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Gestão das

organizações na era
do conhecimento
Rivadávia C. Drummond de Alvarenga Neto
Professor da Fundação Dom Cabral

A emergência de um paradigma tec-


no-econômico baseado em inovação,
exponencial da produção de informações
no mundo.
dados de 2002) revelaram que a quan-
tidade de novas informações armazena-
informação e conhecimento, bem como No relatório final de sua pesquisa das nas quatro mídias mais que dobrou
a crescente consolidação de tecnologias, “How Much Information? 2003”, Peter nos últimos três anos, com uma taxa de
como a microeletrônica, a tecnologia de Lyman e Hal L.Varian estimaram o nú- crescimento anual em torno de 30%.
informação e as redes de computadores, mero de novas informações criadas a Em 2002 foram produzidos cinco
impuseram questões complexas para as cada ano, distribuídas em quatro tipos exabytes (o equivalente a 1 quintilhão
organizações contemporâneas. de mídias de armazenagem (impressa; de bites – correspondente ao total das
De acordo com Stewart (1998), o filme; magnética, disco rígido e disco fle- palavras faladas por todos os seres
marco zero da era informacional ou xível; e ótica, CD e DVD) por quatro ve- humanos) de novas informações, e os
do pós-industrialismo, pelo menos no ículos de comunicação (telefone, rádio, canais eletrônicos registraram um fluxo
contexto da economia americana, é o TV e internet). Em estudo anterior, feito de cerca de 18 exabytes de informações.
ano de 1991. A análise do autor tomou em 2000 com dados de 1999, os autores Por fim, essa pesquisa estimou em 800
como base os dispêndios de capital nos tinham concluído que a produção mun- megabytes a quantidade de informação
Estados Unidos, no período 1965-1991. dial total anual, nos suportes impresso, armazenada produzida por pessoa (es-
Comparou-se o dispêndio das empresas filme, magnético e ótico, exigiria apro- timativa de uma população mundial em
americanas com bens de capital típicos ximadamente 1,5 bilhão de gigabytes de torno de 6,3 bilhões de pessoas, segundo
da era industrial com o dispêndio de armazenamento. Isso equivaleria a 250 o Population Reference Bureau). É bem
capital com equipamentos de infor- megabytes por pessoa (homem, mulher provável que a edição de domingo de
mação, incluindo-se aí computadores ou criança) na face da terra. um jornal como a Folha de São Paulo
e equipamentos de telecomunicações. O estudo de 2000 revelou a ubi- contenha mais informações, numa única
Conclui-se que, a partir de 1991, as qüidade dos EUA – responsáveis por edição, do que todo o material escrito
empresas passam a gastar mais com 35% da produção impressa, 40% da disponível aos leitores do século XV.
equipamentos que coletam, processam, produção de imagens e um pouco mais A explosão da produção informacio-
analisam e disseminam informações de 50% de todo o conteúdo digital pro- nal revela que o desafio organizacional
e menos com equipamentos típicos da duzido no mundo a cada ano –, além de contemporâneo traduz-se em aprender
era industrial, como máquinas e equipa- demonstrar que 93% das informações a nadar em um oceano de informações,
mentos de engenharia de produção. Tal já eram produzidas em formato digital. prospectando e coletando dados rele-
visão é coadunável com o crescimento Os resultados da pesquisa de 2003 (com vantes para a sobrevivência/prosperi-

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dade organizacional e a compreensão de organizacional? Quais as experiências há respostas claras. A criação do co-
um ambiente de negócios cada vez mais mais relevantes no contexto organiza- nhecimento é o processo pelo qual as
dinâmico e mutável. cional brasileiro? organizações criam ou adquirem, orga-
A informação e o conhecimento con- Para iniciar um amplo e profundo nizam e processam a informação, com o
solidam-se como os principais fatores debate sobre a temática do conhecimen- propósito de gerar novo conhecimento
de diferenciação para a competitividade to organizacional, muitas vezes encap- através da aprendizagem organizacional.
organizacional e surgem inúmeras novas sulado em terminologias pop-manage- O novo conhecimento gerado, por sua
abordagens e/ou ferramentas gerenciais, ment, propomos aqui um mapeamento vez, é cristalizado na organização na
sob o chapéu da chamada “gestão do conceitual integrativo para a Gestão do forma de produtos, serviços e redesenho
conhecimento organizacional” – gestão Conhecimento, formulado a partir de de processos. O terceiro componente
integrada de recursos informacionais e três concepções básicas: uma concep- se refere ao processo decisório – a
gestão estratégica da informação, gestão ção de uso estratégico da informação empresa deve escolher a melhor opção
do capital intelectual, aprendizagem e do conhecimento; a introdução dessa e persegui-la com base na estratégia
organizacional e e-learning, inteligência estratégia no nível tático através da empresarial. O processo decisório nas
competitiva e monitoração ambiental, criação de um espaço organizacional organizações, segundo March e Simon
sistemas de informação gerenciais e para o conhecimento, o “ba” ou contexto (1975), é restringido pelo princípio da
balanced scorecard, memória organi- capacitante; e a metáfora do “guarda- racionalidade limitada.
zacional e gestão de conteúdo, dentre chuva conceitual da GC” para a efetiva
outros. colocação da estratégia em ação no nível CUSTO DE OPORTUNIDADE
Há certa indefinição conceitual e operacional. Várias decorrências podem ser enu-
uma controvérsia na discussão sobre De acordo com Choo(1998), “orga- meradas da teoria das decisões: o pro-
a epistemologia da área que vem sendo nizações do conhecimento” são aquelas cesso decisório é dirigido pela busca de
chamada de “Gestão do Conhecimento” que fazem uso estratégico da informação alternativas, que sejam boas o bastante,
(GC) ou Knowledge Management (KM). para atuar em três arenas distintas e em detrimento da busca pela melhor
Trata-se de uma derivação semântica ou ligadas: sensemaking ou a construção de alternativa existente; a escolha de uma
de uma mudança conceitual? Um caso sentido; criação de conhecimento, por alternativa implica a renúncia das de-
de “velhos vinhos em novas garrafas” ou intermédio da aprendizagem organiza- mais alternativas e a criação de uma
um repensar das estratégias e práticas cional; e tomada de decisão, com base seqüência de novas alternativas ao longo
de gestão para as organizações da era no princípio da racionalidade limitada. do tempo – entende-se a relatividade
do conhecimento? O objetivo do sensemaking é a garantia como um custo de oportunidade, que
Longe de aceitar sem uma avaliação de que as organizações se adaptem aponta também para a avaliação das
crítica os diversos clichês gerenciais e continuem a prosperar em um am- alternativas preteridas; uma decisão
sobre o tema, podemos buscar respostas biente dinâmico e mutável, através da completamente racional requer infor-
a esses questionamentos. Por que e para prospecção do ambiente organizacional mações além da capacidade de coleta da
que devemos pensar estrategicamente em busca de informações relevantes empresa e também um processamento
a informação e o conhecimento nas que permitam compreender as mudan- de informações além da capacidade de
organizações? Para que utilizamos a ças, tendências e cenários dos clientes, execução de seres humanos.
informação estratégica em nossas em- fornecedores, concorrentes e demais A criação do conhecimento organi-
presas? Se o conhecimento é realmente atores ambientais. As organizações en- zacional é a ampliação do conhecimento
vital para a sobrevivência e compe- frentam ainda outras questões, como a criado pelos indivíduos, se satisfeitas as
titividade organizacional, como criar redução da incerteza e o gerenciamento condições contextuais que devem ser
um contexto favorável para que ele se da ambigüidade. propiciadas pela organização. É o que
manifeste e seja efetivamente utilizado? A inteligência competitiva e do con- Von Krogh, Ichijo e Nonaka (2001) deno-
Há uma profusão de conhecimentos em corrente, a monitoração ambiental, a minam “contexto capacitante” ou “Ba”.
cada organização, mas o simples fato de prospecção tecnológica, a pesquisa de Esse contexto pode ser traduzido pelo
existirem não assegura sua utilização! mercado e atividades correlatas são conjunto de condições favoráveis que
E quais são as abordagens gerenciais iniciativas que têm como um de seus devem ser propiciadas pela organização,
e ferramentas que colocam em ação a objetivos a construção de sentido a com o objetivo de permitir o comparti-
estratégia relacionada ao conhecimento respeito de questões para as quais não lhamento e a aprendizagem, as idéias e

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inovações, além da tolerância a “erros tuintes do “contexto capacitante” são: da informação, a gestão do capital inte-
honestos” e a solução colaborativa de a intenção ou visão do conhecimento lectual, a aprendizagem organizacional,
problemas, dentre outros. Trata-se de organizacional, a cultura e o comporta- a inteligência competitiva e as comuni-
uma tarefa difícil, já que é antinatural mento organizacional, o caos criativo, a dades de prática. É justamente a inter-
compartilhar algo que efetivamente me redundância, a variedade de requisitos, relação e a permeabilidade entre esses
confere poder e ao alterar as relações a mobilização dos ativistas do conheci- vários temas que possibilita e delimita
de poder, é necessário atuar sobre a mento, a autonomia e delegação de po- a formação um possível referencial te-
cultura organizacional vigente. deres, além de questionamentos acerca órico de sustentação, que se intitula
Sob essa ótica, a palavra gestão, da estrutura organizacional, layout e “gestão do conhecimento”. Ou seja, a GC
em sua associação com a palavra co- hierarquia, dentre outros. deve ser vista como uma área “guarda-
nhecimento, não deve ser entendida Finalmente, a metáfora do “guar- chuva”. O feedback do modelo se dá
como sinônimo de controle. Gestão, no da-chuva conceitual da GC” pressupõe pela classificação dos temas inseridos
contexto capacitante, significa promoção que debaixo dele estão alojados vários no guarda-chuva dentro do modelo de
de atividades criadoras de conhecimento temas, abordagens gerenciais e ferra- Choo (1998). A inteligência competitiva
em nível organizacional e a GC assume mentas – ao mesmo tempo, distintos é uma iniciativa de sensemaking, ou
uma nova perspectiva hermenêutica e superpostos – orientados para as construção de sentido; a gestão estra-
– de gestão do conhecimento para o questões da informação e do conheci- tégica da informação e as comunidades
significado de “gestão para o conheci- mento nas organizações. Dentre esses, de prática se encaixam na temática de
mento”. Os vários elementos consti- podemos destacar a gestão estratégica criação de conhecimento e assim por

FIGURA 1

PROPOSTA DE MAPEAMENTO CONCEITUAL INTEGRATIVO DA GC

Modelo Choo (1998) As abordagens são


orientadas pela estratégia
Organizações do conhecimento
e uso informação estratégica
Mapa Integrativo de GC
(Alvarenga Neto, 2005) Metáfora do guarda-chuva
conceitual da GC

Concepção estratégica Cria as condições


propícia às condições para as várias Gestão da
favoráveis abordagens gerenciais inovação
e ferramentas
formarem o corpo
Contexto técnico-conceitual
associado à Gestão
Sensemaking ou Capacitante do Conheciment
Comunidades
de prática Aprendizagem
construção de organizacional
sentido: curto prazo (reais e virtuais)
e longo prazo Cultura, comportamento,
atitude, crenças e valores, Mobilizar os
ativistas do Gestão
competências, estratégica da
recrutamento e seleção conhecimento
Criação de conhe- informação
cimento (através Gestão do capital
da aprendizagem infelectual (humano,
organizacional estrutural e cliente)
Autonomia, Diversidade,
Intenção, Visão do flutuação,
Conhecimento caos criativo
ewpowerment
Inteligência
Tomada de decisão competitiva
(com base no Ativos intangíveis
Mensuração: Monitoração
princípio da racio- ambiental
nalidade limitada) BS, EVA, HRA IC
Redundância, Layout
variedade de Locais de encontro
requisitos (reais e virtuais) Ferramentas de
Locais de trabalho Gestão de competências
e desenvolvimento TI aplicadas a GC
orgaizacional
Fonte: Alvarenge Neto, 2005

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diante. A Figura 1 apresenta essa con- eram os aspectos, abordagens geren- encontraram na vanguarda do tema e
tribuição e sua conseguinte proposta de ciais e ferramentas consideradas sob a cabe ressaltar algumas de suas práticas
avanço na área pela proposição de novo égide da área, programa ou projeto de relevantes. O CTC, nas questões referen-
conhecimento. GC em suas respectivas organizações. tes ao capital intelectual, implementou
Como forma de compartilhar as vi- Eis a síntese das respostas: monito- uma série de iniciativas, com destaque
sões e iniciativas concretas das em- ração ambiental, inteligência competiti- para:
presas no campo da GC, apresentamos va, pesquisa de mercado; gestão estraté- • “Projeto Backup” – Projeto que
uma súmula dos resultados de estudos gica da informação, gestão eletrônica de visa garantir a transição das pessoas e
de caso, realizados em três grandes documentos, mapeamento de processos; conhecimentos da melhor forma possí-
organizações atuantes no Brasil que gestão do capital intelectual, competên- vel. Seu escopo é identificar, organizar,
implementaram iniciativas de GC: o cias, pessoas e ativos intangíveis; co- armazenar, disponibilizar o conhecimen-
Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), munidades de prática – reais e virtuais; to dos profissionais com aposentadoria
a Siemens do Brasil e a Pricewaterhou- aprendizagem organizacional, inclusive próxima, visando reter na empresa par-
seCoopers (PwC). O objetivo do estudo e-learning; apoio ao processo decisório e te do conhecimento destes profissionais;
era investigar e analisar as concepções, criação do contexto capacitante. planejamento de aposentadorias junto
motivações, práticas e resultados de Complementarmente, os entrevis- com o RH; indicação e treinamento de
GC, avaliando alguns pressupostos am- tados foram indagados sobre a ênfase sucessores no conhecimento; foco no
parados na proposta de mapeamento ou aspectos prioritários da GC em suas conhecimento existente e não-compar-
conceitual integrativo. organizações. Observou-se que a fase tilhado; realização de workshops;
Os principais motivadores da GC inicial e ponto de partida para quaisquer • “Banco de Idéias” – Visa propiciar
nas organizações estudadas giram em iniciativas de GC – a gestão estratégica a continuidade de criação de novos pro-
torno de constatações dos seguintes da informação – estava em estágios de jetos relevantes de P&D. Implementou-
aspectos: inexistência de práticas de quase maturidade, com a consciência se um sistema de avaliação de idéias,
compartilhamento e proteção de in- de que é um processo permanente. As com destaque para a redução da avalia-
formações e conhecimentos, levando à organizações procuravam avançar para ção subjetiva, o envolvimento do autor
reinvenção da roda e à duplicação de aspectos relativos ao compartilhamento, em todo o processo e a criação de um
esforços; problemas com a coleta, tra- à cultura organizacional e à criação do comitê de avaliação de idéias. Desde a
tamento, organização e disseminação contexto organizacional favorável ou sua implementação, várias novas idéias
de informações, denotando ausência de contexto capacitante. se tornaram projetos, como, por exem-
uma gestão estratégica da informação; Por fim, os principais resultados plo, a limpeza química de evaporadores
reconhecimento de que a informação e o alcançados com a GC pelas organizações e o secador de bagaço a vapor.
conhecimento são os principais fatores deste estudo foram: redução do ciclo de • Monitoração ambiental e inteli-
de competitividade dos tempos atuais; inovações e a aceleração do tempo de gência – Utilização de fotos de satélite
e premência da criação de um contexto entrega de soluções ao mercado; am- e geoprocessamento com o objetivo de
capacitante na organização frente à pliação da fatia de mercado, aumento estabelecer padrões de comportamento
necessidade de se endereçar questões do portfólio de negócios e aumento da espectral que permitam a identificação
culturais e comportamentais. carteira de clientes; melhoria na co- e quantificação de áreas cultivadas com
Constatou-se a ausência de consenso laboração entre as pessoas e equipes, variedades registradas usando imagens
sobre uma definição para a GC nas or- facilidade de se localizar expertise; de satélites.
ganizações estudadas. Contudo, alguns diminuição do retrabalho e redução Já na Siemens, destacaram-se as
termos eram comuns nas respostas dos de custos; preservação da memória seguintes práticas gerenciais e ferra-
entrevistados: processo, informação, organizacional; aumento da potência de mentas:
conhecimento, inovação, explicitação, aprendizagem organizacional e anteci- • “Siemens Sharenet” – Ferramenta
registro, compartilhamento, cultura or- pação de movimentos estratégicos da mundial de comunidades de prática para
ganizacional, acesso e utilização, dentre concorrência. compartilhamento de conhecimento,
outros. Em seguida, com o objetivo de através de tecnologias de colaboração
verificar a proposta intitulada “guarda- RESULTADOS DA PESQUISA síncronas (chats) e assíncronas (news,
chuva conceitual de GC”, pedimos aos A pesquisa permitiu também cons- knowledge library, fóruns de discussão,
entrevistados que respondessem quais tatar que as organizações do estudo se gestão de documentos, pedidos urgen-

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tes e troca de material – hardware, radores, estagiários e terceiros). postas e soluções a seus clientes, com
software, componentes). A Siemens • Métricas para a GC na Siemens: maior agregação de valor, além da dimi-
obteve resultados bastante expressivos Strategic-Skill-Gap – Indicador que nuição significativa do tempo de prepa-
com a utilização da Sharenet (milhões consiste em abrir o mapeamento estra- ração de propostas e antecipação das
de dólares) e um estudo estatístico de tégico dos produtos, das soluções e dos necessidades dos clientes. Destaques
2002 demonstrou que, em média, os serviços, nas dimensões da tendência de para a implementação e a contratação
colaboradores poupam 3 horas por mês, mercado e da relevância para o negócio, de metas de aprendizagem e comparti-
uma projeção de 64 milhões de euros em termos de competências estratégi- lhamento junto aos seus colaboradores
por mês. cas essenciais para o domínio desses e o GBP – Global Best Practices, um
• People Sharenet – É uma prática produtos, soluções e serviços. A partir sistema mundial de compartilhamento
de compartilhamento mundial de recur- dessa abertura, a organização avalia e aprendizagem.
sos intelectuais baseada em ofertas e com os colaboradores, se para essas As conclusões sugerem que não se
demandas de conhecimento visando a competências estratégicas, eles são gerencia conhecimento, apenas se pro-
fomentar intercâmbios de conhecimen- sub-qualificados, ou supraqalificados. Os move ou se estimula o conhecimento
tos baseados em aprendizagem face to resultados deste mapeamento permitem através da criação de contextos organi-
face e job-rotations. dirigir estrategicamente o investimento zacionais favoráveis. Dentre os princi-
• “Athena” – Ferramenta de gestão e em aquisição de conhecimento; pais desafios colocados para a GC nas
redes de competências. Além de permitir KS-Enabled – Métrica que represen- organizações, destacam-se as ques-
descobrir sistematicamente "quem sabe ta o quanto a organização partilha ade- tões relativas à cultura organizacional,
o que" na organização, a ferramenta per- quadamente o seu conhecimento (por comportamento humano e criação do
mite o levantamento de métricas sobre unidade de negócio e no geral). Para contexto capacitante, além da criação
a distribuição das competências na em- isso, são medidas duas grandezas: a de um conjunto de indicadores para se
presa. É possível mapear competências cultura e a prontidão para compartilhar medir os retornos e benefícios de GC.
e levantar metas estratégicas de gaps e o uso das práticas e infra-estruturas Não se pode avaliar a GC somente com
de competências. A ferramenta Hestia adequadas no momento adequado. indicadores quantitativos, uma vez es-
se integra com a ferramenta Athena, Por fim, a PwC tem como medidas tamos gerenciando mudanças culturais,
uma vez que o modelo de competências de sucesso uma maior rapidez nas res- comportamentais e atitudinais.
Athena é uma referência importante riva@alvarenganeto.com.br
para o estabelecimento de prioridades
para desenvolvimento da aprendizagem
organizacional. referências bibliográficas
• “Happy Hour do Saber” – É uma
ALVARENGA NETO, R. C. D. de. Gestão do conheci- arch/projects/how-much-info-2003/). Acesso em:
prática informal de palestras, quando mento em organizações: proposta de mapeamen- set. 2004.
são compartilhados conhecimentos to conceitual integrativo. 2005. 400 f. Tese (Douto-
MARCH, J. G, SIMON, H. A. Limites cognitivos da
rado em Ciência da Informação) – PPGCI, Escola de
essenciais da organização de forma Ciência da Informação da UFMG, Belo Horizonte. racionalidade. In: Teoria das organizações. Rio de
Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1975.
mais “tácita” e espontânea. Trata-se de CHOO, C. W. The Knowing Organization : How
uma iniciativa local específica, que se Organizations Use Information for Construct STEWART, T. A. Capital Intelectual. Rio de Janeiro:
Meaning, Create Knowledge and Make Decisions. Campus,1998.
enquadra na política geral. As palestras Nova Iorque: Oxford Press, 1998.
VON KROGH, G., ICHIJO, K., NONAKA, I. Facilitan-
têm duração de uma hora e são minis- LYMAN & VARIAN. How much information 2003? do a criação de conhecimento. Rio de Janeiro:
tradas por colaboradores da empresa. Disponível em (http://www.sims.berkeley.edu/rese- Campus, 2001.
(todos podem ser palestrantes: colabo-

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