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TÍTULO: GRAVIDEZ, ADOLESCÊNCIA E VULNERABILIDADE: ELABORAÇÃO DE UMA PROPOSTA DE

INTERVENÇÃO MUSICOTERAPÊUTICA

CATEGORIA: EM ANDAMENTO

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

SUBÁREA: TERAPIA OCUPACIONAL

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

AUTOR(ES): MARIA ALICE DE MESQUITA

ORIENTADOR(ES): SANDRO JOSÉ DA SILVA LEITE


RESUMO
O presente projeto de pesquisa se caracteriza como estudo bibliográfico, como
ponto de partida para a elaboração de uma proposta de intervenção
musicoterapêutica delineada a partir do perfil de adolescentes grávidas no contexto
de vulnerabilidade social. As transformações provocadas pela associação entre
gravidez e adolescência abrem um leque de investigações; por isso se faz
necessário um estudo mais aprofundado com o intuito de compreender esse quadro,
para, posteriormente, elaborar estratégias de intervenção com foco no fortalecimento
emocional das futuras mães e seus bebês. Estas serão estabelecidas a partir da
práxis musicoterapêutica, que objetiva apoiar e encorajar o bem-estar emocional,
social, físico, mental e espiritual por meio dos recursos sonoro-musicais.
Palavras-chave: adolescência; gravidez; vulnerabilidade; intervenção
musicoterapêutica.

INTRODUÇÃO:
A adolescência é caracterizada como a idade da autoafirmação, da busca da
identidade pessoal. Esse momento também é concebido como de rebeldia e
contestação, repleto de contradições acompanhadas de modificações psicológicas e
corporais.
A gravidez na adolescência no contexto brasileiro se apresenta como um
problema social e de saúde pública de grandes proporções. Situações como a
pobreza, educação de baixa qualidade e abandono escolar, a falta de educação
sexual e orientação de métodos anticonceptivos, o abuso e violência sexual, o uso
de bebidas alcoólicas e drogas, a desestrutura familiar, são alguns dos aspectos
sociais que constituem essa realidade.
De acordo com o relatório do Fundo de População das Nações Unidas
(UNFPA) divulgado em 2013, foi constatado que, no Brasil, 12% das adolescentes
de 15 a 19 anos têm pelo menos um filho. Na mesma pesquisa, 19,3% das crianças
nascidas em 2010 são filhos e filhas de mães menores de 19 anos.
Em pesquisa realizada em 2014 pela Síntese de Indicadores Sociais e
divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cada grupo de
mil jovens de 15 a 19 anos respondia por 60,5 filhos.
Os dados alarmantes têm mobilizado a atenção dos profissionais da área de
saúde, pois a gravidez na adolescência, além dos riscos biológicos para a mãe e
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para a criança, traz transtornos emocionais de grande proporção para a futura


mãe.O susto, a situação inesperada e angustiante, a transformação do corpo, o
medo e a vergonha, faz com que essas jovens abandonem a escola ou o trabalho,
se afastem dos familiares e do convívio social, buscando um apoio nem sempre
encontrado.
A assistência somática aliada à interdisciplinaridade de apoio psicossocial,
que inclui a Musicoterapia, é uma das modalidades de intervenção no processo de
atendimento às jovens gestantes, especialmente após a inserção dessa profissão na
política de Práticas Integrativas e Complementares (PICs).
Como reitera Benenzon (2008, p.60), “se estimularmos a mãe para que
reconheça sua própria identidade sonora e a conduzirmos no processo de
percepção de seu feto, estaremos ajudando no processo de comunicação mãe-
bebê”. Nesse sentido, a Musicoterapia pode beneficiar as adolescentes e,
indiretamente, seu bebê, pois os métodos e técnicas utilizadas trazem uma visão da
música como uma nova forma de linguagem, multiplicidade, internalização de
valores, formação de autoestima, formação de autoimagem e identidade.

OBJETIVOS:
Principal: compreender o quadro psicológico e social da adolescente grávida,
como ponto de partida para a elaboração de uma proposta de intervenção
musicoterapêutica;
Específicos: trabalhar a autoestima e a identidade da adolescente grávida;
desenvolver a empatia e a compreensão; acolher; motivar; abrir canais de
comunicação verbal e não verbal; apoiar e encorajar o bem-estar emocional, social,
físico, mental e espiritual; promover a saúde utilizando experiências musicais e as
relações que se desenvolvem através delas, como forças dinâmicas de mudança.

METODOLOGIA:
A presente pesquisa se caracteriza como estudo bibliográfico e divide-se em:
1) levantamento, organização e leitura de literatura sobre o tema (finalizado); 2)
visitas a organizações governamentais e não governamentais que atendam
adolescentes gestantes, com o intuito de ampliar o material bibliográfico sobre o
tema (em processo); 3) redação de texto; e 4) elaboração de proposta de
intervenção (ambos em andamento).
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DESENVOLVIMENTO:
O levantamento das fontes bibliográficas (impressas e digitais) sobre o tema
levou em consideração pesquisas nas línguas: portuguesa, espanhola e inglesa,
com foco nos aspectos: a) Políticas públicas: leis e atuações no contexto brasileiro;
b) Adolescência: aspectos físicos, sociais, psicoemocionais, espirituais; c) Gravidez:
aspectos físicos, psicoemocionais, espirituais; e d) Intervenção da Musicoterapia:
com foco nas estratégias de atuação com o público-alvo.

RESULTADOS PRELIMINARES:
Dos resultados obtidos até o momento destacam-se:
Em um primeiro momento a coleta de fontes priorizou as publicações nas
línguas portuguesa, espanhola e inglesa. No decorrer desse processo, observou-se
que as fontes nas línguas portuguesa e espanhola se aproximavam em relação ao
quadro social de vulnerabilidade, tomando como referência a realidade latino-
americana;
As pesquisas selecionadas apontam para um quadro de vulnerabilidade
acentuado que ainda carece de estudos mais aprofundados e intervenções que
supram as demandas sociais. Destacam-se os esforços públicos para suprir as
necessidades dessa demanda, mas também a falta de planejamentos e ações
contínuas de cuidados;
A atuação da Musicoterapia com gestantes grávidas no contexto de
vulnerabilidade ainda é pequena. No entanto, a implantação desse serviço no
sistema único de saúde virá a contribuir para a ampliação de sua rede de atuação,
como foco em projetos sociais.

FONTES CONSULTADAS:
BENENZON, R. O. La Nuova Musicoterapia, 2.ed., Buenos Aires: Lumen, 2008, p.60
IBGE, Síntese de Indicadores Sociais, 2015.
SANTOS, H. S. S., Contribuição da musicoterapia para o fortalecimento da
subjetividade de adolescentes participantes de um projeto social. Opus, Porto
Alegre, 2011, v. 17, n. 2, p. 163-182.
POCINHO, M.D. A música na relação mãe-bebé. 3.ed. Lisboa: Instituto Piaget, 2011.
UNFPA, Maternidade Precoce: enfrentando o desafio da gravidez na adolescência,
Situação da População Mundial, 2013.

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