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20 Julho/Agosto/Setembro - Nº 35
Tabela 1. Porcentagem, em massa, passante acumulada de agregado graúdo,
segundo a norma NBR 7211 (ABNT)
Telas (ABNT NBR NM Brita 4 Brita 3 Brita 2 Brita 1 Brita 0
ISO 3310-1) Lim. inf. Lim. sup. Lim. inf. Lim. sup. Lim. inf. Lim. sup. Lim. inf. Lim. sup. Lim. inf. Lim. sup.
75 mm 100 95
63 mm 95 70
50 mm 25 0 100 95
37,5 mm 10 0 95 70
31,5 mm 5 0 25 0 100 95
25 mm 13 0 95 75* 100 95
19 mm 5 0 35* 5 98 85*
12,5 mm 8 0 60* 35* 100 95
9,5 mm 5 0 20* 0 98 85*
6,3 mm 8 0 60* 35*
4,75 mm 5 0 20* 0
2,36 mm 5 0
Faixa nominal 37,5 – 75 mm 25 – 50 mm 19 – 31,5 mm 9,5 – 25 mm 2,36 – 12,5 mm
(*) É aceito uma variação de, no máximo, cinco unidades percentuais em apenas um dos limites marcados.
Histórico do desenvolvimento de modo a serem introduzidos na boca tendo instalado balança na quase to-
tecnológico do britador com um posicionamento talidade das minerações, ainda usa o
que melhor permita a sua mordedura e, metro cúbico como unidade de ven-
Até a década de 1970, quando nas por outro lado, romper pontas ou ares- da, servindo a pesagem apenas como
lavras ainda eram utilizados marte- tas destes blocos de rocha já dentro do elemento de conferência da produção.
letes manuais na produção do “run- britador primário até que tenham fluxo Por ouro lado, na Região Metropolita-
of-mine” (Piquet Carneiro e Tavares, normal através da máquina. na de São Paulo a comercialização da
2006) a maioria das usinas de benefi- − No segundo estágio de britagem brita é feita inteiramente utilizado-se a
ciamento no Brasil se constituíam de é utilizado britador cônico, mas ain- tonelada como unidade de medida na
pequenos britadores de mandíbulas e da se encontram em uso rebritadores comercialização.
de rolos dispostos em série, sem es- secundários de mandíbulas com boca Com comparativamente poucas
toques intermediários, e utilizando-se com dimensões de até 120 x 40 cm. exceções, as usinas de beneficiamento
para a classificação de peneira circular − Nos demais estágios de rebritagem das minerações produtoras de agre-
giratória disposta sobre silos de con- são utilizados britadores cônicos com ou gados existentes no nosso país foram
cretos para estocagem dos produtos. sem regulagem automática da abertura projetadas, desde a qualificação e o di-
Com o advento, após esta década, de descarga. mensionamento de seus equipamentos
do uso de perfuratrizes de carreta no − Os produtos são comercializados até o seu arranjo físico, por vendedo-
desmonte primário, observou-se a se- a granel e estocados em pilhas a céu res das empresas fabricantes das má-
guinte evolução das usinas de benefi- aberto formadas por transportadores quinas de cominuição e de classifica-
ciamento: de correia, mas em muitas empresas ção granulométrica. Normalmente são
− Na busca de um adequado índice encontram-se, também, dispostos em técnicos ou mesmo engenheiros sem
de forma e de um satisfatório compor- silos de concreto localizados sob as graduação em engenharia de minas
tamento da curva granulométrica de peneiras classificadoras. e, na sua grande maioria, sem expe-
cada produto, normalmente, passaram − Em todos as minerações a ex- riência prática compatível na minera-
a ser utilizados por via seca quatro es- pedição dos produtos é sempre rodo- ção. Como resultado, observa-se hoje
tágios de britagem e classificação em viária, sendo a carga dos caminhões a existência generalizada de usinas
peneiras vibratórias. basculantes de entrega feita por pás de beneficiamento inadequadamente
− No primeiro estágio de cominui- mecânicas sobre pneus de médio porte projetadas, onde se registra na grande
ção, ou seja, na britagem primária, são ou por retomada por transportadores maioria dos casos:
utilizados britadores de mandíbulas de correia no caso da estocagem em − Britador primário como sendo o
com boca de alimentação igual ou su- pilhas, ou então, por “boca-de-lobo” único formador de pilha intermediária
perior a 120 x 100 cm. Em algumas sob os silos de concreto. de estoque.
minerações encontra-se instalado um − Na quase totalidade do país a − Rebritadores dispostos em série
rompedor hidráulico na boca do brita- comercialização dos agregados é fei- recebendo alimentação diretamente
dor primário com a finalidade de otimi- ta utilizando-se o metro cúbico como de cortes de peneiras, ou seja, sem
zar a operação de britagem. Sua ação unidade de medida, cubando-os sobre formação de pilhas intermediárias de
consiste em orientar os grandes blocos os caminhões de entrega. Como exem- estoque, obrigando a que todas as má-
de rocha que se deslocam sobre a mesa plo, pode-se citar a Região Metropo- quinas tenham que trabalhar durante
do alimentador vibratório ou de esteira, litana do Rio de Janeiro que, mesmo todo o tempo determinado por aquela
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Artigo
Tabela 2. Produção da usina de operação com a capacidade
Horas trabalhadas Produção projetada.
Turnos/dia
Horas/dia Horas/mês Horas/ano t/dia t/mês t/ano A rocha, classificada como
3 20 440 5.280 8.000 176.000 2.112.000 granulito, se apresenta ape-
nas levemente fraturada no
que se constitui no elo mais fraco da Os produtos previstos da usina in-
jazimento mineral (Tabela 3). Ela se
cadeia produtiva. cluem os seis definidos pela ABNT
caracteriza por apresentar constância
− Máquinas impropriamente dimen- (Tabela 1 e o pó de brita), além do ra-
em termos de composição e estrutura
sionadas (desova de estoques dos fabri- chão (material maior que 75mm e não
em toda a jazida, permitindo assegu-
cantes de equipamentos) sem a mínima limitado por corte superior, usado em
rar um desempenho aproximadamente
visão da engenharia de minas do con- aterros filtrantes e em fundações de
uniforme da usina de beneficiamento
junto da mineração, insistindo-se em se edificações populares) e a “bica corri-
ao longo de toda a vida útil do empre-
dissociar a lavra do beneficiamento na da”, que corresponde à fração menor
endimento.
elaboração de seus projetos. que 25mm extraída do material produ-
Ensaios detalhados foram conduzi-
− Projetos elaborados e implanta- zido pelo britador primário, sendo nor-
dos nas dependências do Laboratório
dos com base, unicamente, em manu- malmente contaminada por material
de Tecnologia Mineral (LTM) da CO-
ais de fabricantes dos equipamentos fino da frente de lavra (possivelmente
PPE/UFRJ com o objetivo de carac-
de britagem e de classificação, sem altamente intemperizado) e encon-
terizar a rocha, fornecendo subsídios
nenhuma fundamentação em ensaios trando aplicação como base de obras
para a simulação do processo. Resul-
de laboratórios que definam antecipa- rodoviárias. Entretanto, tendo em vis-
tados típicos de ensaios de impacto
damente o comportamento das rochas ta a demanda apenas esporádica por
com partículas individuais, realizados
a serem beneficiadas. diversos dos produtos mais grossos,
na célula de carga de impacto (Tavares
− Disposição de arranjos físicos bem como a operação da usina em três
e Lima, 2006) segundo a metodologia
que impedem a maximização da pro- turnos – o que torna muito difícil a re-
proposta pelo JKMRC da Austrália
dução do conjunto de equipamentos, tomada de excedentes acumulados nas
(Napier-Munn et al., 1996), são apre-
dificultando a manutenção dos equipa- pilhas de estocagem na alimentação
sentados na Figura 1, na qual o padrão
mentos e a limpeza da área. dos britadores de forma sistemática – a
de fragmentação da rocha, bem como
escolha do fluxograma da usina e o di-
a relação entre a energia aplicada e a
Modelo de usina de mensionamento dos equipamentos se
distribuição de tamanhos resultante,
beneficiamento sob nova visão baseiam no princípio de que o circuito
são evidentes. Resultados desses en-
tecnológica seja capaz de converter inteiramente a
saios, a partir dos quais o parâmetro
produção dos agregados mais graúdos
A*b (Napier-Munn et al., 1996) é
Parâmetros básicos (rachão, brita 4, brita 3 e brita 2) nos
calculado, bem como resultados do
do projeto agregados mais finos (brita 1, brita 0
ensaio de britabilidade de impacto, o
No modelo exemplificado neste e pó de brita), além, evidentemente,
qual resulta no índice de trabalho Wi
trabalho, adotou-se uma capacidade de bica corrida, durante os três turnos
de Bond (Bergstrom,
horária projetada Figura 1 - Resultado de ensaio de fragmentação de partículas 1985), permitem clas-
de 400 t/h. A fim de individuais (22,4 x 19,0 mm) na célula de carga de impacto. sificar a rocha como de
maximizar a pro-
alta resistência à frag-
dução diária e mi-
mentação.
nimizar os custos
A resistência à fra-
de investimento do
tura, caracterizada pela
projeto é proposta
energia específica ne-
a operação diária
cessária para a fratura
da usina em três
de partículas, e, sendo
turnos. Conforme
determinada usando-
resume a Tabela 2,
se a célula de carga
isto resulta em uma
de impacto (Tavares e
produção anual da
Lima, 2006), varia mo-
ordem de 2 milhões
destamente dentro do
de toneladas de
intervalo de interesse
agregado (Piquet
na produção de agre-
Carneiro e Tavares,
gado graúdo (Figura
2006), o que ca-
2), apenas aumentando
racteriza a unidade
de forma significativa
como de porte mé-
para partículas menores
dio a grande neste
que aproximadamente
segmento.
1mm. Adicionalmente,
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o baixo valor do índice de abrasão Los Figura 2. Variação da energia específica de fratura com
Angeles (Tabela 3) mostra que a rocha o tamanho de partícula.
é pouco suscetível à degradação.
A partir do índice de abrasividade
de Bond (Ai) da rocha (Tabela 3) e
equações empíricas (Bergstrom, 1985)
estima-se que a taxa de desgaste espe-
rada dos revestimentos é da ordem de
20g de metal por kWh de energia usa-
da na britagem em britadores cônicos
e de mandíbulas. Esse é considerado
uma abrasividade de grau médio.
Ensaios de britagem em britador
cônico de laboratório no LTM/COPPE
demonstraram que a rocha apresenta
apenas pequena tendência à geração de
material de forma lamelar, mas maior
tendência à geração de material de
formato alongado (medidas de acor-
do com a British Standard 812). Com
isso, grande atenção deve ser dedicada
à escolha do tipo, número de estágios
de britagem e condição de operação
dos britadores a fim de garantir que
índices de forma adequados sejam ob-
Tabela 3. Características da rocha
tidos para essa rocha. Adicionalmente,
Tipo Metamórfica
esses ensaios de britagem ainda suge-
Classificação Granulito compacto levemente fraturado
rem, para fins de projeto, que pode-se
Densidade “in situ” 2,83 t/m3
tomar os valores intermediários a bai-
Índice de trabalho (Wi) de impacto 12,2 kWh/t
xos de capacidade reportados nos ma-
Parâmetro de fragmentação A*b 36,2
nuais de fabricantes.
Índice de abrasão Los Angeles 25%
Abrasividade Bond Ai 0,24
Fluxograma e arranjo
físico proposto detectadas em ensaio de laboratório, ou seja, o passante do segundo deque
bem como à possibilidade oferecida da peneira (P1) que alimenta o britador
A partir dos resultados dos ensaios da rebritagem total dos produtos gros- secundário.
de fragmentação e com o auxílio da sos do circuito, gerando apenas brita 0 O fluxograma proposto oferece flexi-
simulação computacional utilizando e pó de brita. bilidade suficiente para permitir que os
o software USIM-PAC®, bem como Adicionalmente, conforme mostra agregados graúdos rachão, brita 4, brita
o banco de dados de desempenho de a Figura 3, com exceção do britador 3, brita 2 e brita 1 sejam parcial ou total-
britadores e peneiras disponível no primário, todos os demais estágios de mente reciclados no processo, visando
LTM/COPPE, o circuito de beneficia- britagem operam em circuito fechado. a ampliação da produção de agregados
mento foi projetado. Maiores informa- As aberturas das telas utilizadas nas mais finos, como brita 0 e pó. Entretan-
ções sobre os modelos matemáticos e peneiras vibratórias P1 a P4 (Figura 3) to, o dimensionamento dos equipamen-
o procedimento de simulação podem foram selecionadas de acordo com os tos foi realizado de maneira a permitir a
ser encontradas em outras publicações valores dados na Tabela 4, os quais per- conversão de toda a produção em brita
(Napier-Munn et al., 1996; Neves e mitem o enquadramento dos produtos 0, pó de brita e bica corrida.
Tavares, 2004). O circuito é composto na NBR 7211 (Tabela 1), e levam em Com o auxílio do software Auto-
por quatro estágios de britagem (Figu- consideração a eficiência das peneiras. cad®, diferentes arranjos físicos do cir-
ra 3), buscado-se a otimização da pro- O rachão não é bitolado por cor- cuito foram simulados, visando otimi-
dutividade e do consumo de energia, te superior. Sua dimensão máxima é zar a utilização do terreno e minimizar
garantindo o atendimento às normas dada pelo britador primário que, neste o comprimento total dos transportado-
da ABNT quanto às curvas granulo- projeto, pode liberar material com até res de correia empregados. As Figuras
métricas (Tabela 1) e ao índice de for- 300mm. Além dos produtos listados na 4 e 5 apresentam o arranjo físico pro-
ma dos agregados. A necessidade de Tabela 4, um oitavo produto, que cor- posto, no qual é apresentada toda a se-
um quarto estágio de britagem está as- responde à fração menor que 25mm, qüência de britagem, classificação e es-
sociada principalmente às característi- denominada de “bica corrida”, é extra- tocagem de produtos intermediários e
cas impróprias de forma do material, ído do material britado pelo primário, finais da usina de beneficiamento. Toda
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Figura 4. Arranjo físico: vista em planta do circuito proposto.
Segundo estágio primária. Opcionalmente esta fração de (270t/h), alimenta uma peneira vibrató-
O segundo estágio de britagem é 75mm e 300mm, denominado de “ra- ria de 3 deques (P2 da Figura 3) e apre-
constituído por um britador giratório chão”, é estocada em pilha a céu aberto senta-se com o comportamento granu-
ou cônico (B2), denominado de bri- atendendo a carteira de pedidos (Figura lométrico dado pela Figura 6.
tador secundário, acionado por mo- 3). O passante no primeiro e retido no O britador secundário opera em cir-
tor de 200 hp (150 kW), com câmara segundo deque com tela de 25mm, a cuito fechado, com retorno do material
para grossos, operando com APF de uma taxa horária de 134t, reúne-se ao (a uma taxa de 44t/h) por transportador
60mm e sendo alimentado com 225t/ material britado pelo britador secundá- de correia conectado diretamente à tela
h de minério, referentes ao material rio (que inclui a carga circulante), tota- de 75mm aplicada no primeiro deque
contido na faixa de 75mm a 300mm lizando 403t/h. O passante do segundo da peneira classificadora P2. Esta tela,
produzido pela britagem primária (Fi- e último deque, ou seja, a fração menor além de regular a abertura de trabalho
gura 6), acrescidos de sua carga cir- de 25mm, denominada “bica corrida”, do britador secundário, é fundamental
culante. Esse britador cominui a uma é estocada a uma taxa horária de 41t para bitolar a brita 4 na faixa de 75mm
razão de redução de aproximadamente por transportador de correia em pilha a a 50mm. Essa fração abastece, opcio-
4:1. Portanto, a fração que alimenta o céu aberto para comercialização (Figu- nalmente, duas pilhas dispostas a céu
britador secundário é o retido do pri- ras 4 e 5). aberto. O fluxo de brita 4 para a pilha
meiro deque com tela de 75mm da pe- A fração de 403t/h correspondente que atende, principalmente, ao merca-
neira vibratória plana inclinada (P1 da ao contido entre as telas do primeiro do de feitura de gabiões é opcional e se
Figura 7) que recebe o material com e segundo deque (129t/h), somado ao faz de acordo com o atendimento aos
até 300mm proveniente da britagem fluxo que passa no britador secundário pedidos dos clientes. O fluxo normal
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Figura 6. Distribuições granulométricas da (B3) acionado por motor de 200hp
descarga de cada um dos britadores (150kW), com revestimento classifica-
do como de médio a grosso, operando
com APF de 25mm e sendo alimentado
com 244t/h de minério contido predo-
minantemente na faixa granulométrica
de 38mm a 75mm. Nessas condições o
britador aplica uma redução de, apro-
ximadamente, 2:1, operando em cir-
cuito fechado com a tela de 38mm, po-
sicionada no terceiro deque da peneira
classificadora P2, já descrita acima. O
produto resultante deste britador apre-
senta o comportamento granulométri-
co dado pela Figura 6.
Quarto estágio
Para este estágio foi especificado
e dimensionado um britador cônico
(B4) acionado por motor de 150hp
(110kW), com revestimento médio,
operando com APF de 20mm e sendo
da brita 4 se dá no abas- Figura 7. Arranjo físico do estágio secundário alimentado pela pilha E3
tecimento da pilha E2 que de britagem/classificação a uma taxa de 147t/h de
alimenta o britador terciá- minério contido predo-
rio juntamente com fração minantemente na faixa
de material contida no de- granulométrica de 25mm
que seguinte (Figura 3). a 38mm. Aplicando uma
A fração passante na razão de redução de,
tela de 50mm é retida no aproximadamente, 1,5:1,
terceiro deque com dispo- o britador, de menor por-
nibilidade de alternância te que aquele usado no
das seguintes telas: estágio terciário, opera
− Tela de 32mm para em circuito fechado em
produção de “brita 3” tela de 25mm, disposta
abastecendo a pilha a céu no segundo deque. Em
aberto que atende, princi- caráter eventual, o bri-
palmente, ao mercado de tador também pode ser
lastro ferroviário. alimentado pelo material
− Produzido o volu- retido em tela de 12,5mm
me de brita 3, que aten- do terceiro deque da pe-
da a previsão semanal de neira classificadora P3.
vendas, troca-se a tela Havendo interesse na
deste terceiro deque, uti- operação do britador
lizando-se uma malha que com maior freqüência
melhor equilibre o fluxo nesse ultimo modo, seria
de massa do processo de recomendável a seleção
beneficiamento. No caso de um britador de maior
em estudo a tela de 38mm porte na tarefa, provavel-
foi a que melhor se ade- mente comparável aquele
quou ao fluxograma e enquanto ela O passante na tela de 38mm ali- usado no estágio quaternário.
permanece instalada no terceiro deque menta a peneira vibratória de 3 deques A peneira P3 de 3 deques é operada
o fluxo é desviado para a pilha E2, ou (P3) disposta na seqüência do fluxo- de maneira que:
seja, agrega-se ao material da faixa grama (Figura 3). − O retido no primeiro deque com
de 75mm à 50mm retida pelo deque tela de 32mm, consistindo na fração
do nível acima com tela de 50mm de Terceiro estágio de material entre 38mm e 32mm, é
onde, então, é alimenta-se o britador Foi especificado e dimensionado, encaminhado obrigatoriamente para a
terciário a uma taxa de 244t/h. para este estágio, um britador cônico pilha E3.
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− O retido do segundo deque - Operação em todos estágios que oito produtos, incluindo todos
com tela de 25mm, ou seja, a bri- de rebritagem em circuito fechado, aqueles padronizados pela ABNT,
ta 2 é encaminhada para a pilha de a fim de garantir a bitolagem do são produzidos, para uma conver-
comercialização de acordo com sua maior número de produtos e carac- são completa dos agregados graú-
carteira de pedidos e tendo sido sa- terísticas ótimas de forma. dos (com a exceção da bica corrida)
tisfeito a demanda o fluxo é desvia- - Utilização de pilhas de estoca- em brita 0 e pó de brita, sem que
do para a pilha E3 visando-se sua gem na alimentação de todos está- ocorra qualquer variação das ca-
rebritagem. gios de rebritagem, a fim de evitar racterísticas dos produtos com essa
− O retido do terceiro deque com que a capacidade de processamento mudança.
tela de 12,5mm, ou seja, a brita 1 é do circuito seja reduzida devido a O uso dos princípios apresenta-
encaminhada para a pilha de comer- sobrecargas de caráter eventual ou dos, e com o auxílio de softwares
cialização e, eventualmente, diante sistemático de algum dos estágios de visualização gráfica, resultou na
de uma forte demanda de brita 0 ou de britagem. racionalização do arranjo físico dos
pó, o seu fluxo é desviado para a pi- - Dimensionamento de britado- equipamentos do circuito. Conside-
lha E3 visando-se sua rebritagem. res de maneira a garantir a sua ope- rada em conjunto às áreas de esto-
− O passante da tela de 12,5mm ração com câmara cheia (afogado) e cagem – com capacidade total de 28
do terceiro deque é encaminhado com a potência adequada ao mate- mil toneladas – e de carregamen-
para a peneira P4 de 1 deque com rial a ser britado. A sua capacidade to, a usina com quadro estágios de
tela de 5,5mm classificando-se nes- de processamento também deve ga- britagem ocupa a área de 22,5 mil
ta brita 0 e o pó. rantir que não ocorra acúmulo siste- metros quadrados de terreno. Adi-
O material britado neste estágio, mático na sua pilha de alimentação, cionalmente, britadores, peneiras e
sem rebritagem de brita 1, apresen- o que acarretaria a necessidade de pilhas foram arranjadas fisicamente
ta o comportamento granulométrico operação em turno extra. de maneira a minimizar o compri-
dado pela Figura 6. - Maximização da produtividade mento total de transportadores de
e minimização do custo de investi- correia (totalizando 650m), enquan-
Produtos finais do mento com a operação da usina em to a facilidade de acesso para limpe-
beneficiamento três turnos diários. za e manutenção dos equipamentos
- Minimização do consumo ener- era garantida.
As distribuições granulométricas gético do circuito e de metal de des- O uso desses softwares de simu-
dos produtos estocados nos vários gaste, pela seleção do tipo de bri- lação de processos (como o USIM-
estágios de classificação acima ana- tador mais adequado e abertura de PAC®, JKSimMet®, Modsim® e
lisados são apresentados na Figura posição fechada. Limn®, entre outros) no projeto de
8. A partição dos produtos finais - Racionalização máxima do ar- instalações de britagem e no di-
brita 1, brita 0, pó e bica corrida é ranjo físico dos equipamentos, mi- mensionamento de equipamentos é
registrada na Tabela 5. Tem-se uma nimizando o número de operadores perfeitamente justificado, tendo em
produção de brita 1 equivalente a e de pessoal envolvido na limpeza, vista a complexidade dos modelos
177t/h, o que equivale a 44% da ali- bem como do comprimento total de matemáticos de britadores e peneiras
mentação total de 400t/h da usina de transportadores de correia. e dos fluxogramas envolvidos, além
beneficiamento. No caso da brita 0 Esses princípios básicos de pro- das características peculiares de cada
esta proporção corresponde a 20%, jeto, aliados a softwares de simu- rocha, o que tornam inadequado o
com 26% e 10% cabendo ao pó e à lação de processos e ensaios em uso direto de informações constantes
bica corrida, respectivamente. laboratório de determinação das ca- em catálogos de fabricantes na etapa
racterísticas de britagem de um gra- do projeto de detalhe.
Conclusões nulito de Matias Barbosa, MG, per-
mitiram a elaboração de um projeto
Os seguintes princípios básicos de uma usina modelo que opera em
são propostos para guiar o proje- três turnos, com quatro estágios de
to de usinas de beneficiamento de britagem e peneiramento, três dos
agregado: quais operando em circuito fecha-
- Geração do maior número de do, resultando em uma capacidade
produtos, incluindo todos aqueles que de produção anual de 2 milhões de
atendam às faixas da NBR 7211, sem toneladas e um consumo energéti-
a formação de estoques excessivos e co nos britadores de 1,0kWh/t. O
Bernardo Piquet Carneiro Netto
permitindo a rebritagem de todos os circuito permite, apenas com a re- Engenheiro de Minas
excedentes de produção dentro do versão da direção do movimento de Consultor de empresas
próximo processo, ou seja, sem a ne- alguns transportadores de correia e Luís Marcelo Marques Tavares
cessidade de retomada de pilhas com a substituição de uma única tela de Engenheiro de Minas
o auxílio de pás carregadeiras. peneira, passar de uma condição em PhD e Professor da COPPE/UFRJ
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Artigo
22 Janeiro/Fevereiro/Março - Nº 45
Trabalhos práticos indicam que o ➠ Regulagem de abertura de
índice Ai tem influência mais signifi- trabalho: após certo nível de des-
cativa sobre o consumo das peças de gaste dos revestimentos os limites
desgaste, aparecendo numa proporção físicos do equipamento podem im-
exponencial, enquanto que a influen- pedir que se consiga manter o APF
cia do Wi é numa proporção direta. de trabalho.
Abaixo referências de Ai (Bond): ➠ Aproveitamento em peso
das peças: não se consegue manter Produção acumulada e Capacidade Produtiva
média de um período (considerando
os parâmetros da cavidade de brita- aproveitamento máximo em peso)
gem ao longo de toda vida dos reves-
Onde:
timentos, portanto eles são estudados
A: capacidade produtiva média quan-
de maneira a ter um aproveitamento
do revestimentos são trocados no iní-
aproximado de 50% de seus pesos.
cio da “fase decrescente”.
➠ Desgaste localizado: fatores
B: capacidade produtiva média quan-
como condições de regulagem de
do os revestimentos são trocados com
Alguns indicativos de vida das pe- abertura de trabalho, topsize mate-
máximo aproveitamento em peso dos
ças de desgaste devem ser considera- rial ou granulometria de alimenta-
revestimentos (até deformar-furar).
dos num processo de britagem: ção, volume de alimentação e fluxo
Nota:
➠ Produtividade horária: a pro- de alimentação dirigido para uma de-
1. Como o formato do gráfico de-
dução horária ao longo da vida útil dos terminada região da boca de alimen-
pende de fatores da máquina e apli-
revestimentos sofre variação, normal- tação do rebritador, podem provocar
cação, o mais adequado é construir o
mente a curva pode ser representada desgastes localizados, tendo como
gráfico do seu próprio britador. Para
em fases conforme gráfico abaixo: consequência alteração significativa
isto pode-se medir as produções horá-
no perfil da cavidade que, na prática,
rias, no instante em que a capacidade
reduz produção ou alteração no con-
atinge o máximo, com a freqüência
sumo de amperagem do motor.
encontrada na fórmula a seguir:
➠ Desgaste até peça deformar-
furar: esta prática não é recomen-
dável pois, apesar de proporcionar FAC =
o máximo aproveitamento em peso
das peças, a economia gerada pode FAC: Freqüência de Avaliação de
não compensar a queda da produtivi- Capacidade
Desempenho qualitativo de produção até máximo
aproveitamento em peso dos revestimentos dade ocasionada pelo desgaste acen- Vida: vida útil dos revestimentos
Fase inicial: revestimentos novos, ini- tuado e perda das características da usando-os com máximo aproveita-
ciando com produção horária pouco cavidade de britagem. mento em peso (até deformar-furar)
menor que o máximo tendendo ao au- Os indicativos acima ajudam na Ex. Se uma peça dura 500 horas, mede-
mento (ajuste de boca alimentação, ân- decisão do momento da troca das se a produção a cada 50 horas e registra-
gulo britagem e granulometria, etc.); peças de desgaste, o que é consequ- se no gráfico, desenhando a curva com-
Fase intermediária: revestimentos com ência das diferentes necessidades e pleta após a décima medição.
médio desgaste, produção horária per- possibilidades de cada usuário. 2. Valores e proporções de A e B
manece perto do máximo projetado; Porém, em uma planta de brita- podem variar de acordo com curva real
Fase decrescente: revestimentos bas- gem bem equalizada e com a preo- de produção de cada equipamento.
tante desgastados trabalhando até o cupação de obter-se o melhor de- Assim pode-se concluir que a ca-
aproveitamento máximo em peso, sempenho da instalação, a redução pacidade produtiva média é significa-
produção horária inicia um decrésci- da produção horária deve ser o parâ- tivamente maior quando os revesti-
mo acentuado, volume da cavidade e metro prioritário para determinação mentos são trocados logo no início da
ajuste do APF são prejudicados. do momento da troca das peças de fase decrescente de produção horária.
A produção acumulada é conside- desgaste. Portanto utilizar a peça até o seu
rada como sendo a área abaixo do grá- Neste caso, ao considerar uma aproveitamento máximo em peso
fico durante o período de trabalho dos curva de produção conforme apre- não é viável, se consideramos as
revestimentos. sentado acima, qualitativamente perdas pela redução da capacidade
Obs: gráfico é qualitativo. Valores, for- a diferença de produção média horá- produtiva. n
matos e duração de cada fase dependem ria, ao longo de determinado período
do equipamento, da cavidade, condições de trocas dos revestimentos, pode
operacionais, granulometria de alimen- ser representada conforme gráficos Wilson K. Obana
tação e tipo do material processado. a seguir: Eng°.Desenvolvimento de Peças de Desgaste
Janeiro/Fevereiro/Março - Nº 45 23
Artigo
Quase 25 anos após o lançamen- desmobilização, estão longe de atin- esteiras, colocando a primeira unida-
to dos primeiros conjuntos móveis gir os mesmos níveis de mobilidade de a operar em obras rodoviárias no
de britagem sobre esteira, o seu uso comparados aos conjuntos sobre es- Brasil.
no cenário mundial é cada vez mais teira.
crescente, tendo ultrapassado há O desenvolvimento dos conjun- A MENDES – Case de
muito tempo os tradicionais conjun- tos sobre esteiras começou com a Sucesso
tos sobre pneus e chegando a equipa- britagem primária, porém hoje exis- A Mendes é uma construtora que
rar-se em quantidade aos britadores te toda uma variedade de configura- atua em todo o Estado de Santa Cata-
primários fixos. ções com rebritadores de cone, VSI e rina, com foco nas obras rodoviárias.
O grande sucesso dos conjuntos peneiras, possibilitando montar uma Atualmente possui cerca de 40 obras
sobre esteira se deve à sua alta agi- planta completa de britagem com os em andamento espalhadas por todo
lidade similar aos equipamentos de conjuntos sobre esteiras, abrindo no- o estado. Apesar de ser uma empre-
carregamento, bem como facilidade vas possibilidades com o uso deste sa relativamente jovem (fundada em
e rapidez no transporte entre uma conceito de britagem. 1985), já atingiu porte considera-
obra e outra devido à sua constru- do médio e é uma das construtoras
ção compacta. A imediata entrada CENÁRIO BRASILEIRO
com maior índice de crescimento em
em operação por dispensar qualquer Apesar do crescente interesse, o Santa Catarina.
obra civil e instalação elétrica é ou- uso de conjuntos móveis de brita- A necessidade de adquirir um
tro fator que contribui para o seu am- gem sobre esteiras no Brasil ainda é conjunto de britagem de alta mobi-
plo domínio. insignificante, perdendo até mesmo lidade surgiu quando ganhou uma
Estas características tornam os para alguns países de menor expres- licitação para a construção de uma
conjuntos móveis de britagem sobre são na construção civil. praça de pedágio na BR-101 em Por-
esteiras soluções ideais para obras Ao contrário da grande maioria to Belo.
de curto prazo que requerem reloca- dos países, onde a utilização dos Apesar de já possuir, em perfei-
ções freqüentes, sendo largamente conjuntos sobre esteira começou tas condições de uso, um conjunto
empregados na execução de obras e é maciça na construção civil, as móvel sobre pneus IBP-752, fabri-
rodoviárias e na reciclagem de entu- primeiras unidades no Brasil foram cada pela antiga Barber Greene, o
lho de construção civil. para o segmento de mineração, no curtíssimo prazo de 100 dias para a
qual há hoje algumas unidades em sua execução com necessidade de
operação. produzir 70.000m3 de macadame
Os conjuntos móveis sobre pneus seco (4”- 1”), fez o dono da constru-
ainda têm amplo predomínio no Bra- tora, Sr. José de Assis Correa, mais
sil. O custo de aquisição ainda é o conhecido por Donga, procurar por
principal entrave para a sua maior
disseminação. Enquanto o Brasil
possui tecnologia de ponta e fabrica
os conjuntos sobre pneus localmen-
te, todos os conjuntos sobre esteira
são importados, o que eleva o inves-
Conjunto móvel sobre esteira em trânsito em rodovia
timento no equipamento.
Os conjuntos móveis sobre pneus, Apesar desta adversidade, a A
ainda que tenham tido um grande Mendes Terraplanagem, Construção
avanço tecnológico na última déca- e Extração de Minerais Ltda. sedia-
da, reduzindo drasticamente o tempo da em Gravatal, SC apostou na ver- Lokotrack LT-95S em produção na obra da A
necessário para a sua montagem e satilidade do conjunto móvel sobre Mendes
Abril/Maio/Junho - Nº 46 35
Artigo
uma solução capaz de atender a esta malidade, agilizando o reparo e au- figuração permite produzir o maca-
N
obra e ser versátil para atender a ou- mentando a disponibilidade. dame, sem a necessidade de instalar
tras no futuro. O conjunto está atualmente tra- uma peneira externa. A peneira pode
O equipamento escolhido foi o balhando na obra da rodovia SC- ser desacoplada em questão de mi-
conjunto móvel de britagem sobre 407 que liga Rancho Queimado à nutos, aumentando a versatilidade na
esteira, primeiro a ser adquirido para Anitápolis, num trecho de 23km, a sua utilização.
construção rodoviária no Brasil. O cerca de 60km de Florianópolis, com A equipe que opera o Lokotrack
modelo selecionado foi o Lokotrack previsão para produzir 48.000m3 de nesta obra é composta de um opera-
LT-95S da Metso. macadame seco. dor e um auxiliar. Como equipamen-
O pioneirismo e a ousadia no uso O Sr. Elias Dipp é o engenheiro to de carga, uma escavadeira Volvo
de novas tecnologias pela A Mendes residente que tem acompanhado a EC-240 com caçamba de 1,45m3.
já é conhecido no meio empresarial, operação do Lokotra-
talvez explicado pela juventude de ck. Ele trabalhou mui-
Donga, de apenas 34 anos, e pelo seu to tempo com conjun-
gosto por inovações. Grande parte de to móvel sobre pneus
novos lançamentos em equipamen- Azteca e destaca a mo-
tos na área de construção em Santa bilidade do conjunto
Catarina tem tido A Mendes como sobre esteiras como o
destino. grande diferencial em
Desde janeiro de 2008, quando relação ao tradicional
iniciou a operação, (um período de conjunto fabricado pela
um ano e meio), o conjunto já execu- Faço. Dentro da pró-
tou cinco obras e segundo informa- pria obra, o conjunto
ções do Donga, neste período o in- já foi relocado uma vez
vestimento já se pagou. Ele ressalta para britar seixo rolado
ainda que é o tipo de equipamento e num período de baixa
ideal para o perfil de obras executa- demanda, o conjunto
das pela A Mendes, de prazos curtos foi deslocado para uma LT-95S na obra da SC-407 britando rocha gerada no corte
e localizações pulverizadas. outra obra. Esta movimentação seria Uma pá carregadeira para carrega-
A operação e a manutenção do inviável com conjunto móvel sobre mento de caminhões complementa o
Lokotrack estão a cargo de Julio Ce- pneus, atestando a alta mobilidade conjunto. A rigor, tendo o Lokotrack
sar, irmão do Donga. Ele destaca vá- da britagem sobre esteira. comando por radio controle, o pró-
rias características interessantes no O baixo consumo de óleo diesel prio operador da escavadeira poderia
equipamento. (17 litros/h), principal componen- comandar a britagem, sem necessi-
A alta produtividade é um dos te do custo operacional, também dade de um operador exclusivo para
pontos destacados. Na obra do pe- mereceu destaque pelo engenheiro o Lokotrack.
dágio, o equipamento alcançou pro- residente. Impressionou-o também
dução média de 1000m3/dia traba- a avançada tecnologia embarcada, Gerente de Aplicação América do Sul
lhando num turno de 12h. Quanto o que facilita operação e aumenta a
à manutenção, salvo substituição produtividade. O britador de mandí- Para obter mais informações sobre este artigo:
de alguns componentes, não houve bulas é acionado por motor hidráuli- A Mendes Terraplanagem, Construções e Extração
de Minerais Ltda.
maiores problemas, tendo mostrado co permitindo que parta com câmara Rodovia SC-438 km10 Pouso Alto Gravatal SC Tel.
alta confiabilidade. cheia. Caso ultrapasse o limite de (48) 3301 2100 www.amendes.com.br
Uma característica elogiada por esforço, uma válvula de alívio im- Metso Brasil Ind. e Comércio Ltda.
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nico bastante amigável, facilitando ao britador. A reversão da rotação,
tanto a operação como a manuten- outro recurso disponível no britador, LOKOTRACK
Imagem 01
LT-95S – FICHA TÉCNICA
36 Abril/Maio/Junho - Nº 46
REPORTAGEM
Normalmente os equipamen-
tos são pesados e de grandes di-
mensões, gerando elevados custos
de transporte tempo de monta-
gem/desmontagem. Porém, com
os conjuntos móveis disponibiliza-
dos atualmente, este cenário tor-
na-se diferente. Compactos, com
alta portabilidade e alta capaci-
dade de produção, eles tornam o
deslocamento, montagem e des-
montagem, rápidas e simples.
“Os conjuntos móveis atuais,
oferecem uma excelente relação
custo-benefício. A portabilidade e
capacidade de produção dos con-
juntos móveis da linha NW, são
diferenciais que a Metso tem à
oferecer”, conta Walter Ananias,
gerente de vendas de equipamen- bulas série “C” e britadores cônicos pode ser mensurada por uma gran-
tos para construção da Metso. “O “HP”, que apresentam excelente de quantidade de clientes, como
tempo necessário para a monta- desempenho e têm manutenção por exemplo, a Cavalca Construção
gem e desmontagem dos conjun- extremamente simples e rápida. e Mineração Ltda, tradicional
tos em campo é muito pequeno, São vários modelos e configu- construtora rodoviária sediada em
e a facilidade para o transporte rações de plantas de britagem, Cuiabá-MT, com forte atuação,
entre as obras tornou os conjun- compostas por uma carreta para principalmente nas regiões Centro-
tos móveis uma ótima opção para produção de até 120 TPH, duas, Oeste, Norte e Nordeste do país.
a produção de agregados para a três ou até quatro carretas, para Cavalca e Metso têm relações
construção de obras rodoviárias”. produções maiores. comerciais estreitas há muitos
Os equipamentos, aos quais se Em função do grande cresci- anos e, em 2004, a Cavalca inves-
refere Ananias são os conjuntos mento de obras rodoviárias em tiu no primeiro conjunto móvel
móveis sobre pneus da linha NW, todo o Brasil nos últimos anos, a da Metso, para britagem de gra-
fabricados no Brasil pela Metso. utilização dos conjuntos móveis nito para a produção de agrega-
Eles são equipados com os britado- tem aumentado bastante. A Metso dos. Os equipamentos provaram
res tradicionais e mundiais da Met- é líder de mercado no fornecimen- ser uma excelente opção e outros
so, como os britadores de mandí- to desse produto e sua qualidade dois conjuntos completos foram
40 ABRIL/MAIO/JUNHO - Nº 53
REPORTAGEM
adquiridos nos anos seguintes, A linha NW da Metso apre- Outro ponto muito importan-
além de uma unidade terciária. senta alguns outros diferenciais. te refere-se à segurança operacio-
Arlindo Cavalca Filho, diretor Além da portabilidade, a facilida- nal dos conjuntos móveis NW. Os
da empresa, é taxativo quanto aos de de manutenção, como se refe- equipamentos atendem às nor-
ganhos que teve por sua escolha. riu Arlindo Cavalca Filho, também mas internacionais de segurança.
“O bom de trabalhar com a Metso é acima da média. “A equipe da Há chaves de emergência em vá-
é ter a garantia de receber aquilo Cavalca já passou por treinamento rios pontos do conjunto - qual-
que você comprou. É a confiabili- na Metso e estão experientes em quer problema que ocorra duran-
dade do equipamento em relação relação ao maquinário. “Os con- te o funcionamento, às chaves são
ao prazo de entrega e a certeza juntos são fornecidos com aces- facilmente acionadas e a máquina
de que o desempenho do produ- sórios que o diferenciam, como paralisa totalmente sua operação.
to vai atender o que demanda a por exemplo, os revestimentos Todas as partes girantes possuem
obra e, consequentemente, a em- das bicas de descarga, painel de proteções e os conjuntos têm pla-
presa como um todo” diz. comando auxiliar para operação taformas de proteção, nas quais o
Arlindo Cavalca Filho também à distância (além do painel em- operador tem uma visão panorâ-
ressalta que a alta mobilidade dos barcado), extensão da tremonha mica de todo o conjunto de for-
conjuntos móveis é fator primor- dobrável para o alimentador vib- ma muito segura, podendo ope-
dial na escolha da Metso. “Sem ratório, para redução da altura rar o conjunto por meio de um
dúvida que a capacidade de deslo- de transporte, transportadores de controle remoto. “A operação do
camento dessas máquinas aumenta correia dobráveis e portáteis para conjunto não exige mais que dois
nosso rendimento. As oportunida- pilhas de produtos, entre outros”, operadores”, diz Ananias.
des aparecem de repente e temos afirma Walter Ananias. Os conjuntos da Metso são pro-
que nos mover rapidamente. E Os conjuntos também poderão jetados e equipados para atender
ainda temos pouca manutenção da ser fornecidos com itens opcionais todas as normas de tráfego no ter-
máquina em atividade, ou seja, a como, pinça hidráulica ou rom- ritório brasileiro, dispensando ba-
manutenção preventiva é bem fei- pedor para o britador primário, tedores no seu transporte e como
ta e muito confiável. A planta para sistema de aspersão de água e é 100% fabricado no Brasil, possui
e volta a funcionar na hora progra- cabine de comando climatizada e linhas de financiamento incentiva-
mada”, comenta Cavalca. independente. das pelo governo federal. n
42 ABRIL/MAIO/JUNHO - Nº 53
Destaque
Serveng inaugura mineração em
Mogi das Cruzes
Da esq. para a dir.: o diretor de Recursos Humanos da Serveng, Rafael Mosca, o subsecretário de Mineração do Estado de São Paulo, José
Fernando Bruno, o diretor de Mineração da Serveng, Blás Cabrera, o coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva da Mineração (Comim) da Fiesp,
Eduardo Rodrigues Machado Luz, o Abade do Mosteiro São Bento, Dom Mathias Tolentino Braga, e o presidente da Serveng, Thadeu Penido
Extração e transporte do minério a 500 toneladas por hora – até a bri- 1, o pedrisco e o pó. Da classificação
O processo de extração de gnaisse tagem primária – que fragmenta en- final, os produtos nobres: pó de pedra,
começa com o decape, que é a retira- tre 580 e 620 toneladas de material pedrisco, pedra 1, brita 3 e brita 2. Há,
da do material estéril da mina. Em se- por hora. Nessa fase, também é feita ainda, os produtos secundários: bica
guida, o minério limpo (run of mine ou a descarga do mataco e, automatica- corrida, rachão limpo e pedra 5. Hoje, a
ROM) passa pela perfuração primária, mente, o abatimento de pó. São Bento produz cerca de 320 tonela-
feita com a perfuratriz pneumática. Ele Em seguida, o material provenien- das de material por hora, sendo que a
é desmontado por meio de detonação te da britagem primária é transportado capacidade operacional instalada está
e transportado até um britador primá- por sistema de correia e lançado na em torno de 400 toneladas por hora.
rio, posicionado estrategicamente en- pilha pulmão ou rachão (a principal
tre a mina e a praça do complexo in- e mais importante de todas as pilhas Carregamento final e expedição
dustrial de rebritagem e peneiramento. formadas dentro do complexo indus- Na fase final do ciclo do pedido,
Atualmente, a capacidade de trans- trial), que pode acumular até 10,5 mil bastará ao motorista inserir um car-
porte de ROM está em torno de 100 mil toneladas de material. Ela é distribuída tão magnético na estação do produto
toneladas por mês, o que corresponde para um britador secundário, que fecha desejado para que ocorra o carrega-
a uma variação entre três e quatro mil o circuito com uma peneira de classi- mento no peso exato. O próprio sis-
toneladas por dia. ficação, responsável por selecionar as tema encaminhará essa informação
granulometrias brita 3 e brita 2. O que à central de despacho, que emitirá
Beneficiamento e não passar nessa peneira retorna para a nota fiscal referente ao transporte.
classificação final reprocessamento pelo britador terciá- Após o carregamento, a programa-
O processo de beneficiamento pri- rio, cuja função é gerar material fino, ção de reposição de material na pilha
mário abrange o final do transporte da inferior a 35 milímetros. adequada também acontece de for-
rocha – cuja capacidade varia de 450 Do beneficiamento, saem a pedra ma automática.
Maquinário e equipe
Para desenvolver suas atividades de forma automatiza-
da, a São Bento conta com os seguintes equipamentos:
No processo de extração
1 perfuratriz
2 escavadeiras
1 rompedor
7 caminhões FE
No beneficiamento
1 britador de mandíbula 1312
2 rebritadores cônicos
3 peneiras vibratórias
24 transportadores de correia, que cobrem uma distância
linear total de um quilômetro. Todos foram produzidos
pela própria Serveng.
Nobres
Pó de pedra
Pedrisco
Pedra 1
Brita 2
Brita 3
Patrocínio Patrocínio
Realização:
Platina: Ouro:
Da esq. para a dir.: o assessor técnico executivo da secretaria de Energia do Estado de São Paulo, Antonio Camargo Junior, o subsecretário
de Mineração do Estado de São Paulo, José Fernando Bruno, o assessor executivo da subsecretaria de Mineração do Estado de São Paulo,
Ayrton Sintoni (falecido em 1º de agosto de 2013), o presidente executivo da Anepac, Fernando Valverde, o diretor comercial da Revista Brasil
Mineral, Sérgio de Oliveira, o coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva da Mineração (Comim) da Fiesp, Eduardo Rodrigues Machado Luz,
e o filho de Eduardo Rodrigues Machado Luz, Renato Machado
A mineração na Serveng
No Grupo Serveng, o negócio de
mineração representa cerca de 10%
de toda a receita da empresa. São
cinco unidades mineradoras (Apare-
cida, Barueri, Jambeiro, São Luis e
São Bento), além de duas unidades
industriais (Brasília e Caraguatatu-
ba), também ligadas ao segmento.
“Hoje, a Serveng está entre os cinco
maiores produtores de agregados do
Brasil. No início da sua atuação, a
empresa tinha o foco no fornecimen-
to de produtos para obras próprias.
Entramos fortemente no mercado
em 2007, para atender ao consumo
geral”, conta o diretor de Mineração,
Blás Bermudez Cabrera.
Considerando as cinco unidades
mineradoras, a Serveng possui capa-
cidade produtiva total de 4.500 tone-
ladas. De acordo com Blás, a meta da
Da esq. para a dir.: o assessor técnico do Sindipedras, Osni de Melo, o diretor de Mineração da Serveng para 2014 é a abertura de
Serveng, Blás Cabrera, e o presidente executivo da Anepac, Fernando Valverde mais uma unidade. “Ainda não defini-
mos em qual cidade, mas já existem
alguns locais em estudo”, afirma.
1959
1954
Uma história que Pelerson Penido compra a Pedreira
Pelerson Penido compra a empresa de
ônibus São Jorge com seu novo sócio,
Itaguassú, em Aparecida (SP), para
já tem quase suprir a demanda de brita nas obras
José Januário, em Guaratinguetá - SP.
A companhia começa atendendo a li-
do Vale do Paraíba.
60 anos nha Guaratinguetá - Escola de Aero-
náutica (EEAR).
N o processo de classificação de
agregados, a tela metálica ain-
da é o meio de peneiramento mais
zes de reduzir significativamente o
tempo de parada do equipamento
e o nível de ruído. Entretanto, esta
de 600x300 mm. A instalação do
sistema na peneira é muito simples
e a substituição dos módulos de
utilizado e atende à maioria das substituição pode não ser reco- tela é feita em alguns minutos e por
aplicações. Quando bem especifi- mendável. Por exemplo, uma tela apenas uma pessoa. Ao contrário,
cada e produzida com aço de boa metálica com uma determinada a substituição de painéis de telas
qualidade, oferece o melhor custo- abertura de malha pode oferecer metálicas requer horas de trabalho
-benefício e eficiência satisfatória área aberta superior a 50%, ao e, no mínimo, duas pessoas treina-
na separação desejada. passo que em uma tela de bor- das para executar esta tarefa. Com
De fato, não é somente a tela racha com a mesma abertura de a utilização do sistema de troca rá-
que responde por um peneiramen- malha este percentual fica em tor- pida, a redução no tempo de para-
to eficiente, existem outros fato- no de 35%. Esta redução na área da do equipamento é bastante sig-
res. Podemos citar dois deles: as livre pode inviabilizar a substituição nificativa e o custo de mão de obra
condições do processo com suas que, quando associada às variáveis de manutenção é sensivelmente
variáveis e o próprio equipamento do processo, pode prejudicar a efi- reduzido. Temos que considerar
vibratório, que têm grande impor- ciência do peneiramento. Por outro também a durabilidade das telas
tância na separação independente lado, se esta e outras questões que de borracha que pode ser de 8 a 10
de qual seja o tipo de tela utilizado. envolvem o processo forem consi- vezes maior que a da tela metálica.
Hoje, muitas empresas estão deradas, as telas de borracha po- Contudo, é importante salientar
substituindo as telas metálicas por dem ser a melhor escolha. que a substituição de telas metá-
telas de borracha. Isso porque suas Para o processo de classifica- licas por telas de borracha requer
características, principalmente no ção, normalmente as telas de bor- um estudo detalhado do processo
que se refere à durabilidade e fa- racha são fabricadas em módulos para que seja possível prever os re-
cilidade de substituição, são capa- de troca rápida e nas dimensões sultados desta alteração. n
* Diretor Técnico/VIMAX