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INTERVENÇÃO MUSICOTERAPÊUTICA
CATEGORIA: EM ANDAMENTO
INTRODUÇÃO:
A adolescência é caracterizada como a idade da autoafirmação, da busca da
identidade pessoal. Esse momento também é concebido como de rebeldia e
contestação, repleto de contradições acompanhadas de modificações psicológicas e
corporais.
A gravidez na adolescência no contexto brasileiro se apresenta como um
problema social e de saúde pública de grandes proporções. Situações como a
pobreza, educação de baixa qualidade e abandono escolar, a falta de educação
sexual e orientação de métodos anticonceptivos, o abuso e violência sexual, o uso
de bebidas alcoólicas e drogas, a desestrutura familiar, são alguns dos aspectos
sociais que constituem essa realidade.
De acordo com o relatório do Fundo de População das Nações Unidas
(UNFPA) divulgado em 2013, foi constatado que, no Brasil, 12% das adolescentes
de 15 a 19 anos têm pelo menos um filho. Na mesma pesquisa, 19,3% das crianças
nascidas em 2010 são filhos e filhas de mães menores de 19 anos.
Em pesquisa realizada em 2014 pela Síntese de Indicadores Sociais e
divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cada grupo de
mil jovens de 15 a 19 anos respondia por 60,5 filhos.
Os dados alarmantes têm mobilizado a atenção dos profissionais da área de
saúde, pois a gravidez na adolescência, além dos riscos biológicos para a mãe e
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OBJETIVOS:
Principal: compreender o quadro psicológico e social da adolescente grávida,
como ponto de partida para a elaboração de uma proposta de intervenção
musicoterapêutica;
Específicos: trabalhar a autoestima e a identidade da adolescente grávida;
desenvolver a empatia e a compreensão; acolher; motivar; abrir canais de
comunicação verbal e não verbal; apoiar e encorajar o bem-estar emocional, social,
físico, mental e espiritual; promover a saúde utilizando experiências musicais e as
relações que se desenvolvem através delas, como forças dinâmicas de mudança.
METODOLOGIA:
A presente pesquisa se caracteriza como estudo bibliográfico e divide-se em:
1) levantamento, organização e leitura de literatura sobre o tema (finalizado); 2)
visitas a organizações governamentais e não governamentais que atendam
adolescentes gestantes, com o intuito de ampliar o material bibliográfico sobre o
tema (em processo); 3) redação de texto; e 4) elaboração de proposta de
intervenção (ambos em andamento).
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DESENVOLVIMENTO:
O levantamento das fontes bibliográficas (impressas e digitais) sobre o tema
levou em consideração pesquisas nas línguas: portuguesa, espanhola e inglesa,
com foco nos aspectos: a) Políticas públicas: leis e atuações no contexto brasileiro;
b) Adolescência: aspectos físicos, sociais, psicoemocionais, espirituais; c) Gravidez:
aspectos físicos, psicoemocionais, espirituais; e d) Intervenção da Musicoterapia:
com foco nas estratégias de atuação com o público-alvo.
RESULTADOS PRELIMINARES:
Dos resultados obtidos até o momento destacam-se:
Em um primeiro momento a coleta de fontes priorizou as publicações nas
línguas portuguesa, espanhola e inglesa. No decorrer desse processo, observou-se
que as fontes nas línguas portuguesa e espanhola se aproximavam em relação ao
quadro social de vulnerabilidade, tomando como referência a realidade latino-
americana;
As pesquisas selecionadas apontam para um quadro de vulnerabilidade
acentuado que ainda carece de estudos mais aprofundados e intervenções que
supram as demandas sociais. Destacam-se os esforços públicos para suprir as
necessidades dessa demanda, mas também a falta de planejamentos e ações
contínuas de cuidados;
A atuação da Musicoterapia com gestantes grávidas no contexto de
vulnerabilidade ainda é pequena. No entanto, a implantação desse serviço no
sistema único de saúde virá a contribuir para a ampliação de sua rede de atuação,
como foco em projetos sociais.
FONTES CONSULTADAS:
BENENZON, R. O. La Nuova Musicoterapia, 2.ed., Buenos Aires: Lumen, 2008, p.60
IBGE, Síntese de Indicadores Sociais, 2015.
SANTOS, H. S. S., Contribuição da musicoterapia para o fortalecimento da
subjetividade de adolescentes participantes de um projeto social. Opus, Porto
Alegre, 2011, v. 17, n. 2, p. 163-182.
POCINHO, M.D. A música na relação mãe-bebé. 3.ed. Lisboa: Instituto Piaget, 2011.
UNFPA, Maternidade Precoce: enfrentando o desafio da gravidez na adolescência,
Situação da População Mundial, 2013.