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Disciplina: Direito Civil

Professor: Maurício Bunazar


Aula: 15| Data: 13/02/2019

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES


4. Classificação das obrigações quanto ao tipo de prestação
4.1 Duas regras fundamentais do direito das obrigações
5. Modalidades das obrigações
5.1 Quanto ao tipo de prestação
5.1.1 Obrigação de dar

TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES - artigos 233/420, do CC/02

4. Classificação das obrigações quanto ao tipo de prestação


(...)

4.1 Duas regras fundamentais do direito das obrigações

I. Se a realização da prestação se tornar impossível, a obrigação se extingue/resolve

Se a impossibilidade ocorreu:

a) Por culpa do devedor: ele responde pelo equivalente + perdas e danos.

b) Sem culpa do devedor: não responde por perdas e danos, apenas deverá restituir o que eventualmente recebeu.
As hipóteses de impossibilidade sem culpa são as decorrentes de caso fortuito e força maior (art. 393, do CC/02).

Nos contratos paritários, o devedor pode assumir a responsabilidade pelo caso fortuito ou de força maior.

“Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso


fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles
responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato
necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir”.

Ex.: pintor contratado para pintar tela e em razão da impossibilidade de cumprir a obrigação por caso fortuito (sem
culpa) deverá devolver eventual valor adiantado pelo credor.

Obs.: é perfeitamente lícita a cláusula que atribui ao devedor de forma expressa a responsabilidade pelo caso
fortuito ou força maior. Esta cláusula não será válida nos contratos por adesão (contra o aderente) e nos contratos
de consumo (contra o consumidor).

II. Favor debitoris (= em favor do devedor)

Magistratura e MP Estadual
CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
O sistema parte da premissa de que o credor está em posição de vantagem e, por isso, normalmente, procura
favorecer o devedor, por meio de regras dispositivas, ou seja, aquelas que incidem quando as partes não dispõem
em sentido diverso.

Obs.: em provas de múltipla escolha assinar a alternativa mais favorável ao devedor (exceto na hipótese de
cumprimento da obrigação em mais de 1 local, hipótese na qual a escolha ficará a cargo do credor – art. 327,
parágrafo único do CC/02).

5. Modalidades das obrigações

5.1 Quanto ao tipo de prestação

Como já visto, o direito das obrigações é direito sobre conduta alheia. E a conduta, isto é, a prestação pode ser de
dar, fazer ou não fazer.

5.1.1 Obrigação de dar – artigos 233 a 246, do CC/02

A obrigação de dar consiste na obrigação de entregar alguma coisa.

Há três regras fundamentais:

I. No Brasil, o contrato não transfere a propriedade das coisas. Apenas é fonte da obrigação de transferir. A
transferência somente ocorrerá quando houver a tradição (coisa móvel) ou o registro (coisa imóvel).

O Professor Clóvis do Couto e Silva utiliza a expressão “separação de planos” entre direitos das obrigações e direitos
das coisas, ou seja, a obrigação nasce no plano do direito das obrigações (por meio do contrato) e, no caso da
obrigação de dar, é extinta no plano do direito das coisas pela tradição ou pelo registro.

Esta separação fica bastante clara no art. 481 do CC/02:

“Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se


obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe
certo preço em dinheiro”.

O contrato de compra e venda impõe a obrigação de transferir (a transferência ocorrerá com a tradição ou registro).

Vender alienar
Comprar adquirir

Alienar significa fazer alheio, ou seja, transferir. O vendedor não aliena, mas se obriga a alienar.

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