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Universidade do Estado do Rio de Janeiro |Projeto e-foto

Tutorial | Módulo de Fototriangulação

O que é?

Fototriangulação é um procedimento fotogramétrico de medição e cálculo, que tem


por finalidade determinar as coordenadas de terreno, isto é, no referencial do espaço-
objeto, a partir da medição das coordenadas desses pontos nas imagens
fotogramétricas em que estiverem contidas.
Há que se observar que, para o cálculo das coordenadas de terreno dos pontos
fotogramétricos são necessários, para cada imagem, os parâmetros da orientação
exterior, a saber:
- Coordenadas do centro de perspectiva (Xo, Yo, Zo) referidas a um referencial
cartesiano externo e;
- os ângulos y, w e k de atitude do sensor, em relação ao referencial acima
mencionado.
Assim, para que a fototriangulação cumpra a sua finalidade, os parâmetros da
orientação exterior de cada imagem têm de ser calculados e ajustados
simultaneamente, para todas as imagens presentes num bloco.
Os fatos anteriormente descritos fazem com que a fototriangulação seja considerada o
c e r n e de todo o processo de mapeamento fotogramétrico.

Como usar?
Após executar o módulo: “ft.exe” aparecerá a tela inicial (figura 1). Duas imagens
aparecerão carregadas na área de trabalho. São fotos que fazem parte do material
didático que acompanha o e-foto. São elas as fotos 16 e 17 – Maracanã. A terceira
imagem disponível, Foto 18 – Maracanã, será requisitada posteriormente conforme
os passos seguintes a serem mostrados neste tutorial. Essas três imagens são
seqüenciais e formam o que se denomina de uma “faixa” de vôo. Maximize a tela
para melhor trabalhar no programa com as imagens disponíveis.

Obs.: No painel Tools existem alguns botões que podem auxiliar na etapa de medição dos
pontos. São eles o botão Move, que permite que você percorra a image e se localize dentro da
mesma quando ampliada. O botão Grid traça uma grade auxiliar à marcação dos pontos de
referência, visível apenas com grande zoom. O botão Unset serve para desmarcar o ponto de
controle que estiver selecionado na tabela do painel Coordinates. E o botão Report que
mostra novamente a janela Phototriangulation Results Report com as informações da
Fototriangulação pelo método dos feixes perspectivos.
Figura 1 – Tela inicial do módulo de Fototriangulação.

Exemplo 1: Realizando a fototriangulação pelo método dos feixes


perspectivos nas fotos (16, 17 e 18 ) - Maracanã.
Passo 1: Essa operação consiste em medir os pontos de controle presentes em cada
imagem. Os pontos de controle têm determinadas as respectivas Coordenadas de
Terreno (X, Y, Z). Estes pontos encontram-se identificados nos croquis do apêndice 1,
que acompanha o material didático do e-foto.
Para a Foto 16 os pontos a serem medidos são: Marechal Rondon, Presídio, Praça
Vanhargem, Manoel de Abreu e Bloco C do prédio da Uerj. A Foto 17 apresenta
uma superposição de 60% com relação à primeira imagem e para esta última os
pontos a serem medidos são: Marechal Rondon, Presídio, Praça Vanhargem,
Manoel de Abreu, Bloco C do prédio da Uerj, Quinta da Boa Vista e Morro da
Babilônia.
Para medir o ponto 1, na Foto 16, no painel Coordinates (da image 1) deslize a
barra de rolagem até aparecer a coluna 9 carregada com o nome dos pontos.
Selecione Marechal Rondom. No painel Tools, clique no botão Zoom. Localize na
Foto 16 a região onde se localiza o ponto desejado, clique sobre a região ou
selecione-a com o mouse e assim amplie a área desejada. É muito importante
acompanhar nos respectivos croquis a exata localização de cada ponto. Ao localizar o
ponto (pixel) exato, clique no botão Set Point e linhas guias amarelas aparecerão na
tela para ajudá-lo a medir o ponto de forma mais precisa. Clique sobre o ponto e os
valores de suas coordenadas em mm e em pixel serão medidos e carregados na
tabela. Na figura 2 você poderá observar a região ampliada, o ponto medido, as
linhas guias amarelas e os valores carregados na tabela para este primeiro ponto, da
primeira imagem.
Figura 2 –Medição do Ponto de Controle Marechal Rondom. Mais detalhes são
encontrados na ficha descritiva do ponto.

Passo 2: Para medir os demais pontos devemos proceder da mesma forma. Assim,
poderemos concluir todos os pontos da Foto 16 e depois partirmos para a medição
dos pontos na Foto 17. Alternativamente a cada ponto medido na Foto 16 poderemos
medir também seus homólogos (quando houver) nas Fotos 17 e 18, até esgotarmos
todos os pontos da Foto 16. Essa estratégia nos parece didaticamente interessante,
facilitando a visualização da superposição das fotos. Depois partiremos para a
medição dos pontos que aparecem na Foto 17 e também na Foto 18, até esgotarmos
todos os pontos visíveis na foto 17. Por fim, mediremos os pontos visíveis somente na
Foto 18. Desta forma, teremos medido todos os pontos de controle em todas as
imagens em que estes estejam contidos.
Para medir o ponto 1, na Foto 17, homólogo do ponto 1 na Foto 16, no painel
Coordinates, da image 2, deslize a barra de rolagem até aparecer a coluna 9
carregada com o nome dos pontos. Selecione Marechal Rondom. No painel Tools,
clique no botão Zoom. Localize na Foto 17 a região onde se localiza o ponto
desejado, clique sobre a região ou selecione-a com o mouse e assim amplie a área
desejada. É muito importante acompanhar nos croquis a exata localização de cada
ponto. Ao localizar o ponto (pixel) exato, clique no botão Set Point e linhas guias
amarelas aparecerão na tela para ajudá-lo a medir o ponto de forma mais precisa.
Clique sobre o ponto e seus valores serão medidos e carregados na tabela desta
imagem. Na figura 3 você poderá observar a região ampliada, o ponto medido, as
linhas guias amarelas e os valores carregados na tabela para este primeiro ponto na
segunda imagem – ainda com o detalhe da primeira em zoom para efeito de
comparação e visualização da superposição.
Figura 3 – Medição do Ponto de Controle da Marechal Rondom nas duas imagens (16
e 17 – Maracanã).

Passo 3: Para medir os demais pontos, devemos proceder da mesma forma. Para
isso, precisamos diminuir o zoom e então visualizar a imagem completa. No painel
Tools, clique no botão Fit Left para a image 1 voltar à sua visão normal e no botão
Fit Right para a image 2 voltar à sua visão normal. Temos um recurso que possibilita
o retorno de forma simultânea, interessante neste passo, que é a utilização do botão
Fit All – retornando ambas as imagens à sua visão normal. Antes de marcarmos o
ponto 2, é importante lembrar de clicar na tabela na linha correspondente ao ponto
desejado para que os novos valores a serem medidos sejam capturados e carregados
nela.
Na figura 4 você pode observar a medição do ponto do Presídio para ambas
imagens. Observe que, após a sua medição, os valores de suas coordenadas são
automaticamente carregados nas células correspondentes na tabela. Repita esse
procedimento para a medição dos pontos Praça Vanhargem, Manoel de Abreu e
Bloco C do prédio da Uerj, conforme as figuras 5, 6 e 7 seguintes. Para a image 2,
Foto 17, resta medir os pontos de controle da Quinta da Boa Vista e do Morro da
Babilônia. Na figura 9 é possível visualizar em detalhe a distribuição de todos os
pontos nas Fotos 16 e 17.
Figura 4 – Medição do Ponto de Controle do Presídio nas Fotos 16 e 17.

Figura 5 – Medição do Ponto de Controle da Praça Vanhargem nas Fotos 16 e 17.


Figura 6 – Medição do Ponto de Controle da Manoel de Abreu nas Fotos 16 e 17.

Figura 7 – Medição do Ponto de Controle do Bloco C da Uerj nas Fotos 16 e 17.


Figura 8 – Pontos de Controle (homólogos) medidos nas Fotos 16 e 17 .

Passo 4: Agora que já medimos todos os pontos da foto 16 e encontramos seus


homólogos na foto 17, precisamos concluir a medição de todos os pontos da Foto 17
e dos seus homólogos na Foto 18. Para isso, vamos atualizar as imagens da área de
trabalho. No painel image 1, atualize a combo current image para Foto 17 –
Maracanã. No painel image 2, atualize a combo current image para Foto 18 -
Maracanã. Automaticamente os flags das imagens serão atualizados de 1 para 2 e de 2
para 3 (quadrados destacados em amarelo na figura 9 a seguir).

Passo 5: Vamos agora verificar se dentre os pontos de controle medidos na Foto 17


existe algum ponto homólogo na Foto 18. Desta forma, vamos perceber que o ponto
do Presídio deve ser medido na Foto 18 conforme mostra a figura 9. Depois
mediremos os demais pontos.
Figura 9 – Ponto de Controle do Presídio medido na Foto 18.

Passo 6: Neste passo vamos medir os pontos de controle da Quinta da Boa Vista e
do Morro da Babilônia nas Fotos 17 e 18 da mesma forma que fizemos com os
demais pontos conforme mostram as figuras 10 e 11.

Figura 10 – Pontos de Controle da Quinta da Boa Vista medidos nas Foto 17 e 18 .


Figura 11 – Pontos de Controle do Morro da Babilônia medidos nas Fotos 17 e 18 .

Passo 7: Uma vez medidos os pontos de controle para todas as imagens que formam
esta “faixa” de vôo, nos resta medir os pontos fotogramétricos conforme os passos a
seguir. Para tal, no painel Tools, vamos apertar o botão Photo e aparecerá a seguinte
mensagem conforme a figura 12 em detalhe.

Figura 11 – Mensagem avisando o número de pontos de controle


medidos e solicitando a escolha dos pontos fotogramétricos.
Passo 8: Após apertar o botão OK aparecerá uma tela de edição dos pontos
fotogramétricos. Para simplificar nosso exemplo, no painel Operations a opção do
combo Number of Photogrametric points escolhida foi o método Gruber 2x3,
conforme mostra a figura 12. Após esta escolha, na área de trabalho dessa tela, você
pode observar o croqui do bloco de fotografias e as sugestões para a posição dos
pontos fotogramétricos 8 e 9. Eles correspondem às áreas em que precisaremos
encontrar detalhes no terreno que possam ser identificados como bons pontos. Ainda
nessa tela de edição, no painel Operations são oferecidas opções de visualização
para destacar as imagens. Deixamos neste exemplo a opção default - no image
detached - mas sugerimos que você teste as demais opções para verificar como
modifica a forma de exibição de cada imagem. Feito isso, aperte o botão Ok.

Figura 12 – Tela de edição dos pontos fotogramétricos. Observe as marcas 8 e 9.

Passo 9: Uma nova mensagem aparece na tela, conforme nos mostra a figura 13,
avisando que áreas nas imagens foram sugeridas para localizarmos pontos
interessantes no terreno que possam cumprir a função de pontos fotogramétricos.
Uma sugestão é que você escolha pontos no solo, bem identificáveis e que não sofram
mudança de posição, em função da mudança do ponto de vista. Uma agulha num
canteiro ou na pista, por exemplo, é um bom ponto fotogramétrico a ser mescolhido e
medido. O alto de um prédio já não é aconselhável pelo deslocamento devido ao
relevo que apresentará nas imagens.
Figura 13 – Mensagem avisando que os pontos fotogramétricos são
sugeridos dentro de áreas demarcadas ou em suas imediações para
serem identificados em ambas as imagens em que estiverem sendo
medidas.

Passo 10: Devemos agora ampliar a região sugerida para o ponto 8 tanto na imagem
2 (Foto 17) quanto na imagem 3 (Foto 18). Ao ampliarmos, percebemos um detalhe
interessante no terreno, uma agulha, e a utilizaremos para medição do ponto 8 em
ambas as imagens. Lembre-se de clicar numa linha em branco nas tabelas das
imagens para que essa posição vazia possa armazenar os valores que serão medidos
nas imagens. Para a medição, aperte o botão Set e linhas auxiliares amarelas
aparecerão para ajudá-lo de forma precisa nesta tarefa.

Figura 12 – Ponto 8 nas Fotos 17 e 18. Na foto 17 já foi medido,


observe seus valores carregados na tabela correspondente, na parte
esquerda.
Figura 13 – Ponto 8 já medido nas Fotos 17 e 18.

Passo 11: Vale lembrar que posteriormente precisamos medir o ponto 8 também na
imagem 1 (Foto 16). Agora vamos proceder da mesma forma para a medição do
ponto 9 nas imagens. Verifique nas figuras 14 e 15 que procuramos outro ponto
interessante dentro da região sugerida (poderia ser também nas imediações dela) para
localizá-lo e medí-lo nas fotos.

Figura 14 – Ponto 9 nas fotos 17 e 18. Observe que o ponto já foi medido na Foto 17.
Figura 15 – Ponto 9 já medido nas Fotos 17 e 18.

Passo 12: Agora precisamos medir o ponto 8 também na imagem 1(Foto16). Ao


lado podemos ver o ponto já medido para a foto 17 enquanto a área sugerida nos
mostra o ponto ainda não medido na Foto 16.

Figura 16 – Ponto 8 contido nas Fotos 16 e 17 e já medido na Foto 17.


Figura 17 – Ponto 8 já medido nas Fotos 16 e 17 .

Passo 13: Depois de medirmos todos os pontos de controle da foto, devemos


informar a direção de vôo para cada foto. Para isso, no painel Tools, clique no botão
Flight e aparecerá uma janela solicitando a direção de vôo, conforme mostra a figura
18. Aperte o botão OK e então surgirão as linhas auxiliares amarelas para medição do
ponto. Repita esse procedimento para as fotos seguintes.

Figura 18 – Aviso para indicação da direção do vôo em cada fotografia.


Figura 19 – Detalhe das telas mostrando as três fotos com a respectiva Indicação da marca fiducial
que materializa a direção do vôo.

Passo 14: Após indicarmos em cada imagem a direção de vôo da aeronave no


momento da fotografia, podemos concluir a Fototriangulação. Para isso, no painel
Tools clique no botão Fototri. Feito isso, a janela Phototriangulation :: Options
aparecerá e as combos: Number of interations, Precision to Converge e
Residuals aparecerão para que você possa executar o procedimento conforme o
desejado. Isso pode ser visualizado a seguir, na figura 20. Para a execução desta
operação, basta clicar no botão OK conforme mostra a figura 20.

Figura 20 – Detalhe da janela de opções para a fototriangulação.


Passo 15: Uma vez executado o cálculo da fototriangulação, o usuário terá como
resultado a tela mostrada na figura 21. Esta tela contém um relatório de resultados do
ajustamento. Esse relatório é utilizado para a avaliação dos resultados. Infelizmente os
resultados gerados pela atual versão do módulo de fototriangulação ainda são
apresentados de maneira um tanto confusa. Isto deve ser corrigido num futuro
próximo. A figura 22 a seguir apresenta um resumo das informações contidas num
relatório da fototriangulação pelo método dos feixes perspectivos implementado no e-
foto. Cabe ressaltar que, caso sejam gerados valores litais tais como “NAN” isto
significa que a fototriangulação apresentou resultados não satisfatórios e que, em
conseqüência, necessita ser recalculado, após a remedição de um ou mais pontos de
controle e ou fotogramétricos que apresentarem os maiores valores de resíduos.

Figura 21 – Janela Phototriangulation Results Report.

Phototriangulation Results Report


O Cálculo das aproximações para os parâmetros Xo e Yo.
X Coordenada X ajustada.
Y Coordenada Y ajustada .
Z Coordenada Z ajustada.
Sigma X Desvio padrão da Coordenada X.
Sigma Y Desvio padrão da Coordenada Y.
Sigma Z Desvio padrão da Coordenada Z.
Totais Iterações convergentes, iterações residuais e iterações totais
finais.
Figura 22 – Informações do Relatório de Resultados da Fototriangulação.

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