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SEBASTIAO

Para entendermos um pouco sobre as siglas que englobam as diversas sexualidades e


identidades de gênero, precisamos começar pelo básico.

Sexualidade X Identidade de gênero

A orientação sexual se refere ao desejo afetivo-sexual, romântico ou não-romântico que uma


pessoa tem por outra. Essa orientação pode, entre outras definições, ser homossexual,
heterossexual, pansexual ou bissexual. Existem ainda outras modalidades de orientação
sexual, como assexual e demissexual. A identidade de gênero diz respeito a como a pessoa se
sente e se percebe em relação ao seu gênero. É um sentimento e um sentido profundo sobre si
mesmo. Sua identidade de gênero pode ser feminina, masculina, trans, travesti ou ainda pode
ser designada como mulher, homem, mulher trans, travesti, homem trans, não-binário, entre
outras possibilidades.

Cisgênero X transgênero

Cisgênero é o indivíduo que se identifica com o sexo biológico com o qual nasceu. Um exemplo
de cisgênero é uma pessoa que nasceu com genitália feminina e cresceu com características
físicas de “mulher”, além disso adotou padrões sociais ligados ao feminino, comumente
expressados em roupas, gestos, tom de voz. Ou seja, uma pessoa que nasceu com um
determinado gênero, e se identifica com ele até hoje.

Transgênero é uma pessoa que nasceu com determinado sexo biológico, e não se identifica
com o seu corpo. Um exemplo é o indivíduo que nasceu com genitália masculina, cresceu com
as transformações causadas pelos hormônios masculinos, mas sua identificação é com o físico
feminino.

PABLO

Significado das Siglas

Por trás da sigla LGBTQIA+ existe uma história representada por cada uma das letras que a
compõe. Embora tenham sua origem ligada a sentidos pejorativos, sabemos que a luta pela
diversidade é constante e hoje, mais do que nunca, vem sendo evidenciada uma consciência
coletiva em prol da liberdade de expressão.

Lésbicas: pessoas do gênero feminino, independente de serem cis ou trans, que se atraem
sexualmente ou romanticamente por outras pessoas também do gênero feminino.
Gays ou homossexuais: pessoas do gênero masculino, cis ou trans, que se atraem por outras
pessoas do gênero masculino.

Bissexuais: pessoas, de qualquer gênero, que se atraem tanto por pessoas do gênero
masculino quanto feminino.

Transexuais e Travestis:

Pessoas transexuais são aquelas que não se identificam com o gênero que foi atribuído no seu
nascimento. Ou seja, homens trans, mulheres trans, travestise, pessoas não-binário e pessoas
de gênero flúido são consideradas transexuais.

Já a definição de travesti é um pouco mais complexa.

A travesti é essa identidade de gênero feminino, latino-americana (não vamos encontrar a


palavra travesti em outras línguas, não tem tradução). E não tem masculino de travesti, é a
travesti e pronto. E essa pessoa nem sempre se identifica de uma forma binária, ela não é
homem e não necessariamente é uma mulher. Ela é a travesti" - Blogueira trans Dri Maria

Um exemplo de travesti que se tornou mais reconhecida na mídia é a participante do BBB 22,
Linn da Quebrada.

Queer

Termo que abriga pessoas que enxergam sua sexualidade e gênero dentro de um aspectro
vasto de possibilidades e não somente cis/ trans ou hétero bi, homo etc. Ou seja, pessoas que
não se encaixam dentro da héterocisnormatividade.

Intersexuais: pessoas cujo desenvolvimento sexual corporal não se encaixa na forma binária,
ou seja um termo que descreve a anatomia relacionada a questões reprodutivas ou sexuais
que se diferenciam nas definições típicas de homens ou mulheres.

Assexuais

A assexualidade é uma orientação como hétero, homo ou bi. A diferença é que não há atração


sexual, apenas afetiva. Assim como as outras, é possível manter namoro e casamento, porém
com ausência de qualquer desenvolvimento em relações sexuais.
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ENZO

Preconceito nas escolas

A comissão LGBTT da AERJ (Associação dos Estudantes Secundaristas do Estado do Rio de


Janeiro) lançou, no último mês de março de 2021, um formulário voltado para os estudantes
do Rio de Janeiro. Os dados confirmaram as suspeitas que já existiam: os estudantes LGBTs
sofrem cotidianamente com diversos tipos de violência nos espaços onde estudam.

Segundo o levantamento, 67,8% dos estudantes afirmam já ter sofrido ou presenciado algum
tipo de agressão em razão de sua orientação sexual ou identidade de gênero. Desses, 75,9%
afirmam não ter sentido segurança para buscar apoio na direção da escola. “É possível
perceber que o ambiente escolar ainda é um local de insegurança para muitos alunos. Esse
fato é extremamente prejudicial para o processo de aprendizado”, afirma Ruan Vidal,
presidente da AERJ.

Ao responder o formulário, 77,7% dos alunos disseram que sentem-se inseguros em expressar
sua identidade de gênero ou orientação sexual dentro da escola. Na opinião de 42,1%, a escola
repreenderia um aluno transexual que usasse o uniforme com que se sente mais confortável.
Esses dados demonstram o quanto as escolas continuam sendo espaços de perpetuação dos
preconceitos. Isso se dá porque as relações sociais estão atreladas às relações de produção e,
portanto, as escolas reproduzem a lógica capitalista. Ao capitalismo interessa a segregação e a
marginalização de corpos LGBTTs, um projeto que começa desde a escola e os persegue
durante toda a vida.

Diante de tal realidade, o movimento estudantil tem um papel fundamental na luta contra a
LGBTTfobia promovida pelo modelo de produção capitalista. Nesse sentido, é papel das
entidades estudantis organizar, dentro e fora da escola, os estudantes LGBTTs na luta pelos
seus direitos, trazendo debates e levando à tona as suas reivindicações.

Atendimento médico para pessoas em transição hormonal

Quando eu procuro a unidade básica, eu sei que não vou ser mais um rótulo, mas sim uma
usuária como qualquer outra”, afirma a redutora de danos e mulher trans, Larah Caetano, de
27 anos. A percepção mais positiva sobre o acesso aos serviços de saúde se deve a mudanças
recentes em políticas de acolhimento desse público.

A resolução dialoga com a nova Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas


Relacionados a Saúde (CID-11), feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que retirou a
transexualidade da classificação de doenças mentais, em 2018, para ser classificada como
incongruência de gênero. Apesar de avanços, as necessidades de saúde dessa população ainda
não são atendidas de forma integral.
artista visual e educadora, Joanna Arlen, de 25 anos, iniciou o tratamento hormonal neste ano,
após problemas para ser atendida em outras unidades básicas. Para Joanna, os procedimentos
existentes ainda são muito experimentais. “Todos os procedimentos que fazemos ainda são
muito experimentais, tanto a utilização dos hormônios e bloqueadores, quanto algumas
cirurgias. Seria melhor, por exemplo, termos o hormônio adequado específicos para os corpos
trans”, ressalta.

Mesmo assim, ela ressalta a importância de poder contar com orientação médica. “Quando a
gente tem um profissional minimamente para nos orientar, pedir os exames adequados e
acompanhar o nosso quadro, isso garante que nós fiquemos vivos e proporciona uma
qualidade de vida que, até então, a gente não tem”, afirma Joanna Arlen.

SEBASTIAO

Transexuais no mercado de trabalho

A Constituição brasileira é clara: todos têm direito à educação, à saúde e ao trabalho,


permitindo que as pessoas vivam de forma digna, com direitos iguais. Porém, basta olhar para
o lado para perceber que, muitas vezes, essas garantias ficam apenas no papel. Exemplo dessa
discrepância pode ser observada na população transgênera que sofre com a falta de
visibilidade. De acordo com a ONG Transgender Europe, em números absolutos, o Brasil é o
país com o maior número de registros de pessoas trans assassinadas: entre 1º de janeiro de
2008 e 30 de setembro de 2016, foram 900 crimes. Em segundo lugar está o México, com 271
assassinatos, três vezes menos que o Brasil. Estes crimes acontecem, muitas vezes, porque as
vítimas estão socialmente desprotegidas.

Ao se identificarem com um gênero diferente dos que lhes foram atribuídos no nascimento,
os transgêneros enfrentam uma luta permanente para que sejam reconhecidos e respeitados
pela sua verdadeira identidade. Além disso, eles são excluídos do mercado de trabalho e dos
ambientes escolares, que sequer avaliam o seu potencial e conhecimento. “Eu gostaria que
houvesse mais inclusão. Que fosse vista a capacidade de produção da pessoa, mas é muito
difícil porque o preconceito é muito grande”, afirma Julianne da Costa Rosa, 62 anos,
educadora física. Distantes do mercado de trabalho formal e das escolas e universidades, são
marginalizados e hostilizados. A violência contra a população T é tão grande que a sua
expectativa de vida é baixíssima. Enquanto a média de vida do brasileiro é de 75,5 anos,
segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os transgêneros a
média cai para 35 anos.

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