo em vista, a alta geração de resíduos e as possíveis falhas no armazenamento
de alimentos prontos, torna-se necessário um planejamento adequado do cardápio por um
profissional que possa se atentar aos aspectos como quantidade de refeições a serem
produzidas, dias da semana em que se tem aumento ou diminuição na demanda e entre
outros fatores que possam colaborar para uma produção sem excessos (RODRIGUES,
2018; ZANINI et al., 2020).
Figura 2. Resíduo armazenado
Fonte: Autores
2021 Gepra Editora Barros et al.
Outra forma que deve ser considerada e que pode apresentar maior desperdício de
alimentossão os restaurantes que adotam o método self-service, onde os próprios
discentes servem seus pratos, podendo exceder a quantidade de alimento necessária para
suprir seu corpo e na maioria das vezes, acabam deixando um grande volume de comida
tendo que descartar o que restou(SILVA; ROSAS; LIMA, 2021).
Com relação às sobras alimentares e os resíduos orgânicos não processados que é
destinado ao criador de suínos, o Brasil possui duas Instruções Normativas do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (IN MAPA n° 06/2004 e no 44/2007) que
relatam a respeito do uso de restos alimentares para a alimentação de suínos. A IN n°
06/2004 proíbe a utilização de sobras alimentares que contenham proteína de origem
708
animal, porém salvo quando submetido a tratamento térmico assegurando a inativação do
vírus da Peste suína Clássica (PSC). A IN n° 44/2007 também não permite o uso de restos
alimentares na alimentação de suínos, a não ser que passem por processo térmico que
assegura a inativação do vírus da febre Aftosa (BRASIL, 2004; BRASIL, 2007;
ZOTESSO et al., 2016).
De acordo com Borges, Neta e Lopes (2017), o restaurante deve realizar a medição
e pesagem das sobras, ao longo do tempo, com o intuito de estabelecer um parâmetro
adequado para o próprio restaurante. Em casos de quantidades excessivas de sobras, o
desperdício pode ser influenciado por diversas medidas onde se destacam: Planejamento,
preferências alimentares, forma de apresentação dos pratos e racionamento. Assim, a
realização de um monitoramento constante com relação a quantidade e modo de preparo
são medidas que devem ser adotadas para que se tenha uma redução nas sobras.
Segundo Peixoto e Fernandes (2016), os resíduos orgânicos podem ser reutilizados
através dos processos de incineração, biodigestão e compostagem. Onde, na incineração
os resíduos orgânicos passam por uma queima para produção de energia elétrica ou
térmica. A biodigestão consiste em um processo de decomposição anaeróbica gerando
adubo e gás como CO₂ e o metano que podem ser captados para a produção de energia, e
a compostagem é um processo que ocorre a decomposição do resíduo podendo ser de
forma anaeróbia ou aeróbica que se transforma em adubo servindo como fertilizante.
No que se refere ao destino final do óleo utilizado, o restaurante juntamente com a
instituição poderia realizar parcerias para possíveis descartes vantajosos podendo ser
utilizado na elaboração de biodiesel, sabão, tintas, solventes, rações para animais entre
outros produtos. Além disso, fabricação de sabão pode ser vista como uma das melhores
maneiras para destinação de óleo usado, tendo em vista, que podem ser formadas
cooperativas para a produção, servindo como geração de renda para essas populações
(OLIVEIRA, 2017).
De forma a tentar minimizar a redução no desperdício de alimentos, o estudo
realizado por Borgeset al.(2019), observaramo impacto de uma campanha na redução de
desperdícios, obtendo um resultado positivo tanto na capacitação ofertada aos
funcionários como aos comensais, apresentando assim uma diminuição nas sobras e nos
restos de ingestão. Além disso, Destacando a importância da conscientização e
capacitação para que se possa atingir a meta na menor geração de desperdícios.
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
BORGES, Moniele Pereira; SOUZA, Luiz Henrique Rodrigues; PINHO, Sirlaine de;
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Capítulo 64
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
715
O solo investigado destina-se ao cultivo de uvas no município de Santana do
Livramento (RS) com mais de 30 anos de aplicação de fungicidas a base de Cu para
proteção de doenças foliares. Santana do Livramento está localizada na Região da
Campanha, que é composta também pelos municípios de Alegrete, Bagé, Candiota, Dom
Pedrito, Hulha Negra, entre outros. Esta região é de tradição na produção pecuária e no
cultivo de arroz, recentemente vem crescendo timidamente com a produção de uvas e
vinhos na Campanha. O solo e suas classes predominante nos vinhedos são os Argissolos
eutrófico e distrófico, as associações de Neossolos litólicos com fase de relevo suave
ondulado e ondulado e de Argissolo Crômico com Argissolo acinzentado. Todas as
classes de solo citadas acima têm um teor de areia bastante elevados e baixa fertilidade
natural (FLORES et. al, 2007).
As amostras de solos utilizadas nos testes são de camadas de 0 a 10 cm em solo de
vinhedos (VN) implantado em 1978 com histórico de muitos anos de aplicação de
fungicidas a base de cobre para prevenção de doenças foliares, o outro solo de estudo foi
coletado com mesma profundidade, porém sua origem é de uma área de campo natural
(CN), sendo ambos solos do município de Santana do Livramento. A Capacidade Máxima
de Retenção de Água é determinada previamente a realização dos ensaios.
Para realização do ensaio de fuga (Figura 1) foram utilizadas minhocas da espécie
Eisenia andrei (Oligocheaeta: Lumbricidae) seguindo a norma ABNT NBR ISO17512-1
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011) com adaptações, as
minhocas são criadas e mantidas com manutenções periódicas de alimentação e umidade
do substrato, realizadas no LAPROBIO, Laboratório de Processos Biológicos na
Universidade Federal de Santa Maria, Campus Cachoeira do Sul.
Inicialmente, cada uma, das cinco réplicas de recipiente teste, foram colocados
250g de cada tipo de solo, desfaunados (passando por dois períodos de congelamento por
48h e descongelamento), e a capacidade máximas de retenção de água (CRA) foi ajustada
a 60%. Na sequência, foram depositadas 10 minhocas sobre a linha divisória entre os dois
tipos de solo (Figura 1), apenas minhocas cliteladas entre 300 e 600mg, são consideradas
adultas e ideais para o teste, logo, os recipientes foram fechados com tampa micro
perfurada para manutenção da aeração, mas evitando perda de umidade e fuga de animais.
A duração do experimento foi de 48 horas e, após isso, sendo já consolidado e finalizado
o tempo comportamental necessário da espécie, foi inserido um divisor no centro de cada
recipiente e feita a contagem do número de indivíduos em cada lado, onde indivíduos
716
partidos ao meio, independentemente do comprimento, foram considerados como 0,5
indivíduo para cada seção.
O efeito ecotoxicológico em organismos produtores das amostras de solo foi
avaliado através da exposição aguda de sementes de Lactuca. sativa (alface) semeados
em elutriato, baseados nas metodologias descritas por Morales (2004). Para obtenção do
elutriato, uma mistura na proporção 4:1 (água destilada: solo-teste) foi manualmente
agitada por um minuto e sedimentada por 24 h. O sobrenadante filtrado foi utilizado para
avaliação ecotoxicológica em sete concentrações (100; 50; 25; 12; 6; 3 e 1,5%) e controle
positivo com sulfato de zinco a 1%. Nesse experimento 10 sementes previamente
selecionadas, buscando usar somente as de tamanho intermediário, similares e
homogêneas, foram colocadas em placa de Petri contendo papel filtro saturado (4 ml) de
solução teste. Para cada organismo teste as amostras foram feitas em triplicatas. Visando
evitar a dessecação da amostra, foram seladas as placas Parafilm®. O tempo de ensaio
foi de 120 horas onde permaneceram em uma germinadora de temperatura controlada a
22 ± 2ºC. Foram avaliados os índices de germinação e o desenvolvimento da radícula
(Figura 2).
O teste exato de Fisher foi utilizado para avaliar a resposta de fuga entre os solos
testados. O teste compara a distribuição observada dos indivíduos na combinação testada
com uma distribuição teórica, a qual considera o comportamento de ausência de fuga
como hipótese nula (Natal da Luz et al., 2008). No presente estudo foi considerado o teste
unilateral, uma vez que apenas uma resposta de fuga pode a ser considerada. Nesse caso,
2021 Gepra Editora Barros et al.
a hipótese nula assumiu que metade dos organismos permaneceu no solo testado
(vinhedo), indicando a ausência de uma resposta de fuga para aquele solo. Nos resultados
do ensaio de germinação foi aplicada apenas estatística descritiva e índices descritores
interpretativos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 3. Resposta do ensaio de fuga de minhocas Eisenia andrei nos diferentes solos testados.
Tabela 1. Ensaio de toxicidade com sementes de Lactuca sativa em solo sob cultivo de vinhedo (Santana
do Livramento-RS)
Tabela 2. Ensaio de toxicidade com sementes de Lactuca sativa em solo de Campo Nativo (Santana do
Livramento-RS)
to
719
Sendo que, hormese consisti em um efeito estimulante causado por baixas doses do
contaminante, o que não significa que o contaminante seja benéfico para o organismo
teste. Os índices obtidos em solo de vinhedo, onde resultados do IGN se mostram muito
baixos, com os valores na maior parte próximos a zero, variando de 0,03 a -0,07, o que
indica a ausência de toxicidade ou até mesmo hormese (Tabela 1). Resultados como estes
são provavelmente devido aos micronutrientes presentes nas amostras do solo, como por
exemplo potássio, fósforo, e ferro são metais necessários para o desenvolvimento dos
seres vivos, entretanto isso não significa que o solo não seja tóxico. Toxicidade baixa
também foi observada na amostra de campo de vinhedo (Tabela 2). O IER que é um dos
índices mais sensíveis avaliado no teste de germinação, trouxe resultados que
demonstram uma baixa toxicidade no solo (Tabelas 1 e 2). Apesar do solo de vinhedo
apresentar maior concentração de cobre, outras substâncias também estão presentes, nas
duas amostras, e podem passar para o elutriato e apresentar efeito, mesmo que discreto
fitotóxico. Efeitos sinérgicos, antagônicos e potenciais estão presentes na ecotoxicologia,
embora difícil de discriminar tanto pela incapacidade de determinar e quantificar todas as
substâncias presentes e as interações dessas e suas transformações com a própria matriz
ambiental, como o solo, e seus componentes físicos, químicos e biológicos. A fitoxicidade
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÕES
O solo destinado a produção de uvas com alta concentração de cobre (Cu) induziu
resposta de fuga significativa em minhocas da espécie Eisenia andrei quando comparado
a um solo de campo nativo. Já no teste de germinação, com alface (Lactuca sativa) a
resposta do elutriato foi de toxidade baixa. A continuação das pesquisas sobre os efeitos
720
desse solo em outros sistemas biológicos e marcadores permitirão a ampliação do
entendimento sobre os impactos dos processos e contaminantes na diversidade biológica
e, consequentemente na funcionalidade dos ecossistemas. Os bioensaios podem ser
ferramentas de grande importância na avaliação da qualidade ambiental e indicadores dos
impactos do manejo de áreas agrícolas na funcionalidade do ecossistema.
Agradecimentos
Trabalho apoiado pelo programa FIPE – Sênior 2019 projeto 050856/2019-5 e CNPq
processo 409736/2016-3.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, A.R. de; CORONAS, M.V. Use of avoidance tests with earthworms Eisenia
andrei e Eisenia fetida for identification of pesticides toxicity in Brazil: a brief review of
the literature. Ciência e Natura, v. 40, p. 18-26, 2018.
BRUN, L.A. MAILLET, J.; RICHARTE, J.; HERRMANN, P.; REMY, J.C.
Relationships between extractable copper, soil properties and copper uptake by wild
plants in vineyard soils. Environmental pollution, v. 102, n. 2-3, p. 151-161, 1998.
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CHAPMAN, P.M. Integrating toxicology and ecology: putting the “eco” into
ecotoxicology. Marine pollution bulletin, v. 44, n. 1, p. 7-15, 2002.
NATAL‐DA‐LUZ, T.; RÖMBKE, J.; SOUSA, J.P. Avoidance tests in site‐specific risk
assessment—influence of soil properties on the avoidance response of collembola and
earthworms. Environmental Toxicology and Chemistry: An International Journal,
v. 27, n. 5, p. 1112-1117, 2008.
SILVA-JÚNIOR, F.M. R; GARCIA, E.; BRUM, R.; NUNES, S.; CORONAS, M. V.;
VENTURA-LIMA, J. Fitotoxicidade induzida pela co-exposição a nanopartículas de
dióxido de titânio e arsênio na germinação de sementes de alface crespa (L. sativa var.
crispa). In: JOSÉ MAX BARBOSA DE OLIVEIRA JUNIOR. Análise Crítica das
Ciências Biológicas e da Natureza 2. 1. ed. Atena Editora, 2019, p. 339-344.
722
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 65
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Tabela 1. Inseticidas e respectivas doses utilizadas para avaliar o efeito letal sobre Apis mellifera, Pombal-
PB, 2021.
Inseticida Grupo Químico Dose*
Espinetoram Espinosina 160 g/ha
Clorantraniliprole Antranilamida 7,5 ml/100 L
Ciantraniliprole Antranilamida 500 ml/ha
Tiametoxam Neonicotinoide 600 g/ha
*Todas as diluições foram realizadas com base em um volume médio de calda de 500 L/ha.
O efeito letal dos inseticidas foi avaliado por meio do contato das abelhas com
resíduos dos produtos na superfície de arenas. As arenas foram constituídas por
recipientes plásticos (14cm de diâmetro X 16,5cm de altura) com 70% extremidade
superior coberta com tela anti – afídeo e as laterais com aberturas de cerca de 0,1 cm de
diâmetro para possibilitar a circulação de ar no ambiente. Os inseticidas foram aplicados
por meio de pulverizadores manuais, em toda superfície interna das arenas, simulando
uma aplicação em campo. Logo após a evaporação do excesso da calda, foram
adicionados no interior de cada arena um recipiente plástico (com 28 mm de diâmetro e
16 mm de altura) contendo dieta artificial (pasta cândi) e um chumaço de algodão
embebido em água destilada. Em seguida, as abelhas foram colocadas no interior das
arenas. Para facilitar o manuseio das abelhas durante a realização do experimento, os
insetos foram previamente “anestesiados” por meio da utilização do frio (± 4ºC por 1,5
minuto).
Foram avaliadas a mortalidade e o comportamento (por exemplo, prostração,
tremores, paralisia etc.) das abelhas a 1, 2, 3, 4, 5, 6, 9, 12, 15, 18, 21 e 24 horas após o
início da exposição aos inseticidas. Foram contabilizadas como mortas às abelhas que não
2021 Gepra Editora Barros et al.
responderem a estímulos mecânicos (toques no corpo das abelhas com um pincel fino de
cerdas macias) em cada horário de avaliação.
O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado composto
por cinco tratamentos (Controle absoluto – água destilada; Controle positivo – inseticida
Tiametoxam; e os inseticidas Espinetoram, Clorantraniliprole e Ciantraniliprole) e 10
repetições, sendo cada unidade experimental formada por 10 abelhas adultas.
O percentual de mortalidade foi calculado para cada tratamento e as médias foram
comparadas pelo teste não paramétrico de Kruskal – Wallis ao nível de 5% de
significância por meio do software R (R Development Core Team, 2011).
726
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 2. Mortalidade (%) de operárias adultas de Apis mellifera após contato com resíduos de inseticidas,
Pombal – PB, 2020.
Tratamento Dose (%) de Mortalidade*
Controle absoluto (água destilada) - 0,0c
Controle positivo (inseticida Tiametoxam) 600g/ha 100,0a
Espinetoram 160 g/ha 100,0a
Clorantraniliprole 7,5 mL/100 L 18,0b
Ciantraniliprole 500 mL/ha 26,0b
*
Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Kruskal – Wallis ao nível
de 5% de significância.
tóxico para A. mellifera e outras abelhas como, por exemplo, a Bombus terrestris e B.
impatiens (DINTER et al., 2009; LARSON et al., 2011; GOMES et al., 2020). Entretanto,
é imprescindível ressaltar que, apesar de ocasionar baixa mortalidade sobre adultos de A.
mellifera, existem relatos de que Clorantraniliprole provocou alteração em genes que
regulam o sistema imunológico (CHRISTEN; FENT, 2017) e compromete a capacidade
de voo dessa abelha (GOMES et al., 2020). Já em relação ao Ciantraniliprole, apesar de
não haver informações sobre efeito residual, Dinter e Samel (2014) afirmaram que o
inseticida oferece baixo risco para A. mellifera quando expostas ao contato direto com o
inseticida.
Diante disso, os resultados obtidos indicam que o contato com resíduos dos
727
inseticidas Clorantraniliprole e Ciantraniliprole, nas doses máximas recomendadas para
o controle de pragas em meloeiro, é pouco nocivo à sobrevivência de operárias adultas de
A. mellifera. Salienta-se ainda que o presente trabalho reforça a necessidade de atenção
no momento de aplicação de inseticidas nas lavouras de meloeiro, especialmente em
relação ao Espinetoram, no momento de floração e forrageamento das abelhas. Os
resultados obtidos irão subsidiar a realização de novas pesquisas, tanto em situações de
laboratório quanto de campo, com a finalidade de aprofundar as informações em relação
aos inseticidas avaliados. Com isso, espera-se contribuir com os esforços globais para
minimizar os impactos adversos dos pesticidas sobre polinizadores nas áreas agrícolas.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
CHRISTEN, V.; FENT, K. Exposure of honey bees (Apis mellifera) to different classes
of insecticides exhibit distinct molecular effect patterns at concentrations that mimic
environmental contamination. Environmental Pollution, v. 226, p. 48-59, 2017.
COSTA, E. M.; ARAUJO, E. L.; MAIA, A. V. P.; SILVA, F. E. L.; BEZERRA, C. E. S.;
SILVA, J. G. Toxicity of insecticides used in the Brazilian melon crop to the honey bee
Apis mellifera under laboratory conditions. Apidologie, v. 45, n. 1, p. 34-44, 2014.
GALLO, D.; NAKANO, O.; NETO, S. S.; CARVALHO, R. P. L.; BAPTISTA, G. C.;
FILHO, E. B.; PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S. B.; VENDRAMIM, J. D.;
MARCHINI, L. C.; LOPES, J. R. S.; OMOTO, C. Entomologia agrícola. Piracicaba:
FEALQ, 2002. 920 p.
HEARD, M. S.; BAAS, J.; DORNE, J. L.; LAHIVE, E.; ROBINSON, A. G.; RORTAIS,
729
A.; SPURGEON, D. J.; SVENDSEN, C.; HESKETH, H. Comparative toxicity of
pesticides and environmental contaminants in bees: Are honey bees a useful proxy for
wild bee species? Science of the Total Environmen, v. 578, p. 357–365, 2017.
IWASA, T.; MOTOYAMA, N.; AMBROSE, J. T.; ROE, R. M. Mechanism for the
differential toxicity of neonicotinoid insecticides in the honey bee, Apis mellifera. Crop
Protection, v. 23, n. 5, p. 371-378, 2004.
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PINHEIRO, J.N.; FREITAS, B.M. Efeitos letais dos pesticidas agrícolas sobre
polinizadores e perspectivasde manejo para os agroecossistemas brasileiros. Oecologia
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RORTAIS, A.; ARNOLD, G.; DORNE, J. L.; MORE, S. J.; SPERANDIO, G.;
STREISSL, F.; SZENTES. C.; VERDONCK, F. Risk assessment of pesticides and other
stressors in bees: Principles, data gaps and perspectives from the European Food Safety
Authority. Science of the Total Environment, v. 587-588, p. 524–537, 2017.
Capítulo 66
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
salsinha desidratada, alho picado, molho inglês, suco de limão, sal, pimenta do reino e
amido de milho foram obtidos no comércio local da cidade de Pombal, PB, Brasil.
A pesquisa procedeu-se no Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar
(CCTA) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), campus Pombal, PB,
Brasil. A preparação da mucilagem de quiabo in natura e o processo de liofilização foi
realizado de acordo com Araújo et al. (2020). Para a elaboração dos molhos tipo Caesar
foram realizados teste preliminares e padronizadas três formulações, sendo CT – molho
controle, F1 – molho com mucilagem in natura e F2 – molho com mucilagem liofilizada.
As proporções dos ingredientes para cada formulação estão dispostas na Tabela 1.
733
Tabela 1. Proporção dos ingrediente para cada formulação de molho tipo Caesar.
Molhos tipo Caesar
Ingredientes
CT F1 F2
Azeite de oliva (mL) 240,0 240,0 240,0
Queijo parmesão ralado (g) 200,0 200,0 200,0
Vinagre branco (mL) 80,0 80,0 80,0
Alho picado (g) 50,0 50,0 50,0
Salsinha desidratada (g) 10,0 10,0 10,0
Molho inglês (mL) 5,0 5,0 5,0
Suco de limão (mL) 5,0 5,0 5,0
Sal (g) 2,5 2,5 2,5
Amido de milho (g) 2,0 2,0 2,0
Pimenta do reino (g) 1,0 1,0 1,0
Água (mL) 120,0 - 120,0
Mucilagem in natura (mL) - 120,0 -
Mucilagem liofilizada (g) - - 2
(-) não utilizado.
𝑀
𝐼𝐴 (%) = ∗ 100 (1)
𝑁
De acordo com a metodologia descrita por Ares et al. (2010), os avaliadores foram
submetidos ao Teste CATA, que consiste no preenchimento de um questionário contendo
uma lista de palavras ou frases. Neste questionário, os respondentes podem selecionar
todas as palavras que considerarem apropriadas para descrever os produtos.
Em Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC), os dados obtidos na análise
senhorial foram analisados com o auxílio do software Assistat versão 7.7 beta (SILVA;
AZEVEDO, 2016). Utilizou-se a Análise de Variância (ANOVA) e comparou-se as
médias pelo Teste de Tukey, a nível de 5% de significância (p<0,05). Os resultados
gerados pelo Teste CATA foram avaliados por Análise de Correspondência, através do
software R (R CORE TEAM, 2014).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 1. Gráfico radar para os atributos de aceitação sensorial dos molhos tipo Caesar.
735
CT – molho controle, F1 – molho com mucilagem in natura, F2 – molho com mucilagem liofilizada.
O centro da figura indica o ponto zero da escala, aumentado sua magnitude para
as extremidades, sendo que a média de cada atributo por amostra é marcada no eixo
correspondente em que o perfil sensorial é traçado pela vinculação dos pontos. Os dados
obtidos sugerem que não ocorreram diferenças entre o CT e F2 na maioria dos atributos
avaliados, com destaque para maiores notas hedônicas no F2.
Para confirmação dos resultados, os valores médios da aceitação sensorial estão
expressos na Tabela 2, assim como os valores de IA e Aceitabilidade Geral estão
representados na Figura 2, que permitem visualizar o potencial mercadológico individual
dos produtos para comercialização.
Tabela 2. Resultados da aceitação sensorial dos molhos tipo Caesar (média ± desvio-padrão).
Molhos tipo Caesar
Atributos
CT F1 F2
Cor 6,24a ± 1,89 6,07a ± 1,91 6,76a ± 1,77
Aroma 6,53a ± 1,78 6,34a ± 1,85 6,71a ± 1,81
Aparência 6,33ab ± 1,74 5,94b ± 1,87 6,73a ± 1,91
Consistência 6,79a ± 1,73 6,00b ± 2,07 7,23a ± 1,86
Sabor 6,51ab ± 1,093 6,09b ± 2,14 7,00a ± 1,78
Impressão Global 6,49ab ± 1,86 5,87b ± 2,04 6,83a ± 1,88
CT – molho controle, F1 – molho com mucilagem in natura, F2 – molho com mucilagem liofilizada. Médias seguidas
na linha pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo Teste de Tukey (p<0,05).
Figura 2. Índice de Aceitabilidade (IA) dos atributos sensoriais e Aceitabilidade Geral dos molhos tipo
Caesar.
2021 Gepra Editora Barros et al.
736
CT – molho controle, F1 – molho com mucilagem in natura, F2 – molho com mucilagem liofilizada.
CT – molho controle, F1 – molho com mucilagem in natura, F2 – molho com mucilagem liofilizada.
Pouco Pastoso – P. Pastoso; Muito Consistente – M. Consistente; Pouco Consistente – P. Consistente; Pouco Viscoso
– P. Viscoso; Aparência Desagradável – A. Desagradável; Aparência Homogênea – A. Homogênea; Aparência
Heterogênea – A. Heterogênea; Aparência Desuniforme – A. Desuniforme; Aparência Agradável – A. Agradável;
Aparência Uniforme – A. Uniforme; Ocorre separação de fases – Fases; Sabor Marcante – S. Marcante; Sabor
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
HUSSEIN, M. M.; HASSAN, F. A. M.; ABDEL DAYM, H. H.; SALAMA, A.; ENAB,
A. K.; ABD EL-GALIL, A. Utilization of some plant polysaccharides for improving
2021 Gepra Editora Barros et al.
SILVA, F. A. Z.; AZEVEDO, C. A. V. The assistat software version 7.7 and its use in
the analysis of experimental data. African Journal of Agricultural Research, v. 11, n.
3, p. 3733-3740, 2016. DOI: https://doi.org/10.5897/AJAR2016.11522
YUENNAN, P.; SAJJAANANTAKUL, T.; GOFF, H. D. Effect of okra cell wall and
polysaccharide on physical properties and stability of ice cream. Journal of Food
Science, v. 79, n. 8, 2014. DOI: https://doi.org/10.1111/1750-3841.12539
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 67
RESUMO
INTRODUÇÃO
A carne de frango é uma matéria-prima altamente considerada, sendo uma das mais
eficientes fontes de proteínas. A demanda de consumo da carne de frango aumentou nas
últimas décadas, devido aos baixos custos de produção, uma vez que o Brasil se tornou o
país que mais cresceu na produção industrial de carne de frango, como indicam números
2021 Gepra Editora Barros et al.
Fonte: Autores.
2021 Gepra Editora Barros et al.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1.Parâmetros físicos e físico-químicos dos concentrados proteicos de peito de frango WS.
Parâmetros CPPF1 CPPF2 Valor de p
Físicos
ΔE 11,14 - -
Físico-Químicos
6,17±0,01
pH 4,06±0,05 <0,05
0,37±0,01
Aa 0,65±0,01 <0,05
Fonte: Autores. Valores de p ≤ 0,05 indicam diferença significativa entre as amostras pelo Teste t
student.CPPF1: concentrado proteico de peito de frango obtido pelo método de solubilização ácida seguida
de neutralização. CPPF2: concentrado proteico de peito de frango obtido pelo método de deslipidificação
com etanol. ΔE= diferença colorimétrica total.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Florentino (2019), define a atividade de água como a quantidade de água que está
associada aos constituintes não aquosos do alimento e que está disponível para as reações
químicas, bioquímicas e microbiológicas. Os métodos de obtenção dos concentrados
proteicos de peito de frango com miopatia WS apresentaram efeito significativo com
diferença estatística (p<0,05) no parâmetro de atividade de água (Aa). O tratamento
CPPF2 apresentou uma redução de 43,08% na Aa em relação ao tratamento CPPF1. Fato
este, devido ao maior tempo de secagem aplicado ao tratamento CPPF2 que contribuiu
para os menores valores de atividade de água. Nesse sentido, a baixa atividade de água
nos concentrados proteicos obtidos neste estudo é favorável, pois os microrganismos
possuem o seu desenvolvimento condicionado a existência de água disponível (VIDAL,
749
2007; FLORENTINO, 2019).
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
BOERBOOM, Gavin et al. Unraveling the cause of white striping in broilers using
metabolomics. Poultryscience, v. 97, n. 11, p. 3977-3986, 2018.
2021 Gepra Editora Barros et al.
PETRACCI, M. et al. (2019). Wooden-breast, white striping, and spaghetti meat: Causes,
consequences and consumer perception of emerging broiler meat abnormalities.
Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety, 19, 565–583.
ROMANS, J. R et al. The meat we eat. Interstate publishers, danville, 2001, 1112p.
751
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 68
RESUMO
A elevada temperatura é um grande problema na produção animal, uma vez que resulta
em estresse térmico, afetando negativamente o bem-estar, a saúde e a produtividade dos
animais. Animais expostos ao estresse térmico apresenta alteraçõesque podemcausar
impactos negativos na produção animal. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é
evidenciar as alterações causadas pelo estresse térmico em caprinos. O estudo foi
realizado com metodologia de caráter exploratório, com a utilização de pesquisas
bibliográficas obtidas através das bases de dados: scielo, pubmed e sciendirect, utilizando
como principais descritores: bioclimatologia, estresse por calor e parâmetros fisiológicos.
O estresse térmico tem um efeito sobre os animais, sendo comprovado pelas mudanças
nos parâmetros hematológicos, glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, hemoglobina, e
pH do sangue. Os principais parâmetros fisiológicos a serem avaliados em condição de
estrese térmico são frequência cardíaca, frequência respiratória e temperatura retal). A
elevação da temperatura ambiental, resulta na alteração do mecanismo de
termorregulação testicular, acarretando uma degeneração dos testículos, sendo
considerada a causa principal de subfertilidade e infertilidade de caprinos.Animais
submetidos a estresse crônico tem como resposta períodos de elevadas concentrações de
cortisol, diminuindo a aptidão por causar imunossupressão e atrofia dos tecidos de defesa
do organismo.O estresse térmico tem ação prejudicial a produção leiteira, devido os
animais em lactação serem mais sensíveis ao calor. Conclui-se que é de suma importância
dar atenção as características ambientais em que o animal vive, pois são essas que são
responsáveis por propiciar condições para que o animal expresse todo o seu potencial
genético.
INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Parâmetros fisiológicos
Parâmetros hematológicos
O sangue tem como sua principal função o transporte de oxigênio, sendo este
responsável por favorecer o funcionamento celular e consequentemente estabelecer a
homeostase corporal.O perfil sanguíneo dos animais possui sensibilidade a mudanças na
temperatura ambiental, sendo um importante indicador de respostas fisiológicas a agentes
estressantes. Dessa forma, determinar os parâmetros sanguíneos dos animais, é de suma
importância para estabelecer o efeito do estresse pelo calor. O estresse térmico tem um
2021 Gepra Editora Barros et al.
Ingestão de alimentos
O consumo de alimentos pelos animais vai variar em função do peso vivo e da taxa
de ganho de peso, na qual ainda é determinada pela genética, nutrição, sanidade,
instalações e pelo clima (Pollis et al., 2020). De acordo com o mesmo autor, o consumo
de alimentos pelos ruminantes, é influenciado por mecanismos psicogênicos, físicos ou
fisiológicos. Animais sob alto grau de estresse reduzem o consumo de alimentos, pois de
acordo com Miranda et al. (2018), o consumo de alimentos dos caprinos tem correlação
inversa com a temperatura ambiental, uma vez que em seu trabalho, houve a diminuição
do consumo com o aumento da temperatura, sendo considerado um mecanismo de
diminuir a produção de calor interna. O estresse térmico resulta em uma diversidade de
mudanças no funcionamento biológico dos animais, como a diminuição do consumo,
distúrbios no metabolismo da água, proteínas, energia, balanço de minerais, reações
enzimáticas, secreção hormonal e metabólitos sanguíneos (Polli et al., 2020). Segundo
Jodar et al. (2018), em um estudo realizado com cabras leiterias, foi possível observar que
o estresse térmico foi responsável por diminuir consideravelmente a ingestão de matéria
seca em 29%, em contrapartida, o consumo de água teve um aumento 69%.
Perfil hormonal
Produção de leite
Resposta imunológica
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
MELO, Aurélio Ferreira et al. Efeitos do estresse térmico na produção de vacas leiteiras:
Revisão. PUBVET, v. 10, p. 721-794, 2016.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Ribeiro, N. L., Costa, R. G., Pimenta Filho, E. C., Ribeiro, M. N., Crovetti, A., Saraiva,
E. P., &Bozzi, R. (2016). Adaptive profile of Garfagnina goat breed assessed through
physiological, haematological, biochemical and hormonal parameters. Small Ruminant
Research, 144, 236–241. doi:10.1016/j.smallrumres.2016.10.001.
Capítulo 69
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo
Ensaio de germinação
desenvolvimento de raiz e do hipocótilo (CRUZ et al., 2013; LAPA, 2014; LELES, 2017;
LOPES, 2014).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1. Parâmetros físico-químicas dos solos avaliados sob diferentes sistemas de produção em
Cachoeira do Sul (RS)
Parâmetro Pastagem nativa Pastagem cultivada Cultura anual
pH H2O 4,80 5,50 5,70
Matéria orgânica (%) 2,40 2,60 2,80
P (mg/dm³) 26,40 21,30 12,60
K (mg/dm³) 160,00 148,00 96,00
Ca (cmolc/dm³) 2,06 4,70 5,24
Mg (cmolc/dm³) 1,22 2,24 2,47
Tabela 2. Alongamento de raiz em ensaio de toxicidade com sementes de Lactuca sativa e Eruca sativa
em solo de pastagem cultivada, nativa e cultura anual
Alface1 Rúcula2
Tabela 3. Alongamento de hipocótilo em ensaio de toxicidade com sementes de Lactuca sativa e Eruca
sativa em solo de pastagem cultivada, nativa e cultura anual
Alface1 Rúcula2
Amostra
2021 Gepra Editora Barros et al.
Figura 1. Sementes germinadas de Lactuca sativa em solos de pastagem cultiva, nativa e cultura anual.
Fonte: Autor.
CONCLUSÕES
A exposição aguda das sementes das espécies Lactuca sativa e Eruca sativa
mostrou ser sensível aos diferentes solos analisados. Os solos de pastagem cultivada,
nativa e cultura anual não apresentaram potencial de toxicidade quando considerado a
germinação como fator indicativo, mas quando considerado o crescimento de radícula e
hipocótilo foi observado potencial de toxicidade baixo para os sistemas produtivos
avaliados. A resposta desse estudo indica que análises complementares utilizando outros
testes ecotoxicológicos e outros organismos devem ser realizados para que assim,
2021 Gepra Editora Barros et al.
possamos entender o impacto nos ecossistemas frente às práticas de manejo. Dessa forma
podemos promover a preservação seus elementos e processos fundamentais para garantir
a sua capacidade produtiva, manutenção da ciclagem dos elementos e sustentabilidade
para o presente e futuro da humanidade.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
AOKI, T. et al. Biologically active clerodane-type diterpene glycosides from the root-
stalks of Dicranopteris pedata. Phytochemistry, v. 46, n. 5, p. 839-844, 1997.
Capítulo 70
RESUMO
INTRODUÇÃO
O fluxograma é uma técnica que fornece na sua aplicação, uma maior adequação
a realidade da empresa, uma ferramenta que oferece as informações necessárias para o
tipo de trabalho realizado, ou seja, a ordenação de tarefas e as paradas para decisão e para
espera (AZEVEDO,2016). A elaboração de um fluxograma é realizada por meio de uma
sequência gráfica simples, através da utilização de figuras geométricas, que mantêm um
padrão possível para todas as pessoas entenderem, e essas figuras são ligadas por setas
que demonstram a sequência das ações (SOUZA et al., 2016; ANJOS, 2020).
MELLO (2008) e AZEVEDO (2016) enumeraram diversas vantagens na utilização
do fluxograma, dentre elas, permitir verificar como se conectam e relacionam os
componentes de um sistema, analisar facilmente a eficácia do processo, observas as
776
possíveis deficiências do processo, e localizar em que etapas elas acontecem ou venham
a acontecer, permitir fácil visualização dos passos, transportes, operações e formulários e
propiciar o entendimento de qualquer alteração que se proponha nos sistemas existentes
pela clara visualização das modificações introduzidas.
Objetivou-se com esse trabalho, a elaboração e aplicação da ferramenta de
qualidade, fluxogramas de produção dos derivados do leite produzidos na indústria
localizada no sertão paraibano, como uma forma de melhorar as etapas do processamento
dos produtos através da padronização da produção.
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
fluxogramas, foram utilizados símbolos com seus respectivos significados (Quadro 1),
sendo utilizados de forma apropriada para cada etapa.
777
778
Bebida Láctea
No fluxograma de processamento da bebida láctea (Figura 2) após a recepção, o
leite foi pasteurizado a 77 ºC por 15 segundos. O leite e o soro são colocados no
equipamento iogurteira, a quantidade de leite utilizado não é um valor fixo, depende da
quantidade de leite recebido e que esteja à disposição. Para a produção de 100L de leite
são adicionados 10kg de açúcar, 1,6kg de amido modificado, 100g de sorbato e 2g de
fermento são feitos os cálculos dos ingredientes usados na formulação de acordo com a
quantidade de leite. Após a mistura a formulação segue para a fermentação por 5h a
5h30min. Posteriormente, é adicionado 50 mL de corante carmin de cochonilha, para cada
100 litros de leite na formulação do iogurte sabor morango e 50 mL de corante urucum
2021 Gepra Editora Barros et al.
para o iogurte sabor salada de frutas. Por fim, os iogurtes são envasados em sacos de
polietileno e armazenados sob refrigeração.
779
Queijo Muçarela
Queijo Coalho
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
LIMA, L. N. C.; TÔRRES, L. S.; SILVA, L.K.B; SANTOS, R. S.; CRUZ, T. M. S.;
FIGUEREDO, E. L.; Avaliação microbiológica do leite in natura e pasteurizado
2021 Gepra Editora Barros et al.
Souza, C. F. P., Da Silva, A. M., & Maniçoba, R. F. (2016). Aplicação das ferramentas
da qualidade: estudo de caso em pequena empresa de pintura. Refas-Revista Fatec Zona
Sul, 3(1), 31-45.
WERNCKE, D. et al. Milk quality and profile of dairy farms in southern Santa Catarina:
multivariate approach. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.68, n.2, p.506-516, 2016.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 71
RESUMO
Estudos recentes, motivando a busca por alimentos mais saudáveis, evidenciam a relação
entre alimentação e saúde versus segurança alimentar. Como um dos maiores produtores
e consumidores de biscoitos, o Brasil destaca-se ocupando a quarta posição no ranking
mundial. Biscoitos tipo cookies tem sido formulado com a intenção de enriquecê-los com
fibras ou proteínas. O alimento quando processado de maneira correta, seguindo todas as
exigências estabelecidas pela a legislação vigente é considerado seguro. Tendo este
trabalho objetivado desenvolver e avaliar microbiologicamente formulações de biscoito
integral tipo cookie com adição de farinhas de banana verde e farinha de coco. As análises
microbiológicas realizadas foram coliformes totais, coliformes termotolerantes a 45 °C,
bolores e leveduras, estafilococos coagulase positiva, Salmonella sp. e aeróbios
mesófilos. Os resultados revelaram que todas as amostras de biscoito analisadas se
encontravam dentro do máximo permitido por Brasil (2001) para cada um dos
microrganismos avaliados e foram elaboradas segundo as boas práticas de fabricação, não
apresentando riscos à saúde do consumidor.
INTRODUÇÃO
veicular doenças por meio de fungos, bactérias, protozoários ou vírus. A maioria dos
surtos estão relacionados com a bactéria Salmonella spp. as variáveis presentes em mais
de 50% dos estudos como, microrganismo, alimento e local de ocorrência também se
encontram presente nas notificações (DA COSTA SILVA et al., 2018).
A contaminação cruzada é definida como a transferência direta ou indireta de
micro-organismos de um alimento contaminado para outro alimento não contaminado.
Essa transferência está baseada em três fatores: uma fonte de contaminação, uma fase
intermediaria (equipamentos, utensílios, manipuladores, etc.) e uma matriz ou alimento,
além disso, pode ser afetada pela concentração do micro-organismo no produto e a
superfície de contato, a composição do alimento e outros fatores como os níveis de
786
umidade, tempo de contato e pressão (RODRIGUEZ, 2015).
Mediante o exposto acima, este trabalho tem como objetivo desenvolver e avaliar
microbiologicamente formulações de biscoito integral tipo cookie com adição de farinhas
de banana verde e farinha de coco.
MATERIAL E MÉTODOS
Material
Tabela 1. Concentrações dos ingredientes utilizados nas formulações das amostras de cookies
AMOSTRAS
INGREDIENTES
CF1 CF2 CF3
Farinha de coco - 315 g 157,5 g
Farinha de banana 315 g - 157,5g
Flocos finos de aveia 276 g 276 g 276 g
Flocos de amaranto 60 g 60 g 60 g
Açúcar mascavo 450 g 450 g 450 g
2021 Gepra Editora Barros et al.
Onde: CF1 = Cookie com 100% de farinha de banana verde, que corresponde a 315g de
farinha de banana verde utilizada na formulação; 787
CF2 = Cookie com 100% de farinha de coco, que corresponde a 315g de farinha de coco
na formulação;
CF3 = Cookie com 50% de farinha de banana verde, corresponde a 157,5g de farinha de
banana e 50% de farinha de coco, que corresponde a 157,5g de farinha de coco na
formulação.
O processamento das amostras dos biscoitos ocorreu conforme fluxograma a seguir
(Figura 1).
788
Fonte: O próprio autor. Onde: (A) Pesagem e homogeneização dos ingredientes; (B) Modelagem,
assamento e resfriamento dos biscoitos; (C) Empacotamento dos biscoitos em embalagens plásticas.
A análise de coliformes foi realizada segundo APHA (2001), a qual a partir de três
diluições das amostras seriadas de 10-1; 10-2; 10-3 foi inoculado 1ml de cada diluição
em tubos de ensaios com rosca contendo 8 ml de caldo lactosado e tubos de Durhan
invertidos.
Em seguida, os tubos foram incubados em estufa a 35°C de 24-48 horas com o
objetivo de verificar se os tubos apresentavam a formação de gás, o que confirmaria a
presença de coliformes nos produtos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 2. Resultados obtidos das análises microbiológicas das três formulações de biscoito tipo cookie.
AMOSTRAS
MICRORGANISMOS ANALISADOS
CF1 CF2 CF3
Coliformes totais (NNP/g) <3 Ausente Ausente
Coliformes a 45 °C (NNP/g) Ausente Ausente Ausente
Bolores e leveduras (UFC/g) Ausente Ausente Ausente
Estafilococos coagulase positiva (UFC/g) <10 <10 <10
Salmonella sp. (UFC/g) Ausente Ausente Ausente
Aeróbios mesófilos (UFC/g) <10 1,0x10³ <10
Fonte: O próprio autor. Onde: CF1 = Cookie com 100% de farinha de banana verde; CF2 = Cookie com 100% de
farinha de coco; e CF3 = Cookie com 50% de farinha de banana verde e 50% de farinha de coco.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
792
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION-APHA COMMITTU ON
MICROBIOLOGICAL METHODS FOR FOODS. Compendium of methods for the
microbiological e aminations of foods. 4ªed. Washington: APHA, 2001.
BATISTA, A. P., NICCOLAI, A., FRADINHO, P., FRAGOSO, S., BURSIC, I.,
RODOLFI, L., BIONDI, N., TREDICI, M. R., SOUSA, I., & RAYMUNDO, A.
Biomassa de microalgas como ingrediente alternativo em biscoitos: propriedades
sensoriais, físicas e químicas, atividade antioxidante e digestibilidade in vitro. Algal
Research, v. 26, p. 161-171, 2017.
SILVA, A.A. dos.; JUNIOR, J. L. B.; MARTINS, M.I.; BARBOSA, J. Farinha de banana
794
verde como ingrediente funcional em produtos alimentícios. Ciência Rural, Santa
Maria, v.45, n.12, p.2252-2258, 2015.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 72
DUTRA, AlexsonFilgueiras
Pós-Doutorando UFPI/CNPq/FAPEPI
Doutor em Agronomia (Ciência do Solo)
Universidade Estadual Paulista (Unesp), Jaboticabal, São Paulo, Brasil
alexsondutra@gmail.com
RESUMO
INTRODUÇÃO
ocorrência dos índices climáticos, prever condições climáticas que favoreça a incidência
do bicudo (Anthonomus grandis) torna-se um fator importante para o manejo e controle
e redução de custos. Assim, estudos de modelagem que forneçam informações que
auxiliem o produtor a aperfeiçoar seu controle à incidência do bicudo (Anthonomus
grandis) utilizando parâmetros climáticos são escassos, especialmente na região do
MATOPIBA.Para estimar o desenvolvimento de pragas agrícolasutiliza-se a metodologia
dos graus-dia,em que relacionao desenvolvimento do inseto e temperatura do ar
necessários para finalizar seu ciclode vida (ORLANDINI et al., 2017). Fandet al. (2021)
utilizaram graus-dia para quantificar a população de Pectinophoragossypiella,Saunders,
lagarta que afeta o rendimento doalgodoeiro (Gossypium sp. Lin.) para as regiões
797
subtropicais e tropicais semiáridas da Índia, os autores determinaram sete gerações para
a lagarta rosa, cuja duração variou entre 35 e 73 dias em resposta à temperatura do ar.
Conforme os prejuízos causados pelo bicudo-do-algodoeiro, hipotetiza-se que é
possível utilizar o índice térmicograus-dia para estimar a influência da temperatura do ar
nos danos causados, nas atividades metabólicas e na flutuação populacional do bicudo
(Anthonomus grandis). Portanto, objetivou-se, com este trabalho, estimar o número de
gerações e a duração do ciclo do bicudo-do-algodoeiro empregando o modelo de índice
térmico graus-dia para auxiliar nas estratégias de controle na região do MATOPIBA.
MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo
Figura 1. Localização dos estados que compõe a região agrícola do MATOPIBA, Brasil
798
𝐶𝑇
CP = 𝐺𝐷 (eq. 2)
2021 Gepra Editora Barros et al.
365
NG = (eq. 3)
𝐶𝑃
Análises geoestatísticas
Metodologia
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 2.Variação espacial dos dados de área plantada(A), quantidade produzida (B) e rendimento médio
(C)do algodoeironos estados que compõe a região agrícola do MATOPIBA.
800
801
Figura 4.Variação espacial da temperatura média do ar e altitude nos estados que compõe a região
agrícola do MATOPIBA.
802
803
Figura 6. Variação espacial do ciclo de vida e número de gerações do bicudo-do-algodoeiro nos estados
que compõe a região agrícola do MATOPIBA.
804
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ADILAH, A. A. G. N.; ZARIF, M. M.; IDRIS, A. M. Rainfall Trend Analysis using Box
Plot Method: Case Study ump Campus Gambang and Pekan. Iop Conference Series:
Materials Science and Engineering, v. 712, p. 12-21, 2020.
ALBERTINI, M. de L. M. The Importance of Cotton Crop in the World and the Impact
805
of the Upland Case DS 267/45 at WTO Dispute Settlement Body. VirtuaJus, Belo
Horizonte, MG, v. 2, n. 3, p. 10-29, 2º sem. – ISSN 1678-3425, 2017.
ASLAM, S.; KHAN, S. H.; AHMED, A.; DANDEKAR, A. M. The Tale of Cotton Plant:
from wild type to domestication, leading to its improvement by genetic
transformation. American Journal of Molecular Biology, v. 10, n. 02, p. 91-127, 2020.
FAND, B. B.; NAGRARE, V. S.; BAL, S. K.; NAIK, V. C. B.; NAIKWADI, B. V.;
MAHULE, D. J.; GOKTE-NARKHEDKAR, N.; WAGHMARE, V. N. O modelo
baseado em graus diários prevê a fenologia do verme rosa em localizações geográficas de
regiões subtropicais e trópicas semiáridas da Índia. Scientific Reports 11, 436, 2021.
FANG, L.; YU, Y.; FANG, G.; ZHANG, X.; YU, Z.; ZHANG, X.; CROCKER, E.;
YANG, J. Effects of meteorological factors on the defoliation dynamics of the larch
caterpillar (Dendrolimus superans Butler) in the Great Xing’an boreal forests. Journal
of Forestry Research, 2021.
FAOSTAT (Food and Agriculture Organization of the United Nations Statistic Division).
Cultivo. 2019. Disponível em: http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC. Acesso em: 27
de jan. 2021.
KÖPPEN, W. Das geographische system der klimat. KÖPPEN, W., R. GEIGER (Eds.):
Handbuch der Klimatologie. – Gebrüder Bornträger, Berlin, 1, 1-44, part C, 1936.
KRIGE, D.G. 1951. A statistical approach to some basic mine valuation problemson the
Witwatersrand. Journal of the Chemical, Metallurgical and Mining Society of South
Africa, p. 119-139, 1951.
PACHALY, R. L.; ALLASIA, D. G.; BASSO, R.; FONTOURA, J. R.; GELLER V. XXII
Simpósio Brasileiro De Recursos Hídricos, 2017, Florianópolis. Geoferramenta para
estimativas de chuvas intensas no Brasil. Florianópolis: Eco-Plugins, 12 p., 2017.
PAPA G.; SILVA R.; CELOTO F. J.; ZANARDI JUNIOR J. A. Exército nefasto.
Cultivar, v. 27, p. 32-35, 2016.
RAJENDRAN, T. P.; BIRAH, A.; BURANGE, P. S. Insect Pests of Cotton. Pests and
Their Management, p. 361-411, 2018.
TAUSIF, M.; JABBAR, A.; NAEEM, M. S.; BASIT, A.; AHMAD, F.; CASSIDY, T.
Cotton in the new millennium: advances, economics, perceptions and problems. Textile
Progress, v. 50, n. 1, p. 1-66, 2 jan. 2018.
WREGE, M. S.; BARBOSA, L. R.; AUER, C. G.; SANTOS, Á. F. dos. Influência das
mudanças climáticas nas zonas de ocorrência do percevejo-bronzeado do eucalipto. In:
BETTIOL, W.; HAMADA, E.; ANGELOTTI, F.; AUAD, A. M.; GHINI, R. (ed.).
Aquecimento Global e Problemas Fitossanitários. Brasília, DF: Embrapa, 21 ed., 477
p., 2017.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 73
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 3 - Resumo da análise de variância de massa seca total (MST), área foliar (AF), número de
folíolos por planta (NFP) e comprimento da haste principal (CHP), na fase fenológica R5¹ do feijoeiro
comum, cultivar BRS Pontal.
Quadrados médios
Fonte de variação GL
MST (g) AF (cm2) NFP CHP (m)
Tensão 1 135,3750* 257819,0104* 20,166667* 0,024067*
Déficit Hídrico 3 408,2639* 4196301,2504* 528,000000* 0,873200*
Tensão*Déficit Hídrico 3 4,3750* 303801,1171* 5,055556ns 0,003844ns
Resíduo 16 1,0416 11279,7204 1,666667 0,001546
Média Geral 29,5416 2568,8542 41,50 0,9166
2021 Gepra Editora Barros et al.
O déficit hídrico pode ser considerado como um dos principais fatores limitantes
para desenvolvimento do feijoeiro, conforme observado também por Androcioli et al.
(2020) ao verificarem que há diferença significativa na biomassa vegetal quando
submetida ao déficit hídrico, sendo a cultivar BRS Pontal sensivelmente afetada em
condições de déficit hídrico, o que corrobora com os resultados apresentados.
Por meio da análise de desdobramento dos níveis de tensão dentro dos níveis de
815
déficit hídrico e vice-versa (Tabela 4), verifica-se resposta significativa (p<0,05) para as
variáveis massa seca total e área foliar do feijoeiro comum, na fase de pré–floração,
submetido a diferentes níveis de tensão adotados para definir à umidade na capacidade de
campo. Para as variáveis massa seca total e área foliar, a tensão de 0,010 MPa (TCc1)
proporcionou maiores valores médios, quando comparado com os resultados obtidos com
a tensão de 0,033 MPa (TCc2). Em cada nível de tensão em estudo, os valores médios
das variáveis diminuíram com o aumento do nível de déficit hídrico no solo (Tabela 4).
Tabela 4 - Valores médios obtidos para massa seca total (MST) e área foliar (AF) em função dos níveis
de tensão adotados para determinação da umidade do solo na capacidade de campo (TCc1 = 0,010 MPa e
TCc2 = 0,033 MPa), para cada nível de déficit hídrico no solo (DH = 0%, DH = 20%, DH = 40% e DH =
60%), na fase fenológica R5¹ do feijoeiro comum, cultivar BRS Pontal.
Déficit Hídrico (%)
Tensão
0 20 40 60
MST (g)
TCc1 42,6666 a* 35,3333 a 27,0000 a 22,6666 a
TCc2 37,000 b 28,6666 b 24,0000 b 19,0000 b
AF (cm2)
TCc1 3.959,9000 a 2.918,9000 a 2.219,3000 a 1.591,9000 a
TCc2 3.101,7666 b 2.828,2666 a 2.396,8333 a 1.533,9666 a
¹ R5 – Pré-floração.
*Médias seguidas de mesma letra, minúscula nas colunas, não diferem significativamente entre si pelo teste F
(p<0,05).
Fonte: Elaborado pelo próprio Autor (2019).
Figura 1 - Massa seca total (A) e área foliar (B) em função dos níveis de déficit hídrico no solo níveis
(DH = 0%, DH = 20%, DH = 40% e DH = 60%), para cada tensão (TCc1 e TCc2), na fase fenológica R5¹
do feijoeiro comum, cultivar BRS Pontal.
(A) (B)
Tabela 5 - Valores médios obtidos para número de folíolos por planta (NFP) e comprimento da haste
principal (CHP), em função dos níveis de tensão considerados para umidade do solo na capacidade de
campo (TCc1 = 0,010 MPa e TCc2 = 0,033 MPa), na fase fenológica R5¹ do feijoeiro comum, cultivar
BRS Pontal
Tensão NFP CHP (m)
TCc1 42,4166 a* 0,9483 a
TCc2 40,5833 b 0,8850 b
¹ R5 – Pré-floração.
*Médias seguidas de mesma letra, minúscula nas colunas, não diferem significativamente entre
si pelo teste F (p<0,05).
Fonte: Elaborado pelo próprio Autor (2019).
Figura 2 - Número de folíolos por planta (A) e comprimento da haste principal (B) em função dos níveis
de déficit hídrico no solo níveis (DH = 0%, DH = 20%, DH = 40% e DH = 60%), fase fenológica R5¹ do
feijoeiro comum, cultivar BRS Pontal.
2021 Gepra Editora Barros et al.
(A) (B)
818
CONCLUSÕES
819
REFERÊNCIAS
ABID, G.; HESSINI, K.; AOUIDA, M.; AROUA, I.; BAUDOIN, J. P.; MUHOVSKI,
Y.; JEBARA, M. Agro-physiological and biochemical responses of faba bean (Vicia faba
L. var.'minor') genotypes to water deficit stress. Biotechnol. Agron. Soc. Environ, v. 21,
n. 2, p. 1-14, 2017.
JACINTO, S. G. J.; MORAES, J. G. L.; SILVA, F. D. B.; SILVA, B. N.; SOUSA, G. G.;
OLIVEIRA, L. L. B.; MESQUITA, R. O. Respostas fisiológicas de genótipos de fava
(Phaseolus lunatus L.) submetidas ao estresse hídrico cultivadas no Estado do Ceará.
Revista Brasileira de Meteorologia, v. 34, n. 3, P. 413-422, 2019.
820
JADOSKI, C. J.; RODRIGUES, J. D.; SORATTO, R. P.; DOS SANTOS, C. M.;
RIBEIRO, E. Ação fisiológica da piraclostrobina na assimilação de CO2 e enzimas
antioxidantes em plantas de feijão condicionado em diferentes tensões de água no
solo. Irriga, v. 20, n. 2, p. 319-333, 2015.
TAIZ L.; ZEIGER E. Fisiologia vegetal. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 858 p.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 74
SECCO, Daiane
Doscente do curso de Engenharia Agronômica
Faculdade do Centro do Paraná – UCP
prof_daianesecco@ucpparana.edu.br
RESUMO
O trigo (Triticum aestivum L.), é amplamente cultivado em vários países, no entanto esta
cultura é acometida por diversas doenças que afetam o seu desenvolvimento e prejudicam
o aumento de seus índices de produtividade. Dentre as doenças é possível destacar o
complexo de manchas foliares, sobresaindo-se a mancha amarela da folha, causada por
Drechsleratritici-repentis e a mancha marrom, causada por Bipolaris sorokiniana. As
sementes infectadas e os restos culturais constituem as principais fontes de inóculo
primário para os fungos causadores dessas manchas. Diante desta problemática, o estudo
teve por objetivo quantificar e comparar os efeitos da cobertura do solo sobre a incidência
de manchas foliares. Para tanto foi realizada uma pesquisa em três propriedades rurais
entre os meses de junho a novembro de 2020, localizadas no município de Pitanga-PR,
levando em consideração o fator cobertura do solo. Foram realizadas duas avaliações da
incidência das manchas foliares, nos estádios de emborrachamento e espigamento. As
manchas foliares foram avaliadas coletando-se de forma aleatória 50 plantas de cada área.
Diante da pesquisa, observou-se que a incidência de manchas foliares não ocorreu na fase
de emborrachamento, devido ao menor acumulado pluviométrico. Na fase de
espigamento a incidência foi mais elevada sobre a cobertura de soja. Portanto, o fator
cobertura de solo causa efeitos sobre a incidência das manchas foliares.
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
A CULTURA DO TRIGO
O trigo é uma gramínea de ciclo anual, pertencente ao gênero Triticum, onde seu
cultivo é realizado no inverno e primavera. Apresenta cerca de 30 espécies geneticamente
modificadas, onde apenas três são cultivadas com finalidade comercial: o T. aevestivum,
o T. turgidumdurume o T. compactum (REIS; CASA, 2005).
824
O trigo (Triticum aestivum L.) é um dos cereais mais produzidos mundialmente,
especialmente pela grande demanda de seus derivados, o mesmo está presente na
alimentação humana como farinha de biscoitos, pães, bolos dentre outros e na
alimentação animal onde é usado na foram de forragem, grão ou composição de ração
(SILVA; PIRES, 2017).
Segundo Conab (2017), a primeira menção ao trigo no estado do Paraná remonta a
1820, quando o naturalista francês Auguste Saint-Hilaire observou lavouras do cereal nos
arredores de Curitiba, mas a cultura era incipiente. A imigração europeia durante o século
19 incentivou o aumento da produção, mas ainda destinada apenas à subsistência, não
possibilitando a produção de excedentes significativos.
A cultura do trigo ainda foi pouco significativa no estado por algumas décadas,
período no qual o grande produtor nacional foi o estado do Rio Grande do Sul. A área
cultivada do cereal no Paraná concentrava-se quase inteiramente na região centro-sul,
caracterizada por temperaturas mais frias e clima úmido, cujo solo tinha alto índice de
alumínio tóxico, com a estatização do trigo na década de 60 o crédito rural e a oferta se
expandiu sendo subsidiado e incentivando a produção (CONAB, 2019).
Atualmente, no Brasil cultiva-se trigo nos estados de São Paulo, Minas Gerais,
Goiás, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Entre os cereais ocupa a segunda posição em produção em espécies vegetais, ficando atrás
apenas do milho. Segundo o levantamento sistemático da produção agrícola (LPSA) a
produção de trigo chegou a 5,5 milhoões de toneladas, sendo a região Sul do país a maior
produtora nacional (CONAB, 2019).
Dados fornecidos pelo CONAB (2019) explicam que o consumo de trigo no Brasil
é de aproximadamente 12,5 milhões de toneladas por ano. Assim, o Brasil não é
autossuficiente na produção, e ainda importa grande quantidade do cereal, sendo a
Argentina um dos nossos principais parceiros comerciais. Portanto, os dados mostram a
necessidade de expansão da área cultivada e o aumento da produtividade.
Uma das motivações pra continuar plantando trigo é pelos benefícios da rotação e
pelo fato de não deixar o solo descoberto no inverno. Com isso é de suma importância o
conhecimento das patologias que afetam a cultura, bem como seus diferentes métodos de
controle, tornam-se indispensáveis para uma produção permanente e de sucesso.
Atualmente há uma grande diversidade de pragas e doenças que vem causando prejuízos
à cultura, porém, ainda se tem um número reduzido de alternativas de controle dos
mesmos. O controle químico é um método eficaz no manejo de doenças foliares e na
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MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado com base no acompanhamento de propriedades rurais entre
os meses de junho a novembro de 2020, localizadas na comunidade de Rio XV de Baixo
no município de Pitanga-PR. Três propriedades estando localizadas geodesicamente nas
coordenadas: propriedade A: latitude 24° 37’ S e longitude 51° 52’, propriedade B:
latitude 24º 37' S, longitude 51º 52' e propriedade C: latitude 24º 38' S, longitude 51º 51'
(GOOGLE EARTH - MAPAS, 2020) com produção de trigo, foram escolhidas levando
em consideração o fator cobertura do solo, sendo diferentes para cada área: Área A)
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C 15,2 Feijão Aveia Preta latitude 24º 38' S, longitude 51º 51'
Em todas as áreas a cultivar utilizada foi a TBIO Sonic, a qual apresenta um ciclo
de desenvolvimento superprecoce, possui uma arquitetura consderada baixa, possuindo
um espigameto e maturação de suas espiguetas considerado precoces, é uma cultivar
moderadamente suscetivel a geadas na fase de desenvolvimento vegetativo (BIOTRIGO
GENÉTICA, 2018).
As três áreas avaliadas receberam 165 kg/ha de sementes, distribuidas em um
espaçamento de 17cm entre linhas e uma adubação de base com formulado 16-16-16 na
dose de 370kg/ha. A suplementação nitrogenada foi feita a lanço com a utilização de ureia
na quantidade de 300kg/ha, divididas em duas aplicações, sendo a primeira após 40 dias
da semeadura, administrando 60% e 20 dias após a primeira aplicação administrou-se a o
restante da adubação nitrogenada. Em relação aos tratamentos fitossanitários, foram feitas
quatro aplicações ao longo do ciclo.
As condições meteorológicas ao longo do desenvolvimento da cultura foi normal,
tendo uma menor concentração durante o emborrachamento, seguida de um aumento na
fase de espigamento, com acumulados médios de 40mm mensais nos meses de julho e
agosto, enquanto que em setembro os acumulados ultrapassaram os 100mm de
precipitação, coincidente com as fases de emborrachamento e espigamento
respectivamente, as quais foram utilizadas como base para avaliação do presente trabalho
(INMET, 2020).
Durante o desenvolvimento da cultura, foi realizado avaliações da incidência das
manchas foliares, Mancha Amarela (Drechsleratritici-repentis) e Mancha Marrom
(Bipolaris sorokiniana). As avaliações foram realizadas nos estádios de
emborrachamento e espigamento. As manchas foliares foram avaliadas coletando-se de
forma aleatória 50 plantas, posteriormente retiradas a folha bandeira e feita a contagem
de manchas e dividida pela quantidade de plantas para obter o número médio de manchas
por folha bandeira.
Os dados obtidos foram analisados através de estatística descritiva a qual
contabilizou uma média de manchas foliares em cada área avaliada coforme o
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
A escolha da avaliação das manchas foliares nos estádios de emborrachamento e
espigamento, justifica-se, pois segundo a literatura os sintomas das manchas foliares são
observados com maior frequência quando o trigo está nestes estádios, sendo visualizado
com maior facilidade após a ocorrência de condições climáticas favoráveis (MEHTA,
1993).
827
Conforme relatado por Santana et al. (2012) para ocorrência da doença são
necessárias condições favoráveis para o desenvolvimento dos patógenos, principalmente
condições climáticas. Na fase de emborrachamento a incidencia das doenças avaliadas foi
imperceptivel pelo baixo regime pluviométrico, o que se mostra contrario à fase de
espigamento que a incidência foi mais elevada, se sobressaindo sobre a área com
cobertura de soja apresentando uma média de 2,4 manchas marrons por folha e 15,3
manchas amarelas por folha, enquanto que na cobertura de palhada de milho foi de 1,6
manchas marrons e 12,15 manchas amarelas e na cobertura de palhada de feijão 3,1
manchas marrons e 13,4 manchas amarelas (Figura 1).
Figura 1. Números médios de manchas foliares em trigo em áreas com diferentes coberturas no periodo
de espigamento.
Reis; Casa (2007) destacam que a mancha amarela da folha de trigo é considerada
a principal mancha foliar na região Sul do Brasil, pela mesma ter ampla dissiminação,
informação que corrobora com os resultados desse estudo. Segundo Bohatchuk (2008),
nota-se que a mancha amarela aparece em maior incidência quando há o plantio direto
com monocultura, havendo, portanto, a intensidade da doença. De acordo com Tonin
(2012) há outros fatores para a incidência da doença, como o fato do patogéno causador
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Figura 2. Produtividade da cultivar de trigo TBIO Sonic em áreas com Tipos de Cobertura
57
55,78
56
55
Produtividade em sc/ha
54
53
52 51,65
51
50 49,58
49
48
47
46
Cobertura Soja Cobertura milho Cobertura feijão
Tipos de cobertura
Fonte: Dos autores (2020).
CONCLUSÕES
Com os dados obtidos foi constatado que a fase de emborrachamento não teve
incidência das machas avaliadas, devido as condições climáticas serem menos favoraveis,
já na fase de espigamento a incidência foi mais elevada sobre as folhas de trigo na área
com cobertura de soja em relação as demais áreas avaliadas. Portanto, concluímos que a
cobertura de solo causa efeitos sobre a incidência da mancha amarela e marrom na cultura
do trigo na região de Pitanga no centro do Paraná.
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REFERÊNCIAS
BOHATCHUK, D. A.; et. all. Modelo de ponto crítico para estimar danos de doenças
foliares do trigo em patossistema múltiplo. Tropical Plant Pathology, v. 33, n. 5, p. 363-
369, 2008.
DOMINGUEZ, J.; MEJIA, C.; SISTERNA, M.; SAUTUA, F.; CARMONA, M.:
Avaliação de meios de cultura para o crescimento de Bipolaris sorokiniana e Drechslera
teres. Summa phytopathol. Vol. 46, n.2, p. 171-172. 2020.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
MEHTA, Y. R. Manejo integrado del enfermedades del trigo. Traduzido. Santa Cruz
de La Sierra, Bolívia: CIAT. 1993.
REIS, E. M., et. all. Efeito de práticas culturais na severidade de manchas foliares do
trigo e sua relação com a incidência de fungos patogênicos na semente colhida.
Fitopatologia Brasileira v. 22, p. 407 – 412. 2001.
REIS, E.M.; CASA, R.T. Doenças dos cereais de inverno: diagnose, epidemiologia e
controle. 2 ed. Lages. Graphel. 2007. 176p.
ZHANG, P.; GUO, G.; WU, Q.; CHEN, Y.; XIE, J.; LU, P.; LI, B.; DONG, L.; LI, M.;
WANG, R.; YUAN, C.; ZHANG, H.; ZHU, K.; LI, W.; LIU, Z.: Identificação e
mapeamento preciso do gene Sb4 de resistencia à mancha mancha (Bipolaris
sorokiniana) em trigo. Theor Appl Genet 113, p. 2451-2459. 2020.
831
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Capítulo 75
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E METÓDOS
Equação (1)
O valor calórico das amostras foi determinado através da soma das calorias
fornecidas por carboidratos, lipídios e proteínas, multiplicando-se seus valores em gramas
pelos fatores de 4 kcal, 9 kcal e 4 kcal, respectivamente (RIBEIRO et al., 2003).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 3: Composição centesimal do cardápio semanal das merendas escolares do município de Campo
Grande-RN.
Escola A – faixa etária de 4 a 10 anos
Composição Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Resolução
centesimal (%) 26/2013 do
FNDE*
Umidade 87,1 81,7 66,1 48,0 76,5 __
Cinzas 1,2 0,5 3,9 0,5 1,0 __
Lipídios 0,7 2,4 2,4 0,95 2,2 6,8g – 7,5
Proteínas 0,85 1,0 2,95 1,75 3,0 8,4g – 9,4g
Carboidratos 10,0 14,4 24,65 48,8 17,3 43,9g – 48,8g
O leite e seus derivados, por serem fontes primárias de cálcio, as crianças que não
consomem nenhuma quantidade ou consomem quantidades limitadas desses alimentos
estão em risco de deficiência de cálcio quando adultos (KRAUSE, 1998), suscetíveis ao
desenvolvimento da osteoporose, entre outras doenças quando adultas. Um conjunto de
fatores que interagem entre si para contribuir com a saúde e o desenvolvimento da criança,
e a alimentação têm um papel fundamental no seu processo.
Estabelecendo-se um comparativo entre a recomendação do PNAE e os resultados
obtidos nas avaliações realizadas nas escolas (Tabela 3), constata-se as inadequações
referentes as quantidades de macro nutrientes em relação as exigências estabelecidas por
lei, em todas as escolas, demonstrando que não há pelo cardápio original (Tabela 2),
839
distinção de elaboração para as diferentes faixas etárias. Logo, no que se refere aos
nutrientes estudados, as refeições reuniram quantidades que se mostraram insuficientes a
atender 20% das necessidades nutricionais, como preconiza o FNDE/PNAE.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
KRAUSE, M. V. Alimentos, nutrição e dietoterapia. 7. ed. São Paulo: Roca. 1998. 981
p.
Capítulo 76
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Anã, BRS Platina, Galil – 18 (PA 94-01), BRS, Princesa, Pacovan, BRS Japira, BRS
Preciosa, BRS Vitória. Foi realizado o monitoramento e condução do maracujá quase
todos os dias da vivência. O maracujazeiro por se tratar de uma planta trepadeira,
necessita de suporte para proporcionar uma boa distribuição dos ramos e garantir maior
produção de frutos, por isso é necessário fazer esse tutoramento e condução. Ambas as
atividades executadas, foi possível vivenciar algumas práticas agroecológicas como o
controle biológico de pragas, manejo do solo, variedades resistentes a pragas e doenças,
produção de composto orgânico, compostagem laminar, cercas vivas, quebra vento e 846
cobertura viva do solo.
Na identificação das plantas mortas, foi feito um levantamento dessas plantas
distribuídas por covas, fileiras e covas enumeradas para facilitar no replantio do maracujá.
Em volta do replantio foram colocadas brachiaria para proteção, por ser uma gramínea
vigorosa que tem como características capacidade de cobertura rápida do solo e a
resistência de pragas como formiga cortadeira entre outras. Também ele é rico em
carbono, por isso é de difícil decomposição.
A montagem do composto foi feito em novembro de 2015 por estagiários e
técnicos. A compostagem é uma técnica muito fácil de manejar, reduz o descarte de
resíduos sólidos, reduz a emissões de gases que causam efeito estufa, além de ser de baixo
custo financeiro. A compostagem é uma técnica viável para o produtor pois é de baixo
custo e fácil implantação, constitui-se de um processo biológico aeróbio e controlado,
onde os resíduos orgânicos de origem animal ou vegetal são transformados em resíduos
estabilizados e mineralizados na forma ideal e disponível para absorção da planta
(BIDONE, 2001).
Consiste em observar a relação Carbono/Nitrogênio da matéria prima escolhida,
realizado processo em local adequado de acordo com a fermentação, controlar a umidade,
aeração, temperatura e demais fatores.
O composto foi preparado em camadas, utilizando os materiais disponíveis na área
experimental, onde na primeira camada foram utilizados os seguintes materiais palhada,
gliricídia, esterco bovino e cama de frango. Sendo que na segunda camada tudo da
primeira, incluindo o esterco de cabra e a terceira camada tudo da primeira camada. E
como fonte de nitrogênio utilizou-se folhas de Gliricidia sepium que é uma leguminosa
rica em nitrogênio, e como fonte de carbono utilizou-se a palhada como cobertura vegetal,
o esterco bovino como inoculante, cama de frango adubo orgânico que pode ser utilizado
para a preparação do composto.
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O uso de adubos orgânicos como esterco bovino curtido é uma prática muito
utilizada nos sistemas agrícolas de produção tanto no agroecológico como no tradicional,
e o esterco bovino proporciona um fornecimento de nutrientes para as plantas além de
melhorar o conteúdo de matéria orgânica (GLIESSMAN, 2011).
A broca do rizoma que popularmente é conhecida como o moleque da bananeira
(Cosmopolotes sordidus) é a principal praga dos bananais que causa sérios prejuízos ao
cultivo. Sendo que a variedade Platanum conhecida como banana da terra é a mais
susceptível ao ataque da praga (LINS et al., 2013). 847
O manejo da broca do rizoma é realizado utilizando as iscas atrativas do tipo
“telha” que são feitas com porções do pseudocaule da bananeira cortado em forma se uma
telha e colocado virado para baixo em contato com o solo ou resíduos vegetais. Realizou-
se a coleta dos moleques nas bananeiras com a finalidade de controlar e quantificar a
incidência da praga.
Esse controle foi realizado contatando as quantidades de insetos que tinha na isca
anotava e passava para o estagiário o total dos moleques e as armadilhas só contam
quando troca, e o moleque da bananeira tem hábito noturno e durante o dia quase não se
locomove.
O método utilizado para irrigação tanto das culturas da banana (Musa spp) como
do maracujá (Passiflora sp) é pelo sistema de irrigação por gotejamento, onde a água é
levada sob pressão por tubos, até ser aplicada no solo em alta frequência e baixa
intensidade. Por isso é importante estarmos monitorando para ver se há algo errado no
gotejamento, que muitas vezes acontece de não está ajustando-se água em determinada
cultura, por conta do bloqueio no sistema de condução, da passagem da água, entretanto
influenciando assim no desenvolvimento da planta.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
848
ALMEIDA, O. A. Informações meteorológicas do CNP. Cruz das Almas, BA:
EMBRAPA - CNPMF. 1999.35p. (EMBRAPA – CNPMF. Documentos, 34).
MOREIRA, J.C.; JACOB, S.C.; PERES, F.; S. LIMA, J.S.; MEYER, A.; SILVA, O.J.J.;
SARCINELLI, P.N.; BATISTA, D.F.; EGLER, M.; FARIA M.V.C. ARAÚJO, A.J.;
KUBOTA,A.H.; SOARES,M.O.; ALVES, S.R.; MOURA, C.M.; CURI, R. Avaliação
integrada do impacto do uso de agrotóxicos sobre a saúde humana em uma Comunidade
agrícola de Nova Friburgo, RJ, Campina Grande, Ciência & Saúde Coletiva, 2002.
SOUZA, G.; LIMA, F.; MATTOS, J.; TAVARES DE LIMA, J. A Importância do Estágio
de Vivência em Agricultura Familiar na Formação do Licenciando em Ciências Agrícolas
- Revista Brasileira de Agroecologia, v.4, n. 2, Novembro, 2009.
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Capítulo 77
RESUMO
INTRODUÇÃO
3
O bem viver, diferente do viver bem, está longe de estar ligado com o consumismo que o capitalismo
prega, também não está ligado apenas em necessidades biológicas e culturais, busca dispor medidas
educacionais, políticas, sociais e materiais para os indivíduos, sendo essas medidas, garantidas de forma
ética, além disso garantido o desejo pela liberdade pessoal, não negando a liberdade pública.
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carne e do leite, o couro ou a lã têm permitido também a obtenção de uma renda extra
para os pequenos criadores (ELOY et al, 2007).
O fortalecimento de associações e cooperativas de criadores, um dos caminhos para
a melhoria do setor caprinovinocultor, que passam a suprir necessidades individuais a
partir das diferenças coletivas e proporcionam, ou devem proporcionar, dessa forma, a
implementação da melhoria produtiva dos associados, já que a interdependência e a ação
organizacional reduzem a dependência por recursos individuais e ampliam a dependência
dos recursos coletivos (KUNZLLER; BULGACOV, 2011).
Uma outra atividade que ganha destaque é a produção de hortaliças em sistema
orgânico que cresce a cada dia, principalmente pela necessidade de proteger a saúde dos
852
produtores e consumidores, como também de preservar o meio ambiente, entre outros
fatores. Esse sistema de produção é usado, principalmente, por agricultores familiares,
por se encaixar bem às condições das pequenas propriedades, pela diversidade de
produtos que podem ser cultivados na mesma área, pelo fato de se utilizar um menor
capital e um bom aproveitamento da mão de obra familiar e menor uso de recursos
externos (SEDIYAMA et al, 2014).
Nesse sentido, o trabalho tem como objetivo relatar a experiência de agroecologia
que acontece na comunidade Tourão, localizado no município de Monsenhor Tabosa –
CE. E mostrar como a adoção de um sistema agroecológico traz benéficos
organizacionais, de produção e bem viver.
DESENVOLVIMENTO
moradores da mesma e uma das pessoas que mais contribuiu para o desenvolvimento da
comunidade no início de tudo, sendo então nomeada associação comunitária Pedro Alves
Cardoso.
A partir da implantação da associação na comunidade começou-se a realizar
algumas atividades em conjunto, assim no ano seguinte da implantação em 2007, depois
de verem as famílias da comunidade buscando novos conhecimentos chegou então o
Instituto de Desenvolvimento da Economia Familiar (IDEF), um instituto de assessoria
técnica que em parceria com o Projeto Dom Helder Câmera (PDHC), trouxeram novas 853
tecnologias e conhecimentos para as famílias da comunidade.
A partir daí com a assessoria do IDEF e com a força de vontade das famílias, o local
onde não se tinha esperança de produção e que não tinha produção orgânica ou
agroecológica, viu nessa alternativa uma forma de saída para poder conviver com a seca,
então iniciou-se as capacitações e as visitas em locais que já produziam
agroecológicamente e a partir de visitas em locais como estes e capacitações como a de
aproveitamento do leite caprino, manejos ideais de caprinos e de armazenamento de água
e forragem a comunidade que antes não tinha muita produção foi começando a realizar
os primeiros passos em busca da agroecologia e de sua soberania.
Umas de suas primeiras atividades após a implantação da associação e ao chegar o
IDEF foi a criação de uma horta agroecológica comunitária, onde as maiorias dos manejos
é realizado pelo grupo de mulheres, porém os homens também ajudam, mas a maior parte
do trabalho é realizado por elas. Simultaneamente a criação da horta surgiu a construção
do minhocário que serve para a produção de húmus para colocar como adubação nas
fruteiras e hortaliças. Os manejos contra os insetos que se alimentam das plantas são
realizados, não só na horta, como em toda a comunidade de forma agroecológica usando
bioprotetores, como por exemplo a calda de NIM (Azadirachta indica), calda bordalesa,
calda de fumo, biofertilizantes, etc., (PAES, 2015).
Desde então a comunidade ainda visita outras atividades para obter novos
conhecimentos e técnicas que podem ser utilizadas e que se adequam a realidade da
comunidade, pois buscar conhecimento nunca é demais e isso as famílias que residem
nessa localidade sabem muito bem. Mas além de buscar novas técnicas em outras
comunidades que já trabalham a agroecologia a bastante tempo, hoje e desde que iniciou
esse trabalho com agroecologia, comunidades que também buscam a agroecologia e
querem iniciar uma produção agroecológica procuram ver como é a realidade e o trabalho
das famílias que fazem parte da comunidade Tourão.
2021 Gepra Editora Barros et al.
854
Figura 1. Dia de campo com visita de comunidades para o repasse dos conhecimentos e práticas
agroecológicas na horta.
Figura 2. Dia de campo para o repasse de conhecimento sobre a produção de caprinocultura para
comunidades que vão começar a criação de caprinos.
desse projeto e de todas as capacitações que as famílias haviam participado e viram que
a criação de animais de grande porte (bovino) não é adaptada para a região semiárida,
então depois desse incentivo e vontade da comunidade diminuiu drasticamente a criação
de bovinos e intensificaram a criação de caprinos, logo hoje na comunidade há cerca de
20 famílias com a criação de caprinos e ovinos, além de ser uma quantidade considerável
de criadores, cada criador cria em média 50 matrizes.
A chegada dos caprinos trouxe consigo uma preocupação e surgiu a seguinte
dúvida: como criar caprinos respeitando os princípios da agroecologia? Bom, veja bem,
respeitar os princípios agroecológico não é criar um caprino completamente
agroecológico, porque os caprinos e ovinos são animais que contém muitos patógenos,
855
não seria possível produzi-los de forma totalmente agroecológica, mas respeitando os
princípios e buscando se aproximar o máximo possível de produzir um caprino de forma
agroecológica.
Buscando esse objetivo as famílias procuraram novos conhecimentos sobre o
assunto e aceitaram o desafio, assim para o controle de alguns parasitas como endo e
ectoparasitas é utilizado a folha do NIM (Azadirachta indica) junto com o sal que é
fornecido ao rebanho (PAIVA; NEVES, 2009). Além de combater é realizado
prevenções, como a limpeza dos apriscos duas vezes por semana e a desinfecção por
vassoura de fogo (maçarico) uma vez por mês para a retirada de alguns microrganismos
que podem acometer alguma doença aos animais, como é o caso da linfadenite caseosa
(mal-do-caroço), pododermatite (frieira), verminose, também existe nas instalações
pedilúvios com cal virgem para evitar a entrada de microrganismos de outros locais e
também serve para evitar a frieira, é realizado o método famacha, que consiste na
observação da pálpebra do animal para ver o estado anêmico do animal, caso ele esteja
anêmico aplica-se algum medicamento a base de ferro, como por exemplo ferrodex e
Nutrifer e se necessário aplica-se o vermífugo, esse método é utilizado para evitar o
máximo uso de medicamento e para evitar que o patógeno fique resistente ao
medicamento, já que antes desse método era realizado a vermifugação a cada 3 meses, o
método famacha é indicado por Rosalinski-Moraes et al. (2012). Todos esses manejos
também são realizados nos ovinos devido suas doenças e patógenos serem bem parecidas,
o sistema de criação dos caprinos e ovinos é o semi-intensivo, sendo que os reprodutores
da maior parte dos criadores são criados no sistema intensivo para que não tem gasto de
energia e afete a reprodução.
Cada criador de caprino e ovino tem uma área de suporte forrageiro em sua
propriedade para fornecer a alimentação para os seus animais, essa área possui diversas
plantas forrageiras como por exemplo: a leucena (Leucaena leucocephala), gliricídia
(Gliricídia sepium), feijão guandú (Cajanus cajan), capim elefante (Pennisetum
purpureum), capim brachiarea (Brachiaria decumbens), sorgo (Sorghum bicolor), milho
(Zea Mays), cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) entre outras forrageiras, além de
utilizarem plantas nativas como, a catingueira (Caesalpinia pyramidalis). Essas plantas
podem ser utilizadas no lugar de alguns produtos na alimentação dos animais, como as
leguminosas citadas podem substituir a soja, devido essas leguminosas terem um alto teor
de proteína bruta (PB).
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tem com derivados do leite caprino, devido o odor que a criação for mal manejada ela vai
oferecer para o leite. Mas com achegada da minifábrica novamente as famílias foram em
busca de novos aprendizados e em busca de cursos para aprimorarem seus conhecimentos
e assim fazerem derivados do leite caprino, porém apenas as mulheres realizam essa
atividade de beneficiamento do leite, mesmo muitos homens tendo participado das
capacitações.
Os derivados que são produzidos na comunidade são iogurte, bebida láctea, doces
de leite (barra e pastoso) e queijos, tudo isso sendo produzido pelo grupo de mulheres.
Todos da comunidade participam de todas as atividades realizadas na comunidade, mas
há as atividades que um grupo realiza mais intensamente que o outro.
857
858
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
861
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Capítulo 78
RESUMO
862
O melão é uma olerícola consumida como fruta, muito importante no cenário nacional e
mundial, apesar de sua produção ser mais direcionada ao mercado interno. A produção de
mudas é uma etapa importante do sistema de produção, pois influencia o desenvolvimento,
o ciclo, a qualidade e a quantidade a ser produzida. Dentre as práticas de manejo, o uso de
produtos organominerais líquidos ainda é recente. Diante disso, objetivou-se avaliar a
influência de diferentes dosagens do fertilizante foliar organomineral LANNOITE® no
desenvolvimento de mudas de melão. Realizou-se o experimento em condições de
ambiente protegido em Uberlândia-MG. No experimento foi utilizado a cultivar melão
Eldorado 300, avaliando-se quatro dosagens do fertilizante (0,50; 0,75 e 1 mL) mais um
tratamento testemunha, sem aplicação de produto. Em relação ao produto nos parâmetros
de comprimento da raiz, massa verde total e massa seca total a dosagem de LANNOITE®
mostrou melhor resultado na dosagem de 1 mL para: massa seca e massa vede. E em
comprimento de raiz não teve bons resultados em nenhuma das doses.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS.
O experimento foi conduzido no município de Uberlândia, Minas Gerais, situado a
18º 57’ 10” Sul e 4º 14’ 58” Oeste e 800m de altitude. O clima da região, de acordo com a
Köppen e Geiger (1948) é classificado como Aw, com temperatura média anua de 21,5 °C
e pluviosidade média de 1479 mm anuais.
O experimento foi implantando no dia 01 de maio de 2020, com avaliação aos 30
DAS (dias após a semeadura). A semeadura foi realizada utilizando-se sementes de melão
Eldorado 300, em bandejas com 100 células e substrato Bioplant plus, a base de
(vermiculita, turfa de sphagnum, casca de arroz, calcário, fibra de coco e casca de pinus).
Foi semeada uma semente por célula, com profundidade de 3 cm. As bandejas ficaram a
uma altura de 1 m do chão, com materiais de sombrite, mantendo-os protegidos. A irrigação
foi realizada todo fim de tarde, utilizando-se regador manual.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC) com quatro
tratamentos e cinco repetições, totalizando 20 parcelas. Foram utilizadas doses do
fertilizante organomineral Lannoite ®, assim dispostas: T1-0; T2 -0,50 mL; T3-0,75 mL e;
T4-1 mL. O produto foi diluído em proporção de 1:1 (em um litro de água foi colocado
1ml de produto) e aplicado com borrifador. Segundo consta no catálogo do fabricante
Sinergia, o Lannoite® é um fertilizante organomineral misto, que possui em sua
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A primeira aplicação foi feita sete dias após a semeadura a segunda aplicação foi
feita 17 dias após a semeadura e a terceira aplicação 25 dias após a semeadura. Aos 30 dias 865
após a semeadura (DAS) foram avaliados: comprimento da raiz (CR), número de folhas
(NF), massa verde total (MFT) e massa seca total (MST), conforme descrição a seguir.
- Comprimento da raiz (CR) – As raízes das mudas foram medidas com o auxílio
de uma régua graduada em milímetros e os resultados expressos em cm;
- Número de folhas (NF) – Contagem manual das folhas das mudas das parcelas;
- Massa verde total (MFT) – Foi realizada a pesagem em balança de precisão e os
resultados expressos em grama;
- Massa seca total (MST) – As mudas foram acondicionadas em sacos de papel e
secas em estufa de ventilação forçada a 65°C, onde permaneceram até atingir peso
constante, às 72 horas. A pesagem do material seco foi realizada em balança com precisão
e os resultados expressos em grama;
Os dados obtidos foram submetidos a análises estatísticas utilizando-se o programa
SISVAR (FERREIRA, 2014), onde os resultados para o fator quantitativo foram
submetidos à análise de regressão polinomial (VIEIRA, 2008), testando-se os modelos
lineares e quadráticos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para os parâmetros de comprimento da raiz (CR), massa verde total (MFT) e massa
seca total (MST), houve diferenças significativas (p<0,05), em função das doses aplicadas
(Figuras 1, 2 e 3). Contudo, não foram observadas diferenças significativas (p>0,05)
quando ao número de folhas (NF) das mudas de melão. De acordo com Miranda (2019), a
utilização de fertilizante com presença de hormônios vegetais, também não apresentou
diferença significativa em função das doses utilizadas e, relatou ainda, que a adição de
hormônios vegetais presentes no extrato, nas concentrações utilizadas, podem ter causado
efeito fitotóxico, deixando assim de serem promotoras de desenvolvimento.
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4,5
Comprimento de raiz (cm)
4,0
3,5
2,0
0,00 0,25 0,50 0,75 1,00
Doses (mL L-1)
Pela análise da regressão (Figura 1), observa-se que a curva para o comprimento de
raiz, em função das doses aplicadas, ajustou-se a um modelo quadrático. Assim, com o
aumento das doses do fertilizante, houve um aumento no comprimento das raízes, até a
dose de 0,33 mL L-1, com a qual foi observado o maior comprimento das raízes, de 4,88
cm. A partir daí, houve um decréscimo nos comprimento das raízes com o aumento das
doses, em que observou o menor comprimento, de 3,02 cm, com a aplicação de 1,0 mL L-
1
.
Em experimentos conduzidos por Beckett e van Staden (1989) e por Papenfus et al.
(2013), com quiabo e trigo respectivamente, foi observado maior incremento de raízes com
a aplicação de produto à base extrato de algas nas plantas, corroborando com os resultados
obtidos neste trabalho.
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Gráfico 2: Massa verde total (g) de mudas de meloeiro, em função de diferentes doses do
fertilizante.
16,5
15,0
13,5
867
12,0
0,00 0,25 0,50 0,75 1,00
Doses (mL L-1)
Pela análise de regressão (Figura 2), observa-se que os dados de MVT em função
das doses aplicadas ajustou-se a um modelo quadrático. Assim, nota-se um decréscim no
incremento da MVT com o aumento das doses, até a dose de 0,43 mL L-1, com a qual a
MVT foi de 12,50 g e se atingiu a menor produção de MVT do experimento. A partir deste
ponto, com o aumento das doses, houve um aumento na MVT, até a dose de 1,00 mL L-1,
onde a produção de MVT foi de 19,92 g.
Os resultados encontrados por Miranda (2019) diferem dos encontrados presente
trabalho de pesquisa, em que os autores verificam que não ocorreu diferença significativa
em MVT nas mudas de maracujazeiro, com a aplicação do fertilizante. Segundo o autor,
valores menores de MVT e MST indicam que a muda não teve bom desenvolvimento.
Ainda segundo ele, esse pouco desenvolvimento pode prejudicar a adaptação das mudas
após o plantio em local definitivo.
Em relação à MST, observa-se pela análise de regressão (Figura 3), que a curva
para a MST em função das doses aplicadas ajustou-se a um modelo quadrático, havendo
um decréscimo para na produção de MST com o aumento das doses, até a dose de 0,41 mL
L-1, com a qual a MVT foi de 0,69 g, sendo observada o menor incremento de MST do
experimento. A partir dessa dose, a curva apresentou crescimento na produção de MST,
atingindo o teor máximo na dose de 1,00 mL L-1 (1,15 g). Galindo et al. (2019) menciona
que alguns trabalhos mostram que os bioestimulantes podem não favorecer ou até mesmo
diminuir a absorção de nutrientes pelas plantas, indicando que as respostas às suas
aplicações dependem de outros fatores, tais como a espécie a planta e a composição das
substâncias húmicas presentes nos produtos usados, sendo necessárias mais informações
2021 Gepra Editora Barros et al.
Gráfico 3: Massa de matéria seca total (g) de mudas de meloeiro, em função de diferentes doses do
fertilizante.
0,8
0,7
0,6
0,00 0,25 0,50 0,75 1,00
Tabela 1: Resumo da análise de variância (Quadro médio) comprimento da raiz, número de folhas, massa
verde e massa seca na produção de mudas de melão.
Rótulos de Média de Média Média de Soma de
Linha CompRaiz de NFolhas MST MFT
0,00 4,465575547 2 0,892228148 79,74942716
0,50 4,63508216 2,2 0,755249014 69,91681268
0,75 4,344526032 2,6 0,752382286 64,17649714
1,00 3,024707996 2,2 1,152729811 99,58938717
Total Geral 4,117472934 2,25 0,888147315 313,4321241
CONCLUSÃO
A aplicação do fertilizante organomineral na cultura do melão não altera o
número de folhas mas altera o comprimento de raiz e a produção de massa verde e massa
seca total das mudas, mostrando-se promissora para o aumento da eficiência nutricional e
agronômica.
2021 Gepra Editora Barros et al.
REFERÊNCIAS
BECKETT, R. P.; VAN STADEN, J. The effect of seaweed concentrate on the growth and
yield of potassium stressed wheat. Plant Soil, Dordrecht, 1989.
PAPENFUS, H. B.; KULKARNI, M.G.; STIRK, W. A.; FINNIE, J. F.; VAN STADEN,
J. Effect of a commercial seaweed extract (kelpak) and polyamines on nutrient-deprived
(N, P and K) okra seedlings. Scientia Horticulturae, Amsterdam, 2013.
Capítulo 79
RESUMO
tecnologia possa estar ao alcance do produtor rural familiar são fundamentais que se
desenvolvam novas alternativas e formas mais fáceis de utilização a adaptadas para
pequena propriedade rural.
INTRODUÇÃO
A Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) é uma tecnologia fundamental no
aumento da produtividade e da fertilidade dos solos, contribuindo para atenuar os
872
impactos socioambientais na agricultura. Do ponto de vista da agricultura familiar, esse
fenômeno é extremamente pouco conhecido ou com limitado acesso, porém é justamente
neste setor onde a técnica microbiológica FBN se torna necessária estar ao alcance dos
pequenos e médios produtores.
O uso dessa tecnologia surgiu a partir da pesquisa para adaptação de espécies
cultivadas às condições tropicais, sendo uma técnica que a incorpora o nitrogênio
disponível no ar em favor do mecanismo de nutrição das plantas. Sendo considerada como
um dos fenômenos naturais mais importantes além da fotossíntese, para o
desenvolvimento vegetal e para todos os seres vivos do planeta (MAPA, 2015).
De acordo com a EMBRAPA (2015) “FBN é um processo bioquímico natural
realizado por bactérias, que conseguem tirar o nitrogênio do ar e o fornecem diretamente
à cultura fazendo a fertilização do sistema”. Nessa perspectiva, a tecnologia de inoculação
possibilita melhorar a eficiência desse processo. Além do mais, trata-se de um dos pilares
tecnológicos do Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas
(ABC) no combate a baixa emissão de gases do efeito estufa (GEE) com o propósito “de
expandir em mil hectares de 2012 a 2015 e em 4 mil hectares de 2016 a 2020 a área
cultivada com FBN” (LISBOA, [ 2013? ], p.4).
Nesse sentido, é crucial o fomento à pesquisa e o incentivo a investigação para
permitir o aprimoramento contínuo da FBN a ser utilizada em todos os sistemas agrícolas.
No entanto, embora se reconheça a importância da disseminação de boas práticas
agrícolas desenvolvidas pela EMBRAPA em conjunto com a ATER, nesse âmbito,
mudanças são necessárias, para transformar a realidade atual em pleno acesso dos
produtores familiares às novas tecnologias em face da necessidade da agricultura familiar,
requerendo, sobretudo, receber apoio mais concentrado. Para isso, este artigo de revisão
objetivou-se demonstrar a importância e os benefícios do incentivo para difusão dessa
tecnologia de fixação biológica do nitrogênio para a produção agrícola familiar.
2021 Gepra Editora Barros et al.
876
879
Fonte: Retirada do site em: https://maissoja.com.br/inoculante-feito-na-propriedade-rural-aumenta-produtividade-de-
feijao-caupi-em-ate-33/.
Veja alguns exemplos abaixo das culturas agrícolas brasileiras mais produzidas no
meio rural familiar e o reflexo do uso de inoculantes.
FEIJÃO-COMUM
Segundo a Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores
Familiares Rurais – CONAFER (2020), o feijão se constitui em um dos produtos agrícolas
de maior relevância econômica e social do país e a maior parte é produzida nas
propriedades dos pequenos agricultores, inclusive, familiares.
Segundo Parizotto et al. (2015), o Brasil é considerado o maior produtor mundial
de feijão. Os autores relatam que o feijoeiro apresenta propriedades de fixar nitrogênio
da atmosfera quando em simbiose com bactérias do gênero Rhizobium, o qual pode
possibilitar a cultura a não utilização de fertilizantes nitrogenados, e, assim, uma
alternativa de baixo custo, capaz de proporcionar suprimento de nitrogênio, cujas
quantidades superiores a 100 kg ha¹ são necessárias para o desenvolvimento dessa planta.
Em contramão do uso de fertilizantes nitrogenados, EMBRAPA (2019) expõe um
exemplo prático sobre a técnica de inoculação alternativa aplicada na cultura do feijoeiro
e o aprendizado do agricultor familiar numa situação de ensino-aprendizagem na
comunidade quilombola Cachoeira, situada no município de Dom Joaquim, em Minas
Gerais. Nessa ocasião, mostraram-se os benefícios da inoculação para aumentar a
produtividade na cultura do feijoeiro e como poderia ser feito o preparo do inoculante
caseiro em substituição aos comerciais, geralmente mais caros e de difícil logística.
2021 Gepra Editora Barros et al.
FEIJÃO-CAUPI
“O feijão-caupi tem grande importância na geração de renda da agricultura familiar
e atinge entre 98% a 100% da área total plantada com feijão nos estados do Maranhão,
Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí” (REIS e et al, 2018, apud CONAB, 2018). Além do
mais, Reis e et al (2018) argumentaram que o provavelmente o baixo rendimento estaria
atribuído ao incipiente manejo com fertilizantes nitrogenados e a carência em solos
brasileiros da disponibilidade de nitrogênio. Após a utilização de inoculantes para fixação
biológica de nitrogênio (FBN), a produtividade média de feijão-caupi em 16 municípios 880
do Maranhão aumentou de 515 quilogramas por hectare em 2016 para 1.170 quilogramas
por hectare em 2018, devido à implantação do Programa de Ações de Pesquisa e
Transferência de Tecnologias para a Agricultura Familiar, inclusive, realizada pela
Embrapa Agrobiologia e a Embrapa Cocais, e outros parceiros (EMBRAPA
AGROBIOLOGIA, 2019).
Para Souza (2007, p.23) a deficiência do nitrogênio tem sido compensada por meio
de fertilizantes nitrogenados, no entanto, é um vegetal que pode se beneficiar mais com a
tecnologia FBN devido sua grande capacidade de fixar nitrogênio em simbiose com o
gênero Bradyrhizobium. Na cultura do feijão-caupi, o aumento da eficiência do processo
de nodulação garantida pela FBN proporciona maior crescimento da planta, da
produtividade do que os fertilizantes nitrogenados.
AMENDOIM
O amendoim (Arachis hypogaea L.) é uma planta leguminosa, herbácea, anual,
originária da América do Sul, pertencente à família Fabaceae, sendo a quarta oleaginosa
mais cultivada no mundo, ocupando cerca de 24 milhões de hectares (SILVA et al. , 2017
apud FAOSTAT, 2017).
Silva et al. (2017) afirmaram que o amendoim por ser uma espécie leguminosa,
possui a capacidade de associação com bactérias fixadoras de N (Bradyrhizobium sp.), o
que lhe permite eficiência no processo de absorção desse nutriente. No entanto, a prática
de inoculação com Bradyrhizobium (rizóbio) nos cultivos comerciais de amendoim no
Brasil não tem sido muito comum [...] (SILVA e et al ,2017 apud THIES et al., 1991). No
seio dessa discussão, pode-se dizer que o uso da técnica FBN no amendoim depende de
maior estudo da variabilidade e da capacidade de nodulação por estirpes nativas de
rizóbios, e assim, adquirir novos parâmetros genéticos entre planta e bactéria e, dessa
forma, embasar os futuros programas de inoculação de estirpes e melhoramento vegetal
2021 Gepra Editora Barros et al.
MILHO
A produção de milho é considerada como o principal cereal cultivado no Brasil e
que apresenta possibilidade do cultivo por pequenos agricultores, mas que pela exigência
da cultura é necessário utilização de técnicas como a FBN que possibilitem maior
produtividade para ser utilizada pela agricultura familiar. Corroborando com essa 881
afirmação, Cruz e et al (2011 apud AGRICULTURA, 2011) relata que a EMBRAPA
tendo em vista a produção de milho na agricultura familiar, verifica que a grande maioria
dos produtores desse grão são familiares, cuja produção nas lavouras apresentam baixa
quantidade de insumos utilizados e em condições desfavoráveis, seja do ponto de vista
técnico, econômico, político e social: nem todos os agricultores têm acesso, via
instituições de extensão e pesquisa, aos recursos filotécnicos adequados à sua realidade.
Pandolfo e et al (2015) esclarece que o milho é uma cultura exigente em
nitrogênio (N) e, para suprir a deficiência desse nutriente no solo e aumentar o seu
rendimento, utilizam-se fertilizantes nitrogenados. Estes “representam 75% dos custos da
adubação do milho, o que corresponde a cerca de 40% dos custos totais de produção da
cultura. Porém, a alternativa para economia de fertilizantes nitrogenados é a fixação
biológica de nitrogênio” (VINHAL-FREITAS; RODRIGUES, 2010, p. 143).
A técnica FBN na cultura do milho utilizando inoculante com Azospirillum
Abrasiliense é alvo de pesquisas, inclusive, da EMBRAPA. Nessa perspectiva, a
EMBRAPA (2019) na unidade da Amazônia Ocidental, publicou-se o estudo
experimental a qual demonstra a eficácia do uso do inoculante Azospirillum na redução
do uso de fertilizante nitrogenado e no aumento da produtividade do milho em 104% no
estado do Amazonas, permitindo economia de 20 kg de nitrogênio por hectare e
rendimento médio foi de 5.359 Kg por hectare nos cultivos experimentais.
De modo geral, Pinto e et al. [2011?] da Fundação Brasileira para o
Desenvolvimento Sustentável – FBDS, afirmam que no Brasil, cerca de 95% do mercado
de inoculantes é destinado à cultura da soja. No caso do feijão-caupi, há inoculantes
disponíveis, sendo necessário disseminar seu uso entre os produtores, em especial na
região Nordeste. Para outras culturas, o uso de FBN está em fase de desenvolvimento
tecnológico e de mercado e que apresentam resultados animadores para difusão dessa
tecnologia.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A agricultura familiar carece de técnicas mais fáceis de apropriação e uso da
tecnologia para atender essa categoria, a qual se baseia na simplicidade e no saber
popular, conscientizando-a da importância e dos benefícios trazidos pela adoção das
tecnologias sustentáveis como fixação biológica do nitrogênio que visam combater os
impactos no meio ambiente, associadas ao aumento da produção e eficiência do setor
produtivo agrícola familiar. 882
Dessa forma, nota-se que essa tecnologia, especialmente, entre os agricultores
familiares, é ainda muito baixa, e as chances do produtor desenvolver essa tecnologia é
bastante remota, pois além da cultura do feijão, não há indícios da prática de inoculação
de sementes no milho e no amendoim no contexto agrícola familiar. A maioria dos
projetos para difusão dessa tecnologia parte de instituições de pesquisa científicos e
tecnológicas como, universidades e a EMBRAPA, tornando-se um esforço dos centros
para a com a comunidade. Além disso, o uso dessa e de outras tecnologias de baixo custo
são importantes para que possam estar ao alcance do pequeno produtor rural familiar e
assim, auxiliá-lo no desenvolvimento do setor agrícola.
REFERÊNCIAS
JONES, Frances. Os primeiros inoculantes. Produtos feitos com bactérias que captam
884
nitrogênio na lavoura de soja remontam aos anos 1960. 2019 . Disponível em:
https://revistapesquisa.fapesp.br/os-primeiros-inoculantes/. Acesso em: 15 jan. 2021.
PINTO, Hilton Silveira et al. Diretrizes para uma Economia Verde no Brasil: Avanços
Tecnológicos para a Agricultura Familiar. Coleção de Estudos sobre Diretrizes para
uma Economia Verde no Brasil. [2011?]. Fundação Brasileira para o Desenvolvimento
Sustentável – FBDS. Disponível em:
https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/14988/1/diretrizes%20para%20uma%
20economia%20verde%20no%20brasil_avancos%20tecnologicos_P.pdf. Acesso em: 28
jan. 2021.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 80
RESUMO
O mel composto é uma mistura de mel floral com outros produtos oriundos das abelhas
ou não. Objetivou-se neste trabalho formular amostras de mel de abelha composto com
extrato de própolis verde e enriquecidos com essência de baunilha, analisando
sensorialmente e físico-química, tendo como parâmetros físico-químicos os exigidos pelo
Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Mel e avaliando também a sua
intenção de compra. A pesquisa consistiu em quatro etapas: a formulação dos produtos
(amostra 1: mel, baunilha e própolis; amostra 2: mel e baunilha; amostra 3: mel e
própolis), análise sensorial, análise da intenção de compra e análises físico-químicas.
Ademais, foi executado a análise estatística dos dados. Observou-se que as três
formulações obtiveram índice de aceitabilidade razoáveis, apresentando resultados
superiores a 70%, o que indica grande aceitação do público consumidor, sendo a amostra
1 foi a mais bem avaliada. Em relação às análises sensoriais e impressão global, todas as
amostras obtiveram resultados satisfatórios e iguais para os parâmetros. A amostra 1 foi
a que também obteve melhores resultados no que diz respeito a intenção de compra. Nas
análises físico-químicas, no que se refere aos parâmetros de cor, umidade, acidez e açúcar
redutor e não redutor os resultados enquadram-se nos padrões exigidos pela Normativa.
Portanto, os bons resultados adquiridos tanto nas análises sensoriais e físico-químicas
tornam-se um incentivo para agregar valor ao mel.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi dividido em quatro etapas: produção dos méis compostos, realização
da análise sensorial, intenção de compra e realização das análises físico-químicas. Os
ingredientes utilizados para a formulação dos produtos foram obtidos em comércio local
de Pau dos Ferros/RN.
Tabela 1. Ingredientes e quantidades utilizadas na formulação dos méis compostos de extrato de própolis
verde e essência de baunilha, analisados sensorialmente no Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Campus Pau dos Ferros.
Ingredientes Formulação 1 Formulação 2 Formulação 3
Mel de abelhas Apis melífera 300 g 300 g 300 g
Extrato de Própolis verde 3 ml ------- 3 ml
Essência de baunilha 3 ml 3 ml --------
Fonte: autores, 2020.
Análise sensorial
O experimento foi realizado nos Laboratórios de Carnes do Instituto e no
Laboratório de Processamento de Pólen e Própolis do IFRN, Campus Pau dos Ferros.
As amostras foram analisadas por 50 provadores voluntários não treinados, dos
sexos femininos e masculinos, composto por sua maioria com idade de 15 a 20 anos,
2021 Gepra Editora Barros et al.
sendo todos alunos do IFRN- Campus Pau dos Ferros. Para cada um deles, foi entregue,
em uma bandeja de isopor, três amostras de méis compostos codificados com números
aleatórios de três dígitos gerados por um software, além de um copo de água em
temperatura ambiente e duas bolachas água e sal para serem consumidos entre cada uma
das amostras, isso fez necessário para a limpeza do palato.
Na avaliação das amostras dos méis compostos foram utilizados métodos afetivos
que tinham como objetivo desenvolver explicações subjetivas de quanto o avaliador
gostou ou desgostou de uma amostra exclusivamente, obtendo resultados determinantes 890
a aceitabilidade ou preferência referente ao produto. Para a avaliação dos atributos
sensoriais das amostras cor, aroma, textura, sabor, doçura e impressão global, foi
conferido a cada provador uma ficha com escala hedônica que varia de 1 (“Desgostei
extremamente”) a 9 (“Gostei extremamente”). Também foram avaliados a intenção de
compra utilizando uma escala que varia de 1 (“compraria com certeza”) a 5 (“não
compraria com certeza”), como está demonstrado na Figura 1 (DUTCOSKY, 2013).
Análise físico-química
As análises foram realizadas no laboratório de Processamento de produtos apícola
e geleia real, e para todas as análises utilizou-se metodologias reconhecidas pelo Instituto
Adolfo Lutz, sempre com o auxílio de aparelhos que facilitaram as análises feitas. Os
testes foram realizados em triplicatas, para obtenção de resultado mais precisos.
pH
Para a realização da análise de pH, utilizou-se as Normas Analíticas do Instituto 891
Adolfo Lutz (2008). Com base nesta metodologia, inicialmente foi colocado o béquer de
100 ml na balança semi-analítica e tarou-se a mesma para inserir 10 g do mel composto.
Logo após, foi adicionado 80 ml de água destilada medida em uma proveta de 100 ml,
após a diluição, transferiu-se o conteúdo do béquer para um erlenmeyer de 100 ml, o qual
foi levado até o pHmetro (modelo Hl 221), com o eletrodo previamente lavado com água
destilada, para que não houvesse alterações nos resultados das análises de pH. O eletrodo
foi inserido no Erlenmeyer, de forma que não tocasse no fundo e nas laterais do recipiente.
Após cerca de um minuto, foi observado no visor do aparelho a medição de pH da
substância.
Análise de acidez
Para as análises de acidez, utilizou-se mais uma vez as Normas Analíticas do
Instituto Adolfo Lutz (2008). Para realização foi necessário seguir os seguintes
procedimentos: solução de NaOH a 0,1 normal padronizada, fenolftaleína, água destilada,
bureta, suporte universal, proveta de 100 ml, bastão de vidro, agitador magnético, além
das próprias amostras de mel composto. Foram aproveitadas as mesmas formulações
utilizadas para a análise do pH. A princípio, o erlenmeyer foi posto no agitador magnético,
com uma barra magnética em seu interior, que serviu de auxílio na dissolução da amostra.
Em seguida foi adicionado 50 ml de solução de NaOH na bureta, que estava fixada em
um suporte universal para titulação em gotejamento das amostras. A titulação dos méis
era finalizada quando se alcançava o ponto de viragem, que era observado visualmente
quando a amostra diluída atingia a coloração rósea.
Em que: m = Massa de mel; Fc= Fator de correção da solução de NaOH 0,1 N; Vt=
Volume total gasto na titulação.
Onde:
vb = volume do balão volumétrico utilizado (mL).
f = fator da solução de Fehling.
M = Quantidade de amostra inicial utilizada para a análise.
V = Volume gasto na titulação (mL).
clorídrico PA, levado ao banho maria a 80º C por 30 minutos. Após o tempo necessário,
retirou-se o erlenmeyer que ficou em temperatura ambiente até o seu resfriamento, após
isso, foi neutralizado com a solução de hidróxido de sódio a 0,1, e utilizado papel
tornassol para a verificação da sua neutralização. Em seguida, levou-se a solução para um
balão volumétrico de 100 ml, que foi completado com água destilada até o menisco.
Posteriormente, introduziu em um erlenmeyer de 250 ml, mais uma vez os 10 ml de
feeling “A” e “B”, juntamente com 40 ml de água reagente, aqueceu esta solução em
chapa aquecedora, e foi adicionado 1 ml de azul de metileno para a titulação da solução 893
neutralizada, até atingir uma coloração vermelha, assim como na análise anterior. Após a
realização da análise, foi calculado a porcentagem de sacarose aparente por meio da
seguinte fórmula:
Onde:
vb = volume do balão volumétrico utilizado (mL).
f = fator da solução de Fehling.
M = Quantidade de amostra inicial utilizada para a análise.
V = Volume gasto na titulação (mL).
Análise de cor
Para análise de cor, foi utilizado a metodologia de Vidal e Fregosi (1984), fazendo
uso dos respectivos materiais: espectrofotômetro (modelo – HI96785), pisseta com água
destilada, glicerol, béquer de 100 ml, cubetas e as amostras dos méis compostos. Após
ser calibrado com glicerol, foi retirada a cubeta do aparelho e colocada a amostra do mel
composto em seu interior. O resultado aparece instantaneamente no visor do
espectrofotômetro na escala de mm Pfund.
Análise de umidade
A umidade das amostras foi determinada por refratromeria com base nos métodos
de Atago (1988). A análise consistiu no seguinte procedimento: tarou-se o refratômetro
(modelo Pal 22S), utilizando a água destilada, em seguida retirou-se e secou a água do
aparelho, onde posteriormente foi posto cerca de 1 g da amostra de mel composto, em
2021 Gepra Editora Barros et al.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Análise sensorial
Ao avaliar a tabela 2, na qual as notas foram atribuídas de acordo com os parâmetros
de aceitação na escala hedônica, variando de “Gostei regularmente” com valores médio
igual a sete e “Gostei moderadamente” com médias em torno de oito, verifica-se que os
méis compostos avaliados sensorialmente (1, 2 e 3), não apresentaram diferença
estatística para os atributos avaliados (p>0,05).
Tabela 2. Notas (média + desvio padrão) atribuídas pelos provadores às características sensoriais das
formulações 1, 2 e 3 dos méis compostos enriquecidos com extrato alcóolico de própolis verde e essência
de baunilha.
Análises Formulação 1 Formulação 2 Formulação 3
Cor 8,44+ 0,84 8,34 + 1,04 8,38 + 0,75
Aroma 8,20 + 1,01 7,74 + 1,44 7,90 + 1,45
Sabor 8,34 + 0,89 7,94 + 1,06 7,92 + 1,01
Textura 8,24 + 1,20 7,98 + 1,12 8,08 + 1,05
Doçura 8,20 + 0,78 7,86 + 1,05 7,92 + 1,07
Impressão Global 8,32 + 1,29 7,84 + 0,98 7,92 + 1,18
Fonte: autores, 2020
que o aroma balsâmico característico que a própolis possui não foi suavizado ou
modificado pela essência de baunilha (BRASIL, 2001). Outra explicação para que as
avaliações médias de todas as notas no quesito aroma e no quesito sabor também tenham
sido sem diferença estatística pode ser sugerido pelo fato de ter sido avaliado por
provadores não treinados para avaliação sensorial de méis, pois Bastos et al. (2002)
afirma que provadores com treinamento para avaliação de méis de abelhas são capazes
de conseguem detectar a diferença de florada nos critérios singulares como origem floral,
aromas e sabores e até mesmo pontos de fermentação. 895
Quanto textura não obteve variação estatística, pois não era intenção que as
formulações perdessem sua viscosidade devido a adição do extrato ou essência (BRAISL,
2000). De modo que avaliação da textura poderá ser julgado como uma condição
indispensável, considerável ou de inferior valor a depender do alimento analisado, e o
mel como é uma bebida a textura terá uma contribuição menos (BOURNE, 2002).
Já a doçura ter tirados notas acima de 7 (sete) “gostei regularmente” é algo muito
promissor na avaliação de méis que na sua composição 80% são açúcares, pois o sabor
doce é algo requerido pelos seres humanos com variações devido à idade, etnia e questões
culturais, pois ao longo dos processos evolutivos a doçura ajudou a conduzir a conduta
nutricional porque entender que uma alimento é doce intrinsicamente está afirmando que
é fonte calórica, ou seja, recurso energético (DREWNOWSKI et al., 2012).
Tabela 3. Intenção de compra atribuída pelos provadores das formulações 1, 2 e 3 dos méis compostos com
extrato alcóolico de própolis verde e essência de baunilha.
Análises Formulação 1 Formulação 2 Formulação 3
Intenção de compra 1,50 + 1,34a 1,96 + 0,67b 2,50 + 3,11b
Médias dentro da mesma linha letras iguais, não são significativamente diferentes no nível de 5%, pelo
teste de Tukey. Fonte: autores, 2020
2021 Gepra Editora Barros et al.
Teixeira et al. (1987), afirmam que um produto com Índice de Aceitabilidade (I.A.)
com no mínimo 70% possui potencial comercial. De acordo com este preceito, a partir do
Figura 2, pode-se constatar que os atributos de qualidade sensorial avaliados obtiveram
I.A. satisfatórios aos parâmetros estabelecidos, tendo condições de ser colocado no
mercado. 896
93,00
92,00
91,00
90,00
89,00
88,00
87,00
86,00
1 2 3
Análise físico-química
Os parâmetros de cor, acidez, açúcar redutor (glicose e frutose) e o açúcar não
redutor (sacarose) nas três formulações analisadas diferiram significativamente (p<0,05)
entre si. Já nos critérios de umidade e pH não houve diferença estatística (p>0,05) entre
as amostras. Os resultados obtidos na avaliação físico-química do mel enriquecido com
extrato de baunilha estão expressos na Tabela 4.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Tabela 4. Resultados obtidos das análises físico-químicas para cada formulação com suas respectivas
médias e desvio padrão e comparadas com legislação brasileira de identidade e qualidade para mel de
abelhas.
Parâmetros Formulação 1 Formulação 2 Formulação 3 BRASIL (2000)
Umidade (%) 18,2 ± 0,25 18,33 ± 0,20 18,63 ± 0,15 Max. 20%
Cor (PFund) 47,33 ± 0,25a 51 ± 0,20b 71 ± 0,15c Incolor a pardo-escura
pH 3,5 ± 0,1 3,53 ± 0,15 3,71 ± 0,21 ----
Acidez (m E q/kg) 32,41 ± 0,73a 34,48 ± 4,03b 49,92 ± 0,06c Max. 50 meq/kg
Açúcar redutor (%) 73,31 ± 0,50a 78,23 ± 1,23b 66,72 ± 0,71c Min. 65%
Açúcar não redutor (%) 1,58 ± 0,30a 4,51 ± 0,42b 5,89 ± 0,17c Max. 6%
897
Médias dentro da mesma linha letras iguais, não são significativamente diferentes no nível de 5%, pelo
teste de Tukey. Fonte: autores, 2020
CONCLUSÃO
De acordo com o presente estudo, as análises sensoriais das formulações
alcançaram resultados bastante positivos, sempre variando hedônicamente entre “gostei
regularmente” e “gostei moderadamente”. Os resultados obtidos no Índice de
2021 Gepra Editora Barros et al.
REFERÊNCIAS
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902
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 81
COUTINHO, Janailton
Doutorado em Educação Brasileira
Universidade Federal do Ceará
janailton.coutinho@ufca.edu.br
RESUMO
INTRODUÇÃO
904
A agricultura brasileira tem crescido em ritmo acelerado, em parte devido a
modernização do setor no último século, como também pela consolidação do setor de
insumos modernos, no qual vem contribuindo para sua expansão (BELCHIOR et al.,
2017). Além disso, há o elevado crescimento demográfico, no qual forçou o aumento da
produção de alimentos e a utilização intensa de defensivos agrícolas com finalidade de
obter alto índice de produção (MELLO et al., 2019).
A produção agrícola pode ser afetada por pragas, como insetos, patógenos e
plantas invasoras (BOHNER; ARAÚJO; NISHIJIMA, 2013). Phyn e Santos (2003)
afirmam que os produtos químicos como inseticidas, fungicidas, acaricidas, nematicidas,
bactericidas e vermífugos são comumente utilizados para combater as pragas nas
plantações. No Brasil, os insumos agrícolas são utilizados de forma intensa na proteção
de plantas contra pragas e doenças em culturas cultivadas em campo aberto ou ambiente
protegido (MATTEI et al., 2017). O uso de produtos químicos na agricultura está
diretamente relacionado à histórica tradição do uso desses produtos junto aos produtores,
facilidade de aplicação e disponibilidade de equipamentos e serviços no mercado
(TAMAI, 2002).
De acordo com Tavella et al. (2012), em 2008 o Brasil passou a ser o maior
consumidor de agrotóxico do mundo. Nesse país, os agroquímicos utilizados são
classificados de acordo com sua finalidade, ou seja, são definidos pelo seu mecanismo de
ação no alvo biológico, sendo geralmente plantas invasoras, doenças e pragas de espécies
agrícolas cultivadas.
A consequência da utilização de produtos fitossanitários em larga escala na
agricultura é a perda da biodiversidade, como: contaminação do solo e da água
(SEQUINATTO et al., 2006; VEIGA et al., 2006; ARIAS et al., 2007; STEFFEN;
STEFFEN, 2011; MOREIRA et al., 2012; MARTINI et al., 2012; ISMAEL; ROCHA,
2019; FERNANDES; SANTOS, 2020), comprometimento da qualidade do ar
(JACOBSON et al., 2009; SOUZA et al., 2017; SOUZA et al., 2020), contaminação dos
alimentos (STOPPELLI; MAGALHÃES, 2005; PERES et al., 2005; BALLESTE;
MANTELLI, 2020), podendo interferir nos organismos aquáticos (CASTRO et al., 2015;
VIEIRA et al., 2016; MENDES et al., 2016; SANCHES et al., 2017) e riscos de saúde
(PIGNATI, 2017; CORCINO et al., 2019).
Veiga et al. (2006) corroboram ao afirmar que a aplicação de produtos
fitossanitários no meio ambiente pode contaminar as matrizes ambientais, como o solo,
2021 Gepra Editora Barros et al.
MATERIAL E MÉTODOS
Tipo da Pesquisa
Conforme caracteriza Köche (2016), do ponto de vista da natureza, esse trabalho
trata de uma pesquisa básica. Pela perspectiva de abordagem, é uma pesquisa qualitativa.
Analisando os objetivos essa pesquisa é exploratória e em relação aos procedimentos
técnicos é do tipo revisão bibliográfica. Lakatos e Marconi (2002, p. 71) afirmam que “a
pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo
assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a
conclusões inovadoras”.
Realização do estudo
O presente estudo foi realizado com base em uma revisão bibliográfica, utilizando
trabalhos científicos, acerca dos impactos ambientais causados pelos agrotóxicos, por
meio do banco de dados de literatura científica Scielo e a Plataforma de Pesquisa Google
Acadêmico, no período de janeiro de 2000 a 2020, tendo as seguintes palavras-chave:
“Agricultura”, “Agrotóxicos”, “Contaminação” e “Matrizes ambientais”. Os
procedimentos metodológicos de um trabalho acadêmico é um processo lógico com
finalidade principal de atingir um determinado fim ou para se chegar ao conhecimento de
um determinado assunto (ASSUNÇÃO et al., 2016).
2021 Gepra Editora Barros et al.
907
RESULTADOS E DISCUSSÃO
que essas concentrações são provenientes das plantações de fumo, no qual são em sua
maioria, realizadas próximas às casas dos agricultores. As concentrações de produtos
químicos foram detectadas na água e no solo na região de Costa do Rio e Linha do Rio,
como também no Rio Pardo e em pequenos afluentes a jusante dessa região.
Em um estudo realizado na Bacia do Alto Paraguai, Calheiros, Ferracini e Queiroz
(2010) verificaram baixas concentrações de uma determinada substância nas águas,
substância essa conhecida como atrasina. Apresentaram valores abaixo dos padrões
estipulados pela legislação, entretanto, os autores demostraram uma preocupação com os 909
efeitos sub-letais e de longo prazo de contaminações constantes por tais compostos
tóxicos em especial para as algas.
Bortoluzzi et al. (2005) em um trabalho com finalidade de quantificar a presença
de moléculas de agrotóxicos em águas superficiais na microbacia hidrográfica de
cabeceira em Agudo (RS), verificaram que a qualidade das águas superficiais foi
comprometida devido à presença de princípios ativos dos agrotóxicos imidacloprid,
atrazina e clomazone. Além disso, as águas dos córregos margeadas por lavouras com
fumo tendem a apresentar agrotóxicos e não se enquadram na classe I de qualidade de
água preconizada pelo CONAMA.
Correia (2007) estudou a influência do tipo de sistema de manejo sobre o potencial
de adsorção do herbicida atrazina no solo. Os resultados demostraram maior adsorção no
solo PD sem dessorção constitui forma efetiva para redução do transporte de agrotóxicos
para camadas mais profundas do solo, diminuindo o risco de contaminação das águas
subterrâneas.
A Tabela 2 apresenta os principais estudos encontrados sobre os impactos dos
agrotóxicos na água, solo e no ar no meio ambiente brasileiro.
Resíduos de agrotóxicos em água e Água e solo Presença de contaminantes Fan et al. (2018)
solo em região produtora de fumo relacionados com agrotóxicos
com potencial efeito sobre a
saúde humana
CONCLUSÕES
impactos ambientais mais recorrentes de acordo com a literatura são na matriz água e solo
(cerca de 83.33%), posteriormente no ar com apenas 5.55% da literatura analisada.
Recomenda-se para futuros trabalhos uma análise sobre os possíveis impactos
ambientais causados pelos agrotóxicos que foram liberados pelo atual governo por meio
de estudos de casos e revisão bibliográfica. Espera-se que o presente trabalho corrobore
com a temática em questão e sirva de base para futuras pesquisas.
REFERÊNCIAS
912
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2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 82
RESUMO
O açaí (Euterpe oleracea Mart.) é um fruto típico da região amazônica, com propriedade
alimentícia funcional comprovada cientificamente. Possui em sua composição química
compostos nutricionais indispensáveis ao organismo humano. Por apresentar benefícios
indispensáveis à saúde, tem demonstrado alta representatividade na escala comercial
nacional e internacional. Nessa perspectiva, o presente artigo teve como objetivo
apresentar uma revisão bibliográfica, avaliando a importância alimentícia e
socioeconômica do açaí no Brasil, por meio da análise de dados de produção e consumo.
E por uma revisão sistêmica de literatura nas bases de dados: ‘Web of Science’, ‘Scielo’,
‘Scopus’ e ‘Google Scholar’. Foram utilizadas as combinações de palavras-chave
(Euterpe oleracea Mart e açaí) e descritores como (importância socioeconômica e cultivo,
beneficiamento e comercialização do açaí), de modo para busca de artigos que
contemplam a relevância nutricional, social e econômica da cultura da espécie. Dessa
forma, foi possível correlacionar todos os aspectos que envolvem a cadeia produtiva do
açaí e concluir que, os benefícios nutricionais da espécie é um dos fatores que têm
impulsionado o consumo dos produtos derivados do açaí em vários polos do mundo.
INTRODUÇÃO
O açaí é um fruto bacáceo de cor roxa, oriundo do açaizeiro planta nativa da
Amazônia Brasileira. Pertencente ao gênero Euterpe, na qual apresenta dez espécies
registradas no Brasil, e das sete que ocorrem na Amazônia, três são de maior interesse,
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MATERIAL E MÉTODOS
O primeiro momento da pesquisa contemplou consultas de dados estatísticos
disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Por meio
dos quais foi possível analisar dados referentes à produção da extração vegetal de açaí
entre os anos de 1992 - 2016. Alguns dados requerem atenção, especificamente aqueles
relacionados aos anos de 2010 e 2014 por não se apresentarem disponíveis na plataforma
do IBGE para acesso público. Nesse contexto foram analisadas informações referentes à
produtividade do açaí nos anos de 2015 e 2016 isoladamente em um primeiro gráfico. De
2010 a 2020 foram analisados dados de produtividade por meio dos relatórios
disponibilizados pela Companhia Nacional de Abastecimento.
É importante salientar que os dados coletados pelo IBGE e pela CONAB não refere-
se a produção total de valores do açaí, uma vez que o cultivo desse produto vem
2021 Gepra Editora Barros et al.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pará tem se sobressaído em relação aos demais ano após anos, como é possível observar
no gráfico abaixo, referente a produção de açaí nos anos de 2015 e 2016 (Figura 1). Em
2017, o açaí ficou em 3º lugar entre as frutas mais produzidas no Brasil. No mercado
internacional a rota do açaí tem chegado a quase todos os continentes e sua movimentação
financeira acompanha essa dimensão (CONAB, 2019).
Figura 1: Quantidades produzidas em toneladas e valores da produção por Estado que tiveram registros
no ano de 2015 e 2016.
920
376794
327935
126027
116722
131836
65638
99761
57572
21876
14864
25422
17508
7086
5454
5568
4459
3303
2413
3942
2627
3711
1674
3264
1605
44
23
4
1
2015 2016 2015 2016 2015 2016 2015 2016 2015 2016 2015 2016 2015 2016
Acre Amapá Amazonas Maranhão Pará Rondônia Roraima
Fonte: própria dos autores (2020).
921
Figura 3: Valores médios pagos aos produtos de Açaí por Estados produtores em 2020 (R$/Kg).
923
Fonte: SIAGRO – CONAB (2020).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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2020.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 83
IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA DOS CUPINS (ISOPTERA) PARA
AGRICULTORES DO ASSENTAMENTO JUAZEIRO- ALTO
SERTÃO DA PARAÍBA
BRANDÃO, Gabriella Henrique
Graduanda em Agroecologia
Universidade Estadual da Paraíba-UEPB
gabriellabrandao77@gmail.com
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
importância pode ser um fator prejudicial na busca pela conservação e preservação destes,
visto sua tamanha importância para o solo e ecossistema.
Em relação aos agricultores que disseram que os cupins possuem algum potencial
benéfico (37%), foram citadas as atividades consideradas por eles benéficas, onde todos
os agricultores relacionaram estas ações benéficas com a decomposição de matéria
orgânica, mostrando uma visão ainda limitada sobre os benefícios que os cupins podem
trazer para o solo.
Os solos que contam com a presença de cupins possuem uma maior riqueza
microbiana associada aos ninhos dos cupins, sendo estes compostos por solo, fezes e
saliva, composto por diversas bactérias, fungos e actinobactérias que podem auxiliar na
933
defesa dos cupins contra o ataque de patógenos, além disso, a riqueza microbiana do
ninho pode contribuir para a fertilidade do solo e melhor desenvolvimento das plantas,
como foi observado por Ourives, Oliveira e Moreira., (2016) para Phaseolus vulgaris.
Quanto aos resultados do terceiro questionamento: “Como você lida com os cupins
em sua propriedade?”, 63% dos agricultores disseram que utilizam veneno e 37%
disseram que utilizam defensivos naturais.
Por estarem associados com simbionte, os cupins têm a capacidade de contribuir
para a disponibilização de elementos essenciais como N e desempenham atividades
fundamentais para o maior índice de sequestro de C no solo, auxiliando na
disponibilização de alimento aos microrganismos do solo, o que mais tarde acarretará na
maior produtividade agrícola e na menor suscetibilidade dos cultivos ao ataque de pragas
e doenças. Os cupins são insetos extremamente sensíveis aos distúrbios e ações antrópicas
no ambiente, sendo a aplicação de veneno um fator de preocupação quando consideramos
os prováveis efeitos e consequências dessas práticas para a continuidade das atividades
desempenhadas pelos cupins (AGUERO et al., 2021).
Os resultados do quarto questionamento: “Você utiliza práticas de cobertura de
solo?”, mostraram que 57% dos agricultores disseram não utilizar práticas de cobertura
de solo e 43% disseram que utilizam. Os agricultores que disseram utilizar cobertura de
solo relataram o uso da palha e do capim para tal finalidade, mostrando opções limitadas
para a prática conservacionista de cobertura do solo.
As práticas de cobertura do solo podem proporcionar melhores condições para o
desenvolvimento dos microrganismos do solo e para as relações existentes entre os
demais componentes edáficos, inclusive os cupins. Logo, estima-se que práticas de
cobertura de solo podem contribuir para a biodiversidade do solo, favorecendo a ciclagem
de nutrientes e sustentação do ecossistema (CARDOSO, ANDREOTE., 2016).
A falta de cobertura de solo pode acarretar em perdas de biodiversidade de
microrganismos e demais componentes edáficos que contribuem para o melhor
funcionamento do ecossistema, visto que sem essa riqueza microbiana e funcional, as
plantas estarão mais suscetíveis ao ataque de pragas e infestação de doenças (CARDOSO,
ADREOTE., 2016).
As respostas ao quinto questionamento “Na prática agrícola você enfrenta
problemas com pragas e doenças? Se sim, quais?”, mostraram que 100% dos agricultores
enfrentam problemas com pragas e doenças, e as citadas foram pragas como a lagarta
(84%), mosca-branca (57%), formigas cortadeiras (31%) e gafanhotos (26%).
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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937
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 84
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
941
Umidade (%)
Foi determinada pelo método gravimétrico, utilizando-se uma estufa a temperatura
de 105±3 ºC, durante 24 h, conforme a Regra para Análises de Sementes - RAS (BRASIL,
2009).
942
Balança
210,943
rd
Esfericidade (%)
Determinada com auxílio de paquímetro digital e retroprojetor (Figura 4), seguindo
metodologia de Almeida et al. (2006) e Mohsenin (1986).
943
Porosidade (%)
Obteve-se conforme metodologia de Mohsenin (1970), utilizando-se fórmula
abaixo:
a
1
r
Em que:
Análise estatística
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e as médias
comparadas entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando o programa
estatístico ASSISTAT 7.7 (SILVA; AZEVEDO, 2016).
2021 Gepra Editora Barros et al.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados das análises das propriedades físicas dos grãos de feijão antes de
submetidos à secagem estão descritos na Tabela 1. Os grãos apresentaram alta umidade e
atividade de água em função do estádio em que foram adquiridos. Quando colhidos,
geralmente os grãos apresentam teor de água inadequado a um armazenamento seguro,
se fazendo necessária a secagem.
Segundo Dias et al. (2012), o teor de água acima de 15% pode acelerar a
deterioração dos grãos. Dependendo do genótipo e condições edafoclimáticas, a vagem
de feijão pode apresentar a formação de sementes de diferentes tamanhos, pesos e formas.
Em decorrência da alta umidade, os grãos tiveram seu volume aumentado, sua massa
específica real, aparente e a esfericidade. O inverso é observado para a porosidade.
À medida que os grãos foram submetidos ao aumento de temperatura de secagem,
a água livre foi sendo evaporada, logo, foram observadas reduções na umidade e atividade
de água dos grãos durante o processo de secagem (Figura 5).
cultivar BRS Guariba, nos quais os valores de comprimento, largura e espessura variaram
linearmente de 10,21 a 9,34 mm; 7,08 a 6,57 mm e 5,72 a 5,54 mm, respectivamente.
Quando o teor de água é removido dos grãos, os poros se fecham e com isso os
grãos têm seus volumes reduzidos e suas propriedades físicas alteradas. Uma vez que o
teor de água intersticial é removido e os espaços vazios se contraem reduzindo dessa
forma as suas dimensões. Assim, os grãos de feijão apresentaram diminuição dos seus
tamanhos, não sendo observadas diferenças significativas a partir da temperatura de 60
°C para o comprimento, largura e espessura.
A secagem de grãos de feijão é o processo mais utilizado para assegurar sua
qualidade e estabilidade, uma vez que as atividades biológicas e físico-químicas que
947
ocorrem durante o armazenamento, diminuem com a redução do teor de água, inibindo
também o crescimento de microrganismos e a possibilidade de proliferação de insetos e
pragas (JESUS et al., 2013).
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
LI, T.; LI, C.; TI, C; XU, F.; FANG, Z. Porosity of flowing rice layer: experiments and
numerical simulation. Biosystems engineering, v. 179, p. 1-12, 2019.
949
SILVA, F. A. S.; AZEVEDO, C. A. V. The Assistat Software Version 7.7 and its use in
the analysis of experimental data. African Journal Agricultural Research, v. 11, n. 39,
p. 3733-3740, 2016.
Capítulo 85
RESUMO
O bioma Caatinga representa um abundante patrimônio biológico, ocupando cerca de
11% do país. Contudo, apesar de sua riqueza e relevância, o bioma já perdeu 46% do seu
território, resultado do desmatamento indiscriminado na região. Frente a este cenário, os
estudos relacionados à composição florística e estrutura horizontal tornam-se
fundamentais ferramentas para uma gestão dos recursos florestais que priorize a
preservação, conservação e o manejo florestal adequado. Nessa perspectiva, o presente
levantamento bibliográfico objetivou reunir informações de cunho fitossociológico em
áreas de Caatinga com floresta secundária e/ou submetidas ao manejo florestal. Como
critério de inclusão para análise, foram consideradas produções científicas entre os anos
de 1990 a 2020. Os dados compilados foram referentes à diversidade, florística, estrutura
horizontal e estrutura diamétrica. Os resultados indicaram que a densidade e diversidade
de indivíduos, em diferentes tipologias na Caatinga, podem variar de valores baixos à
altos, como uma densidade de 1.924 até 5.043,8 ind ha-1, ou uma diversidade de 1,59 até
2,34 nats. ind-1. As famílias que se destacam em número, na estrutura demográfica da
vegetação, foram Fabaceae e Euphorbiaceae, sendo comum também à grande parte dos
levantamentos considerados neste estudo, evidenciando a relevância desses táxons à flora
do bioma Caatinga. Além disso, reforçou-se a necessidade de uma maior disseminação
de estudos fitossociológicos na Caatinga, a fim de contribuir no reconhecimento de sua
2021 Gepra Editora Barros et al.
INTRODUÇÃO 952
Com abundante patrimônio biológico e cultural, a Caatinga ocupa uma área de
912.529 km2 na região semiárida do Nordeste, equivalente a 10,7% do território brasileiro
(SILVA et al., 2017). Não obstante, apesar de sua riqueza e relevância, o bioma já perdeu
46% do seu território, resultado do desmatamento indiscriminado na região (BRASIL,
2020). Os efeitos antropogênicos sobre o bioma resultam, principalmente, da elevada
demanda por dendrocombustíveis na região (MEUNIER et al, 2018). Considerando os
aspectos da exploração extrativista na Caatinga, uma alternativa viável para o suprimento
dessa demanda é o Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS). Previsto na Lei
12.651, de 25 de maio de 2012, o PMFS deve contemplar técnicas de condução,
exploração, reposição florestal e manejo compatíveis com os variados ecossistemas que
a cobertura arbórea forme, previsto na (BRASIL, 2012).
Aliado ao sistema de exploração sustentável, alguns autores indicam a
necessidade de um programa de monitoramento, com medição de parcelas permanentes
antes da intervenção, identificação e etiquetagem da cepa de todos os indivíduos
(SCOLFORO, 1997). Esta proposta evidencia a importância de quantificar os impactos
causados pela exploração, identificar a dinâmica de regeneração natural do fragmento e,
desse modo, averiguar a perda de diversidade florística.
Os estudos relacionados à composição florística e estrutura horizontal constituem,
portanto, ferramentas fundamentais para uma gestão dos recursos florestais que priorize
a preservação, conservação e o manejo florestal adequado (WERNECK et al., 2000).
Nessa perspectiva, o presente levantamento bibliográfico objetivou reunir
informações de cunho fitossociológico em áreas de Caatinga com floresta secundária e/ou
submetidas a manejo florestal. Assim, foram compilados os dados referentes à
diversidade, florística, estrutura horizontal e estrutura diamétrica.
MATERIAL E MÉTODOS
Para obtenção dos dados desta revisão bibliográfica, realizou-se uma busca em
periódicos nacionais e internacionais, priorizando publicações reconhecidas na pesquisa
fitossociológica. Os acervos consultados foram: Web of Science, Scielo e Open Journal
System. Acerca do tema, foram consultados: livros, revistas científicas, artigos, notícias,
legislação pertinente, dissertações e teses. Utilizando-se as seguintes palavras-chave:
florística, estrutura, fitossociologia, Caatinga e Floresta Tropical Sazonalmente Seca
(FTSS).
2021 Gepra Editora Barros et al.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao todo, nesta revisão, foram analisados 17 estudos fitossociológicos em áreas de
Caatinga, distribuídos em 15 localidades e sete estados da região Nordeste, conforme
descrito na tabela 1. A fitofisionomia dos fragmentos variou de Caatinga arbustiva-
953
arbórea (FONSECA, 1991; PEREIRA et al., 2002; ALCOFORADO-FILHO et al., 2003;
SILVA, 2011; FERRAZ et al., 2013; PEREIRA JÚNIOR et al., 2012; HOLANDA et al.,
2015; LIMA et al., 2019; COSTA, 2020; SOUZA et al., 2020), Caatinga arbustivo-
arbórea aberta (AMORIM et al., 2005; SANTANA et al. 2016; RODAL et al., 2008;
SABINO et al., 2016), Caatinga arbustiva (LEMOS e RODAL, 2002), Caatinga arbustiva
densa (LIMA e COELHO, 2018) à Caatinga de floresta alta (LIMA e LIMA, 1998).
Florística arbóreo-arbustiva
Densidade e Dominância
Lima e Coelho (2018) estimaram uma densidade de 5.043,8 ind ha-1, desse
total, 93,2% eram de indivíduos vivos. Entre as espécies com maiores índices de
mortalidade estavam Senna trachyphus e Mimosa tenuiflora. Contudo, sabe-se que M.
tenuiflora é bastante explorada como insumo energético no Nordeste brasileiro. Com isso,
é possível levantar questões acerca do grau de conservação deste fragmento, o que
corrobora com os relatos dos moradores do entorno, sobre a ausência de exploração na
área nos últimos 70 anos. Além disso, o estado de conservação da área justificaria o alto
valor de densidade estimada por hectare. Em outros estudos, como em Rodal et al. (2008),
a densidade estimada foi de 2.172 ind ha-1 em área de Caatinga arbustivo-arbórea aberta. 955
Percebe-se que a densidade de indivíduos, em diferentes tipologias na Caatinga, é
bastante variável.
Analisando os dados de densidade absoluta dos estudos fitossociológicos
apresentados, nota-se uma correspondência aos dados de precipitação média anual das
respectivas localidades (Figura 1). Em que, áreas onde há maior pluviosidade, houve
densidade estimada de indivíduos por hectare mais alta. Ao passo que, áreas com regime
de chuvas mais baixo, como no estudo de Ferraz et al. (2013), a densidade mostrou-se
reduzida. Com exceção de Holanda et al. (2015), cuja área possui elevada precipitação
média anual, mas apresentou baixa densidade de indivíduos; provavelmente decorrente
da criação de ovinos e bovinos nesta área, conforme relatam os autores, que interferem
na regeneração natural das espécies – seja pela compactação do solo (pisoteamento) ou
pela herbivoria.
7000,00
800,00
6000,00
700,00
600,00 5000,00
500,00
ind./ha
4000,00
mm/ano
400,00
3000,00
300,00
2000,00
200,00
100,00 1000,00
0,00 0,00
Figura 28. Relação entre a precipitação média anual e a densidade absoluta dos levantamentos
fitossociológicos analisados.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Valor de Importância
No estudo de Lima e Coelho (2018), as espécies Croton blanchetianus,
Combretum leprosum, Pityrocarpa moniliformis, Piptadenia stipulacea, somaram 56,8%
do Valor de Importância (VI) de todas as espécies amostradas. Com relação às famílias,
destacaram-se: Fabaceae, Euphorbiaceae e Combretaceae, que juntas representaram
90,6% do VI total da área amostrada.
De semelhante modo, apesar de tratar-se de locais distintos, Ferraz et al.
(2013) estimaram índices de valor de importância superiores para espécies pertencentes
a família Fabaceae, Euphorbiaceae e Apocynaceae. Em contrapartida, Costa (2020)
calculou valores de importância mais altos para as espécies Cenostigma pyramidale e
Handroanthus impetiginosus, ao estudar a Floresta Nacional de Açú, em Assú, no Rio
Grande do Norte.
Os valores mais altos de importância, em Souza et al. (2020), foram para:
Croton blanchetianus (26,17%), seguida de Mimosa tenuiflora (18,05%), Cenostigma
pyramidale (14,90%), Mimosa ophthalmocentra (11,47%), Bauhinia forficata (11,40%),
e Aspidosperma pyrifolium (7,05%). Além disso, os autores destacam a riqueza, tanto em
número de espécies, quando em número de indivíduos, das famílias Fabaceae e
Euphorbiaceae.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Diâmetro e Altura
Acerca da estrutura diamétrica, Lima e Coelho (2018) identificaram que as espécies
Amburana cearensis, Aspidosperma pyrifolium, Mimosa caesalpiniifolia, Pityrocarpa
moniliformis e Handroanthus impetiginosus apresentaram diâmetros médios acima de 15
cm. A ocorrência de indivíduos com valores de Diâmetro a Altura do Peito (DAP) mais
altos, pode indicar o estado de conservação da área e uma baixa atividade de exploração
madeireira.
Ademais, 47,2% das espécies amostradas apresentaram indivíduos com
DAP máximo acima de 20 cm, entre elas: Mimosa caesalpiniifolia (78,6 cm), Pityrocarpa
moniliformis (56,3 cm), Amburana cearensis (40,4 cm), Handroanthus impetiginosus 957
(39,8 cm), Aspidosperma pyrifolium (31,2 cm) e Croton blanchetianus (34,5 cm) (LIMA;
COELHO, 2018). Enquanto Souza et al. (2020), obtiveram os maiores diâmetros em
indivíduos de Cenostigma pyramidale, em que, integravam 88% dos indivíduos presentes
nas duas classes diamétricas superiores.
Em relação às classes de altura, Lima e Coelho (2018) registraram alturas
máximas para indivíduos de Pityrocarpa moniliformis, Amburana cearensis,
Anadenanthera colubrina e Poincianella bracteosa, que variaram de 13 a 16 m. Contudo,
a distribuição de frequência das alturas indicou concentração de 42,1% dos indivíduos
arbóreos entre 5,0 a 6,9 m. Costa (2020), em seu levantamento de 2015 na FLONA de
Açú, revelou que os estratos arbustivo e arbóreo variaram de 2,0 a 11,0 m de altura, com
média de 4,41 m. Já no levantamento de 2019, os indivíduos variaram, em altura, entre
1,70 e 14 m, com média de 4,74 m. Na Estação Ecológica do Seridó, a altura média
registrada por Amorim et al. (2005) foi de 3,4 m, sendo a maior altura encontrada em um
indivíduo de Aspidosperma pyrifolium (9,5 m).
Souza et al. (2020) destacaram Mimosa tenuiflora por apresentar as alturas
mais elevadas em seu estudo, integrando 50,92% do total de indivíduos presentes na
classe de altura superior (H ≥ 4,34). Constataram, ainda, uma alta ocorrência de árvores
na segunda classe de altura, entre 2,54 e 4,34 m.
Diversidade
A diversidade, ou seja, a variedade de espécies amostradas em determinada
comunidade, pode ser subdividida em: riqueza e equabilidade. A riqueza de um fragmento
florestal está associada ao número de espécies que compõe a flora da área. Por outro lado,
a uniformidade refere-se à distribuição de indivíduos entre as espécies ocorrentes (MATA
NATIVA, 2016).
Entre os parâmetros de diversidade, estão o índice de Shannon (H’) e o valor
da equabilidade de Pielou (J’). Para Lima e Coelho (2018), esses parâmetros foram,
respectivamente, 1,59 nats ind-1 e 0,53, considerados baixos em comparação a outras
formações florestais. Altos valores de H’, indicam alta diversidade florística da população
em foco (MATA NATIVA, 2016).
Conforme citado por Costa (2020), a diversidade florística estimada na
FLONA de Açú, representada pelos índices de diversidade H’ para 2015 e 2019, foram:
2,19 nats ind-1 e 2,34 nats ind-1, respectivamente. Este acréscimo calculado por Costa
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÕES
Há uma elevada variação nos valores de densidade e diversidade de indivíduos
nas diferentes tipologias da Caatinga. Esse gradiente estrutural e florístico, além do
caráter inerente à vegetação, pode estar associado aos processos antropogênicos sobre o
bioma.
As famílias que se destacaram na estrutura demográfica da vegetação foram
Euphorbiaceae e Fabaceae, sendo comum à grande parte dos levantamentos considerados
neste estudo, evidenciando a relevância desses táxons à flora do bioma Caatinga.
A influência do gradiente de precipitação sobre a densidade absoluta dos
indivíduos em fragmentos de Caatinga é abordada em muitos estudos; e configura uma
perspectiva relevante em levantamentos de fitossociologia. Outro aspecto pertinente nesta
relação é a profundidade dos solos na região do bioma e a sua capacidade de retenção de
água.
Faz-se necessário uma maior disseminação de estudos fitossociológicos na
Caatinga, a fim de contribuir no reconhecimento de sua riqueza e variedade, além de
auxiliar na conservação adequada dos recursos florestais do bioma. Além de estudos que
fomentem o conhecimento genético e de tolerância das espécies ao manejo de corte raso,
atualmente permitido e amplamente utilizado na Caatinga.
REFERÊNCIAS
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fitossociológico em área de Caatinga no Monumento Natural Grota do Angico, Sergipe,
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em remanescentes de Caatinga com diferentes históricos de perturbação em Cajazeirinhas
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KARVONEN, J.; HALDER, P.; KANGAS, J. LESKINEN, P. Indicators and tools for
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2017. DOI: https://doi.org/10.1186/s40663-017-0089-8.
LIMA, J.R.; SILVA, R.G. da; TOMÉ, M.P.; SOUSA NETO, E.P. de; BRANCO, M.S.D.;
MORO, M.F. Fitossociologia dos componentes lenhoso e herbáceo em uma área de
caatinga no Cariri Paraibano, PB, Brasil. Hoehnea v.46, n.3, 2019. DOI:
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LIMA, P.C.F.; LIMA, J.L.S. de. Composição florística e fitossociologia de uma área de
Caatinga em contendas do Sincorá, Bahia, microrregião homogênea da Chapada
Diamantina. Acta Botanica Brasilica, v. 12, n. 3, p. 441-450, 1998. DOI:
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LIRA, O.C. 1979. Continuum vegetacional nos Cariris Velhos, Paraíba. Universidade
Federal de Pernambuco. Dissertação de Mestrado. Recife.
SOUZA, M.R. de; FERREIRA, M.B.; SOUSA, G.G. de; ALVES, A.R.; HOLANDA,
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fragmento florestal de Caatinga em Serra do Mel, Rio Grande do Norte, Brasil. Nativa,
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WERNECK, M.S.; PEDRALLI, G.; KOENIG, R.; GISEKE, L.F. Florística e estrutura
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MG. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, SP, v.23, n.1, p.97-106, 2000. DOI:
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-84042000000100011.
962
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 86
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
A medida de efeito dos estudos (D), foi obtida a partir da diferença entre a
produtividade obtida de cultivos irrigados (PI) de palma forrageira e a produtividade
obtida de cultivos de sequeiro (PS) de palma forrageira, conforme modelo descrito por
Tupich et al. (2017): D = (PI - PS). A variabilidade dos dados inseridos na meta-análise
foi estimada pelo erro padrão, conforme descrito por Tupich et al. (2017). Para tanto, foi
calculado o desvio padrão (σ), a partir do coeficiente de variação (CV) apresentado em
cada estudo, utilizando-se como base, as médias de produtividade dos cultivos irrigados
(PI) e as médias de produtividade dos cultivos de sequeiro (PS), utilizando o modelo:
σ=((PI+PS)/2*CV)/100. Para cada entrada de dado, obteve-se o número de repetições do
experimento (n) para fim de estimar seu respectivo erro padrão (S), utilizando-se do
965
modelo: S=σ/√n.
A estimativa da variabilidade entre os estudos (τ2) foi feita pelo método descrito
por DerSimonian e Laird (1986) e o cálculo da ponderação de cada estudo foi feito
utilizando-se o método do inverso da variância. Devido à elevada heterogeneidade, foi
utilizado o modelo de efeitos aleatórios (SANTOS; CUNHA, 2013). A meta-análise foi
conduzida no software R, utilizando-se do pacote para procedimento meta-analítico
“metafor” (VIECHTBAUER, 2010; R CORE TEAM, 2017).
Para utilização do modelo de efeitos aleatórios, constatou-se a partir do teste de
normalidade que o conjunto de estudos tem distribuição normal com o efeito médio (μ) e
variância do efeito (τ²) representado pela notação θᵢ ~ N (μ, τ²), conforme descrito por
Tupich et al. (2017). Assim, o modelo utilizou como fontes causadoras de efeito a
variação dentro do estudo (within-study) e entre os experimentos (between-study),
conforme descrição a saber:Yj = μ + ξj + εj, em que Yj representa o efeito observado no
estudo j, μ é o efeito comum a todos os estudos, ou a medida sumarizada ou medida meta-
analítica, Ɛj corresponde ao erro aleatório do estudo j e ξj é a variação nos efeitos
verdadeiros. Para obter a estimativa global e minimizar a variância, calculou-se a média
ponderada, em que o peso atribuído a cada entrada foi dado pelo inverso de sua variância,
a partir da variância dentro do estudo e entre estudos.
A heterogeneidade da estimativa global foi obtida a partir dos índices H2 e I2
propostos por Higgins e Thompson (2002). A respeito destes índices, Tupich et al. (2017)
reportam que, o I2 fornece a porcentagem total de variância que é devida à
heterogeneidade entre estudos, enquanto que o H2 faz uma relação entre o tamanho do
intervalo de confiança e a estimativa da medida de efeito. Estes pesquisadores destacam
que H2 maior que dois indica que a variação entre estudos possui influência substancial
no efeito global.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi encontrado um total de 2.583 referências, das quais 1.204 no Scholar Google
(BD1), 9 no Scopus (BD2), 8 na Science Direct (BD3), 772 na Springer Link (BD4), 450
na Wiley Online Library (BD5) e 140 no Banco de Teses e Dissertações da CAPES (BD6).
O total de referências foi submetido a análise inicial para verificação da pertinência ao
objetivo do estudo, sendo 2.558 referências excluídas, restando 25 referências as quais
2021 Gepra Editora Barros et al.
passaram por revisão sistemática sendo excluídas 20 referências por não atenderem aos
critérios de inclusão, restando cinco referências de onde foram extraídos dados de entrada
para realização da meta-análise (Figura 1).
Figura 29. Diagrama de fluxo do processo de seleção de referências para revisão sistemática e obtenção
de dados para meta-análise.
966
Estes resultados indicam que a base de dados Scholar Google (BD1) possui elevado
número de referências relacionadas às strings de busca, tanto em inglês como em
português, possivelmente por recuperar referências contidas nos outros bancos de dados
(FERRAZ et al., 2017). Estes pesquisadores reportam que, para maior eficiência de busca
nas bases de dados utilizadas nesta pesquisa, recomenda-se a utilização das strings de
busca em inglês.
Nas bases de dados historicamente consolidadas, como BD2= Scopus, BD3= Science
Direct, BD4= Springer Link, BD5= Wiley Online Library, o processo para indexação é
rigoroso (MUGNAINI; STREHL, 2008), justificando menor número de referências
encontradas nestas bases em relação ao Scholar Google. Isto ocorre devido ao fato de o
Scholar Google incluir diversos tipos de materiais acadêmicos (NORUZI, 2005).
Ressalte-se que a cobertura do Scholar Google não abrange todo o conteúdo pertinente,
ratificando a busca em bases consagradas (GIUSTINI; BARSKY, 2005).
Os critérios de inclusão de referências na meta-análise são primordiais para garantia
da qualidade conclusiva do estudo, de modo que estes critérios devem ser descritos
detalhadamente (MCDONAGH et al., 2013). No entanto, critérios bem elaborados
reduzem o número de entradas de dados para a estimativa meta-analítica (MELINE, 2006;
COGO et al., 2017). Nesta pesquisa, do total de 2.583 referências, apenas cinco atenderam
aos critérios, garantindo a qualidade da meta-análise quanto à pertinência dos estudos
para comprovação da hipótese testada.
Com base no teste de Kolmogorov-Smirnov (K-S), para análise da normalidade dos
dados, obteve-se estatística D de 0,23 (P>0,05) para todas as entradas de dados (T-E) de
2021 Gepra Editora Barros et al.
palma irrigada e D de 0,21 (P>0,05) para dados de palma sob cultivo de sequeiro. Há,
portanto, forte evidência de que os dados das duas populações de palma forrageira seguem
distribuição normal, atendendo às suposições para uso de estimativa meta-analítica. Os
dados de palma irrigada e de sequeiro não foram normalmente distribuídos pelo teste de
Shapiro-Wilk.
Tabela 14. Testes de normalidade de Shapiro-Wilk (S-W) e Kolmogorov-Smirnov (K-S) para dados de
produtividade de palma irrigada e de sequeiro.
Palma irrigada Palma de sequeiro
Dados S-W K-S S-W K-S
W P D P W P D P 967
T-E 0,84 3E-4 0,23 0,07 0,89 5E-3 0,21 0,11
W: Estatística do teste de Shapiro-Wilk, D: estatística do teste de Kolmogorov-Smirnov, P:
probabilidade de significância dos testes, T-E: todas as entradas.
Fonte: Elaboração dos autores.
Figura 30. Forest plot da distribuição de diferenças de produtividade de palma forrageira irrigada
comparada à cultivada em condições de sequeiro. LI: limite inferior, LS: limite superior, D: diferença de
produtividade, MD: média das diferenças, (): tamanho do efeito e (): estimativa meta-analítica.
968
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ARAÚJO JÚNIOR, G. N.; SILVA, T. G. F.; SOUZA, L. S. B.; SOUZA, M. S.; ARAÚJO,
G. G. L.; MOURA, M. S. B.; SANTOS, J. P. A. S.; JARDIM, A. M. R. F.; ALVES, C.
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Capítulo 87
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Capítulo 88
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1. Resumo das análises de variância para efeito de pré-condicionamento de sementes com
nanopartículas de silício e estresse hídrico durante a rizogênese de plântulas de Moringa oleifera.
Quadrados Médios
Fonte de variação GL
DRA MFR MSR TAR DER
Pré-condicionamento de sementes (PCS) 1 0,067** 0,003** 2,5E-7ns 13,690** 0,002ns
2021 Gepra Editora Barros et al.
Figura 1. Diâmetro da raiz de plântulas de Moringa oleifera em função da interação entre pré-
condicionamento de sementes com nanopartículas de silício e estresse hídrico durante a rizogênese.
H2O NPsSi
4
aA aA aA
Diâmetro da raiz (mm)
3 bA
0
0 -0,8
Potencial hídrico - Ѱw (MPa)
Fonte: Elaboração dos autores.
Figura 2. Matéria fresca da raiz de plântulas de Moringa oleifera em função do estresse hídrico (A) e pré-
condicionamento de sementes com nanopartículas de silício durante a rizogênese (B).
A) B)
0,3 0,3
a
Mtaéria fresca da raiz (g)
0,1 0,1
0,0 0,0
0 -0,8 H2O NPsSi
Potencial hídrico - Ѱw (MPa) Pré-condicionamento de sementes
Fonte: Elaboração dos autores.
Figura 3. Matéria seca das raízes (A) e densidade de raízes (B) de plântulas de Moringa oleifera em
função do estresse hídrico durante a rizogênese.
A) B)
0,03 2,5
a
Densidade de raiz (g dm-3)
2,0
Mtaéria seca da raiz (g)
a b
0,02
b 1,5
1,0
0,01
0,5
0,00 0,0
0 -0,8 0 -0,8
Potencial hídrico - Ѱw (MPa) Potencial hídrico - Ѱw (MPa)
Fonte: Elaboração dos autores.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Verificou-se que o estresse hídrico reduziu o teor de água nas raízes de 90,89%
obtido no controle para 86,50% obtido nas plântulas estressadas (Figura 4A). Houve
redução no teor de água nas raízes de plântulas geradas a partir de sementes submetidas
ao pré-condicionamento de sementes com NPsSi (87,79%) em relação àquelas oriundas
de sementes controle (89,63%), com diferença percentual absoluta de 1,85% (Figura 4B).
Figura 4. Teor de água na raiz de plântulas de Moringa oleifera em função do estresse hídrico (A) e pré-
condicionamento de sementes com nanopartículas de silício durante a rizogênese (B).
A) B)
120 120
994
100 a 100 a
Teor de água na raiz (%)
b b
60 60
40 40
20 20
0 0
0 -0,8 H2O NPsSi
Ѱw - Potencial hídrico (MPa) Pré-condicionamento de sementes
Fonte: Elaboração dos autores.
Figura 5. Correlações entre diâmetro da raiz principal (DRA), matéria fresca das raízes (MFR), matéria
seca das raízes (MSR), teor de água nas raízes (TAR) e densidade de raízes (DER) de plântulas de
Moringa oleifera em função do estresse hídrico e pré-condicionamento de sementes com nanopartículas
de silício.
DRA
MFR
995
r = 0,83 r = 0,98 r = 0,83
p = 0,00 p = 0,00 p = 0,00
MSR
r = 0,73 r = 1,00
p = 0,00 p = 0,00
TAR
r = 0,73
p = 0,00
DER
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 89
RESUMO
Nas últimas décadas grandes avanços foram realizados na área de reprodução animal,
utilizando técnicas como a inseminação artificial, fertilização in vitro e injeção
intracitoplasmática de espermatozoide, afim de aumentar a quantidade e a produtividade
dos rebanhos de gado para fins comerciais e de pesquisa, sendo assim, diversas técnicas
tem sido estudadas para tal finalidade, dentre elas os sistemas de co-cultivo tem-se
mostrado eficientes em aumentar a produção e o desenvolvimento embrionário inicial de
embriões da espécie bovina e reduzir os níveis de espécies reativas de oxigênio (EROs).
Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo mostrar os diversos benefícios desta
técnica, assim como o seu impacto na produção in vitro (PIV) de embriões. Para isso, a
presente revisão de literatura foi realizada utilizando a base de dados PubMed, foram
selecionados artigos majoritariamente dos últimos cinco anos em língua inglesa, tendo
como objeto de estudo a espécie bovina. Conclui-se, que a técnica de co-cultivo tem
efeitos benéficos na PIV, no entanto, se faz necessário a realização de novos estudos na
área, afim de elucidar os mecanismos pelos quais estas células co-cultivadas exercem os
seus efeitos.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Esta é uma revisão narrativa baseada em uma avaliação rigorosa dos principais
resultados do potencial do co-cultivo na melhora da produção in vitro de embriões.
Partindo de uma questão norteadora: "Os benefícios do sistema de co-cultivo na produção
in vitro de embriões". Foram então criados os seguintes critérios de inclusão: artigos em
língua inglesa utilizando como objeto de estudo a espécie bovina, na qual, abordavam a
temática sugerida, majoritariamente dos últimos cinco anos e de exclusão: após avaliação
foram descartados artigos com data de publicação inferior a cinco anos, com outras
espécies que não a bovina, assim como artigos em outras línguas que não a inglesa.
2021 Gepra Editora Barros et al.
1000
Figura 01. Processo de seleção dos artigos utilizados na revisão. Para seleção dos artigos utilizados neste
estudo seguimos os seguintes passos: (01) Artigos identificados por meio dos bancos de dados PubMed
Central (298), Seleção de artigos em inglês que trabalharam com a espécie bovina utilizando a técnica de
co-cultivo nos últimos 5 anos (11), Retirada de artigos com base nos critérios de exclusão definidos (3),
Seleção de artigos com base nos critérios de inclusão definidos e por fim na Seleção final dos artigos que
foram incluídos nesta revisão (5).
REVISÃO DE LITERATURA
TECNOLOGIAS DA REPRODUÇÃO
et al., 2016). Atualmente, a PIV é utilizada em grande escala, e tem grande relevância
comercial (MOULAVI et al., 2006).
Em mamíferos, uma das etapas mais críticas para um processo de gestação é o
desenvolvimento inicial do embrião (CARVALHO et al., 2017). Desde o nascimento do
primeiro bezerro derivado de FIV, um progresso considerável foi feito no
desenvolvimento de técnicas de PIV, no entanto, as taxas de sucesso em termos de
produção de blastocisto (30-40%) ainda permanecem abaixo das taxas de produção in
vivo, além da qualidade embrionária que é menor na produção in vitro, o que pode afetar
diretamente na implantação e viabilidade do embrião (MOULAVI et al., 2006).
Especialmente em bovinos, se observa a uma grande perda de embriões o que
acarreta baixas taxas de prenhez, essa característica se apresenta de forma ainda maior
em vacas leiteiras de alta produção (CARVALHO et al., 2017). Diversos fatores podem 1001
afetar diretamente no sucesso da PIV, desde a qualidade do oócito, composição do meio
de cultivo ou a exposição à EROs. Embora algumas secreções do oviduto sejam
reconhecidas como quimiocinas, citocinas, fatores de crescimento e reguladores de
apoptose, pouco se sabe sobre os fatores cruciais para o desenvolvimento inicial do
embrião (CARVALHO et al., 2017), mas sabe-se que na produção in vivo de embriões
são necessários baixos níveis de EROs para uma regulação adequada da função e
desenvolvimento dos gametas, porém in vitro a exposição às EROs, principalmente em
condições de cultura atmosférica, induz a uma baixa qualidade e pior viabilidade
embrionária (TRUONG; GARDNER, 2017). Fato este corroborado por Elomda et al.
(2018), que observaram baixo índice de desenvolvimento embrionário quando o cultivo
era exposto aos radicais livres.
causados pelas EROs, visto que podem secretar substâncias que agem paracrinamente
protegendo contra o estresse oxidativo e gerando um efeito embriotrófico (SÖKMEN et
al., 2004; MARURI et al., 2018).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 90
RESUMO
INTRODUÇÃO
Os sucos de frutas são consumidos e apreciados em todo mundo, não só pelo seu
sabor, mas também por serem fontes naturais de nutrientes (CARDOSO et al., 2015). O
2021 Gepra Editora Barros et al.
MATERIAL E MÉTODOS
1009
As frutas foram lavadas com água clorada (10 ppm). A extração dos sucos foi
realizada com o auxílio do equipamento Walita Pure Essentials Collection Centrifuga
Juicer. Para elaboração dos blends, adicionou-se 20, 40 e 60% de polpa de acerola em
relação à polpa de cajá (m/m), aplicando-se a suficiente agitação até completa
homogeneização da mistura. Em todas as formulações foram adicionados 10% de
maltodextrina DE 20 (em relação à massa de cajá e acerola), procedendo-se
homogeneização em liquidificador Oster Osterizer Clássico até completa dissolução do
aditivo.
Os blends formulados foram acondicionados em formas plásticas e congelados em
freezer a -18 °C pelo contato direto das amostras com o ar refrigerado, por um período de
24 h. As amostras congeladas foram colocadas nas bandejas do equipamento e
desidratadas na temperatura de -40°C por 48 h. A desidratação foi realizada em
liofilizador de bancada da marca Christ, modelo ALPHA 1-2 LDplus. Após o tempo de
liofilização, os blends foram desintegrados com uso de almofariz e pistilo, em seguida
armazenadas em embalagem laminada, com o objetivo de protegê-los da luz e umidade.
Análise experimental
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas Tabelas de 1 a 3 estão apresentados os resultados das análises químicas e físicas 1010
dos blends de cajá e acerola obtidos pelo processo de liofilização. Nota-se na Tabela 1
que o teor de água aumentou à medida que se adicionava polpa de acerola porém não
diferiu significativamente (p<0,05), o que pode estar relacionado a diferenças nos
conteúdos de teor de água das polpas utilizadas. Na literatura pode-se encontrar valores
médios de teor de água para polpa de cajá de 86% (SILVA et al., 2018) e para polpa de
acerola 95% (LEMOS et al., 2019).
Em relação ao produto em pó, todos os conteúdos de teor de água apresentaram-se
inferiores a 5% estando em conformidade com a legislação brasileira que estabelece valor
máximo de 25% de umidade para produtos de frutas secos ou desidratados (BRASIL,
2005). Valor de teor de água superior (11,54%) foi reportado por Silva et al. (2018) ao
avaliarem a polpa de cajá liofilizada com 10% de maltodextrina, no entanto Ferreira et al.
(2014) encontrou valores inferiores (2,51%) ao encontrado nessa pesquisa, em seu estudo
realizado com a polpa de cajá em pó obtida pelo método de secagem em leito de jorro.
Os sólidos totais não diminuíram significativamente (p<0,05) em decorrência da
adição de polpa de acerola, apresentando comportamento inverso do teor de água, com
teores variando de 95,066 a 95,060%. Comportamento semelhante foi observado por
Santos et al. (2015) em pesquisa com blends de polpas liofilizadas, com resultados médios
de 95,00%. A atividade de água (aw) mostrou-se diretamente relacionada com o teor de
água, aumentando significativamente (p<0,05) a medida que o conteúdo de água elevava-
se. Verificou-se aw oscilando entre 0,121 e 0,152, indicando estabilidade microbiológica
do produto, uma vez que não há dissolução de constituintes nutricionais das amostras pela
água. Resultados superiores foram evidenciados por Silva et al. (2018) e Lemos et al.
(2019) respectivamente em polpas de cajá com 10% de maltodextrina (0,35) e polpa de
acerola (0,98) liofilizadas.
Tabela 1. Resultado das análises de teor de água, sólidos totais e atividade de água dos blends de cajá e
acerola obtidos por liofilização.
Blend Teor de água (%) Sólidos totais (%) Atividade de água
F1, F2, F3 – Blends de cajá em pó respectivamente com 20, 40 e 60% de polpa de acerola; DMS – Diferença mínima
significativa; **significativo respectivamente a 1% de probabilidade pelo teste F; Médias seguidas da mesma letra, na
coluna, não diferem estaticamente a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.
Analisando a Tabela 2, tem-se que a acidez total titulável (ATT) variou de 7,19 a
6,99%, com redução significativa (p<0,05) a medida que se adicionava polpa de acerola
aos blends. Em todas as formulações a ATT permaneceu elevada, superior a 2,0%, o que
garante o sabor ácido característico das frutas quando os blends em pó forem
reconstituídos ou utilizados como suplementos alimentares (OLIVEIRA et al., 2014). Ao
liofilizarem polpa de cajá com 10% de maltodextrina, Silva et al. (2018) evidenciaram
ATT semelhante, de 7,17%.
1011
Os sólidos solúveis totais (SST) apresentaram um acréscimo à medida que se
aumentou a concentração da polpa de acerola (Tabela 2), sendo constatado uma variação
de 50 a 65°Brix, provavelmente devido a diferenças nos conteúdos de SST das polpas
utilizadas. Todas as amostras apresentaram elevados conteúdos de SST, fato
compreendido uma vez que a redução de água em produtos desidratados promove a
concentração de açúcares e ácidos orgânicos que, por sua vez, favorecem para a elevação
desse parâmetro. Entretanto, Oliveira et al. (2014) observou resultados de SST superiores
em polpas liofilizadas de cajá, com 78 °Brix, de acordo com Chitarra e Chitarra (2005
apud Ferreira et al., 2014) o teor de sólidos solúveis (SS) é utilizado como uma medida
indireta do teor de açucares presentes no alimento, ocorrendo um aumento à medida que
há acúmulo de açucares na fruta.
Houve acréscimo significativo (p<0,05) da relação SST/ATT a medida que se
adicionava polpa de acerola aos blends (Tabela 2). Isso atesta que a adição da acerola
promove elevação do sabor doce na mistura, sendo necessários testes sensoriais para se
diagnosticar o impacto da alteração da relação SST/ATT na preferência de consumidores.
Segundo Gadelha (2016) a relação SS/AT indica o grau de doçura de um fruto ou de seu
produto, evidenciando qual o sabor predominante, doce ou ácido, ou ainda se há equilíbrio
entre eles. Alves (2016) ao estudar o processamento e estabilidade em blends de frutas
encontraram relação SST/ATT de 6,99, estando está inferior ao encontrado neste trabalho,
porém, deve-se considerar que as características físico-químicas de produtos agrícolas
são muito varáveis e dependentes das condições climáticas, tratos culturas, tipo de solo
cultivado, dentre outros fatores.
Observou-se uma ligeira redução (p<0,05) nos valores de pH com a adição da polpa
de acerola às formulações, todavia as amostras permaneceram com valores inferiores a
4,01. Logo, os blends em pó foram classificados como muito ácidos (FRANCO &
LANDGRAF, 2005), com desenvolvimento microbiano restrito quase que
exclusivamente a bolores e leveduras, caso as condições de aw permitissem. Resultados
de pH inferiores a 4,0 também foram reportados em outros trabalhos com polpas
liofilizadas, como cajá (OLIVEIRA et al., 2014) e acerola (LEMOS et al., 2019).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Tabela 2. Resultado das análises da acidez total titulável (ATT), sólidos solúveis totais (SST), relação
SST/ATT e pH dos blends de cajá e acerola obtidos por liofilização.
Acidez total Sólidos solúveis Relação
Blend titulável (ATT) totais (SST) SST/ATT pH
F1 7,19000 a 50,00000 c 6,95333 c 4,00333 a
F2 7,05667 b 60,00000 b 8,50000 b 3,91667 b
F3 6,99000 c 65,00000 a 9,29667 a 3,70333 c
DMS 0,0487 7,3766 1,05534 0,06306
Teste F 82,35 ** 20,19 ** 24,01** 112,91 **
F1, F2, F3 – Blends de cajá em pó respectivamente com 20, 40 e 60% de polpa de acerola; DMS – Diferença mínima
significativa; **significativo respectivamente a 1% de probabilidade pelo teste F; Médias seguidas da mesma letra, na 1012
coluna, não diferem estaticamente a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.
F1, F2, F3 – Blends de cajá em pó respectivamente com 20, 40 e 60% de polpa de acerola; DMS – Diferença mínima
significativa; **significativo respectivamente a 1% de probabilidade pelo teste F; Médias seguidas da mesma letra, na
coluna, não diferem estaticamente a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
MAMEDE, O. E. M.; KALSCHNE, L. D.; SANTOS, P.C. A.; BENASSI, T.M.; Cajá-
flavored drinks: a proposal for mixed flavor beverages and a study of the consumer
profile. Food Science and Technology (Campinas), v. 35, n. 1, p. 143-149, 2015.
Capítulo 91
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a primeira turma (manhã) buscou-se avaliar a visão das crianças sobre o meio
ambiente, os impactos e as possíveis ideias para se trabalhar o tema na visão infantil.
O questionário foi aplicado a 50 alunos com faixa etária de 6 a 15 anos, foi composto de
10 questões fechadas (objetivas) e 2 questões abertas (subjetivas), totalizando 12 questões. As
questões foram elaboradas de forma simples, tendo a ideia de que a maioria dos entrevistados
eram crianças, mas foi capaz de observar o que elas sabiam sobre a educação ambiental e o que
elas imaginam sobre o mundo que as cerca, bem como identificar a forma como poderia melhor
às atividades sobre o tema.
Do total de 50 alunos entrevistados 58% eram do sexo masculino e 42% eram do sexo
feminino, destes 35% tinham entre 6 a 9 anos de idade, a maioria, 45% estavam na faixa etária de
10 a 12 anos e o restante 20% entre 13 e 15 anos. A primeira pergunta do questionário para essa
turma foi se eles já tinham estudado ou estudavam na atualidade a temática ambiental, com a
intenção de verificar quantos daquela turma conheciam o tema, o resultados segue apresentado
no (Figura 1).
Quando foi pedido aos alunos para eles explicarem a importância do estudo do meio
ambiente o resultado foi o seguinte: quase que 100%, ou seja, 96,4% disseram que SIM é
importante estudar o meio ambiente e outros 4,6% afirmaram que não tem importância nenhuma
o estudo do ambiente nas escolas.
Foi solicitado às crianças que destacassem alguns problemas ambientais que eram
observados no seu contexto de social, desde sua casa até mesmo na escola e com as respostas das
crianças. Para uma melhor análise e interpretação os dados são representados na Tabela 1.
Observou-se que pela maioria das crianças (17) o maior problema ambiental observado
em seu dia a dia estar nos resíduos sólidos jogados na rua o LIXO, e o segundo maior é a poluição
do rio, isto se explica pelo fato de ter um rio que corta a cidade que antes era usado para tomar
banho e hoje não é tão utilizado por estar sujo e 10 crianças ainda notaram o desperdício de água
e energia em suas casas e na escola.
Na segunda turma (tarde) visou-se investigar o que eles já tinham estudado sobre temas
como: o ecossistema e os recursos naturais até os dias de hoje; o desenvolvimento sustentável,
efeito estufa, agroecologia, chuva ácida, causas da desertificação, poluição ambiental e a falta de
água.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Tabela 1. Principais problemas ambientais observados pelas crianças em seu contexto social.
1020
Nota-se que a maioria saberia definir, com suas palavras o termo Educação ambiental,
com um percentual de 63% os alunos disseram SIM a primeira pergunta do questionário, o
restante 37% afirmaram não saber definir a EA, não lembrar o conceito ou não entendiam sobre
2021 Gepra Editora Barros et al.
o assunto.
Foi questionado sobre alguns conhecimentos da área ambiental de relevante importância
na atualidade e que são fatos do dia a dia de cada um e o resultado foi: quanto ao assunto:
ecossistema e os recursos naturais observou-se que os adolescentes estavam atualizados,
demonstrando de forma subjetiva um prévio conhecimento sobre o tema e a importância deste ser
trabalho no cotidiano escolar, em relação ao tema o desenvolvimento sustentável e agroecologia,
houve certa dificuldade de argumentação, mas a maioria mostrou-se ter pelo menos uma ideia do
conteúdo citaram até alguns exemplos como a produção orgânica e o uso de agroquímicos, já
quanto ao efeito estufa, a grande maioria não conseguiu responder, deixando em branco o espaço
para a resposta.
Um dos questionamentos que foi feito aos educadores foi quanto a realização de 1021
atividades dentro da escola, a pergunta foi: “A escola (o programa SCFV) desenvolve alguma
atividade na área ou mesmo sobre a educação ambiental?” e em seguida foi questionado “Qual
(is)” para que pudessem descrever alguma, em caso de desenvolver, como a resposta foi sim pela
maioria 85% dos entrevistados, desenvolveu-se com as respostas subjetivas A Figura 3.
As respostas para a pergunta acima foram as seguintes, das atividades que o Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos em Pombal realiza 55% destas atividades com o tema
ambiental são com o Artesanato com produtos recicláveis como garrafa pet, anéis de latas em
geral, uso de papeis, jornais e revistas, pneus etc. 15% das atividades estão relacionadas com o
incentivo à coleta seletiva na escola, para utilização dos materiais recicláveis, e o restante das
atividades são abordadas nas participações em eventos correlacionados e aulas de campo.
Segundo Querino e Pereira (2016) no Brasil a educação ambiental assume uma
perspectiva mais abrangente, não restringindo seu olhar à proteção e uso sustentável de recursos
naturais, mas incorporando fortemente a proposta de construção de sociedades sustentáveis.
Quando foi perguntado se a escola do SCFV tinha projetos com arborização, hortas
agroecológicas, ou outros espaços e atividades que envolvem a prática agrícola sustentável a
resposta foi de 100% dos entrevistados que “NÃO”, não há nenhum espaço dos citados que
trabalhe a temática ambiental com os estudantes, a não ser nas aulas de campo, mesmo assim o
tema é tratado de forma superficial.
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Aulas de Campo Eventos Iniciação à Coleta Artesanato com
correlacionados a Seletiva reciclagem
EA
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Esta primeira parte da pesquisa analisou o que os professores do SCFV fazem para tratar
o assunto na escola e os meios que são utilizados e como é utilizado para trabalharem, pelo menos
o mínimo que é preciso o eixo ambiental com os alunos. Por outro lado, tais projetos enfrentam
diversos obstáculos que vão desde a valorização profissional, falta de conhecimento de conceitos
teóricos e práticos sobre educação ambiental (BARBOSA et. al., 2015).
Observou-se que a limitação para os professores, monitores, colaboradores e para o
próprio coordenador trabalhar o tema é a limitação de conhecimento dos próprios, sobre o assunto.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
Capítulo 92
RESUMO
INTRODUÇÃO
A pinheira (Annona squamosa L.), conhecida como fruta do conde ou ata, consiste
em uma frutífera altamente adaptada as condições climáticas da região nordeste, a que a
torna uma alternativa viável para pequenos e médios produtos do semiárido, pois
apresenta elevado valor comercial devido a alta aceitação de seus frutos para o consumo
in natura ou processos industriais, para a produção de doces, geleias e sucos (LEONEL
et al., 2015; SÁ et al., 2021).
No entanto, essa região apresenta complexos casos de escassez hídrica, provocada
pela baixa pluviosidade e alta evaporação, o que tem levado a limitações do aporte hídrico
e a disponibilidade de águas de boa qualidade. Fato que tem provocado a utilização de 1025
águas de baixa qualidade para a irrigação, dentre estas, a utilização de águas fortemente
salinas, a qual tende a provocar perturbações as funções fisiológicas e bioquímicas das
plantas, restringindo a absorção de água e nutrientes, e por ventura ocasionando acúmulo
de elementos tóxicos em seu interior, o que reduz o desenvolvimento do vegetal
(SAFDAR et al., 2019; PARVEZ et al., 2020). Em frutíferas, os efeitos do estresse salino
têm se mostrado mais severo em fases iniciais de crescimento das plantas (SOUZA et al.,
2017; FATIMA et al., 2019). O que tem levado a perdas de produção pela baixa qualidade
de mudas quando submetidas ao estresse por sais.
Como alternativa, pesquisas vem mostrando os efeitos benéficos da adubação
nitrogenada na atenuação do estresse salino (MELO et al., 2018; BEZERRA et al., 2019).
Fato que está relacionado a função desse nutriente na planta, que vai desde estrutural,
fazendo parte dos compostos orgânicos, até a formação de metabolitos secundários, que
participam no combate dos radicais livres e osmoproteção (SINGH, 2018; KUMAR,
2019).
Porém, quando aplicado via solo este nutriente pode ter sua absorção prejudicada
pela competição ocorrida nos sítios de absorção das raízes entre as formas de nitrogênio
e os sais acumulados no solo (LI et al., 2019). Com tais perdas podendo ser amenizadas
pela adubação nitrogenada foliar, pois esse nutriente apresenta uma rápida absorção pelas
folhas. Entretanto, pesquisas nesse sentido, ainda são escassas e, por isso, estudos com
esse objetivo devem ser desenvolvidos.
Diante do exposto, objetivou-se avaliar parâmetros qualitativos de mudas de
pinheira quando irrigadas com águas salinizadas e sob doses de nitrogênio aplicado via
foliar.
MATERIAL E MÉTODOS
Tabela 1. Esquema representativo das combinações e os fatores (CEai - condutividade elétrica da água de 1026
irrigação; DNF - doses de nitrogênio foliar) utilizados no experimento.
Níveis Doses
Tratamentos -1
CEai DN CEai (dS m ) N (g L-1)
1 -1 -1 1,15 0,33
2 -1 1 1,15 1,97
3 1 -1 4,35 0,33
4 1 1 4,35 1,97
5 -1,41(α) 0 0,50 1,15
6 1,41(α) 0 5,00 1,15
7 0 -1,41(α) 2,75 2,30
8 0 1,41(α) 2,75 0,00
9 0 0 2,75 1,15
No semeio, foram utilizadas três sementes por saco de polietileno, com substrato
mantido com umidade ao nível de capacidade de campo desde o semeio até a germinação,
em torno de 25 dias após a semeadura, após esse período foi realizado o desbaste,
deixando-se apenas uma planta por recipiente.
Aos 10 dias após a emergência das plântulas (DAE), iniciou-se a irrigação com
águas salinas, com aplicações diárias fornecendo-se o volume evapotranspirado no dia
anterior de modo a devolver ao solo a umidade ao nível da capacidade de campo, para
tanto, foram adicionados coletores nos sacos de polietileno e aplicado volume conhecido
ao final da tarde e observado o volume drenado pela manhã do dia seguinte (BERNARDO
et al., 2006). A cada 15 dias foram aplicadas uma fração de lixiviação de 10% com base
no volume aplicado neste período, para lixiviar os sais acumulados no substrato pelas
irrigações de cada período.
A adubação nitrogenada foliar teve início aos 15 DAE, repetidas a cada 10 dias e
concluídas aos 75 DAE, referentes a sete aplicações e volume total aplicado de 175 mL
por planta. A diluição do produto foi realizada em água destilada no dia de cada aplicação
e a aplicação foi realizada por pulverizador manual.
Aos 90 DAE, foram avaliadas a alocação de fitomassa seca de folha (AFSF), caule
(AFSC) e raiz (AFSR), relação parte aérea / raiz (RPAR), área foliar especifica (AFE) e
razão de área foliar (RAF) conforme metodologia descrita por Benincasa (2003) e
apresentadas nas equações a seguir:
𝐹𝑆𝑜𝑟𝑔ã𝑜
𝐴𝐹 = ( ) 𝑥 100 (𝑔 𝑔−1 ) (1)
𝐹𝑆𝑇
2021 Gepra Editora Barros et al.
AF
RAF = = (cm2 g−1 ) (3)
FSPA
Em que: FSPA= fitomassa seca da parte aérea (g), AF: área foliar (cm²)
1028
Os dados foram submetidos a análise de variância e de regressão, utilizando-se o
programa estatístico R (R CORE TEAM, 2017).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 3. Resumo da análise de variância para as variáveis de acúmulo de fitomassa da folha (AFF), do
caule (AFC), da raiz (AFR), relação fitomassa da parte aérea / raiz (RPAR), área foliar especifica (AFE) e
razão de área foliar (RAF) de mudas de pinheira irrigadas com águas salinizadas (CE ai) e doses de
nitrogênio foliar (DNF), analisadas aos 90 dias após a emergência (DAE).
Fonte de variação GL Quadrado médio
AFF AFC AFR RPAR AFE RAF
Blocos 3 0,010** 0,001ns 9,92e-3** 1,587** 848,0ns 522,7ns
Tratamento 8 0,003** 0,003** 6,52e-3** 0,990** 4318,0** 992,4*
DNF (L) 1 0,011ns 0,071** 0,084** 0,939** 60,0** 19,49*
DNF (Q) 1 0,028ns 0,024* 0,013ns 0,121ns 48,1* 17,79ns
CEai (L) 1 0,026ns 0,023* 0,011ns 0,128ns 46,7* 17,50ns
CEai (Q) 1 0,010ns 0,007ns 0,008ns 0,006ns 11,7ns 3,58**
DNF (L) x CEai (L) 1 0,021** 0,023** 0,045** 0,575** 29,2** 14,19**
CV 7,00 5,40 11,40 15,40 13,50 13,80
ns, **, * respectivamente não significativo, significativo a p ≤ 0,01 e p ≤ 0,05.
Figura 1. Representação gráfica da interação entre os fatores condutividade elétrica da água de irrigação
e doses de nitrogênio via foliar nas variáveis acúmulo de fitomassa da folha (A), caule (B), raiz C) e
relação fitomassa da parte aérea / raiz de mudas de pinheira aos 90 DAS.
A. B.
1029
C. D.
Já para o acúmulo de fitomassa do caule (figura 1B), a interação dos fatores, mostra
influência direta do aumento da condutividade elétrica da água de irrigação nesta variável,
com as doses de nitrogênio foliar apresentando uma menor resposta sobre a curva de
aumento da mesma. Fato que é observado ao compararmos os pontos de máximo e
mínimo acúmulo de fitomassa do caule, que se encontra nas combinações sem adubação
nitrogenada foliar e irrigadas respectivamente com águas de maior salinidade (0,360 g g-
1
) e menor salinidade (0,273 g g-1), cujo aumento está em torno de 31,87%. Tal resposta,
demonstra um processo adaptativa da planta ao estresse salino, com a redução do acúmulo
de fitomassa da folha e consequente aumento na fitomassa do caule, pois a senescência
e/ou redução da área foliar ocorre para amenizar os danos provocados pela energia
excessiva liberada por distúrbios no aparato fotossintético (SAFDAR et al., 2019).
Na figura 1C, diferindo dos demais acúmulo de fitomassa, o apresentando pela raiz
das mudas de pinheira, mostra que as plantas que foram mantidas sob condições de baixa
salinidade e sem adubação nitrogenada foliar apresentaram os maiores valores para essa
2021 Gepra Editora Barros et al.
variável (0,4557 g g-1), resultado esse superior em 53,95% as plantas sob maior dose de
N e menor salinidade e 47,95% as que foram mantidas em condições de alta salinidade e
sem aplicação foliar de N. No entanto, o ponto de menor acúmulo de fitomassa da raiz
foi encontrado na combinação da dose de 1,56 g L-1 de N e CEai de 3,57 dS m-1, sendo
que esse apresentou uma depreciação de 93,42% em relação ao ponto de maior acúmulo.
O menor acúmulo de fitomassa da raiz pela adubação nitrogenada está associada
esse nutriente provocar um maior gasto energético para o equilíbrio osmótico na planta,
o que contribui para uma maior absorção de nutrientes, sem a necessidade de desprender
energia para o crescimento radicular (KUMAR, 2019). No entanto, em condições de
estresse salino, tal redução pode estar relacionado ao contato direto das raízes aos sais do
1030
solo, levando ao ajustamento do crescimento e a homeostase, assim podendo ser
considerada a primeira linha de defesa (SINGH, 2018).
Resultados esses que corroboram com o observado na relação fitomassa seca da
parte aérea / raiz (Figura 1D), com os menores valores sendo encontrados nas plantas sem
adubação nitrogenada foliar e irrigadas com água de 0,5 dS m-1 (0,78 cm mm-1). Contudo,
a aplicação de N foliar e o aumento dos níveis salinos contribuíram para elevar a RPAR,
com o valor máximo de 3,16 cm mm-1 sendo observado ao combinar a dose de 1,33 g L-
1
e a CEai de 4,81 dS m-1, valor esse 4 vezes superior ao encontrado no menor ponto.
Nas variáveis de área foliar especifica (Figura 2A) e razão de área foliar (Figura
2B) observa-se comportamentos similar, com os máximos ganhos ocorrendo quando as
plantas foram irrigadas com água de maior salinidade e sem adubação nitrogenada foliar.
Cujos os valores foram de 315,71 cm2 g-1 para a AFE e 156,42 cm2 g-1 para RAF, valores
esses 69,06 e 55,13% superior ao observado nas plantas irrigadas com água de menor
salinidade e sem adubação nitrogenada, respectivamente.
Figura 2. Representação gráfica da interação entre os fatores condutividade elétrica da água de irrigação
e doses de nitrogênio nas variáveis de área foliar especifica (A) e razão de área foliar em mudas de
pinheira aos 90 DAS.
A. B.
nitrogênio. O que difere das respostas obtidas nas plantas ao serem irrigadas com águas
de CEai de 5,0 dS m-1, que apresentaram reduções pela adubação nitrogenada foliar, com
decréscimos de 42,10 e 20,06% nas variáveis de área foliar especifica e razão de área
foliar, quando comparadas as plantas sob a dose de 2,3 g L-1 e as que não receberam
adubação nitrogenada.
Tal resposta pode estar relacionada a manutenção do crescimento na menor
salinidade, pois o nitrogênio contribui para elevar a atividade metabólica da planta
(SOUZA et al., 2017; MELO et al., 208). Enquanto que na maior salinidade, a adubação
nitrogenada pode ter contribuído para a manutenção do aparato fotossintético, através da
recuperação da Rubisco e integridade dos cloroplastos, desta forma, reduzindo a
1031
necessidade de expansão foliar (Li et al., 2019).
CONCLUSÕES
A irrigação com águas salinas eleva o acúmulo de fitomassa do caule e área foliar
aos demais órgão das plantas de pinheira aos 90 DAE.
REFERÊNCIAS
LI, S.; LI, Y.; HE, X.; LI, Q.; LIU, B.; AI, X.; ZHANG, D. Response of water balance
and nitrogen assimilation in cucumber seedlings to CO2 enrichment and salt stress. Plant
physiology and biochemistry, v. 139, p. 256-263, 2019.
MELO, E. N.; NOBRE, R. G.; PINHEIRO, F. W. A.; SOUZA, L. P.; LIMA, G. S.;
GHEYI, H. R.; SILVA, W. L. Evaluation of West Indian cherry (Malpighia emarginata)
rootstock under saline water irrigation and nitrogen fertilization. Australian Journal of
Crop Science, v. 12, n. 6, p. 1034, 2018.
PARVEZ, S.; ABBAS, G.; SHAHID, M.; AMJAD, M.; HUSSAIN, M.; ASAD, S. A.;
NAEEM, M. A. Effect of salinity on physiological, biochemical and photostabilizing
attributes of two genotypes of quinoa (Chenopodium quinoa Willd.) exposed to arsenic
stress. Ecotoxicology and environmental safety, v. 187, p. 109814, 2020.
SÁ, F. V. S.; GHEYI, H. R.; DE LIMA, G. S.; PINHEIRO, F. W. A.; DE PAIVA, E. P.;
MOREIRA, R. C. L.; FERNANDES, P. D. The right combination of NPK fertilization
2021 Gepra Editora Barros et al.
may mitigate salt stress in custard apple (Annona squamosa L.). Acta Physiologiae
Plantarum, v. 43, n. 4, p. 1-12, 2021.
SAFDAR, H.; AMIN, A.; SHAFIQ, Y.; ALI, A.; YASIN, R.; SHOUKAT, A.;
SARWAR, M. I. A review: impact of salinity on plant growth. Nature and Science, v.
17, n. 1, p. 34-40, 2019.
Capítulo 93
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo
1036
Levantamento bibliográfico
Para a elaboração deste estudo foi necessário consultar a literatura especializada por
meio de artigos científicos, dissertações, livros, monografias e trabalhos que conduziram
a uma reflexão teórica sobre conceitos e ideias importantes de autores que tratam da
temática de coleta seletiva e percepção dos moradores, bem como, leis e normas
pertinentes ao assunto.
Levantamento de dados
Análise de dados
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1037
Os resultados foram divididos duas partes. Inicialmente buscou-se obter
informações sobre a produção e concepção dos entrevistados sobre resíduos sólidos.
Posteriormente buscou-se verificar a percepção dos moradores sobre coleta seletiva e a
possibilidade de adesão a esta atividade.
A definição de lixo pode ser realizada de várias formas como, por exemplo: “coisas
que não são mais úteis às pessoas”. No entanto, materiais que são descartados como lixo
pode ser reutilizados por pessoas e empresas na produção de materiais e utensílios dos
mais diversos setores da economia. Sobre a conceituação de lixo, 87% dos moradores
afirmaram saber, no entanto ao serem questionados sobre sua definição muitos
apresentaram um conceito equivocado, confundindo o conceito de lixo com o conceito de
materiais recicláveis. O conflito de informações sobre o conceito de lixo é algo comum
entre a população que geralmente associa materiais recicláveis ao lixo (OLIVEIRA;
SANTOS; VIANA, 2016).
Tabela 1. Lixo produzido pelos moradores do Bairro Vila Moura no município de Iguatu-CE.
Número de
Sabe o conceito de lixo Percentagem
entrevistados
Sim 51 87%
Não 2 13%
Sabe informar quais resíduos sólidos produzidos
em sua residência são recicláveis?
Sim 24 45%
Não 29 55%
Sabe a quantidade de lixo produzido na
residência
Sim 52 98%
Não 1 2%
Destino do lixo produzido em sua residência
Coleta municipal 52 98%
Coleta municipal e terreno baldio 1 2%
Frequência que o lixo é coletado em sua rua
2021 Gepra Editora Barros et al.
O conflito de ideias sobre a definição de lixo está relacionado ao fato das pessoas
possuírem dúvida sobre quais materiais podem ser reciclados ou reutilizados antes de
serem definitivamente descartados como lixo. Esse pensamento se mostra claro quando
os entrevistados foram perguntados sobre quais resíduos sólidos que são produzidos nas 1038
casas deles poderiam ser reciclados (Tabela 1). A maioria, 55%, relatou não saber quais
materiais poderiam ser reaproveitados na reciclagem. Este resultado pode estar associado
ao conhecimento limitado da população sobre reciclagem de materiais e ao baixo
interesse do poder público e privado em fazer a divulgação e conscientização da
população consumidora. Clarke e Maantay (2006) em estudo sobre as razões da existência
de diferentes taxas de participação na coleta seletiva, entre bairros da cidade de Nova
Iorque, constataram que fatores como a falta de compreensão do programa por parte dos
moradores e a qualidade da infraestrutura e dos serviços de limpeza pública prestados
podem afetar negativamente a taxa de participação social.
Ao serem questionados sobre o destino do resíduo solido produzido em sua casa,
os entrevistados em quase sua totalidade, 98%, respondeu que o lixo é coletado pelo
serviço coleta municipal. No entanto, o serviço de coleta municipal não é realizado
diariamente. Isto leva ao acúmulo de lixo na casa dos moradores que descartam os
resíduos em terrenos baldios em função do odor desagradável e do acúmulo de animais
sobre o lixo. Um entrevistado relatou que além de usar o serviço municipal de coleta de
lixo, também descartava parte do lixo em terreno abandonado próximo a sua residência.
O descarte incorreto de resíduos sólidos na rua e/ou terrenos “baldios”, está entre os
principais problemas ambientais encontrados nos bairros dos centros urbanos
(RODRIGUES; REZENDE NETO ; MALAFAIA, 2010), pode trazer problemas graves
à população local como o entupimento de canais de coleta de água da chuva (JACOBI;
BESEN, 2011 e SALGADO et al., 2013), e surgimento de patologias causadas por
fungos, bactérias, protozoários e vírus tendo como hospedeiros intermediários insetos e
roedores que se alimentam dos materiais orgânicos que estão presentes nos resíduos
descartados.
Em relação à separação do lixo por tipo de material, verificou-se que 6 % faz a
separação enquanto 94% não realiza esse procedimento, o que pode estar relacionado com
o fato da maioria dos moradores não possuir conhecimento acerca dos materiais que
podem ser reciclados e a ausência de coleta seletiva.
A coleta seletiva de resíduos sólidos é um processo de separação dos materiais que
podem ser reciclados visando dar uma destinação correta aos materiais considerados
como lixo (BELTRAME; LHAMBY, 2013). Ao verificarmos a Tabela 2, podemos ver
informações sobre a percepção dos moradores sobre coleta seletiva, e seu interesse sobre
essa forma de descarte dos resíduos sólidos em seu bairro.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Tabela 2. Percepção dos moradores do Bairro Vila Moura sobre coleta seletiva.
Sabe o que é coleta seletiva? Número de entrevistados Percentagem
Sim 16 30%
Não 37 70%
Gostaria que houvesse coleta
seletiva em seu bairro?
Sim 52 98%
Não 01 2%
1039
Caso houvesse coleta seletiva
em seu bairro ajudaria com a
separação do lixo produzido
em sua casa?
Sim 52 98%
Não 01 2%
Caso houvesse coleta seletiva
em seu bairro ajudaria a
convencer seus vizinhos e
amigos a participar da
mesma?
Sim 48 90%
Não 05 10%
Fonte: Dados da pesquisa.
(Tabela 2). Esses resultados se assemelham aos reportados por Bringhenti e Günther
(2011) e Silva et al. (2019) que avaliando a percepção de moradores das cidades de
Vitória-ES e Cariacica-ES, respctivamente, verificaram alta receptibilidade dos
entrevistados à separação do lixo para reciclagem. A participação dos moradores do
bairro Vila Moura em relação à coleta seletiva dos materiais recicláveis, vai além da
separação dos resíduos sólidos que são produzidos em suas residências, há um interesse
na implantação desse tipo de destinação final dos produtos consumidos para o município,
sendo que 90% dos entrevistados relataram que caso houvesse a coleta seletiva em seu
bairro, trabalharia na divulgação e conscientização de pessoas próximas a exemplo de
vizinhos e familiares para mostrar a importância dessa destinação desses produtos. Isso
1040
se constitui um ponto relevante, pois mostra que os moradores buscam uma destinação
mais sustentável para seus resíduos sólidos.
A coleta seletiva é uma alternativa para reduzir os problemas ambientais, sociais e
de saúde publica do bairro Vila Moura causados pelo grande volume de resíduos sólidos
presente no lixão e mini-lixões espalhados pelo bairro. No entanto, sua implantação está
condicionada ao interesse do poder público, aliado ao interesse da população local em
aderir essa forma de destinação final dos resíduos produzidos em suas residências e
empresas.
CONCLUSÕES
De forma geral os moradores do bairro Vila Moura não sabem o que é coleta
seletiva e a maioria não têm noção de que muitos materiais presentes nos resíduos sólidos
poderiam ser reciclados. A maioria considera a coleta seletiva importante e há expectativa
positiva em relação a uma possível implantação de um sistema de coleta seletiva.
Evidencia-se a necessidade do município incentivar por meio da educação ambiental o
interesse da população em relação à coleta seletiva.
REFERÊNCIAS
CLARKE, M.J.; MAANTAY, J.A. Optimizing recycling in all of New York City's
neighborhoods: using GIS to develop the REAP index for improved recycling education,
awareness, and participation. Resources, Conservation and Recycling, v.46, n.2, p.128-
148, 2006.
DIAS, G.; TAKASHIMA-OLIVEIRA, T.; FERREIRA, G.; PANTOJA, M. A.;
1041
CAMPOS, P. Percepção ambiental: estudo de caso sobre coleta seletiva na comunidade
acadêmica da Universidade Federal Rural da Amazônia. Enciclopédia biosfera, v.14,
n.26, 2017.
Capítulo 94
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo
O presente estudo é identificado como pesquisa descritiva (GIL, 2002), centrando
se na compreensão da dinâmica das relações de um grupo social com os recursos
disponíveis para o trabalho.
Foi realizado o estudo com quatro grupos focais de produtores rurais, sendo 3 deles
no estado do Espírito Santo e um grupo no estado da Bahia, em novembro de 2020.
2021 Gepra Editora Barros et al.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao analisar a figura 1, constata-se que, 40% dos entrevistados tem ensino médio
completo, sendo que o município que apresentou menor nível de escolaridade foi
Brejetuba, e apenas em Marechal Floriano houve um agricultor que possui nível superior
de ensino.
Figura 1: Nível de escolaridade dos trabalhadores rurais localizados nos municípios de Brejetuba, Nova
Viçosa, Marechal Floriano e Vila Valério.
Nível de escolaridade dos
100 trabalhadores rurais
Fundamental
80
Porcentagem (%)
incompleto
60 Fundamental
completo
40 Médio
completo
20 Médio
0 incompleto
Cidade
Fonte: O autor (2020).
Idade (anos) Brejetuba (%) Nova V. (%) Marechal F. (%) Vila V. (%) Total (%) 1046
18 a 30. 0 40 80 20 35
>30 a 45. 20 20 0 40 20
>45 a 60. 60 40 0 40 35
>60. 20 0 20 0 10
Trabalho
Produtor 100 20 100 40 65
Contratado 80 0 60 35
Assistência
Sim 20 100 60 100 70
Não 80 0 40 0 30
Intoxicação
Sim 20 40 0 40 25
Não 80 60 100 60 75
Atendimento
Sim 100 0 0 100 60
Não 0 100 0 0 40
Sequela
Sim 0 0 0 50 20
Não 100 100 0 50 80
Fonte: O autor (2020).
De acordo com a situação de trabalho, 65% dos entrevistados são os próprios donos,
com destaque para os municípios de Marechal Floriano e Brejetuba, fato esse associado
ao enquadramento como “agricultores familiares”, os quais, além de donos das
propriedades, desenvolvem os trabalhos com a mão de obra unicamente familiar. A maior
parte dos agricultores possuem assistência técnica, equivalendo a 70% dos entrevistados,
fato este muito diferente da realidade média brasileira. Os municípios de Vila Valério e
Nova Viçosa apresentaram 100% dos participantes recebendo assistência técnica
especializada, fato este que pode estar relacionado ao nível tecnológico das propriedades
e ao tamanho, tendo em vista que esses municípios possuem propriedades de médio a
grande porte (CASTRO; PEREIRA, 2017).
2021 Gepra Editora Barros et al.
1048
neste município, pode ser justificada por se sentirem desconfortáveis com o uso do EPI’s,
sentido muito calor, e devido ao baixo número de agricultores que recebem assistência
técnica (Figura 2).
Outros estudos realizados junto a comunidades de trabalhadores rurais no país
(CASTRO; CONFALONIERI, 2005; RECENA; CALDAS, 2008) também encontraram
uma baixa adesão ao uso contínuo de EPIs, principalmente relacionada à
inexistência/indisponibilidade desses equipamentos nas propriedades onde trabalhavam e
à ausência de orientação técnica adequada. Vale destacar que 80% dos entrevistados em
Brejtuba não recebem assistência técnica sobre o uso de EPIs.
Fonseca e colaboradores (2007) relataram como principal razão para a não adoção
1049
de EPIs, a alegação dos trabalhadores de que aquela tarefa (pulverização) era rápida e
que, assim, não necessitava de uso de equipamento de proteção, mesmo que fosse repetida
diversas vezes por semana ao longo de toda uma vida no trabalho.
Quando questionados sobre o uso de equipamentos de proteção individual (EPI),
muitos agricultores afirmaram não usar viseiras e avental, embora conhecessem esses
equipamentos e considerassem que deveriam usá-los. Somente o uso de chapéu e bota foi
relatado pela maioria dos agricultores. Chapéu e botas fazem parte da vestimenta regional
e os agricultores os reconhecem como proteção ao contato com o agrotóxico, embora esse
motivo não seja fator de decisão para o seu uso (Tabela 2).
Tabela 2: EPI’s utilizados pelos trabalhadores nos municípios de Brejetuba, Nova Viçosa, Marechal
Floriano e Vila Valério.
EPI's Brejetuba (%) Nova V. (%) Marechal F. (%) Vila V. (%) Total (%)
Bota 100 100 100 100 100
Avental 0 20 40 20 20
Chapéu 80 100 60 80 80
Óculos de proteção 60 100 40 60 65
Camisa 0 100 60 80 60
Calça 0 100 60 60 55
Touca árabe 0 60 20 60 35
Viseira 20 0 20 20 15
Máscara 40 100 60 100 75
Luvas 40 100 40 100 70
Fonte: O autor
concretas e seguras de como, quando, onde aplicar, além é claro da explanação dos riscos
advindos de aplicações indevidas, tanto em questões de doses, épocas e do não uso de
equipamentos de proteção individual, como também referente ao desrespeito dos prazos
de carência.
Figura 3. Conhecimento sobre o receituário agronômico e a bula de agrotóxicos, dos trabalhadores rurais
de Brejetuba, Marechal Floriano, Nova viçosa e Vila Valério.
1050
afirmaram conhecer outras alternativas, muitos deles relatam que já ouviram falar ou já
usaram alguns produtos como óleo de nim, calda bordaleza ou sulfocáustica e o agente
de controle biológico Beauveria bassiana.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ZIN, A. Uso de EPIs no cultivo do alho na cidade de Flores da Cunha. Rio Grande
do Sul; 2020.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 95
RESUMO
A carne de codorna é muito apreciada pelos seus bons aspectos sensoriais, contudo, não
é comum encontrá-la comercialmente como ingrediente em produtos cárneos,
principalmente na forma de patê. Os produtos cárneos são conhecidos por seus altos
teores de gorduras saturadas, logo, já existe uma tendência na indústria de alimentos para
o desenvolvimento de produtos com ingredientes funcionais que, quando consumidos,
proporcionem benefícios à saúde humana. Portanto, objetiva-se com este trabalho,
realizar uma pesquisa de mercado, com o intuito de observar a possibilidade de
comercialização de um novo produto cárneo, o patê de codorna. O estudo foi
desenvolvido a partir de uma coleta de dados por meio de questionário online composto
por 15 questões relacionadas diretamente com o perfil de mercado de possíveis
consumidores de patê de codorna. O formulário esteve disponível por 24 dias e foram
obtidas 307 respostas. Constatou-se que a maioria dos possíveis consumidores já
consomem produtos cárneos (salsicha, linguiça, hambúrguer, patê etc.) e já consumiam
patê, mas pouquíssimos experimentaram o patê de codorna. Portanto, o patê de codorna
praticamente não é consumido, por sua pouca disponibilidade no mercado, mas a sua
utilização mostrou-se possível em grande número, tendo em vista que muitas pessoas
afirmaram que fariam tal consumo, além disso, também foi observado a satisfação dos
entrevistados quanto à aparência e cor do patê produzido.
INTRODUÇÃO
bom método de geração de renda. Neste contexto, objetivou-se com esta pesquisa analisar
o perfil dos possíveis consumidores de patê de codorna, considerando suas preferências
e expectativas para com o produto.
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
(2009) destacam que as pessoas que possuem maior grau de instrução sabem identificar
com uma maior facilidade, notícias verdadeiras acerca dos alimentos consumidos,
garantido melhor chances do consumo de um alimento saudável. Segundo os mesmos
autores, tais informações podem ser adquiridas através do nível de escolaridade.
No quesito renda mensal familiar, observou-se que 39,7% (n = 122) possuíam
renda entre 1 e 3 salários-mínimos, 27% (n = 83) ganhavam entre 3 e 6 salários mínimos,
19,2% (n = 59) ganhavam mais de 6 salários mínimos, 12,1% (n = 37) dos participantes
possuíam renda menor que 1 salário-mínimo, e 2% (n = 6) declararam não possuir renda.
Faz-se importante esse quesito pois ele estar relacionado diretamente com a
disponibilidade do acesso ao mercado de produtos cárneos que possuem grandes variantes
1056
de preço.
Associado a isto, também pode-se observar que 75,6% (n = 232) destas pessoas
afirmaram consumir produtos cárneos (salsicha, linguiça, hambúrguer, patê etc.),
enquanto 22,5% (n = 69) não fazem esse consumo e 2% (n= 6) afirmaram que talvez
consumissem. Com esses resultados, nota-se que o consumo desses produtos é bastante
presente na vida das pessoas e além da maioria deles possuírem rápido modo de preparo,
também estão presentes em altas quantidades nas prateleiras do supermercado, sendo,
portanto, de fácil consumo e acesso.
Quanto ao consumo de patê, em específico, 83,4% (n = 256) das pessoas já
consumiram tal produto, 12,1% (n = 37) não consumiram e 4,6% (n = 14) talvez tenham
consumido (Figura 1). Contudo, pode-se afirmar que o patê já é um produto bem
conhecido entre as pessoas que participaram da presente pesquisa e se maioria delas já
consomem tal produto cárneo, pode-se concluir que o patê de codorna também
apresentará grandes números de consumo.
4,60%
12,10%
Sim
Não
83,40%
Talvez
e nitrito e/ou nitrato de sódio e/ou potássio. Pode adicionar ingredientes opcionais como
gordura animal e/ou vegetal, proteínas de origem animal e/ou vegetal, açúcares,
maltodextrina, leite em pó, amido, aditivos intencionais, vinho e conhaque, condimentos,
aromas, especiarias, vegetais (amêndoas, pistaches, frutas, trufas, azeitona, etc.) e queijos
(BRASIL, 2000).
Sobre a preferência quanto ao tipo de carne como ingrediente principal em
produtos cárneos, 46,3% (n = 142) dos participantes que responderam, possuíam
preferência pela carne bovina, 30,9% (n = 96) pela carne de frango, 12,1% (n = 37) pela
carne de peixe, 10,1% (n = 31) pela carne suína e 0,3% (n = 1) por soja. Portanto, a carne
bovina é a preferida de acordo com os 307 entrevistados (Figura 2).
1057
A carne de codorna passou a ser mais apreciada nos últimos anos (BONI et al.,
2010), levando a um aumento na produção mundial dessas aves, principalmente, nos
países em desenvolvimento (SANTHI; KALAIKANNAN, 2017). É uma excelente fonte
de aminoácidos, vitaminas (tiamina, niacina, riboflavina, ácido pantotênico e
pirodoxina), minerais, (ferro, fósforo, zinco e cobre), ácidos graxos poli-insaturados e
vitaminas A, B e E, que beneficiam a saúde humana. A quantidade de colesterol
encontrada na carne de codorna é de 76 mg por 100 g, valor este intermediário quando
comparado ao colesterol da carne do peito (64 mg/100 g) e da coxa e sobrecoxa (81
mg/100 g) do frango (PASTORE et al., 2012; RIBEIRO; CORÇÃO, 2013; SILVA,
2014).
O consumo de carne bovina é bastante aceito e nesse contexto, Raimundo e Zen
(2009) destacam o maior consumo desse tipo de carne e uma baixa no consumo de peixe.
Vale considerar que a carne de codorna também apresenta positividades devido ao seu
alto teor de proteína, baixo teor de gordura e de colesterol (JATURASHITA et al., 2004;
MURAKAMI et al., 2007).
Figura 2. Preferência quanto ao tipo de carne como ingrediente principal em produtos cárneos.
0,30%
12,10% Bovina
46,30% Suína
30,90%
Frango
10,10% Peixe
Soja
Por muito tempo, a criação de codorna teve sua produção destinada apenas aos
ovos, porém, com o passar do tempo e com a utilização de linhagens específicas para o
corte, a produção da carne e sua qualidade tem melhorado significativamente (ABREU
et al., 2014). A partir dos resultados obtidos no questionário, é sabido que a carne de
codorna ainda não é tão popular entre os questionados, visto que os dados mostram que
69,7% (n = 214) dos participantes nunca consumiram nenhum produto cárneo com carne
de codorna, 23,5% (n = 72) já consumiram e 6,8% (n = 21) talvez tenham consumido.
Quanto ao consumo do patê de codorna, apenas 0,7% (n = 2) afirmaram ter
consumido, 5,2% (n = 16) destacou que talvez tivessem consumido e 94,1% (n = 289)
2021 Gepra Editora Barros et al.
nunca fizeram o consumo. Contudo, cerca de 46,6% (n = 143) das pessoas afirmaram que
consumiriam o produto, 37,1% (n = 114) talvez consumiriam e 16,3% (n = 50) não
consumiriam o patê. Com base nestes dados, é possível afirmar que o patê de codorna não
é um produto com grande número de consumo, praticamente desconhecido, mas que
possui potencial para ser inserido na dieta das pessoas, uma vez que, os baixos valores do
número de pessoas entrevistadas podem estar relacionados com a pouca ou nenhuma
disposição do produto no mercado.
Os dados apresentados nas Figura 3 e 4 foram obtidos com base na Figura 5 e são
referentes às opiniões dos participantes sobre a aparência do patê de codorna produzido
no IFRN, Campus Apodi.
1058
Figura 3. Avaliação da aparência do patê de codorna.
29,3 29,3
30
Participantes (%)
20,5
25
20 13,7
15 7,2
10
5
0
32,2
35 28,8 28,7
Participantes (%)
30
25
20 12,4
15
10 5,9
5
0
1059
Ainda assim, os resultados confirmam que com base nos quesitos anteriores que
45,3% (n = 139) das pessoas comprariam patê de codorna enlatado após observar a
imagem (Figura 4), 35,5% (n = 109) talvez comprariam e 19,2% (n = 59) não comprariam
(Figura 6). Sendo assim, o produto em questão obteve boa aceitação no que diz respeito
aos aspectos visuais (cor e aparência) e, se aprovado nos aspectos sensoriais (sabor, odor
e textura), apresentaria bom retorno em vendas.
Por fim, o questionário permitiu que as pessoas dissertassem sobre suas opiniões
acerca do mesmo e na situação, 44 pessoas registraram suas respostas sendo a maioria de
cunho positivo e destacando: a pesquisa como algo muito interessante, o interesse em
degustar o patê da carne de codorna, as vantagens da pesquisa para o empreendedorismo,
a contribuição para a indústria alimentícia e a oportunidade da pesquisa proporcionar
maiores conhecimentos na área abordada, dentre outros comentários acerca das perguntas
mencionadas.
CONCLUSÕES
1060
O conhecimento prévio sobre o comportamento, o perfil e as preferências dos
possíveis consumidores de um produto são de grande importância, uma vez que, através
disto é possível buscar atender as exigências e obter melhores resultados do mesmo no
mercado. Com base neste estudo, pode-se perceber que o patê de codorna ainda não é um
produto muito conhecido, mas desperta interesse para consumo e uma boa aceitação no
mercado consumidor, já que o consumo de produtos cárneos é bastante presente no dia a
dia das pessoas.
REFERÊNCIAS
BONI, I.; NURUL, H.; NORYATI, I. Comparison of meat quality characteristics between
young and spent quais. International Food Research Journal, v. 17, n. 3, p. 661–666,
2010.
CALDER, P. C. Functional roles of fatty acids and their effects on human health. Journal
of Parentenal and Enteral Nutrition, v.39, p, 18-32, 2015.
https://doi.org/10.1177/0148607115595980
2021 Gepra Editora Barros et al.
MENSINK, R. P. (2016). Effects of saturated fatty acids onserum lipids and lipoproteins:
A systematic review and regression analysis (1st ed.). WHO. Disponível em:
https://www.
who.int/nutrition/publications/nutrientrequirements/sfa_systematic_review/en/.
Acessado em: 21 de fev. 2021.
RIBEIRO, C.; S.; G.; CORÇÃO, M. O consumo de carne no Brasil: entre valores 1062
socioculturais e nutricionais. DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde / Food,
Nutrition & Health. Rio de Janeiro, v. 8(3), p. 425-438. Disponível em
<http://www.epublicacoes.uerj.br/index.php/demetra/index#.VtO_wvkrLIV>. Acessado
em: 19 de Fev. 2021
ZENG, L.; RUAN, M.; LIU, J.; WILDE, P.; NAUMOVA, E. N.; MOZAFFARIAN, D.;
ZHANG, F. F. Trends in Processed Meat, Unprocessed Red Meat, Poultry, and Fish
Consumption in the United States, 1999-2016. Journal of the Academy of Nutrition
and Dietetics, v. 119, p.1085-1098, 2019. DOI: 10.1016/j.jand.2019.04.004
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 96
RESUMO
INTRODUÇÃO
gerados através dessa pesquisa pretendem contribuir com a lacuna e/ou carência de
informações sobre esse perfil e suas respectivas escolhas de alimentos orgânicos no
Estado da Paraíba, e dar suporte aos produtores e gestores públicos no desenvolvimento
e/ou identificação do potencial de mercado desses produtos.
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através da análise dos dados obtidos pela aplicação dos questionários, tornou-se
possível conhecer o perfil do consumidor de alimentos orgânicos, cujos dados levantados
estão dispostos a seguir:
produtos orgânicos. Silva et al. (2008) também observaram, em pesquisa sobre o perfil
de consumidores de produtos orgânicos em uma feira agroecológica de Recife, que as
mulheres são as maiores consumidoras desses produtos. Em estudo realizado em cidade
específica da Paraíba, Sousa-PB, Sousa et al. (2020) verificam que o percentual de
mulheres que frequentam feiras agroecológicas é bem maior quando comparado às feiras
livres convencionais. Dados estes podem explicar o fato da mulher ser citada como
referência no que concerne a preocupação com o bem estar e saúde da família.
Kotler (2003) destaca o papel da mulher e mãe na escolha dos alimentos para a
família. Ottman (1990) argumenta que, além de compradoras primárias, as mulheres
influenciam nas decisões de compra do restante da sociedade e da geração seguinte.
1068
Quanto à faixa etária, observou-se que 35%, ou seja, a maioria dos consumidores
de produtos orgânicos possui uma faixa etária de 20 a 30 anos; que 30% estão numa faixa
etária de 40 a 60 anos, 23% correspondem aos que possuem idade entre 30 e 40 anos e
apenas 10% dos consumidores possuem idade igual ou superior a 60 anos Figura 2.
O que podemos observar com a análise desse aspecto é que não houve uma
diferença significativa entre as faixas etárias presentes, havendo uma pequena variação
entre consumidores de orgânicos com idades entre 20 e 60 anos, e uma menor
porcentagem de consumidores com a idade de 60 anos ou mais.
Em relação ao estado civil, verificou-se que 48% são solteiros, 46% são casados
e 6% viúvos ou divorciados (Figura 3). Resultado semelhante foi obtido por Sindelar et
al. (2018) em estudo sobre o Perfil de Consumo e Percepção em Relação aos Alimentos
Orgânicos dos Consumidores Gaúchos, onde verificou uma porcentagem de 54,4% de
solteiros, 36,9% de casados, 3,5 % divorciados, 2,7% separados viúvos ou outros e 2,5%
não informaram.
2021 Gepra Editora Barros et al.
1069
No que diz respeito ao número de filhos por família, observou-se que a grande
maioria dos entrevistados informou não possuir filhos, com um percentual de 46%, sendo
que 11% dos entrevistados possuem 1 filho, 18% possuem 2 filhos, 12% possuem 3 filhos
e 12% dos entrevistados informou que possui 4 ou mais filhos (Figura 4). Esse percentual
de 46% dos consumidores que não possui filhos está em consonância com o dado anterior,
referente ao estado civil, que atesta que a maioria dos consumidores são solteiros.
(2017), no mesmo sentido, constatou que 40,3% dos consumidores de produtos orgânicos
em Brasília possuem pós-graduação, e 27,0% nível superior. Sousa et al. (2020)
verificaram que dentre as pessoas que frequentam feiras agroecológicas na cidade de
Sousa, Paraíba, um percentual significativo de 34%, tem nível superior de escolaridade.
É notório que pessoas com maior grau de instrução fazem parte de um grupo que
preferem consumir alimentos provenientes da agricultura orgânica. Laurenzini e Silva
(2004) afirmam que, entre outros fatores, o nível educacional está entre um dos principais
que influencia os gastos com alimentação na sociedade.
1072
1073
CONCLUSÕES 1075
REFERÊNCIAS
BIONDO, E.; CAPITÂNEO, A.; FEDRIZZI, R.; KOLCHINSKI, E. M.; ANNA, V. S.;
MAZZOCATO, A. C. Proposal for the agroecológical handling in the production of
strawberries and vegetables in a rural property in Vespasiano Correia – Vale do
Taquari/RS, IN: Anais CONGREGA URCAMP 2014, 12º Jornada da Pós Graduação.
REVISTA GLOBO RURAL. Orgânicos: Faturamento no setor deve crescer 20% este
ano. Disponível em: <http://revistagloborural.globo.com/noticias/agricultura>. Acesso
em 10 de março de 2021.
SILVA, E. B.; CARDOSO, F. T.; SOUZA, G. G.; ALMEID, A. Perfil Sócio Econômicos
de Consumidores De Produtos Orgânicos. Revista Verde, v. 8, n. 1, p. 83 - 89, 2013.
Capítulo 97
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
trabalho foi realizado nos meses de setembro e outubro do ano de 2018, considerando os
parâmetros regidos pela RDC nº 12, de 02 de janeiro de 2001 (BRASIL, 2001).
As análises realizadas seguiram as metodologias conforme o APHA (2001). Para
Coliformes totais foi realizado a teste presuntivo, utilizando a técnica de tubos múltiplos,
na qual homogeneizou 25 g de amostra, com 225 mL de água peptonada 0,1%. Para o
teste presuntivo, alíquotas de 1 mL de cada diluição foram inoculadas em três tubos
contendo 9 mL de Caldo Lauryl Sulfato Triptose (TM MEDIA, Brasil), com tubos de
Duhran invertidos e incubados a 35 ºC por 24 horas. A partir dos tubos com leitura
positiva do teste presuntivo, foi transferida uma alçada da cultura para o teste
confirmatório no Caldo Verde Bile Brilhante (HIMEDIA, Brasil), com período de
1081
incubação a 35 °C por 24 horas.
Na determinação de presença de Salmonella sp. foi utilizado o método em
superfície no meio de cultura Salmonella Diferential Àgar (HIMEDIA, Brasil), incubados
a temperatura de 36 ± 1 °C por 48 horas. Para fungos filamentosos e leveduras foi
utilizado o método de plaqueamento direto em superfície, em meio Ágar Batata Dextrose
(Prodimol Biotecnologia, Brasil), fundido e acidificado com ácido tártarico a 10%.
Posteriormente, as placas foram incubadas a 35 ºC por 5 dias.
Para a análise de S. aureus coagulase positiva foi utilizado o método em superfície
no meio de cultura Ágar Baid-Parker (TM MEDIA, Brasil), suplementado com solução
de gema de ovo a 50% e telurito de potássio a 3,5%. As placas foram incubadas a 35 °C
por 48 horas. Na determinação de contagem total de aeróbios mesófilos foi utilizado o
método de plaqueamento direto em superfície, em meio Agar Nutriente (HIMEDIA,
Brasil) e posteriormente as placas foram incubadas a 35 ºC por 48 horas.
Na determinação de contagem total de aeróbios psicrotróficos foi utilizado o
método de plaqueamento direto em superfície, em meio Agar Nutriente (HIMEDIA,
Brasil) e posteriormente as placas foram incubadas a 35 °C por 120 horas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1: Contagem dos parâmetros Coliformes totais, termotolerantes e Salmonellsa sp. em queijos
Coalho do sertão paraibano.
Amostras C. totais (NMP/g) C. termotolerantes (NMP/g) Salmonella sp./ 25 g
3 3
A1 1,1 × 10 2,0 × 10 Ausente
A2 2,1 × 102 3,0 × 102 Ausente
4 5
A3 3,0 × 10 5,2 × 10 Presença
A4 < 3,0 < 3,0 Ausente
A5 2,0 × 105 2,8 × 105 Presença
A6 1,0 × 105 5,3 × 105 Presença
2 2
A7 3,0 × 10 5,0 × 10 Ausente
2021 Gepra Editora Barros et al.
Tabela 2: Resultados dos parâmetros contagem total de aeróbias mesófilas, contagem total de aeróbias
psicrotróficas, fungos filamentosos e leveduras e S. aureus coagulase positiva em queijos Coalho do sertão
1083
paraibano.
Contagem total de Contagem total de Fungos filamentosos S. aureus
Amostras aeróbias mesófilas aeróbias psicrotróficas e leveduras coagulase
(UFC/g) (UFC/g) (UFC/g) positiva (UFC/g)
A1 3,4 × 102 2,0 × 102 1,3 × 101 4,0 × 102
A2 4,7 × 103 1,5 × 103 2,4 × 101 2,0 × 103
A3 6,2 × 104 5,0 × 103 2,5 × 103 5,0 × 104
A4 5,0 × 102 2,5 × 102 3,8 × 101 2,0 × 102
A5 5,5 × 104 3,0 × 104 3,0 × 103 3,0 × 104
A6 3,0 × 10 5 5,1 × 104 3,2 × 103 3,5 × 105
A7 4,0 × 103 2,0 × 103 2,0 × 101 4,2 × 103
A8 5,0 × 102 1,0 × 102 1,4 × 102 2,0 × 102
A9 6,0 × 105 2,7 × 104 2,3 × 101 2,0 × 104
A10 4,3 × 105 3,5 × 104 2,5 × 103 1,0 × 105
PADRÕES - - - 1,0 × 103
legislação, variando de 4,52 × 105 NMP/g a 6,66 × 106 NMP/g. Costa (2017), estudando
a qualidade de 14 amostras de queijo de Coalho comercializado em Governador Dix-Sept
Rosado-RN, observou que todas as amostras demonstraram discordância com o permitido
pela legislação para S. aureus coagulase positiva.
Gasparotto et al. (2019) investigando Staphylococcus aureus em queijos tipo
muçarela, constataram que das 156 amostras analisadas, cinco apresentaram
contaminação por este tipo de microrganismo, com valores variando de 1,1×101 UFC/g a
5,1×103 UFC/g.
CONCLUSÕES 1085
A partir dos dados obtidos nas análises microbiológicas dos queijos de Coalho
produzidos no sertão paraibano foi possível identificar que algumas queijarias
distribuídas nos municípios de Pombal, São Bentinho, Condado e Aparecida
evidenciaram falhas de condições higiênico-sanitárias nos queijos de Coalho analisados.
Assim, recomenda-se a realização de capacitações com os manipuladores de alimentos
de como preparar, manusear e armazenar a matéria-prima e os produtos fabricados.
REFERÊNCIAS
CAMARGO, A. C. B.; JACINTO, I. P.; PAIVA, J. L.; PAULA, J. M.; FAÇÃO, L. R.;
ALVES, L. G. K.; MATTOS, M. C. D. Qualidade microbiológica do queijo tipo minas
“frescal” comercializado na cidade de Fernandópolis-SP. Brazilian Journal of Health
Review, v. 3, n. 4, p. 10370-10382, 2020.
OLIVEIRA, A. M.; KURIHARA, R. Y.; SILVA, F. F.; SILVA, F. G.; JÚNIOR, J. C. R.;
BELOTI, V. Condições higiênico sanitárias da produção de queijos tipo mussarela e
minas frescal comercializados no Norte do Paraná. Revista Instituto. Laticínios
Cândido Tostes, Juiz de Fora, v. 72, n. 1, p. 40-47, jan/mar, 2017.
VILELA, D. Para onde caminha o leite. Revista Balde Branco, n. 603, p. 41-43, 2015.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 98
RESUMO
A produção de leite no Brasil, tem feito com que permaneçam nessa atividade aqueles
que possuem maior produção e/ ou melhor posicionamento tecnológico. Nesse sentido,
um instrumento capaz de auxiliar nesses processos é o planejamento forrageiro, que
consiste em um planeamento alimentar que objetiva organizar a propriedade. O presente
trabalho visa realizar um planejamento forrageiro em uma propriedade rural de Boa
Ventura de São Roque, PR, e propor soluções para a otimização da produção de forragens,
através de um diagnóstico da propriedade. A propriedade está é dividida em 3 áreas. Para
a área 1, de 1,5 hectares, recomenda-se a adoção da cultivar BRS ZURI, a qual deverá ser
devidamente adubada, e deverá ter a entrada dos animais quando obtiver tamanho de 70
a 75 cm de altura. Para a área 2, é recomendado que se utilize a cultivar Tifton 85, que
terá a entrada de animais ao adquirir tamanho suficiente. Em ambas as áreas será utilizado
no inverno a associação ervilha e amendoim de modo a propiciar o conceito de agricultura
regeneradora. A área 3 será destinada ao cultivo de culturas anuais, recomenda-se o
cultivo de milho, para obtenção de grão úmido e silagem e no inverno a associação aveia
e azevém. Nesse sentido, o estudo indica que para a elaboração do planejamento é
necessário levar em conta diversos aspectos da propriedade, dos animais e da forrageira.
Através disso, é possível desenvolver um método de cultivo sustentável e rentável.
INTRODUÇÃO
Com o término da Segunda Guerra Mundial, permeando até os dias de hoje, tornou-
se necessário o incremento na produção de alimentos, que se deu através da
especialização dos sistemas de produção, causando a redução da diversidade e maior uso
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REVISÃO DE LITERATURA
seguida pela região Sul com 9,3 bilhões de litros, Centro Oeste (3,2 bilhões de litros),
Nordeste (1,5 bilhões de litros) e Norte (1 bilhão de litros), (CONAB, 2020).
A região Sul, é a segunda colocada em produção das regiões do Brasil. O estado do
Rio Grande do Sul é o que mais produziu leite em 2019, com 3,3 bilhões de litros, na
sequência está o Paraná com 3,2 bilhões de litros e Santa Catarina com produção de 2,7
bilhões de litros (CONAB, 2020).
O estado do Paraná, de acordo com Deral (2016) conta com um rebanho de
aproximadamente 2,5 milhões de cabeças, com 1,7 milhões de vacas em lactação. A
produção de leite está presente em todos os 399 municípios do Paraná, funcionando como
uma alternativa à geração de renda tanto para pequenos, médio e grandes produtores
1091
(TONET, 2016).
Entre os municípios paranaenses, Castro se destaca, ao apresentar a produção de
292 milhões de litros de leite em 2018, seguido por Carambeí com 179 milhões de litros
produzidos. Com relação a Boa Ventura de São Roque, município onde será realizado o
presente estudo, o volume de produção foi de 22 milhões de litros em 2018 (DERAL,
2018).
Na região de Boa Ventura de São Roque, é comum a utilização de forragens, as
quais apresentam altos rendimentos com temperaturas mais altas, o que acaba causando
uma limitação na disponibilidade de alimentos nos meses de Junho e Julho, havendo
assim a necessidade de adoção de sistemas, técnicas e ferramentas que amenizem essa
indisponibilidade, como por exemplo o planejamento forrageiro (TONET, 2016).
Planejamento forrageiro
sistema pode contornar tais situações ou diminuir seus efeitos negativos, através de uma
projeção da dinâmica alimentar, através da elaboração de um calendário de pastagem e o
conhecimento das espécies forrageiras cultivadas e o das épocas críticas às pastagens.
Para que o planejamento seja feito da maneira correta e para que atinja seus
objetivos é necessário a observação de alguns pontos, como a projeção da dinâmica do
rebanho, a identificação de épocas de maiores necessidades de oferta de forragem, como
a estação de monta e o período de engorda, o estabelecimento de níveis de produtividade
que se almeja, e entre outros. Com isso são estabelecidas épocas de provável escassez de
forragem, possibilitando que seja possível prever intervenções necessárias, de modo que
se evite situações de estresses nutricionais e a utilização inadequada das pastagens
1092
(BARIONI et al., 2003).
Fernandes, Pessoa e Massoti (2015) mencionam pontos essenciais para a correta
adoção do planejamento, são elas: o cálculo do número de unidade animal (450 kg de
peso vivo), uma vez que a projeção do rebanho que será alimentado é essencial para
hierarquizar os animais, a partir da maior demanda por pasto; verificar a estrutura do
rebanho, pois quando a produção é a de leite e a área disponível para a pastagem é
pequena: “recomenda-se que o produtor mantenha novilhas e terneiras somente para
reposição do plantel. Nesse caso, o número de unidade animal de vacas pode chegar a
75% (três quartos) das unidades animal presentes no plantel” e a capacidade de suporte
das pastagens, representada através do número de unidades animal que a forragem é capaz
de suportar em um determinado período do ano, sem que cause degradação à pastagem.
Se tratando do número de animais Poli e Carvalho (2001) citam a taxa de lotação,
que se refere ao número de animais por hectare e está relacionada a número de unidade
animal. Essa variável é fundamental para a utilização eficiente da pastagem, pois indica
quanto de alimento está disponível para o animal. Para os autores, à medida que essa taxa
aumenta, ocorre a diminuição da oferta de forragem, dos níveis de consumo de matéria
seca, produção de leite por vaca e seleção da dieta.
Aliada a estrutura do rebanho está a demanda animal citada por Nabinger, Ferreira
e Sant’Anna (2008). Os autores mencionam que é fundamental conhecer os componentes
do rebanho, ou seja, as distintas categorias e consequentemente seus desempenhos, de
forma que se conheça os indicadores produtivos e as necessidades de recursos
alimentares. Cada categoria possui uma determinada exigências nutricional, conhece-las
é essencial para que o manejo ocorra de forma distinta para cada animal. Para os autores
animais com maior demanda por matéria seca devem ser direcionados a recursos
alimentares de maior qualidade, enquanto que animais maduros ou que não necessitem
de alto desempenho podem ser manejos com dietas de qualidade inferior.
Outro ponto relevante citado por Nabinger, Ferreira e Sant’Anna (2008) é a
dinamicidade do planejamento forrageiro. O sistema de produção pecuário está sujeito a
numerosos fatores, que podem inclusive interagirem entre si. Nesse sentido, a previsão
de respostas das forragens são dependentes de uma visão sistêmica do processo, portanto,
qualquer alteração dos fatores envolvidos provocará alterações no planejamento
forrageiro, ressaltando a importância da análise e respostas das plantas envolvidas no
sistema.
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De acordo com Coelho (2014) o planejamento forrageiro pode ser dividido em três
níveis: o estratégico, o tático e o operacional. O estratégico envolve o estabelecimento de
metas para a produtividade, através de fluxos e índices financeiros e econômicos e
estimativas da quantidade de forragem necessária a ser produzida em cada área, a taxa de
lotação, o número de piquetes e a quantidade de demanda de forragem (BARIONI et al.,
2003; OENEMA 1998).
O nível tático considera as decisões de como proceder frente a situações de falta ou
excesso de forragem e demandas específicas em um determinado período. Já o nível
operacional, envolve ações diárias ou semanais, como a alocação de pastagem para
diferentes categorias animais, duração do pastejo num certo piquete, antecipação do
1093
período seco das vacas, a duração do período de descanso das pastagens, entre outros
fatores (POLI e CARVALHO, 2001).
A partir disso é possível elaborar um planejamento forrageiro para uma
propriedade, que busque a interação harmônica de todos os fatores envolvidos, tendo em
vista que o pasto está susceptível a condições pouco previsíveis, sendo portanto passíveis
de modificações para melhor adequação ao sistema de produção (COELHO, 2014; POLI
e CARVALHO, 2001).
Nesse sentido, Silveira (2011) cita que a utilização do planejamento forrageiro em
propriedades garante a sustentabilidade da atividade, através do equilíbrio entre produção
de forragem e demanda por alimentos das distintas categorias de animais em cada época
do ano. Para o autor essa ferramenta é útil na gestão dos sistemas de produção, visto que
busca contornar situações adversas à produção de forragem, sendo a principal, as
condições climáticas. Vargas et al., (2019) citam que a ineficiência da gestão dos recursos
nas forrageiras podem acarretar em baixa lucratividade, baixa produtividade, alta
degradação das pastagens e do solo e até mesmo causar a morte do rebanho por falta de
alimento, demonstrando a importância na condução forrageira.
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÕES
1094
A propriedade é dividida em 3 áreas, as quais serão denominadas de área 1, 2 e 3.
A propriedade possui 30 cabeças de gado, dos quais 15 são vacas em lactação, dez
novilhas, quatro novilhos e uma vaca seca. Com exceção das vacas em lactação, os demais
animais são alimentados exclusivamente no cocho.
Para a área 1, a qual possui 1,2 hectares, de grama comum que será substituída pela
BRS Zuri. Serão recomendados para o planejamento forrageiro, à dessecação, que deverá
ser realizada dia 05 de janeiro de 2020, através de herbicida de ingrediente ativo glifosato,
o qual, segundo Machado (2016) inibe a ação de uma enzima essencial para o crescimento
das plantas, provocando sua eliminação
A recomendação sequente é a adubação de 166 kg/ha de superfosfato simples,
calculada através de análise de solo e na sequência a utilização da grade, de modo a
propiciarem a incorporação dos resíduos orgânicos, triturar e incorporar plantas daninhas
e preparar o solo. Após 15 dias recomenda-se a realização do plantio da cultivar BRS
Zuri. Uma planta cespitosa de porte ereto e alto que apresenta resistência às cigarrinhas-
das-pastagens e à mancha foliar (EMBRAPA GADO DE CORTE, 2013).
A semeadura deve ser realizada com 3 a 4 kg de sementes puras viáveis/ hectare,
de modo que se estabeleça de 20 a 50 plantas/m2, na profundidade de 3 a 5 cm,
incorporando às sementes por meio de grade niveladora ou através de semeadora.
Após a implantação da pastagem, se recomenda a utilização de calcário dolomítico,
sob a dose de 2,1 toneladas/ hectare, no mês de maio. Além disso se faz necessária a
adubação de 19,6 kg/ hectare de cloreto de potássio, que deve ser realizada em março e
outubro de 2020. Uma vez que, segundo Cunha e Neto (2015) um dos métodos para
aumento da produtividade das pastagens é a adubação, na qual todos os nutrientes são
importantes para que as plantas que compõe a pastagem, cresçam de modo rápido e
satisfatório. Costa, Oliveira e Faquin (2006) também relatam a importância de se manter
em níveis ideais a fertilidade do solo para que se obtenha resultados satisfatórios.
A entrada dos animais deve ocorrer quando as plantas apresentarem altura de
entrada de 70 a 75 cm de altura, o que provavelmente vai ocorrer em novembro de 2020,
à variar, conforme as condições climáticas. A altura de saída dos animais para descanso
da pastagem deve ocorrer quando esta se encontrar com tamanho de 30 a 35 cm. A
importância da altura do pastejo são relatadas por Jochims, Silva e Portes (2018), os
autores citam que remoções excessivas da pastagem, caracterizam o superpastejo, pois
esta situação reduzem drasticamente a área foliar e esgotam as reservas das plantas,
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
produtividade por vaca e por área; menor dependência de silagem; maior capacidade de
lotação por hectare; entre outros fatores.
No presente estudo, adotou-se medidas como pastoreio rotativo, plantio direto e
adubações de cobertura e na linha aliados ao planejamento, os quais juntos podem
proporcionar o desenvolvimento da atividade de uma maneira sustentável e rentável, de
modo que as famílias produtoras possam se manter na propriedade com boa qualidade de
vida, evitando o êxodo rural.
1096
REFERÊNCIAS
CARVALHO, P. C.; BARRO, R. S.; KUNRATH, T. R.; SILVA, F.; NETO, A. B.;
SAVIAN, J. V., PFEIFER, F. M., TISCHLER, M. R.; ANGHINONI, I. Experiências de
integração lavoura-pecuária no Rio Grande do Sul. Synergismus scyentifica UTFPR,
v. 6, n. 2, 2011.
CARVALHO, P. C. F.; MORAES, A.; ANGHINONI, I.; LANG, C. R.; SILVA, J. L. S.;
SULC, R. M.; TRACY, B. F. Manejo da integração lavoura-pecuária em sistema de
plantio direto na região de clima subtropical. In: Encontro Nacional de Plantio Direto
na Palha, Uberaba, p. 77-184, 2006.
EMBRAPA GADO DE CORTE. BRS Zuri Panicum maximum. 2013. Disponível em:
https://www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/984985/brs-zuri-
panicum-maximum-brs-zuri-producao-e-resistencia-para-a-pecuaria. Acessado em 02 de
novembro de 2020.
SOUZA, G.; VILELA, L.; LOBATO, E.; SOARES, W. V. Uso de gesso, calcário e
adubos para pastagens no Cerrado. Circular Técnica nº 12. Embrapa Cerrados.
Planaltina, 2001.
VARGAS, F. M.; SANTOS, A. A.; SILVA, R.; ARGENTA, C. V.; FAVARETTO, M.;
PEREIRA, E. A. Planejamento forrageiro aplicado em uma propriedade rural. In:
1099
XX Jornada de Extensão. Rio Grande do Sul. 2019.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 99
LEONEL, Magali
Pesquisadora
Centro de Raízes e Amidos Tropicais, CERAT, Unesp
magali.leonel@unesp.br
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
integral dos frutos, sem a retirada das sementes. As variáveis analisadas foram:
rendimento, umidade, cinzas, lipídios, fibra bruta, cor (L*, hue e croma) e fenóis totais.
O rendimento foi determinado a partir da diferença entre a massa inicial (frutos in natura)
e a massa final (após a secagem dos frutos em estufa a 55°C). A umidade foi obtida pelo
método de secagem em estufa com circulação de ar a 105°C por mais de 8h. O teor de
cinzas foi determinado a partir de combustão em mufla a 550°C. A matéria graxa
(lipídeos) foi obtida em extrator Soxhlet, utilizando-se éter de petróleo. A determinação
de fibra bruta foi realizada por hidrólise ácida seguida de hidrólise alcalina (AOAC,
2012). A cor foi obtida em Colorímetro Minolta, CR-400. Para a análise de fenóis totais,
utilizou-se o método do espectrofotômetro, com Folin-Ciocalteu utilizado como reagente
1102
(SINGLETON et al., 1999). As análises foram realizadas em triplicatas, submetidas à
análise de variância e ao teste de médias Tukey no software SISVAR (FERREIRA, 2014).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1. Rendimento de matéria prima (%) e nutrientes (g 100g-1) em farinhas de acerola (base úmida).
Rendimento** Umidade Cinzas Lipídeos Fibras
Tratamento
% g 100g-1
VD 9,0 a 11,9 c 4,1ns nd 13,2ns
VE 9,06 a 16,1 b 4,3ns nd 10,3ns
VI 8,6 b 18,5 a 4,5ns 3,5 13,2ns
C.V (%) 1,76 2,04 4,79 0,68* 15,08
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*Desvio padrão; **Massa de frutos disponíveis para moagem após secagem em estufa a 55°C; ns: não
significativo pelo teste F (p < 0,05); nd: não detectado. Médias seguidas pelas mesmas letras não diferem
estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p < 0,05).
O tratamento VI apresentou maior teor de fenóis totais, o qual aumentou conforme 1104
a maturação dos frutos (Tabela 3). Os frutos de acerola podem ser considerados uma
excelente fonte de compostos fenólicos (RIBEIRA da SILVA et al., 2014), os quais
aumentam com a maturação dos frutos e têm seus teores preservados em detrimento do
teor de vitamina C (MOURA et al., 2018). Dentre esses compostos, têm-se
principalmente: derivados do ácido benzoico, fenilpropanóides, flavonoides e
antocianinas (BELWAL et al., 2018). Os fenóis totais encontrados nas farinhas (Tabela
3) são inferiores ao teor encontrado em farinha de casca de jabuticaba 2,45 mg GAE 100g-
1
(MARQUETTI et al., 2018), outro fruto amplamente distribuído em pomares caseiros.
CONCLUSÕES
O maior rendimento de matéria prima foi obtido com os frutos verdes e com os
vermelhos. A farinha VD foi a que apresentou coloração com menor tendência para o
vermelho. As farinhas VD e VE são livres de gorduras totais, enquanto a farinha VI
apresentou valou de 3,5 g 100g-1. O teor de fenóis totais aumentou conforme a maturação
do frutos. Todos os tratamentos apresentaram valores de umidade em conformidade com
a legislação vigente. Todas as farinhas podem ser consideradas ricas em fibras e de
considerável teor de minerais.
2021 Gepra Editora Barros et al.
REFERÊNCIAS
MARQUETTI, C.; SANTOS, T. B.; KAIPERS, K. F. C.; BÖGER, B. R.; TONIAL, I. B.;
WAGNER JUNIOR, A.; LUCCHETTA, L.; PRADO, N. V. Jaboticaba skin flour:
analysis and sustainable alternative source to incorporate bioactive compounds and 1106
increase the nutritional value of cookies. Food Science and Technology, v. 38, n. 4, out.-
dez., 2018.
XU, M.; SHEN, C.; ZHENG, H.; XU, Y.; XUE, C.; ZHU, B.; HU, J. Metabolomic
analysis of acerola cherry (Malpighia emarginata) fruit during ripening development via
UPLC-Q-TOF and contribution to the antioxidant activity. Food Research
International, v. 130, e 108915, abr. 2020.
1107
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 100
RESUMO
Kombucha é uma bebida fermentada com sabor ácido e efervescente que é originada a
partir da fermentação de chá preto ou verde (Camellia sinensis) com a ação de um
consórcio microbiano de bactérias e leveduras (SCOBY). Esta bebida vem ganhando
destaque devido às suas propriedades funcionais e características sensoriais atraentes ao
consumo. No entanto, há uma necessidade de evidências clínicas que demonstrem suas
propriedades funcionais. Assim, este trabalho teve por objetivo realizar uma revisão
sistemática sobre as principais evidências clínicas sobre os benefícios da kombucha para
a saúde humana, bem como verificar as principais atividades biológicas presentes na
bebida. Os artigos foram incluídos no período de 2015 a 2020. Foram selecionados
trabalhos científicos publicados em português e inglês. Realizou-se uma busca em quatro
bases de dados eletrônicas da literatura revisada por pares, sendo elas: Pub Med, Scopus,
Science Direct e Web of Science. A análise ocorreu por meio da verificação do conteúdo
em organização, codificação e categorização das informações obtidas por meio da
estratégia população, intervenção, comparador e desfecho. Após a busca sistemática na
literatura, os trabalhos disponíveis foram totalizados em 1.093 nos quais foram
selecionados 16 e incluídos na seleção para a revisão sistemática integrativa. Entre os
trabalhos elegíveis para revisão, foi possível evidenciar atividades biológicas importantes
para promoção à saúde do ser humano, como atividades anti-inflamatória, antioxidante e
antimicrobiana. Deste modo, a bebida kombucha pode ser considerada um alimento
funcional importante, em destaque para aquelas pessoas que buscam uma melhor
qualidade de vida, tendo em vista a presença de atividades biológicas essenciais para
manutenção da saúde.
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INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
Área de estudo
Critério de Inclusão
Critérios de Exclusão
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Seleção dos estudos para compor a revisão sistemática sobre os benefícios da bebida
kombucha para saúde humana
Figura 33. Distribuição dos artigos científicos encontrados nas bases de dados pesquisadas com os
termos Kombucha, kombucha and effect, kombucha and activity, kombucha and health, kombucha and
benefits e kombucha and diese no período de 2015 a 2020.
400
350
300
250
1112
200
150
100
50
0
kombucha kombucha kombucha kombucha kombucha kombucha
and effect and activity and health and benefits and disease
Após a busca dos artigos nas bases de dados, foi realizada a leitura com base nos
critérios de inclusão e exclusão definidos na metodologia, a fim de selecionar os artigos
que apresentavam resultados relacionados à presença de atividades biológicas da
kombucha, conforme observado na Figura 2. Comprovações científicas do potencial
biológico da kombucha são importantes, pois devem visar o bem-estar da população
como também a promoção de saúde, levando em consideração que esses fatores estão
diretamente ligados ao consumo de alimentos saudáveis e que fornecem benefícios à
saúde. Para Silva et al., 2016 os altos índices do aumento de casos de doenças crônicas
por parte da população, tem sido despertado uma preocupação e interesse fazendo com
que indivíduos reconsidere seus hábitos alimentares e procurem por opções de alimentos
funcionais, ou seja, que são saudáveis e que satisfaçam as atividades nutricionais básicas
no organismo humano, além de ser uma fonte de potencial a saúde (SILVA, 2016). Em
contrapartida, a kombucha é um alimento alternativo para os indivíduos que buscam
melhores condições de saúde, visto que é uma bebida funcional devido as suas
propriedades biológicas (SALAFZOON; HOSSEINI; HALABIAN, 2018; SHAHBAZI
et al., 2018; JUNG et al., 2019).
Após a busca sistemática da literatura dos trabalhos disponíveis, foram localizados
1.093 artigos. A partir dessa seleção foram feitas as leituras dos títulos e resumos para a
avaliação dos trabalhos que se enquadravam aos critérios de inclusão desta revisão.
Contudo, apesar do grande número de artigos encontrados com os termos de busca
utilizados após a leitura e avaliação na íntegra com base no critério de conter a atividade
biológica, em um primeiro momento, foram selecionados 20 estudos sendo retirados 4
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Figura 2. Fluxograma da busca dos artigos científicos em diferentes bases de dados que apresentam
resultados relacionados aos benefícios do consumo da kombucha à saúde humana identificados por meio
de um processo de pesquisa e seleção.
1113
Durante a análise dos dados levantados pela revisão sistemática sobre os benefícios
da kombucha, pode-se perceber que dos 16 artigos selecionados, foram desenvolvidos
ensaios pré-clínicos in vitro (por meio da cultura de células e ação de reagentes) e in vivo
(a partir de análises entre organismos animais), nenhum artigo relatou sobre ensaios
clínicos em humanos. As principais atividades biológicas, ensaios clínicos e efeitos estão
apresentados na Tabela 1. A exemplo foram observadas evidências científicas da bebida
relativo à prevenção de algumas doenças como estresse oxidativo, processos
inflamatórios, esteatose hepática, danos cerebrais, câncer e diabetes, através de modelos
experimentais in vitro e in vivo (VÁZQUEZ-CABRAL et al., 2017; JAFARI et al., 2020;
HYUN et al., 2016; KARIBI; SETORKI, 2016; SALAFZOON; HOSSEINI;
HALABIAN, 2018; ZUBAIDAH et al., 2019).
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Tabela 1. Atividades biológicas e ensaios clínicos encontrados na literatura tendo kombucha como
fonte de tratamento publicadas entre os anos de 2015 a 2020.
Resultados
Autor/ano Ensaio Atividade biológica Efeito
BELLASSOUED et Ratos (Wistar – via Atividade Dieta hipercolesterolêmica
al., 2015 alimentar oral) antioxidante
melhoria na qualidade de vida dessas pessoas com enfermidades crônicas com o uso de
alimentos funcionais ocorre devido a presença de propriedades essenciais no
retardamento das complicações degenerativas das doenças crônicas como: vitaminas,
ácidos orgânicos e fibras alimentares (SILVA; ORLANDELL, 2019).
Com isso, a maioria dos benefícios do consumo de kombucha foi estudada apenas
em modelos experimentais e há a necessidade de evidências científicas baseadas em
modelos humanos. Todavia a kombucha tem sido buscada como uma alternativa de
bebidas saudáveis que trazem benefícios adicionais além dos disponíveis através da
alimentação, promovendo assim saúde aos seus consumidores.
Dentre os efeitos benéficos da kombucha à saúde foram encontrados entre os
1116
estudos uma importante atividade antioxidante proporcionada pelo chá. Essa função está
ligada a presença de polifenóis, incluindo também flavonóides, estes por sua vez que
possuem propriedades quelantes, ou seja, sua combinação com metais livres diminui sua
probabilidade de danificar moléculas vitais que participam de processos fisiológicos
(JAKUBCZYK et al., 2020) e potencializado durante o processo fermentativo. Com isso
as propriedades antioxidantes da kombucha contribuem para redução de radicais livres
no organismo (BELLASSOUED et al., 2015). Essa função desempenha um papel de
proteção ao organismo humano contra estresse oxidativo que é causado pelo acúmulo
desses radicais. Os pesquisadores Gaggìa e colaboradores (2019) relataram que o preparo
da kombucha a partir de chá preto e verde apresentou uma maior atividade antioxidante
em comparação com outro tipo de chá (rooibos). A importância de que mais estudos sobre
a atividade antioxidante proporcionada pela bebida kombucha podem apresentar um
importante avanço na prevenção de doenças como câncer e aterosclerose, tendo em vista
que esse efeito é capaz de neutralizar danos oxidativos dos radicais livres nas células
(MIRANDA et al., 2010). Eles são responsáveis pela proliferação de reações que podem
danificar o sistema biológico.
A kombucha também foi avaliada quanto ao potencial anti-inflamatório ou
imunomoduladores, fazendo-se necessário mais estudo na área para uma maior
comprovação. Entre eles, Villarreal-Soto et al. (2019; 2020) observaram que o chá preto
de kombucha foi capaz de inibir in vitro a atividade da 5-lipooxigenase, uma enzima
envolvida na conversão de ácidos graxos em leucotrienos e implicada na inflamação.
Além disso, Vázquez-Cabral et al. (2017) aplicaram kombucha a macrófagos ativados
por peróxido de hidrogênio (THP-1) e relataram uma redução na secreção de citocinas
pró-inflamatórias (TNF-α e IL-6). Além disso, o chá kombucha apresenta um importante
valor medicinal para pacientes com doenças inflamatórias intestinais, como ruptura de
mucosa, ulceração e câncer de cólon (PAKRAVAN et al., 2019). No entanto, o trabalho
de Pakravan et al., 2019 foi desenvolvido por meio de um procedimento metodológico
utilizando animais, com isso faz-se necessário o desenvolvimento de novas pesquisas por
meio de análises desses efeitos produzidos no organismo humano. É necessário
experimentos clínicos em humanos porque, mesmo apresentando efeitos positivos
relativos à prevenção de doenças inflamatórias intestinais em animais, a kombucha pode
apresentar outros efeitos quando aplicado em humanos.
Quanto ao efeito antimicrobiano, os artigos pesquisados neste trabalho mostraram
que a bebida kombucha apresentou grande potencial, principalmente para as cepas de S.
2021 Gepra Editora Barros et al.
tendo em vista a diminuição do consumo desta bebida nos últimos tempos devido a grande
quantidade de açúcar, além dos problemas de saúde causados pelo seu consumo, como
diabetes, pressão alta, dentre outros.
Foram também observados que ainda há a necessidade de se realizar mais pesquisas
aplicadas em ensaios randomizados para validar os efeitos das atividades biológicas
referentes a kombucha em seres humanos. Portanto, estudos realizados em humanos são
necessários para validar as atividades biológicas da kombucha, no entanto os resultados
encontrados nos trabalhos analisados são muito satisfatórios e com o aumento das
pesquisas, a tendência é que mais estudos sejam realizados e os efeitos da kombucha
sejam gradualmente confirmados.
1118
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
ALAEI, Z.; DOUDI, M.; SETORKI, M. The protective role of Kombucha extract on the
normal intestinal microflora, high-cholesterol diet caused hypercholesterolemia, and
histological structures changes in New Zealand white rabbits. Avicenna journal of
phytomedicine, v. 10, n. 6, p. 604–614, 2020.
AYED, L.; BEN ABID, S.; HAMDI, M. Development of a beverage from red grape juice
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rooibos teas: a comparative study looking at microbiology, chemistry and antioxidant
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fermented beverage, Kombucha. International Journal of Food Microbiology, v. 333,
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ZUBAIDAH, E.; IFADAH, R. A.; KALSUM, U.; LYRAWATI, D.; PUTRI, W. D. R.;
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snake fruit cultivars. Nutrition & Food Science, 2019.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 101
RESUMO
Este trabalho teve por objetivo analisar sistematicamente trabalhos disponíveis nas bases
de dados eletrônicos científicas sobre o uso de ácidos orgânicos como auxílio adjuvante
na conservação do pescado, bem como obter indicadores relativos ao potencial e
aplicações biotecnológicas. Como procedimento metodológico houve a pesquisa
bibliográfica integrativa nas bases de dados ScieLo, Web of Science, SCOPUS,
ScienceDirect, Google Scholar e BDTD. Os critérios de elegibilidade foram trabalhos de
pesquisas experimentais e revisões sistemáticas, nos idiomas inglês, espanhol e
português. A análise deu-se por meio da análise do conteúdo, com a técnica análise
categorial. Dos 290 trabalhos encontrados foram selecionados 8 trabalhos como elegíveis
para revisão. Foi possível verificar poucos artigos publicados como artigos científicos
recentemente e mais trabalhos de conclusão de curso. Somando-se a isso, os ácidos
orgânicos são substâncias importantes para conservação do pescado, com atribuições em
atividades antioxidantes e antimicrobiana. Entre diversas substâncias químicas, os ácidos
orgânicos possuem propriedades físicas e químicas importantes para conservação de
produtos alimentícios. Exemplo dessas propriedades são os potencias biotecnológicos
antioxidante e antimicrobiano presentes nos ácidos orgânicos. Conclui-se que os ácidos
orgânicos são uma alternativa de conservação na indústria alimentícia do pescado, sendo
os ácidos mais utilizados os ácidos cítrico, acético e lático, devido ao potencial
antioxidante e antimicrobiano.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Identificação do problema
Busca da literatura
As buscam dos artigos foram executadas nas plataformas de dados ScieLo, Web
of Science, SCOPUS, ScienceDirect, Google Scholar e BDTD (Biblioteca Digital
Brasileira de Teses e Dissertações).
Termos de buscas
Condição de interesse – Perfil dos ácidos orgânicos, Potencial biotecnológico dos ácidos
orgânicos, Ácidos orgânicos utilizados na conservação do pescado.
Tabela 1. Critérios de extração das informações importantes dos artigos selecionados para compor a
revisão integrativa da literatura sobre perfil e potencial biotecnológico dos ácidos orgânicos utilizados na
indústria alimentícia do pescado.
CRITÉRIOS INFORMAÇÕES ESPERADAS
Autor Autores que publicaram o trabalho selecionado
para a revisão.
Ano de publicação Ano de publicação dos estudos entre 2017 a
2021.
População Qualquer produto oriundo do pescado.
2021 Gepra Editora Barros et al.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
primários que avaliem o potencial dos ácidos orgânicos como uma tecnologia de barreia
no processo de retardar a deteriorização do pescado.
Tabela 2. Caracterização geral dos estudos selecionados para compor a revisão integrativa da literatura
sobre utilização dos ácidos orgânicos na conservação do pescado.
Solúvel em água
Não inflamável
Ácido cítrico Antioxidante Baixo ponto de fusão
Atóxico
1131
Biodegradável
Propriedade umectante
Controle enzimático
Composto químico essencial
Ácido lático Antimicrobiana para a realização de
processos bioquímicos
fundamentais.
Controle enzimático
Composto químico essencial
Ácido acético Antimicrobiana para a realização de
processos bioquímicos
fundamentais
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
CORBO, M. R.; SPERANZA, B.; FILIPPONE, A.; CONTE, A.; SINIGAGLIA, M.;
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Capítulo 102
RESUMO
INTRODUÇÃO
gerando redução da qualidade dos produtos. Esses organismos além de causar injúrias a
planta e deformação na qualidade do produto, causam perdas produtividade, e
inviabilidade econômica de condução das áreas de cultivo, sendo necessário recorrer a
métodos de controle para contornar essa situação. A forma mais comum de controle
dessas espécies se dá pelo uso de moléculas químicas sintéticas. No entanto, de acordo
com Pinheiro et al. (2018) os produtores em algumas ocasiões por não terem
conhecimento do correto manejo de pragas agrícolas, acabam realizando uso incorreto
dessas moléculas o que ocasiona sérios problemas como a poluição de rios, córregos e do
próprio solo como também ao ser humano. Paralelo a isto, o uso de moléculas químicas
ainda pode induzir a resistência dos insetos a inseticidas, reduzir a população de insetos
1136
benéficos nas lavouras e promover novas pragas agrícolas.
A conscientização social acerca dos malefícios causado pelo uso indiscriminado
desses produtos ao ser humano e ao meio ambiente, em decorrência dos riscos à saúde
pública os custos de aquisição dessas moléculas, são fatores que estão levando a
sociedade a buscar alternativas para minimizar o uso de defensivos agrícolas (Monnerat
et al. (2018).
Em vista disso pesquisas são desenvolvidas buscando um meio alternativo e
ecológico de combater as pragas que não proporcione impactos ao meio ambiente. Como
forma de alternância aos agrotóxicos, os produtos naturais são apontados como eficazes
no controle de pragas e doenças (Sardeiro et al., 2019). Os produtos naturais, são os óleos
essenciais e extratos vegetais que apresentam substâncias orgânicas extraídas de partes
vegetativas de plantas (Taiz et al., 2017), e que exibem qualidades agronômicas
desejáveis. Por possuírem ação inseticida, e microbiocida, são bastante utilizados para o
controle de pragas e doenças na agricultura e contribuem para minimizar o ataque desses
agentes, reduzir aplicação de moléculas químicas, além de ser uma técnica de baixo custo
e oferecer pouco risco ao ser humano e meio ambiente (Ayres et al., 2020). Desta maneira,
o objetivo desta revisão foi o de expor os benefícios dos produtos naturais como
alternativa no controle de pragas e doenças.
REFERENCIAL TEÓRICO
doce promoveram maiores mortandade deste inseto. Souza (2017), realizando o controle
do pulgão Aphis craccivora Koch no feijão-caupi com óleos vegetais fixos e essenciais,
constatou que a aplicação de Lippia origanoides e Lippia lasiocalycina promoveram
maior toxicidades a praga em estudo chegando a controlar cerca de 50% destes
indivíduos. Sobrinho et al. (2018), avaliaram o potencial de óleos essenciais no controle
se Aleurodicus cocois na cultura do cajueiro e concluíram que o uso de óleos essenciais
de Lippia alba, Ocimum basilicum e C. citratus se apresentaram com grande potencial no
controle de ninfas de mosca-branca-do-cajueiro em concentrações de 5%.
Nos estudos de Andrade et al., (2018), a bioatividade de extratos hidroalcóolicos
sobre Aphis spp. na cultura da acerola foi avaliada, sendo constatado que os extratos de
1139
arruda, neem e canela promoveram efeito inseticida sobre esta espécie de pulgão. Dantas
et al. (2019), avaliando o uso de extratos botânicos no controle de cochonilha da escama
na cultura da palma forrageira, concluíram que o uso de barbatimão (Stryphnodendron)
na concentração de 10% causou a mortandade de 100% das ninfas desta espécie.
Santos et al. (2020), usando extratos vegetais no controle in vitro de patógenos em
sementes de Glycine max (L.), os extratos alcoólicos de alho, canela, cravo-da-índia na
dose de 10% foram eficiente no controle fúngico nas sementes de soja. Barbiere et al.
(2020) avaliando o controle de Fusarium solani com o uso de óleos essenciais
constataram que os uso de óleos de Mentha avensis e Eucalyptus citriodora se
apresentaram como biofungicidas.
Queiroz et al. (2020), realizando estudos com extratos de óleos essenciais como
alternativa no controle de isolados de Sclerotinia sclerotiorum e Sclerotium rolfsii em
Glycine max L., inferiram que os óleos essenciais de C. citratus, C. nardus e Melissa
officinalis L. inibiram 100% o desenvolvimento fúngico. Silva et al. (2018), realizando o
controle alternativo de Colletotrichum gloeosporioides com óleos essenciais
confirmaram que todos os produtos vegetais aplicados se mostraram eficientes, sendo o
óleo essencial de Malaleuca alternifolia o mais eficiente no controle de crescimento
micelial. Brito et al. (2018), utilizando óleos essencial de C. citratus, C. nardus e A. indica
no controle de insetos e microrganismos, detectou que o uso desses óleos resultou na
diminuição dos crescimentos micelial de Penecillium spp. em vista do aumento da
concentração utilizada.
Além disso, os óleos essenciais podem ter aplicabilidade no controle de nematoides.
Borges (2017), avaliando o efeito nematicida de extratos de plantas do cerrado e óleos
essenciais, concluiu que o uso de óleo de Schinus terebinthifolius reduziu a eclosão de
Meloidogyne javanica e o extrato folhas e ramos de Copaifera langsdroff são eficientes
no controle da eclosão de juvenis de segundo estádio (J2) de M. javanica. Gonçalves et
al. (2017), observando o efeito nematicida de óleo essencial de eucalipto sobre
nematoides de galhas, constatou que o óleo essencial de Eucaliptus globulus nas
concentrações de 2% reduziu em até 90% a população de M. javanica. Gonçalves et al.
(2016), avaliando a atividade antagonista do óleo essencial de Lippia alba (Mill.) em
espécies de M. incognita (Kofoid & White), concluiu que aplicação desse produto
promoveu a um acentuado efeito supressor nesse patógeno. No entanto, a explicação para
esse efeito deletério nas espécies estudadas, está relacionado com a presença de moléculas
orgânicas que algumas plantas ostentam.
2021 Gepra Editora Barros et al.
De acordo com Grandi (2014), algumas espécies vegetais, como a arruda (Ruta
graveolens) apresenta alcaloides, canela (Cinnamomum verum), alho (A. sativum) e
menta (M. spp.) são compostos por terpenos, em quanto que o barbatimão
(Stryphnodendron spp.) e eucalipto (E. spp.) apresentam tanino, e o cravo-da-índia e o
gergelim tem constituintes de compostos fenólicos. Esses componentes auxiliam no
combate de insetos e patógenos indesejáveis uma vez que atuam como inseticidas e
repelentes.
Esses efeitos são comuns quando aplicados os óleos essenciais e extratos vegetais,
pois quando em contato com os organismos liberam as moléculas orgânicas e estas
atuando suprimindo essas pragas ou inibindo seu desenvolvimento, no caso dos
1140
microrganismos. Silva et al. (2018), com o conhecimento e uso dessa tecnologia é
possível obter os óleos essenciais e extratos vegetais, e ainda argumentam que o uso
desses produtos pode trazer benefícios aos produtores de orgânicos, como uma alternativa
ao uso de produtos químicos e manejo de pragas e doenças. Esses relatos só reforçam e
dão ênfase a efetividade desses constituintes orgânicos em vista da atividade supressora
de insetos e patógenos.
Tendo em vista o conhecimento da ação natural desses compostos, Oliveira et al.
(2020) afirmam que a utilização de espécies vegetais no controle se praga são
presumíveis. Entretanto, na visão de Barbiere et al. (2020) mesmo com os estudos sobre
a composição química e biológicas dos produtos naturais, ainda se faz necessário estudos
mais aprofundados nessa área do conhecimento, acerca da utilização desses componentes
vegetais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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TAIZ, L.; ZEIGER, E.; MOLLER, I. M.; MURPHY, A.; (2017). Fisiologia e
desenvolvimento vegetal. (6 ed.). Porto Alegre: Artmed.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 103
RESUMO
No experimento da videira Isabel foram analisados peso de cacho e peso de cacho por
planta. Objetivou-se com o presente trabalho avaliar os efeitos da aplicação de doses de
biofertilizante e de lâminas de água na produção da videira Isabel. A pesquisa foi
conduzida no setor de agroecologia, Centro de Ciências Humanas e Agrárias - CCHA da
UEPB, Campus IV, Catolé do Rocha/PB. O delineamento experimental adotado na
pesquisa foi o de blocos casualizados, com 15 tratamentos, no esquema fatorial 5x3, com
quatro repetições, totalizando 60 parcelas experimentais, com 2 plantas/parcela,
perfazendo 120 plantas experimentais. Foram estudados os efeitos de 5 doses de
biofertilizante (D1 = 1,0; D2 = 1,5; D3 = 2,0; D4 = 2,5 e D5 = 3,0 L/planta/ciclo) e de 3
lâminas de água de irrigação (L1 = 80%, L2 = 100% e L3 = 120% da NIB – Necessidade
de Irrigação Bruta) na produção da videira Isabel. O biofertilizante foi produzido de forma
anaeróbia em biodigestores pequenos, com capacidade individual para 240 litros. Foram
analisadas o peso do cacho e peso de cachos por planta na colheita da videira isabel. A
produção da videira Isabel aumentou de forma linear com o aumento da dose de
biofertilizante; os efeitos de doses de biofertilizante no peso do cacho foram mais
significativos na lâmina de água L3 (120% NIB); e os efeitos de doses de biofertilizante
no peso de cachos por planta foram mais significativos na lâmina água L2 (100% NIB).
2021 Gepra Editora Barros et al.
INTRODUÇÃO
A videira Isabel (Vitis labrusca L.), pertencente à família Vitaceae, gênero Vitis,
é uma das mais antigas plantas cultivadas pelo homem. Essa cultura possui grande
importância econômica, a qual gera muitos empregos diretos e indiretos nos setores de
insumos, processamento, serviço de apoio, produção, distribuição e turismo (NETO;
SOUSA, 2018).
A viticultura destaca-se como uma das mais importantes cadeias produtivas da 1146
agricultura irrigada no Nordeste brasileiro, sendo que, em 2018, 31% da produção
nacional e 14% da área cultivada estão concentrados no Submédio do Vale do São
Francisco (IBGE 2020). Em 2016 a produção total de uvas no Brasil foi de 1.388.859
toneladas, o Estado de São Paulo produziu 158.781 toneladas da fruta, ocupando a terceira
posição no contexto nacional (AGRIANUAL, 2017). Ao longo da última década ocorreu
substituição de cultivares de uvas de mesa, mas não houve ampliação significativa das
áreas cultivadas (IBGE, 2020).
O biofertilizante vem sendo usado na agricultura orgânica como alternativa
sustentável, a gestão sustentável dos resíduos agropecuários tem sido recomendada como
forma a mitigar os problemas causados pelo seu acúmulo. A utilização da adubação
orgânica, por meio da compostagem de resíduos orgânicos, é um método concentrado
e acelerado de decomposição de resíduos semelhante aos processos que ocorrem
naturalmente e gradualmente na natureza para a decomposição e a formação de húmus
a partir de matéria orgânica (Sediyama etal., 2014; Adnan et al., 2017).
Tende a aumentar a vida útil do solo e a não o empobrecer, como acontece quando se
utilizam apenas os adubos químicos minerais ao longo de anos de cultivo (Adnan et al.,
2017).
Os subprodutos da uva são diversos e com seu processamento junto a reações
químicas vão de remédios medicinais à diversas bebidas. Estima-se que
aproximadamente 70% do conteúdo fenólico é preservado no bagaço de uva após
processamento (BERES et al., 2017; DWYER; HOSSEINIAN; ROD, 2014). As uvas
podem ser consumidas in natura mas podem ser obtidos diversos produtos a partir dela
como vinho, suco, geléias, vinagre, óleo de semente de uva, passas, entre outros (BERES
et al., 2017; ZHU et al., 2015).
Uma planta em situação de déficit hídrico responde de diferentes formas, com
alterações no seu metabolismo celular e inibição de processos fisiológicos, como também,
uma planta em situação de excesso de água pode apresentar estresse por deficiência de
oxigênio nas raízes e redução na absorção de nutrientes e água por falta de energia (TAIZ
et al., 2017; NASCIMENTO, 2019). Apesar da resposta positiva para a remoção dos sais
com o aumento da fração de lixiviação adotada, o emprego de lâminas de água elevadas,
pode aumentar consideravelmente as perdas de nutrientes do solo quando as plantas estão
submetidas ao estresse salino (LACERDA et al., 2018).
2021 Gepra Editora Barros et al.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi executada período entre novembro de 2019 a março de 2020 no 1147
setor de agroecologia, Centro de Ciências Humanas e Agrárias - CCHA, da Universidade
Estadual da Paraíba - UEPB, Campus-IV, em Catolé do Rocha-PB. Noroeste do Estado
da Paraíba, localizado pelas seguintes coordenadas geográficas: latitude de 6º20’28’ Sul
e longitude de 34º44’59’’ ao Oeste do meridiano de Greenwich, tendo uma altitude de
275 m.
A microrregião de Catolé do Rocha apresenta clima tropical, predominando o
semiárido no interior, com médias térmicas elevadas (em torno de 27 °C) e chuvas
escassas e irregulares (menos de 800 mm por ano). A estação chuvosa ocorre de janeiro
a julho, sendo que nesta época as chuvas caem mais nos meses de fevereiro, março e maio
o que chamamos de inverno com histórico de pluviosidade nos últimos cinco anos, 2016,
2017, 2018, 2019 e 2020, respectivamente de 533,2; 623,6; 916,7; 777,7; 1324,91 mm
ano-1 (AESA, 2020), valores médios de temperatura e umidade relativa do ar de 37,5ºC
e 15%.. A vegetação é caracterizada pelo bioma caatinga com plantas espinhosas e
árvores pequenas, como cactos e bromeliáceas.
O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, com 15 tratamentos, no
esquema fatorial 5x3, com quatro repetições, totalizando 60 parcelas experimentais, com
2 plantas/parcela, perfazendo 120 plantas experimentais. Foram estudados os efeitos de 5
doses de biofertilizante (D1 = 1,0; D2 = 1,5; D3 = 2,0; D4 = 2,5 e D5 = 3,0 L/planta/ciclo)
e de 3 lâminas de água de irrigação (L1 = 80%, L2 = 100% e L3 = 120% da NIB –
Necessidade de Irrigação Bruta) na produção da videira Isabel. A irrigação foi conduzida
nos horários entre 7 e 9:00, em que durante o período do experimento houve precipitações
pluviométricas que foram consideradas para aplicação das lâminas em questão.
Conforme análise físico-química, o solo da área experimental tem textura arenosa,
composta de 660 g kg-1 de areia, 207 g kg-1 de silte e 132 g kg-1 de argila, com densidade
aparente de 1,44 g cm-3, umidade de saturação de 231,6 g kg-1, umidade de capacidade de
campo de 112,3 g kg-1 e umidade de ponto de murcha permanente de 65,6 g kg-1;
apresentando pHps de 7,24, CEes de 0,83 dS m-1, CTC de 5,42 cmolc kg-1, RAS de 2,69
(mmolc L-1)1/2, PSI de 4,42 e 1,24% de matéria orgânica.
O controle de ervas daninhas foi uma prática rotineira, tendo sido realizados roços
entre as linhas de plantio e limpas manuais nas covas. Foram realizadas retiradas de brotos
e de gavinhas nos ramos de produção, bem como podas de formação e de produção.
2021 Gepra Editora Barros et al.
1148
RESULTADOS E DISCUSSÃO
ns
** - Significativs, aos níveis de 0,01 de probabilidade, pelo teste F; - Não significativo.
70
60
50
40 ····· L1 ► y = 26,5x + 31,792 R² = 0,98
30 – – L3 ► y = 24,2x + 40,248 R²= 0,95
20
10
0
1 1,5 2 2,5 3
Doses de Biofertilizante (L/planta/ciclo)
Figura 2. Variações do peso do cacho da videira Isabel em função do uso de diferentes doses dos
biofertilizante e das lâminas de água L1 e L3
6
Peso de Cachos por Planta (kg)
3
····· L1 ► y = 0,282x + 3,356 R² = 0,97
0
1 1,5 2 2,5 3
Doses de Biofertilizante (L/planta/ciclo)
Figura 3. Variações do peso de cachos por planta da videira Isabel em função do uso de diferentes doses
dos biofertilizante e das lâminas de água L1 e L2.
QUADRADOS MÉDIOS
FONTE DE VARIAÇÃO GL Lâminas de Irrigação
L1 L2 L3
Doses de Biofertilizante (D) 4 0,675** 1,350** 0,776ns
Regressão Linear 1 2,025** 2,816** 0,418ns
Regressão Quadrática 1 0,446ns 2,011** 0,214ns
ns ns
Regressão Cúbica 1 0,100 0,001 0,093ns
ns ns
Desvio da Regressão 1 0,128 0,012 0,023ns
Resíduo 45 0,167 0,167 0,167
ns
* e** - Significativos, aos níveis de 0,05 e de 0,01 de probabilidade, respectivamente, pelo teste F;
– Não significativo.
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÕES
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grape pomace. Food Chemistry, v. 186, p. 207–212, 2015.
1154
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 104
RESUMO
INTRODUÇÃO
Acacia mangium Willd é uma árvore originária das Ilhas de Irian, Java e Molucas,
no leste da Indonésia, província oeste de Papua, Nova Guiné, bem como do Nordeste do
Estado de Queensland na Austrália (TONINI; HALFELD-VIEIRA; SILVA, 2010). No
Brasil existem plantios situados no estado de Roraima, no Amazonas, Amapá, Maranhão,
Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. (ATTIAS; SIQUEIRA; BERGALLO,
2013; INSTITUTO HÓRUS, 2013). Em Roraima, atualmente, os plantios de A. mangium
totalizam uma área de aproximadamente 30 mil hectares (TONINI; HALFELD-VIEIRA;
2021 Gepra Editora Barros et al.
SILVA, 2010) e estão localizados em cinco municípios: Boa Vista, Cantá, Alto Alegre,
Mucajaí e Bonfim, ocupando áreas originalmente cobertas por savanas.
A espécie A. mangium apresenta característica peculiares. Suas folhas típicas caem
já no viveiro de mudas e os filódios se desenvolvem grandemente substituindo as próprias
folhas. O néctar é extrafloral, produzido na base dos filódios e exsudado durante quase
todo o ano sendo, portanto, aproveitado por vários animais, principalmente por insetos
sugadores como abelhas, vespas e formigas. As abelhas sobressaem como coletoras de
néctar, notavelmente a espécie doméstica, Apis mellifera L. (SILVA, 2010).
A apicultura (criação racional de abelhas Apis mellifera) é considerada viável e
economicamente promissora para o agronegócio no estado de Roraima (SILVA, 2007a).
1156
Quando realizada próximo a plantios de A. mangium apresenta altos índices de
produtividade, uma vez que o néctar é disponibilizado em grande quantidade e de fácil
acesso às abelhas. Com base no volume de mel apícola processado na Associação
Setentrional de Apicultores de Roraima (ASA) estima-se que o Estado de Roraima produz
mais de 100 toneladas de mel por ano. Desta produção, provavelmente, a maior
quantidade é oriunda de nectários extraflorais de A. mangium, uma vez que grande parte
dos apiários estão instalados a pouca distância de plantios dessa espécie vegetal. De
acordo com relatos de indígenas de aldeias próximas aos plantios de A. Mangium de que
é possível encontrar mel o ano todo, o aumento na atividade de coleta de mel em colônias
silvestres de A. mellifera confirmam que a presença do exsudato açucarado nos nectários
extraflorais dessa espécie promove um aumento significativo na produção de mel (Silva,
2010).
Diante da importância da A. mangium para a apicultura, esta pesquisa é de grande
relevância por demonstrar o potencial melífero desta espécie vegetal no estado de
Roraima, contudo, existe a necessidade de comprovação científica que confirme esse
potencial. Ante o exposto, o presente trabalho teve como objetivo determinar o potencial
para produção de mel dos NEFs de plantios de A. mangium no Estado de Roraima.
MATERIAL E MÉTODOS
controle das amostras coletadas, os nectários foram numerados a partir do filódio que se
encontrava no ápice do ramo (nectário número um). Portanto, o último nectário numerado
foi o que estava no filódio da base do ramo, em direção ao tronco da árvore. Os dados
anotados em caderneta de campo no momento da coleta foram: data, hora, o volume e
teor de sólidos solúveis totais (SST) do néctar coletado. Posteriormente os dados foram
registrados em planilha do Microsoft Excel.
Para coleta de néctar foi utilizado microtubo capilar (o mesmo utilizado para
hematócritos), com dimensões de 75 mm de comprimento, 1 mm de diâmetro interno e
1,5 mm de diâmetro externo, marca Precision Class Line. Esse método consistiu na
colocação do microtubo capilar diretamente no nectário e, devido ao efeito de
1157
capilaridade ocorria a sucção automática, bastando encostar o microtubo na superfície do
néctar (Figura 01).
Figura 01: Microtubo capilar contendo néctar extrafloral de A. mangium (em destaque).
outras espécies de abelhas e demais insetos foram desconsideradas, uma vez que não há
parâmetros que possam ser utilizados para sua mensuração.
A produção de mel em plantios de A. mangium foi obtida por meio de visitas a
Associação Setentrional dos Apicultores (ASA), em sua unidade de extração de mel (ou
casa do mel) localizada no bairro de Monte Cristo, Boa Vista - RR. As informações foram
adquiridas com a secretária da ASA, cujos dados sobre a produção de mel estavam
organizados em formato de quadro, descrevendo a data de entrada do produto (por
colheita), o nome do produtor e o total do mel produzido em kg.
Para os dados coletados foram realizadas análises estatísticas de ANOVA no intuito
de verificar as diferenças no volume de néctar produzido entre árvores e a análise de ki-
1159
quadrado para o teor de SSTs.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 01 - Total de nectários extraflorais de A. mangium amostrados e percentual com néctar por data
de coleta. Boa Vista, Roraima.
Datas Total Com Néctar Percentual.
26/04/2018 127 88 69,3
30/05/2018 135 60 44,4
21/07/2018 100 2 2,0
22/09/2018 167 62 37,1
08/11/2018 116 28 24,1
11/12/2018 119 52 43,7
Total Geral/Percentual 764 292 38,2
Fonte: Própria autoria (2018).
Os NEFs que não apresentaram produção de néctar foram incluídos apenas no total
de NEFs encontrados, portanto, descritos como valor zero.
O maior volume de néctar produzido por árvore foi de 143,7 mm e coletado em 22
de setembro de 2018, com um total para essa data de 304,3 mm (Tabela 02).
Tabela 02: Altura total e médias (mm) de néctar nos micro tubos por data de coleta e por árvores. Sítio
das abelhas. Boa Vista, Roraima.
Árvore\Data 26/04/2018 30/05/2018 21/07/2018 22/09/2018 08/11/2018 11/12/2018
1 58,5 14,9 1,6 143,7 0,0 12,2
2 60,5 9,4 0,4 18,1 161,2 5,9
3 23,8 26,3 0,0 63,6 29,1 3,5
4 21,2 0,4 0,0 31,0 19,6 9,0
5 16,1 80,9 0,0 47,9 90,3 18,5
Médias 36,0 26,4 0,4 60,9 60,0 9,8
Total 180,1 131,9 2,0 304,3 300,2 49,1
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Figura 03: Gráfico de dispersão para o número de folhas (filódios) em função do diâmetro do
galho/DAP. Plantio da Fazenda Haras Cunhã Pucá, município do Cantá, Roraima.
1161
Figura 04: Gráfico de dispersão para número de folhas em função do diâmetro do galho/DAP. Sítio das
Abelhas, Boa Vista, Roraima.
Tabela 03: Produção em litros de néctar de A. mangium, por planta, por hectare, por dia e anual
em Roraima. Considerando 30.000 ha plantados.
Cenário 01 - nos plantios Cenário 02 - a sol pleno
Regressão: y= 594,1x – 1224,5 Regressão: y= 1499,9x – 5303,3
DAP Árvore ha Dia* Anual* Árvore ha Dia* Anual*
10 0,004717 6,55 196520,8 71.730.104 0,009696 13,47 403987,5 147.455.437
20 0,010658 14,80 444062,5 162.082.813 0,024695 34,30 1028945,8 375.565.229
Fonte: Própria autoria (2018).
significativa entre árvores da mesma data de coleta, no mês de maio/2019 com p <0,01
(Tabela 04).
Tabela 04: Teor de sólidos solúveis totais no néctar de A. mangium por mês de coleta. Roraima
2018.
Árvore/Mês Abril Mai. Jul. Set. Nov. Dez. X2
1 39.4 23.7 30.2 17.2 - 58.7 p<0.0001
2 56.3 - - 31.0 14.0 59.0 p<0.0001
3 54.9 50.8 - 30.0 10.2 57.9 p<0.0001
4 58.7 - - 27.3 17.7 59.2 p<0.0001
5 59.3 38.3 - 28.3 7.4 57.0 p<0.0001
Média 53.7 37.6 30.2 26.8 12.3 58.4 36.5 1163
X2 ns p<0.01 - ns ns ns
Fonte: Própria autoria (2018).
ns = não significativo.
Com estes resultados verificamos que, a maior variação no conteúdo de SSTs foi
devido à sazonalidade e não por causas intrínsecas aos próprios indivíduos de A.
mangium. A concentração do SSTs do néctar é influenciada pela umidade do solo e do
ar, principalmente. Porém, outras variáveis como idade dos nectários, idade da planta e
fertilidade do solo também exercem influência nesse parâmetro (SOARES; LANGE;
DEL-CLARO 2011; LANGE; SOARES; DEL-CLARO 2017). Lima et al. (2014)
encontraram uma variação de 17 a mais de 22 % de SSTs para néctar de Luffa cylindrica.
Pereira et al. (2011) verificaram variação de SSTs no néctar floral da espécie
Merremia aegyptia em diferentes horários, 7 horas, 11 horas e 15 horas. Nesse estudo a
média de SSTs observada foi de 31,75%. Souza et al. (2012) encontraram média de
24,63% em SSTs no néctar floral para as espécies do gênero Aechmea, Alcantarea,
Ananas e Vriesea. As médias de SSTs de néctar floral nesses dois estudos são menores,
quando comparamos com a média de 36,5% de SSTs no néctar extrafloral de A. mangium
obtida neste estudo.
Com a determinação do volume de néctar produzido nos plantios de A. mangium
pode-se inferir qual seria o potencial de produção de mel para o estado de Roraima nessas
plantações. Devemos, no entanto, levar em conta que o néctar é transformado em mel
pelas abelhas de várias formas: retirando boa parte do conteúdo de água, no caso das
abelhas Apis fica geralmente em torno de 20%. Neste estudo, o valor médio de SSTs no
néctar de A. mangium ficou em torno de 36,5 %, consequentemente, com umidade média
de 63,5 % (Tabela 04). Se convencionarmos que o percentual de SSTs seja igual ao de
açúcar e considerando plantios com 15 anos de idade com DAP de 20 cm, teremos um
total de 137.081.308,7 litros de néctar (Tabela 04). Considerando que as abelhas
consomem cerca de 70% do que coletam para seu próprio sustento, que o conteúdo de
SSTs médio foi de 36,5% e que cada litro de néctar seja correspondente a um quilograma
temos então, fórmula para cálculo do volume de açúcar produzido pelos plantios de A.
Mangium em Roraima: Volume de açúcar produzido = Volume de néctar produzido X
36,5% (% de açúcar) X 30% (sobra do consumo próprio das abelhas de 70%).
Embora a produção do mel apícola de Roraima seja principalmente de mel de A.
mangium, o total produzido está abaixo do valor teórico obtido neste trabalho. Os dados
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fornecidos pela ASA de 2015 a 2019 apontam uma produção irregular, com um total
anual variando de 20 a quase 50 mil quilos de mel processados em 2018 (Tabela 05).
Tabela 05: Mel processado (em kg) na Casa do Mel da Associação Setentrional de Apicultores de
Roraima (ASA) no período de janeiro de 2015 a abril de 2019. Boa Vista, Roraima.
Mês Ano
2015 2016 2017 2018 2019
jan. 2906
fev. 3160
mar 5705,04 2457
abr. 85
1164
mai.
jun. 2321
jul. 4452 1283,75 926,19
ago 1525,9 1460 454
set 4621,53 495 3832,8 1400,37
out 10779,76 2553 8724 19025
nov. 8919 9007 19830
dez 11007 6165 4992,85
Total 21.379,19 31.422,79 27.728,80 48.949,41 8.608,00
Fonte: Própria autoria (2019).
A quantidade de mel processado pela ASA não pode ser considerada como a
produção total do estado de Roraima, uma vez que existem outras associações e uma
empresa particular que também processa mel. A produção total é estimada de 100 a 200
toneladas por ano. Essa produção é variável ao longo dos anos. Pode-se observar no
gráfico da Figura 05 o processamento de mel apícola por mês dos apicultores da ASA.
Os meses de maior produção são os de outubro e novembro. Coincidindo com os meses
de maior produção de néctar, mas com menor teor de SST (Tabela 02 e 04,
respectivamente).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Figura 05: Gráfico da produção mensal e anual de mel apícola da Associação dos Apicultores de
Roraima.
1165
Quadro 01: Número de colmeias, produção de mel e produtividade nacional de mel apícola por
região.
Número de estabelecimentos com atividade apícola por região.
Fonte: IBGE – Censo Agropecuário 2017
Número de Quantidade de mel Produção de mel por caixa
Região
caixas (t) (kg)
Norte 37.428 484 12,9
Nordeste 672.819 8.552 12,7
Sudeste 347.718 7.733 22,2
Sul 1.045.976 12.993 12,4
Centro-Oeste 51.199 1.387 27,1
Brasil 2.155.140 31.149 14,5 1166
Fonte: (ASSAD et al., 2018).
CONCLUSÕES
1167
REFERÊNCIAS
ASSAD, A. L. D.; ROCHA NETO, A. C.; MARINHO B.; REHDER, C. P.; MATOS, C.
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Estado de São Paulo, 2018.
CORBET S. Nectar sugar content: estimating standing crop and secretion rate in the field.
Apidologie, v. 34, n. 1, p.1 - 10, 2003.
LIMA, C. J.; OLIVEIRA, F. L.; MARACAJÁ, P. B.; SILVA, R. A.; SOUSA, R. M.;
SOUSA, J. S.; PEREIRA, D. S. Influência da concentração e o volume de néctar em flores
de Luffa cylindrica (L.) M. Roem no comportamento de forrageio de Apis mellifera
ACSA. v.10, n.1, p 39 - 50. 2014.
SILVA, D.; SANDER, C.; JÚNIOR, A. C. R. A.; WANKLER, F. L. Análise dos Ciclos
de Precipitação na Região de Boa Vista – RR nos Anos de 1910 a 2014. Geogr.
Acadêmica, v. 9, n. 2, p. 35-49, 2015.
VIDAL, M. F. Produção de mel na área de atuação do BNB entre 2011 e 2016. Caderno
Setorial ETENE. ano 3, n. 30, abril, 2018. Disponível em:
https://www.bnb.gov.br/documents/80223/3183360/30_apicultura_04-2018.pdf/.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 105
SILVA, Simone da
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
UFPB/PRODEMA
simoneds86@gmail.com
RESUMO
INTRODUÇÃO
técnica são empregadas plantas hiperacumuladoras para remover metais do solo pela
absorção e acúmulo na parte aérea, e estas depois de colhidas, poderão ser dispostas em
aterros sanitários ou recicladas para a recuperação do metal. O solo é um recurso natural.
Sendo assim, quaisquer alterações indesejáveis das características químicas, físicas ou
biológicas, podem afetar prejudicialmente o modo de vida das espécies que nele habitam
(ODUM, 1997). Portanto, apesar das pressões, a fitorremediação é a tecnologia mais
barata, com capacidade de atender uma maior demanda, e que apresenta o maior potencial
de desenvolvimento futuro (SOUSA, 2018).
Alguns requisitos para a implantação de programas de fitorremediação devem ser
levados em consideração, principalmente as características físico-químicas do solo e do
1171
contaminante, e sua distribuição na área. Qualquer fator que venha a interferir
negativamente no desempenho das plantas deve ser controlado ou minimizado, para
favorecer sua ação descontaminante. É desejável que as plantas que apresentem potencial
para fitorremediação possuam algumas características que devem ser usadas como
indicativos para seleção (NEWMAN & REYNOLDS, 2004).
Portanto, a fitorremediação é uma alternativa ambientalmente aceita para a
despoluição do solo e água contaminados com compostos orgânicos e inorgânicos. Em
razão disto, é crescente o número de pesquisas envolvendo a fitorremediação.
Esta pesquisa objetiva elaborar uma proposta de um plano de Recuperação de
Áreas Degradadas (PRAD) para um lixão desativado no município de Mamanguape na
Paraíba com a vista a utilização de técnicas de fitorremediação, para a descontaminação
do solo e água.
MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo
1172
RESULTADOS E DISCUSSÃO
indicando ausência de separação das frações recicláveis dos resíduos sólidos no momento
do aterramento. Foram verificados lixo hospitalar e trabalho de catadores como também
de menores e adolescentes.
Os locais e a forma de disposição provisória dos resíduos sólidos urbanos apontam
para uma situação de lixões em condições inadequadas críticas e severas. Em relação à
prestação de serviços de limpeza pública, foi observado presença de caminhões de coleta
de resíduos sólidos passando pelas ruas e recolhendo os resíduos que se encontrava
disposto nas calçadas à frente das residências. As ruas estavam limpas, também foi
observado a varrição das ruas e avenidas.
Outro fator que merece ser destacado refere-se ao fato de que os solos da região
1175
do município de Mamanguape-PB apresentam, normalmente, valores elevados de Fe.
Teores elevados de manganês, ferro e zinco também foram encontrados em áreas de lixão
em Niterói-RJ, por Sissino e Moreira (1996).
Os principais impactos do lixão são a lixiviação e a geração de gases tóxicos já
que é feito a queima de resíduos no local e de chorume. De um modo geral, para a
realização de um melhor diagnóstico dos efeitos da disposição inadequada dos resíduos
sobre o solo na referida área, será realizar análises laboratoriais (SILVA et al., 2014).
Resultados obtidos em estudos de campo corroboram as pesquisas in loco, bem
como demonstram um menor impacto ambiental, a limpeza e o baixo custo da tecnologia
na remediação de áreas contaminadas, nos últimos tempos vem despertando grande
interesse por parte de pesquisadores de diversas. Por outro lado, as observações e o
levantamento da colonização natural de espécies vegetais em área de disposição de
resíduos tornam-se uma ferramenta importante para as pesquisas sobre fitorremediação,
pois partindo de áreas já contaminadas e colonizadas.
efetuada para se reconhecer a atual condição das águas subterrâneas e superficiais da área
(MEJÍA, et al., 2014).
No que se refere aos impactos, inicialmente previstos (lixiviação e chorume) além
daqueles, provavelmente de ordem social, pública e visual, serão adotadas se comprovada
a presença de diferenciados tipos de substâncias danosas um possível reflorestamento
como estratégia de recuperação para a área estudada, por ser mais seguro em termos de
saúde, mais economicamente viável e positiva em termos ambientais (COLLET, et al.,
2018).
Diante do referido exposto, serão indicadas as técnicas mais adequadas para a
resolução dos problemas levantados, através da execução de etapas propostas para a
1176
recuperação da área degradada (lixão) que estão listadas a seguir:
Recomendações gerais
- delimitação da área, que deve ser cercada completamente para impedir a entrada de
animais e pessoas;
- realização de sondagens para definir a espessura da camada de lixo ao longo da área
degradada;
- limpeza da área de domínio;
- movimentação e conformação da massa de lixo: os taludes devem ficar com declividade
de 1:3 (V:H);
- cobertura final dos resíduos expostos com uma camada de solo argiloso de 0,50 m de
espessura e uma camada de solo vegetal de 0,60 m de espessura sobre a camada de argila;
- promoção do plantio de espécies nativas de raízes curtas, preferencialmente gramíneas.
Recomendações para o controle dos lixiviados, dos gases e das águas superficiais
Tanto para aterros sanitários como para antigos lixões, deve-se considerar a
possibilidade de captação do biogás para queima em flares e/ou aproveitamento
2021 Gepra Editora Barros et al.
energético, para que sejam vendidos como créditos de carbono através do Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (ROCHA & TAVARES, 2008; COLLET, M. L. et al., 2018).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BELI, E. et al. Recuperação da Área Degradada pelo Lixão Areia Branca de Espírito
Santo do Pinhal – SP. Engenharia Ambiental - Espírito Santo do Pinhal, v. 2, n. 1, p.
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BRAGA, B.et al. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
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Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2 ago. 2010. Disponível em:
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1180
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1181
GARDEA-TORRESDEY JL, DE LA ROSA G, PERALTA-VIDEA JR, MONTES M,
CRUZ-JIMENEZ G, CanoAguilera I. Arch Environ Contam Toxicol, n.48, 2005,
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RASKIN, I.; ENSLEY, B. Phytoremediation of toxic metals - using plants to clean up the
environment. Plant Science, Alabama, v. 160, p. 1073 - 1075, 2000.
Capítulo 106
RESUMO
O solo é o recurso natural por excelência, complexo, dinâmico, finito, responsável por
inúmeras funções para manutenção da vida. Conhecê-lo nas suas limitações e
potencialidades e compreender a percepção dos agricultores familiares quanto ao seu
manejo é indispensável para que seu uso se dê de forma sustentável. O presente trabalho
objetivou verificar a percepção ambiental dos agricultores familiares das Comunidades
Rurais do Tigre, Santa Rosa, Riacho da Roça, Angico Torto, Maracajá e Terra Vermelha,
(Sumé-PB), em relação às práticas conservacionistas do solo. Foi aplicado um
questionário com perguntas semiestruturadas, que versaram sobre o entendimento para
fertilidade e qualidade do solo e adoção de práticas conservacionistas. Os resultados
evidenciam que os agricultores trazem conceitos próprios sobre solos, que se remetem
sobretudo ao uso dos sentidos tátil e visual e que adotam práticas convencionais no
manejo do solo, como o uso de estercos, mas desconhecem práticas que potencializam a
fertilidade do solo, a exemplo da compostagem. A partir dos resultados verificou-se a
urgência de apoio por parte dos órgãos de assessoria técnica para difundir tecnologias
sociais e práticas de conservação do solo, além de apontar para a necessidade de serem
implantadas atividades de pesquisa e extensão universitária, que permitam a interlocução
e o compartilhamento de experiências com estes atores sociais para evitar a degradação
ambiental, disseminar práticas de conservação do solo que incrementem renda, como a
policultura, além de introduzir nas comunidades rurais alternativas de atividades
econômica e ambientalmente sustentáveis, capacitando os moradores para desenvolvê-
las.
INTRODUÇÃO
O solo é o grande organismo que sustenta a vida no planeta Terra, sendo o principal
substrato utilizado pelas plantas para sustentação, crescimento e disseminação,
fornecendo às raízes água, oxigênio e nutrientes (REICHARDT; TIMM, 2004;
MUGGLER et al., 2006; VITAL et al, 2018). O funcionamento do solo na paisagem é
base de vários serviços ecossistêmicos, como meio de suporte para produção de biomassa,
provisionamento, filtro, acumulador, amortecedor, regulador e transformador de diversos
compostos, fazendo parte integrante do ciclo hidrológico e de outros ciclos
biogeoquímicos, habitat da biodiversidade, além de exercer funções de natureza sócio
econômica e do patrimônio natural e cultural, que oferecem múltiplos benefícios aos seres 1185
humanos (JÓNSSON et al., 2017).
As práticas agrícolas com uso indiscriminado do solo levaram muitas áreas a se
tornarem cada vez mais susceptíveis à desertificação, tornando os solos mais pobres e
consequentemente provocando a redução de áreas agricultáveis (SÁ et al., 2010;
TABARELLI et al., 2017). A degradação do solo também resulta no enfraquecimento da
qualidade do solo, o que causa grande diminuição na produtividade e aumento dos riscos
a sustentabilidade e na qualidade e estabilidade do meio ambiente, gerando aumento nos
custos de combate a degradação do solo e a redução continua na produtividade, com efeito
adverso no desenvolvimento econômico e social (DARKWAH et al., 2019).
A erosão acelerada do solo é causada principalmente por modificações no uso e
manejo da terra, através do desmatamento e da grande expansão das áreas de cultivo
(BORRELLI et al., 2017). No Brasil a erosão causa em média a perda 4 t. ha-1 de solo ao
ano há mais do que em Países vizinhos, a exemplo da Alemanha com 0,2 t. ha-1 ano-1 a
menos (WUEPPER et al., 2020). No Nordeste, as áreas apresentam 23,4% de tendência
à degradação, sendo que 4,5% dessas sofreram degradação induzida por ações antrópicas
devido as atividades agropecuárias (MARIANO et al., 2018).
Para diminuir os efeitos da degradação do solo, são usados métodos agrícolas que
dizem respeito aos diferentes caminhos de desenvolvimento agrícola, tornando-os
importantes, também para o desenvolvimento rural, e se esses forem melhor
compreendidos, sobretudo pelos agricultores, o desenho de políticas públicas para apoiar
as práticas agrícolas também será facilitada, mostrando como diferentes caminhos de
desenvolvimento agrícola se tornam disponíveis e implementados em diferentes
comunidades (HUTTUNEN, 2019).
As práticas de conservação do solo são processos que podem prevenir a erosão,
gerando impactos positivos na produtividade do solo e em muitos outros serviços
ecossistêmicos, assim como na avaliação ambiental para auxiliar o planejamento regional
(SUN et al., 2019). Para a Agroecologia, na conservação do solo não existem receitas,
apenas conceitos, que segundo Primavesi (1997; 2006), o solo deve ser protegido,
coberto, e, para tanto, práticas como cobertura morta, rotação de cultura e adubação verde
deve ser estimulada para aumentar a biodiversidade e o aporte de matéria orgânica nos
agroecossistemas. A agricultura familiar sustentável atende as práticas de gestão de uso
de terras e a política de uso do solo, a longo prazo, com aumento da produtividade e
conservação dos recursos naturais, considerando a promoção de práticas agrícolas
2021 Gepra Editora Barros et al.
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1188
1189
1190
1192
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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2017.
Capítulo 107
RESUMO
INTRODUÇÃO
da criação e abate desses animais, por ser uma alternativa a produção de carne de boa
qualidade, pois, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura (FAO, 2017), há uma necessidade de expansão da produção de alimentos de
alto valor biológico para compor a alimentação da população prevista em 2050.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2018, o rebanho
brasileiro correspondeu a 1,39 milhão de animais e foi apontado como o país de maior
produção de bubalinos do ocidente (IBGE, 2019). Porém, a produção de carne e sua
comercialização ainda não é amplamente explorada como nos países asiáticos, sendo
considerado como uma prática exótica em grande parte do país, devido à falta de oferta e
disponibilidade de produtos. Alguns trabalhos tem sido realizados, e têm gerado boas
1197
expectativas para o mercado, devido a boa aceitação para os atributos sensoriais, como
maciez e sabor, para a carne de búfalo (ANDRIGHETTO et al., 2008; MARQUES et al.,
2016).
A distribuição de búbalos no país não é homogênea, sendo que a maior parcela
desses animais de corte corte são encontrados na região Norte do Brasil (BERNARDES,
2007). Já na região Sudeste, a maior concentração bubalinos são voltados para a pecuária
leiteira (MARQUES et al., 2016). Segundo Malhado et al. (2017), o Brasil possui três
principais raças de búfalos, sendo uma de origem italiana, a Mediterrâneo e duas indianas,
a Murrah e a Jafarabadi. A raça Murrah, é apresentada com grande potencial para a
produção de leite e carne (ALVES; FRANZOLIN, 2015; AZEVÊDO; SOUZA;
CARNEIRO, 2017), fazendo com que seja crescente o interesse dos produtores de búfalos
com dupla finalidade, bem como a inserção de fêmeas de descarte para a produção de
carne. Devido à dupla aptidão dos animais (carne e leite), bem como os poucos trabalhos
brasileiros que avaliam a cadeia produtiva dos búfalos, há uma falta de especificidade e
definição do mercado, o que dificulta a discriminação e padronização dos animais
abatidos e consequentemente da qualidade da carne. Em geral, a comercialização da carne
de búfalo ocorre como produto de alta qualidade em mercado ‘gourmet’ ou como bovina,
quando são atribuídas de menor qualidade, sendo destinadas à charquearia. Também há
registros de fraudes, em que se tem a substituição parcial de carne bovina por bubalina
em hambúrgueres (HOSSAIN et al., 2017) e carnes moídas (OLIVEIRA et al., 2015).
Devido ao fato de a maior população de búfalos encontrar-se na Ásia, os trabalhos
científicos sobre a qualidade de carne desses animais também estão concentrados nessa
região (RAJ et al., 2000; DOSI et al., 2007; NAVEENA; KANDEEPAN et al., 2009;
KIRAN et al., 2011; KIRAN et al., 2016; LI et al., 2018;). Assim, as características de
qualidade da carne compreendidas nesses trabalhos podem não abranger
significativamente às produções brasileiras e de demais países, em função da diferença
genética dos rebanhos e sistema de abate. Na Índia, por exemplo, existem mais de 19
raças de búfalos reconhecidas e outras ainda não reconhecidas com importância
econômica (FERREIRA, 2018), e o processo de abate é conduzido de forma diferente do
sistema de abate brasileiro, como o método Halal (FAROUK et al., 2014). Sendo assim,
essa esta pesquisa, tem como objetivo realizar brevemente uma pesquisa bibliográfica
sobre a qualidade da carne de búfalo e os principais pontos que influenciam a qualidade
de carne.
2021 Gepra Editora Barros et al.
MATERIAL E MÉTODOS
Para realização das buscas foram consultadas as principais bases de dados, como o
Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), o Google Acadêmico, o Scientific Electronic Library Online (SciELO) e a
Science Direct. As buscas foram feitas no período de Janeiro 2018 a Janeiro de 2020,
usando as palavras-chave em português e inglês: carne de búfalo, qualidade de carne,
maciez, Murrah, Brasil, cor, rigor mortis e maturação.
QUALIDADE DA CARNE
RIGOR MORTIS
MATURAÇÃO
MACIEZ
calpaínas nos músculos bubalinos e bovinos. A diferença foi atribuída à possível atividade
de calpaína precoce nas primeiras horas post mortem.
Raj et al. (2000) avaliaram os músculos Biceps femoris (BF), Semimembranosus
(SM) e Semitendinosus (ST) de búfalas submetidas à regrigeração atrasada e à refrigeração
imedita. Os músculos foram retitados com 2 horas post mortem e mantido à temperatura
ambiente (26 ± 2 °C) por 6 horas. Em seguida os cortes foram refrigerados à taxa de 2 ±
3 °C por 18 horas. Foi registrada rápida queda de pH, variando de 6,5 para 5,6 em 6 horas
post mortem. Também foram registradas maior maciez quando comparado àqueles cortes
submetidos a refrigeração imediatamente post mortem. De acordo com Bhat et al. (2018)
a manutenção de carcaças em temperaturas acima de 25 °C e o aumento das concentrações
1203
de cálcio diminui a atividade de calpastatina e proporciona rápida atividade das calpaínas.
A carne de búfalo têm sido descrita como de cor mais escura em relação à bovina
(LAPITAN et al., 2007; NAVEENA et al. 2011; KANDEEPAN et al., 2013; HASSAN et al.,
2018). Ao avaliar os índices de cor da carne descongelada de bovinos italianos (Frisian) e búfalos
(Mediterrâneo) com 4, 8 e 12 meses de idade, Tateo et al. (2007) sugeriram que a carne bubalina
apresentou maior capacidade de conservação de suas características quando descongeladas, visto
que o pH permaneceu mais estável durante o armazenamento, bem como a cor da carne. Também
foi verificado que a carne bovina apresentou maior tendência em produzir oximioglobina (MbO2),
enquanto a carne de búfalo, o pigmento de metamioglobina (MMb). Dosi et al. (2007)
encontraram cor mais escura para a carne de bubalinos (water buffalo) quando comparadas à carne
bovina comercial, entretanto, não observaram variação no blooming da mioglobina, mas sim no
teor de mioglobina (0,393 ± 0,005 g/100 g de tecido) e metamioglobina (0,209 ± 0,003 g/100 g
de tecido) na carne de búfalo, sendo esse valor duas vezes superior à encontrada em carne bovina.
proteínas. Também nos trabalhos de Giuffrida-Mendoza et al. (2015) foi atribuída à carne
bubalina melhores benefícios à saúde quando avaliado o índice aterogênico (IA), em que
se mede o risco cardiovascular. Os músculos bovinos (Brahman) apresentaram maiores
valores de IA em relação aos búfalos d’água (water buffalo).
Appa Rao; Thulasi; Wilfred Ruban (2009) avaliaram o efeito do sexo e idade (de 6
meses a 2 anos, de 2 a 4 anos e acima de 4 anos) nas características da carne de búfalo
indiano comercial e concluíram que esses efeitos exercem grande influência na qualidade
de da carne. As fêmeas apresentaram menor valor de pH (6,58) em relação aos machos
(6,72) imediatamente após abate, contudo, a diferença não permaneceu após 24, 48h e 7
dias post mortem (pH 5,65). Foi percebido que animais com idade mais avançada
1204
possuíam maior diâmetro da fibra muscular, em decorrência das variações fisiológicas e
bioquímicas dos tipos de fibras musculares presentes. Para a cor da carne, foi verificado
aumento nos valores de c* (saturação) com a idade do animal, indicando uma tonalidade
mais intensa na carne dos animais mais velhos. Para o efeito dos sexos, foi verificado que
os machos apresentavam maiores valores de h* (tonalidade) do que as fêmeas. Os búfalos
machos apresentaram menor capacidade de retenção de água e maiores valores para a
força de cisalhamento (Warner-Bratzler) após 24h post mortem (macho 4,96 Kgf e fêmea
3,88 Kgf) e com 7 dias de armazenamento (macho 3,61 Kgf e fêmea 2,73 Kgf).
Nos estudos de Kandeepan et al. (2009), foram verificadas as diferenças entre
búfalos machos jovens (< 18 meses), machos e fêmeas de idade avançada (> 10 anos) 24
h post mortem. Os valores de pH para os búfalos machos (5,59; > 10 anos) foram
superiores aos das fêmeas (5,52;> 10 anos). Os búfalos jovens apresentaram maiores
valores para a solubilidade de colágeno, teor de pigmentos de mioglobina e comprimento
do sarcômero. Para força de cisalhamento, foram verificados menores valores para os
machos jovens (60,60 N), em seguida para os machos com idade 10 anos (81,90 N) e as
fêmeas com idade 10 anos apresentaram maior dureza (93,81 N). Resultados similares
foram encontrados na análise sensorial para o atributo de maciez. As fêmeas velhas
apresentaram menor capacidade de retenção de água em relação aos machos (jovens e de
idade avançada).
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 108
RESUMO
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, a população está cada vez mais preocupada com uma dieta
saudável. Devido a esse interesse o consumo de frutas no Brasil vem aumentando,
resultado da maior conscientização sobre o valor nutricional e os benefícios das frutas
para a saúde (HENRIQUE et al., 2016; LIU, 2013). No entanto, ainda existem muitas 1210
perdas pós-colheitas devido principalmente à alta perecibilidade, juntamente com o
manuseio inadequado durante a colheita, o transporte e o armazenamento. Sendo desta
forma, o processamento a melhor opção para minimizar o prejuízo com essas perdas
(FONSECA, 2014).
Entre os processamentos realizados com frutas, estão as misturas de polpas, sucos
ou néctares, que são produtos que visam melhorar as características tecnológicas,
nutricionais e sensoriais dos componentes consumidos isoladamente, podendo
potencializar a parte nutricional, seja pelo alto teor em vitaminas ou pelas características
funcionais, como os antioxidantes (GADELHA et al., 2019; SILVA et al., 2014). A
combinação com frutas, hortaliças, farinhas funcionais pode ser uma alternativa para o
aproveitamento do potencial de cada produto, sabendo que tem produtos com bons teores
de nutrientes, a exemplo da acerola, que é conhecida como fonte de vitamina C e tornou-
se popular como um alimento funcional entre os consumidores (LEMOS et al., 2013;
OLIVEIRA et al., 2012).
Observa-se que a indústria de alimentos, nos últimos anos, tem direcionado seu foco
em desenvolver novos produtos não só com propriedades que apenas fornecem os
nutrientes necessários para a alimentação humana, mas também que ajudem a prevenir
doenças relacionadas a nutrição como diabetes, obesidade, hipertensão, e complicações
cardiovasculares. Pois, constatou-se que há uma correlação significativa entre a ingestão
regular de fitoquímicos e a prevenção dessas doenças associadas ao estilo de vida
(RODRIGUES-JIMENEZ et al., 2018).
Nesse contexto, o objetivo do trabalho foi elaborar diferentes formulações de polpas
mistas a base de frutas, hortaliças e farinhas funcionais, em diferentes colorações,
avaliando sua qualidade durante o período de armazenamento congelado.
MATERIAL E MÉTODOS
Análise Estatística
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 2. Valores médios dos parâmetros de coloração do índice de croma (C*), luminosidade (L) e
ângulo hue (H*) em polpas mistas armazenadas por 30 dias
Período (dias)
Parâmetros Formulações
+1 +15 +30
F1 17,30 ± 0,11d A 17,50 ± 0,04d A 17,30 ± 0,17cd A
Índice de F2 17,70 ± 0,02cd A 17,66 ± 0,10c A 17,66 ± 0,02cd A
Croma (C*) F3 18,40 ± 0,04c A 16,50 ± 0,02e B 18,30 ± 0,08c A
F4 16,50 ± 0,02e A 16,43 ± 0,08e A 16,73 ± 0,04e A
F1 26,30 ± 0,17c B 27,43 ± 0,32c A 27,60 ± 0,51b A 1213
Luminosidade F2 26,20 ± 0,03c B 26,83 ± 0,09c B 27,40 ± 0,08bc A
(L) F3 29,50 ± 0,07b A 29,30 ± 0,01b C 27,70 ± 0,01b B
F4 34,10 ± 0,04a B 32,03 ± 0,02aA 31,06 ± 0,02a B
F1 76,90 ± 0,23d A 73,63 ± 0,02f B 72,50 ± 0,11d C
Ângulo Hue F2 76,40 ± 0,01d A 73,70 ± 0,03f B 71,63 ± 0,05f C
(H*) F3 83,20 ± 0,00ab B 84,10 ± 0,07a A 81,63± 0,02b C
F4 83,60 ± 0,01a A 83,13 ± 0,05b A 83,40 ± 0,04a A
Médias seguidas por letras iguais minúsculas na mesma coluna e maiúsculas nas linhas não diferem
significativamente entre ao nível de 95% de confiança (P≤ 0,05). Onde: F1 e F2: polpas amarelas; F3 e
F4 polpas verdes. Houve interação significativa a 1% (P≤ 0,01)
industrial de 3,35, valores estes semelhantes aos teores encontrados para as polpas mistas
F1 e F2, que contém acerola como destaque na sua composição. Santos et al. (2019)
estudando polpas de frutas sob congelamento, encontraram teores de pH para a polpa de
melão de 6,0, podendo assim explicar os maiores teores de pH nas formulações F3 e F4,
as quais continham a polpa de melão em maior concentração em sua composição.
Tabela 3. Teores médios de pH, acidez titulável (g.100g-1), sólidos solúveis (°Brix) e açúcares
solúveis totais (g.100g-1) em polpas mistas armazenadas por 30 dias
Período (dias)
Parâmetros Formulações
+1 +15 +30
1214
F1 3,45 ± 0,01f A 3,31 ± 0,01f A 3,25 ± 0,00g A
F2 3,73 ± 0,01de A 3,62 ± 0,00de B 3,49 ± 0,17f C
pH
F3 5,26 ± 0,00a A 5,24 ± 0,02a A 5,19 ± 0,06b A
F4 5,18 ± 0,02a A 5,16 ± 0,00a A 5,04 ± 0,03a B
F1 1,74 ± 0,37a B 2,02 ± 0,24a A 1,32 ± 0,17ab C
Acidez F2 1,70 ± 0,08a A 1,66 ± 0,08a B 1,14 ± 0,05ab C
Titulável
(g/100g) F3 0,44 ± 0,06b A 0,38 ± 0,03eB 0,26 ± 0,08eC
F4 0,44 ± 0,06b A 0,46 ± 0,03e A 0,30 ± 0,00eB
F1 4,83 ± 1,33e B 5,00 ± 0,00b A 7,53 ± 0,23b A
Sólidos F2 4,13 ± 0,58e B 6,13 ± 0,28c A 6,66 ± 0,11c A
Solúveis
(°Brix) F3 7,16 ± 0,15d B 10,83 ± 0,05b A 10,66 ± 0,23b A
F4 5,93 ± 0,30d B 9,30 ± 0,00b A 9,76 ± 0,11b A
F1 3,62 ± 0,05cb C 4,52 ± 0,17d B 5,54 ± 0,23d A
Açúcares
Solúveis F2 2,9 ± 0,07c C 3,72 ± 0,23d B 4,50 ± 0,51d A
Totais F3 7,69 ± 0,38a B 7,94 ± 0,54c AB 8,18 ± 0,71c A
(g/100g)
F4 6,35 ± 0,25b A 6,11 ± 0,14d A 5,88 ± 0,50d B
Médias seguidas por letras iguais minúsculas na mesma coluna e maiúsculas nas linhas não diferem
significativamente entre ao nível de 95% de confiança (P≤ 0,05). Onde: F1 e F2: polpas amarelas; F3 e
F4 polpas verdes. Houve interação significativa a 1% (P≤ 0,01)
com os resultados encontrados, tendo em vista que a acerola e o melão possuem as maiores
concentrações em suas formulações. E os menores valores foram detectados nas formulações
F1 e F2, entretanto no período +15 dias aos +30 dias ocorreu um acúmulo considerável
deste valor em todas as formulações. Esse aumento pode ser explicado pela leve
concentração do produto, em função da perda de água, durante o armazenamento.
Observa-se ainda na Tabela 3, o acréscimo no conteúdo de Açúcares Solúveis
Totais (AST) em todas as formulações, com exceção da formulação F4, onde foi
observado uma redução em seu teor durante os períodos de avaliação. As polpas F1 e
F2 apresentaram menores valores de AST, quando comparadas as polpas F3 e F4, que
obtiveram valores superiores. Santos et al. (2019) estudando polpas de frutas
1215
congeladas, encontraram teores de 10,78 g/100mg de Açúcares Solúveis Totais em
polpa de melão, enquanto a legislação brasileira (BRASIL, 2000) descreve o mínimo
de 4,0 e máximo de 9,0 g/100mg de AST em polpa de acerola, explicando assim os
resultados encontrados neste trabalho.
Tabela 4. Valores médios dos teores de ácido ascórbico (mg/100g), antocianinas (mg.100g-1) e flavonoides
(mg.100g-1) em polpas mistas armazenadas por 30 dias
Período (dias)
Parâmetros Formulações
+1 +15 +30
F1 721,35 ± 1,95b A 660,48 ± 2,32b B 510,38 ± 8,50a C
Ácido F2 739,06 ± 3,38a A 675,63 ± 4,69a A 377,68 ± 13,82b A
ascórbico
(mg/100g) F3 13,02 ± 1,95d B 17,51 ± 3,35d A 10,48 ± 0,00cd C
F4 10,41 ± 0,74d B 16,09 ± 0,67d A 6,98 ± 1,52dC
F1 8,76 ± 1,16c B 11,51 ± 1,81a A 12,59 ± 0,85a C
Antocianinas
F2 4,95 ± 5,44cdB 5,73 ± 0,59b A 7,86 ± 0,38b C
(mg.100g-1)
F3 0,136 ± 4,01e B 0,18 ± 0,13c A 0,16 ± 0,13b AB
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1216
Foi detectado efeito significativo para a interação formulações e períodos de
avaliações para antocianinas (Tabela 4). Verificou-se uma oscilação dos teores de
antocianinas, independente dos períodos de avaliação e das formulações avaliadas, com
melhores concentrações no período +1 dias de armazenamento para a formulação F1.
As formulações de cor branca F3 e F4 apresentaram o menor teor deste fotoquímico
durante o período de avaliação, isso já era espero, já que as antocianinas são pigmentos
coloridos presentes em vegetais que variam de vermelho a roxo (ZILLO et al., 2019).
De acordo com a Tabela 4, foi detectado efeito significativo para a interação
formulações e períodos de avaliações para flavonoides. Percebeu-se que as formulações
F1 e F2 foram as que apresentaram as maiores concentrações de flavonoides em
comparação com as demais formulações estudadas, corroborando com os resultados nos
teores de antocianinas (grupo pertencente aos flavonoides) para as mesmas formulações.
A formulação F1 apresentou um acúmulo considerável durante os períodos avaliados de
flavonoides. Santos et al. (2020) estudando o desenvolvimento de bebidas mistas a base
de frutas tropicais, hortaliças e farinhas comerciais observou que bebidas que continham
em suas composições acerola, beterraba e hibisco em pó apresentaram maiores teores de
antocianinas e flavonoides do que as formulações que continham melão, graviola e leite
de coco em pó, resultado condizente ao encontrado neste trabalho.
As farinhas funcionais adicionadas em pequenas concentrações podem ter
contribuído no acréscimo nos compostos bioativos comparados a polpas simples, a
exemplo do hibisco utilizado como farinha funcional nas polpas, como descrito por
Cunha et al. (2016), como um componente fitoterápico utilizado em diversos
tratamentos devido à grande atividade antioxidante e o combate a radicais livres no
organismo, sendo ainda componente fonte de cálcio, magnésio, ferro, niacina,
riboflavina, polissacarídeos, açucares redutores, vitamina A e C, fibra alimentar,
pectina e ácidos: tartárico, succínico, málico e oxálico.
CONCLUSÕES
elevados de ácido ascórbico, tendo a acerola como fator decisivo para este resultado. A
adição de farinhas funcionais contribuiu de forma significativa para o enriquecimento das
polpas. Estudos mais aprofundados podem ser realizados nas polpas mistas, como por
exemplo uma análise sensorial para medir, avaliar e interpretar a percepção sensorial das
polpas mistas.
REFERÊNCIAS
GADELHA, M.R.A., GOMES, S.J., SILVA, A.K., ALVES, M.J.S., SANTOS, A.F.
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Coloração, parâmetros físico-químicos e potencial antioxidante de sucos de uva integrais
submetidos a diferentes doses de radiação UV-C. Ciência e Agrotecnologia. 40: p. 226
- 234, 2016.
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Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável. vol.4. n.1, 2014.
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in the analysis of experimental data. African Journal of Agricultural Research, 11(39),
3733-3740, 2016.
2021 Gepra Editora Barros et al.
1219
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 109
RESUMO
O doce de leite é definido como sendo o produto obtido através da cocção do leite
adicionado de sacarose, que adquire coloração, textura e sabor característicos em função
de reações de escurecimento não enzimático. No setor alimentício, em específico na
indústria de lácteos, o doce de leite vem ganhando mercado e crescendo continuamente
devido suas excelentes propriedades sensoriais e nutricionais. O doce de leite é
classificado de acordo com a sua consistência em: pasta, cremoso e em tablete; pode ser
utilizado como ingrediente na elaboração de alimentos como bolos, sorvetes, e como
complemento em pão e queijo. Objetivou-se com o presente estudo, avaliação da
qualidade físico-química de uma amostra de Doce de leite, doce de leite com coco, doce
de leite com achocolatado e um doce de leite com goiaba, comercializados no comercio
varejista do sertão paraibano, aferindo assim, suas conformidades quanto a legislação
vigente. As análises físico-químicas dos doces foram realizadas conforme as
metodologias recomendadas pelo Instituto Adolfo Lutz quanto a umidade (%), proteínas
(%) pelo método de kjeldahl, cinzas (%) e matéria gorda (Lipídeos) (%). A partir dos
resultados obtidos, constou-se que todos os doces se apresentaram conformes a legislação
brasileira, estando assim conformes para o consumo. Conclui-se que 100% das amostras
de doces de leite apresentaram dentro dos padrões de identidade e qualidade segundo a
legislação brasileira, elucidando que a elaboração dos produtos foi realizada com boas
condições higiênico sanitárias e sem aparentes adulterações nas matérias primas.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONCLUSÕES
1224
Conclui-se que 100% das amostras (DL, DLC, DLA e DLG) de doces de leite
apresentaram dentro dos padrões de identidade e qualidade segundo a legislação
brasileira, elucidando que a elaboração dos produtos foi realizada com boas condições
higiênico sanitárias e sem aparentes adulterações nas matérias primas.
REFERÊNCIAS
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. 4ª Ed. São
Paulo: IAL, 2008.
MELO NETO, B. A.; SOUSA, J. O.; CARVALHO, E. A.; NETTO MELLO, D. L.;
MELO, G. J. A.; BONORO, R. C. F. Propriedades físico-química e termofísicas do doce
de leite pastoso com diferentes concentrações de liquor de cacau. Braz. J. of Develop.,
Curitiba, v. 6, n. 9, p. 68708-68716, sep.2020.
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PIERETTI, G. G.; SEOLLIN, V. J.; BENTO, R. S.; MICHIKA, J. M.; SANTOS, R. D.;
MADRONA, G. S. Doce de leite pastoso elaborado com açúcar mascavo: avaliação
sensorial, físico-química e microbiológica. Revista do Instituto de Laticínios Cândido
Tostes, v.68, n.390, p.59-64, 2012.
RICHARDS, N. S. P. S.; SILVA, S. V. BECKER, L. Parâmetros de qualidade de doces
1225
de leite comerciais. In: Congresso Nacional de Laticínios, n. 24, 2007, Juiz de Fora.
Anais... 2007. p. 477-480.
ROCHA, L. D. O. F.; PINTO, S. M.; ABREU, L. R.; PIMENTA, C. J. Storage time effect
on ‘Dulce de leche’characteristics with coffee and whey. Acta Scientiarum.
Technology, 39(4), 503-510, 2017.
Capítulo 110
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores obtidos de pH, acidez, Lactose (%), proteínas (%), índice crioscópico
(ºH), sólidos não gordurosos (%) e lipídeos (%) foram, sucessivamente, 6,50; 0,15; 4,65;
3,10; -0,544; 8,46 e 4,42 como descrito na Tabela 1. Oliveira et al. (2015) ao avaliarem
as características físico-químicas em leites pasteurizados comercializados na
microrregião de Ubá–MG, obtiveram em uma das amostras de leite índice crioscópico -
0,542 °H; extrato seco total 12,01%; proteínas 3,17 g/100g; acidez 0,17 g/100g; lactose
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4,71 g/100g; e sólidos não gorduroso 8,58 g/100g. Resultados semelhantes encontrados
nesta pesquisa. Na tabela 2, estão expostos os resultados obtidos para os derivados lácteos
(Leite condensado, bebida láctea e manteiga da terra).
de °Brix para leite condensado, o que já era esperado por ser um produto com uma grande
quantidade de açúcar presente em sua elaboração. Por sua vez, a legislação vigente
estabelece valores para Sólidos totais para o leite condensado (BRASIL, 2018) onde o
mínimo estabelecido é de 28%, logo o produto analisado no presente trabalho encontra-
se de acordo com a legislação com valor de 29,8%.
No tocante aos Lipídeos, foi verificado valores de 9,65 e 3,0 para leite condensado
e bebida láctea, respectivamente. Segundo a legislação para leite condensado, determina-
se que o valor mínimo para este parâmetro seja de 8,0%, estando assim conforme a
legislação brasileira. Contudo, não há preconização para este parâmetro pra bebida láctea
e manteiga da terra. Costa et al. (2013) e Gerhardt et al. (2013) verificaram valores para
1230
este parâmetro, que variaram entre 1,47 a 1,63 e 2,90 a 3,10, respectivamente. Por outro
lado, as legislações Brasil (2005) e Brasil (2001) estabelecem valores para matéria gorda
para bebida láctea e manteiga da terra, com valores mínimos de 2,0 e 98,5%,
respectivamente, onde na presente pesquisa verificou-se valores de 13 e 98,8%,
respectivamente, estando assim conformes com as legislações brasileiras.
Para os parâmetros de Acidez, Sólidos não gordurosos, determinação de gordura de
origem vegetal, a legislação brasileira de manteiga da terra (BRASIL, 2001) estabelecem
valor máximo de 3,0%, máximo 1,0% e negativo, respectivamente. Desta forma afirma-
se que a manteiga da terra analisada encontra-se conforme a legislação brasileira.
Clemente e Abreu (2008) ao analisarem 10 amostras de manteiga de garrafa,
identificaram que 50% das amostras estavam não conformes a legislação brasileira quanto
a acidez e 70% das amostras estavam não conformes quanto a sólidos não gordurosos.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
FARAH, JS; ARAUJO, CB; MELO, L. Analysis of yoghurts', whey-based beverages' and
fermented milks' labels and differences on their sensory profiles and acceptance.
International Dairy Journal, v.68, p.17- 22. 2017.
OLIVEIRA, A.; VANELI, N. R.; VARGAS, P. O.; MARTINS, A. D. O.; CÓCARO, E. S.;
COELHO, A. D. F.; Avaliação das Características Físico-químicas, microbiológicas e
Rotulagem de leite Pasteurizado Comercializado na Microrregião de Ubá-Minas. Revista do
Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, v. 70, n. 6, p. 301-315. 2015.
Capítulo 111
RESUMO
INTRODUÇÃO
O feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) teve a sua origem evolutiva e sua diversificação
primária nas Américas, porém o local específico ainda é motivo de controvérsias por
muitos autores. Acontece o mesmo quanto a sua domesticação, pois as informações
disponíveis são divergentes, devido a sua grande diversidade, envolvendo genótipos de
diferentes centros (OLIVEIRA NETO et al., 2018).
O ciclo do feijão comum é relativamente curto, possibilitando que no Brasil seja
cultivada em três épocas ao longo do ano agrícola. A primeira safra também conhecida
como feijão das águas, o feijão da seca ou segunda safra e o feijão de inverno, terceira
safra, a semeadura do feijão de inverno é realizada entre os meses de maio e junho 1233
(CONAB, 2020). Nesta última safra a utilização da irrigação é de grande importância,
devido às condições climáticas.
A melhor época para realização da semeadura depende muito da região devido a
influência de fatores como a temperatura e a precipitação, que influenciam os
desempenhos e limitam a produtividade do feijoeiro (PEREIRA et al., 2016). O Brasil é
o terceiro maior produtor mundial de feijão, e também um dos maiores consumidores
desse grão, sendo umas das culturas de maior importância socioeconômica para o país,
está presente na dieta alimentar da população, como fonte de proteína e na ocupação e
geração de renda (FAOSTAT, 2021).
De acordo com a CONAB (2020) na safra 2019/20 a produção de feijão no Brasil
chegou a 3,2 milhões de toneladas, cultivados em 2,9 milhões de hectares, distribuídos
nas três safras, sendo que a safra de inverno contou com 588,2 mil hectares, produzindo
879,8 mil toneladas do grão. Vale ressaltar que com apenas 20,1% da área plantada ao
longo do ano, a produção representou 27,2% do total produzido.
A irrigação aliada a adequada nutrição pode proporcionar aumento na
produtividades de diversas culturas (BISPO et al., 2015). Quando uma cultura destina-se
a produção de sementes, pode-se destacar a relevância de reunir todas as condições
favoráveis ao seu desenvolvimento e produção, fatores ambientais, manejo e distribuição
de plantas na área, tratos culturais e fitossanitários, para que a semente produzida consiga
expressar todo seu potencial produtivo, proporcionando produtividade à cultura,
perpetuando a espécie com sementes de alto vigor, boa germinação, pureza física e
isenção de patógenos (VAZQUEZ; SÁ, 2016).
A utilização de sementes de alta qualidade constitui a base para aumento da
produtividade agrícola (TUNES et al., 2011; CRUZ et al., 2020). A qualidade das
sementes é considerado como o somatório dos atributos genéticos, físicos, fisiológicos e
sanitários que afeta a capacidade de originar plântulas normais relacionadas à
uniformidade de emergência em campo (MUGNOL; EICHELBERGER, 2008).
Para Bertolin et al. (2011) a qualidade das sementes influencia fortemente o sucesso
ou fracasso da cultura, especialmente em condições de estresse ambiental, para tanto,
métodos experimentais de determinação de vigor e germinação foram desenvolvidos para
minimizar o risco de utilização de sementes de baixa qualidade.
A emergência de plantas pode variar, mesmo para lotes de semente de alta
porcentagem de germinação, em função do vigor das sementes que devem ser
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considerados no processo produtivo. Franco et al. (2018) ressaltam ainda que sementes
de boa qualidade, associadas ao tratamento pré-germinativo, ajudam no estabelecimento
das plantas em campo.
Um fator de elevada importância na manutenção da qualidade fisiológica das
sementes tratadas é o armazenamento, o qual visa garantir a qualidade das sementes
durante o período compreendido entre o beneficiamento e a comercialização (PESKE et
al., 2003). O armazenamento prolongado de sementes exige um criterioso cuidado no
atendimento das condições ideais de cada espécie, bem como o tipo adequado de
embalagem.
A nutrição adequada da cultura pode favorecer na obtenção de sementes de boa
1234
qualidade e, maior potencial produtivo, aliado a isso a quantidade de água no solo
influencia diretamente na disponibilidade dos nutrientes para as plantas
(FRANCO et al., 2018). Nesse sentido, o nitrogênio (N) destaca-se como fator limitante
na produção de sementes com adequada qualidade fisiológica, pois os seus efeitos variam
com as condições ambientais e o estádio de desenvolvimento da planta em que ocorre a
aplicação do fertilizante (BARRETO et al., 2016).
Junto a adubação nitrogenada, outro aspecto que deve ser considerado é a utilização
da inoculação das sementes com a bactéria Rizobium tropici, segundo Oliveira et al.
(2017) sua utilização, tende a aumentar o número de vagens por planta, e o teor de N nas
folhas, massa de cem grãos e a produtividade, de modo que a adubação nitrogenada possa
até ser substituída pela inoculação de sementes.
Com base na importância de estudos capazes de gerar informações sobre as
necessidades nutricionais do feijoeiro cultivado em época de inverno, espera-se que a
inoculação de sementes com Rhizobium tropici possa reduzir ou até mesmo substituir a
necessidade de adubação nitrogenada, que proporcione maior produtividade para a
cultura, especialmente sob condição de irrigação.
Diante disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade fisiológica de
sementes de feijão submetidas a adubação nitrogenada e inoculação de sementes, sob
irrigação.
MATERIAIS E METODOS
O experimento foi realizado na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
(UEMS) na área experimental da Unidade Universitária de Aquidauana, nas coordenadas
geográficas 20°27’11’’ Sul, 55°40’09’’ Oeste e altitude média de 207 metros. O clima da
região é classificado segundo Köppen-Geiger como Aw, tropical sub úmido, com verão
chuvoso e inverno seco, precipitação média anual4 de 1.279,2 mm. O solo da área foi
identificado como Argissolo Vermelho distrófico (SCHIAVO et al., 2010).
Os dados climáticos foram obtidos da estação meteorológica localizada na UEMS,
com dados diários de temperatura mínima, média e máxima, obtendo-se assim o
somatório dos graus-dia acumulados (Figura 1), conforme proposto por Arnold (1959)
citado por Renato et al. (2013).
4
Pluviosidade média calculada a partir dos dados do ano de 2007 à 2018, obtida em:
http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=estacoes/estacoesautomaticas
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Figura 1. Dados médios de temperatura máxima, média e mínima (Tmáx, Tméd, Tmín), e o somatório
dos graus-dia acumulados, referentes ao período de 23 de maio de 2019 a 15 de agosto de 2019, em
Aquidauana-MS.VG = Crescimento vegetativo; FEG = Florescimento e enchimento de grãos; M =
Maturação; DAE = Dias após a emergência.
T máx T mín T méd graus-dia
40 1400
DV FEG M
35 1200
25
800
20
15
600 1235
10 400
5 200
0 0
1 7 13 19 25 31 37 43 49 55 61 67 73 79 85 91
DAE
Figura 2. Lâmina média observada, durante o teste de uniformidade de aplicação do pivô central a10% e
100% de sua velocidade máxima.
Lâmina observada 100% Lâmina 100%
35,0 Lâmina observada 10% Lâmina média 10%
30,0
Lâmina aplicada (mm)
25,0
20,0
15,0
1236
10,0
5,0
0,0
5 11 17 23 29 35 41 47 53 59 65 71
Distância da base do pivô (m)
Fonte: Arquivo pessoal.
ETc=ETox kc (1)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A variação da água disponível (AD) na maior parte do desenvolvimento da cultura
ficou acima do limite inferior da água facilmente disponível (AFD) comprovando a
eficiência do manejo de irrigação por Penman-Monteith na cultura do feijoeiro (Figura 3),
somente ficando abaixo em dias que antecederam chuvas e no final do ciclo que ficou
abaixo do limite inferior e não foi irrigado, pois já tinha atingido a maturação fisiológica 1238
das plantas, e a irrigação suspensa.
A precipitação pluviométrica no decorrer do ciclo do feijoeiro foi de 46,7 mm,
provando a necessidade da irrigação, as irrigações realizadas somaram 198,64 mm,
totalizando uma lâmina de 245,3 mm, próximo ao recomendado para a cultura por
Oliveira et al. (2017), que é entre 250 e 350 mm distribuídos ao longo do ciclo.
Figura 3. Precipitação, lâminas de irrigação aplicadas e variação do armazenamento no solo por manejo
de tensiômetros.
Irrigação Precipitação
Limite superior da AFD Limite inferior da AFD
60 60
Armazenamento de água no solo
Precipitação (mm)
45 45
(mm)
30 30
15 15
0 0
1 7 13 19 25 31 37 43 49 55 61 67 73 79 85 91
DAE
Fonte: Arquivo pessoal.
Tabela 1. Massa cem grãos (MCG), germinação (GERM), germinação em envelhecimento acelerado
(GEA), germinação em baixa temperatura (GBT), emergência de plântulas á campo (EPC) e massa seca
de plântulas (MSP) em função da inoculação.
MCG GERM GEA GBT EPC MSP
(g) (%) (g)
Com 30,11 a 98,90 a 97,90 a 98,50 a 83,90 a 26,07 a
Sem 30,56 a 98,40 a 98,00 a 99,10 a 80,30 a 25,65 a
CV (%) 6,22 2,18 1,10 1,85 17,09 31,90
DMS 3,95 4,84 2,42 4,10 31,56 18,57
CV= Coeficiente de variação; DMS= Diferença mínima significativa; Médias seguidas de letras
diferentes, diferem entre si pelo teste de tukey a 5% de significância. Fonte: Arquivo pessoal.
1239
A germinação não apresentou diferenças entre os tratamentos com e sem inoculação
das sementes, entretanto os valores obtidos nessa variável foram superiores a 98%,
enfatizando a qualidade de sementes obtidas as quais certamente podem ser utilizadas a
campo, visto que o exigido para a comercialização como semente é de 80% (MAPA,
2013).
Nota-se que o alto nível de germinação das sementes permaneceu acima de 97%
mesmo após as sementes serem submetidas a um processo de envelhecimento acelerado
em temperatura de 42°C e alta umidade durante 72 hora, para Barbosa et al. (2011) quanto
maior a umidade do ar e a temperatura, menor será a porcentagem de germinação. Não
foi encontrado diferença entre os tratamentos, de acordo com Brito et al. (2015) a
presença de estirpes nativas no solo, é considerado um dos principais fatores que limitam
o sucesso da inoculação de feijão comum.
A germinação em baixa temperatura também obteve médias superiores a 98%, não
havendo diferença entre os tratamentos, nota-se que se obteve um nível excelente de
germinação. Autores como Lopes et al. (2011) relatam que podem ocorrer variações no
tempo de germinação dependendo da temperatura que a semente está submetida, ou seja,
em baixas temperaturas os processos de germinação ocorrem de forma mais lenta.
Para as variáveis emergência de plântulas a campo e massa seca de plântulas não
houve diferenças entre a presença ou ausência de inoculante na semeadura. Pode ser
observado na tabela 1, que a porcentagem média de emergência de plântulas a campo
foram superiores a 80%, obtendo uma qualidade superior que podem ser comercializadas
como semente, visto que, o percentual mínimo germinação, de sementes de feijão, exigido
pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Meio Ambiente é de 80% (MAPA, 2013). Logo
a MSP não apresentou diferença em reação a presença ou ausência de inoculação, cujas
médias foram superiores a 25 g, evidenciando a qualidade dessas plântulas em
desenvolvimento inicial.
Em relação as diferentes doses de nitrogênio (N) aplicados em cobertura, os
resultados das variáveis analisadas, não apresentaram efeito significativo de suas
regressões, bem como não houve interação entre as doses de N e a presença ou ausência
de inoculação com Rhizobium tropici (Tabela 2).
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Tabela 2. Massa cem grãos (MCG), germinação (GERM), germinação em envelhecimento acelerado
(GEA), germinação em baixa temperatura (GBT), emergência de plântulas á campo (EPC) e massa seca
de plântulas (MSP) em função das doses de nitrogênio em cobertura.
MCG GERM GEA GBT EPC MSP
(g) ------------------------ (%)------------------------ (g)
0 29,86 a 97,25 a 99,25 a 97,75 a 77,00 a 23,28 a
50 30,80 a 99,00 a 98,75 a 98,00 a 79,00 a 28,59 a
100 30,27 a 99,00 a 97,25 a 99,50 a 83,75 a 24,53 a
150 30,55 a 99,50 a 97,50 a 99,75 a 86,25 a 24,59 a
200 30,21 a 98,50 a 97,00 a 99,00 a 84,50 a 28,34 a
CV (%) 3,87 1,83 2,39 1,60 8,11 17,81
DMS 2,69 3,76 4,89 3,28 13,89 9,60 1240
CV= Coeficiente de variação; DMS= Diferença mínima significativa; Médias seguidas de letras
diferentes, diferem entre si pelo teste de tukey a 5% de significância. Fonte: Arquivo pessoal.
CONCLUSÕES
O feijoeiro irrigado por pivô central na região de Aquidauana MS proporciona
produção de sementes de boa qualidade fisiológica.
As doses de nitrogênio e a inoculação de sementes de feijão com Rhizobium topici
não alteram a qualidade fisiológica das mesmas.
2021 Gepra Editora Barros et al.
REFERÊNCIAS
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PEREIRA, V. G. C.; GRIS, D. J.; MARANGONI, T.; FRIGO, J. P.; AZEVEDO, K. D.;
GRZESIUCK, A. E. Exigências agroclimáticas para a cultura do feijão (Phaseolus
vulgaris L.). Revista Brasileira de Energias Renováveis, v.3, n.1, p. 32–42, 2016.
Capítulo 112
INTRODUÇÃO
O feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) trata-se de uma das leguminosas
economicamente mais importantes na região Nordeste, além de ser alimento básico na
alimentação principalmente da população mais carente (OLIVEIRA, 2016;
CAVALCANTE et al., 2017). A expansão do seu cultivo para outras regiões agrícolas
no Brasil ocorreu, principalmente devido ao desenvolvimento de variedades com ciclos
de maturação precoces e uniformes, com arquiteturas modernas aptas para sistemas de
cultivos mecanizados (FREIRE FILHO et al., 2011). 1245
Essa expansão da área de plantio e o desenvolvimento de tecnologias para as
culturas de feijão-caupi aumentaram a demanda por sementes de alta qualidade, uma vez
que, a utilização de sementes com baixa qualidade genética e fisiológica pode acarretar
na redução da produtividade da cultura (DUTRA et al., 2007; FREITAS et al., 2012;
WAMALWA et al., 2016; MOURA et al., 2017; RAISSE et al., 2020).
A capacidade das sementes em apresentarem desempenho adequado quando
expostas a diferentes condições ambientais é o que se denomina vigor (CARVALHO;
NAKAGAWA, 2000). A realização de testes de vigor é importante, pois permite
identificar os lotes com maior e menor probabilidade de apresentarem melhores
desempenhos no campo ou mesmo durante o armazenamento (GUEDES et al., 2009).
Tradicionalmente, o teste de germinação é o método mais utilizado para a análise
da qualidade de sementes, realizado a partir da determinação da proporção de sementes
capazes de produzir plântulas normais sob condições favoráveis de temperatura, luz,
umidade, aeração e substrato (BEWLEY; LACK, 1994). A primeira contagem do teste
de germinação pode ser utilizada como um teste de vigor, uma vez que a velocidade de
germinação é reduzida com o avanço da deterioração da semente (NAKAGAWA, 1999).
Oliveira e Morais (2017) avaliando a qualidade fisiológica de cultivares de feijão-
caupi (BRS Marataoã e BRS Guariba) em diferentes períodos de desenvolvimento
verificaram diferenças significativas entre as cultivares analisadas para percentual de
germinação e primeira contagem, sendo a BRS Marataoã a mais vigorosa.
Além disso, amostras de sementes que originaram plântulas com maiores valores
de comprimento de parte aérea e raiz, massa fresca ou seca de plântulas são consideradas
mais vigorosas, sendo, portanto, estas características também utilizadas como teste de
vigor (AOSA, 1983; GUEDES et al., 2009).
A avaliação comprimento de raiz de plântulas, em pesquisa realizada por Oliveira
et al. (2018) permitiu a diferenciação de lotes das cultivares BRS Guariba e BRS
2021 Gepra Editora Barros et al.
Novaera, enquanto que o comprimento da parte aérea de plântulas foi eficiente para a
distinção de lotes apenas da cultivar BRS Novaera.
Assim, a qualidade fisiológica das sementes irá depender do genótipo, tipo de lotes
e até mesmo das variações no comprimento e coloração dos tegumentos das sementes
(BATISTA et al., 2012; OLIVEIRA; MORAIS, 2017; CHAGAS et al., 2018).
Por isso, se faz necessária a realização de teste de germinação associado a testes de
vigor para identificação mais precisa dos lotes que apresentarão maior probabilidade de
desenvolverem plantas mais vigorosas nas condições de campo. 1246
Diante do exposto, este trabalho teve por objetivo avaliar a qualidade fisiológica
de sementes de cultivares de feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) submetendo-as
ao teste de germinação e testes de vigor.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no Laboratório de Análise de Sementes (LAS) da
Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN (5º11’ de latitude
sul e 37º20’ de longitude W. Gr.) no período de julho a setembro de 2015. Conduzido em
um delineamento inteiramente casualizado, utilizando três cultivares da Embrapa de
feijão-caupi, sendo elas: BRS Cauamé, BRS Tumucumaque e BRS Itaim.
A avaliação da qualidade fisiológica das cultivares de feijão-caupi foi realizada
através de testes de porcentagem de germinação; índice de velocidade de germinação
(IVG); primeira contagem; altura de plântula; comprimento radicular; massa fresca e
seca das plântulas.
O teste de germinação foi realizado utilizando quatro repetições de 50 sementes
para cada cultivar de feijão analisada. As sementes foram semeadas em bandejas
contendo como substrato areia esterilizada, as quais foram mantidas sob bancadas no
laboratório a temperatura de 30˚C durante oito dias. As contagens de germinação foram
realizadas no período do quinto ao oitavo dia após a semeadura, conforme proposto por
Brasil (2009), e os resultados expressos em percentagem de plântulas normais.
O índice velocidade de germinação (IVG) foi realizado juntamente com o teste de
germinação, sendo as avaliações das plântulas normais realizadas diariamente, a partir
da primeira contagem, cujo cálculo será de acordo com a fórmula proposta por Maguire
(1962), onde:
2021 Gepra Editora Barros et al.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1 – Testes de germinação (%G); Índice de velocidade de germinação (IVG); Primeira contagem
de germinação (%PC); Comprimento de parte aérea de plântulas (CPA); Comprimento radicular de
plântulas (CR); massa fresca de plântulas (MFP); e Massa seca de plântulas (MSP) de cultivares de feijão-
caupi.
Cultivares %G IVG %PC CPA (cm) CR (cm) MFP (g) MSP (g)
BRS Cauamé 99 a 15 a 93 a 31,69 a 17,75 a 85,33 a 7,13 a
BRS
66 c 9c 56 c 28,71 ab 14,28 b 63,07 c 4,76 b
Tumucumaque
BRS Itaim 85 b 11 b 70 b 23,30 b 13,10 b 71,23 b 6,83 a
* Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem pelo teste de Tukey a 5%.
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÕES
1250
REFERÊNCIAS
ARAÚJO NETO, A. C.; NUNES, R. T. C.; ROCHA, P. A.; ÁVILA, J. S.; MORAIS, O.
M. Germinação e vigor de sementes de feijão-caupi (Vigna unguiculta (L.) Walp.) de
diferentes tamanhos. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável,
Mossoró, v. 9, n. 2, p. 71-75, 2014.
Capítulo 113
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi produzido a partir da revisão bibliográfica com base nas
seguintes plataformas de busca de dados como “Scielo” “Web-of-Science”, “Periódicos
2021 Gepra Editora Barros et al.
1255
RESULTADOS E DISCUSSÃO
mesmas condições (ATAIDE et al., 2015). Os fatores genéticos, podem influenciar nas
características de qualidade fisiológica, devido a constituição genética da semente e,
portanto, uma mesma espécie pode apresentar vigor e longevidade distintos
(CARVALHO et al., 2016).
germinativa das sementes, visto que, a partir desse valor, será obtido as principais
informações para a produção de mudas de qualidade e para a implantação de plantios de
reflorestamento com bons resultados (SILVA et al., 2014).
Através dos testes de qualidade fisiológica é possível avaliar o potencial fisiológico
das sementes. Dentre as análises mais utilizadas para avaliar a qualidade fisiológica,
citam-se: a determinação do teor de água, peso de mil sementes, caracterização biométrica
e o teste de germinação (GUEDES et al., 2013).
Entre os principais procedimentos para a determinação do potencial fisiológico de
sementes destaca-se o teste de germinação, que consiste em determinar o potencial
germinativo das sementes de um lote para fins de semeadura e produção de mudas
1260
(ARAÚJO et al., 2018). É realizado em laboratório, sob condições controladas de
temperatura, umidade e luz. Devem ser realizados de acordo com as recomendações e
prescrições estabelecidas na RAS (PEREIRA et al., 2015). Porém, este teste possui pouca
eficiência para estimar o desempenho no campo, onde as condições encontradas nem
sempre são favoráveis (LIMA et al., 2015).
De forma complementar ao teste de germinação são realizados testes de vigor, que
tem como finalidade detectar diferenças significativas no potencial fisiológico de lotes
com germinação semelhantes, fornecendo informações adicionais às proporcionadas pelo
teste de germinação (SANTOS; PAULA, 2009). Dentre os testes de vigor, estão os testes
realizado com base na análise de germinação, sendo os mais utilizados o tempo médio de
germinação, o índice de velocidade de germinação, a primeira contagem do teste de
germinação e a análise de plântulas. Todos esses métodos são considerados indiretos por
serem executado em condições de laboratório (ARAÚJO et al., 2018).
Dentre os testes de vigor de resistência, destaca-se o teste de envelhecimento
acelerado, esse teste tem como finalidade expressar o vigor das sementes, por meio do
aumento na taxa de deterioração das sementes em exposição às altas temperaturas e
umidade relativa do ar. Deste modo, sementes de baixa qualidade deterioram-se mais
rapidamente, apresentando queda mais acentuada da viabilidade (GOMES JUNIOR;
LOPES, 2017). Vários trabalhos indicam o uso do teste de envelhecimento acelerado para
avaliação do potencial fisiológico de sementes de espécies florestais (GUARESCHI et
al., 2015; CARVALHO et al., 2016; LAMARCA; BARBEDO, 2017).
Dentre os testes bioquímicos, o que possui maior destaque é o teste de tetrazólio,
pois sua principal vantagem é a rapidez com que fornece resultados confiáveis sobre as
sementes, além de não ser afetado pela presença de fungos e bactérias (FOGAÇA et al.,
2011). É um método rápido para estimar a viabilidade e o vigor das sementes com base
na alteração da coloração dos tecidos vivos, em presença de uma solução de cloreto de
2,3,5-trifenil tetrazólio, refletindo a atividade do sistema de enzimas desidrogenasses
(ABBADE; TAKAKI, 2012). Na literatura, entre as espécies utilizadas encontram-se a
Araucaria angustifólia (SILVA et al., 2016), Poincianella pyramidalis (SOUSA et al.,
2017), Enterolobium timbouva (NOGUEIRA et al., 2014) dentre várias outras espécies.
Entretanto, ainda há poucos trabalhos que indicam a utilização do teste de tetrazólio
para a avaliação da viabilidade e do vigor de sementes de espécies florestais na Caatinga.
Dantas et al. (2015) relataram que poucos trabalhos científicos foram publicados com
espécies do bioma Caatinga. Ao todo, foram encontrados nas pesquisas baseadas na
2021 Gepra Editora Barros et al.
internet, apenas 15 trabalhos científicos, sendo destes, dez artigos em revistas indexadas,
uma tese de doutorado, duas dissertações de mestrado e uma monografia de conclusão de
curso. Uma grande porcentagem (73%) dos trabalhos encontrados foi publicada há menos
de 5 anos. As evidências indicam, portanto, que esse assunto vem sendo explorado há
pouco tempo em sementes florestais da Caatinga.
Assim, é necessário maior esforço de grupos de pesquisa para determinar
metodologias para a avaliação da viabilidade e do vigor de sementes de espécies florestais
desse bioma. Há ainda que se focar no estudo das espécies ameaçadas de extinção,
visando sua preservação e consequentemente a preservação e a conservação do bioma
Caatinga (DANTAS et al., 2015).
1261
Além desses testes, o teste à frio que apesar de não ser muito difundido na avaliação
de sementes de espécies florestais arbóreas, pode ser promissor, já que simula as
condições adversas de baixa temperatura e alta umidade, as quais permitem a
sobrevivência somente das sementes mais vigorosas (OLIVEIRA et al., 2016). O teste de
frio pode potencialmente ser aplicado em sementes produzidas na região sul do Brasil,
onde se registra períodos do ano com chuvas associadas a frentes frias, condições essas
determinantes para deterioração das sementes e perda do vigor (ARAÚJO et al., 2018).
Poucos trabalhos indicam o uso do teste de frio para avaliação do potencial
fisiológico de sementes de espécies florestais, sendo realizados apenas para as espécies
Moringa oleifera (ROCHA et al., 2016) e Jatropha curcas (OLIVEIRA et al., 2015).
O emprego de testes rápidos para o controle de qualidade de sementes é ferramenta
imprescindível para a avaliação da qualidade fisiológica de sementes, e por isso tem
merecido permanente atenção dos tecnologistas, produtores e pesquisadores. Além disso,
também há uma crescente demanda por métodos rápidos e eficientes para a avaliação da
qualidade fisiológica de sementes florestais nativas. Contudo, muitas espécies florestais
ainda possuem inúmeras limitações pela falta de conhecimento quanto às características
de morfoanatomia e ecofisiologia de suas sementes (GUOLLO et al., 2017)
Em razão do crescente interesse pelas espécies florestais nativas, torna-se
importante tanto a caracterização da qualidade de suas sementes, por meio de testes de
germinação e vigor, como a obtenção de informações sobre a eficiência e rapidez de
diferentes testes de vigor para se estimar a qualidade das sementes (GUEDES et al.,
2009). A avaliação da qualidade fisiológica das sementes é um aspecto importante a ser
considerado em um programa de produção, pois a elucidação dos fatores que afetam a
qualidade dessas sementes depende diretamente da eficiência dos métodos usados para
determiná-la (GONZALES et al., 2011).
CONCLUSÕES
1262
REFERÊNCIAS
BASKIN, M.J.; BASKIN, C.C. A classification system for seed dormancy. Seed Science
Research, v.4, n.1, p.1-17, 2004.
CHAVES P. M. S.; SILVA J. R.; BRAGA, M. O.; MARQUES, N. S.; FREITAS, A. D. 1263
D. Qualidade fisiológica de sementes e crescimento inicial de mudas de Handroanthus
impetiginosus sob diferentes sombreamentos e substratos. Revista Verde de
Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v. 13, n. 1, p. 22-26, 2018.
DAVIDE, A.C.; SILVA, E.A.A. Sementes Florestais. In: DAVIDE, Antonio Claudio;
SILVA, Edvaldo Aparecido Amaral da. Produção de sementes e mudas de espécies
florestais. Lavras: Ed. Ufla, 2008. Cap. 1. p. 11-82.
GUOLLO, K.; CARLO POSSENTI, J.; FELIPPI, M.; QUIQUI, E. M.; MAGALHÃES
1264
L. T. Avaliação da qualidade fisiológica de sementes florestais através do teste de
condutividade elétrica. Colloquium Agrariae, v. 13, n.1, p.86-92, 2017.
GOMES JUNIOR, D.; LOPES, J. C. Acelerated aging test to evaluate the physiological
potencial of canudo-de-pito seeds. Ciência Florestal, v. 27, n. 4, p. 1105-1115, 2017.
MARCOS FILHO, J. Seed vigor testing: an overview of the past, present and future
perspective. Scientia agricola, v. 72, n. 4, p. 363-374, 2015.
OLIVEIRA, G. L.; HILST, P. C.; DA SILVA, L. J.; SEKITA, M. C.; DIAS, D. D. S. Cold
test methodology for evaluation of the physiological potential of Jatropha curcas
seeds. Bioscience Journal, v. 31, n. 2, p. 509-517, 2015.
PEREIRA, M.; NAVROSKI, M. C.; HOFFMANN, P. M.; GRABIAS, J.; BLUM, C. T.;
PINÃ-RODRIGUES, F. C. M.; FIGLIOLIA, M. B; DA SILVA, A. Sementes florestais
tropicais: da ecologia à produção. Londrina-PR: ABRATES, 2015, p.285-307.
SILVA, E.A.A.; OLIVEIRA, J.M.; PEREIRA, W.C.S. Fisiologia das Sementes. In:
BARBEDO, C. J.; SANTOS JÚNIOR, N. A. Produção e tecnologia para espécies da flora
brasileira. Sementes do Brasil. São Paulo: Instituto de Botânica,. 2018, Cap. 1. p. 15 -
40.
YILDIZ, M.; BEYAZ, R.; GURSOY M.; AYCAN, M.; KOC, Y.; KAYAN, M. Seed
dormancy. In: JIMENEZ-LOPEZ, J.C. (org), Seed Biology. 2017.
1266
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 114
RESUMO
INTRODUÇÃO
1268
O doce de leite é um produto típico da América Latina, produzido e consumido em
grande escala no Brasil e na Argentina, é definido como produto concentrado de leite ou
leite reconstituído por ação de calor a pressão atmosférica ou reduzida, sendo facultativa
a adição de outras substâncias alimentícias e sólidos de origem láctea, adicionado de
sacarose com substituição parcial ou não por monossacarídeos e dissacarídeos; sua
produção no Brasil encontra-se ao redor de 34.000 t/ano (BRASIL, 1997; SANTOS;
SILVA, 2020). Apresenta elevado valor nutricional por conter proteínas e minerais, além
do alto conteúdo energético, sendo consumido diretamente como sobremesa,
acompanhado ou não de biscoitos, queijos, geleias e torradas, empregado também como
recheio ou cobertura na confeitaria. (FEIHRMANN; CICHOSKI; REZENDE, 2004).
Existe uma grande escassez de referências científicas na literatura sobre doce de
leite, havendo falta de dados sobre a composição química e microbiológica, devendo ser
atribuído à produção caseira praticada no Brasil e ao consumo concentrado
principalmente na América do Sul, com pesquisas científicas desenvolvidas somente nos
países dessa região. Dessa forma, observa-se que não há uniformidade na qualidade dos
doces fabricados pela grande variação nos parâmetros físico-químicos e sensoriais,
constituindo como entrave para o mercado europeu e norte americano (FRANÇA et al.,
2014).
Embora o doce de leite não seja um produto favorável ao desenvolvimento de
microrganismos por apresentar alta concentração de carboidratos e, consequentemente,
baixa atividade de água, a probabilidade de veicular bactérias patogênicas não é nula, de
fato ocorre pelo fracionamento do doce de leite para venda no varejo, que conta com a
manipulação inadequada e exposição ao meio ambiente tornando importante a avaliação
microbiológica para averiguação da presença de Salmonella, Staphylococcus e coliformes
que podem constituir perigo à saúde do consumidor (FERREIRA JÚNIOR et al. 2020).
A exposição desse alimento a ambiente sem refrigeração, sem proteção contra
poeira e insetos, pode alterar seus padrões de qualidade. Deve-se atentar aos riscos em
potencial de os alimentos artesanais se apresentarem contaminados. Os fatores que
contribuem para aumentar o risco de enfermidades são o uso de matérias-primas de fontes
não seguras, utensílios mal higienizados ou contaminados e elaboração em condições
impróprias (FRANÇA et al., 2014; DUARTE et al., 2005). Pensando no bem da saúde
pública, a população deve ter ao seu alcance alimentos de boa qualidade, estes alimentos
deverão estar dentro de padrões pré-estabelecidos de valores nutritivos e higiênicos para
serem consumidos com segurança para o consumidor (FAGUNDES; OLIVEIRA, 2004).
2021 Gepra Editora Barros et al.
MATERIAL E MÉTODOS
Análises realizadas
Coliformes à 35ºC
Teste presuntivo: três séries de tubos de caldo lauril sulfato triptose, com tubo de
Durhan invertido, foram inoculados com 1 mL a partir das diluições de 10-1 a 10-7. Após
serem incubados a 35ºC por 24 a 48 horas, as culturas que produziram gás foram
consideradas positivas.
Teste confirmativo: de cada tubo com resultado positivo no teste presuntivo foi
transferida uma alçada da cultura (alça de níquel-cromo de 3 mm de diâmetro) para tubos
correspondentes contendo caldo lactose-verde brilhante-bile a 2,0% e tubo de Durhan
invertido. Após o processo foi realizada a incubação a 35ºC por 24 a 48 horas e
considerados positivos os desenvolvimentos bacterianos que produziram gás neste
período.
De acordo com o número de tubos positivos e, empregando a tabela de Hoskins, foi
determinado o NMP de coliformes totais por grama.
Coliformes à 45ºC
A partir de cada tubo de caldo laurilsulfato triptose com resultado positivo no teste
presuntivo para coliformes a 35ºC, foram inoculados com alça, tubos correspondentes
contendo caldo EC e tubo de Durhan invertido. A incubação foi realizada em banho-maria
a 44,5 ±0,2ºC por 24 ±2 horas e considerados positivos os tubos com multiplicação
bacteriana e produção degás. De acordo com o número de tubos positivos e, empregando
a tabela deHoskins, foi determinado o NMP de coliformes termotolerantes por grama.
Escherichia Coli.
A partir dos tubos com resultados positivos para coliformes a 45ºC em caldo EC,
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Salmonella sp.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 2. Valores médios dos resultados dos Coliformes à 35 e a 45 ºC verificados nas amostras de doce
de leite dos estabelecimentos avaliados.
120
110 110 110
100 95
80
65
60
42
1273
40
21 23
19
20
7,2
0
A B C D E
Figura 3. Valores médios de Salmonella sp. e Escherichia Coli verificados nas amostras de doce de leite
dos estabelecimentos avaliados.
60
1274
20 20
0 0 0 0 0 0 0
A B C D E
Figura 4. Valores médios de CTM e Staphylococcus spp. verificados nas amostras de doce de leite dos
estabelecimentos avaliados.
930
1275
180
100
60
0 0 0 0 0 0
A B C D E
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
Capítulo 115
RESUMO
O consumo crescente de sushi vem tornando-se uma preocupação para a saúde pública,
não só pelo fato de ser um produto altamente perecível, mas também, devido aos aspectos
higiênico-sanitários de sua preparação e conservação. Sendo assim, objetivou-se avaliar
a qualidade microbiológica dos sushis comercializados em todos os estabelecimentos da
cidade de Patos, Paraíba. Cinco amostras foram coletadas de um dos cinco
estabelecimentos (S1, S2, S3, S4 e S5), durante 3 semanas consecutivas, totalizando assim
75 amostras. As mesmas foram obtidas nos próprios recipientes ofertados pelos locais
analisados. As amostras foram analisadas quanto aos parâmetros de Coliformes à 35º e
45ºC (NMP/mL), Salmonella sp. (presença/ausência), Staphylococcus coagulase positiva
(UFC/mL), Contagem total de bactérias Aeróbias Mesófilas (CTM) (UFC/mL), Vibrio
spp. e Escherichia coli. (presença/ausência). Todas as análises foram realizadas com base
na metodologia adotada por Silva e seus colaboradores (2010). Não foram identificadas
presenças de Salmonella sp., Escherichia Coli e Vibrio parahaemolyticus em 100% das
amostras avaliadas. Em relação a Coliformes a 45º e Staphylococcus coagulase positiva
os sushis estiveram de acordo com a legislação vigente RDC nº 12. Com os dados obtidos
verificou-se que os sushis avaliados estavam dentro do limite estabelecido pela legislação
vigente para todos os microrganismos, porém as altas contagens de Mesófilos observadas
demonstram necessidade de maiores cuidados higiênico-sanitários com a matéria-prima
utilizada e a adoção das Boas Práticas de Fabricação e durante o manuseio desses
produtos.
2021 Gepra Editora Barros et al.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Escherichia coli
Após a quantificação de Coliformes à 45ºC, os tubos que apresentaram turvação
e/ou bolhas (considerados positivos) foram repicados para placas de Petri contendo o
meio de cultura Ágar EMB, sendo incubadas a 35-37ºC por 48 horas, para a identificação
da presença/ausência de Escherichia Coli.
Salmonella sp.
Pré-enriquecimento: de cada amostra foi retirado, assepticamente, 25 gramas e
adicionados a 225 mL de água peptonada a 1,0%. Após homogeneização em aparelho
Stomacher, a mistura foi incubada a 37ºC por 24 horas.
Enriquecimento seletivo: duas alíquotas, uma de 1 mL e outra de 0,1 mL da cultura
2021 Gepra Editora Barros et al.
Vibrio parahaemolyticus
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 15. Resultados obtidos para Coliformes a 35 ºC, Coliformes a 45 ºC e Escherichia Coli. nos sushis
avaliados.
Estabelecimentos Coliformes a Coliformes a Escherichia Coli.
35 ºC 45 ºC (presença/ausência)
(NMP/g) (NMP/g)
≤ 3,0 ≤ 3,0 Ausente
21,0 ≤ 3,0 Ausente
S1 9,3 ≤ 3,0 Ausente
28,0 ≤ 3,0 Ausente
≤ 3,0 ≤ 3,0 Ausente
4,2 ≤ 3,0 Ausente
3,6 ≤ 3,0 Ausente
S2 ≤ 3,0 ≤ 3,0 Ausente
7,2 ≤ 3,0 Ausente
2,7 ≤ 3,0 Ausente
≤ 3,0 ≤ 3,0 Ausente
≤ 3,0 ≤ 3,0 Ausente
S3 ≤ 3,0 ≤ 3,0 Ausente
≤ 3,0 ≤ 3,0 Ausente
3,6 ≤ 3,0 Ausente
73,0 ≤ 3,0 Ausente
64,0 ≤ 3,0 Ausente
S4 20,0 ≤ 3,0 Ausente
≤ 3,0 ≤ 3,0 Ausente
≤ 3,0 ≤ 3,0 Ausente
11,0 ≤ 3,0 Ausente
≤ 3,0 ≤ 3,0 Ausente
S5 ≤ 3,0 ≤ 3,0 Ausente
3,6 ≤ 3,0 Ausente
7,9 ≤ 3,0 Ausente
Fonte: Autores (2020).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Tabela 16. Resultados obtidos para Staphylococcus spp., Staphylococcus coagulase positiva e Salmonella
sp. nos sushis avaliados.
Estabelecimentos Staphylococcus Staphylococcus Salmonella sp.
spp. coagulase (presença/ausência)
(UFC/g) positiva
(UFC/g)
Tabela 17. Resultados obtidos para Contagem total de bactérias Aeróbias Mesófilas e Víbrio
parahaemalyticus nos sushisavaliados.
Estabelecimentos CTM Vibrio
(UFC/g) parahaemolyticus
(presença/ausência)
S1 3,1 x102 Ausente
2,2 x104 Ausente
5,9 x103 Ausente
8,3 x108 Ausente
1,6 x102 Ausente
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
GILBERT, R. J.; LOUVOIS, J.; DONOVAN, T.; LITTLE, C.; NYE, K.; RIBEIRO, C.
D.; RICHARDS, J.; ROBERTS, D.; BOLTON, F. J. Guidelines for the microbiological
quality of some ready-to-eat foods samples at the point of sale. Communicable Disease
Public Health, London, v. 3, n. 3, p. 163-167, 2000.
Capítulo 116
RESUMO
INTRODUÇÃO
Assim, para refletir sobre essa situação e para que as práticas conservacionistas possam
ser empregadas de maneira sistemática e adequada, torna-se necessário saber como o
povo do campo percebe o solo, além de que as atividades de extensão rural junto aos
produtores precisam ser potencializadas.
Em função do constante contato direto com a terra, agricultores familiares têm maior
preocupação com a sustentabilidade do meio em seu entorno e nos processos de produção,
sobretudo pelos conhecimentos tradicionais, em busca de maior qualidade no processo e
no seu produto, por isso saber de sua percepção ambiental tem grande importância não
apenas no estudo das interações entre o homem e o ambiente, mas também para gestão
dos agroecossistemas (FERNANDES, et al., 2004; KAMIYAMA, 2011).
1291
Dessa forma, a agricultura familiar e a conservação dos solos estão intimamente
ligadas, oferecendo produção de alimentos saudáveis, a partir de técnicas que ajudam a
preservar a biodiversidade e o meio ambiente, além de assegurar o consumo de produtos
naturais saudáveis e de qualidade sem deixar de lado o crescimento econômico.
Nesse cenário, o objetivo do trabalho foi realizar um estudo de percepção com
agricultores familiares do município de Coxixola-PB no que se refere ao entendimento
do solo e práticas conservacionistas para propiciar o aumento da capacidade produtiva do
solo, de modo a promover a geração de empregos e a melhoria da renda.
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A faixa etária média dos entrevistados variou de 30 a 75 anos, sendo 53,0% do gênero
masculino. Embora esse dado, a presença das agricultoras foi expressiva, o que revela seu
papel na agricultura, que além de muitas vezes ser a precursora na unidade familiar,
responsável pelas atividades do lar e das escolhas de produção, Karam (2004) aponta que
a mulher é cada vez mais atuante na produção, encarando desafios e responsabilidades
que para a sociedade atual ainda é papel apenas do homem.
A escolaridade variou de pessoas que não estudaram até aqueles que concluíram o
ensino fundamental II. Na totalidade os entrevistados são casados ou em união estável.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Gráfico 1 - Visão dos agricultores sobre solo fértil nas três comunidades.
1292
As práticas citadas são as mais comuns na região, inclusive o uso do mato espontâneo
como adubação verde e os estercos, que para Menezes e Salcedo (2007), é uma alternativa
amplamente adotada áreas de agricultura familiar na região semiárida e agreste do
Nordeste brasileiro para o suprimento de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo.
Tais resultados estão de acordo com outros estudos realizados sobre percepção de
agricultores que demonstraram adoção de práticas conservacionistas por produtores
orgânicos com uma percepção importante quanto aos impactos negativos do uso do solo
(RODRIGUES & CAMPANHOLA, 2003; GUIMARÃES & PAULA, 2013; LIMA et al,
2016).
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
APÊNDICE
ROTEIRO DE QUESTIONÁRIO
Senhor(a), esta pesquisa tem por objetivo conhecer a percepção dos agricultores da
comunidade sobre o uso do solo e práticas conservacionistas. Esse estudo vai nos ajudar
a entender como as pessoas se relacionam com o solo e as práticas que usam. Sua
participação é muito importante e seus dados não serão divulgados. Obrigada(a).
1. DADOS DE IDNETIFICAÇÃO:
GÊNERO
FAIXA ETÁRIA 1296
ESCOLARIDADE
TEMPO DE RESIDÊNCIA NA AAGRICULTURA
TIPO DE PRODUÇÃO
__________________________________________
ASSINATURA OU DIGITAL
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 117
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Foi definido como critério de inclusão de artigos publicados entre os anos de 2000
a 2021, nos idiomas português e inglês. Os artigos dessa revisão foram consultados em
bases de dados indexadas na plataforma Google Scholar e Scielo (Scientific Electronic
Library Online), a pesquisa busca demostrar as aplicações da secagem convectiva onde a
coleta de dados foi realizada no período de fevereiro de 2020 a janeiro de 2021.
O levantamento bibliográfico mostrou a proporção significativa relacionada a
secagem de matérias-primas alimentares, no âmbito de desenvolvimento de novos
produtos e a técnica de secagem convectiva. Nesse contexto, o processo de secagem tem
sido comumente usados para preservar a qualidade dos alimentos e prolongar a vida útil
(NUROĞLU et al. 2019).
1299
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Secagem
Princípios da secagem
produto será seco por meio de operação contínua. No processo intermitente, o produto
úmido permanece no secador até que se atinja a umidade desejada (ROCHETI, 2014).
Durante processo de secagem utiliza-se ar quente para a transferência de calor para
o alimento e a consequente vaporização da água contida nesse, ocorrendo a desidratação.
A secagem pode ocorrer à pressão atmosférica ou à pressão reduzida. A capacidade do ar
para eliminar a água de um alimento depende, principalmente, de sua temperatura e de
sua umidade relativa. Logo, a secagem é um processo contínuo e simultâneo de
transferência de calor e massa (CELESTINO, 2010). Nesse processo o calor é aplicado
no material por convecção através do ar, ou por condução através do contato com uma
superfície quente. O calor é utilizado para vaporizar o líquido na superfície do sólido, ou
próximo da superfície se a mudança de estado ocorrer dentro do produto, e esse vapor é
retirado pelo fluxo de ar, por meio de convecção natural ou forçada (FIOREZE, 2003). 1300
Na secagem artificial para obtenção de pós ou de farinhas, é necessário uso de
secador e/ou estufa. O método de secagem é primordial para qualidade do produto final,
logo existem alguns que são mais custosos, a exemplo spray dring, liofilização e leito de
jorro. No entanto, o método de secagem em estufa (secagem convectiva) é considerado
mais viável economicamente. Este ocorre por meio da circulação forçada de ar quente,
onde a água evaporada é dispersada para o ambiente externo, impedindo assim, o retorno
da mesma para a amostra. O método de estufa foi ressaltado, pois será utilizado no
desenvolvimento do trabalho em questão. No entanto, é um método utilizado para
desenvolvimento de vários estudos voltados para obtenção de polpa em forma de pó ou
farinha, no qual constatou se que os estudos de secagem convectivas usam temperaturas
intermediaria oscilando entre 40 a 80 ºC em determinadas espessuras e velocidade de ar
(SANTOS et al., 2012).
Nascimento et al. (2019) estudaram a secagem convectiva dos frutos da bacaba
obtidos em um secador convectivo de leito fixo nas temperaturas de 50ºC, 60ºC e 70ºC.
Sousa et al. (2017) estudaram cinética de secagem da polpa de pequi por meio da secagem
convectiva realizada em triplicata, em estufa de ar forçado em diferentes condições de
temperatura (50, 60, 70 e 80 ºC) e espessura (0,5; 1,0 e 1,5 cm). Park; Yado & Brod
(2001) realizaram a secagem convectiva da pêra bartlett (Pyrus sp.) em secador vertical
convectivo nas temperaturas de 50, 60 e 70°C e velocidades do ar de 0,5, 1,0 e 1,5m/s.
Tsuda et al. (2014) estudaram secagem de fatias berinjela em um secador convectivo com
escoamento forçado de ar, nas temperaturas (40°C, 60°C e 70°C) e velocidade do ar (1,0;
1,5; e 2,0 m/s). Leite et al (2017) realizaram a cinética de secagem da casca do abacaxi,
na forma de placas com comprimento de 15 cm e largura de 8 cm, em estufa com
circulação forçada de ar nas temperaturas de 75 e 85 °C. Santos et al (2019) estudaram
cinética de secagem e propriedades termodinâmicas da polpa de patauá (Oenocarpus
bataua Mart.) sob diferentes temperaturas (40, 50 e 60 °C) e espessuras da camada (0,3 e
0,6 cm).
Cinética de secagem
A secagem de produtos agrícolas pode ser disposta de diversas formas nos quais os
dados da cinética de secagem podem ser representados por modelos matemáticos teóricos,
semiteóricos e empíricos. Sendo que os modelos teóricos consideram a transferência de
energia em forma de calor e massa na área de interação do produto, como também, em
seu interior, do qual pode apresentar a resistência convectiva como desprezível
comparando-se com a resistência difusiva, tornando-se possível considerar transferências
somente no interior do produto (SANTOS et al., 2020).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Designação do
Modelo Equação
Modelo
Page RX = exp(−k. t ⁿ) (1)
Midilli RX = a. exp(−k. t ⁿ) + b. t (2)
Henderson e
RX = a. exp(−k. t ) (3)
Pabis
Henderson e
RX = a. exp(−k. t ) + b. exp(−k. t) + exp(−k. t) (4)
Pabis Modificado
Aproximação por
RX = a. exp(−k. t ) + (1 − a)exp(−k. b. t) (5)
Difusão
Dois Termos RX = a. exp(−k 0 . t) + b. exp(−k1 . t) (6)
Exponencial de
RX = a. exp(−k. t ) + (1 − a)exp(−k. a. t) (7)
Dois Termos
Logarítmico RX = a. exp(−k. t ) + c (8)
Thompson RX = exp((−a − (a2 + 4bt)0,5 )/2b (9)
2021 Gepra Editora Barros et al.
mais viável as indústrias, despontando como alternativas mais saudáveis, além disso,
podem ser utilizados para o desenvolvimento de novos produtos.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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– Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2008.
Capítulo 118
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A cultura do café
O café é originário das florestas tropicais da Etiópia, Quênia e Sudão, regiões com
predominância de altitudes elevadas, temperaturas amenas e grande volume de
precipitações. A cultura apresenta mais de 100 espécies, pertence ao gênero Coffea, com
duas espécies de maior representação econômica e social: o C. arábica e o C. canephora
(ADEPOJU et al., 2017; WIKSTRÖM et al., 2020).
No Brasil sua introdução ocorreu no século XVIII inicialmente na região Norte.
Com a boa adaptação da cultura e resultados favoráveis, expandiu-se por diversas regiões,
introduzindo mudanças na economia e ações importantes para o desenvolvimento do país,
com a expansão das ferrovias, setor de serviços, formação de cidades, estímulo de
crescimento de indústrias, entre os mais diversos benefícios, assegurando-se por muitos
anos como a principal atividade econômica do país (MELO et al., 2018, WINTER, et al.,
2020).
Atualmente o destaque na produção é assegurado pelos estados de Minas Gerais,
Espírito Santo, São Paulo, Bahia e Rondônia. Evidenciando a liderança no topo de
produção pelo estado Minas Gerais, que tem o café como uma importância cultural,
social, histórica e econômica. Com uma produção em 2020 que totalizou 34,65 milhões
de sacas de 60 kg, valor que representa um crescimento de 41,1% (CONAB, 2020; KOH
et al., 2020; RIBEIRO, 2020).
Configurando a cadeia cafeeira como um dos setores de grande representatividade
na economia brasileira por estar fortemente envolvida no âmbito de exportação e na
geração de empregos, representando, no médio e longo prazo, um dos principais produtos
2021 Gepra Editora Barros et al.
estratégicos do país. Sua importância pode ser vista na produção, no consumo interno, na
participação na linha exportação e na promoção de empregos e receita na economia
(FARIA, 2020).
Pode-se analisar que o crescimento da produção cafeeira brasileira está relacionado
aos fatores de inserção de conceitos tecnológicos utilizados no cultivo do café ao longo
dos anos, melhoramento genético, planejamento de produção, resistência a pragas e
doenças e aperfeiçoamento dos processos de qualidade (MOREIRA et al., 2019)
Morfologia do café
O café é caracterizado como uma cultura de porte arbustivo e possui altura média 1311
de 2 a 4 metros, podendo chegar a 10 metros, de acordo com as características climáticas
da região e espécie. Possui caule cilíndrico e dois tipos de ramos, denominados de
plagiotrópicos, conhecido como laterais ou produtivos, podendo originar os ramos
ortotrópico, no qual crescem paralelos ao caule, assim se origina a denominação de ramos
“ladrão” (FERRAZ, 2013).
O cafeeiro produz flores com fragrância que se aproximam ao jasmim, e seus frutos
são expressos em tons verdes ao vermelho, passando ainda pelo amarelo (FERRAZ, 2013;
AYALEW, 2018).
Fenologia do cafeeiro
Quanto à fenologia do café, a duração de cada etapa do ciclo produtivo pode variar
de espécie para espécie, dependendo das condições climáticas da região, cada etapa
possui funções fisiológicas e metabólicas próprias, essenciais para a formação final dos
frutos. O período fenológico correspondente ao período de floração e crescimento dos
frutos das lavouras representa o período mais crítico para o crescimento das plantas, pois
nessas fases, uma vez que as estações mudam, elas são mais vulneráveis aos efeitos
adversos do meio ambiente (NEGREIROS et al., 2019).
Para o cafeeiro, o ciclo fenológico apresenta uma atividade distinta em comparação
a maioria das plantas que manifestam inflorescência na primavera e frutificam no mesmo
ano fenológico. Ocorrendo no seu caso uma sucessão de fases vegetativas e reprodutivas,
que ocorrem durante aproximadamente dois anos, ou seja, ocorre uma bienalidade na
produção (DINIZ; LIMA, 2019).
Desta forma, durante o período de maior produção, o crescimento dos frutos exige
maior consumo da atividade metabólica, induzindo a redução do desenvolvimento
vegetativo. Para as condições tropicais do país, foi desenvolvido um ciclo em que se
subdivide em seis fases, distribuídas em duas fases vegetativas e quatro reprodutivas,
conforme Tavares et al. (2014):
1ª fase: vegetação e formação de gemas foliares (setembro a março);
2ª fase: indução e maturação das gemas florais (abril a agosto);
3ª fase: florada e expansão dos frutos (setembro a dezembro);
4ª fase: granação dos frutos (janeiro a março);
5ª fase: maturação dos frutos (abril a junho);
2021 Gepra Editora Barros et al.
Temperatura
Precipitação
os valores produtivos. Considerando que valores de até 150 mm de déficit hídrico são
tolerados sem grandes prejuízos (COBRA et al., 2020).
Umidade relativa
Solo e Altitude
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o estudo foi possível verificar que o zoneamento agroclimático associado com
SIGs na cultura do café é uma importante ferramenta na elaboração, planejamento e
desenvolvimento de análises para identificação de adaptações da cultura, como forma de
2021 Gepra Editora Barros et al.
REFERÊNCIAS
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2021 Gepra Editora Barros et al.
1321
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 119
COUTINHO, Janailton
Doutor em Educação Brasileira
Professor da Universidade Federal do Cariri (UFCA)
janailton.coutinho@ufca.edu.br
RESUMO
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
COMPONENTES DO SISTEMA
LAVOURA
PECUÁRIA
FLORESTA
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Capítulo 120
TEOR DE PIGMENTOS DE MUDAS DE Passiflora edulis SOB
CONDIÇÕES DE ESTRESSE SALINO E MANEJO DA ADUBAÇÃO
RESUMO
INTRODUÇÃO
cultivada de 43.248 hectares, sendo que a região Nordeste responde por 62,31% deste
total (IBGE, 2018). No entanto, mesmo com tamanha expressão, nota-se que a
produtividade nacional alcançada ainda é baixa, com média de 13,49 t ha-1 ano-1 (IBGE,
2018), uma vez que, o potencial produtivo da cultura pode ultrapassar 40 t ha-1 (FREITAS
et al., 2011).
A disparidade entre a produtividade média e o potencial da cultura do maracujazeiro
se deve a vários fatores bióticos e abióticos (FREIRE et al., 2014). Em particular na
região Nordeste, com destaque para a região semiárida, um dos fatores que vem limitando
o sucesso das áreas de cultivo é o excesso de sais solúveis, encontrado nas fontes de água
para irrigação (CAVALCANTE et al., 2012; FREIRE et al., 2014; SILVA et al., 2018).
1334
O uso de água salina na irrigação causa efeitos deletérios nas culturas, pois quando
ocorre uma redução do potencial osmótico do solo tem-se uma diminuição na
disponibilidade de água para as plantas, promovendo o fechamento estomático e
comprometendo a transpiração e a fotossíntese (SILVA et al., 2015; ABBASI et al.,
2014).
Pesquisas vem sendo realizadas com o intuito de atenuar os efeitos nocivos causados
pelas concentrações de sais da água de irrigação nas plantas. Dentre as alternativas
estudadas, destaca-se o suprimento nutricional com elementos como nitrogênio (N) e
potássio (K) que são elementos que podem provocar respostas positivas as espécies
vegetais sob estresse salino. Logo, com o fornecimento adequado de nutrientes, pode-se
aumentar a capacidade de ajuste osmótico das plantas à salinidade e a tolerância das
culturas ao estresse salino, promover ainda o restabelecimento do equilibrio nutricional e
diminuição dos efeitos tóxicos do íon Na+ (BLANCO et al., 2008; SILVA et al., 2008).
Objetivou-se com o desenvolvimento desta pesquisa analisar o efeito da aplicação de
nitrogênio e potássio no teor de pigmentos e na morfologia de mudas de maracujazeiro
submetidas ao estresse salino.
MATERIAL E MÉTODOS
O nível de cada condutividade elétrica da água de irrigação (CEa) foi obtido através
da diluição da água de barragem, fortemente salina (14,6 dS m-1) em água não salina (0,5
dS m-1), com auxílio de um condutivímetro portátil. Os níveis salinos foram escolhidos
baseados em OLIVEIRA et al. (2015), que observaram inibição no crescimento das
mudas de maracujazeiro a partir da CEai de 1,5 dS m-1.
O composto utilizado foi obtido pela combinação de dois produtos comerciais para
atender a necessidade de potássio e nitrogênio proposta por NOVAIS et al. (1991) para
vaso, sendo estas de 150 mg dm-3 de K e 300 mg dm-3 de N, as quais corresponderam a
combinação de 100% nesta pesquisa. O primeiro produto contem em sua composição 100
gl-1 de N e 100 gl-1 de K2O, o qual serviu para atender a necessidade de potássio e o
1335
segundo produto para complementar a necessidade de nitrogênio, sendo que esse
apresenta em sua composição 99 gl-1 de N.
As mudas de maracujazeiro foram produzidas em sacos de polietileno, com
capacidade de 1150 ml, preenchidos com substrato composto de 85% de solo, 10% de
areia fina e 5% de esterco bovino curtido. O substrato foi analisado quanto às
características físicas e químicas pela fertilidade e salinidade, seguindo as metodologias
de EMBRAPA (2017) e RICHARDS (1954) como indicado na Tabela 1.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os teores de clorofila a, razão clorofila a/b e clorofila total foram influenciados pela
interação entre os fatores CEai e doses NK, enquanto que para a clorofila b houve efeito
significativo isolado.
Os efeitos deletérios da salinidade da água de irrigação sobre os teores de clorofila a
e clorofila total, foram atenuados pela aplicação das doses de NK de 200% e 198,73% até
a CEai de 0,5 dS m-1, onde foram quantificados valores na ordem de 41,78 mol m-2 e
56,21 mol m-2 (Figura 1A e 1B).
A z = 36,76 - 5,72x + 1,35x2 + 0,03y + 7,52e-5y2 - 0,0185xy
B
z = 50,12 - 11,35x + 2,59x2 + 0,0467y + 1,139e-4y2 - 0,026xy
44
28 60
42 30
32 35
l m-2 )
40 34 55 40
mol m )
45
-2
36
38 38 50
Clorofila a ( mo
40 50 55
Clorofila total (
36 42 60
44
34 45
32 3,5 3,5
3,0 40
30 3,0
-1
)
-1
2,5
)
m
2,5
m
S
28 2,0
S
(d
35 2,0
(d
ai
1,5
ai
150 1,5
CE
150
CE
Figura 1. Clorofila a (A) e clorofila total (B) de plantas de Passiflora edulis, submetidas a diferentes
condutividades elétricas da água de irrigação e doses de nitrogênio e potássio.
A B
Freire et al., (2014) explicam que reduções nos terrores de clorofila em função do
aumento da CEai ocorre provavelmente devido à diminuição da síntese de clorofilas ou à
participação da enzima clorofilase, que degrada as moléculas desse pigmento
fotossintetizador.
Corroborando com os resultados do presente estudo a redução do conteúdo de
pigmentos fotossintetizadores foi observada também em Malpighia emarginata D. C.
(LIMA et al., 2018) e Artocarpus heterophyllus L. (OLIVEIRA et al. 2018).
Para os efeitos gerados pelas doses de nitrogênio e potássio, contatou-se um
comportamento quadrático, sendo que os maiores teores de clorofila b, correspondente a
10,82 mol m-2 foram registrados na dose 120,17%. Esse desempenho pode ser atribuído
à ação do potássio no auxílio do nitrogênio na formação de clorofila no tecido vegetal,
quando o fornecimento associado é adequado, pois embora o potássio não participe da
estrutura das moléculas de clorofila ou de qualquer composto orgânico, ele desempenha
papel importante no metabolismo do nitrogênio, o que requer quantidades adequadas de
K no citoplasma, fundamentais para a síntese deste pigmento (VIANA e KIEHL, 2010).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Ao contrário dos resultados obtidos para os teores de clorofila a e total, a razão entre
a clorofila a/b (Figura 3) apresentou um comportamento crescente em função da
salinidade, sendo influenciada em sua expressão máxima pela CEai de 3,8 dS m-1 e a dose
1,38% NK, atingindo um aumento de 20,23% ao comparar aos valores mínimos obtidos
na CEai de 0,5 dS m-1 e na dose 1,03 NK. Percebe-se que esse aumento se deve pela suave
recuperação do teor de clorofila a nos níveis mais altos de salinidade e queda constante
do teor da clorofila b.
z = 3,30 + 0,0128x + 0,0572x2 + 0,0035y + 1,431e-6y2 - 0,00188xy
4,4
1338
4,2 3,2
3,4
3,6
4,0
Clorofila a/b
3,8
4,0
4,2
3,8
3,6
3,5
3,4 3,0
-1
)
2,5
m
S
3,2 2,0
(d
ai
150 1,5
CE
100 1,0
Dose 50
s de 0,5
NK (%) 0
Figura 3. Razão entre a clorofila a/b de plantas de Passiflora edulis, submetidas a diferentes condutividades
elétricas da água de irrigação e doses de nitrogênio e potássio.
CONCLUSÕES
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
ABBASI, G.H.; AKHTAR, J.; ANWAR-UL-HAQ, M.; MALIK W, ALI S, CHEN ZH,
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Capítulo 121
SOUZA, D. R.
Prof. Dr. do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
drsouza@ufrb.edu.br
RESUMO
O déficit hídrico é um dos fatores abióticos que mais reduz a produção agrícola. O
objetivo deste trabalho foi avaliar a tolerância ao déficit hídrico de 195 linhagens de
mamoneira (Ricinus communis L.) em dois períodos de precipitação contrastante. A
avaliação consistiu no desempenho das linhagens de acordo com seis índices de tolerância
à seca utilizando as variáveis: altura de planta (ALT), número de racemos emitidos (NRE)
e produtividade (PROD). As linhagens UFRB 205, UFRB 193, UFRB 199, UFRB 188,
UFRB 7 e UFRB 5 apresentaram maior estabilidade na ALT em ambos os períodos de
cultivo. As linhagens UFRB 128, UFRB 225, UFRB 33, UFRB 121, UFRB 195 e UFRB
35 foram as mais sensíveis enquanto que as linhagens UFRB 60, UFRB 249, UFRB 62,
UFRB 224, UFRB 67 e UFRB 250 as mais tolerantes. Considerando o NRE, foi
observada maior estabilidade para as linhagens UFRB 74, UFRB 210, UFRB 62 e UFRB
256. As linhagens mais sensíveis foram: UFRB 262, UFRB 225, UFRB 76, UFRB 214 e
141. Por outro lado, as linhagens UFRB 130, UFRB 183, UFRB 236, UFRB 223, UFRB
45 e UFRB 181 foram as mais tolerantes. Em relação à produtividade, as linhagens UFRB
15, UFRB 205, UFRB 224, UFRB 60, UFRB 221 e UFRB 193 apresentaram maior
estabilidade na produção. Independentemente do desempenho produtivo, as linhagens
UFRB 121, UFRB 225, UFRB 33, UFRB 122 , UFRB 143 e UFRB 128 foram
consideradas as mais sensíveis e as linhagens UFRB 62, UFRB 184, UFRB 224, UFRB
80, UFRB 5, UFRB 2 e UFRB 130 as mais tolerantes ao déficit hídrico. Os índices de
tolerância ao déficit hídrico foram eficientes na seleção das linhagens quanto à tolerância
ao déficit hídrico.
2021 Gepra Editora Barros et al.
INTRODUÇÃO
A mamona (Ricinus communis L.) pertence à família Euphorbiaceae e acredita-se que tenha
se originado na África, especificamente, na Etiópia (KIRAN; PRASAD, 2017). Atualmente é
produzida em 47 países em uma área plantada próxima de 1,3 milhões de hectares e uma produção
total de aproximadamente 1,4 milhões de toneladas (FAOSTAT, 2018). O óleo extraído de suas
sementes é usado como matéria-prima para diversos produtos industriais, como lubrificantes de
alta qualidade para aeronaves, alternativa aos lubrificantes / aditivos poluentes à base de enxofre 1343
em diesel de petróleo, tintas, revestimentos, polidores, corantes têxteis, surfactantes, resinas,
plásticos, ceras, sabões, medicamentos, cosméticos, perfumes, etc. (SINGH et al., 2015). É
considerada tolerante à seca (SAUSEN; ROSA, 2010; DABERTO et al., 2017) ,no entanto, os
estudos relacionados à tolerância ao déficit hídrico estão relacionados principalmente com
parâmetros morfológicos e fisiológicos.
O déficit hídrico é um dos fatores ambientais que mais influenciam a produtividade das
culturas, diminui o crescimento, o potencial hídrico foliar, a estabilidade da membrana celular, a
taxa fotossintética além de promover o acúmulo de carboidratos (TARDIEU et al., 2014;
ASSAHA et al., 2016; SALEHI-LISAR; BAKHSHAYESHAN-AGDAN, 2016, MAU et al.,
2019).
Para a avalição da tolerância ao déficit hídrico, alguns índices de seleção baseados na perda
de produção sob condições de estresse em comparação às condições normais têm sido usados para
seleção de genótipos tolerantes à seca (GHOLINEZHAD; et al., 2014), como a produtividade
geométrica média (GMP) (FERNANDEZ, 1992), o índice de tolerância à seca (DTI)
(FERNANDEZ, 1992), a produtividade média (MP) (ROSIELLE; HAMBLIN, 1981),
susceptibilidade (SUS) (HOSSAIN et al., 1990), o índice de susceptibilidade à seca (DSI)
(FISCHER; MAURER, 1998) e o índice de estabilidade da produção (YSI) (BOUSLAMA;
SCHAPUGH, 1984).
A maioria dos estudos relacionados com os índices de tolerância ao estresse foi realizada
com cereais, principalmente cevada (KHALILI et al.,2016; DOROSTKAR et al., 2016; EL-
HASHASH; AGWA, 2018 ) e trigo (ALI; EL-SADEK, 2016; MOHAMED; ASHRAF, 2016;
MOHAMMADI, 2018). Nikneshan et al. (2019) utilizaram oito índices de tolerância ao déficit
hídrico e verificaram variabilidade em genótipos de mamoneira quanto a tolerância à seca.
Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi avaliar a tolerância de linhagens de
mamoneira em dois períodos de precipitação contrastante.
MATERIAL E MÉTODOS
Produtividade média
(Yp + Ys)
MP = (ROSIELLE; HAMBLIN, 1981) (3)
2
Susceptibilidade (SUS)
SUS = Yp - Ys (HOSSAIN et.al, 1990) (4)
Análise estatística
1 n
d(P, χ ) = ∑ d(p , χ ) 2
n i =1 i
(7)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 2. Resumo da análise de variância para altura de planta (ALT), número de racemos emitidos
(NRE) e produtividade (PROD) de linhagens de mamoneira.
Quadrado médio
FV GL ALT(cm) NRE PROD (t ha-1)
Ano 1 91,37** 2256,42** 15887900**
CV% 16% 33% 33%
Período Valores médios
2011/2012 208,42a 9,00a 805,68a
2012/2013 112,10b 4,00b 412,93b
Redução (%) 55 44 51
Fonte: Autores (2021).
Análise de correlação
entre SUS e YSI (-0,820 a -0,900) e DSI e YSI (-1,000). Considerando estudos
relacionados com os índices de tolerância ao déficit hídrico, estes resultados corroboram
os reportados por Mau et al. (2019) na cultura do arroz, Bellague et al. (2016) ,alfafa,
Dorostkar et al. (2016) ,cevada, e Oliveira et al. (2017), mandioca.
Os índices MP, DTI e GMP estão associados ao maior valor da característica
agronômica, independentemente da tolerância ao estresse hídrico. Podem ser usados para
detectar genótipos com baixa demanda de água e/ou que sofrem menor redução de
rendimento por falta de água durante seu período de crescimento, sendo indicado o cultivo 1347
dos mesmos em regiões com recursos hídricos limitados, a fim de aumentar a área
cultivada e a eficiência da produção. Em contrapartida, YSI, SUS e DSI estão associados
à tolerância ao estresse hídrico, independentemente da produção dos genótipos (FARD;
SEDAGHAT, 2013; OLIVEIRA et al., 2017).
1350
1351
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
EL-HASHASH, E. F.; AGWA, A. M. Genetic parameters and stress tolerance index for
quantitative traits in barley under different drought stress severities. Asian Journal of
Research in Crop Science, v.1, n.1, p.1-16, 2018
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improvement of castor (Ricinus communis L.). Industrial Crops and Products, v.74, p.
55-62, 2015.
Capítulo 122
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Métodos Convencionais
Figura 1. Fluxograma descritivo das etapas dos métodos convencionais de preparo das polpas de frutas.
Congelamento
Pasteurização
sabor pouco amargo e pouco adstringente. No trabalho de Zillo et al. (2014) sobre os
parâmetros de polpa de uvaia (Eugenia Pyriformis) que foi submetida à pasteurização, foi
obtido como resultado que a pasteurização da polpa manteve todas as suas qualidades,
viabilizando o consumo e uma maior acessibilidade da fruta. Já Para o trabalho de Barros
et al. (2015), relacionado aos efeitos da pasteurização sobre as características da polpa de
juçaí, possuiu como resultado que a polpa pasteurizada apresentou boa qualidade
microbiológica e em todas as temperaturas analisadas se mostraram adequadas para a
redução expressiva de carga microbiana.
Aditivos Conservantes
Métodos Alternativos
Figura 2. Fluxograma descritivo das etapas dos métodos alternativos de preparo das polpas de frutas.
1361
Irradiação
O tratamento com o uso de radiação visa conservar os alimentos por mais tempo,
reduzindo as perdas causadas por brotamento ou maturação, além de reduzir a presença de
microrganismos, parasitas e pragas sem afetar a qualidade do produto. A tecnologia de
irradiação já é empregada em mais de 50 países e é aplicada, por exemplo, para a
preservação de carnes, frutas frescas, condimentos, ervas medicinais e temperos
(WIELAND et al., 2010).
Conforme Junqueira-Gonçalves et al. (2006), em comparação aos métodos
convencionais de conservação, a irradiação ɣ (gama) apresenta a vantagem de o alimento
2021 Gepra Editora Barros et al.
poder ser tratado já embalado e/ou congelado e ainda assim eliminar ou reduzir
microrganismos, parasitas e pragas sem a ação do calor e sem causar qualquer prejuízo
ao alimento, tornando-o também mais seguro ao consumidor.
De acordo com Wieland et al. (2010), para frutas frescas, como manga e papaya, o
maior interesse fitossanitário é a desinfestação de insetos e a dose média aplicada é 0,4 kGy.
No caso de redução de micro-organismos até a esterilização de alimentos, aplica-se uma dose
mais alta, de até 50 kGy. Segundo o mesmo autor, o tratamento de alimentos com radiação
é feito em irradiadores com fonte radioativa intensa de cobalto-60 ou em aceleradores de
partículas. E ainda conta que mesmo com o alimento, já na sua embalagem final, pode
ser exposto à radiação.
No Brasil, a ANVISA, por meio da Resolução RDC nº 01, de 26 de janeiro de 2001
aprovou o Regulamento Técnico para a Irradiação de Alimentos, que permite a irradiação 1362
de qualquer alimento, com a condição de que a dose máxima absorvida seja inferior
àquela que comprometa as propriedades funcionais e/ou os atributos sensoriais do
alimento e que a dose mínima absorvida seja suficiente para alcançar o objetivo
pretendido (ANVISA, 2001).
A Embrapa (2010), em seu comunicado intitulado ‘Irradiação de Polpa de Cupuaçu
(Theobroma grandiflorum)’ recomenda após estudos, a aplicação de 1500 Gy para a
conservação da polpa de cupuaçu por irradiação.
Silva et al. (2014) concluiu em seu trabalho ‘Avaliação dos efeitos da radiação
Gama na conservação da qualidade da polpa de amora-preta (Rubus spp. L.)’ que o
tratamento de 1,5 kGy foi o que apresentou a menor contagem de microrganismo e
garantiu a qualidade microbiológica por mais tempo, ou seja, 60 dias de armazenamento
sob refrigeração. Além disso, manteve-se apta ao consumo e em conformidade com o que
determina a legislação brasileira vigente. Foi observado que, durante todo o período de
armazenamento, a acidez, pH, teor de sólidos solúveis e teor de sólidos totais
permaneceram sem grandes modificações, mostrando dessa maneira, que não houve
interferência da irradiação gama nos parâmetros físico-químicos durante o tempo
analisado.
Desidratação
aumenta a vida útil do produto como reduz as perdas com relação a compostos
termossensíveis ou voláteis (RIBEIRO, 2012).
A liofilização é indicada para secagem de alimentos que contenham quantidades
consideráveis de antioxidantes sensíveis ao calor, como tocoferóis, ácido ascórbico,
carotenoides e compostos fenólicos. O método atua aumentando a vida útil dos alimentos
por impedir a proliferação de microrganismos e diminuir a taxa de oxidação lipídica.
Sendo assim, é o método que consegue atingir o mais alto padrão de qualidade no produto
seco em relação a cor, sabor, textura e aspectos nutricionais. No entanto, seu alto custo
operacional e o longo tempo de processo são fatores que minimizam seu uso em escala
industrial (SHOFIAN et al., 2011).
Souza (2011), em seu trabalho intitulado ‘Efeito da liofilização e desidratação em
leito de espuma sobre a qualidade do pó de polpa de cupuaçu (Theobroma grandiflorum)’ 1363
afirma que diante dos resultados obtidos pode-se concluir que, a liofilização é o método
mais adequado para produzir polpa de cupuaçu em pó, pois, apesar da semelhança nas
características físico-químicas, o produto liofilizado foi melhor aceito do que o obtido por
desidratação em leito de espuma.
Atomização
Métodos Combinados
CONCLUSÕES
Por meio da verificação e análise dos estudos disponíveis nas bases de dados, assim
como as legislações e os conteúdos de sites tarimbados, nota-se que a indústria de polpas
de frutas dispõe de uma diversidade de técnicas e metodologias disponíveis, cada uma
com suas particularidades, que visam o mesmo objetivo: conservação das polpas,
oferecendo vantagens e desvantagens que cabem justamente a cada empresa avaliar e
decidir o método que melhor se adequa as necessidades e os interesses das suas fábricas.
REFERÊNCIAS 1365
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congelada. Rev. Fitos, Rio de Janeiro, v.9, n.1, p.1-72, 2015. DOI: 10.5935/2446-
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SHOFIAN, N. M.; HAMID, A. A.; OSMAN, A.; SAARI, N.; ANWAR, F.; DEK, M. S.
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antioxidant activity of selected tropical fruits. Int. J. Mol. Sci., v.12, n.7, p.4678-4692,
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SILVA, M. P.; GOMES, F. S.; FREIRE JUNIOR, M.; CABRAL, L. M. C. Avaliação dos
efeitos da radiação Gama na conservação da qualidade da Polpa de amora-preta (Rubus
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https://doi.org/10.1590/0100-2945-218/13.
Capítulo 123
RESUMO
O repolho (Brassica oleracea var. capitata) é uma hortaliça pertencente à família das
Brassicaceae, com características marcantes por possuir um alto teor foliar e uma seiva
aquosa, o que as deixam mais susceptíveis a incidência de pragas. O objetivo desse
trabalho foi avaliar o efeito da utilização do Silício (Si) na promoção da resistência do
repolho ao pulgão (Brevicoryne brassicae). O experimento foi conduzido em área
experimental localizada no Centro de Ciências Humanas Sociais e Agrárias (CCHSA),
da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Utilizou-se duas cultivares do repolho:
Chato de quintal e Matsukase, que receberam cinco diferentes doses de silício (0, 3, 6, 9
e 12 kg h-¹). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com
quatro repetições em duas cultivares de repolho. Aos 20, 30, 40 e 50 dias após o
transplantio (DAT) foi avaliada a incidência de pulgão sobre as plantas tratadas com as
diferentes dosagens de (Si). Pôde-se verificar que a cultivar Chato de quintal obteve um
efeito significativo da adubação com silício a 6L h-1 para o número médio de pulgões aos
55 (DAT); entretanto, não houve efeito significativo da adubação silicatada sobre o
número médio de pulgões por planta para o híbrido Matsukate aos 55 DAT, e nem para
os tipos de repolho aos 35, 45 e 65 DAT.
INTRODUÇÃO
na parte dorsal, corpo recoberto por cera branca‐acinzentada e comprimento de 1,8 a 2,1
mm, e são responsáveis pela reprodução dentro da colônia. (LOPES, 2018).
O ataque de pulgões às plantas de repolho, trazem diversos prejuízos, como o
comprometimento da integridade do limbo que é uma qualidade importante para a
formação das cabeças de tamanho comercial, a agressão causada pelo pulgão confere
deformidades e dificultam o encaixe das folhas durante a formação da bola. (MELO,
2017). O controle do pulgão é feito principalmente por aplicações de inseticidas
sintéticos, porém seu uso indiscriminado pode causar problemas de natureza econômica,
ecológica e ambiental devido à presença de resíduos nos alimentos, efeitos prejudiciais
sobre os inimigos naturais e seleção de populações de insetos resistentes.
1371
Na agricultura o uso de inseticidas, pesticidas e acaricidas químicos tem sido
utilizado como principal tática de controle de pragas. O controle químico deve ser feito
com pulverizações com inseticidas registrados para as culturas e seletivo aos inimigos
naturais da praga. No entanto, o acúmulo de resíduos de agrotóxicos pode acarretar em
danos à saúde dos consumidores e acarretar maior resistência da praga. Contudo, os
adubos que garantem maior resistência à planta (cultura) contra o ataque de insetos pragas
vêm adquirindo cada vez mais importância como alternativas ao uso direto de compostos
químicos inseticidas. Fertilizantes à base de silício (Si), citados na literatura, são os
principais alvos de estudos, para serem utilizados como indutores de resistência
(MONTES et al., 2015).
O silício (Si) é o segundo elemento mais abundante no solo e acumula-se a níveis
significativos dentro das células de muitas espécies de plantas. Embora o papel fisiológico
do Si assimilado pelas plantas seja bastante debatido, seus efeitos benéficos na resistência
das plantas para ambos os estresses abióticos e bióticos, incluindo insetos herbívoros é
bem estabelecido (MA, 2004; SA et al.,2015; MEHARG, 2015). A inclusão do silício
como fertilizante agrícola ainda é uma prática pouco utilizada na agricultura, no ramo da
horticultura, porém seus benefícios têm sido cada vez mais reconhecidos por
pesquisadores em todo o mundo (LUDWING, et.al.; 2015).
No Brasil, esse elemento foi incluído num Decreto do Ministério da Agricultura
(nº. 4.954, 14/01/2004) como elemento “benéfico” (Brasil, 2004). Entre os benefícios
proporcionado pelo Si, pode-se destacar o aumento da absorção de magnésio, cálcio e
aumenta a resistência da parede celular e regulação da evapotranspiração, estímulo à
produção de fitoalexinas (fenóis), aumento da taxa fotossintética, além de melhorar a
arquitetura foliar, a redistribuição do manganês na planta e proporcionar redução na
preferência alimentar de insetos e incidência de doenças, principalmente fúngicas (REIS
et al., 2008).
A adubação com silício possibilitaria um desenvolvimento vegetativo mais
eficiente, compensando as perdas provocadas por pragas que atacam as estruturas
vegetativas, podendo ser usada como tática de manejo de insetos. Este elemento além de
promover melhorias no metabolismo de plantas, ativa os genes envolvidos na produção
de enzimas relacionadas com os mecanismos de defesa contra insetos, revelando-se como
uma alternativa promissora (KORNDÖRFER, 2004; MONTES, et. al., 2015; SA et al.,
2015).
2021 Gepra Editora Barros et al.
Pesquisas comprovam que após o uso desse micronutriente pelas plantas, ocorre
a absorção, onde o mesmo é depositado na parede da célula vegetal, onde o acúmulo de
sílica nos órgãos de transpiração leva à formação de uma dupla camada de sílica, essa
confere proteção e ameniza os efeitos de estresse de natureza, seja ela de origem biótica
quanto de origem abiótica (EPSTEIN, 1999). Com isso, pode-se esperar resultados
significativos e positivos na aplicação de silício na forma fertilizante ou da adubação com
plantas acumuladoras de Si.
Nesse contexto, a presente pesquisa teve o intuito de avaliar o uso do silício na
promoção da resistência do repolho ao pulgão Brevicoryne brassicae, uma das principais
pragas que afetam essa cultura.
1372
MATERIAL E MÉTODOS
atingiram o ponto comercial, estimado pelo imbricamento completo das folhas internas,
além de aspectos sensoriais como compacidade e coloração (FILGUEIRA, 2008).
Foram avaliadas e analisadas as seguintes variáveis: incidência de pulgão sobre as
plantas de repolho adubadas com diferentes doses de silício - avaliada periodicamente a
partir dos 20 dias após o transplantio (DAT), em intervalos quinzenais até os 105 DAT.
Foram coletadas três plantas por tratamento com secção ao nível da base do caule, sendo
posteriormente acondicionadas em sacos plásticos e conduzidas ao Laboratório de
Entomologia, sendo quantificada a população total de insetos ápteros por planta. A
variação populacional foi feita quantificando-se o número médio de pulgões planta-1,
durante todo o ciclo do repolho, em função dos tratamentos de pulgão com diferentes
1373
doses de silício.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância com aplicação do teste F
ao nível de 5% de probabilidade. Os dados referentes às doses de silício foram submetidos
às análises de regressão polinomial. As médias referentes as duas cultivares de repolho
foram comparadas pelo teste de Tukey a 5%.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Verifica-se pela disposição dos dados no gráfico que aos 55 dias após o
transplantio (DAT) (Figura 2C), houve efeito significativo da adubação com silício para
o número médio de pulgões na cultivar chato de quintal, visto que se ajustaram ao modelo
linear decrescente, ou seja, a medida em que foi aumentando a dose de silício, o número
médio de pulgões foi diminuindo, chegando a menos de 100 com aplicação de 6L de
2021 Gepra Editora Barros et al.
silício por h-1. Observa-se que não houve efeito significativo da adubação silicatada sobre
o número médio de pulgões na cultivar híbrido, nesta mesma condição de DAT.
No que tange aos demais períodos DAT, constatou-se que não houve efeito
significativo da adubação silicatada sobre a incidência de pulgões por planta para os dois
tipos de repolho, aos 35 (Figura 2A), 45 (Figura 2B) e 65 (Figura 2D).
1374
Figura 2. Número médio de pulgões em plantas de dois tipos de repolho adubados com silício avaliados
aos 35 (A), 45 (B), 55 (C) e 65 (D) após o transplantio. UFPB, Bananeiras – PB, 2020.
Para a cultivar chato de quintal, avaliada aos 55 DAT, o maior número médio de
pulgões por planta foi de 427,55 no tratamento sem adubação com silício. Com a elevação
das doses de silício, houve diminuição no número médio de pulgões por planta
apresentando o menor valor que foi de 53,45 pulgões por planta, com aplicação de 6 L
ha-1 de silício.
Aos 35 (Figura 2A), 45 (Figura 2B) e 65 (Figura 2D) DAT, o número médio de
pulgões em plantas de repolho foram de 7,02; 4,5; 24,35; 23,15; 3.884 e 5.958 nos tipos
de repolho híbrido Matsukaze e chato de quintal, respectivamente. Aos 35 (DAT) (Figura
2C), no hibrido Matsukaze, o número médio de pulgões por planta foi 149.
Em um estudo realizado por Duarte (2016), onde foi estudada diversas formas de
controle da população de pulgões em couve-de-folha, pôde-se observar que a flutuação
populacional no tratamento à base de silício (Ksil), se diferenciou dos demais, onde o
número médio de pulgões cresceu desde a colonização inicial das plantas, até os 35 DAP
(dias após o plantio), e esse número veio decrescendo até na última avaliação que ocorreu
2021 Gepra Editora Barros et al.
aos 45 DAT. No mesmo estudo a autora concluiu que embora o uso do silício não fosse
o objetivo principal do trabalho, mas as aplicações reduziram a velocidade de crescimento
das populações dos pulgões.
Isso pode ser explicado, pois fertilizantes à base de silício estão entre os produtos
citados na literatura como indutores de resistência (DATNOFF et al., 2001).
Os pulgões podem infestar significativamente hortaliças folhosas e comprometer
sua qualidade quando não tratadas corretamente. Observou-se que no tratamento sem
aplicação de silício a infestação foi significativa, gerando aspecto visual não propício à
comercialização do produto, pois o mesmo não atinge quesitos de qualidade (Figura 3).
1375
Figura 3: Pulgões sob planta de repolho no tratamento controle.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Anuário Brasileiro de Hortaliças. Santa Cruz do Sul: Editora Gazeta Santa Cruz, 68 p.,
2015
KORNDÖRFER, G.H.; PEREIRA, H.S.; NOLLA, O.A. Análise de silício: solo, planta
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Universidade Federal de Uberlândia, 2004. 34p
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repolho no Estado do Acre. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 18, n. 2 p. 138-140, 2000
2021 Gepra Editora Barros et al.
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SA, F.V.S.; ARAUJO, J.L.; OLIVEIRA, F.S.; SILVA, L.A.; MOREIRA, R.C.L.;
SILVA NETO, A.N. Influence of silicon in papaya plant growth. Científica,
Jaboticabal, v.43, n.1, p.77–83, 2015.
.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 124
RESUMO
INTRODUÇÃO
utilizado para o amaciamento de carnes. Além disso, os frutos são ótimas fontes de cálcio
e vitaminas A, B e C (PY et al., 1984).
O Brasil se destaca na produção de abacaxi sendo um dos maiores produtores e
exportadores do mundo (MARTINELLI et al., 2019). Os dados mais recentes do IBGE
(2017) destacam a produção brasileira de 1.502.598 mil frutas, em uma área de 62.116
ha. As variedades mais cultivadas são a Pérola e Smooth Cayenne. Cultiva-se ‘Pérola’
predominantemente na Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pará, Tocantins e Maranhão,
os frutos destinam-se ao mercado interno de frutas frescas, enquanto o ‘Smooth Cayenne’
é cultivado notadamente em São Paulo e Minas Gerais, e os frutos destinam-se ao
mercado externo. A cultivar Pérola é a preferida nos plantios do Brasil por possuir baixos
1379
teores de acidez satisfazendo o paladar do consumidor (MELETTI et al., 2011; BRITO
NETTO et al., 2008). Por ser um fruto perecível apresenta condições favoráveis de perdas
pós-colheita, uma alternativa é a aplicação de tecnologias de conservação que preservem
suas principais características, acrescentando-lhe valor e uma nova opção de produto
transformado aos consumidores (MIRANDA et al., 2015).
De acordo com a legislação Brasileira, néctar é uma bebida não fermentada, obtida
da diluição em água potável da parte comestível do vegetal ou de seu extrato. O néctar
diferente da polpa não possui a obrigatoriedade de conservar todas as características
originais de um suco natural de fruta, sendo permitido apenas a adição de açúcar, e não
permitido a adição de corantes e aromatizantes. A porcentagem de polpa é fixada em
Regulamento Técnico específico, quando não há especificação mínima, considera-se que
o néctar de determinada fruta deve conter no mínimo 30% da respectiva polpa, ressalvo
o caso de fruta com acidez ou conteúdo de polpa muito elevado ou sabor muito forte e,
neste caso, o conteúdo de polpa não deve ser inferior a 20% (BRASIL, 2003).
Em sua definição regulamentar, o Néctar de Abacaxi é a bebida não fermentada,
obtida da dissolução, em água potável, da parte comestível do abacaxi e açúcares,
destinado ao consumo direto, podendo ser adicionado de ácidos. Em sua composição deve
apresentar como características, cor variando de branco a amarelada, sabor característico
e aroma próprio (BRASIL, 2003).
Segundo a Anvisa, mel é o produto natural elaborado por abelhas a partir de néctar
de flores e/ou exsudatos sacarínicos de plantas. Dentre os produtos fornecidos pelas
abelhas, o mel é sem dúvida o mais conhecido e difundido (ABREU, 2003). Com sua
variedade de cores e sabores é provavelmente o ingrediente e adoçante mais interessante
para ser utilizado na produção de néctares e sucos, sua qualidade é determinada pelas
propriedades sensoriais, físicas e químicas (NHB, 2006; TOMÁS, ALMEIDA, BOAS,
2017). Esta aceitação se deve ao baixo valor de pH, apresentando-se quimicamente
compatível com muitas bebidas, podendo ser incorporado diretamente em diversas
formulações (SILVA et al., 2008).
Tradicionalmente a sacarose vem sendo utilizada como adoçante de néctares e
sucos de frutas. Todavia, pelo fato de grande parte da população optar por alimentação
saudável, torna-se necessário buscar alternativas de adoçantes naturais que, por sua
natureza e composição, estejam associados a um melhor estilo de vida (SANTOS et al.,
2014).
2021 Gepra Editora Barros et al.
MATERIAL E MÉTODOS
A metodologia adotada foi adaptada de Silva et al. (2008), que fez uso de caju em
sua formulação. Foram seguidos os mesmos procedimentos para elaboração dos dois
produtos: o néctar adoçado com mel e o néctar utilizando o açúcar como agente adoçante.
Os néctares foram formulados conforme apresentado na Tabela 1.
1381
Análise Sensorial
A análise sensorial foi realizada em uma sala de aula da Unidade Acadêmica de
Garanhuns. O grupo de provadores era composto por alunos, professores e funcionários
2021 Gepra Editora Barros et al.
da unidade, sendo o perfil destes de diferentes níveis de faixa etária e dos sexos,
masculino e feminino.
Os atributos sensoriais cor, sabor e aroma dos néctares foram avaliados através de
testes de aceitação utilizando escala hedônica estruturada de nove pontos, na qual 9
representa “gostei muitíssimo” e 1 “desgostei muitíssimo” (MEILGAARD et al., 1987),
aplicados a 50 provadores não treinados. Cada provador recebeu duas amostras servidas
em copos plásticos com aproximadamente 30 mL, a temperatura de 7 ± 2 °C, de forma
aleatória e codificados com três dígitos. Os provadores foram orientados a provar as
formulações da esquerda para a direita, e entre a prova destas fez-se uso de água para
limpar o paladar, evitando conflito entre as amostras analisadas. Cada um recebeu uma
1382
ficha para o preenchimento das características globais dos produtos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Avaliação sensorial
6,8
6,6
6,4
5,8
5,6
5,4
Sabor Cor Aroma
Figura 2. Avaliação sensorial do néctar adoçado com açúcar e néctar adoçado com mel.
Segundo Amorim et al. (2018), a cor é um dos atributos sensoriais que mais
influenciam o consumidor na atitude de compra, por se tratar do primeiro contato entre o
consumidor e o produto, a partir deste pré-requisito a decisão de compra é aceita. Quanto
a coloração, o néctar adoçado com mel apresentou melhor aceitação que o néctar a base
de açúcar, apresentando valores médios próximos a 7.
Figura 3. Avaliação dos atributos referentes aos néctares: cor, sabor e aroma.
Pode-se visualizar através do gráfico aranha (Figura 3), que o néctar adoçado com
mel obteve melhor nota no quesito cor e menor para o sabor. Já com relação ao néctar
2021 Gepra Editora Barros et al.
adoçado com açúcar, este obteve as melhores notas para o parâmetro sabor e menor valor
comparado com a cor. O único atributo que as amostras se assemelharam foi o aroma, ou
seja, não houve diferença significativa de aroma para os agentes adoçantes utilizados, o
mel e açúcar. Estudos de Dutra & Bolini (2013), que avaliaram néctar de acerola adoçado
com sacarose e diferentes adoçantes, observaram que as amostras não diferiram quanto
ao aroma, e os néctares adoçadas com sacarose e sucralose apresentaram maior aceitação
para sabor, fato semelhante aos dados aqui apresentados para o néctar adoçado com
açúcar.
Avaliação físico-química
1384
Tabela 2. Valores médios (VM) das análises físico-químicas dos néctares de abacaxi elaborados.
Néctar pH ºBrix
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
PY, C.; LACOEUILHE, J. J.; TEISSON, C. L. L'Ananas sa culture, ses produits. Paris,
G. M. Maisoneuve et Larose, 562p. 1984.
Capítulo 125
CAULE DECOMPOSTO DE BURITI (Mauritia flexuosa L.) NO
DESENVOLVIMENTO MORFOLÓGICO DE ESTACAS DE
FIGUEIRA
NUNES, Thaís Paula Martins
Pós-graduanda em Ciências Agrárias
Universidade Federal do Piauí (UFPI)
thays-paulla@gmail.com
RESUMO
A produção de mudas é uma das etapas mais importantes do sistema de cultivo, pois todo
o desempenho final é dependente dela, dessa forma a escolha do substrato correto pode
significar aumento substancial na produtividade. Sendo assim, objetivou-se com o
presente estudo, avaliar o desenvolvimento de mudas de figueira produzidas com
substratos orgânicos a base de caule decomposto de buriti. Foram feitas diferentes
proporções do substrato (20%, 40%, 60%, 80% e 100%) com diferentes tempos de
decomposição (0, 15, 30, 45 60 e 75 dias) e um de 100% solo, totalizando 31 tratamentos,
os mesmos foram distribuídos em 5 blocos, em que os blocos eram as repetições. Ao final
de 60 dias foram avaliadas variáveis morfológicas das estacas, massa fresca da parte
aérea, massa fresca da raiz, comprimento da raiz, massa seca da parte aérea, massa seca
da raiz, diâmetro e comprimento do maior broto, e índice de clorofila a e b. Percebeu-se
que os tempos de decomposição não surtiram resultados positivos. O período chuvoso
proporcionou uma maior proliferação de fungos, que prejudicou o desenvolvimento das
mudas, dessa maneira também não foi possível notar resultados significativos para as
diferentes proporções do substrato, contudo percebeu-se que mesmo com as condições
climáticas não favoráveis, o caule decomposto de buriti proporcionou melhores
resultados quando comparado com o solo de forma isolada.
INTRODUÇÃO
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, essa posição tem contribuído
para melhoria no rendimento da economia do país, pois tem aumentado sua participação
no mercado externo (IBGE, 2018). Dentre as várias frutas produzidas no Brasil o figo,
vem se destacando devido a sua boa adaptabilidade nos diversos climas e também ao
rápido retorno produtivo que a cultura tem.
Apesar de o Brasil ser destaque como maior produtor desse fruto da América do
Sul, no Estado do Piauí sua produção é insipiente e sequer aparece nas estatísticas (FAO,
2018), mesmo com condições climáticas que permitem o seu cultivo. Pensando no rápido
retorno financeiro da cultura e nas boas condições climáticas e hídricas do Estado do 1389
Piauí, o figo seria uma boa opção de fonte de renda e de produção para pequenos e grandes
produtores.
Sendo assim, surge a necessidade de estudos que possam contribuir para a
introdução da cultura de maneira significativa no Estado do Piauí, além de pensar na
redução dos custos de produção. A produção de mudas é uma das etapas mais importantes
do sistema de cultivo, pois o desempenho final é dependente dela (SILVA et al., 2019).
E escolha do substrato correto pode significar um aumento substancial na
produtividade, já que está diretamente relacionado com a qualidade das mudas, esses
substratos podem ser comerciais ou orgânicos e são escolhidos de acordo com as
exigências nutricionais de cada cultura. Segundo Silva et al. (2019) a escolha do substrato
correto pode significar um aumento substancial na produtividade, esses substratos podem
ser comerciais ou orgânicos, e são escolhidos de acordo com o que se deseja produzir.
Os substratos orgânicos possuem a vantagem de contribuírem para redução dos
impactos ambientais, além de serem mais econômicos quando comparados com os
comerciais, vários substratos orgânicos são estudados e também já são utilizados, como
esterco caprino, bovino, cama de frango, caule decomposto de babaçu, caule decomposto
de buriti e outros. O caule decomposto de buriti (Mauritia flexuosa L.), pode ser uma
opção de susbtrato para a introdução da figueira de maneira significativa no Estado do
Piauí, já que o mesmo possui boas condições químicas (FONSECA et al., 2019;
CAVALCANTE et al., 2011; COSTA JUNIOR et al., 2017), tem em grande quantidade
na região e é de fácil acesso para o produtor.
Dessa maneira objetivou-se com o presente estudo avaliar as características
fitotecnicas de mudas de figueira produzidas com substratos compostos por caule
decomposto de buriti, visando a redução de custo e melhoria na qualidade da muda.
MATERIAL E MÉTODOS
classificado como Aw, quente e semiúmido, com temperatura média de 26,7° e com
pluviosidade média anual de 1002 mm.
O mesmo foi dividido em duas etapas, a primeira delas teve início em dezembro de
2019 com a coleta do caule de buriti (Mauritia flexuosa L.), realizada no Assentamento
Brejo dos altos, localizado a aproximadamente 20 km de Bom Jesus – PI. Todo o material
foi passado em uma forrageira para que fosse feito o substrato (Figura 1).
a b
1390
d
c
e f
2021 Gepra Editora Barros et al.
g h
Figura 1. Etapas da montagem e coletas de dados do trabalho. Material do caule decomposto (a), 1391
recipiente para decomposição nos intervalos dos dias (b), preparo dos tratamentos (c), planta de figo que
forneceu o material (d), experimento montado (e), verificando e medindo as variáveis (f, g e h).
Além das variáveis morfológicas também foi realizada uma análise química do
substrato de caule decomposto de buriti com as respectivas proporções (SILVA, 2009),
as análises do substrato foram realizadas antes e após a montagem do experimento através
de amostras compostas, onde não foram realizadas repetições.
Utilizou-se o delineamento em blocos casualizados, com cinco blocos e duas
plantas por parcela. Os dados foram organizados em excel, bem como a formação dos
gráficos para interpretação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1393
a
Figura 2. Massa fresca da parte aérea (MFPA) e massa fresca da raiz (MFRZ) (a) e massa seca da parte
aérea (MSPA) e massa seca da raiz (MSRZ) (b) em função das diferentes proporções e tempos de
decomposição de caule decomposto de buriti.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Figura 3. Diâmetro do maior broto (DMB) e Comprimento do maior broto (CMB) em função das
diferentes proporções e tempos de decomposição de caule decomposto de buriti.
2021 Gepra Editora Barros et al.
1395
Figura 4. Comprimento da raiz (CRZ) em função das diferentes proporções e tempos de decomposição
de caule decomposto de buriti.
Verás et al. (2018) destacam que o comprimento das raízes é essencial para a
obtenção de mudas de qualidade, pois possibilita uma melhoria no processo de absorção
de água e nutrientes nos estágios iniciais de desenvolvimento. O comprimento da raiz
também influencia no aumento da matéria seca da raiz (OLIVEIRA et al., 2017) bem
como observado no presente trabalho, os autores ainda destacam que essa variável quando
bem desenvolvida proporciona maior capacidade de absorção de água e nutrientes.
O teor de clorofila a e b obteve melhores resultados na proporção de 40% e com
tempo de decomposição de 75 dias, pode-se observar que o solo de forma isolada não
apresentou folhas para que essa variável fosse analisada (Figura 5).
2021 Gepra Editora Barros et al.
1396
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
FAO, Food and Agriculture Organization of the United Nations. Crops. FAOSTAT,
2018. Disponível em: http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC. Acesso em: 13 de julho
de 2020.
SILVA, M. F. Manejo de plantas daninhas na cultura da soja (Glycine max L.). 2020.
40 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Agronomia) – Universidade
Federal Rural de Pernambuco.
1398
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 126
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Pesquisa bibliografica
no google academico
de artigos entre os
anos de 2011 a 2020
Artigos sobre
resíduos
agroindustriais de
maracujá
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Doce em calda
Doce de fruta em calda, doce em pasta e geleia de frutas são, de modo geral, produtos
obtidos a partir do processamento de frutas com açúcar podendo-se adicionar outros
ingredientes e aditivos (Instituto Adolfo Lutz, 2008).
A Resolução CNNPA (Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos)
n° 12 de 1978 da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) caracteriza doce
de fruta em calda como o produto obtido de frutas inteiras ou em pedaços, com ou sem
sementes ou caroços, com ou sem casca, cozidas em água e açúcar, envasados em lata ou
vidro e submetido a um tratamento térmico adequado. O mesmo ainda cita que para as
características físicas e químicas, a densidade da calda em graus Brix deve apresentar-se
entre 30 e 65º (BRASIL, 1978).
A conservação das frutas na forma de doce em calda permite aumentar
significativamente a sua conservação, pois, além do calor, é adicionado o açúcar, que
promove o aumento do teor de sólidos solúveis, diminuindo a atividade de água (DA
MATTA et al., 2010).
No trabalho de André, Silva e Almeida (2018), foram produzidas três formulações
de doce de corte com utilização do albedo de maracujá, variando a proporção
albedo/polpa/açúcar e foram realizadas análises das características químicas e físico-
químicas como pH, acidez, teor de sólidos solúveis e de atividade de água. Os resultados
das análises demonstraram que os valores de pH para os doces apresentaram uma variação
de 3,21 a 3,48, os quais não diferiram muito. Na acidez, apenas a formulação 3 apresentou
o maior teor de 1,69 (g ácido cítrico/100 g), pois constituiu na elaboração do doce uma
maior concentração da polpa. No teor de sólidos solúveis do produto (°Brix), a
formulação 1 apresentou um menor teor de 38,0° Brix. A atividade de água (Aw), obteve
maior valor na formulação 3 por conta da quantidade de açúcar adicionado promovendo
a desidratação osmótica do produto, reduzindo o teor de água da formulação sendo
influenciado também pela quantidade de polpa utilizada, pois ao ser acrescentado mais
sólidos à formulação, também contribuiu para a desidratação do produto final. As
2021 Gepra Editora Barros et al.
formulações 2 e 3 são as mais viáveis uma vez que teor de sólidos solúveis impede a
proliferação de microrganismos que causam deterioração do produto.
Miranda et al. (2013) cita que a tecnologia de produção de doce em calda é de baixo
custo, acessível e pode ser implementada aos pequenos agricultores e agricultores
familiares.
Doce em massa
O produto resultante do cozimento da fruta com açúcares, com ou sem água, além
de pectina, ácido e outros ingredientes permitidos pela legislação de alimentos até a
obtenção da consistência apropriada é considerado doce em massa (TORREZAN, 2015). 1403
A produção de doce em massa, além de propiciar um melhor aproveitamento
das frutas, diminuindo as perdas, é mais uma alternativa para o consumidor de
produtos elaborados a base de frutas. Este tipo de produto tem uma boa aceitabilidade
pela população em geral, pelo agradável sabor e aroma (SILVA et al., 2020).
Dependendo da consistência, o doce em massa pode ser designado por doce
cremoso ou pastoso e doce de corte, podendo ser classificado em doce simples, quando
preparado com um tipo de polpa e doce misto, quando fabricado com mais de um tipo de
polpa (MOURA et al., 2014).
Silva et al. (2014) elaboraram doce da casca de maracujá amarelo utilizando na
elaboração a casca limpa e sem deformações, açúcar refinado e coco flocado e em seguida
analisaram as características físico-químicas e sensoriais. Para a caracterização físico
química realizaram análises de pH, acidez e sólidos solúveis totais. As análises
apresentaram para pH o valor de 4,23 apresentando-se ácido, estando dentro das
recomendações exigidas. Em decorrência da grande concentração de ácidos orgânicos, a
acidez apresentou um elevado teor. Os sólidos solúveis de 11,33 ° Brix apresentam um
valor baixo de doçura no doce. Ao final, pode-se concluir que os teores de pH e acidez
encontram-se aceitáveis para doce e que o teor de sólidos solúveis está fora dos padrões
por conferir um teor de doçura muito abaixo do exigido pela legislação.
Silva et al. (2020) visando a partir do mesocarpo do maracujá amarelo a elaboração
de doces em massa de maracujá, acerola e cajá, realizou a caracterização físico química
e sensorial dos doces produzidos. Na formulação misturou-se as polpas das frutas com a
pectina e o açúcar e foram levadas ao fogo em tachos de alumínio com agitação contínua
até que alcançasse a concentração determinada pela legislação para ° Brix . Foram
realizadas análises de pH, acidez total titulável e de sólidos solúveis totais. Os resultados
revelarem que as formulações, para o teor de sólidos solúveis, estão dentro dos valores
permitidos pela legislação; o pH determinado, por consequência da concentração dos
sólidos solúveis e da quantidade de pectina presente, não houve comprometimento no
processo de geleificação dos doces e a acidez titulável analisada variou entre as 3
formulações de 0,33% a 0,70%, mostrou-se eficiente uma vez que não proporcionou
alterações físicas e química, contribuindo na preservação do doce contra ataques
microbiológicos e que não se faz necessário a presença de conservantes como os
acidulantes.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Doce em pasta
Andrade (2019) cita que de acordo com a legislação, o produto feito a partir do
processamento de partes comestíveis, desintegradas de vegetais, com açúcares, com ou 1404
sem adição de água, pectina, que contenha ajustadores de pH, além dos aditivos nas
quantidades suficientes e que também possa vir a ter na sua composição o suco de frutas,
méis de abelha, ervas e especiarias, sendo este o padrão para que o produto seja
considerado doce em pasta.
O processo de produção de doce em pasta tipo cremoso é semelhante ao doce em
pasta em massa tipo corte, diferenciando-se pela utilização da pectina, quando deseja-se
aumentar o rendimento do produto, uma vez que esta propicia consistência menos
maleável e o ponto final (teor de sólidos solúveis totais e consistência). Em ambos os
produtos, as características físico-químicas e sensoriais de cor, sabor e aroma devem
provir da(s) fruta(s) de origem (SOUZA, OLIVEIRA e FEITOSA, 2018).
Dias et al., (2011), a fim de melhorar a qualidade do doce em massa, determinou-
se o melhor processo de maceração para remoção do gosto amargo do albedo (casca do
maracujá), elaboraram 5 formulações de doce com diferentes concentrações de °Brix e
em seguida realizou-se a caracterização físico- química do doce. Foram determinados os
teores de umidade, sólidos solúveis, acidez total titulável (ATT), pH, açúcares totais e
redutores. A formulação que teve melhores resultados foi a F1, pois apresentou um pH
inferior às demais, o que fez o doce não sofrer ataques de microrganismos e obteve maior
concentração de açúcares totais. Então foi concluído que seus teores estão dentro dos
permitidos pela legislação para doces em massa.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
COSTA FILHO, D. V.; SILVA, A.; SILVA, P.; SOUSA, F. Aproveitamento de resíduos
agroindustriais na elaboração de subprodutos. In: II Congresso Internacional das
Ciências Agrárias–COINTER–PDVAgro. 2017.
MEDINA, J.C. Alguns aspectos tecnológicos das frutas tropicais e seus produtos. São
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CAPPELLE, E. R.; COUTO FILHO, C.C.C. Efeito de diferentes aditivos sobre os teores
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Ultrasonics Sonochemistry, v 64, 104999, 2020.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 127
RESUMO
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Fonte: Autor.
(17.27 𝑥 𝑇𝑚𝑒𝑑 )
𝑒𝑠𝑇𝑚𝑒𝑑 = 0.6108𝑒𝑥𝑝 [ ] (1)
𝑇𝑚𝑒𝑑 +237.3
𝑈𝑅𝑚𝑒𝑑
eaTmed = 100
x 𝑒𝑠𝑇𝑚𝑒𝑑 (2)
𝑒𝑎𝑇𝑚𝑒𝑑
237.7𝑙𝑛( 0.6108 )
𝑇𝑝𝑜 = 𝑒𝑎𝑇𝑚𝑒𝑑 (3)
17.27−𝑙𝑛( 0.6108 )
(17.27 𝑥 𝑇𝑝𝑜 )
𝑒𝑠𝑇𝑝𝑜 = 0.6108𝑒𝑥𝑝 [ 𝑇𝑝𝑜 + 237.3
] (4)
(17.27 𝑥 𝑇𝑚𝑖𝑛 )
𝑒𝑠𝑇𝑚𝑖𝑛 = 0.6108𝑒𝑥𝑝 [ 𝑇𝑚𝑖𝑛 +237.3
] (5)
(17.27 𝑥 𝑇𝑚𝑎𝑥 )
𝑒𝑠𝑇𝑚𝑎𝑥 = 0.6108𝑒𝑥𝑝 [ 𝑇 + 237.3
] (6)
𝑚𝑎𝑥
𝑒𝑠
𝑈𝑅𝑚𝑎𝑥 = [𝑒𝑠 𝑇𝑝𝑜 ] 𝑥 100 (7)
𝑇𝑚𝑖𝑛
𝑒𝑠𝑇𝑝𝑜
𝑈𝑅𝑚𝑖𝑛 = [ ] 𝑥 100 (8)
𝑒𝑠𝑇𝑚𝑎𝑥
𝑇𝑚𝑎𝑥 +𝑇𝑚𝑖𝑛 𝑇 −𝑇
𝑇𝑎𝑟_ℎ𝑟 = ( 2
) + ( 𝑚𝑎𝑥 2 𝑚𝑖𝑛 ) 𝑥 cos(0.2618 𝑥 (ℎ − 𝑇𝑖𝑚𝑒𝑉𝑎𝑟)) (9)
A umidade relativa horaria (Equação 10) foi estimada utilizando como entrada
dados de temperatura máxima, temperatura mínima, e umidade relativa máxima e mínima
associados aos valores estimados de temperatura do ar para cada hora do dia, como
utilizado por Kupfer et al. (2020).
(𝑇𝑎𝑖𝑟_ℎ𝑟 −𝑇𝑚𝑖𝑛 )
𝑈𝑅ℎ𝑟 = 𝑈𝑅𝑚𝑎𝑥 + [ ] 𝑥 (𝑈𝑅𝑚𝑖𝑛 − 𝑈𝑅𝑚𝑎𝑥 ) (10)
(𝑇𝑚𝑎𝑥 −𝑇𝑚𝑖𝑛 )
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1413
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
2021 Gepra Editora Barros et al.
1415
Fonte: Autor.
predomínio de baixo DFAS nos estados do Sergipe e Alagoas, período caracterizado pela
retomada das chuvas e aumento no DPM. No período de maio a agosto a classe alto para
DFAS se intensifica em uma faixa que compreende todo o leste da Bahia e os estados do
Sergipe e Alagoas, essas localidades apresentam diminuição da temperatura média do ar
e aumento do DPM. Wang et al. (2015) destacou maior infecção por Glomerella cingulata
com aumento do período de molhamento foliar e da umidade relativa.
Em contrapartida, nota-se um predomínio da classe baixa para DFAS nos estados
do Piauí, Maranhão, Tocantins para o mesmo período. Os meses de setembro a novembro
apresentam classe alta para DFAS em localidades próximas ao litoral, como o leste da
Bahia e os estados do Sergipe e Alagoas. O restante da região presenta maior predomínio
1416
da classe baixa para o DFAS. Ramirez-Cabral et al. (2018) destacou maior
desenvolvimento da ferrugem asiática da soja nos estados da região sul, sudeste e todo
litoral brasileiro, principalmente na região do SEALBA.
O cultivo da soja na região do MAPITOBA é caraterizado com baixo DFAS nos
meses de outubro e novembro no Maranhão, Piauí, Tocantins e oeste da Bahia, seguido
de médio DFAS nos meses de dezembro a março no Tocantins, Maranhão, oeste do Piauí
e sudeste da Bahia. O mesmo período apresenta alto DFAS no leste da Bahia na divisa
com Tocantins. O período de cultivo da soja na região SEALBA ocorre de abril a
setembro, corresponde aos meses com alto DFAS, podendo acarretar em perdas de
produtividade devido ao desenvolvimento da doença.
Fonte: Autor.
2021 Gepra Editora Barros et al.
CONCLUSÕES
A ferrugem asiática da soja é mais propicia a ocorrer com mais intensidade nos
meses de maio a setembro em ambientes de cultivo localizados no leste da Bahia e nos
estados do Sergipe e Alagoas. Os Estados do Maranhão e Piauí não apresentaram
ocorrência da ferrugem asiática da soja nas lavouras cultivadas entre janeiro e dezembro.
A região do MAPITOBA possui baixo potencial para desenvolvimento da ferrugem
asiática na soja cultivada entre outubro e novembro, mas com potencial médio nas
lavouras cultivadas nos meses de dezembro a março no Tocantins, Maranhão, oeste do
Piauí e sudeste da Bahia.
A região do SEALBA apresenta alta DFAS nos meses de abril a setembro, 1417
correspondendo ao período de cultivo da soja.
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2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 128
RESUMO
No Nordeste do Brasil, o feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.] tem seu
desenvolvimento e produtividade reduzidos devido à escassez de água provocado pela
baixa precipitação pluvial. Na tentativa de aprimorar o nível de tolerância dessa cultura à
restrição hídrica, o uso do ácido salicílico (AS) tem atuado como sinalizador em niveis
fisiológicos e bioquímicos. Assim, objetivou-se avaliar a aplicação foliar do AS como
atenuador do deficit hídrico em feijão-caupi. Para isso, foi utilizada a cultivar BRS
Tapailhum cultivada em campo. O delineamento experimental foi em blocos casualizados
com 2 doses de AS (AS0 = 0 e AS2 = 2 g L-1) – aplicadas 18 dias após semeadura (DAS)
- e 2 lâminas de irrigação (100% = W100 e 50% = W50 da evapotranspiração da cultura
- ETc), com 3 repetições. Aos 30 DAS, no estádio V7, foram avaliados: conteúdo relativo
de água (CRA); vazamento de eletrólitos; fotossíntese líquida; carbono interno;
condutância estomática e transpiração. Não observou-se efeito do estresse hídrico nem da
aplicação de AS sobre o CRA. Contudo, em condições de deficit hídrico, verificou-se
aumentos no vazamento de eletrólitos e reduções na fotossíntese líquida, carbono interno,
condutância estomática e na transpiração, efeitos revertidos pela alicação do AS. Conclui-
se que o AS contribuiu para a melhoria do status hídrico e promoveu aumentos nos
indicadores de trocas gasosas da cultivar BRS Tapailhum sob condições de restrição
hídrica.
INTRODUÇÃO
hídrico e das trocas gasosas de feijão-caupi cultivado sob restrição hídrica em condições
de campo.
MATERIAL E MÉTODOS
Aos 30 dias após a semeadura (DAS), no estádio V7, folhas foram coletadas para
a análise do conteúdo relativo de água da parte aérea (CRA). Foram cortados cinco discos
foliares de cada planta com um perfurador de cobre com área de 0,8 cm2 , depois pesadas
em balança analítica para verificar a massa fresca do disco (MFD). Em seguida, os discos
foram imersos em água destilada por 24 horas, para pesagem da massa túrgida do disco
2021 Gepra Editora Barros et al.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1. Resumo das análises de variância para as variáveis de status hídrico e dados fotossintéticos
em cultivar de Feijão-caupi sob lâminas de irrigação com doses de AS.
Quadrados Médios
Fonte de variação GL
CRA VE A Ci E gs
1426
Lâmina (L) 1 0,063ns 797,40** 0,444** 87,488** 0,15** 76,50**
Ácido Salicílico (AS) 1 46,57ns 285,0** 0,568** 3072,0** 0,98** 3024,2**
Interação LxAS 1 43,02ns 60,93 ns 157,04** 748,92** 3,31** 19080,2**
Resíduo 8 27,83 26,45 0,001 0,010 0,0001 0,010
CV (%) 6,75 7,88 0,03 0,07 0,31 0,04
GL - Grau de liberdade; ** - significativo a 5% a de probabilidade; ns - não significativo; CRA –
conteúdo relativo de água; VE – vazamento de eletrólitos; A – fotossíntese líquida; Ci – carbono
interno; gs – condutância estomática; E - transpiração e CV – coeficiente de variação.
É possível que o fato do CRA não ter diferido em função do estresse e doses de AS,
pode ser explicado através dos dados de trocas gasosas, apartir das lâminas sem o
atenuador. Verifica-se que a condutância estomática (gs) e a transpiração (E) reduziu em
W50, sugerindo um fechamento estomático devido ao estresse, essa ação faz com que a
planta consiga armazenar mais água em seus tecidos. Tal fato sugere o papel sinalizador
do AS no mecanismo de controle estomático.
O déficit hídrico provocou aumento de 34,8% no valor médio do vazamento de
eletrólitos quando comparado à lâmina W100 sem AS (Figura 2). O efeito da restrição
hídrica na variável VE foi revertido após a aplicação de AS nas plantas submetidas ao
W50, nas quais houve redução de 17,7% ao comparar àquelas cultivadas na lâmina W50
e ausência de AS.
2021 Gepra Editora Barros et al.
Figura 2. Vazamento de eletrólitos (VE) da cultivar BRS Tapaihum sob lâminas de irrigação (W100 =
100% e W50 = 50% da ETc ) e 2 doses de AS (AS0 = 0 e AS2 = 2 g L-1). Letras minúsculas comparam
doses de AS; letras maiúsculas comparam as lâminas de irrigação. Campina Grande-PB, 2021.
1427
Figura 3. Fotossíntese líquida (A µmol CO2 m-2s-1) (A); Carbono interno (Ci ppm) (B); Condutância
estomática (E - mmol H2O m-1s-1) (C) e Transpiração (gs - mmol H2O m-1s-1) (D) da cultivar BRS
Tapaihum sob lâminas de irrigação (W100 = 100% e W50 = 50% da ETc) e 2 doses de AS (AS0 = 0 e
AS2 = 2 g L-1). Letras minúsculas comparam doses de AS; letras maiúsculas comparam as lâminas de
irrigação. Campina Grande-PB, 2021.
1428
CONCLUSÕES
1429
REFERÊNCIAS
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meio de osmorregulação e redução do estresse oxidativo em Vigna unguiculata (L.)
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2021 Gepra Editora Barros et al.
Capítulo 129
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
Preparo do Inóculo
Água destilada foi utilizada no preparo das doses de ácido salicílico. As aplicações
foram realizadas em um intervalo de sete dias, totalizando três aplicações, sendo a
primeira realizada logo após o transplantio e infestação do solo.
Variáveis Analisadas
Análise estatística
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 1. Índices de clorofila a, b, total e a razão clorofila a/b em plantas de tomateiro sob diferentes
densidades de M. javanica.
A B
1436
C D
Figura 2. Índices de clorofila a, b e total em plantas de tomateiro sob doses crescentes de ácido salicílico.
A B
1437
A fluorescência inicial (F0), variável (Fv), máxima (Fm), eficiência quântica do FSII
(Fv/Fm) e a razão (Fv/F0) em plantas de tomateiro não foram afetadas pelas doses de ácido
salicílico e as densidades de nematoides (Tabela 2).
Tabela 2. Fluorescência inicial (F0), variável (Fv), máxima (Fm), eficiência quântica do FSII (Fv/Fm) e a
razão (Fv/F0) em plantas de tomateiro (Solanum lycopersicum L.) sob doses de ácido salicílico e
densidades populacionais de Meloidogyne javanica.
Ácido Salicílico (mM)
F0 Fv Fm Fv/Fm Fv/F0
Doses
elétrons quantun-1 1438
0,00 83,0 a 189,8 a 272,8 a 0,70 a 2,34 a
0,29 83,5 a 229,0 a 312,5 a 0,73 a 2,83 a
1,00 77,5 a 222,4 a 300,0 a 0,74 a 2,93 a
1,71 70,0 a 208,4 a 278,4 a 0,74 a 3,01 a
2,00 80,5 a 217,3 a 297,8 a 0,71 a 2,74 a
CV (%) 19,1 13,7 13,4 4,1 15,9
Nematoides (Ovos/Planta)
F0 Fv Fm Fv/Fm Fv/F0
Densidades
elétrons quantun-1
0,00 79,5 a 218,8 a 298,3 a 0,73 a 2,79 a
5816,00 77,8 a 214,5 a 292,3 a 0,73 a 2,85 a
20000,00 82,9 a 212,0 a 294,9 a 0,71 a 2,59 a
34184,00 75,8 a 222,9 a 298,6 a 0,75 a 2,98 a
40000,00 68,0 a 219,5 a 287,5 a 0,76 a 3,29 a
CV (%) 19,1 13,7 13,4 4,1 15,9
Corroborando com esses resultados, Christen et al. (2007) afirmam que as leituras
da fluorescência da clorofila a pode ser um método eficiente para caracterizar, quantificar
e detectar estresses em plantas de videira (Vitis vinifera L.). Comportamento semelhante
foi constatado por Figueiredo et al. (2018) em plantas de berinjela (Solanum melongena
L.), onde as variáveis de fluorescência não foram alteradas pela presença ou ausência de
M. javanica. Para a cultura do cafeeiro (Coffea arabica L.), essa técnica foi eficiente na
detecção de genótipos tolerantes ao M. paranaensis em áreas sujeitas ao déficit hídrico
(SILVA et al., 2015).
1439
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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Capítulo 130
RESUMO
O Estado de São Paulo é grande produtor de cogumelos e a cidade de Mogi das Cruzes
possui condições climáticas favoráveis à fungicultura. O shiitake é um dos cogumelos
mais produzidos do mundo, possui importantes propriedades nutritivas e é muito
apreciado. O cultivo de shiitake pode ser uma alternativa complementar de renda as
atividades agropecuárias já exercidas na propriedade ou uma fonte principal de renda em
pequenas áreas. O objetivo desse artigo foi avaliar a viabilidade econômico financeira do
investimento na atividade usando recursos do Fundo de Expansão do Agronegócio
Paulista – FEAP para implantação da produção. Considerou-se uma taxa de desconto do
capital de 7% e os indicadores econômicos calculados foram Valor Presente Líquido
[VPL], Taxa Interna de Retorno [TIR], payback simples e payback descontado. Analisou-
se três cenários de mercado (otimista, realista e pessimista) e utilizou-se a análise de
sensibilidade para verificar o impacto da redução da receita e do aumento dos custos de
produção nos indicadores econômicos. O projeto apresentou VPL de R$ 881.412,05 e
TIR de 56% a.a. no cenário realista, superior à taxa de desconto do capital (7%). Os
resultados de VPL e TIR em todos os cenários indicaram que o projeto saldou o
investimento inicial e garantiu a remuneração mínima exigida pelo investidor. O valor de
payback descontado foi de 2 anos 2 meses e 6 dias demonstrando que o tempo de retorno
do capital inicial investido foi inferior ao período do projeto. De acordo com os
indicadores econômicos analisados pôde-se concluir a viabilidade financeira do
empreendimento em análise.
INTRODUÇÃO
Para indução da frutificação, após 60 dias os blocos são expostos à luz (12
horas/dia) durante 15 dias de acordo com Rossi (1999). Aos 90 dias pode ser realizado o
choque térmico (diminuindo a temperatura para 4ºC) ou mecânico e os blocos são
retirados dos sacos e passam para as salas de cultivo. Cerca de 15 dias após o início da
frutificação iniciará a colheita dos cogumelos. Para um segundo ciclo de produção é
necessário imergir os blocos em água à temperatura de 14ºC, por 8 horas e depois
transferi-los para as salas de cultivo novamente.
O interesse no consumo do shiitake é atribuído às suas ricas propriedades
nutricionais e medicinais e pelo seu apreciável sabor, tornando-se o segundo cogumelo
mais consumido no mundo (Piccinin et al., 2010). No Brasil, seu cultivo vem crescendo
significativamente, devido ao bom retorno econômico, possibilidade de ser cultivado em
pequenas áreas e necessitar de baixo investimento inicial (Rossi, 1999). 1445
A cidade de Mogi das Cruzes, localizada na Região Metropolitana do Estado de
São Paulo, faz parte do Cinturão Verde, um conjunto de cidades que abastecem as
cidades com a produção de alimentos. A cidade é um grande polo de produção de
hortaliças, frutas, cogumelos e flores. Segundo Da Silva et al (2018), a produção de
cogumelos na região representa mais de 80% da produção nacional, devido
principalmente às características climáticas favoráveis ao seu cultivo e à proximidade
com grandes centros consumidores do produto.
Dentre as políticas agrícolas públicas, disponibilizadas pelo Governo do Estado
de São Paulo, através da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, está o Fundo de
Expansão do Agronegócio Paulista [FEAP]. O FEAP permite, entre outros instrumentos,
a equalização e taxas de juros subsidiadas para financiamentos, apoio financeiro aos
produtores rurais, bem como suas cooperativas e associações através dos programas e
projetos de desenvolvimento rural, autorizados por decreto estadual.
Visto que o cultivo pode ser uma alternativa complementar de renda as atividades
agropecuárias já exercidas na propriedade ou uma fonte principal de renda em pequenas
áreas, o objetivo desse artigo é avaliar a viabilidade econômico financeira do investimento
na atividade usando recursos do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista – FEAP
para implantação da produção.
MATERIAL E MÉTODOS
Foi definido o município de Mogi das Cruzes como localização para a implantação
da produção de Shiitake. A cidade possui aproximadamente 440 mil habitantes (IBGE,
2018), com área total de 713 metros quadrados, localizada no bioma mesclado entre
cerrado e mata atlântica, altitude média de 712 metros e precipitação média anual de
aproximadamente 1.600 mm. O clima do município, como em toda a Região
Metropolitana de São Paulo, é o subtropical, tipo Cwa. O verão é pouco quente e chuvoso;
o inverno, ameno e subseco. A média de temperatura anual gira em torno dos 17 °C, sendo
o mês mais frio julho (média de 11 °C) e o mais quente fevereiro (média de 20 °C).
Foi simulada a implantação da produção em uma pequena propriedade de 5 hectares
em terreno próprio, na cidade de Mogi das Cruzes, no sistema familiar de produção,
atendendo ao enquadramento de agricultura familiar do governo federal, ou seja, possui
área inferior à 4 módulos rurais, não possui mais funcionários do que o número de
familiares trabalhando na atividade e a maior parte da renda da família é proveniente da
atividade agropecuária.
Foi admitido que o produtor irá adquirir os blocos já inoculados com o fungo há 30
dias de um fornecedor da região, já que o processo de inoculação exige muito
2021 Gepra Editora Barros et al.
simplificado. Essa opção implica na perda do direito à compensação dos saldos dos
prejuízos dos anos anteriores e/ou do resultado negativo do próprio ano-calendário.
A viabilidade econômica do cultivo de cogumelo Shiitaki foi realizada por meio
dos indicadores econômicos Valor Presente Líquido [VPL], Taxa Interna de Retorno
[TIR], payback simples e payback descontado e análise de sensibilidade. A partir desses
indicadores foi possível avaliar se o empreendimento seria capaz de proporcionar lucro
aos investidores no final do negócio.
𝑉𝑃𝐿
𝑛
𝐹𝐶𝑡 (1)
= −𝐼+∑
(1 + 𝑘)𝑡
𝑡=1
onde, I: investimento inicial; t:período, sendo utilizado um período anual; n: tempo total
do projeto (oito anos); k: taxa de desconto do fluxo de caixa, sendo considerado 2,88%
ao ano, comparada ao rendimento médio anual de aplicação do valor na poupança; FC:
fluxo de caixa por período.
onde ,I: investimento inicial; t:período, sendo utilizado um período anual; n: tempo total
do projeto (oito anos); k: taxa de desconto do fluxo de caixa, sendo considerado 2,88%
ao ano, comparada ao rendimento médio anual de aplicação do valor na poupança; FC:
fluxo de caixa por período.
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Por fim, foi feita a análise de sensibilidade utilizando uma variação negativa de
20% no preço médio de venda e 10% de aumento no custo de produção utilizando o
cenário realista e cenário pessimista.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1: Fluxo de Caixa (R$) para o cultivo de cogumelo shiitake em Mogi das Cruzes considerando um cenário de
mercado otimista
1449
Tabela 2: Fluxo de Caixa (R$) para o cultivo de cogumelo shiitake em Mogi das Cruzes considerando um cenário de
mercado realista
Tabela 3: Fluxo de Caixa (R$) para o cultivo de cogumelo shiitake em Mogi das Cruzes considerando um cenário de
mercado pessimista
1450
Tabela 4: Fluxo de Caixa (R$) para o cultivo de cogumelo shiitake em Mogi das Cruzes considerando redução de
20% no valor de venda e aumento de 10% do custo de produção no cenário realista.
Tabela 5: Fluxo de Caixa (R$) para o cultivo de cogumelo shiitake em Mogi das Cruzes considerando redução de
20% no valor de venda e aumento de 10% do custo de produção no cenário pessimista
1451
Análise do VPL
Este índice, quando apurado no cenário otimista (Tabela 1) apresentou valor de
R$ R$1.367.235,15. No cenário realista (Tabela 2) o índice foi de R$ 783.883,16 e no
cenário pessimista (Tabela 3) foi de R$ 328.881,20 demonstrando-se superior à zero,
logo, o projeto é viável, podendo ser aceito pelo responsável quanto ao poder de decisão
sobre o projeto. Paula et al (1999), também apurou resultados satisfatórios na análise
econômica da produção de shiitake em toras no noroeste de São Paulo, obtendo uma
margem bruta de 92,48% em relação ao custo total de produção e índice de lucratividade
de 48,05%, mas salientou que melhores resultados poderiam ser obtidos se o produtor
reduzir o investimento inicial, sem comprometer a qualidade e produtividade do produto,
utilizando uma estrutura já existente na propriedade, por exemplo.
Análise da TIR
No que tange ao cálculo da TIR, este projeto apresentou rentabilidades de 95%
a.a. no cenário otimista; 50% a.a no cenário realista e 21% a.a no cenário pessimista,
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portanto muito maior que a base de comparação de 10 % a.a. atribuída como mínimo para
o projeto. Desta forma, a decisão para aceitação do projeto está respaldada pela larga
superação da TMA apresentada na TIR em todos os cenários estudados. Duarte (2020)
analisou a viabilidade de uma empresa de produção de Shiitake em toras de eucalipto em
Portugal e obteve 30,56% de TIR corroborando os resultados apresentados nesse estudo
e demonstrando que tanto na faixa intermediária de sistema cultivo quanto no sistema
mais tecnificado, como apresentado nesse trabalho, o projeto é viável.
Análise de Sensibilidade
A análise de sensibilidade usando o cenário realista (Tabela 4) mostrou que com
a redução de 20% no preço médio de venda e o aumento de 10% no custo de produção, o 1452
projeto apresentou VPL de R$135.532,40, mostrando que o projeto é viável com
rentabilidade de 15% segundo o cálculo da TIR. O payback simples mostrou tempo de 2
anos 1 meses e 16 dias para retorno do investimento e o payback descontado, 7 anos 1
mes e 22 dias.
Já a análise de sensibilidade realizada no cenário pessimista (Tabela 5) apresentou
VPL de R$ -228.429,17 e TIR de -4%, mostrando que nesse caso o investimento não é
viável. O prazo para retorno do investimento considerando o payback simples foi de 5
anos 5 meses e 13 dias, mas se considerado o payback descontado, o investimento não
obteve retorno no tempo de análise do estudo. Nessa situação, o projeto é inviável.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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CRC Press. Boca Raton, Flórida, Estados Unidos.
DA SILVA, T. T., DE SOUZA, O. S., KAWAMOTO JR, L. T., DA SILVA MORETTI, 1453
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American Development Society Journal, 4 (11): 121.
GOMES, D.; AKAMATSU, I; SOUZA, E.; FIGUEIREDO, G.J.B. 2016. Censo Paulista
de produção de cogumelos comestíveis e medicinais. Pesquisa & Tecnologia,13(1):1-6.
MIYAJI, C. K.; KAORI, C.; COLUS, I.; SYLLOS, M. 2001. Shiitake, um cogumelo
mutagênico ou antimutagenico. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de
Londrina, Londrina, Paraná, Brasil.
PEREIRA, W. A.; ALMEIDA, L. S. 2010. Método manual para cálculo da taxa interna
de retorno. Disponível em:
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Capítulo 131
IMPACTO DO ANETOL NA REPRODUÇÃO: UMA REVISÃO
RESUMO
Extratos vegetais e seus benefícios vêm sendo alvo de investigações entre as mais
variadas linhas de pesquisa. Nesse contexto, o anetol, extraído de plantas como a canela-
de-cunhã (Croton zehntneri), vem se destacando por ser apontado como potencial
antioxidante, além de ter também atividades antifúngica, antibacteriana e anti-helmíntica.
Atualmente, há trabalhos que analisam o impacto desse extrato natural em alguns tecidos,
tais como os tecidos hepático e nervoso. Contudo, são escassos os trabalhos que avaliam
a influência desse extrato vegetal nos tecidos e células reprodutivas de fêmeas ou de
machos. Desta forma, a presente revisão de literatura tem como objetivo reunir os
principais trabalhos que avaliaram os efeitos do anetol em tecidos reprodutivos e gametas
de machos e fêmeas. Para tal, foram analisados 8 artigos em língua inglesa extraídos das
bases de dados PubMed Central e Scholar Google. Os resultados demonstraram que o
anetol tem sido benéfico para o desenvolvimento de folículos e oócitos de animais de
diferentes espécies. Por esta razão, o anetol pode ser um importante composto a ser
utilizado para auxiliar na reprodução de fêmeas. Entretanto, o anetol apresentou efeitos
citotóxicos no tecido reprodutivo masculino, como a vesícula seminal e espermatozoides.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Esta é uma revisão narrativa baseada em uma avaliação dos principais achados em
relação a influência do anetol nas células reprodutivas. Para isso, partiu-se da seguinte
questão norteadora “Quais impactos o anetol causa nas células reprodutivas de fêmeas e
machos?”. Para realizar a busca de trabalhos que pudessem responder tal questionamento
foram estabelecidos como critérios de inclusão: (01) artigos em inglês, (02) artigos que
tenham trabalhado com anetol e (03) artigos experimentais que tenham realizado ensaios
in vivo ou in vitro. Para a exclusão de trabalhos, foram determinados os seguintes
critérios: (01) experimentos sem análises com células e/ou tecidos do sistema reprodutor
e (02) revisões de literatura. Os passos para a seleção dos artigos estão esquematizados
na figura 01 abaixo.
As buscas foram realizadas através dos bancos de dados PubMed Central e Scholar
Google, utilizando os descritores "anethole and male reproductive system" ou “anethole
and female reproductive system”. Em seguida, foram realizadas as leituras por título e
resumo, para posteriormente realizar a leitura completa dos trabalhos selecionados. Os
artigos escolhidos para esta revisão estão expressos na tabela 01 abaixo.
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1457
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os achados até o momento sugerem que o anetol pode auxiliar na produção in vitro
de embriões, uma vez que este tem sido benéfico na maturação in vitro (MIV) e
fertilização in vitro (FIV). Contudo, em machos foram observados diversos danos à nível
tecidual e celular. Portanto, mais estudos são necessários para investigar através de quais
mecanismos o anetol atual no sistema reprodutor de fêmeas e machos.
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REFERÊNCIAS
ANJOS, J. C.; AGUIAR, F. L. N.; SÁ, N. A. R.; SOUZA, J. F.; CIBIN, F. W. S.; ALVES,
B. G.; SANTOS, C. C; FIGUEIREDO, J. R. Anethole improves blastocysts rates together
with antioxidant capacity when added during bovine embryo culture rather than in the in
vitro maturation medium. Zygote, v.27, n.6, p.382-385, 2019.
GIUSTARINI et al. Anethole dithiolethione lowers the homocysteine and raises the
glutathone levels in solid tissues and plasma of rats: a novel non-vitamin homocysteine-
lowering agent. Biochem Pharmacol, v.89, n.2, p. 246–254, 2014.
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JASEMI, V. S. K.; SAMADI, F.; EIMANI, H.; HASANI, S.; FATHI, R.; SHAHVERDI,
A.; SADRABADI, F.S. Function of vitrified mouse ovaries tissue under static magnetic
field after autotransplantation. Vet Res Forum, v.8, n.3, p. 243–9, 2017.
TAO, L.; WANG, F.; WENG, S.; CHEN, H.; KANG, H.; WANG, J.; LUO, S. Anethole
compromises human sperm function by affecting the sperm intracellular calcium
1463
concentration and tyrosine phosphorylation. Reproductive Toxicology, v. 93, p. 99–105,
2020.
SAHPAZ, S.; GARBACKI, N.; TITS, M.; BAILLEUL, F. Isolation and pharmacological
activity of phenylpropanoid esters from Marrubium vulgare. Journal of
Ethnopharmacology, v. 79, n. 3, p. 389–392, 2002.
SÁ, N. A. R.; BRUNO, J. B.; GUERREIRO, D. D.; CADENAS, J.; ALVES, B. G.;
CIBIN, F. W. S.; LEAL-CARDOSO, J.H.; GASTAL, J.H.; FIGUEIREDO, J.R. Anethole
reduces oxidative stress and improve in vitro survival and activation of primordial
follicles. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v.58, n.8, p.1-8, 2018.
Capítulo 132
RESUMO
Os avanços na tecnologia nos permitem inúmeras possibilidades aplicadas a indústria de
alimentos, possibilitando conservar e atribuir características a produtos. Revestimento
comestível é uma película que atua diretamente como uma camada protetora no fruto,
evitando assim sua degradação. Essa camada pode ser composta por diversos produtos,
entre eles a própolis, que é composta por resina vegetal, pólen, e cera de abelha. Essa
pesquisa objetivou-se em reunir os principais artigos publicados em períodos nacional e
internacional. A pesquisa foi realizada de forma online, por meio de revisão
bibliográfica. Foram utilizadas bases de dados dos periódicos CAPES, do PUBMED, do
MEDLINE e do Scientific Eletronic Library Online (SCIELO). O critério de seleção
para o levantamento foi realizado em busca de artigo originais publicados em periódicos,
teses e dissertações que abordassem sobre a temática. Foram utilizadas palavras-chave
como “Red própolis” “Própolis vermelha” “Malus domestica’’ em um período de 2010
a 2018. Conclui-se que as características da própolis apresentas um alto grau de
relevância para a saúde, isso devido ao seu potencial antimicrobianas e antioxidantes.
Além de apresentar uma vasta literatura sobre a temática que permite desenvolver
pesquisas experimentais, bibliográficas e de campo.
INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos e dos avanços tecnológicos, se fez necessário cada vez mais a busca
de alternativas na conservação de alimentos que possam, além de aumentar sua vida útil
de prateleira, agregar características ao produto, que seja viável de forma ambiental e
econômica.Com isso enfatizou os estudos com a utilização da própolis como revestimento
comestível, utilizando suas características antioxidantes, antibactericida e antifúngica
para conservar os frutos e hortaliças.
Revestimento comestível é uma camada preparada a partir de determinados tipos de
materiais biológicos, que age como uma ferramenta de proteção, evitando danos físicos e
biológicos e elevando o tempo de vida útil dos alimentos, como maçãs (HENRIQUE et 1466
al). O uso desse revestimento atribui diversas características ao produto, podendo ser
físicas, químicas, microbiológicas e sensoriais. A difícil permeabilidade do mecanismo
faz com que ofruto aumente sua vida útil, evitando um escurecimento enzimático, e com
o uso de ceras, misturas e óleos podendo aumentar o brilho superficial. Como o
revestimento comestível agregado ao fruto tende a ser ingerido, os materiais em sua
composição devem ser considerados GRAS (Generally Recognized As Safe), ou seja,
atóxicos e seguro para o consumo (FDA, 2013).
O uso dessa embalagem traz grandes vantagens por apresentar um polímero natural
em sua composição (DAVANÇO et al., 2007). Possui um custo de produção satisfatório
e não tóxico. que influência de forma positiva, diretamente na aparência do produto
submetido ao revestimento (OLIVEIRA; NUNES, 2011).
O revestimento apresenta diversas funções como barreira, evitando a troca gasosa (CO2
e O2) e consequentemente a perda de umidade, diminuição da respiração do fruto,
melhorando a aparência intrínsecas do fruto coberto pela solução (SANCHEZ-
GONZALEZ etal., 2011).
O número de pesquisas sobre a própolis como filmes poliméricos são reduzidos ainda
e as pesquisas realizadas usualmente sem fins alimentícios (PASTOR et al., 2010).Os
flavonóides são compostos fenólicos e principais agentes biológicos ativos da própolis
(CABRAL, et al. 2009), no entanto podemos encontrar em sua composição diversas
substâncias, entre elas as ceras, óleos essenciais, pólen e vários componentes orgânicos
como ferro e zinco, vitaminas (B1, B2, B3 e B6), ácido benzóico, éster, cetonas, lactonas,
quinona, esteróides e açúcares e ainda pigmentos naturais como clorofilas e carotenóides.
Para a pesquisa foi escolhido a maçã do tipo Fuji por ser a segunda cultivar mais
produzida no Brasil, sendo esta uma variedade bastante conhecida no comércio por suas
características físicas, sensoriais e nutricionais, que a deixa em evidência por ser
firme, crocante, sabor picante, com um teor de açúcar elevado e baixa acidez, e por
apresentar resistência ao armazenamento maior que as demais, além do seu valor
econômico maisacessível.
A safra da maçã é no período de fevereiro a abril dentro do ano, por isso necessita de
técnicas de armazenamento apropriada para que não falte o produto nos meses
subseqüentes. Existe uma quantidade de variedade aproximada de 7.500 tipos de maçã.
No Brasil as cultivares mais produzidas são a “Gala” e a “Fuji” que apresentam uma
produção de 90% da área plantada. A gala, originada da nova Zelândia, se encontra em
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nosso país desde se 1970 e a fugi, que é original do Japão, desde 1930.
Esse estudo, além do aumento da vida útil do fruto, contribui para o comerciante e
consumidor economicamente, pois a própolis retarda a deterioração de frutos e hortaliças,
consegue evitar o desperdício, possibilitando que o produto tenha mais tempo em
prateleirasendo alimento saudável.
Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do revestimento a base de
extrato de própolis vermelha em maçãs do tipo Fuji armazenadas a temperatura ambiente
controlada e refrigerada durante 30 dias para um melhor detalhamento durante o período
de conservação.
1467
MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho trata-se de pesquisa realizada através de revisão de literatura
do tipo qualitativa, exploratória e descritiva, sendo realizada buscas em bases de dados
com a intenção de apresentar as principais informações sobre estudos com própolis.
A pesquisa foi realizada de forma online, por meio de revisão bibliográfica.
Foram utilizadas bases de dados dos periódicos CAPES, do PUBMED, do MEDLINE e
do Scientific Eletronic Library Online (SCIELO). O critério de seleção para o
levantamento foi realizado em busca de artigo originais publicados em periódicos
nacionais e internacionais, teses e dissertações que abordassem sobre a temática. Foram
utilizadas palavras-chave como “Red própolis” “Própolis vermelha” “Malus domestica’’
em um período de 2010 a 2018.
REFERENCIAL TEÓRICO
Os biofilmes comestíveis são embalagens aderidas ao alimento, semipermeáveis,
agem como bloqueadores de troca gasosos, evitando que o fruto entre em contato com o
meio, constituídos por produtos naturais que sintetizam e polimerizam de forma que
isolam o fruto, sem que o mesmo cause problemas à saúde, já que são metabolizadas pelo
organismo, e sua passagem pelo gastrointestinal é de forma inibida (MAIA et al., 2000).
Por serem biodegradáveis as coberturas comestíveis vem ganhando um grande
espaço nas pesquisas, devido a sua biodregadibilidades, já que o fruto pode ser consumido
em conjunto com biofilme, com tudo, pode ser adicionando varias características, com
adição de aditivos, seja ele nutricional ou sensorial, já que o revestimento atua como
agente microbiano, o uso de coberturas e revestimentos data-se como praticas
aperfeiçoada recentemente, já que os primeiros usos foram realizados na década do final
do século passado (FAI et al., 2008). O uso de biofilme se deu pela necessidade de
substituir o uso de filmes tradicionais, já que o mesmo expostos ao meio ambiente
demoram décadas para de decompor (FAI et al., 2008).
Para que se possa obter uma solução filmogênica é necessário o uso de
constituintes básicos como polímeros de alto peso molecular, denominados como agente
formadores que são os lipídios, proteínas e polissacarídeos, entre os solventes estão à água
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Própolis
A principal causa de perda dos frutos é causada por danos mecânicos, que são
submetidos durante a produção até a comercialização, o uso de revestimentos a parti de
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polímeros naturais e biodegradável, torna eficaz para o aumento de vida útil dos alimentos
(RINALDI et al., 2011).
O uso do biofilme de origem vegetal como alternativa de conservar o fruto além
de permitir aumentar a vida útil, devido a sua redução de perda da umidade, e controle da
troca gasosa. Oferta características físicas na quais torna a aparência do fruto mais
atraente para o consumidor, A tecnologia de alimentos vem estimulando pesquisas que
estude novos tipos de filmes, com isso melhores formas de aplicação (OLIVEIRA et al.,
2007).
A técnica de aplicação de biofilme começou a parti do século XIII através dos
chineses, que aplicaram cera em frutas cítricas, durante viagens marítimas visando sua
1470
conservação por meio dos nutrientes encontrados naquela solução. Em 1930 as ceras de
abelha, parafinas, óleos vegetais e minerais e a carnaúbas, foram usando com alternativa
de conservação dos frutos (VILLADIEGO et al., 2005).
Nos revestimentos podemos encontrar diversos oxidantes, como por exemplo,
terpenos, tocoferóis, já carotenóides e vitaminas, são usadas com o intuito de diminuir a
oxidação lipidas, com isso prolongando a vida útil dos frutos (BROINIZI et al., 2007).
Como vantagem do uso do biofilme pode citar como barreira contra o vapor, já
que é um filme permeável, baixo custo já que se usam produtos naturais em sua
composição, tecnologia simples e biodegradável, estabilidade bioquímica, físico-química
e microbiológica entre outras, e oferecendo propriedades mecânicas facilitando o
manuseio e transporte, podendo ser usada em processo industrial na forma de “blends”,
ou como meio de separação para consumo próprio, como porção individual (DARABA,
2008).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando todas informações observadas durante a pesquisa, conclui-se que as
características da própolis apresentas um alto grau de relevância para a saúde, isso devido
ao seu potencial antimicrobianas e antioxidantes. Estudos como esses devem ser
realizados afim de reunir informações que contribua com a comunidade cientifica e
estimule a utilização da própolis em diversas áreas como industrial, fitoterápica e
farmacológica. Além, de servir como material de apoio para pesquisas experimentais,
bibliográficas e de campo.
REFERÊNCIAS
BATISTA, A.G. B., Oliveira, B.D., Oliveira, M. A., Guedes, T. J. G., Silva, D. F., &
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CABRAL, I. S. R., Oldoni, T. L. C., Prado, A., Bezerra, R. M. N., & Alencar, S. M.
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vermelha brasileira. Química Nova, 1-5.
Food and Drug Administration - FAD. Generally recognized as safe (GRAS). (2013).
Silver Spring.
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