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Baseado na Obra: Economia – Micro e Macro

Marco Antônio Sandoval de Vasconcellos

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1 – Introdução à Economia
2 – Demanda, Oferta e Equilíbrio
de Mercado
3 – Elasticidades
4 – Produção
5 – Custos de Produção
6 – Estruturas de Mercado
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- Introdução à Economia
Alguns Problemas Econômicos
A Economia como Ciência Social
Definição
Problemas Econômicos Fundamentais
Sistema Econômico
Análise Positiva e Normativa
Autonomia e Inter-relação
Divisão do Estudo Econômico
Fronteira de Possibilidades de Produção
Exercícios
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Alguns Problemas Econômicos:

- Por que a expansão da moeda e do crédito pode gerar


inflação ?
- Por que o nordestino possui uma renda per capita muito
inferior à do paulista ?
- Como pode uma desvalorização cambial conduzir a uma
melhoria na balança comercial e uma redução do salário
real ?
- Até onde juros altos reduzem o consumo e estimulam a
poupança ?
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Cont...

- Por que a taxa de juros de mercado e o preço esperado


de venda do produto são dados importantes para as
decisões de investimento das empresas ?
- Por que a renda dos agricultores se eleva quando ocorre
uma estiagem que reduz a produção ?
- Por que a alta de preço do cafezinho reduz a demanda de
açúcar ?
- Por que estudar economia quando o lazer é mais atraente ?

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Sua concepção:

A economia repousa sobre os atos humanos e é por excelência


uma ciência social. Apesar da tendência atual ser a de se obter
resultados cada vez mais precisos para os fenômenos econômi-
cos é quase que impossível se fazer análises puramente frias e
numéricas, isolando as complexas reações do homem no con-
texto das atividades econômicas.

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Definição

Deriva do grego: ECONOMIA


Oikos Nomos

“aquele que administra o lar”.

Economia é uma ciência social que estuda a


produção, a circulação e o consumo dos bens e
serviços que são utilizados para satisfazer as
necessidades humanas.

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Fatores de Produção
(ou Recursos Produtivos)

Fatores de Produção: são os insumos básicos utilizados


na produção de bens ou serviços.

São eles:

TERRA
TRABALHO
CAPITAL
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TERRA – é toda a riqueza do solo, do subsolo, dos rios
e dos mares de um país, empregados no
processo produtivo;

TRABALHO – é a somatória de todas as habilidades


físicas, mentais e espirituais da mão-de
obra, aplicados na produção de bens e
serviços. É o fator de produção básico
da economia.
CAPITAL – compreende as máquinas, equipamentos,
edificações e outros materiais utilizados
no processo produtivo.
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Obs. 1: A formação de capital envolve uma escolha entre
o consumo no presente e um consumo maior no
futuro.

Obs. 2: O processo de produzir e acumular capital é


chamado de investimento.

Exemplo: O trabalhador transformando o tronco de


uma árvore em uma cadeira. Para tanto, ele
se utiliza de diversos instrumentos (serrote,
martelo, pregos, etc)
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Definições Alternativas

-A economia é a ciência que estuda a escassez;

- A economia é a ciência que estuda o uso dos recursos


escassos na produção de bens alternativos;

- A economia é o Estudo da forma pela qual a sociedade


administra seus recursos escassos.

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Outra Definição

Economia é uma ciência social que estuda como o


indivíduo e a sociedade decidem utilizar recursos
produtivos escassos, na produção de bens e serviços,
de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e
grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer
às necessidades humanas.

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A Escassez: O Problema de Economizar
Necessidades Humanas > Ilimitadas ou Infinitas

Os desejos materiais provêm de duas fontes:


- Necessidades biológicas básicas;
- Bens e serviços supérfluos;
Contradição
Recursos Produtivos (Fat.de Produção) > Finito e Limitado
Escassez : Natureza limitada dos recursos da sociedade.
(restrição física dos recursos)
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Problemas Econômicos Fundamentais
O QUE e QUANTO produzir ?
A sociedade deve produzir mais bens de consumo ou
bens de capital, e quanto ?

COMO produzir ?
Questão de eficiência produtiva. Capital, mão-de-
obra ou terra intensiva.

PARA QUEM produzir ?


Como será a distribuição de renda gerada pela ativi-
dade econômica. Quais os setores beneficiados.
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Problemas Econômicos Fundamentais

Necessidades
humanas
ilimitadas O que e quanto?
X Escolha Como?
Escassez
Recursos Para quem?
produtivos (produzir)
escassos

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Sistemas Econômicos (Organização Econômica)

É a forma como a sociedade está organizada para


desenvolver as atividades econômicas.

Atividades de produção, distribuição e consumo de bens e


serviços.

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Sistema Econômico (Organização Econômica)

Principais formas:

. Economia de Mercado (ou descentralizada, tipo capitalista)


. Economia Planificada (ou centralizada, tipo socialista)

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Economia de Mercado

- Sistema de concorrência pura (ou concorrência perfeita)


(sem interferências do governo)

- Sistema de concorrência mista


(com interferência governamental)

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Sistema de Concorrência Pura

Laissez-faire: O mercado resolve todos os problemas


econômicos fundamentais (o que e quanto, como
e para quem produzir), como guiados por uma
mão invisível, sem a intervenção do governo.

Mecanismo de Preço

Promove o equilíbrio dos mercados


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Sistema de Concorrência Pura

Excesso de oferta (escassez de demanda)

Formam-se estoques

Redução de preços Até o equilíbrio

Existirá concorrência entre empresas para vender os


bens aos escassos consumidores.
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Sistema de Concorrência Pura

Excesso de demanda (escassez de oferta)

Formam-se filas

Tendência ao aumento de preços Até o equilíbrio

Existirá concorrência entre consumidores para a compra.

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Sistema de Concorrência Pura
O QUE e QUANTO produzir ?
(o que) Decidido pelos consumidores (soberania do consumidor).
(quanto) Determinado pelo encontro da oferta e demanda de
mercado.

COMO produzir ?
Questão de eficiência produtiva. Resolvido no âmbito das
empresas.
PARA QUEM produzir ?
Decidido no mercado de fatores de produção (demanda e oferta
de fatores de produção). Questão distributiva.
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Sistema de Concorrência Pura

Base da filosofia do liberalismo econômico.

(Advoga a soberania do mercado, sem interferência


do Estado. Este deve responsabilizar mais com justiça,
paz, segurança, e deixar o mercado resolver as questões
econômicas fundamentais).

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Sistema de Concorrência Pura
Oferta de bens Mercado de Demanda de bens
e serviços Bens e Serviços e serviços

O que e quanto
produzir
Empresas Como Famílias
produzir
Demanda de Para quem
serviços dos produzir Oferta de
fatores de serviços dos
produção. Mercado de fatores de
(mão-de-obra, terra, produção
Fatores de
capital)
Produção 24
Sistema de Concorrência Pura
Críticas:
- Grande simplificação da realidade;
- os preços podem variar não devido ao mercado mas,
em função de:
- força de sindicatos ( através dos salários que
remuneram os serviços de mão-de-obra);
- poder de monopólios e oligopólios (na forma-
ção de preços mais altos no mercado);
- intervenção do governo (impostos, subsídios,
tarifas, política salarial, fixação de preços mí-
nimos, política cambial);
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Sistema de Concorrência Pura
Críticas : (cont..)
- o mercado sozinho não promove perfeita alocação de
recursos. Em países pobres, o Estado tende a promover
a infra-estrutura básica, que exigem altos investimentos,
com retornos apenas a longo prazo, afastando o setor
privado;
- o mercado sozinho não promove perfeita distribuição de
renda, pois as empresas estão procurando a obtenção do
máximo lucro, e não se preocupam com questões distributivas.

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Sistema de Concorrência Pura

Essas críticas justificam a atuação governamental para


complementar a iniciativa privada e regular alguns mercados.
Há muitos mercados, entretanto, que comportam-se como
um sistema de concorrência pura. Ex. hortifrutigranjeiro.

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Sistema de Mercado Misto
O papel econômico do governo

Séc. XVIII - XIX Predominância : Sistema de mercado,


próximo ao da concorrência pura.

Início do Séc. XX O mercado sozinho não garante que a


economia opere sempre com pleno
emprego dos seus recursos.
Necessitando de maior atuação do
Setor Público na economia.
Evitar as distorções De que forma ?
alocativas e distributivas
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Sistema de Mercado Misto
Atuação do setor público:
- Atuação sobre a formação de preços, (via impostos, etc.);
- Complemento da iniciativa privada (infra-estrutura, etc.);
- Fornecimento de serviços públicos (iluminação, água,
saneamento básico, etc);
- Fornecimento de bens públicos (não vendidos no mercado.
Exemplo: educação, segurança, justiça, etc.);
- Compra de bens e serviços do setor privado;
- Regulamentações.
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Economia Centralizada
Agência ou Órgão Central de Planejamento decide
a forma como resolver os problemas econômicos
fundamentais.

Meios de produção Estado


Matéria-prima, residência,
capital.

Meios de sobrevivência Indivíduos


Carros, roupas, televisores, etc.
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Economia Centralizada
Características:
Processo Produtivo: os preços representam apenas
recursos contábeis que permitem o controle da efi-
ciência das empresas (não há desembolso monetário);
Distribuição do Produto: os preços dos bens de
consumo são determinados pelo governo
Repartição do lucro: Governo, investimento da
empresa e o restante dividido entre os adminis-
tradores e os trabalhadores.
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Sistemas Econômicos - Síntese
Mercado Centralizada

Propriedade Privada X Propriedade Pública


Problemas econômicos fundamentais
resolvidos
pelo mercado pelo orgão central

Maior eficiência alocativa Maior eficiência distributiva


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Economia Normativa (Análise Normativa)
X
Economia Positiva (Análise Positiva)
Apesar de alguns autores argumentarem que a análise econômica está
permeada de questões subjetivas, uma vez que o seu objeto de estudo
é o próprio sujeito que a estuda, ou seja, o homem, a teoria econômica
Apresenta alto grau de cientificidade.
Economia Normativa: abrange todos os argumentos que contenham
juízo de valor e, portanto, são análises subjetivas. Os argumentos
Normativos referem-se ao que deveria ser – Prescrição.
Economia Positiva: é o conjunto de conhecimentos objetivos, que
respeitam todos os cânones científicos – Descrição.

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Declarações Normativas = Os economistas prescrevem
(Prescritivas) como o mundo deveria ser.
Ex.: O Banco Central deveria reduzir a quantidade de moeda
emitida. (Envolve: juízos de valor, ética, religião, política,etc.)
(Formuladores de políticas)

Declarações Positivas = Os economistas tentam descrever


(Descritivas) o mundo como ele é.
Ex.: Uma redução na taxa de crescimento da quantidade de
moeda reduziria a Taxa de Inflação.
(Cientistas econômicos)

• O principal instrumento que a economia utiliza para


analisar a realidade são os modelos.
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Autonomia e Inter-relação:
• Idade Média (Séc. V ao XV): a atividade econômica
era parte integrante da Filosofia, Moral e Ética;
• Início do estudo sistemático da economia com o
advento da Revolução Industrial, no séc. XVIII:
Concepção Organicista (Biologia) e Concepção
Mecanicista. (Física)

A Economia repousa sobre os


atos humanos, objetivando a
Com o passar do tempo:
satisfação das necessidades
Concepção Humanística
humanas (Ciência Social).
(Psicologia) 35
Autonomia e Inter-relação:

Dificuldade de separar os fatores essencialmente econômicos


dos extra-econômicos.
A Autonomia da cada um dos ramos das Ciências Sociais
não deve ser confundida com um total isolamento, mas sim
observada sob diferentes óticas e investigada em termos não
unilaterais.

As manifestações das modernas sociedades encontram-se


interligadas.
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Aspecto Econômico
Aspecto Político Aspecto Social

Realidade
-Aspecto Material do
Objeto

Aspecto Histórico Aspecto Demográfico

Aspecto Geográfico
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Autonomia e Inter-relação: Economia e Política

Política é a arte de governar. O exercício do poder.


É natural que este poder tente exercer o domínio
sobre a coisa econômica.
Uso da política do Estado para concessão de vanta-
gens econômicas pelos grandes grupos econômicos.

Ex.: Agricultores na época da política do café com


leite.
Crédito subsidiado e tarifas protecionistas para
grandes industrias.
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Autonomia e Inter-relação: Economia e História

Os próprios sistemas econômicos estão condicionados


à evolução histórica da civilização. As idéias que cons-
troem as teorias são formuladas num contexto histórico
onde se desenvolvem as atividades e as instituições
econômicas.

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Autonomia e Inter-relação: Economia e Geografia

Os acidentes geográficos interferem no desempenho


das atividades econômicas e, inúmeras vezes, as divi-
sões regionais são utilizadas para se estudar as ques-
tões ligadas aos diferenciais de distribuição de renda,
de recursos produtivos, de localização de empresas,
dos efeitos da poluição, das aglomerações urbanas, etc.

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Autonomia e Inter-relação: Economia e Sociologia

Quando a política econômica visa atingir os indivíduos


de certas classes sociais, interfere diretamente no objeto
da sociologia, isto é, a dinâmica da mobilidade social
entre as diversas classes de renda.
Políticas salariais e gastos sociais ( educação, saúde,
transporte, alimentação etc. ) são exemplos que direta
ou indiretamente influenciam essa mobilidade.

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Autonomia e Inter-relação: Economia e Direito
Ex.:

Leis Anti-truste: Atuam sobre as estruturas de mercado,


assim como o comportamento das empresas.
Agências de Regulamentação: Ditam as regras de atuação
em determinadas áreas (ex.: petróleo, telecomunicações,etc)

Constituição Federal: Determina a competência para exe-


cução de política econômica. Estabelece os direitos e de-
veres dos agentes econômicos.
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Autonomia e Inter-relação:
Economia, Matemática e Estatística
A Economia faz uso da lógica matemática e das
probabilidades estatísticas. Muitas relações do
comportamento econômico podem ser expressas
através de funções matemáticas.

Econometria -> A estratégia de se estimar as relações


econômicas, matematicamente formu-
ladas, a partir da minimização dos
desvios aleatórios.
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Divisão do Estudo Econômico

Microeconomia – é o ramo da Teoria Econômica que


estuda o comportamento de consumidores e produtores
e o mercado no qual interagem. Preocupa-se com a deter-
minação dos preços e quantidades em mercados específicos.

Ex.: Evolução dos preços internacionais do café brasileiro.


O nível de vendas no varejo, numa capital.

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Divisão do Estudo Econômico
Macroeconomia – é o ramo da Teoria Econômica que
estuda o funcionamento da economia como um todo,
procurando determinar e medir o comportamentoa das variá-
veis agregadas, como o PIB, consumo nacional, investimento
agregado, exportação, nível geral de preços, etc, do sistema
econômico, com o objetivo de delinear políticas econômicas.

Tem um enfoque conjuntural, isto é, preocupa-se com a


resolução de questões como inflação e desemprego, a curto
prazo.
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Divisão do Estudo Econômico

Desenvolvimento Econômico – estuda modelos de desen-


volvimento que levem à elevação do padrão de vida (bem-
estar) da coletividade. Trata de questões estruturais, de
longo prazo (crescimento da renda per capita, distribuição
de renda, evolução tecnológica).
Economia Internacional – estuda as relações de troca entre
países (transações de bens e serviços e transações monetá-
rias). Trata-se da determinação da taxa de câmbio, do co-
mércio exterior e das relações financeiras internacionais.
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Curva (Fronteira) de Possibilidades de Produção

Revisando: Com desejos ilimitados e recursos produtivos


Limitados, enfrentamos o problema fundamental da
economia: a ESCASSEZ. Desta forma, não podemos
produzir tudo o que desejamos, temos que fazer escolhas.

O instrumental teórico da ciência econômica capaz de expli-


car o problema da escassez e a necessidade de fazer escolhas
é a CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO.

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