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UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO

CAMPUS RIBEIRÃO PRETO

FACULDADE DE DIREITO “LAUDO DE CAMARGO”


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
NÚCLEO DE ENSINO PRÁTICO - NEP

1ª RESENHA

CÓDIGO DO ALUNO
836884

ATIVIDADES COMPLEMENTARES 1

NOME DO LIVRO: sejamos todos feministas - chimamanda ngozi adichie

NÚMERO DO LIVRO: 2

NOME DO ALUNO: Leonardo Machado Bino de Oliveira

ETAPA: Etapa 1 SALA: 10B PERÍODO: Matutino

1° SEMESTRE / 2021
1. Referências bibliográficas:

ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Sejamos Todos Feministas. São Paulo: Companhia


das Letras, 26 de set. de 2014.

2. Referências biográficas:

Chimamanda Ngozi Adichie nasceu no ano de 1977 na cidade de Enugu, Nigeria. Seu
pai era professor e sua mãe uma importante administradora local. Desde a infância Chimamanda
não compreendia o tratamento de inferioridade que as mulheres do seu país recebiam.

Mestre em escrita criativa e em estudos africanos ela se tornou um ícone no movimento


feminista e na luta pela igualdade de gênero. Atualmente, a escritora coleciona livros e soma
mais de um milhão de vendas de seus exemplares pelo mundo.

Seu livro, sejamos todos feministas, surgiu da adaptação de uma palestra que deu em
2012 em uma conferencia que acontece anualmente na África.

3. Resumo da obra:

Os primeiros contatos da autora com as ideias do feminismo começam já na infância.


Quando seu amigo Okoloma, em uma clássica discussão de adolescentes, usa a palavra
feminista como uma espécie de xingamento. A escritora por sua vez começa uma incessante
pesquisa sobre o movimento e suas bases. E assim percebe o quanto essa palavra é cercada de
pré-julgamentos e estereótipos.

Após entender melhor o que significava o feminismo, a jovem começa a problematizar


uma serie de atitudes que acontecia no seu dia a dia. Uma dessas surge ainda na escola, quando
a professora diz que seria eleito um líder de sala e que esse líder seria a pessoa que tirasse a
maior nota na prova. A nota mais alta foi a de Chimamanda, entretanto não o suficiente para
ganhar o cargo pois ela era mulher esse cargo, culturalmente falando, não “pertence a
mulheres”. Por fim, o cargo foi dado a pessoa que tirou a segunda maior nota, um garoto.

Outra problematização começa dentro de casa, quando a escritora não entendia o fato
de não poder participar das reuniões que decidiam os assuntos importantes da família. O pior
era a justificativa para isso, a jovem, mesmo sendo autoridade em certos assuntos, não poderia
participar simplesmente porque mulheres não podem.
É mostrado na obra que as ideias preconceituosas sobre o feminismo alcançavam as
mais diversas esferas da sociedade africana. Concepções como: Feministas não são felizes, não
usam batom, odeiam homens, são frustradas ou não possuem poder aquisitivo. Eram vividas
diariamente nos mais diversos ambientes frequentados por Chimamanda. Pouco a pouco ela
começa a se questionar por que uma mulher não poderia entrar, por exemplo, em uma “balada”
sozinha, por que os garçons cumprimentavam somente os homens nas mesas dos restaurantes
ou até por que ela não poderia participar das decisões de família só por não ser do sexo
masculino.

Após se formar, a escritora conta o quanto é difícil desaprender certas lições que são
internalizadas nas mulheres. Uma desta lições, entra em conflito quando ela vai dar uma aula
para uma turma de pós graduação e fica apreensiva com a roupa que deveria vestir, o batom
que deveria usar para não parecer feminina e sim uma autoridade. É engraçado notar que em
um ambiente de autoridade, como uma faculdade, parecer feminina é demérito mas em
ambientes domésticos, que seria o lugar “correto” de uma mulher, o demérito é não ser o mais
feminina possível.

Em uma das passagens mais chocantes do livro, a escritora conta como mulheres, só
por não estarem acompanhadas por uma figura masculina, podem ser facilmente confundidas
com prostitutas. E se questiona como estas atitudes são tão naturalizadas que as pessoas nem
mesmo se envergonham por pensarem assim.

Após se formar e esculpir suas ideias sobre o feminismo, a autora descreve o quanto a
sociedade é evoluída para diversos fatores. E ao mesmo tempo, é tão fechada para assuntos
relacionados a igualdade de gênero. A mulher, simplesmente por não ter nascido homem, tem
que lutar dia a dia contra abusos, estar sempre condicionada a pensar que deve ser “bem quista”
socialmente ou até ter que mostrar o dobro de capacidade para chegar ao topo de uma grande
companhia.

Por fim, Chimamanda descreve que existem inúmeras figuras que representaram e
representam essa luta pela igualdade como sua avó. Mas que a estas não é conferido o termo
feminista, simplesmente por este termo ser estereotipado, o bastante, para representar quase que
um xingamento.

4. Apreciação da obra:
A leitura desse livro traz uma ampla visão do que é o movimento feminista e de como
este é tão importante para a sociedade. Por meio dessa leitura, se torna muito fácil entender
como pequenas atitudes “mecânicas” são extremamente preconceituosas.

Durante o decorrer da história me fiz o seguinte questionamento: Como eu nunca


percebi isso? Como eu nunca observei que, por exemplo, é conferido as mulheres a obrigação
de cozinhar, mas que ao mesmo tempo elas não podem ser grandes chefes de cozinha, pois
chegar ao topo “não é coisa para mulher”. Podemos fazer um paralelo com o Brasil em uma
simples pergunta: Como um país, com mais de 50% de sua população sendo mulheres, teve
apenas uma eleita presidente da república?

Devemos deixar claro que no Brasil presenciamos, cotidianamente, eventos muito


parecidos como os descritos no livro. Questões como o que uma mulher “deve” vestir, com
quem ela pode sair, ou até que horas ela pode andar na rua são de ampla difusão em nossa pátria.
E devem, imediatamente, serem combatidas.

Vale pontuar que mesmo sendo um livro africano, ou seja, de um país com uma cultura
notoriamente distinta da nossa. Nos aproximamos nas questões de gênero, a cultura machista
“infecta” como um vírus as duas sociedades causando danos muito parecidos. A luta do
movimento feminista é de suma importância e deve ser tratada, no Brasil, da mesma maneira
como Chimamanda Ngozi tratou na África.

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