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A fé
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Porque é que
nem toda a gente
acredita
em
Deus
S e algumas pessoas não acreditam
em Deus, é talvez porque ainda
não encontraram crentes felizes que
tivessem vontade de dar testemunho da
sua fé. Ou talvez tenham ficado choca-
das com as injustiças cometidas por
A fé
aqueles que dizem acreditar em Deus.
Por outro lado, talvez não acreditem
porque, quando se acredita em Deus, é
preciso mudar de vida, amar de ver-
dade, pensar nos outros, dedicar-se,
abandonar os maus comportamentos…
Jesus não nos veio mostrar que o ideal
é viver sem fazer o mal, sem pecar,
como diz o Evangelho?
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?
Ou, então, não houve ninguém que
conseguisse falar de Deus a essas pes-
soas com palavras que satisfizessem
a sua inteligência – ainda continuam
a ter perguntas às quais ninguém
soube responder (por exemplo, sobre
o sofrimento, que é, para muita gente,
uma objecção à existência de Deus).
Porque é que nem toda a gente
acredita em Deus? Em última instân-
cia, o que está em causa é o mistério
da liberdade de cada um. Com efeito,
Deus não obriga ninguém a acreditar
n’Ele. Ele não criou marionetas – criou
seres livres.
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? O que é
perder a fé?
O que é
A fé não consiste sobretudo
em acreditar em certas coisas,
mas sim em confiar em alguém: Deus.
O crente, aquele que tem fé, com-
preendeu um dia, de uma forma ou
de outra, ao nível mais íntimo do seu
ser, que era amado. E, desde logo, pas-
sou a ter vontade de amar esse Deus
que o ama e, como que por um efei-
to de ricochete, a ter vontade de amar
todos os seus irmãos e irmãs.
Algumas pessoas dizem que perde-
ram a fé. Talvez a sua fé não fosse
suficientemente pessoal e se resumisse
a algumas ideias que elas aceitavam.
Também podem ter passado por uma
prova tão pesada, tão difícil de su-
portar, que abalou a sua confiança.
a fé
O mal e o sofrimento continuam,
com efeito, a ser os grandes pontos
de interrogação na nossa vida.
Pode igualmente dar-se o caso de
essas pessoas estarem a passar por
uma fase de dúvidas da qual a fé saia
depois mais forte.
A fé, como qualquer relação hu-
mana, é uma planta delicada. Se não
tratares dela, não crescerá, e morrerá.
Se tratares cuidadosamente dela, dar-
-te-á uma flor maravilhosa!
E ninguém pode adivi-
nhar toda a beleza
que ela encerra limi-
tando-se a olhar para
a sua semente deitada
à terra.
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É preciso

A
acreditar
em
Deus
creditar em Deus não é uma
obrigação, é uma sorte! Ima-
gina que perguntavas: «É preciso ter
amigos?». Bem sabes que, sem amigos,
tudo é triste. Eu acredito que, sem
?
tar em Deus, presta atenção a Ele
e a tudo o que as suas testemunhas
te dizem acerca d’Ele. Descobrirás
assim que Ele te ama e terás vontade
de amá-l’O.
Deus, acontece o mesmo. Lembro-me como se fosse hoje de
Talvez penses que acreditar em Deus um grande encontro de jovens em
A fé

é ter obrigação de ir à missa, rezar, ir que um rapaz, com as pernas para-

à catequese… Mas a amizade é ter
a obrigação de dar parabéns a um(a)
amigo(a) que faz anos, cumprimen-
tá-lo(a) todos os dias, telefonar-lhe de
tempos a tempos? A amizade não se
força, e a fé também não.
Se queres fazer amigos(as), presta
atenção aos outros. Se queres acredi-
lisadas por causa de um acidente,
disse: «Se tivesse de escolher entre
manter a minha fé e recuperar as
minhas pernas, preferia manter a
minha fé».

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?
Qual é a
diferença
entre
superstição
e fé
«N ão passes por baixo des-
sa escada, que dá azar!».
ciso fazer um determinado gesto, evi-
tar outro, respeitar certos costumes,
Talvez já tenhas ouvido esta frase ou senão vamos ter um azar… Tudo isso
A fé

encontrado pessoas que receiam uma nada tem a ver com

sexta-feira dia 13, ou outras que não a fé!
se atrevem a olhar para um gato preto A fé é muito mais
à noite… Isso são superstições. do que acreditar na
Uma superstição é um desvio do existência de _
sentimento religioso. Podemos pen- Deus, dizer ora-
sar que se trata de uma forma de reli- ções e ir à missa. _
gião, mas, na verdade, tem a ver com É apoiar-se n’Aque-
crença e ignorância. Diz-se que é pre- le em Quem se acre-

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dita. A superstição está quase sempre
ligada ao medo; a fé está sempre li-
gada à confiança.
Mas atenção, porque, às vezes, a
religião pode ser utilizada como
uma superstição: quando só se reza
para obter vantagens, ou quando se
pensa que, acendendo uma vela, se
vai passar automaticamente nos exa-
mes… É como se quiséssemos com-
prar Deus, pô-l’O ao nosso serviço.
Também há quem faça de Deus um
polícia que vigia e castiga quando
não respeitamos todas as obriga-
ções e todos os ritos. Isso já não é fé,
é medo.
Uff!
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