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Curso de Direito
Trabalho de Conclusão de Curso
Brasília - DF
2014
2
Brasília
2014
_______________________________________________
Prof°. Celso Leardini
Orientador
Direito – UCB
_______________________________________________
Prof.
Direito – UCB
_________________________________________________
Prof.
Direito – UCB
4
Brasília
2014
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTO
RESUMO
ABSTRACT
The Federal District daily produces 7000 tonnes of solid, coming from construction
waste, illegally left the open-air dump on the outskirts of the city, known as
"Structural", without proper treatment. Discharges of waste in inappropriate places,
produced by individuals who eventually do work in their homes, are also common.
The theme involving solid waste from demolition of buildings, construction,
renovations, repairs, etc., operated by individuals, were treated in six separate laws:
the National Solid Waste Policy, CONAMA Resolution 307/2002, Law of
Environmental Crimes District, District law Nº. 4,704 , of December 20, 2011, Decree
No. 6514, July 22, 2008 . This study aims to analyze the vast legal arsenal on the
matter, both in federal, district , featuring clearly the administrative , civil and criminal
liability , the individual who pollutes the environment with inert construction waste , as
well demonstrate how the relevant obligations to the government for the promotion of
environmental education , increased enforcement and execution of positive
standards .
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................10
2 RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL .................................................................... 13
2.1 PREOCUPAÇÃO COM A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO E
DEMOLIÇÃO – RSCD - DISPENSADOS POR PEQUENOS GERADORES................................... 13
2.2 A COMPOSIÇÃO DOS RSCD ...................................................................................................... 14
2.3 IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO RSCD. ............................................................. 15
3 NORMATIZAÇÃO DA GESTÃO DE RSCD. .............................................................................. 18
3.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICO-NORMATIVA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS. ................................... 18
3.2 ARSENAL JURÍDICO BRASILEIRO CONTRA A DISPOSIÇÃO IRREGULAR DE RSCD. .. 19
3.3 LEI FEDERAL Nº 12.305/2010 – PNRS DEFINIÇÃO ................................................................. 20
3.3.1 Objetivos da Política Nacional Dos Resíduos Sólidos ............................................................. 21
3.3.2 Instrumentos econômicos .......................................................................................................... 21
3.3.3 Responsabilidade compartilhada .............................................................................................. 22
3.3.4 Penalidades ................................................................................................................................. 22
3.3.5 Responsabilidade pela coleta de resíduos sólidos. ................................................................... 23
3.3.6 Educação ambiental. .................................................................................................................. 23
3.5 LEI DISTRITAL N.º 4.704, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2011. ................................................... 25
3.6 LEI DE CRIMES AMBIENTAIS - LEI FEDERAL 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998. ... 26
3.6.1 Responsabilidade Penal. ............................................................................................................ 26
3.6.1.1 Princípios do direito penal aplicáveis aos crimes ambientais. ............................................. 28
3.6.2 Sanções administrativas aplicáveis a pessoas físicas. .............................................................. 29
3.6.2.1 Decreto n.º 6.514, de 22 de julho de 2008. ............................................................................. 30
3.7 Responsabilidade civil da pessoa física infratora. ...................................................................... 32
4 O PAPEL DESEMPENHADO PELO PODER PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL – SLU E A
GESTÃO DO RSCD - COLETA, TRANSPORTE E DISPOSIÇÃO FINAL DE RSCD .................... 34
4.1 Panorama geral da gestão de RSCD no distrito federal - dificuldades na gestão do RSCD .. 34
5. POSSÍVEIS SOLUÇÕES PARA GESTÃO DE RSCD PRODUZIDO POR PESSOA FÍSICA. .... 36
5.1 Áreas de transbordo, triagem e reciclagem de RSCD. .............................................................. 36
5.2 Educação Ambiental ..................................................................................................................... 36
5.3 Fiscalização .................................................................................................................................... 37
6 CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 38
BIBLIOGRAFIA................................................................................................................................... 40
10
1 INTRODUÇÃO
Inicialmente, cumpre esclarecer, que a poluição por resíduos sólidos é aquela causada
pelas:
Segundo o Ministério das Cidades (Brasília, DF, 2005), “a questão se intensifica pela
grande quantidade e volume dos RSCD gerados, pois podem representar de 50 a 70 % da
massa de resíduos sólidos urbanos. Na sua maior parte, são materiais semelhantes aos
agregados naturais e solos.”.
Ou seja, a maior parte dos RSCD que causam problemas ambientais são produzidos
por pessoas físicas, que praticam atos construtivos ou demolições sem a gestão correta dos
resíduos, sem atentarem para a otimização do material utilizado, sem cuidados com a
qualidade dos processos, o que evitaria desperdício e diminuiria custos.
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos em seu artigo 3º, inciso XVI, conceitua
resíduos sólidos como material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades
humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está
obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública
de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente
inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.
III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias
ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou
recuperação; (redação dada pela Resolução n° 431/11).
Estabelece ainda, que os aterros para resíduos da construção civil devem visar à
triagem dos RSCD, dispostos conforme desígnio futuro, sendo alocados no menor volume
possível e sem causar danos ambientais ou sanitários. Estabelece ainda que os RSCD
dispostos ou reservados nesses aterros serão aqueles reutilizáveis ou recicláveis tais como
solos provenientes de terraplenagem, resíduos de componentes cerâmicos, de argamassa e de
concreto, classificados como Classe A.
doenças que afetam à saúde da população. Desta forma, a população que mora próxima aos
pontos de deposição irregular e “bota-foras” fica exposta às condições insalubres, vulnerável a
possíveis agravos na saúde que acabam por onerar a rede pública com atendimentos médico-
hospitalares.
PINTO (1999) dispõe acerca do acondicionamento ilegal de RSCD:
A primeira referência de preocupação com o lixo foi em ROMA no ano de 736 a.C.,
onde existiam placas escritas “não jogue lixo aqui”. Aproximadamente seiscentos anos se
passaram, quando Londres, no ano de 1354, criou a primeira Lei que obrigava o cidadão a
retirar seus lixos de frente das casas uma vez por semana. No ano de 1407, no mesmo país,
proibiram de jogar detritos na rua, sendo estes, guardados em casa, até que o coletor de lixo
passasse no local. Por fim, Paris no ano de 1919, resolveu seu problema com gestão pública
do lixo, no modelo mais próximo ao atual, com a coleta seletiva.
Porém, a ideia de lançar resíduos ao mar acabou gerando outro problema, porquanto o
lixo voltava para a orla com a maré, causando grande incomodo à população. Para promover a
limpeza das vias públicas e praias locais e diminuir o impacto ambiental gerado, o Estado do
Rio de Janeiro contratou a empresa de Aleixo Gary, em 1885.
RSCD.
A Politica Nacional Dos Resíduos Sólidos (Lei Federal 12.305/2010), a Lei de Crimes
Ambientais (Lei Federal 9.605/1998), e a Resolução CONAMA 307/2002, em conjunto,
definem regras para o correto manuseio de resíduos sólidos da construção civil, bem como
definem sanções penais e administrativas diante de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente.
Por sua vez, o artigo 14 da Lei Federal 6.938/81 prevê as penalidades a serem
aplicadas, sem prejuízo daquelas previstas na legislação estadual e municipal e, o Supremo
Tribunal Federal, elucidando o dispositivo dispôs que:
“A ratio do dispositivo está em que a ofensa ao meio ambiente pode ser bifronte
atingindo as diversas unidades da federação. O poluidor (responsável direto ou
indireto), por seu turno, com base na mesma legislação, - artigo 14 – “sem obstar a
aplicação das penalidades administrativas” é obrigado, “independentemente da
existência de culpa”, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a
terceiros, “afetados por sua atividade” (REsp n. 467.212-0 – RJ, Rel. Min. Luiz Fux,
1ª Turma).
20
Portanto, a responsabilidade civil pelo dano ambiental é objetiva, nos termos do artigo
14 da Lei n. 6.938/81, bastando, para a responsabilização do agente, a prova do fato e o nexo
de causalidade entre o dano e uma ação ou omissão do causador.
Pela primeira vez na história brasileira publicou-se uma lei totalmente voltada à
problemática dos resíduos sólidos. Vale mencionar que a Política Nacional de Resíduos
Sólidos deve ser aplicada de forma integrada com as demais normas ambientais brasileiras,
tais como a Lei 6.938/81(Política Nacional de Meio Ambiente); Lei 11.445/07 (Política
Nacional de Saneamento Básico); Lei 9.795/99 (Política Nacional de Educação Ambiental);
Lei 10.257/01 (Estatuto das Cidades) e Lei 9.433/97 (Política Nacional de Recursos
Hídricos).
A PNRS define que a responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos deve ser
compartilhada entre fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores, e
os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos,
concorrentemente. Cabe aos quatro primeiros investir no desenvolvimento, na fabricação e na
colocação de produtos que utilizem menor quantidade possível de resíduos sólidos em sua
fabricação, de forma a facilitar a reutilização, reciclagem ou destinação adequada.
3.3.4 Penalidades
Enfim, como contribuição ao Planeta, ao Poder Público cabe gerenciar melhor a coleta
de resíduos, proporcionando maior acesso aos recursos da União como incentivo aos Estados,
Distrito Federal e Municípios.
24
Assevera que os geradores de RSCD devem ser responsáveis pelos resíduos das
atividades de construção, reforma, reparos e demolições de estruturas e estradas, bem como
por aqueles resultantes da remoção de vegetação e escavação de solos, diante da viabilidade
técnica e econômica de produção e uso de materiais provenientes da reciclagem dos RSCD,
com a melhor intenção de proporcionar benefícios de ordem social, econômica e ambiental
por meio da gestão integrada. A Resolução CONAMA nº 307/02 de 5.7.2002 prevê a
elaboração dos planos de gerenciamento desses resíduos pelo Poder Público e estabelece no
artigo 11 o prazo máximo de doze meses para a elaboração do Plano pelos Municípios.
o Poder Público, quanto para os geradores de resíduos, no que se refere à sua correta
destinação. Ao disciplinar os resíduos da construção civil, leva em consideração as definições
da Lei de Crimes Ambientais, de fevereiro de 1998, que prevê penalidades para a disposição
final de resíduos em desacordo com a legislação.
Cumpre, por fim, esclarecer que desde fevereiro de 2011 as atividades dos Grupos de
trabalho nas Câmaras Técnicas do CONAMA 307/02 estão suspensas temporariamente,
porquanto se encontram em revisão, aguardando definição por parte do Comitê Orientador
para implantação de Sistemas de Logística Reversa e demais desdobramentos e medidas
previstas na PNRS.
Tem-se que essa é uma das mais relevantes normas para solução do problema
apresentado no presente trabalho, porquanto, normatiza sobre a correta disposição final de
RSCD no Distrito Federal, além de definir sanções administrativas ao infrator. Outro ponto a
destacar é a ênfase a educação ambiental, medida esta que atinge principalmente a pessoa
física que constrói, sendo este o objeto deste estudo.
(BRASIL 2011). A norma distingue ainda, o pequeno gerador de resíduos, com o limite de
volume até 1m³. (um metro cúbico). Esta distinção facilita a elaboração de políticas públicas
votadas para cada tipo de poluidor.
Outro tópico importante a ser salientado é a criação de ponto de entrega para pequeno
volume considerado “equipamento público destinado ao recebimento de pequenos volumes de
resíduos da construção civil e resíduos volumosos” (artigo 3º, inciso XIV). Em outras
palavras, define-se aqui, a criação de pontos de entrega de RSCD, onde o pequeno gerador
pode levar o seu resíduo até um local preparado para sua recepção.
Assim como a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, o legislador prevê Planos para
gerenciamento de RSCD, devendo ser elaborados pelo Distrito Federal, de forma a
estabelecer diretrizes, objetivos, programas e ações específicos e comuns para todos os
aspectos, a começar, consoante inciso I do artigo 4º, pelos pequenos geradores.
Referida norma traz como premissa, portanto, a necessidade de que a degradação seja
afastada por completo, adotando-se todas as medidas possíveis e necessárias para esse fim.
1998.
A Lei n.º 9.605/98, também conhecida como Lei de Crimes Ambientais e infrações
administrativas ambientais aplica-se à pessoa física ou jurídica que pratique os crimes e
infrações administrativas nela descritas.
Com efeito, a lei nº 9.605/98 introduziu, em seu artigo 28, alterações quanto à
aplicabilidade dos institutos previstos no artigo 89 da Lei n.º 9.099/95 no que tange aos
delitos ambientais:
III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II, III e IV
do § 1° do artigo mencionado no caput;
Por fim, a função reparadora, própria do âmbito civil, ganha expressividade no Direito
Penal frente à importância de princípios essenciais no Direito Ambiental, que veremos mais a
seguir.
I - advertência;
II - multa simples;
XI - restritiva de direitos.
No caso de poluição causada por rejeitos inertes da construção civil, a multa pode
variar de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais), conforme
veremos a seguir.
Os danos ambientais causados pela construção civil efetuada por pessoa física são
passíveis de sancionamento com as multas contidas no artigo 66 do Decreto nº 6.514/2008:
Outrossim, o Decreto, em seu artigo 20, regula demais sanções aplicáveis às pessoas
físicas e jurídicas, quais sejam:
Quem incorre nas infrações rotuladas neste regulamento, está sujeito à advertência;
multa simples; multa diária; embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas; demolição
de obra; suspensão parcial ou total das atividades, caso qualquer norma ambiental pertinente
seja descumprida. Destaca-se que tais penalidades podem ser arbitradas cumulativamente e
não são arbitrárias, eis que respeitam o direito da ampla defesa e contraditório, por vias
administrativas.
Nesta linha, incorre nas mesmas sanções administrativas, aquele que descarta de
maneira irregular, ou seja, não abarcada pela legislação, seus resíduos e inertes da construção
civil, independente de tratar-se de pessoa física ou jurídica.
“A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma, metro de carvão-
mdc, estéreo, metro quadrado, dúzia, estipe, cento, milheiros ou outra medida pertinente, de
acordo com o objeto jurídico lesado.” (art. 8º do Decreto nº 6.514/2008). Devendo o órgão
que aplicar a multa, regular qual unidade de medida será aplicada de acordo com objeto da
infração. Em relação aos RSCD produzidos por pessoa física, é plausível o uso de metro
quadrado, metro cúbico ou quilograma.
A partir da ciência da autuação, o autuado possui vinte dias para oferecer defesa contra
o auto de infração, ou efetuar o pagamento recebendo 30% de desconto pelo adimplemento da
obrigação. A defesa é feita por escrito e deve conter os fatos e fundamentos jurídicos que
contrariem o disposto no auto de infração, além de eventuais provas que o autuado pretende
produzir a seu favor.
Na decisão, são considerados fatores para o bom emprego da sanção, com a finalidade
de adequar a medida prevista na norma, com a conduta do agente de maneira a efetivamente
punir e coibir atos de ação e omissão contra ordenamento jurídico ambiental. Portanto, é
observada, consoante artigo 4º do Decreto em tela, primeiramente, a gravidade dos fatos,
tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a saúde pública e para o
meio ambiente, os antecedentes do infrator, quanto ao cumprimento da legislação ambiental,
além da situação econômica do infrator.
Por sua vez, o parágrafo 1º do artigo 14 da Lei 6.938/81 afirma que sem obstar a
aplicação de outras penalidades, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de
culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros afetados por
sua atividade, tendo o Ministério Público legitimidade para propor ação de responsabilidade
civil por danos causados ao meio ambiente.
Assim sendo, o poluidor tem o dever de reparar civilmente os danos ao meio ambiente
e a terceiros, independente de culpa. Consoante teoria da responsabilidade objetiva, não se
pondera a culpa do infrator, porquanto suficiente à existência do dano e o nexo de casualidade
com o ato poluente. Portanto, a responsabilidade pela reparação civil é do poluidor,
independente da licitude ou não atividade.
- Aterro da Estrutural;
FÍSICA.
A criação de eco pontos para recepção de RSCD gerados por pequenos construtores é
uma ferramenta de sucesso em outros estados brasileiros, como por exemplo, São Paulo, que
já possui um conjunto de ações integradas em andamento para prevenir o depósito irregular de
entulho. Esta medida concorre para diminuir a degradação ambiental, além de facilitar a
triagem do material depositado, possibilitando a reutilização ou reciclagem de produtos.
Outra medida cabível é a coleta seletiva especializada, a ser ofertada para aquelas
pessoas que não possuem condições de levar o seu entulho a um eco ponto próximo. Desta
forma, o Estado facilitaria a coleta, buscando o entulho na porta das casas. Destacando-se que
nada impede que este serviço seja cobrado.
Nesta linha, é dever do Estado para com toda sociedade, facilitar o acesso a
informações relativas à correta gestão de RSCD, evidenciando os possíveis danos ambientais
causados pela disposição irregular, bem como alertando a respeito das sanções penais,
administrativa e civil que o infrator poluidor poderá incorrer.
5.3 Fiscalização
Soma-se a isto, a baixa estrutura ofertada pelo governo Distrital para devida
fiscalização e punição do poluidor. Nesta linha, resta a sensação de impunidade e liberdade
para aquele que infringe as normas neste trabalho citadas, tornando-as por muitas vezes,
ineficazes frente à problemática apresentada. Ou seja, em que pese o direito positivado
oferecer um conjunto de normas aplicáveis ao problema e aptas a solucioná-lo, a realidade
fática é distinta daquela idealizada pelo legislador.
6 CONCLUSÃO
Consoante exposto no presente trabalho, nota-se que o arsenal jurídico brasileiro para
a proteção do meio ambiente é vasto. Apenas quanto ao tema aqui tratado, qual seja, resíduos
sólidos provenientes de demolições construções, obras, reformas, reparos e etc. operadas por
pessoas físicas, foram analisadas seis Leis distintas: Política Nacional dos Resíduos Sólidos,
Resolução CONAMA 307/2002, Lei de Crimes Ambientais, Lei Distrital n.º 4.704, de 20 de
dezembro de 2011, Lei Distrital n.º 4.704, de 20 de dezembro de 2011, Decreto n.º 6.514, de
22 de julho de 2008.
Verifica-se ainda, forte elenco de sanções às pessoas físicas e jurídicas que infringirem
as normas aqui citadas. Neste ponto, cumpre destacar que as penalidades podem ser
administrativas, penais e civis, sendo a dosimetria pautada no impacto ambiental causado pelo
agente, observando o custo para recuperação in natura do meio ambiente, a capacidade
econômica do infrator e se é ou não reincidente.
Cumpre ressaltar que, está previsto como direito fundamental, no artigo 225 da
Constituição da República: “o meio ambiente ecologicamente equilibrado é direito de todos,
como um bem de uso comum e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público o dever de defendê-lo e preservá-lo para às presentes e futuras gerações.”.
Por fim, foram apresentadas algumas soluções, já existentes nas normas e que
poderiam ajudar, a princípio, a correta gestão de RSCD, como construção de aterros
sanitários, implantação da logística reversa, fiscalização de canteiros de obras, criação de eco
pontos, áreas de transbordo e triagem, elaboração de planos de gestão, incentivo a educação
ambiental, além de equipes para remoção de pequenos volumes de resíduos em locais de
difícil acesso ou quando aquele que produziu os resíduos não possui condições físicas ou
econômicas para destinar corretamente seu material produzido.
40
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