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FACULDADE DO VALE ELVIRA DAYRELL – ISEED FAVED

CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO


ADILSON EMERSON LOPES

SISTEMAS CONTRA INCÊNDIO APLICADOS A UNIDADES HOSPITALARES


EM SÃO PAULO

SÃO PAULO - SP
2021
ADILSON EMERSON LOPES

SISTEMAS CONTRA INCÊNDIO APLICADOS A UNIDADES HOSPITALARES


EM SÃO PAULO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado a Faculdade do Vale Elvira
Dayrell – ISEED FAVED como pré-requisito
para obtenção do título de especialista em:
Segurança contra Incêndio e Pânico

SÃO PAULO - SP
2021
Lopes, Adilson Emerson. Sistemas contra incêndio aplicados a
Unidades hospitalares em São Paulo
São Paulo: Faculdade do Vale Elvira Dayrell – ISEED FAVED, 2021.
Especialização em Segurança Contra Incêndio e Pânico

RESUMO

Unidades hospitalares vivem em constantes mudanças estruturais, devido a evolução da


medicina, implicando com isso de as vezes de haver um sistema de prevenção a incêndios
efetiva, além da estrutura física, faz-se necessário o uso de equipamentos de combate a
incêndio eficientes e sistema de incêndio informatizado. O estudo foi baseado nas Instruções
Técnicas do Corpo de Bombeiros Militares do Estado de São Paulo (CBMESP) , Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A pesquisa teve início por meio de uma revisão
teórica das Instruções e Normas, depois análise de um projeto de uma rede hospitalar e por
fim a verificação se as legislações vigentes está sendo atendida.

Palavras-chave: Sistema contra incêndio aplicados a Unidades hospitalares em São


Paulo.
ABSTRACT

Hospital units live in constant changes, due to the evolution of medicine, implying that
sometimes there is an effective fire prevention system, in addition to the physical structure, it
is necessary to use efficient fire fighting equipment and system of computerized fire. The
study was based on the Technical Instructions of the Military Fire Department of the State of
São Paulo (CBMESP), of the Brazilian Association of Technical Standards (ABNT). The
research began with a theoretical review of the instructions and standards, after analyzing a
project for a hospital network and, finally, checking whether current legislation is being
complied with.

Keywords: Fire fighting system applied to hospital units in São Paulo.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CBPMESP - Corpo de Bombeiros da Policia Militar do Estado de São
NBR - Norma Brasileira Regulamentadora
RDC - Resolução da Diretoria Colegiada
SARS - Síndrome Aguda Respiratória Grave
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................4

2. DESENVOLVIMENTO.......................................................................................6

2.1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................6

2.2. ARQUITETURA HOSPITALAR......................................................................6

2.3. COMPARTIMENTO HORIZONTAL EM HOSPITAIS.................................11

2.4. COMPARTIMENTO VERTICAL EM HOSPITAIS......................................11

3. CONCLUSÃO....................................................................................................19

4. REFERÊNCIAS..................................................................................................20
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1. INTRODUÇÃO

A prevenção contra incêndios em unidades hospitalares é realizada por meio de medidas de


segurança, durante todo o funcionamento do estabelecimento. As unidades de saúde possuem
características diferentes se comparadas com outras edificações de ramos diferentes. Tendo
em vista por se tratar de tratamento à saúde, com utilização de equipamentos complexos, a
estrutura torna se diferenciada das demais empresas.
Se tratando de uma unidade de tratamento em saúde , caso haja um incêndio haverá danos
severos, conforme registros de incêndios ocorridos no Estado de São Paulo, podemos citar 2
ocorridos recentemente: Incêndio no Instituto do Coração, onde o incêndio teve início no
sistema de refrigeração, não houve vítimas, mas houve a necessidade de evacuação; e,
Hospital da Luz, onde começou o incêndio no térreo do prédio, na UTI de recém-nascidos.
Sendo que, a maioria dos incêndios em hospitais ocorrem por falta de estrutura de combate a
incêndio, além das instalações antigas e obsoletas.
Nos exemplos citados de incêndios em unidades hospitalares de São Paulo, não houve
vítimas fatais, devido a brigada de incêndio dessas unidades serem eficazes nas ações de
combate a incêndio, e os demais funcionários dessas Unidades participarem de forma ágil na
retirada de pacientes e população no local.
Segundo Miquelin (1992) , apresenta alguns exemplos de estruturas verticalizadas.

Figura 1 - Axonometria das tipologias mais usadas no projeto do edifício hospitalar vertical

Fonte: MIQUELIN (1992).


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Figura 2 - Axonometria das tipologias mais usadas no projeto do edifício hospitalar horizontal

Fonte: MIQUELIN (1992).

Compreende-se que os modelos de unidades hospitalares conhecidos seguem uma anatomia,


dificultando muitas vezes um sistema de incêndio eficaz. No Brasil seguimos como
ferramentas principais, as Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros e as Normas
Brasileiras de Regulamentação.
Sendo as principais : NBR 16651 – “Proteção contra incêndio em estabelecimentos
assistências de saúde”.
Devido estarmos no estado ao qual possui o maior número de hospitais do pais, e de acordo
com o ISB, foram registrados 53 incêndios em 2020, 27 incêndios em 2019 e 41 casos em
2021, e por estarmos passando por um período de pandemia COVID-19, o número da
população de hospitais aumentaram, tornando em caso de incêndio, muito mais graves a
evacuação de pacientes e acompanhantes, tornando necessário um sistema de incêndio mais
eficaz. Sabendo que boa parte da prevenção ocorre devido à orientações pré-estabelecidas
pelas Unidades de Saúde.
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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Revisão Bibliográfica

Para se manter um cenário de prevenção de incêndio, será apresentado a situação ao


qual o País está tratando a questão na área hospitalar, depois será apresentado revisão da
literatura relacionado a prevenção e combate a incêndios, sendo essas literaturas, Instruções
Técnicas (CBPMESP) e normas técnicas (ABNT).

2.2 Arquitetura hospitalar

Como a arquitetura de um hospital muda constantemente, devido a evolução


de equipamentos, aumento de população, atrelados ao avanço da tecnologia.
Além de levarmos em consideração, que os materiais de construção mudaram,
incêndios ocorreram e fez e faz-se necessário utilização de materiais que possam
retem ou conter esse tipo de incêndio.
Segundo Lauro Carlos Miquelin, a construção de uma arquitetura hospitalar
iniciou-se no século XVIII, com o Hotel Dieu, na França, onde ocorreram dois
incêndios nesse hotel, após eses incêndios que começaram a propor idéias mais
seguras para a construção de um novo hotel.
A figura abaixo representa a planta de um pavilhão do Hotel Dieu.
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Fonte: APHP – France (2016)

Com os incêndios ocorridos no século XX, nos Estados Unidos, o Brasil


passou a usar uma técnica construtiva de monobloco com diversos pavimentos, teve
início em 1543, na cidade de Santos, agora no final do século XVI, em São Paulo, foi
construido a Santa Casa no mesmo Sistema de monobloco, que nasceram como
exemplos a USP São paulo (1944) e o Hospital da Brigada Militar do Recife (1934),
(Góes, 2004), a seguir destaca-se o projeto do Hospital da Brigada Militar do Recife.
Fonte: RIBEIRO, Cecilia (2019).

Em 1990, no Brasil, foi criado o SUS (Sistema Único de Saúde), com garantias de
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com os esforços das instituiões públicas e pirvadas, a tendimento de 100% da população.


Com estabelecimentos especificos para tratamento do cancer, de olhos, coração, além de
Hospitais Gerais, UPA – Unidades de Pronto Atendimento, Postos de Saúde, Santa Casas,
Maternidades, etc.
Conforme convalescente há outra classificação para atendimentos prestados pelos
hospitais:
I – Hospitais Gerais: hospital-unidade sanitária, hospital local,
hospital regional ou distrital e hospitais de base;
II – Hospitais Especializados: prestam assistência especializada
para um determinado tipo de enfermidade;
III – Instituições Para-hospitalares: Institutos ou Clínicas de
Tratamento e Diagnósticos, Ambulatórios, Policlínicas,
Clínicas Gerais, Casa de
Convalescentes e doentes crônicos e Centros de Reabilitação
(BRASIL, 1944, p. 84).

Construções que independente da sua finalidade, apresentam caracteristicas muito


singulares, devido seu atendimento especifico. As classificações para hospitaissão quanto ao
quesito estrutural sendo: pavilhonar, monobloco ou mista, além de ser diferenciado como
ocupação vertical ou horizontal.
Miquelin (1992), em seu trabalho, apresenta o sistema construtivo
hospitalar como um organismo formado por unidades modulares, que por sua vez
integram dentro de um módulo de serviço os espaços funcionais e as instalações
necessárias para o seu adequado funcionamento. Assim, uma composição de
módulos devidamente organizados permite integrar os espaços de forma funcional e
independente.
A Segurança contra incêndio em hospitais no Brasil, pode ser realizada em etapas,
como: planejamento, execução e manutenção. Contudo nem todos os hospitais foram
projetados como dispositivos para prevenção de incêndio.
Entender a demanda de cada hospital possibilita uma evacuação eficaz, como em
unidade terréas ou com um ou dois pavimentos, como as UPA – Unidades de Pronto
Atendimento, enquanto nos hospitais onde existe setores de internação, centro cirurgico,
ambientes fechadnos, tornando com isso a evacuação em caso de incêndio mais demorada e
ineficaz.
Além das saídas de emergência tornam-se muito mais dificeis de serem utilizadas,
levando-se em consideração a quantidade de usuário do sistema de saúde, ou seja, quanto
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maior a população de unidade hospitalar, maior será a dificuldade de evacuação da


edificação. Por isso faz-se necessário a implantação de um sistema de incêndio eficiente,
desde a elaboração do projeto, assumindo com isso, um papel fundamental no sistema de
isolamento da edificação e permitindo a isolação de fumaça e calor. Além de outros
equipamentos que devem ser utilizados em conjunto com as saídas de emergência,
equipamentos como: detectores de fumaça, chuveiros automaticos, hidrantes, plano de
evacuação, dimensionamento de extintores e rotas de fuga adequadas.
Para um melhor dimensionamento dos sistemas de incêndio, os projetos deverão
seguir as instruções técnicas do Corpo de Bombeiros, sendo que cada Estado possui sua
própria instrução técnica., exemplo de instrução técnica do Estado de São Paulo e Decretos
Estaduais, que deverá ser seguida no projeto de combate a incêndio.

Classificação pelo CBPMESP – Decreto 63911/2018

Fonte: Decreto Estadual 63911, CBPMESP

Sendo que para se adequar ou construir uma edificação hospitalar deve se levar em
consideração a altura e grupo conforme Decreto, sendo Grupo H-3, tabela 1.
Os sistemas preventivos de combate a incêndio distinguem basicamente em dois
grupos, os de medidas passivas que agem sem intervenção humano, no caso, chuveiros
automaticos, controle de materiais de acabamento, controle de fumaça, já o sistema ativo,
dependem basicamente da atuação humana, no caso, brigada de incêndio, uso de hidrantes,
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etc.
Fonte: elaboração própria
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2.3 Compartimentos Horizontais em Hospitais

Sabemos que as barreiras impedem que a propagação de um incêndio tenham acesso


facilitado, aborda Seito et at. (2008):
O modo comum de propagação do fogo em um edifício é por meio de
portas abertas, escadarias e shafts não fechados, aberturas não protegidas e
espaços confinados que abrigam materiais combustíveis. Quando a
compartimentação for adequadamente projetada, construída e mantida e tiver
aberturas protegidas, ela deverá ser capaz de conter incêndios de severidade
máxima em qualquer tipo de ocupação. Entretanto, nenhuma
compartimentação poderá minimizar ou conter a propagação de forma
confiável se não for adequadamente construída e mantida, e se as aberturas não
forem protegidas (SEITO et al., 2008, p. 193).
Mesmo com a compartimentação em hospitais, há a dificuldade de evacuação dos
habitantes devido ausência de respostas dos habitantes.
A proteção de uma unidade hospitalar esta atrelada a três funcionalidades
principais: controle de expansão do incêndio, contenção do incêndio e
evacuação eficiente do ambiente.
Conforme Instrução Técnica do Corpo de Bombeiros de São Paulo: A
compartimentação horizontal é constituída dos seguintes elementos construtivos ou medidas de
proteção: a. paredes corta-fogo (EI); b. portas corta-fogo (EI); c. vedadores corta-fogo (EI); d.
registros corta-fogo (EI) (dampers); e. selos corta-fogo (EI); f. dispositivos automatizados de
enrolar corta-fogo (EI); g. afastamento horizontal entre aberturas.
Podendo ser utilizado qualquer material para composição desses elementos
construtivos, tais como: alvenaria, gesso acartonado, vidro e outros.
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2.4 Compartimentos Verticais em Hospitais

Segundo Instrução Tecnica do Corpo de Bombeiros de São Paulo, compartimentos


verticais são compostos por:
a. entrepisos corta-fogo (EI);

Fonte: Silva et al. (2010, pg. 18)

b. enclausuramento de escadas por meio de parede e portas corta-fogo (EI)de


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compartimentação;

Fonte: Instrução Técnica nº 19 do Corpo de Bombeiros de São Paulo

c. enclausuramento de poços de elevador e de monta-carga por meio de parede


de compartimentação;

Fonte: Instrução Técnica nº 19 do Corpo de Bombeiros de São Paulo

d. selos corta-fogo (EI);

Fonte: ABNT 11711

e. registros corta-fogo (EI) (dampers);


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Fonte: NBR 14518

f. vedadores corta-fogo (EI);

Fonte: NBR 11711

g. elementos construtivos corta-fogo (EI) de separação vertical entre pavimentos


consecutivos;

Fonte: Fonte: Instrução Técnica nº 19 do Corpo de Bombeiros de São Paulo

h. selagem perimetral corta-fogo (EI);

Fonte: Mursaki (1993)

Podendo ser empregado qualquer tipo de materiais para a composiçãodos elementos


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construtitivos, tais como: alvenaria, gesso acartonado, vidros e outros.

Fonte: Instrução Técnica nº 19 do Corpo de Bombeiros de São Paulo


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Fonte: Instrução Técnica nº 19 do Corpo de Bombeiros de São Paulo


17

Fonte: Instrução Técnica nº 19 do Corpo de Bombeiros de São Paulo


18

Fonte: Instrução Técnica nº 19 do Corpo de Bombeiros de São Paulo

Exemplo de compatimentação terreo em um hospital

Fonte: Projeto técnico próprio


Conforme itens destacados de cores diferentes, identificamos na cor vermelha as escadas de emergência e na cor
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azul setor com estrutura nas paredes corta fogo. Segundo a RDC 50, Vigilância Sanitária, indica que os setores deverão ser
autosuficientes, impedir a propagação do fogo e ser de facil acesso aos usuários em caso de incêndio.

3. CONCLUSÃO

No trabalho presente, apresentamos um modelo de prevenção contra incêndios em


unidades hospitalares na cidade de São Paulo. O estudo segue as normas e diretrizes de
legislações vigente, como : Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros, NBR, Anvisa, etc,
sendo que algumas Instruções Normativas são Estaduais, devendo cada Estado seguir a
legislação de si, e por se tratar de um assunto muito complexo e de dificil pesquisa na
literatura.
A partir da revisão bibliografica, sustentamos e justificamos a importância de uma
edificação de Unidade Hospitalar, possuir compartimentos contra fogo e saídas de
emergência, sendo os principais elementos para conter/retardar a propagação de incêndio e o
escoamento/evacuação dos habitantes de uma Hospital.
Para se fazer o levantamento de uma edificação segurança contra incêndio, tomamos
como base o Decreto Estadual do Corpo de Bombeiros de São Paulo, nº 63.911/2018, tabela
1, onde informa a classificação das edificações, sendo sua divisão H-3 Hospitais e
Assemelhados, além das Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros, NBR 16651.
Consideração que a utilização de Normas Brasileiras, são os elementos cruciais para
uma aprovação dos órgãos regulamentadores, não descartando as Normas Internacionais,
mas sim, utilizando-as em conjunto, para uma eficiente prevenção de incêndio e uma eficaz
evacuação em caso de sinistro. Aguardamos que o presente trabalho contribua para uma
melhor segurança nas Unidades Hospitalares Brasileiras.
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3. REFERÊNCIAS

ABNT.NBR 11711: Portas e vedadores corta fogo. Rio de Janeiro, 2003.

ABNT.NBR 14518: Sistema de ventilação para cozinhas profissionais, Rio de Janeiro,


2018.

ABNT.NBR 16651: Proteção contra incêndio em estabelecimentos assistenciais de


saúde, Rio de Janeiro, 2019

Decreto Estadual do Corpo de Bombeiros de São Paulo, 63.911/2018.

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da diretoria


colegiada - RDC nº 50, de 02 de fevereiro de 2002.

Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo, Instrução Técnica nº9:


Compartimentação Horizontal e compartimentação vertical, São Paulo, 2019.

Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo, Instrução Técnica nº19: Sistema
de detecção de alarme de incêndio.

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