Unidade 03 Desenvolvendo A Criatividade Nas Organizações

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isa EXECUTIVA

DESENVOLVENDO
A CRIATIVIDADE NAS
ORGANIZAÇÕES
O DESAFIO DA INOVAÇÃO

* Eunice Lima Soriano de Alencar

Um clima favorável à criatividade, aliado à prática in-


tencional do processo de resolução criativa de proble-
mas, facilita a mudança e a introdução bem-sucedida
da inovação no contexto organizacional.

Favorable conditions and the pradice to solve problems


creatively make possible the change and the successful
introdudion of innovation in the organizational contexto

PALAVRAS-CHAVE:
criatividade, inovação, organização, mudança.

KEYWORDS:
creativity, innovation, organization, change.

* Professora do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília.

(rae@eaesp.fgvsp.br) Assinatura E-mail

6 RAE - Revista de Administração de Empresas São Paulo, v. 35, n. 6, p. 6-11 Nov./Dez. 1995
DESENVOLVENDO A CRIATIVIDADE NASORGANllAÇé'Jes:O DESAFIO ...

A
criatividade está relacionada com para os quais não se pode contar com re-
os processos de pensamento que gras preestabelecidas. A par de medidas
se associam com a imaginação, o administrativas, como a descentralização
insight, a invenção, a intuição, a inspiração, do processo de decisão, este quadro está
a iluminação e a originalidade. Embora seja exigindo uma crescente capacidade criati-
muitas vezes considerada sinônimo de va da parte das lideranças e de outros
"inovação", observa-se que este último ter- membros da força de trabalho das organi-
mo tem sido mais utilizado no contexto zações.
das organizações, enquanto o termo" cria- Introduzir uma inovação nem sempre é
tividade" tem sido usado para falar de in- algo simples, como se poderia imaginar à
divíduos e grupos de indivíduos. Dessa primeira vista. Isto porque a resistência à
forma, a criatividade do indivíduo tem mudança é algo muito freqüente. Beverid-
sido considerada o fator fundamental para ge2, biólogo e professor da Universidade
a geração da inovação, de interesse da or- de Cambridge, lembra, neste sentido, que
ganização, constituindo a primeira o com- a mente humana resiste a uma nova idéia,
ponente ideacional da inovação, enquanto da mesma forma como o nosso organismo
esta englobaria a concretização e a aplica- enfrenta um elemento estranho, rejeitando-
ção das novas idéias'. a com igual intensidade. Observa-se uma
A criatividade tem também algo de má- série de fatores inibidores à aceitação de
gico e misterioso, uma vez que as idéias novas idéias ou propostas, como o hábito,
criativas nem sempre ocorrem quando as a intolerância à ambigüidade, a baixa tole-
desejamos ou as procuramos, mas costu- rância à mudança, o dogmatismo, o medo
mam emergir inesperadamente, em mo- do desconhecido e a baixa propensão a
mentos em que muitas vezes estamos dis- correr riscos. Por esta razão, os dois gran-
tantes do problema. des desafios a serem trabalhados no con-
A criatividade é um recurso valioso de texto organizacional são: como introduzir
que dispomos e que necessita ser mais cul- uma inovação e como facilitar o processo
tivado, especialmente neste momento da de adaptação dos indivíduos à mudança.
história, em que a mudança e a incerteza Ao contrário do que ocorre em alguns
parecem fazer parte inevitável de nossa países mais avançados, com visão de futu-
vida. Esta é uma época caracterizada por ro, no Brasil poucos têm procurado tirar
aceleradas transformações tecnológicas, proveito sistemático da criatividade. Uma
integração regional e mundial da produ- das razões básicas para esse comportamen-
ção e comercialização, universalização das to encontra-se no sistema educacional ob-
comunicações, rápidas mudanças políticas soleto. Observa-se que, por exemplo, em-
e culturais etc. A competição empresarial bora seja a criatividade talvez o recurso
e em outras áreas, nos níveis nacional e mais precioso de nossa mente, ela não vem
internacional, toma-se cada vez mais in- recebendo a atenção necessária em nossas
tensa. As soluções' de que dispúnhamos escolas, e aqui nos referimos tanto ao pri-
para muitos problemas mostram-se hoje meiro e segundo graus quanto ao ensino
obsoletas, e novos desafios surgem a cada universitário. Não há interesse por parte
momento. da escola em desenvolver a capacidade do
No contexto empresarial, por exemplo, aluno para pensar de uma maneira criati-
a mudança está se tomando a regra e não va e inovadora. Tampouco vem a escola
a exceção. Novas demandas dos clientes, estimulando nos alunos características
novos produtos, novas técnicas de produ- como independência, disposição para 1. Na organização deste texto,
foram utilizados como fontes
ção e comercialização, novos processos de aprender a partir dos próprios erros, per- principais o livro ALENCAR, E.
gerenciamento, novos mercados, sistemas sistência e autoconfiança, aliadas a uma M. L. S. Criatividade. BrasHia:
Editora da Universidade de
mais eficientes de transporte e comunica- atitude otimista e à coragem para correr Brasllia, 1993 e o artigo
ção, entre outros, surgem a cada dia e cada riscos. Apesar de estarmos já vislumbran- ALENCAR, E. M. L. S. O desafio
da inovação. RazOa, Lisboa, p.
vez mais rápido. A magnitude e a veloci- do um novo milênio, a nossa escola quali- 22-23, abro 1993,
dade dessas transformações estão a exigir fica o indivíduo apenas parcialmente para
novas formas de gerenciamento, que in- 2. BEVERIDGE, W. I. B. Theart
a vida moderna, uma vez que o ensino con- of scientific investigation.
cluem decisões rápidas sobre fatos novos, tinua praticamente nos mesmos moldes da New YOrk: Vintage Books, 1988.

© 1995, RAE - Revista de Administração de Empresas / EAESP / FGV, São Paulo, Brasil. 7
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primeira metade do século, com ênfase na mas enfrentados tanto pelo indivíduo
reprodução e memorização do conheci- como pelas organizações.
mento considerado relevante pelo profes-
sor. Dá ainda maior destaque à ignorância CARACTERíSTICAS DE UM CLIMA
e à incompetência do aluno, deixando de FAVORÁVEL À CRIATIVIDADE NAS
lado o que cada um tem de melhor. Com ORGANIZAÇÕES
isto, a criatividade reduz-se abaixo do ní-
vel das suas reais possibilidades, criando o clima psicológico predominante na
bloqueios, gerando insegurança, minando organização é um fator de fundamental
a autoconfiança e levando a um enorme importância para a promoção da criativi-
desperdício de talento e de potencial criativo. dade e a geração de propostas inovadoras.
Ao examinar a questão da introdução da Algumas características relativas a esse
inovação no contexto organizacional, é aspecto foram apresentadas por Van Cun-
necessário lembrar também que, além de dy" e estão relacionadas a seguir.
alguns fatores da própria organização (em-
presa ou não), como características do cli- Autonomia
ma psicológico predominante e possíveis Grau em que se dá aos funcionários li-
barreiras internas à inovação, há também berdade para inovar. Uma maneira de pro-
variáveis ligadas ao próprio indivíduo que mover essa autonomia, por exemplo, pos-
podem facilitar ou emperrar, contribuir ou ta em prática por algumas empresas, con-
dificultar as mudanças que se fazem ne- siste em permitir que os funcionários da
cessárias. As influências recíprocas entre área de pesquisa passem parte do seu tem-
organização e indivíduo são esquematiza- po, digamos 15%, no desenvolvimento de
das a seguir: projetos que nada têm a ver com suas obri-
gações, mas que eventualmente podem
redundar em algo de interesse para a or-
ganização.

Sistema de premiação dependente do


desempenho
Considera-se que há maior probabilida-
de de surgirem novas idéias quando os
funcionários percebem que o sistema de
premiação é justo e apropriado, e se baseia
Além dessa influência recíproca, é ne- na competência e desempenho, em vez de
cessário lembrar também que, em uma se fundamentar na sorte ou nas relações
análise mais completa da questão, a par das pessoais do funcionário com os escalões
características da organização e dos atri- superiores da empresa.
butos e comportamentos dos seus mem-
bros, como motivação, autoconfiança e en- Apoio à criatividade
tusiasmo, há fatores de natureza extraor- Percepção, por parte dos funcionários,
ganizacional que também afetam o com- de que a organização está aberta a novas
portamento da instituição, como a compe- idéias e apóia possíveis mudanças que
tição com outras, similares, e o ambiente poderiam ser benéficas à instituição.
externo à organização, como o sistema po-
lítico, as normas governamentais e os va- Aceitação das diferenças e interesse pela
lores culturais. diversidade entre os membros
Neste texto, daremos destaque a dois Tem-se observado que um maior núme-
aspectos principais, a saber: características ro de propostas inovadoras ocorre quan-
de um clima favorável à criatividade nas do há espaço para a divergência de pontos
3. VAN GUNDY, A. Organi- organizações e o processo de resolução de vista e propostas. Por outro lado, a cria-
zational creativity and inno- criativa de problemas. Esse processo é um tividade será certamente reprimida em um
vation.ln: ISAKSEN,S. G. (ed.). ambiente que não tolera as diferenças en-
Frontiers ot creativity recurso poderoso, que pode ser utilizado
research. Buffalo: Bearly, 1987. na busca de soluções criativas para proble- tre indivíduos.

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DESENVOLVENDO A CRIATIVIDADE NAS ORGANIZAÇÕES: O DESAFia ..

Envolvimento pessoal a autonomia e a flexibilidade, através da


Inúmeras pesquisas têm apontado para delegação de responsabilidade e autori-
a motivação intrínseca como um fator mui- dade.
to poderoso para a criatividade. Um indi-
víduo motivado, com alto grau de envol- Um dos recursos que temos utilizado em
vimento, apresentará certamente alto nível nossos seminários de criatividade na área
de dedicação ao trabalho. Por outro lado, organizacional, para se ter uma idéia do
tem-se notado a presença dessa caracterís- clima existente nas empresas, são as ana-
tica em empresas que dão apoio ao indiví-
duo, que reconhecem suas habilidades e
A criatividade é um recurso
esforço, levando-o a se sentir satisfeito no
trabalho e motivado a se empenhar e dar o valioso de que dispomos e que
melhor de si. necessita ser mais cultivado
especialmente neste momento
Apoio da direção
Um clima criativo só ocorrerá caso haja da história, em que a mudança
apoio dos escalões superiores da organi- e a incerteza parecem fazer
zação. parte inevitável de nossa vida.
Outros fatores e características de um
clima favorável na empresa à expressão da logias. Temos solicitado aos participantes
criatividade de seus funcionários são: desses seminários, após responderem a
vários outros exercícios,para completarem
o motivar a produção de idéias; a seguinte sentença: "A minha empresa é
o tolerar o fracasso, e encorajar a experi- como ..."
mentação e o risco; Os exemplos apresentados a seguir ilus-
o não impedir e até facilitar a realização tram algumas das respostas obtidas.
de um segundo trabalho;
o criar espaço para que os subordinados Minha empresa é como ...
expressem suas opiniões;
o fazer com que a pessoa sinta que se con- o Minha empresa é a extensão da minha
fia nela. casa.
o Minha empresa é o outro lado do meu
É notório que alguns princípios de ad- lado.
ministração e gerência têm sido observa- o Minha empresa é como a menina dos
dos em empresas que vêm se destacando meus olhos: eu sou o colírio.
nas áreas de inovação e criatividade. A li- o Minha empresa é como um quadro
teratura norte-americana' cita, por exem- de esperança.
plo, alguns desses princípios, que parecem o Minha empresa é como um
facilitar o aproveitamento máximo dos re- presídio: cada dia chega
cursos humanos, como os relacionados a mais um.
seguir: o Minha empresa se parece
com um trem-fantasma:
o insistir na liberdade, no local de traba- quem está fora quer entrar,
lho, para que se possa perseguir idéias e quem está dentro quer
inovadoras; sair.
o estruturas organizacional e política fle- o A empresa em que eu tra-
xíveis, com ênfase na confiança e coope- balho é como um palco,
ração mútuas; onde infelizmente muitos
o estrutura organizacional e clima de tra- representam uma farsa.
balho em que prevaleça o respeito à dig- o Minha empresa é como uma casa sem
nidade e ao valor dos indivíduos, em que dono: muitos mandam e ninguém toma
a iniciativa seja encorajada e as capaci- atitude alguma. 4. WHITING, B. G., SOLOMON,
G. T. K8y iSSU8s.inCf88tiVity,
dades de cada um, desafiadas; o Minha empresa é como um elefante: fá- ínnovatíon & entf8pren8-
o estrutura organizacional que mantenha cil de se ver, mas difícil de se mover. urship. Buffalo: BearIy, 1989.

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• Minha empresa é como cachaça: é ruim turá-lo, vendo-o sob um novo enfoque,
mas a gente gosta. ângulo ou ponto de vista. É comum ficar-
• A instituição onde eu trabalho é como mos cegos a alguns aspectos da questão ou
uma chaleira que está prestes a explodir. presos a soluções que se mostram inade-
• A instituição onde eu trabalho é como quadas, mas das quais somos incapazes de
uma balança: vive oscilando. nos libertar. Daí a importância de cultivar-
• A instituição onde eu trabalho é como mos as características de um bom explora-
uma colméia, em que existem as abelhas dor de idéias.
operárias, que trabalham sem cessar, e os Um bom explorador procura novos fa-
zangões, cuja passagem é curta e volta- tos e informações, adquirindo e utilizando
da apenas para o próprio prazer. a bagagem de conhecimentos necessária
para a busca de novas respostas. Assim
Uma análise dessas respostas indica que como aquele que busca um veio de ouro
para alguns o local de trabalho é visto de numa floresta não deve seguir apenas tri-
uma maneira positiva, ao passo que para lhas já abertas, pois elas provavelmente não
outros o ambiente é percebido de maneira levarão ao objetivo almejado, o explorador
bastante adversa. Há ainda um terceiro de idéias deve aventurar-se por vários ca-
grupo que identifica aspectos positivos e minhos, examinando o maior número de
negativos presentes no seu local de traba- possibilidades que possam levá-lo a uma
lho. solução mais adequada. Deve fazer uso de
sua curiosidade, não se atemorizando em
o PROCESSO DE RESOLUÇÃO CRIATIVA DE investigar o maior número possível de in-
PROBLEMAS formações, fatos e impressões.
Deve usar os sentidos para observar,
o processo de resolução criativa de pro- prestando atenção a detalhes que talvez
blemas envolve três etapas distintas. A pri- contenham as pistas que levarão à solução
meira caracteriza-se pelo levantamento do adequada de um problema. E, assim como
maior número possível de idéias e soluções procede um fotógrafo profissional, que tira
para o problema que se deseja resolver. Na dezenas de fotos antes de escolher as me-
segunda etapa, examinam-se as diversas lhores para uma dada reportagem, também
soluções propostas inicialmente, para se es- o nosso explorador deve buscar muitas
colher então o melhor caminho. Finalmen- idéias. Para tal, a melhor estratégia é con-
te, deve-se implementar, colocar em ação, ciliar o domínio do conhecimento com a
a solução escolhida. Esta é a etapa final, aplicação de técnicas adequadas, como o
que exige comportamentos bem distintos brainstorming ("tempestade de idéias") ou
daqueles necessários nas etapas anterio- a listagem de atributos, as quais favorecem
res, de produção e avaliação de idéias. a emergência de muitas respostas.
Descreveremos aqui um modelo, inspi-
rado em Von Oech" e em Parnes", que nos Segunda etapa: a busca da melhor
poderá orientar neste processo de busca e solução
implementação da melhor solução para o Após produzir muitas respostas e solu-
problema que nos interessa resolver. Uma ções, deve-se agir como um juiz, o qual,
descrição mais completa poderá ser encon- diante de muitas idéias, precisa se decidir
trada em Alencar". pela melhor. Esta não é, porém, uma tarefa
simples, pois nem sempre a resposta que
Primeira etapa: produção de muitas nos parece correta ou adequada é a melhor
5. VON OECH, R. A kick in the idéias para o problema em causa.
seat of the pants. New York: Na primeira etapa, devemos nos com- Para facilitar a avaliação de idéias, al-
Harper & Row, 1986.
portar como um explorador de idéias. Isto guns estudiosos, como Parnes, sugerem
6. PARNES, S. J. Creative porque, quando estamos diante de um pro- que o processo de avaliação seja feito de
behaviorguidebook. New York:
Scribner, 1967. blema, é comum a resposta não aparecer uma forma sistemática, após a pessoa dis-
de súbito ou de imediato. Muitas vezes, por de um grande número de possíveis
7.ALENCAR,E.M.L.S. Conro
desenvolver o potencial cria- temos dificuldades em visualizar adequa- soluções, considerando-se as seguintes eta-
dor. Petrópolis: Vozes, 1991. damente o problema, e outras, em reestru- pas: primeiramente, deve-se selecionar al-

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guns critérios ou padrões de julgamento "tenho medo de errar"; "não sou capaz"; "te-
(como custo, utilidade, beleza, tempo etc.). nho medo de não dar certo"; ou "tenho medo
Estes poderão ser propostos utilizando-se de ser criticado ".
o princípio de julgamento adiado, ou seja, Por esta razão, é necessário cultivar as
levantam-se inicialmente muitos critérios, qualidades de um guerreiro que se empe-
escolhendo-se posteriormente os mais nha na defesa e implementação da sua pró-
apropriados. Após elaborar uma lista de
critérios, cada idéia ou solução é, então,
julgada com relação a cada um deles, utili-
zando-se uma escala de três pontos, onde A inovação é forçosamente um
"1" seria insatisfatório, "2" razoável e "3" desafio. Na sociedade atual, é
satisfatório. Após serem avaliadas as idéias
com o primeiro critério, são elas então no-
também uma necessidade.
vamente julgadas, utilizando-se o se- O que importa é promover
gundo critério, e assim sucessivamente. condições para o
Concluída a avaliação, selecionam-se as
desenvolvimento das.
soluções com o maior número de pontos.
Algumas perguntas deveriam também potencialidades presentes em
ser respondidas nesta etapa, antes de se dar todo ser humano e despertar a
início à etapa de implementação de idéias. consciência das organizações
Algumas delas são:
para as potencialidades de
• É este o momento para se colocar a idéia seus recursos humanos.
em prática?
• Vale a pena investir nesta idéia?
• Tenho os recursos necessários para im- pria idéia e que não se deixa abater facil-
plementá-la? mente diante dos possíveis obstáculos. A
• Quais são as chances de sucesso, caso a habilidade para negociar e vender a nova
idéia seja colocada em prática? idéia ou solução pode desempenhar um
papel decisivo em sua aceitação.
Terceira etapa: a implementação da idéia Para implementar a solução, é também
O processo de implementação de uma recomendável que se organize um plano
nova idéia ou solução pode encontrar bar- de ação em que sejam respondidas as se-
reiras e dificuldades. Isto porque a mudan- guintes questões:
ça e a inovação são geralmente vistas como
ameaçadoras. Também não é raro haver • Quem participará no processo de colo-
uma reação negativa diante de qualquer cação da idéia em prática?
empreendimento que diverge do comum, • Quando ela será implementada?
do vulgar e do conhecido. A rejeição das • Onde?
novas idéias tem sido regra e não exceção • De que forma?
em muitos contextos. Por esta razão, para
que uma idéia não morra, é muitas vezes Para finalizar, destacamos que a inova-
necessário lutar por ela e não se deixar ven- ção é forçosamente um desafio. Na socie-
cer pelos inúmeros obstáculos de que a dade atual, é também uma necessidade. O
sociedade dispõe para matar uma idéia, e que importa é promover condições para o
que se refletem com freqüência nos comen- desenvolvimento das potencialidades pre- .
tários apresentados a seguir: "nunca fize- sentes em todo ser humano e despertar a
mos isso antes "; "não estamos preparados para consciência das organizações para as po-
isso ": "alguém já tentou isso antes? ": "temos tencialidades de seus recursos humanos,
ido muito bem sem isso". que na maioria das vezes não têm sido de-
É necessário também tomar consciência vidamente reconhecidas e aproveitadas. O
dos bloqueios internos que nos impedem
de colocar uma nova idéia em prática e que
~ 0950601
se traduzem por comentários do gênero:

Artigo recebido pela Redação da RAE em janeiro/1995, avaliado e aprovado para publicação em março/1995. 11

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