Você está na página 1de 10

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO – ENGENHARIA DE ENERGIA


DISCIPLINA DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE

PRÁTICA 2 - Medidores de vazão e velocidade para líquidos e gases

Nome dos Participantes do Grupo:


Brenda Rodrigues
Maicon Garcia
Rubne Catapan
Taciane Marins
Vanderlei Junior

Bagé, Fevereiro de 2022


I – INTRODUÇÃO

Segundo Schneider, 2007, A definição de fluxo está relacionado à uma grandeza por unidade de
comprimento, podendo ser área ou volume, como por exemplo W/m (potência por unidade de
comprimento), W/m² (potência por unidade de área) ou ainda W/m³ (potência por unidade de volume).
Conforme o exemplo do autor, a grandeza que representa a potência, em watts, é uma taxa de calor ou de
energia mecânica, pois representa energia por unidade de tempo (J/s).
Já as grandezas associadas à medição do escoamento em fluidos são a taxa de massa por unidade
de tempo m e de volume por unidade de tempo V ou Q. A taxa ou vazão volumétrica é dado por :
V= vA
No qual v representa o vetor velocidade, em m/s, e A representa a área, em m². A vazão volumétrica é
expressada no Sistema Internacional (S.I) em m3 /s, e pode ainda ser expressada em termos de l/s, l/h,
cm³ /min, etc. As unidades inglesas mais comuns são ft³ /min, in³ /s, gal/h, entre outras. Já a taxa de
massa ou vazão mássica, considerando o produto do vetor velocidade V pela área A como simplesmente
Vmed Ac é dada por:
m = ρvmed Ac.
No qual ρ representa a massa específica, em kg/m3 . No SI, a vazão mássica é kg/s, todavia, também pode
ser descrita em termos de seus múltiplos e submúltiplos, como g/s, ton/h ou kg/min.

II – OBJETIVOS

Objetivos Gerais: Determinar as vazões e as velocidades através de metodologias primárias como


medidas de volume no tempo e a utilização de tubos de Pitot e metodologias secundárias através de
medidores do tipo placa de orifício e tubo de Venturi, e ainda medidores comerciais do tipo rotâmetro,
higrômetro e anemômetro.
Objetivos específicos são:

1) Circuito de água:
 Comparar as medidas de vazões obtidas no recipiente graduado (volume por tempo) com as
respectivas medidas de vazão calculadas a partir da velocidade obtida no tubo de Pitot
considerando a área do tubo. A partir dessa comparação, escolher um dos medidores para ser o
padrão primário de aferição e calibração.
 A partir das vazões padrões obtidas pelas medidas no recipiente graduado ou pelo tubo de Pitot,
construir um gráfico para realizar a aferição (curva de correção) para os medidores do tipo
rotômetro e hidrômetro. A partir do gráfico, propor uma equação de aferição para o medidor do
tipo rotâmetro e para o medidor do tipo hidrômetro.
 Construir um gráfico das vazões padrões obtidas pelas medidas no recipiente graduado ou pelo
tubo de Pitot em função da raiz quadrada da altura manométrica obtida no medidor do tipo venturi.
A partir do gráfico, propor uma equação de calibração para o medidor do tipo venturi.
 Construir um gráfico das vazões padrões obtidas pelas medidas no recipiente graduado ou pelo
tubo de Pitot em função raiz quadrada da altura manométrica obtida no medidor do tipo placa de
orifício. A partir do gráfico, propor uma equação de calibração para o medidor do tipo placa de
orifício.

2) Circuito de ar:
 A partir das vazões padrões obtidas pelo tubo de Pitot, calculadas a partir da velocidade
considerando a área do tubo, construir um gráfico para realizar a aferição (curva de correção) para
o medidor do tipo anemômetro. A partir do gráfico, propor uma equação de aferição para o medidor
do tipo anemômetro.
 Construir um gráfico das vazões padrões obtidas pelo tubo de Pitot em função raiz quadrada da
altura manométrica obtida no medidor do tipo venturi. A partir do gráfico, propor uma equação de
calibração para o medidor do tipo venturi.
 Construir um gráfico das vazões padrões obtidas pelo tubo de Pitot em função raiz quadrada da
altura manométrica obtida no medidor do tipo placa de orifício. A partir do gráfico, propor uma
equação de calibração para o medidor do tipo placa de orifício.

III – MATERIAIS E MÉTODOS

Materiais:
 Tubulação em aço (circuito a ar) e tubulação em PVC soldável (circuito a água);
 Medidores do tipo placa de orifício, venturi, tubo de pitot e anemômetro de ventoinha (circuito a
ar);
 Medidores do tipo rotâmetro, hidrômetro, Venturi, placa de orifício, tubo de Pitot e recipiente
graduado (circuito a água).

Métodos:

Circuito de água:
 Foi utilizado o medidor do tipo rotâmetro como instrumento para a estimativa do fluxo, regulação
da vazão para o nível mais baixo do dispositivo (10L/min.);
 Com a vazão ajustada, foi realizada a leitura da vazão no hidrômetro, queda de pressão
manométrica nos dispositivos Venturi, placa de orifício, e tubo de Pitot e determinada a vazão de
escoamento pela obtenção volume em função do tempo no compartimento volumétrico;
 Aumentou-se gradativamente a vazão de água no sistema (base no rotâmetro) e, para cada
aumento, repetiu-se o procedimento da leitura da vazão no hidrômetro. O procedimento foi
repetido até atingir a capacidade máxima do sistema. Com o término, realizou-se o tratamento dos
dados conforme os objetivos específicos.

Circuito de ar (operação com o medidor do tipo venturi):


 Utilizando o medidor do tipo anemômetro de ventoinha como instrumento para a estimativa do
fluxo, regular a velocidade do ar para o nível mais baixo do sistema (5m/s);
 Após a velocidade ser ajustada foi realizada a leitura da queda de pressão manométrica nos
dispositivos Venturi e tubo de Pitot. Foi aumentada gradativamente a velocidade de ar no sistema
(base no anemômetro) e para cada aumento é realizada uma nova leitura da queda de pressão
manométrica até que a capacidade do sistema seja atingida.
 Com o término, realizou-se o tratamento dos dados conforme os objetivos específicos.

Circuito de ar (operação com o medidor do tipo placa de orifício):


 Utilizando o medidor do tipo anemômetro de ventoinha como instrumento para a estimativa do
fluxo, regular a velocidade do ar para o nível mais baixo do sistema (2,5m/s);
 Após a velocidade ser ajustada foi realizada a leitura da queda de pressão manométrica nos
dispositivos Venturi e tubo de Pitot. Foi aumentada gradativamente a velocidade de ar no sistema
(base no anemômetro) e para cada aumento é realizada uma nova leitura da queda de pressão
manométrica até que a capacidade do sistema seja atingida.
 Com o término, realizou-se o tratamento dos dados conforme os objetivos específicos.

IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo Schneider, 2007, ao caracterizar os escoamentos, os mesmos passam pela medição de


propriedades locais, integradas e globais. Tais propriedades locais podem ser termodinâmicas, de
pressão, de temperatura, de massa específica, etc, cujas propriedades definem o estado do fluido, além
de sua velocidade.
As propriedades integradas, segundo Schneider (2007), denominam-se vazão em mássica e
volumétrica. Já as propriedades globais estão compreendidas entre aquelas que são relativas ao campo
de escoamento.
Os princípios físicos e tipos de instrumentos de medição da velocidade média local (Anemômetro),
num ponto ou região de interesse, são Flutuadores ou partículas flutuantes, que estima a velocidade ao
longo de um escoamento, e princípio de medição é baseado no acompanhamento desses flutuadores ao
longo da corrente de fluído, Sensores rotativos cuja base está relacionada a transformação de um
movimento relativo de um rotor, submetido a um escoamento de um líquido ou de um gás, Tubo de Pitot
que permite obter a velocidade de uma dada corrente de um escoamento a partir da medição de duas
pressões: estática e de estagnação [SMITH SCHNEIDER, 2007]. A velocidade do fluido é obtida pela
equação pela da lei de conservação da massa e da energia. A lei da conservação da massa aplicada a dois
pontos 1 e 2 de uma linha de corrente resulta em
m = ρ1v1 A1 = ρ 2v2 A2
As grandezas v e A referem-se à velocidade média do escoamento e à área da seção normal ao
mesmo escoamento, nas posições de uma linha de corrente.
Para os cálculos, utilizou-se os diâmetros internos fornecidos e o volume de água e ar que irão ser
utilizados no circuito, como mostra a Tabela 1.

Tabela 1: Diâmetro interno, área e volume.

Para o circuito de água, foram obtidas vazões padrão obtidas pelo recipiente graduado, para
circuito de água, onde as Tabelas 2 e 3 demonstram os cálculos realizados para Tubo Pitot - Venturi.

Tabela 2: Cálculos de vazão - circuito de água - Venturi

Tabela 3: Volume – Venturi


Paralelo a isso, foram realizados cálculos para o mesmo circuito de água, porém, com Placa de
Orifício, como demonstram as Tabelas 4 e 5.

Tabela 4: Cálculos de vazão - circuito de água - Placa de Orifício

Tabela 5: Volume - Placa de Orifício


Após serem realizados os cálculos acima, criaram-se os gráficos de comparação a seguir com a
placa de orifício e orifício, de acordo com figura 1 e 2, respectivamente.
Figura 1 - Gráfico Placa de Orifício

Fonte: Autores, 2022.

Figura 2 - Gráfico Venturi

Fonte: Autores, 2022.

A seguir temos os cálculos referentes ao circuito de ar, de acordo com os dados obtidos a partir
do experimento utilizando o circuito com ar venturi, foram obtidos os dados conforme tabela 6, 7 e 8.
Tabela 6 - Ensaio Anemômetro
Tabela 7 - Ensaio Pitot

Tabela 8 - Ensaio Venturi

Foi possível obter as seguintes relações através das tabelas acima, que elas foram de uso para
serem realizadas as conversões e os delta h das mesmas.
Na sequência foram realizados os cálculos para a segunda parte do experimento do circuito com ar,
mas nesse ponto utilizando a placa de orifício, onde foram encontrados os seguintes valores, de acordo
com as tabelas 9, 10 e 11.

Tabela 9 - Ensaio Anemômetro

Tabela 10 - Ensaio pitot


Tabela 11 - Ensaio placa de orifício

V – CONCLUSÃO

Concluímos os objetivos do trabalho a partir dos valores fornecidos, o volume de água e o volume

do ar, com isso foi possível calcular o diâmetro interno, a área e o volume (tabela 1). Após encontrar esses

dados calculamos a vazão e o volume do tubo de pitot - Venturi (tabela 2 e 3), posteriormente foi

calculado o mesmo ciclo da água, mas desta vez com o uso da Placa de Orifícios (tabela 4 e 5). E por fim

foi criado gráficos de comparação.

A partir dos cálculos realizados foi possível notar uma grande diferença com o uso da Placa de

Orifícios, todos os dados mudam consideravelmente diminuindo seus resultados, também nota-se que os

pontos de ambos os gráficos, mesmo com valores diferentes, são muito parecidos. Conforme análises de

comparação é possível notar que no tubo de pitot - venturi, como a área é menor a velocidade se torna

maior, com isso diminui a pressão nas paredes do tubo, já com o uso da placa de orifícios a velocidade

começa a mudar, então consequentemente irá mudar sua pressão nas paredes do tubo.
VI – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BENEDICT, R. P. “Fundamentals of Temperature, Pressure and Flow Measurements” John Wiley &
Sons, N.Y., 1984.

DALMÉE, G.J. “Manual de Medição de Vazão” Editora Edgard Blücher Ltda, São Paulo, 1983.

FOX, R.W.; MCDONALD, A.T. “Introdução à Mecânica de Fluidos”, Editora Guanabara Koogan S.A.,
Rio de Janeiro, 1995.

HOLMAN, J.P. “Experimental Methods for Engineers” McGraw-Hill, 1996.

PERRY, R.H. & CHILTON, C.H. “Manual de Engenharia Química”, Guanabara Dois, Rio de Janeiro,
1980.

SMITH SCHNEIDER, P., 2007, Medição de Pressão em Fluidos, Apostila da disciplina de Medições
Térmicas, Engenharia Mecânica, UFRGS, Porto Alegre (www.geste.mecânica.ufrgs.br)

WEBSTER, J.G. “The measurement instrumentation and sensors Handbook” Library of Congress
Cataloging-in-Publication Data, 1999.

Você também pode gostar