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Artigo

Produção de agregado graúdo


para a construção civil.
Parte 2: Novos conceitos no projeto
de usinas de beneficiamento
Bernardo Piquet Carneiro Netto*
Luís Marcelo Marques Tavares**

Resumo A Associação Brasileira de Normas Os estágios de cominuição, a área


Técnicas – ABNT – através da NBR de peneiramento e a seqüência de ma-
Neste segundo artigo da série que 7211 com validade a partir de 29 de abril lhas das telas usadas serão definidos no
trata de uma visão contemporânea da de 2005, define agregado graúdo, com projeto de uma usina de beneficiamento
produção de agregados para a cons- requisitos adequados à produção de con- com base na busca do enquadramento
trução civil é apresentada uma me- cretos de cimento Portland, como sendo dos produtos nestas normas da ABNT,
todologia que combina algu ulações aquele “cujos grãos passam pela penei- como também, nos parâmetros minera-
computacionais no projeto de usinas ra com abertura de malha de 75 mm e lógicos da jazida. Enquanto no Estados
de beneficiamento. Essa metodologia ficam retidos na peneira com abertura Unidos e na Europa a maior parte do
foi empregada no projeto de uma uni- de malha de 4,75 mm”, denominado agregado graúdo é produzida a partir de
dade de produção de agregado graúdo comercialmente por brita. O passante na rochas relativamente brandas e pouco
a partir de rocha dura de jazida situ- malha de 4,75 mm, resultante do proces- abrasivas (61% da produção dos EUA
ada em Matias Barbosa, MG, sendo, so de produção de agregado graúdo, se é realizada a partir de rochas calcárias
neste artigo, apresentado e discutido constitui no denominado pó de brita. Os – USGS, 2000) no Brasil quase a tota-
o fluxograma do circuito proposto e o agregados de uso nas demais alternati- lidade da produção (>90%) se dá pelo
arranjo físico dos equipamentos para vas da construção civil não foram ainda emprego de rochas duras e abrasivas,
o empreendimento. O resultado é uma normatizados pela ABNT. como granitos, gnaisses, basaltos e
usina que apresenta elevada flexibi- A indisponibilidade de jazimentos diabásios (Valverde, 2005). Portanto, o
lidade, permitindo ao mesmo tempo de agregado graúdo natural, localizados uso dessas rochas impõe ainda maiores
garantir a produção de até oito produ- em distâncias de transporte aceitáveis desafios à produção de agregado graú-
tos comerciais dentro das normas da em relação aos grandes centros urba- do para a construção civil no Brasil,
ABNT e a rebritagem parcial ou total nos, levou a um intenso uso do agregado particularmente em decorrência dos
desses dentro do próprio processo, mi- manufaturado, o qual hoje praticamente maiores custos associados ao desgaste
nimizando os excedentes de demanda. domina o mercado brasileiro. de revestimentos de britadores e à ener-
Com capacidade anual de 2 milhões de Os empreendimentos minerais com gia, bem como à restrição da variedade
toneladas, a usina opera em três turnos, produção de agregado graúdo para fins de equipamentos aplicáveis nas opera-
com quatro estágios e um consumo de comerciais atendendo a demanda de ções de britagem.
1,0kWh/t nos britadores (para o caso concentrações urbanas, ou seja, aque- Uma usina adequadamente projetada
da geração de todos produtos menores les que não estão vinculados a uma é aquela que, dentro das limitações ofe-
que 25 mm), demandando apenas três obra civil específica, têm suas usinas recidas pelo tipo de rocha lavrada, per-
trabalhadores por turno de trabalho. de beneficiamento projetadas de forma mite a produção de uma ampla varieda-
a enquadrar seus produtos nas zonas de de produtos, com os menores custos
Introdução granulométricas definidas pela ABNT de investimento e operação. O presente
conforme listadas na Tabela 1. trabalho apresenta, a partir de projeto de
Designam-se como agregados utili- Além de produzir o agregado graú- uma unidade industrial, diversos con-
zados na construção civil os materiais, do enquadrado corretamente em cada ceitos e ferramentas – como ensaios de
naturais ou produzidos por cominuição e zona granulométrica, uma usina de laboratório, simulação computacional e
classificação de rochas duras, utilizados, beneficiamento terá a função de ade- softwares de visualização gráfica – que,
principalmente, na confecção de concre- quar, também, seus produtos dentro adequadamente aplicados, permitem o
to de cimento, pavimentos asfálticos, ar- dos limites estabelecidos pela ABNT projeto mais racional de usinas de bene-
gamassa para assentamento de alvenaria quanto ao índice de forma e do teor de ficiamento para as condições brasileiras
e revestimento, lastro ferroviário, funda- material pulverulento associado a cada quanto aos jazimentos minerais disponí-
ções e sistemas de drenagem. tipo de brita. veis junto aos grandes centros urbanos.

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Tabela 1. Porcentagem, em massa, passante acumulada de agregado graúdo,
segundo a norma NBR 7211 (ABNT)
Telas (ABNT NBR NM Brita 4 Brita 3 Brita 2 Brita 1 Brita 0
ISO 3310-1) Lim. inf. Lim. sup. Lim. inf. Lim. sup. Lim. inf. Lim. sup. Lim. inf. Lim. sup. Lim. inf. Lim. sup.
75 mm 100 95
63 mm 95 70
50 mm 25 0 100 95
37,5 mm 10 0 95 70
31,5 mm 5 0 25 0 100 95
25 mm 13 0 95 75* 100 95
19 mm 5 0 35* 5 98 85*
12,5 mm 8 0 60* 35* 100 95
9,5 mm 5 0 20* 0 98 85*
6,3 mm 8 0 60* 35*
4,75 mm 5 0 20* 0
2,36 mm 5 0
Faixa nominal 37,5 – 75 mm 25 – 50 mm 19 – 31,5 mm 9,5 – 25 mm 2,36 – 12,5 mm
(*) É aceito uma variação de, no máximo, cinco unidades percentuais em apenas um dos limites marcados.

Histórico do desenvolvimento de modo a serem introduzidos na boca tendo instalado balança na quase to-
tecnológico do britador com um posicionamento talidade das minerações, ainda usa o
que melhor permita a sua mordedura e, metro cúbico como unidade de ven-
Até a década de 1970, quando nas por outro lado, romper pontas ou ares- da, servindo a pesagem apenas como
lavras ainda eram utilizados marte- tas destes blocos de rocha já dentro do elemento de conferência da produção.
letes manuais na produção do “run- britador primário até que tenham fluxo Por ouro lado, na Região Metropolita-
of-mine” (Piquet Carneiro e Tavares, normal através da máquina. na de São Paulo a comercialização da
2006) a maioria das usinas de benefi- − No segundo estágio de britagem brita é feita inteiramente utilizado-se a
ciamento no Brasil se constituíam de é utilizado britador cônico, mas ain- tonelada como unidade de medida na
pequenos britadores de mandíbulas e da se encontram em uso rebritadores comercialização.
de rolos dispostos em série, sem es- secundários de mandíbulas com boca Com comparativamente poucas
toques intermediários, e utilizando-se com dimensões de até 120 x 40 cm. exceções, as usinas de beneficiamento
para a classificação de peneira circular − Nos demais estágios de rebritagem das minerações produtoras de agre-
giratória disposta sobre silos de con- são utilizados britadores cônicos com ou gados existentes no nosso país foram
cretos para estocagem dos produtos. sem regulagem automática da abertura projetadas, desde a qualificação e o di-
Com o advento, após esta década, de descarga. mensionamento de seus equipamentos
do uso de perfuratrizes de carreta no − Os produtos são comercializados até o seu arranjo físico, por vendedo-
desmonte primário, observou-se a se- a granel e estocados em pilhas a céu res das empresas fabricantes das má-
guinte evolução das usinas de benefi- aberto formadas por transportadores quinas de cominuição e de classifica-
ciamento: de correia, mas em muitas empresas ção granulométrica. Normalmente são
− Na busca de um adequado índice encontram-se, também, dispostos em técnicos ou mesmo engenheiros sem
de forma e de um satisfatório compor- silos de concreto localizados sob as graduação em engenharia de minas
tamento da curva granulométrica de peneiras classificadoras. e, na sua grande maioria, sem expe-
cada produto, normalmente, passaram − Em todos as minerações a ex- riência prática compatível na minera-
a ser utilizados por via seca quatro es- pedição dos produtos é sempre rodo- ção. Como resultado, observa-se hoje
tágios de britagem e classificação em viária, sendo a carga dos caminhões a existência generalizada de usinas
peneiras vibratórias. basculantes de entrega feita por pás de beneficiamento inadequadamente
− No primeiro estágio de cominui- mecânicas sobre pneus de médio porte projetadas, onde se registra na grande
ção, ou seja, na britagem primária, são ou por retomada por transportadores maioria dos casos:
utilizados britadores de mandíbulas de correia no caso da estocagem em − Britador primário como sendo o
com boca de alimentação igual ou su- pilhas, ou então, por “boca-de-lobo” único formador de pilha intermediária
perior a 120 x 100 cm. Em algumas sob os silos de concreto. de estoque.
minerações encontra-se instalado um − Na quase totalidade do país a − Rebritadores dispostos em série
rompedor hidráulico na boca do brita- comercialização dos agregados é fei- recebendo alimentação diretamente
dor primário com a finalidade de otimi- ta utilizando-se o metro cúbico como de cortes de peneiras, ou seja, sem
zar a operação de britagem. Sua ação unidade de medida, cubando-os sobre formação de pilhas intermediárias de
consiste em orientar os grandes blocos os caminhões de entrega. Como exem- estoque, obrigando a que todas as má-
de rocha que se deslocam sobre a mesa plo, pode-se citar a Região Metropo- quinas tenham que trabalhar durante
do alimentador vibratório ou de esteira, litana do Rio de Janeiro que, mesmo todo o tempo determinado por aquela

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Tabela 2. Produção da usina de operação com a capacidade
Horas trabalhadas Produção projetada.
Turnos/dia
Horas/dia Horas/mês Horas/ano t/dia t/mês t/ano A rocha, classificada como
3 20 440 5.280 8.000 176.000 2.112.000 granulito, se apresenta ape-
nas levemente fraturada no
que se constitui no elo mais fraco da Os produtos previstos da usina in-
jazimento mineral (Tabela 3). Ela se
cadeia produtiva. cluem os seis definidos pela ABNT
caracteriza por apresentar constância
− Máquinas impropriamente dimen- (Tabela 1 e o pó de brita), além do ra-
em termos de composição e estrutura
sionadas (desova de estoques dos fabri- chão (material maior que 75mm e não
em toda a jazida, permitindo assegu-
cantes de equipamentos) sem a mínima limitado por corte superior, usado em
rar um desempenho aproximadamente
visão da engenharia de minas do con- aterros filtrantes e em fundações de
uniforme da usina de beneficiamento
junto da mineração, insistindo-se em se edificações populares) e a “bica corri-
ao longo de toda a vida útil do empre-
dissociar a lavra do beneficiamento na da”, que corresponde à fração menor
endimento.
elaboração de seus projetos. que 25mm extraída do material produ-
Ensaios detalhados foram conduzi-
− Projetos elaborados e implanta- zido pelo britador primário, sendo nor-
dos nas dependências do Laboratório
dos com base, unicamente, em manu- malmente contaminada por material
de Tecnologia Mineral (LTM) da CO-
ais de fabricantes dos equipamentos fino da frente de lavra (possivelmente
PPE/UFRJ com o objetivo de carac-
de britagem e de classificação, sem altamente intemperizado) e encon-
terizar a rocha, fornecendo subsídios
nenhuma fundamentação em ensaios trando aplicação como base de obras
para a simulação do processo. Resul-
de laboratórios que definam antecipa- rodoviárias. Entretanto, tendo em vis-
tados típicos de ensaios de impacto
damente o comportamento das rochas ta a demanda apenas esporádica por
com partículas individuais, realizados
a serem beneficiadas. diversos dos produtos mais grossos,
na célula de carga de impacto (Tavares
− Disposição de arranjos físicos bem como a operação da usina em três
e Lima, 2006) segundo a metodologia
que impedem a maximização da pro- turnos – o que torna muito difícil a re-
proposta pelo JKMRC da Austrália
dução do conjunto de equipamentos, tomada de excedentes acumulados nas
(Napier-Munn et al., 1996), são apre-
dificultando a manutenção dos equipa- pilhas de estocagem na alimentação
sentados na Figura 1, na qual o padrão
mentos e a limpeza da área. dos britadores de forma sistemática – a
de fragmentação da rocha, bem como
escolha do fluxograma da usina e o di-
a relação entre a energia aplicada e a
Modelo de usina de mensionamento dos equipamentos se
distribuição de tamanhos resultante,
beneficiamento sob nova visão baseiam no princípio de que o circuito
são evidentes. Resultados desses en-
tecnológica seja capaz de converter inteiramente a
saios, a partir dos quais o parâmetro
produção dos agregados mais graúdos
A*b (Napier-Munn et al., 1996) é
Parâmetros básicos (rachão, brita 4, brita 3 e brita 2) nos
calculado, bem como resultados do
do projeto agregados mais finos (brita 1, brita 0
ensaio de britabilidade de impacto, o
No modelo exemplificado neste e pó de brita), além, evidentemente,
qual resulta no índice de trabalho Wi
trabalho, adotou-se uma capacidade de bica corrida, durante os três turnos
de Bond (Bergstrom,
horária projetada Figura 1 - Resultado de ensaio de fragmentação de partículas 1985), permitem clas-
de 400 t/h. A fim de individuais (22,4 x 19,0 mm) na célula de carga de impacto. sificar a rocha como de
maximizar a pro-
alta resistência à frag-
dução diária e mi-
mentação.
nimizar os custos
A resistência à fra-
de investimento do
tura, caracterizada pela
projeto é proposta
energia específica ne-
a operação diária
cessária para a fratura
da usina em três
de partículas, e, sendo
turnos. Conforme
determinada usando-
resume a Tabela 2,
se a célula de carga
isto resulta em uma
de impacto (Tavares e
produção anual da
Lima, 2006), varia mo-
ordem de 2 milhões
destamente dentro do
de toneladas de
intervalo de interesse
agregado (Piquet
na produção de agre-
Carneiro e Tavares,
gado graúdo (Figura
2006), o que ca-
2), apenas aumentando
racteriza a unidade
de forma significativa
como de porte mé-
para partículas menores
dio a grande neste
que aproximadamente
segmento.
1mm. Adicionalmente,

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o baixo valor do índice de abrasão Los Figura 2. Variação da energia específica de fratura com
Angeles (Tabela 3) mostra que a rocha o tamanho de partícula.
é pouco suscetível à degradação.
A partir do índice de abrasividade
de Bond (Ai) da rocha (Tabela 3) e
equações empíricas (Bergstrom, 1985)
estima-se que a taxa de desgaste espe-
rada dos revestimentos é da ordem de
20g de metal por kWh de energia usa-
da na britagem em britadores cônicos
e de mandíbulas. Esse é considerado
uma abrasividade de grau médio.
Ensaios de britagem em britador
cônico de laboratório no LTM/COPPE
demonstraram que a rocha apresenta
apenas pequena tendência à geração de
material de forma lamelar, mas maior
tendência à geração de material de
formato alongado (medidas de acor-
do com a British Standard 812). Com
isso, grande atenção deve ser dedicada
à escolha do tipo, número de estágios
de britagem e condição de operação
dos britadores a fim de garantir que
índices de forma adequados sejam ob-
Tabela 3. Características da rocha
tidos para essa rocha. Adicionalmente,
Tipo Metamórfica
esses ensaios de britagem ainda suge-
Classificação Granulito compacto levemente fraturado
rem, para fins de projeto, que pode-se
Densidade “in situ” 2,83 t/m3
tomar os valores intermediários a bai-
Índice de trabalho (Wi) de impacto 12,2 kWh/t
xos de capacidade reportados nos ma-
Parâmetro de fragmentação A*b 36,2
nuais de fabricantes.
Índice de abrasão Los Angeles 25%
Abrasividade Bond Ai 0,24
Fluxograma e arranjo
físico proposto detectadas em ensaio de laboratório, ou seja, o passante do segundo deque
bem como à possibilidade oferecida da peneira (P1) que alimenta o britador
A partir dos resultados dos ensaios da rebritagem total dos produtos gros- secundário.
de fragmentação e com o auxílio da sos do circuito, gerando apenas brita 0 O fluxograma proposto oferece flexi-
simulação computacional utilizando e pó de brita. bilidade suficiente para permitir que os
o software USIM-PAC®, bem como Adicionalmente, conforme mostra agregados graúdos rachão, brita 4, brita
o banco de dados de desempenho de a Figura 3, com exceção do britador 3, brita 2 e brita 1 sejam parcial ou total-
britadores e peneiras disponível no primário, todos os demais estágios de mente reciclados no processo, visando
LTM/COPPE, o circuito de beneficia- britagem operam em circuito fechado. a ampliação da produção de agregados
mento foi projetado. Maiores informa- As aberturas das telas utilizadas nas mais finos, como brita 0 e pó. Entretan-
ções sobre os modelos matemáticos e peneiras vibratórias P1 a P4 (Figura 3) to, o dimensionamento dos equipamen-
o procedimento de simulação podem foram selecionadas de acordo com os tos foi realizado de maneira a permitir a
ser encontradas em outras publicações valores dados na Tabela 4, os quais per- conversão de toda a produção em brita
(Napier-Munn et al., 1996; Neves e mitem o enquadramento dos produtos 0, pó de brita e bica corrida.
Tavares, 2004). O circuito é composto na NBR 7211 (Tabela 1), e levam em Com o auxílio do software Auto-
por quatro estágios de britagem (Figu- consideração a eficiência das peneiras. cad®, diferentes arranjos físicos do cir-
ra 3), buscado-se a otimização da pro- O rachão não é bitolado por cor- cuito foram simulados, visando otimi-
dutividade e do consumo de energia, te superior. Sua dimensão máxima é zar a utilização do terreno e minimizar
garantindo o atendimento às normas dada pelo britador primário que, neste o comprimento total dos transportado-
da ABNT quanto às curvas granulo- projeto, pode liberar material com até res de correia empregados. As Figuras
métricas (Tabela 1) e ao índice de for- 300mm. Além dos produtos listados na 4 e 5 apresentam o arranjo físico pro-
ma dos agregados. A necessidade de Tabela 4, um oitavo produto, que cor- posto, no qual é apresentada toda a se-
um quarto estágio de britagem está as- responde à fração menor que 25mm, qüência de britagem, classificação e es-
sociada principalmente às característi- denominada de “bica corrida”, é extra- tocagem de produtos intermediários e
cas impróprias de forma do material, ído do material britado pelo primário, finais da usina de beneficiamento. Toda

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Figura 3. Fluxograma do circuito de beneficiamento proposto.

Tabela 4. Especificação dos produtos


Limites Rachão Brita 4 Brita 3 Brita 2 Brita 1 Brita 0 Pó para uma faixa granu-
Corte superior (mm) - 75 50 32 25 12,5 5,5 lométrica <300mm (re-
Corte inferior (mm) 75 50 32 25 12,5 5,5 - dução de 3:1) visando à
a rebritagem é instalada em terreno pla- apenas um operário, com o auxilio de alimentação do britador
no, com os rebritadores e peneiras dis- jato de água reutilizada no próprio pro- secundário. Trata-se de um britador de
postas em linha. Ocupando um total de cesso, com pressão de 4 atm e oriunda mandíbulas, com motor de 200 hp (150
22,6 mil metros quadrados do terreno, de hidrantes posicionados de 10 em 10 kW), boca de alimentação de 1200mm
a área alocada à usina e ao pátio de es- metros ao longo da faixa cimentada. x 1000mm, operando com abertura na
toque permite a formação de um total Assim sendo, contando com o opera- posição fechada - APF - de 152 mm
de 11 pilhas, com capacidade total de dor posicionado na cabine de controle (6”), acoplado a um alimentador vi-
armazenamento de 28 mil toneladas de do britador primário e mais um para o bratório inclinado. O material passan-
produtos e frações intermediárias. serviço de limpeza da usina, a opera- te na grelha do alimentador vibratório
Utilizando-se inversores de freqü- ção normal da usina de beneficiamen- é utilizado como forração do transpor-
ência nos alimentadores vibratórios to demanda apenas três funcionários. tador de correia que recebe a descarga
localizados sob as pilhas de estoques do britador primário. O produto des-
intermediários e, também, dispondo de Detalhamento dos te estágio de britagem é estocado em
“ladrão” nos copos dos britadores ter- equipamentos usados uma pilha cônica a céu aberto (E1)
ciário e quaternário é possível o contro- com retomada inferior por meio de um
le completo da unidade de rebritagem A seguir é descrito de forma deta- alimentador vibratório que transfere o
(estágios secundário até quaternário), lhada cada estágio de britagem jun- minério para o segundo estágio de bri-
com apenas um operador posicionado tamente com todos os equipamentos tagem (Figuras 4 e 5).
em uma cabine de comando construída envolvidos naquela operação: Nestas condições operacionais re-
de tal forma a permitir uma visão por gistra-se uma taxa nominal horária de
cima da boca do britador secundário. Primeiro estágio produção de 400t com um compor-
Construindo-se sob os equipamentos O primeiro estágio, operando em tamento granulométrico do minério
um piso cimentado e inclinado em 20o circuito aberto, recebe o minério prove- britado dado pela Figura 6, o qual é
é possível efetuar a limpeza de toda a niente da lavra com dimensão máxima adequado à alimentação do estágio se-
área da rebritagem e classificação com de 1000mm (run-of-mine) reduzindo-o cundário de britagem.

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Figura 4. Arranjo físico: vista em planta do circuito proposto.

Figura 5. Arranjo físico: vistas em corte do circuito proposto.

Segundo estágio primária. Opcionalmente esta fração de (270t/h), alimenta uma peneira vibrató-
O segundo estágio de britagem é 75mm e 300mm, denominado de “ra- ria de 3 deques (P2 da Figura 3) e apre-
constituído por um britador giratório chão”, é estocada em pilha a céu aberto senta-se com o comportamento granu-
ou cônico (B2), denominado de bri- atendendo a carteira de pedidos (Figura lométrico dado pela Figura 6.
tador secundário, acionado por mo- 3). O passante no primeiro e retido no O britador secundário opera em cir-
tor de 200 hp (150 kW), com câmara segundo deque com tela de 25mm, a cuito fechado, com retorno do material
para grossos, operando com APF de uma taxa horária de 134t, reúne-se ao (a uma taxa de 44t/h) por transportador
60mm e sendo alimentado com 225t/ material britado pelo britador secundá- de correia conectado diretamente à tela
h de minério, referentes ao material rio (que inclui a carga circulante), tota- de 75mm aplicada no primeiro deque
contido na faixa de 75mm a 300mm lizando 403t/h. O passante do segundo da peneira classificadora P2. Esta tela,
produzido pela britagem primária (Fi- e último deque, ou seja, a fração menor além de regular a abertura de trabalho
gura 6), acrescidos de sua carga cir- de 25mm, denominada “bica corrida”, do britador secundário, é fundamental
culante. Esse britador cominui a uma é estocada a uma taxa horária de 41t para bitolar a brita 4 na faixa de 75mm
razão de redução de aproximadamente por transportador de correia em pilha a a 50mm. Essa fração abastece, opcio-
4:1. Portanto, a fração que alimenta o céu aberto para comercialização (Figu- nalmente, duas pilhas dispostas a céu
britador secundário é o retido do pri- ras 4 e 5). aberto. O fluxo de brita 4 para a pilha
meiro deque com tela de 75mm da pe- A fração de 403t/h correspondente que atende, principalmente, ao merca-
neira vibratória plana inclinada (P1 da ao contido entre as telas do primeiro do de feitura de gabiões é opcional e se
Figura 7) que recebe o material com e segundo deque (129t/h), somado ao faz de acordo com o atendimento aos
até 300mm proveniente da britagem fluxo que passa no britador secundário pedidos dos clientes. O fluxo normal

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Figura 6. Distribuições granulométricas da (B3) acionado por motor de 200hp
descarga de cada um dos britadores (150kW), com revestimento classifica-
do como de médio a grosso, operando
com APF de 25mm e sendo alimentado
com 244t/h de minério contido predo-
minantemente na faixa granulométrica
de 38mm a 75mm. Nessas condições o
britador aplica uma redução de, apro-
ximadamente, 2:1, operando em cir-
cuito fechado com a tela de 38mm, po-
sicionada no terceiro deque da peneira
classificadora P2, já descrita acima. O
produto resultante deste britador apre-
senta o comportamento granulométri-
co dado pela Figura 6.

Quarto estágio
Para este estágio foi especificado
e dimensionado um britador cônico
(B4) acionado por motor de 150hp
(110kW), com revestimento médio,
operando com APF de 20mm e sendo
da brita 4 se dá no abas- Figura 7. Arranjo físico do estágio secundário alimentado pela pilha E3
tecimento da pilha E2 que de britagem/classificação a uma taxa de 147t/h de
alimenta o britador terciá- minério contido predo-
rio juntamente com fração minantemente na faixa
de material contida no de- granulométrica de 25mm
que seguinte (Figura 3). a 38mm. Aplicando uma
A fração passante na razão de redução de,
tela de 50mm é retida no aproximadamente, 1,5:1,
terceiro deque com dispo- o britador, de menor por-
nibilidade de alternância te que aquele usado no
das seguintes telas: estágio terciário, opera
− Tela de 32mm para em circuito fechado em
produção de “brita 3” tela de 25mm, disposta
abastecendo a pilha a céu no segundo deque. Em
aberto que atende, princi- caráter eventual, o bri-
palmente, ao mercado de tador também pode ser
lastro ferroviário. alimentado pelo material
− Produzido o volu- retido em tela de 12,5mm
me de brita 3, que aten- do terceiro deque da pe-
da a previsão semanal de neira classificadora P3.
vendas, troca-se a tela Havendo interesse na
deste terceiro deque, uti- operação do britador
lizando-se uma malha que com maior freqüência
melhor equilibre o fluxo nesse ultimo modo, seria
de massa do processo de recomendável a seleção
beneficiamento. No caso de um britador de maior
em estudo a tela de 38mm porte na tarefa, provavel-
foi a que melhor se ade- mente comparável aquele
quou ao fluxograma e enquanto ela O passante na tela de 38mm ali- usado no estágio quaternário.
permanece instalada no terceiro deque menta a peneira vibratória de 3 deques A peneira P3 de 3 deques é operada
o fluxo é desviado para a pilha E2, ou (P3) disposta na seqüência do fluxo- de maneira que:
seja, agrega-se ao material da faixa grama (Figura 3). − O retido no primeiro deque com
de 75mm à 50mm retida pelo deque tela de 32mm, consistindo na fração
do nível acima com tela de 50mm de Terceiro estágio de material entre 38mm e 32mm, é
onde, então, é alimenta-se o britador Foi especificado e dimensionado, encaminhado obrigatoriamente para a
terciário a uma taxa de 244t/h. para este estágio, um britador cônico pilha E3.

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− O retido do segundo deque - Operação em todos estágios que oito produtos, incluindo todos
com tela de 25mm, ou seja, a bri- de rebritagem em circuito fechado, aqueles padronizados pela ABNT,
ta 2 é encaminhada para a pilha de a fim de garantir a bitolagem do são produzidos, para uma conver-
comercialização de acordo com sua maior número de produtos e carac- são completa dos agregados graú-
carteira de pedidos e tendo sido sa- terísticas ótimas de forma. dos (com a exceção da bica corrida)
tisfeito a demanda o fluxo é desvia- - Utilização de pilhas de estoca- em brita 0 e pó de brita, sem que
do para a pilha E3 visando-se sua gem na alimentação de todos está- ocorra qualquer variação das ca-
rebritagem. gios de rebritagem, a fim de evitar racterísticas dos produtos com essa
− O retido do terceiro deque com que a capacidade de processamento mudança.
tela de 12,5mm, ou seja, a brita 1 é do circuito seja reduzida devido a O uso dos princípios apresenta-
encaminhada para a pilha de comer- sobrecargas de caráter eventual ou dos, e com o auxílio de softwares
cialização e, eventualmente, diante sistemático de algum dos estágios de visualização gráfica, resultou na
de uma forte demanda de brita 0 ou de britagem. racionalização do arranjo físico dos
pó, o seu fluxo é desviado para a pi- - Dimensionamento de britado- equipamentos do circuito. Conside-
lha E3 visando-se sua rebritagem. res de maneira a garantir a sua ope- rada em conjunto às áreas de esto-
− O passante da tela de 12,5mm ração com câmara cheia (afogado) e cagem – com capacidade total de 28
do terceiro deque é encaminhado com a potência adequada ao mate- mil toneladas – e de carregamen-
para a peneira P4 de 1 deque com rial a ser britado. A sua capacidade to, a usina com quadro estágios de
tela de 5,5mm classificando-se nes- de processamento também deve ga- britagem ocupa a área de 22,5 mil
ta brita 0 e o pó. rantir que não ocorra acúmulo siste- metros quadrados de terreno. Adi-
O material britado neste estágio, mático na sua pilha de alimentação, cionalmente, britadores, peneiras e
sem rebritagem de brita 1, apresen- o que acarretaria a necessidade de pilhas foram arranjadas fisicamente
ta o comportamento granulométrico operação em turno extra. de maneira a minimizar o compri-
dado pela Figura 6. - Maximização da produtividade mento total de transportadores de
e minimização do custo de investi- correia (totalizando 650m), enquan-
Produtos finais do mento com a operação da usina em to a facilidade de acesso para limpe-
beneficiamento três turnos diários. za e manutenção dos equipamentos
- Minimização do consumo ener- era garantida.
As distribuições granulométricas gético do circuito e de metal de des- O uso desses softwares de simu-
dos produtos estocados nos vários gaste, pela seleção do tipo de bri- lação de processos (como o USIM-
estágios de classificação acima ana- tador mais adequado e abertura de PAC®, JKSimMet®, Modsim® e
lisados são apresentados na Figura posição fechada. Limn®, entre outros) no projeto de
8. A partição dos produtos finais - Racionalização máxima do ar- instalações de britagem e no di-
brita 1, brita 0, pó e bica corrida é ranjo físico dos equipamentos, mi- mensionamento de equipamentos é
registrada na Tabela 5. Tem-se uma nimizando o número de operadores perfeitamente justificado, tendo em
produção de brita 1 equivalente a e de pessoal envolvido na limpeza, vista a complexidade dos modelos
177t/h, o que equivale a 44% da ali- bem como do comprimento total de matemáticos de britadores e peneiras
mentação total de 400t/h da usina de transportadores de correia. e dos fluxogramas envolvidos, além
beneficiamento. No caso da brita 0 Esses princípios básicos de pro- das características peculiares de cada
esta proporção corresponde a 20%, jeto, aliados a softwares de simu- rocha, o que tornam inadequado o
com 26% e 10% cabendo ao pó e à lação de processos e ensaios em uso direto de informações constantes
bica corrida, respectivamente. laboratório de determinação das ca- em catálogos de fabricantes na etapa
racterísticas de britagem de um gra- do projeto de detalhe.
Conclusões nulito de Matias Barbosa, MG, per-
mitiram a elaboração de um projeto
Os seguintes princípios básicos de uma usina modelo que opera em
são propostos para guiar o proje- três turnos, com quatro estágios de
to de usinas de beneficiamento de britagem e peneiramento, três dos
agregado: quais operando em circuito fecha-
- Geração do maior número de do, resultando em uma capacidade
produtos, incluindo todos aqueles que de produção anual de 2 milhões de
atendam às faixas da NBR 7211, sem toneladas e um consumo energéti-
a formação de estoques excessivos e co nos britadores de 1,0kWh/t. O
Bernardo Piquet Carneiro Netto
permitindo a rebritagem de todos os circuito permite, apenas com a re- Engenheiro de Minas
excedentes de produção dentro do versão da direção do movimento de Consultor de empresas
próximo processo, ou seja, sem a ne- alguns transportadores de correia e Luís Marcelo Marques Tavares
cessidade de retomada de pilhas com a substituição de uma única tela de Engenheiro de Minas
o auxílio de pás carregadeiras. peneira, passar de uma condição em PhD e Professor da COPPE/UFRJ

Julho/Agosto/Setembro - Nº 35 27
Artigo

Controle das peças de


desgaste de equipamentos
de britagem
Wilson K. Obana
Objetivo:
•  Indicar parâmetros que influenciam em peças de desgaste
•  Apresentar indicativos para definição do correto momento de troca das peças de desgaste
Definições:
•  Peças de desgaste: são os componentes que estão dentro da cavidade de britagem e que tem contato direto com
material cominuido.
Em britadores de mandíbulas: mandíbulas fixas e móveis e seus revestimentos laterais
Em rebritadores cônicos: mantas e revestimentos do bojo (ou revestimentos fixos / côncavos)
•  Revestimentos: referência genérica para o par que forma a cavidade (manta+revestimento, p.ex.)
Abrangência:
•  Britadores de Mandíbulas e rebritadores cônicos secundários, terciários e quaternários
Os custos decorrentes das peças de taxa de redução elevada exige que se- influência no desgaste e desempenho
desgaste nos britadores sempre tem jam aplicadas grandes potências e ex- da produção proporcionada ao longo
sido um ponto preocupante em qual- centricidades, acelerando o consumo da vida útil das peças, bem como na
quer instalação de britagem. aparente das peças de desgaste, quan- qualidade do material processado.
É importante ter como conceito do comparados com equipamentos de A atenção sobre o desgaste se torna
que o consumo destas peças tem rela- versões anteriores. ainda mais necessária à medida que o
ção direta com a energia aplicada e o Porém, o consumo específico, que material processado tem característi-
tipo de material processado. é representado pelo fator entre os gra- cas severas. Em relação à severidade,
Para melhor entendimento deste mas de material de desgaste consumi- dois são os índices normalmente con-
processo considera-se que os seguin- dos por tonelada de material processa- siderados quando se trata de cominui-
tes fatores influenciam sobre o desgas- do, não sofre grandes alterações. ção de materiais:
te abrasivo em britagem: Os equipamentos também têm - Ai (Abrasion Index): ou índice de
. tipo do equipamento diferentes condições operacionais, abrasividade, é um parâmetro que
. características operacionais como rotação de trabalho, movimen- quantifica o poder abrasivo do mate-
. projeto da peça to do eixo (excêntrico), abertura de rial e geralmente está relacionado com
. material processado regulagem de trabalho (APF e APA), a porcentagem de sílica livre contida
Diferentes tipos de equipamentos ângulo entre peças de desgaste fixa na composição do minério. Há dife-
têm projetos e características próprias, e móvel (ângulo de britagem), entre rentes procedimentos para sua medi-
o que provoca predominância de um outros. ção, porém o mais usual em britagem
ou outro mecanismo de desgaste den- Pode-se traduzir que estas condi- é o método de Bond que, como valor,
tro da cavidade de britagem. Também, ções distintas consomem diferentes corresponde numericamente à quan-
a potência instalada e a taxa de redu- quantidades de potência e, portanto, tidade em gramas que placas padrões
ção proporcionada pelo equipamento taxas de consumo de peças de desgas- perdem em contato com material pro-
são fatores que influenciam direta- te também alteram na proporção da cessado quando submetido a equipa-
mente na vida das peças potência consumida mento e procedimento padrões;
Na prática pode-se considerar O projeto das peças de desgaste fi- - Wi (Work Index): ou fator de trabalho,
que os conjuntos dos fatos acima xas e móveis, para formar o perfil ade- é um parâmetro que quantifica a energia
provocam uma demanda maior de quado levando-se em conta as necessi- envolvida em processo de redução de
energia por tonelada de material dades de cada cavidade, como boca de material. O sentido físico deste fator é o
processado. Em consequência a taxa alimentação, abertura de regulagem de valor do trabalho, em kWh, necessário
de consumo das peças de desgaste trabalho, posição inicial-final da vida para reduzir uma tonelada-curta de um
também aumenta. dos revestimentos, ângulo de britagem determinado material, com tamanho de
A necessidade atual de ter equi- da cavidade, passagem de finos, per- alimentação infinito, a um produto 80%
pamentos com volume de produção e centual de lamelas, etc., tem grande passante na malha de 100µ.

22 Janeiro/Fevereiro/Março - Nº 45
Trabalhos práticos indicam que o ➠  Regulagem de abertura de
índice Ai tem influência mais signifi- trabalho: após certo nível de des-
cativa sobre o consumo das peças de gaste dos revestimentos os limites
desgaste, aparecendo numa proporção físicos do equipamento podem im-
exponencial, enquanto que a influen- pedir que se consiga manter o APF
cia do Wi é numa proporção direta. de trabalho.
Abaixo referências de Ai (Bond): ➠  Aproveitamento em peso
das peças: não se consegue manter Produção acumulada e Capacidade Produtiva
média de um período (considerando
os parâmetros da cavidade de brita- aproveitamento máximo em peso)
gem ao longo de toda vida dos reves-
Onde:
timentos, portanto eles são estudados
A: capacidade produtiva média quan-
de maneira a ter um aproveitamento
do revestimentos são trocados no iní-
aproximado de 50% de seus pesos.
cio da “fase decrescente”.
➠  Desgaste localizado: fatores
B: capacidade produtiva média quan-
como condições de regulagem de
do os revestimentos são trocados com
Alguns indicativos de vida das pe- abertura de trabalho, topsize mate-
máximo aproveitamento em peso dos
ças de desgaste devem ser considera- rial ou granulometria de alimenta-
revestimentos (até deformar-furar).
dos num processo de britagem: ção, volume de alimentação e fluxo
Nota:
➠  Produtividade horária: a pro- de alimentação dirigido para uma de-
1. Como o formato do gráfico de-
dução horária ao longo da vida útil dos terminada região da boca de alimen-
pende de fatores da máquina e apli-
revestimentos sofre variação, normal- tação do rebritador, podem provocar
cação, o mais adequado é construir o
mente a curva pode ser representada desgastes localizados, tendo como
gráfico do seu próprio britador. Para
em fases conforme gráfico abaixo: consequência alteração significativa
isto pode-se medir as produções horá-
no perfil da cavidade que, na prática,
rias, no instante em que a capacidade
reduz produção ou alteração no con-
atinge o máximo, com a freqüência
sumo de amperagem do motor.
encontrada na fórmula a seguir:
➠  Desgaste até peça deformar-
furar: esta prática não é recomen-
dável pois, apesar de proporcionar FAC =
o máximo aproveitamento em peso
das peças, a economia gerada pode FAC: Freqüência de Avaliação de
não compensar a queda da produtivi- Capacidade
Desempenho qualitativo de produção até máximo
aproveitamento em peso dos revestimentos dade ocasionada pelo desgaste acen- Vida: vida útil dos revestimentos
Fase inicial: revestimentos novos, ini- tuado e perda das características da usando-os com máximo aproveita-
ciando com produção horária pouco cavidade de britagem. mento em peso (até deformar-furar)
menor que o máximo tendendo ao au- Os indicativos acima ajudam na Ex. Se uma peça dura 500 horas, mede-
mento (ajuste de boca alimentação, ân- decisão do momento da troca das se a produção a cada 50 horas e registra-
gulo britagem e granulometria, etc.); peças de desgaste, o que é consequ- se no gráfico, desenhando a curva com-
Fase intermediária: revestimentos com ência das diferentes necessidades e pleta após a décima medição.
médio desgaste, produção horária per- possibilidades de cada usuário. 2. Valores e proporções de A e B
manece perto do máximo projetado; Porém, em uma planta de brita- podem variar de acordo com curva real
Fase decrescente: revestimentos bas- gem bem equalizada e com a preo- de produção de cada equipamento.
tante desgastados trabalhando até o cupação de obter-se o melhor de- Assim pode-se concluir que a ca-
aproveitamento máximo em peso, sempenho da instalação, a redução pacidade produtiva média é significa-
produção horária inicia um decrésci- da produção horária deve ser o parâ- tivamente maior quando os revesti-
mo acentuado, volume da cavidade e metro prioritário para determinação mentos são trocados logo no início da
ajuste do APF são prejudicados. do momento da troca das peças de fase decrescente de produção horária.
A produção acumulada é conside- desgaste. Portanto utilizar a peça até o seu
rada como sendo a área abaixo do grá- Neste caso, ao considerar uma aproveitamento máximo em peso
fico durante o período de trabalho dos curva de produção conforme apre- não é viável, se consideramos as
revestimentos. sentado acima, qualitativamente perdas pela redução da capacidade
Obs: gráfico é qualitativo. Valores, for- a diferença de produção média horá- produtiva. n
matos e duração de cada fase dependem ria, ao longo de determinado período
do equipamento, da cavidade, condições de trocas dos revestimentos, pode
operacionais, granulometria de alimen- ser representada conforme gráficos Wilson K. Obana
tação e tipo do material processado. a seguir: Eng°.Desenvolvimento de Peças de Desgaste

Janeiro/Fevereiro/Março - Nº 45 23
Artigo

BRITAGEM MÓVEL SOBRE


ESTEIRA MOSTRA A SUA
VERSATILIDADE
Toshihiko Ohashi*

Quase 25 anos após o lançamen- desmobilização, estão longe de atin- esteiras, colocando a primeira unida-
to dos primeiros conjuntos móveis gir os mesmos níveis de mobilidade de a operar em obras rodoviárias no
de britagem sobre esteira, o seu uso comparados aos conjuntos sobre es- Brasil.
no cenário mundial é cada vez mais teira.
crescente, tendo ultrapassado há O desenvolvimento dos conjun- A MENDES – Case de
muito tempo os tradicionais conjun- tos sobre esteiras começou com a Sucesso
tos sobre pneus e chegando a equipa- britagem primária, porém hoje exis- A Mendes é uma construtora que
rar-se em quantidade aos britadores te toda uma variedade de configura- atua em todo o Estado de Santa Cata-
primários fixos. ções com rebritadores de cone, VSI e rina, com foco nas obras rodoviárias.
O grande sucesso dos conjuntos peneiras, possibilitando montar uma Atualmente possui cerca de 40 obras
sobre esteira se deve à sua alta agi- planta completa de britagem com os em andamento espalhadas por todo
lidade similar aos equipamentos de conjuntos sobre esteiras, abrindo no- o estado. Apesar de ser uma empre-
carregamento, bem como facilidade vas possibilidades com o uso deste sa relativamente jovem (fundada em
e rapidez no transporte entre uma conceito de britagem. 1985), já atingiu porte considera-
obra e outra devido à sua constru- do médio e é uma das construtoras
ção compacta. A imediata entrada CENÁRIO BRASILEIRO
com maior índice de crescimento em
em operação por dispensar qualquer Apesar do crescente interesse, o Santa Catarina.
obra civil e instalação elétrica é ou- uso de conjuntos móveis de brita- A necessidade de adquirir um
tro fator que contribui para o seu am- gem sobre esteiras no Brasil ainda é conjunto de britagem de alta mobi-
plo domínio. insignificante, perdendo até mesmo lidade surgiu quando ganhou uma
Estas características tornam os para alguns países de menor expres- licitação para a construção de uma
conjuntos móveis de britagem sobre são na construção civil. praça de pedágio na BR-101 em Por-
esteiras soluções ideais para obras Ao contrário da grande maioria to Belo.
de curto prazo que requerem reloca- dos países, onde a utilização dos Apesar de já possuir, em perfei-
ções freqüentes, sendo largamente conjuntos sobre esteira começou tas condições de uso, um conjunto
empregados na execução de obras e é maciça na construção civil, as móvel sobre pneus IBP-752, fabri-
rodoviárias e na reciclagem de entu- primeiras unidades no Brasil foram cada pela antiga Barber Greene, o
lho de construção civil. para o segmento de mineração, no curtíssimo prazo de 100 dias para a
qual há hoje algumas unidades em sua execução com necessidade de
operação. produzir 70.000m3 de macadame
Os conjuntos móveis sobre pneus seco (4”- 1”), fez o dono da constru-
ainda têm amplo predomínio no Bra- tora, Sr. José de Assis Correa, mais
sil. O custo de aquisição ainda é o conhecido por Donga, procurar por
principal entrave para a sua maior
disseminação. Enquanto o Brasil
possui tecnologia de ponta e fabrica
os conjuntos sobre pneus localmen-
te, todos os conjuntos sobre esteira
são importados, o que eleva o inves-
Conjunto móvel sobre esteira em trânsito em rodovia
timento no equipamento.
Os conjuntos móveis sobre pneus, Apesar desta adversidade, a A
ainda que tenham tido um grande Mendes Terraplanagem, Construção
avanço tecnológico na última déca- e Extração de Minerais Ltda. sedia-
da, reduzindo drasticamente o tempo da em Gravatal, SC apostou na ver- Lokotrack LT-95S em produção na obra da A
necessário para a sua montagem e satilidade do conjunto móvel sobre Mendes

Abril/Maio/Junho - Nº 46 35
Artigo
uma solução capaz de atender a esta malidade, agilizando o reparo e au- figuração permite produzir o maca-
N
obra e ser versátil para atender a ou- mentando a disponibilidade. dame, sem a necessidade de instalar
tras no futuro. O conjunto está atualmente tra- uma peneira externa. A peneira pode
O equipamento escolhido foi o balhando na obra da rodovia SC- ser desacoplada em questão de mi-
conjunto móvel de britagem sobre 407 que liga Rancho Queimado à nutos, aumentando a versatilidade na
esteira, primeiro a ser adquirido para Anitápolis, num trecho de 23km, a sua utilização.
construção rodoviária no Brasil. O cerca de 60km de Florianópolis, com A equipe que opera o Lokotrack
modelo selecionado foi o Lokotrack previsão para produzir 48.000m3 de nesta obra é composta de um opera-
LT-95S da Metso. macadame seco. dor e um auxiliar. Como equipamen-
O pioneirismo e a ousadia no uso O Sr. Elias Dipp é o engenheiro to de carga, uma escavadeira Volvo
de novas tecnologias pela A Mendes residente que tem acompanhado a EC-240 com caçamba de 1,45m3.
já é conhecido no meio empresarial, operação do Lokotra-
talvez explicado pela juventude de ck. Ele trabalhou mui-
Donga, de apenas 34 anos, e pelo seu to tempo com conjun-
gosto por inovações. Grande parte de to móvel sobre pneus
novos lançamentos em equipamen- Azteca e destaca a mo-
tos na área de construção em Santa bilidade do conjunto
Catarina tem tido A Mendes como sobre esteiras como o
destino. grande diferencial em
Desde janeiro de 2008, quando relação ao tradicional
iniciou a operação, (um período de conjunto fabricado pela
um ano e meio), o conjunto já execu- Faço. Dentro da pró-
tou cinco obras e segundo informa- pria obra, o conjunto
ções do Donga, neste período o in- já foi relocado uma vez
vestimento já se pagou. Ele ressalta para britar seixo rolado
ainda que é o tipo de equipamento e num período de baixa
ideal para o perfil de obras executa- demanda, o conjunto
das pela A Mendes, de prazos curtos foi deslocado para uma LT-95S na obra da SC-407 britando rocha gerada no corte
e localizações pulverizadas. outra obra. Esta movimentação seria Uma pá carregadeira para carrega-
A operação e a manutenção do inviável com conjunto móvel sobre mento de caminhões complementa o
Lokotrack estão a cargo de Julio Ce- pneus, atestando a alta mobilidade conjunto. A rigor, tendo o Lokotrack
sar, irmão do Donga. Ele destaca vá- da britagem sobre esteira. comando por radio controle, o pró-
rias características interessantes no O baixo consumo de óleo diesel prio operador da escavadeira poderia
equipamento. (17 litros/h), principal componen- comandar a britagem, sem necessi-
A alta produtividade é um dos te do custo operacional, também dade de um operador exclusivo para
pontos destacados. Na obra do pe- mereceu destaque pelo engenheiro o Lokotrack.
dágio, o equipamento alcançou pro- residente. Impressionou-o também
dução média de 1000m3/dia traba- a avançada tecnologia embarcada, Gerente de Aplicação América do Sul
lhando num turno de 12h. Quanto o que facilita operação e aumenta a
à manutenção, salvo substituição produtividade. O britador de mandí- Para obter mais informações sobre este artigo:
de alguns componentes, não houve bulas é acionado por motor hidráuli- A Mendes Terraplanagem, Construções e Extração
de Minerais Ltda.
maiores problemas, tendo mostrado co permitindo que parta com câmara Rodovia SC-438 km10 Pouso Alto Gravatal SC Tel.
alta confiabilidade. cheia. Caso ultrapasse o limite de (48) 3301 2100 www.amendes.com.br
Uma característica elogiada por esforço, uma válvula de alívio im- Metso Brasil Ind. e Comércio Ltda.
Av, Independência 2500, Eden Sorocaba SP Tel.
Julio é o sistema de controle eletrô- pede a sobrecarga evitando danos (15) 2102 1300 www.metsominerals.com.br
nico bastante amigável, facilitando ao britador. A reversão da rotação,
tanto a operação como a manuten- outro recurso disponível no britador, LOKOTRACK
Imagem 01
LT-95S – FICHA TÉCNICA

ção. Os parâmetros operacionais de ajuda no desengaiolamento. Um sen- Capacidade: 350t/h


todos os equipamentos embarcados sor infravermelho colocado no chute Alimentador: TK-9-32-2V (0,95mx3,2m) tremonha
4m3
podem ser monitorados e ajustados de alimentação do britador controla Britador: C95 (Dimensões da boca 950x580mm)
facilmente através do sistema eletrô- a velocidade do alimentador, permi- ajuste hidráulico
nico, como no caso da regulagem da tindo a operação automatizada da Peneira: TK-11-20-S (1,1mx2,0m)
Transportador de correia: 0,8mx9,0m
abertura do britador feito hidrauli- operação. Motor: Cummins 5,9l 179kW (240HP) @ 2400rpm
camente pelo simples apertar de um A versão do Lokotrack adquirida Sistema de controle eletrônico: IC500
Dimensões para transporte: Comprimento 14,8m
botão. O mesmo sistema eletrônico pela A Mendes possui peneira vibra- Largura 2,5m Altura 3,1m
acusa imediatamente qualquer anor- tória acoplada ao conjunto. Esta con- Peso total: 31,2t n

36 Abril/Maio/Junho - Nº 46
REPORTAGEM

Conjuntos móveis “NW” da Metso


garantem qualidade e rapidez
na produção de agregados
A necessidade de constantes deslocamentos da planta de britagem
é um dos principais problemas enfrentados pelas empresas produtoras
de agregados utilizados nas construções rodoviárias.

Normalmente os equipamen-
tos são pesados e de grandes di-
mensões, gerando elevados custos
de transporte tempo de monta-
gem/desmontagem. Porém, com
os conjuntos móveis disponibiliza-
dos atualmente, este cenário tor-
na-se diferente. Compactos, com
alta portabilidade e alta capaci-
dade de produção, eles tornam o
deslocamento, montagem e des-
montagem, rápidas e simples.
“Os conjuntos móveis atuais,
oferecem uma excelente relação
custo-benefício. A portabilidade e
capacidade de produção dos con-
juntos móveis da linha NW, são
diferenciais que a Metso tem à
oferecer”, conta Walter Ananias,
gerente de vendas de equipamen- bulas série “C” e britadores cônicos pode ser mensurada por uma gran-
tos para construção da Metso. “O “HP”, que apresentam excelente de quantidade de clientes, como
tempo necessário para a monta- desempenho e têm manutenção por exemplo, a Cavalca Construção
gem e desmontagem dos conjun- extremamente simples e rápida. e Mineração Ltda, tradicional
tos em campo é muito pequeno, São vários modelos e configu- construtora rodoviária sediada em
e a facilidade para o transporte rações de plantas de britagem, Cuiabá-MT, com forte atuação,
entre as obras tornou os conjun- compostas por uma carreta para principalmente nas regiões Centro-
tos móveis uma ótima opção para produção de até 120 TPH, duas, Oeste, Norte e Nordeste do país.
a produção de agregados para a três ou até quatro carretas, para Cavalca e Metso têm relações
construção de obras rodoviárias”. produções maiores. comerciais estreitas há muitos
Os equipamentos, aos quais se Em função do grande cresci- anos e, em 2004, a Cavalca inves-
refere Ananias são os conjuntos mento de obras rodoviárias em tiu no primeiro conjunto móvel
móveis sobre pneus da linha NW, todo o Brasil nos últimos anos, a da Metso, para britagem de gra-
fabricados no Brasil pela Metso. utilização dos conjuntos móveis nito para a produção de agrega-
Eles são equipados com os britado- tem aumentado bastante. A Metso dos. Os equipamentos provaram
res tradicionais e mundiais da Met- é líder de mercado no fornecimen- ser uma excelente opção e outros
so, como os britadores de mandí- to desse produto e sua qualidade dois conjuntos completos foram

40 ABRIL/MAIO/JUNHO - Nº 53
REPORTAGEM

adquiridos nos anos seguintes, A linha NW da Metso apre- Outro ponto muito importan-
além de uma unidade terciária. senta alguns outros diferenciais. te refere-se à segurança operacio-
Arlindo Cavalca Filho, diretor Além da portabilidade, a facilida- nal dos conjuntos móveis NW. Os
da empresa, é taxativo quanto aos de de manutenção, como se refe- equipamentos atendem às nor-
ganhos que teve por sua escolha. riu Arlindo Cavalca Filho, também mas internacionais de segurança.
“O bom de trabalhar com a Metso é acima da média. “A equipe da Há chaves de emergência em vá-
é ter a garantia de receber aquilo Cavalca já passou por treinamento rios pontos do conjunto - qual-
que você comprou. É a confiabili- na Metso e estão experientes em quer problema que ocorra duran-
dade do equipamento em relação relação ao maquinário. “Os con- te o funcionamento, às chaves são
ao prazo de entrega e a certeza juntos são fornecidos com aces- facilmente acionadas e a máquina
de que o desempenho do produ- sórios que o diferenciam, como paralisa totalmente sua operação.
to vai atender o que demanda a por exemplo, os revestimentos Todas as partes girantes possuem
obra e, consequentemente, a em- das bicas de descarga, painel de proteções e os conjuntos têm pla-
presa como um todo” diz. comando auxiliar para operação taformas de proteção, nas quais o
Arlindo Cavalca Filho também à distância (além do painel em- operador tem uma visão panorâ-
ressalta que a alta mobilidade dos barcado), extensão da tremonha mica de todo o conjunto de for-
conjuntos móveis é fator primor- dobrável para o alimentador vib- ma muito segura, podendo ope-
dial na escolha da Metso. “Sem ratório, para redução da altura rar o conjunto por meio de um
dúvida que a capacidade de deslo- de transporte, transportadores de controle remoto. “A operação do
camento dessas máquinas aumenta correia dobráveis e portáteis para conjunto não exige mais que dois
nosso rendimento. As oportunida- pilhas de produtos, entre outros”, operadores”, diz Ananias.
des aparecem de repente e temos afirma Walter Ananias. Os conjuntos da Metso são pro-
que nos mover rapidamente. E Os conjuntos também poderão jetados e equipados para atender
ainda temos pouca manutenção da ser fornecidos com itens opcionais todas as normas de tráfego no ter-
máquina em atividade, ou seja, a como, pinça hidráulica ou rom- ritório brasileiro, dispensando ba-
manutenção preventiva é bem fei- pedor para o britador primário, tedores no seu transporte e como
ta e muito confiável. A planta para sistema de aspersão de água e é 100% fabricado no Brasil, possui
e volta a funcionar na hora progra- cabine de comando climatizada e linhas de financiamento incentiva-
mada”, comenta Cavalca. independente. das pelo governo federal. n

42 ABRIL/MAIO/JUNHO - Nº 53
Destaque
Serveng inaugura mineração em
Mogi das Cruzes

Da esq. para a dir.: o diretor de Recursos Humanos da Serveng, Rafael Mosca, o subsecretário de Mineração do Estado de São Paulo, José
Fernando Bruno, o diretor de Mineração da Serveng, Blás Cabrera, o coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva da Mineração (Comim) da Fiesp,
Eduardo Rodrigues Machado Luz, o Abade do Mosteiro São Bento, Dom Mathias Tolentino Braga, e o presidente da Serveng, Thadeu Penido

Preparada para atuar de forma automatizada, São Bento é a quinta unidade


mineradora da empresa fundada por Pelerson Soares Penido

O Grupo Serveng inaugurou, no


dia 28 de maio, véspera de seu
aniversário de 59 anos, a Mineração
ligação com a companhia após 68
anos. “Essa pedreira foi aberta em
1945, para atender à construção da
do local está em torno de 50 mil to-
neladas e, até o final do ano, chegará
em 70 mil. “Isso em um período de oito
São Bento no município de Mogi das Ferrovia Central do Brasil, no trecho horas. Podemos produzir 150 mil tone-
Cruzes, em São Paulo. Realizada na Jacareí – Mogi das Cruzes. O curioso ladas mensalmente, se trabalharmos
área de despacho da pedreira, a ce- é que, na época, o Sr. Pelerson Peni- em dois turnos”, ressalta.
rimônia contou com a presença de do, fundador da Serveng, ajudou no A São Bento abastecerá as regi-
cerca de 250 pessoas, como o sub- serviço, utilizando a brita dessa uni- ões norte e leste da capital paulista e
secretário de Mineração do Estado dade”, recorda. as cidades do interior do estado num
de São Paulo, José Fernando Bruno, Foram cinco meses desde a apro- raio de até 70 quilômetros de distân-
o diretor do Comitê da Cadeia Produ- vação do layout final da mineradora cia de Mogi das Cruzes. Para o dire-
tiva de Mineração (Comin) da Fiesp, até a instalação dos equipamentos. tor de Mineração da Serveng, essa
Eduardo Rodrigues Machado Luz, o Para inaugurar a nova unidade, foi ne- localização é estratégica. “A região
presidente executivo da Associação cessário fazer uma operação de cor- leste é uma das que mais cresce na
Nacional das Entidades de Produto- te de 70 mil metros cúbicos, a fim de Grande São Paulo, com importantes
res de Agregados para Construção acomodar as plantas de peneiramen- obras. O início da construção do Ro-
Civil (Anepac), Fernando Valverde, to, classificação e estocagem. Além doanel – trecho leste e norte é um
entre outras autoridades. disso, por se tratar de uma pedreira to- exemplo disso”, avalia.
De acordo com Blás Bermudez talmente automatizada, existe um pe- Inicialmente, a vida útil da mina foi
Cabrera, diretor de Mineração da ríodo previsto para ajustes. Segundo prevista para dezesseis anos, poden-
Serveng, a São Bento retoma sua Blás, a capacidade produtiva mensal do haver, no final desse período, um

20 Revista Areia e Brita - Edição 60 | 2013


Destaque
ajuste capaz de prolongar as opera-
ções por mais onze anos, aproxima- Pedreiras em atividade
damente. Em uma área de 170,25
hectares, a unidade utiliza a rocha
gnaisse para produzir rachão, britas Aparecida Jambeiro
0, 1, 2, 3, 4 e 5 e pó de pedra (areia Inauguração: 1954 Inauguração: 1976
artificial). A ampliação do serviço já Localização: Aparecida (SP) Localização: Jambeiro (SP)
deve acontecer em 2014, com a inau- Tipo de minério: gnaisse Tipo de minério: gnaisse
guração das usinas de solo e asfalto. Capacidade instalada: 350 t/h Capacidade instalada: 600 t/h
Produção registrada em 2012: Produção registrada em 2012:
Investimento em automação 875.497 toneladas 1.223.587 toneladas
Um sistema automatizado que, Curiosidade: Foi o primeiro em-
em qualquer lugar do país, permite preendimento de Pelerson Soa- São Luis
o monitoramento de toda a operação res Penido, representando a fun- Inauguração: 2009
da mina, em tempo real. Foi colocan- ção do Grupo Serveng. Localização: Rosário (MA)
do esse conceito em prática que a Tipo de minério: granito
Serveng inaugurou sua quinta unida- Barueri Capacidade instalada: 500 t/h
de mineradora, com um investimento Inauguração: 1970 Produção registrada em 2012:
de R$ 15 milhões de reais. “A auto- Localização: Barueri (SP) 646.938 toneladas
mação possibilita que você acom- Tipo de minério: granito
panhe questões importantes, como Capacidade instalada: 760 t/h São Bento
a produção horária, a eficiência dos Produção registrada em 2012: Inauguração: 2013
equipamentos e a necessidade de 992.552 toneladas Localização: Mogi das Cruzes
manutenção preventiva. Isso nos ga- (SP) Tipo de minério: gnaisse
rante segurança em vários sentidos, Capacidade instalada: 400 t/h
pois eu sei o que foi produzido ao
longo do dia e o que saiu do estoque
de cada produto, ganho agilidade no
processo e ainda diminuo o risco de
acidentes”, ressalta Romualdo Farias
da Silva, gerente das unidades de Mi-
neração da empresa.
Projetada para carregar até oito
caminhões ao mesmo tempo, de for-
ma independente, por meio de baias
específicas para cada tipo de produ-
to, a São Bento dispensou o uso de
máquinas carregadeiras, que é con-
siderado o principal problema atual
das pedreiras. De acordo com Romu-
aldo, esse modo de trabalho é uma
tendência para as outras unidades
da companhia, como a de Jambeiro,
por exemplo, que deverá receber a
automação em 2014.
Embora as operações tenham co-
meçado em abril em Mogi das Cru-
zes, em fase de teste, o ciclo do pedi-
do, que vai desde a britagem primária
até a expedição, estará em funciona-
mento somente no final do ano. “O
motorista receberá um cartão mag-
nético, no qual haverá informações a Da esq. para a dir.: o subsecretário de Mineração do Estado de São Paulo, José Fernando
respeito do pedido, como o peso e o Bruno, o diretor de Mineração da Serveng, Blás Cabrera, e o coordenador do Comitê da
tipo de produto”, conta Romualdo. Cadeia Produtiva da Mineração (Comim) da Fiesp, Eduardo Rodrigues Machado Luz

Revista Areia e Brita - Edição 60 | 2013 21


Destaque
Como funcionará o ciclo do pedido na Mineração São Bento

Extração e transporte do minério a 500 toneladas por hora – até a bri- 1, o pedrisco e o pó. Da classificação
O processo de extração de gnaisse tagem primária – que fragmenta en- final, os produtos nobres: pó de pedra,
começa com o decape, que é a retira- tre 580 e 620 toneladas de material pedrisco, pedra 1, brita 3 e brita 2. Há,
da do material estéril da mina. Em se- por hora. Nessa fase, também é feita ainda, os produtos secundários: bica
guida, o minério limpo (run of mine ou a descarga do mataco e, automatica- corrida, rachão limpo e pedra 5. Hoje, a
ROM) passa pela perfuração primária, mente, o abatimento de pó. São Bento produz cerca de 320 tonela-
feita com a perfuratriz pneumática. Ele Em seguida, o material provenien- das de material por hora, sendo que a
é desmontado por meio de detonação te da britagem primária é transportado capacidade operacional instalada está
e transportado até um britador primá- por sistema de correia e lançado na em torno de 400 toneladas por hora.
rio, posicionado estrategicamente en- pilha pulmão ou rachão (a principal
tre a mina e a praça do complexo in- e mais importante de todas as pilhas Carregamento final e expedição
dustrial de rebritagem e peneiramento. formadas dentro do complexo indus- Na fase final do ciclo do pedido,
Atualmente, a capacidade de trans- trial), que pode acumular até 10,5 mil bastará ao motorista inserir um car-
porte de ROM está em torno de 100 mil toneladas de material. Ela é distribuída tão magnético na estação do produto
toneladas por mês, o que corresponde para um britador secundário, que fecha desejado para que ocorra o carrega-
a uma variação entre três e quatro mil o circuito com uma peneira de classi- mento no peso exato. O próprio sis-
toneladas por dia. ficação, responsável por selecionar as tema encaminhará essa informação
granulometrias brita 3 e brita 2. O que à central de despacho, que emitirá
Beneficiamento e não passar nessa peneira retorna para a nota fiscal referente ao transporte.
classificação final reprocessamento pelo britador terciá- Após o carregamento, a programa-
O processo de beneficiamento pri- rio, cuja função é gerar material fino, ção de reposição de material na pilha
mário abrange o final do transporte da inferior a 35 milímetros. adequada também acontece de for-
rocha – cuja capacidade varia de 450 Do beneficiamento, saem a pedra ma automática.

Maquinário e equipe
Para desenvolver suas atividades de forma automatiza-
da, a São Bento conta com os seguintes equipamentos:

No processo de extração
1 perfuratriz
2 escavadeiras
1 rompedor
7 caminhões FE

No beneficiamento
1 britador de mandíbula 1312
2 rebritadores cônicos
3 peneiras vibratórias
24 transportadores de correia, que cobrem uma distância
linear total de um quilômetro. Todos foram produzidos
pela própria Serveng.

Em função da automação, o número de funcionários da


São Bento é menor do que o das pedreiras tradicionais, que
costumam contratar cerca de 100 pessoas. Na nova unidade
do Grupo Serveng, trabalham em torno de 35 colaboradores. Vista geral das instalações da São Bento

22 Revista Areia e Brita - Edição 59 | 2013


Destaque
Como funcionará o ciclo do pedido na Mineração São Bento

Decape Perfuração primária Detonação

Britador secundário Britador primário Carregamento

Nobres
Pó de pedra
Pedrisco
Pedra 1
Brita 2
Brita 3

Peneira de classificação Britador terciário


Secundário
Bica corrida
Rachão limpo
Pedra 5
Raio X da Mineração São Bento
Inauguração: 28 de maio de 2013
Localização: Mogi das Cruzes (SP)
Produtos: Rachão, britas 0, 1, 2, 3, 4 e 5 e pó de pedra
(areia artificial)
Capacidade produtiva anual: 840 mil toneladas (turno de
oito horas)
Sistema operacional: Automação CLP
Equipe: Em torno de 35 pessoas
Perfil de vendas: Concreteiras, pavimentação, construção Expedição
civil, depósitos e distribuidores

Revista Areia e Brita - Edição 60 | 2013 23


Artigo
MERChAnDISIng
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24 Revista Areia e Brita - Edição 60 | 2013


Destaque

Da esq. para a dir.: o assessor técnico executivo da secretaria de Energia do Estado de São Paulo, Antonio Camargo Junior, o subsecretário
de Mineração do Estado de São Paulo, José Fernando Bruno, o assessor executivo da subsecretaria de Mineração do Estado de São Paulo,
Ayrton Sintoni (falecido em 1º de agosto de 2013), o presidente executivo da Anepac, Fernando Valverde, o diretor comercial da Revista Brasil
Mineral, Sérgio de Oliveira, o coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva da Mineração (Comim) da Fiesp, Eduardo Rodrigues Machado Luz,
e o filho de Eduardo Rodrigues Machado Luz, Renato Machado

A mineração na Serveng
No Grupo Serveng, o negócio de
mineração representa cerca de 10%
de toda a receita da empresa. São
cinco unidades mineradoras (Apare-
cida, Barueri, Jambeiro, São Luis e
São Bento), além de duas unidades
industriais (Brasília e Caraguatatu-
ba), também ligadas ao segmento.
“Hoje, a Serveng está entre os cinco
maiores produtores de agregados do
Brasil. No início da sua atuação, a
empresa tinha o foco no fornecimen-
to de produtos para obras próprias.
Entramos fortemente no mercado
em 2007, para atender ao consumo
geral”, conta o diretor de Mineração,
Blás Bermudez Cabrera.
Considerando as cinco unidades
mineradoras, a Serveng possui capa-
cidade produtiva total de 4.500 tone-
ladas. De acordo com Blás, a meta da
Da esq. para a dir.: o assessor técnico do Sindipedras, Osni de Melo, o diretor de Mineração da Serveng para 2014 é a abertura de
Serveng, Blás Cabrera, e o presidente executivo da Anepac, Fernando Valverde mais uma unidade. “Ainda não defini-
mos em qual cidade, mas já existem
alguns locais em estudo”, afirma.

Revista Areia e Brita - Edição 60 | 2013 25


Destaque
Responsabilidade social

O Grupo Serveng acredita que,


para ter sucesso nos negócios, é
fundamental investir no desenvolvi-
mento das comunidades. Por isso,
nas cidades onde estão localiza-
das suas unidades mineradoras, a
empresa procura oferecer projetos
que melhorem a qualidade de vida
da população.
A atuação social mais forte
acontece em Rosário, no Mara-
nhão. Em parceria com a Asso-
ciação de Moradores de Itamirim,
a unidade de São Luis construiu
uma escola de informática, com
o objetivo de beneficiar cerca de O presidente da Serveng, Thadeu Penido, e sua filha, Lucia Penido, dão o start-up das operações
200 famílias que residem no povo- da São Bento acompanhados por autoridades
ado. Na zona rural do município, a
Serveng também colabora com a gem Industrial (Senai), que ofe- meio de doação de terra para a cons-
manutenção das vias públicas, ce- rece qualificação profissional aos trução de aterros. Já em Jambeiro,
dendo máquinas e equipamentos. jovens da cidade. a companhia apoia, anualmente, a
Existe, ainda, uma parceria com Em Aparecida, a empresa auxilia Festa do Tropeiro, movimento cultu-
o Serviço Nacional de Aprendiza- as comunidades mais carentes por ral tradicional do município.

1959
1954
Uma história que Pelerson Penido compra a Pedreira
Pelerson Penido compra a empresa de
ônibus São Jorge com seu novo sócio,
Itaguassú, em Aparecida (SP), para
já tem quase suprir a demanda de brita nas obras
José Januário, em Guaratinguetá - SP.
A companhia começa atendendo a li-
do Vale do Paraíba.
60 anos nha Guaratinguetá - Escola de Aero-
náutica (EEAR).

Há quase seis décadas, o Grupo


Serveng tem contribuído com o
desenvolvimento do Brasil. Con-
fira alguns acontecimentos mar- 1958 1960
cantes dessa história. Os sócios Vicente de Paula Penido, A Serveng participa da construção da
David Fernandes Coelho e Luiz Alves infraestrutura de água e esgoto, de
Coelho fundam a Serveng Serviços de rodovias e de diversos conjuntos resi-
Engenharia Ltda., para apoiar o cres- denciais de Brasília. Na mesma época,
cimento dos negócios iniciados em também contribui com a construção do
Aparecida. estádio do Morumbi (Estádio Cícero
Pompeu de Toledo), em São Paulo.

26 Revista Areia e Brita - Edição 60 | 2013


Destaque

1965 1980 2000


A Serveng incorpora a Civilsan Enge- Início da construção da Ferrovia de Cara- Participação na construção do trecho
nharia Civil e Sanitária S/A, tornando- jás para a Companhia Vale do Rio Doce. oeste do rodoanel de São Paulo e nas
-se Serveng-Civilsan S/A Empresas As obras de pavimentação e drenagem operações da UHE Corumbá IV, pela
Associadas de Engenharia. na Basílica de Aparecida e de canaliza- Corumbá Concessões S.A., empresa
ção do córrego Pirajuçara, em São Paulo, que inaugurou as atividades do grupo
também foram marcantes nessa época. em geração de energia.

1970 1990 Entre 2009 e 2011


A década de 70 foi marcada por uma Inauguração de cinco linhas do Airport Criação da Serveng Desenvolvimento
grande expansão do grupo. Nesse pe- Bus Service e participação na criação Imobiliário e ingresso na administração
ríodo, foram inauguradas duas unida- das empresas Santa Cruz Rodovias de shopping centers, com a inaugura-
des de mineração: Barueri e Jambeiro. S.A e Companhia de Concessões Ro- ção do Serramar Parque Shopping, no
Houve, também, a incorporação da doviárias – CCR. litoral norte de São Paulo. Nesse pe-
Enbasa Engenharia e Comércio S.A. ríodo, o grupo também criou a Ventos
e a aquisição da Pássaro Marron, em- Potiguares Comercializadora de Ener-
presa de transporte de passageiros. gia S/A e, no segmento de mineração,
foram inauguradas mais três unidades:
São Luis (MA), Brasília (DF) e Cara-
guatatuba (SP).

Revista Areia e Brita - Edição 60 | 2013 27


Artigo
Moinhos de Bolas para aplicação na
cominuição de minerais industriais
A evolução dos processos industriais e a dinamização do
mercado na criação de novos produtos derivados dos
minérios elevou o grau de exigência das indústrias quanto
às especificações dos minerais beneficiados, oferecidos pe-
las indústrias de mineração.
A moagem de minerais, como areia, argila, quartzo, gra-
nito, basalto, diabásio, gnaisse, feldspato, calcário dolomítico
e muitos outros, tem sido fator determinante para muitas in-
dústrias de mineração, proporcionando a ampliação da base
de clientes e agregando valor ao seu produto final.
Não podemos deixar de citar que as rochas são encon-
tradas com diversas formações químicas e sua composição
pode esconder diversos componentes que são essenciais à
indústria. O magnésio, por exemplo, pode ser encontrado no
calcário, e este mesmo pode ser utilizado em medicamen-
tos, corretivos agrícolas e outros.
A exemplo do magnésio, existem vários outros elemen-
tos que contribuem para toda a cadeia industrial. Na indús- manutenção. As bolas que constituem os elementos moe-
tria química, podemos citar outros exemplos, tais como po- dores são em aço-liga especial, alto carbono ou cerâmicas.
tássio, sódio, ferro, cálcio, etc. Outro destaque é a versatilidade na alimentação, que pode
ser através de bica convencional, tambor, “bico de papagaio” e
Moinhos de bolas têm destaque nesse processo sistema de alimentação com transportador helicoidal.
Nesse contexto, ganham destaque os moinhos de bolas
Furlan, que, com adequações para cada tipo de aplicação, Britagem ultrafina agrega valor ao minério beneficiado
atendem às necessidades específicas de cada segmento. “Nossos clientes têm conseguido valorizar o seu produ-
Um dos equipamentos-chave em processos de remo- to final, oferecendo minérios com moagem ultrafina, com
agem, os moinhos de bolas são largamente utilizados na até 400mesh, como, por exemplo, o calcário para utilização
industrialização de produtos de granulometria fina, como, na fabricação de tintas. Isso foi possível porque a Furlan
por exemplo, na fabricação de cimentos, produtos à base de atuou em parceria com o cliente, estudando a aplicação
silicatos, novos materiais de construção, fertilizantes quími- específica e fornecendo os equipamentos com as caracte-
cos, e também os materiais não férricos, tais como vidro, ce- rísticas necessárias”, comenta Claudinei Pleul, Gerente de
râmica, etc. Podem trabalhar em circuito aberto ou fechado. Engenharia da Furlan.
Os moinhos de bolas da Furlan são utilizados para obter
produtos cuja moagem varia de 48 a 400mesh (0,3 a 0,037 Exemplos de aplicação dos minerais industriais
mm). São equipamentos tubulares, constituídos de um gran- • Agricultura, horticultura: calcário, dolomito, areia, sal, síli-
de cilindro de aço, revestido internamente com placas de ca, potássio;
aço especial ou borracha, para ampla gama de aplicações • Tintas: calcário, dolomito, areia, sílica, sal;
de moagem, inclusive minério de ferro, areia quartzítica, car- • Energias renováveis: silício, índio, estanho, cobre, ferro;
boneto de tungstênio, cal e zinco, em configurações para • Construção civil: calcário, argila, gesso, granito, basalto,
moagem via úmida ou gnaisse, diabásio;
via seca. • Indústria cerâmica: granito, argilas, caulim, areias silico-
São equipamen- sas, dolomito;
tos robustos, durá- • Indústria metalúrgica e siderurgia: areias silicosas, argilas
veis e de baixa especiais, ferro-liga, manganês;
• Indústria vidreira: areias silicosas, calcário, dolomito, feldspato;
• Indústria farmacêutica e cosmética: talco, potássio, argila,
lítio, ouro;
• Indústria química: sal, calcário, sílica, dolomito, areia;
• Indústria das próteses: titânio, platina, argilas especiais.

28 Revista Areia e Brita - Edição 60 | 2013


Artigo
HP200 – Transformando seixo rolado
em areia de alta qualidade
Fernando Vives*

N as últimas décadas, o cresci-


mento econômico brasileiro
vem impulsionando a demanda por
agregados. O mercado de areia, por
sua vez, vem enfrentando grandes
dificuldades para manter um forne-
cimento consistente. Atualmente,
um dos maiores problemas é o alto
volume de seixo obtido no processo
de extração de areia, chegando a
atingir cerca de 50% do volume total
de material retirado dos rios devido
ao excesso de represamento.
O seixo sempre foi um desafio
e um problema para os produtores
de areia, já que não pode ser de-
volvido aos rios após sua extração.
Ao longo de décadas, o processa-
mento deste material resultou num
enorme passivo ambiental, com
uma grande quantidade de seixo
estocado sem utilização.
Transformando problemas em
oportunidades de negócio
A Areia & Cia atua neste merca-
do há mais de mais de 20 anos e re-
solveu contar com a Metso para en-
contrar uma solução rentável para o
processamento do seixo.
Em julho de 2011, iniciaram as
análises de abrasividade e brita-
bilidade do material. Foram então
identificadas quatro alternativas de A britagem do seixo pelo HP200 produz areias com diferentes granulometrias que, após o penei-
processamento para transformar o ramento, são utilizadas para diversas aplicações especiais
seixo em areia.
Inicialmente, a Areia & Cia mos- Acreditando no projeto propos- ticas similares durante todo o pro-
trou-se interessada num impactor, to pela Metso, a Areia & Cia fez o cesso, o que é inviável através do
um equipamento de menor custo do investimento necessário e, em ape- processo natural.
que o sugerido pela Metso. Porém, nas seis meses de uso, o HP200 já O HP200 também possibilita, por
o cliente desejava processar todo o vem apresentando grandes resulta- meio de pequenas regulagens, a pro-
seixo retirado diariamente, além de dos. O HP200 não somente transfor- dução de areia com faixas granulo-
uma quantidade adicional do seixo ma o seixo em areia, mas também métricas específicas para aplicações
estocado. Considerando o resultado o transforma em areia de excelente especiais (filtragem, jateamento, areia
esperado pelo cliente e a abrasivida- qualidade, com alta produtividade e de fundição, etc.), agregando valor ao
de excessiva do material, o HP200 baixa manutenção. Além disso, per- produto e aumentando os tipos de
foi analisado como a melhor opção. mite produzir areia com caracterís- areia ofertados. “É uma satisfação

14 Revista Areia e Brita - Edição 59 | 2013


Artigo
para a Metso saber que o HP200 per- tipos de máquinas e processos no custo operacional devido ao des-
mitiu não só processamento de um mercado, e o HP200 foi o que obteve, gaste sofrido por seus componen-
produto que estava inutilizado, mas na fase de análise do investimento, tes, chegando, muitas vezes, a in-
ainda abriu novas oportunidades de melhor custo operacional, que foi ago- viabilizar sua utilização. Os cones
mercado para a Areia & Cia.É este ra comprovado na prática, validando atuais, como o HP200, apresen-
padrão de resultado que buscamos o retorno do investimento em pouco tam alta resistência a impactos e
entregar aos nossos clientes”, afirma tempo. Além disso, a qualidade do pro- abrasividade, possuem câmaras
Luiz Oliveira, vendedor técnico da duto gerado atingiu as expectativas. de britagem mais eficientes, baixo
Metso - divisão de agregados. Por que somente agora o HP200 custo de manutenção e excelente
Comparando resultados com a está começando a ser utilizado no produtividade. Graças à tecnologia
concorrência mercado de areia brasileiro? de processamento hidráulico e por
A análise do cliente Areia & CIA No passado, os britadores eram trabalhar por compressão – e não
passou por comparativos de vários ineficientes e apresentavam alto de forma mecânica como os impac-
tores mais antigos –, o HP200 é ca-
paz de processar uma areia de me-
lhor qualidade, com menor volume
de filler. Além disso, seu custo é em
média 30% menor em relação aos
impactores que geralmente são uti-
lizados neste processamento.
Após a aquisição do HP200, a
Areia & Cia também está produzindo
um tipo de areia especial, com preço
100% superior ao da areia comum,
além de poder produzir areia para o
mercado da construção civil como
vinha fazendo desde sua fundação.
Todo o estoque de seixo acumulado
ao longo dos seus 20 anos de ativi-
dades já foi transformado em areia,
e os estoques dos concorrentes tam-
bém estão sendo comprados para
serem processados.
Cristiane Brizolari, proprietária
da Areia & Cia, confirma a trans-
formação no processo produtivo e
comercial: “o HP200 abriu novos
nichos de mercado, possibilitando
a produção de diferentes tipos de
areia com valor agregado”.
Tudo isso somente foi possível
por meio da parceria desenvolvida
com a Metso, que customizou suas
soluções e seu atendimento de acor-
do com as necessidades do cliente.
Hoje, a Areia & Cia já pode dizer
que o seixo rolado deixou de ser um
problema e que é possível produ-
zir areia de qualidade a partir dele.
Sem dúvidas, uma grande oportuni-
dade de negócios com enorme po-
tencial de crescimento.
*Fernando Vives é jornalista.
Após a aquisição do HP200, a Areia & Cia também está produzindo um tipo de areia especial
com preço 100% superior ao da areia comum

Revista Areia e Brita - Edição 59 | 2013 15


Artigo

Telas Metálicas x Telas de Borracha


Armando Bottley Vidal *

N o processo de classificação de
agregados, a tela metálica ain-
da é o meio de peneiramento mais
zes de reduzir significativamente o
tempo de parada do equipamento
e o nível de ruído. Entretanto, esta
de 600x300 mm. A instalação do
sistema na peneira é muito simples
e a substituição dos módulos de
utilizado e atende à maioria das substituição pode não ser reco- tela é feita em alguns minutos e por
aplicações. Quando bem especifi- mendável. Por exemplo, uma tela apenas uma pessoa. Ao contrário,
cada e produzida com aço de boa metálica com uma determinada a substituição de painéis de telas
qualidade, oferece o melhor custo- abertura de malha pode oferecer metálicas requer horas de trabalho
-benefício e eficiência satisfatória área aberta superior a 50%, ao e, no mínimo, duas pessoas treina-
na separação desejada. passo que em uma tela de bor- das para executar esta tarefa. Com
De fato, não é somente a tela racha com a mesma abertura de a utilização do sistema de troca rá-
que responde por um peneiramen- malha este percentual fica em tor- pida, a redução no tempo de para-
to eficiente, existem outros fato- no de 35%. Esta redução na área da do equipamento é bastante sig-
res. Podemos citar dois deles: as livre pode inviabilizar a substituição nificativa e o custo de mão de obra
condições do processo com suas que, quando associada às variáveis de manutenção é sensivelmente
variáveis e o próprio equipamento do processo, pode prejudicar a efi- reduzido. Temos que considerar
vibratório, que têm grande impor- ciência do peneiramento. Por outro também a durabilidade das telas
tância na separação independente lado, se esta e outras questões que de borracha que pode ser de 8 a 10
de qual seja o tipo de tela utilizado. envolvem o processo forem consi- vezes maior que a da tela metálica.
Hoje, muitas empresas estão deradas, as telas de borracha po- Contudo, é importante salientar
substituindo as telas metálicas por dem ser a melhor escolha. que a substituição de telas metá-
telas de borracha. Isso porque suas Para o processo de classifica- licas por telas de borracha requer
características, principalmente no ção, normalmente as telas de bor- um estudo detalhado do processo
que se refere à durabilidade e fa- racha são fabricadas em módulos para que seja possível prever os re-
cilidade de substituição, são capa- de troca rápida e nas dimensões sultados desta alteração. n

Tela metálica Tela de borracha

* Diretor Técnico/VIMAX

Edição 63 | OUT/NOV/DEZ | 2014 19

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