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A Reforma da Ópera no Período Clássico

Antecedentes: Niccolo Jommelli (1714-1774) – Estugarda


Tommaso Traetta (1727-1779)- Parma
Ambos trabalhavam em cortes onde predominava o gosto pela ópera francesa.
Tanto Jommelli como Traetta tinham ideias em comum, e foi aqui que surgiu o
embrião.
-Metastasio (transição barroco-classicismo) - poeta e libretista que defendia a
supremacia da poesia e a subordinação da música aos efeitos cénicos.
-Êxito da Ballad Opera- 1728- contra a supremacia da ópera italiana e contra Häendel
que compunha óperas em língua italiana.
-Querrelle des Bouffons- 1752- revelou-se contra a ópera de Lully e Rameau e contou
com a oposição de J.J. Rousseau.
-Críticas do público
-Rainiero de Calzabigi (1714-1795)- Poeta e libretista de Glück- consegue reunir os
interesses franceses e italianos com um plano de reforma que juntava os melhores
elementos de ambos, das duas tradições operáticas.

Jommelli e Traetta  Aderiram às ideias de Calzabigi, tendo dado origem ao ESTILO


NAPOLITANO RESTAURADO - o que viria a encontrar eco na atitude reformista da
ópera por parte de Glück.

A Reforma de Glück

Christoph Willibald Glück (1714-1787)  Conseguiu fazer uma síntese harmoniosa


entre a ópera francesa e italiana, o que fez dele o homem do momento.
Começou por escrever óperas no estilo tradicional. Foi também afetado pelas ideias
mais radicais a partir de 1750.
Glück juntamente com Calzabigi compõe “Orfeu Ed Euridice” em 1762, e “Alceste” em
1767, em que no prefácio desta última ópera, propõe:

 Suprimir os excessos que desvirtualizavam a ópera italiana (relativo aos


cantores, que queriam a sua aria da Capo);
 A música deve servir a poesia na expressão e situações de intriga (a palavra
esta em evidencia);
 Põe de parte as convenções da ária da capo acabando com a “ditadura” dos
cantores e seus dotes – por parte dos Castratti e Prima Donas;
 Abertura como parte integrante da ópera;
 Adaptar a orquestra às exigências dramáticas (a musica está para servir o
drama);
 Atenuar o contraste entre árias e recitativos (recitativo mais cantabile e aria
menos ornamentada);
 Devolver ao coro um papel importante;
 Eliminação do recitativo Seco (sem orquestra, só baixo contínuo) - será só
acompanhado;
 Integração de bailados na ação dramática.
Glück consegue reunir:

 A Graça italiana;
 A Seriedade Alemã;
 A magnificiência imponente francesa.

As suas grandes linhas da Reforma da ópera são:


 Retomar a sujeição da música ao drama (Seconda Pratica), restringindo a
música ao efeito dramático;
 Procura de beleza através da naturalidade, verdade e simplicidade;
 Tentativa de atingir uma linha descontinuada dramático-musical.

A Ópera na 1ª Escola de Viena


(Haydn, Mozart e Beethoven)

A projeção do chamado estilo vienense deu-se essencialmente na área da Música


Instrumental, no entanto, os grandes mestres que o representam, não deixaram de
parte as suas participações no género operático.
Mozart  Foi o maior expoente do género operático e com ele ficámos mais próximos
do ideal clássico. Com ele verificou-se uma maior fusão dos género cómico e sério, mas
também uma vivacidade dramática e aproximação à realidade humana que o distingue
dos seus contemporâneos.
Produção operática de Mozart:
 Ópera Séria;
 Ópera Buffa (em língua italiana);
 Singspiel.
A Ópera italiana era o estilo cultivado na Áustria e Mozart movimentava-se bem
dentro da forma da ópera italiana, ao estilo napolitano restaurado, mas de um modo
menos convencional.
A Ópera de Mozart apresentava:

 Música com grandes capacidades dramáticas;


 Excelente caracterização musical das personagens;
 Originalidade melódica;
 Riqueza da orquestração.

Óperas Sérias:

 Il Re Pastore -1775
 Ildomeneo, Re di Creta -1781
 La Clemenza di Tito- 1791
Óperas Buffas: (Em colaboração com o libretista Lorenzo da Ponte)

 Le Nozze di Figaro- 1786


 D.Giovanni – 1787 (Fusão da ópera séria com a buffa)
 Cosi fan Tutti- 1790
Nestas óperas desfilam uma galeria de personagens inspiradas na realidade social e em
aspetos marcantes da sociedade da época que são retratadas através da música.
Preferindo os tipos populares, geralmente puros e bons enquanto os da aristocracia
são maioritariamente viciosos e libertinos.
Com D.Giovanni consegue a fusão dos estilos Sério e Buffo, misturando personagens,
elementos trágicos e elementos burlescos.
Singspiel Mozart dá-lhe um carácter mais ligeiro e popular elevando-o à categoria de
música erudita.
Exemplos:

 Bastien und Bastienne- ca. 1768-70


 O Rapto do Serralho- 1782
 A Flauta Mágica- 1791
A primeira ópera foi escrita quando tinha apenas 12 anos. A segunda tem uma
temática turca, muito em voga na sociedade vienense da época. A última apresenta os
ideais da maçonaria, tratados de forma alegórica. A influência francesa é bastante
notória, sobretudo nos finais de Vaudeville (género popular francês).

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