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Disciplina: Peças Cíveis do MP

Professor: Eduardo Francisco


Aula: 02 | Data: 09/03/2019

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

PROCESSO INDIVIDUAL
3.1. Apelação (Continuação)
3.2. Agravo de Instrumento
3.3. Embargos de Declaração

PROCESSO INDIVIDUAL

3.1 Apelação (Continuação)

O efeito devolutivo da apelação tem 2 aspectos:

 Horizontal (quanto à extensão) – só devolve ao Tribunal os capítulos da sentença que foram impugnados.
 Vertical (quanto à profundidade) – devolve todos os fundamentos e teses discutidas, ainda que não decididas
por inteiro, automaticamente todas as questões discutidas a respeito do capítulo que foi impugnado são de-
volvidas ao Tribunal.

Tecnicamente não haveria necessidade de reiterar tudo que foi discutido sobre o assunto, pois mesmo sem reiterar,
o efeito devolutivo vertical já devolve toda a matéria ao Tribunal.

Outro ponto importante para o concurso e a vida prática é a Teoria da Causa Madura. Quando chega um recurso
no Tribunal contra uma sentença que não julgou o mérito, o Tribunal verifica no processo se a causa está “madura”,
ou seja, se há elementos suficientes para que o próprio Tribunal julgue a ação.

A Teoria da Causa Madura é uma regra de efetividade, o juiz tem o dever de aplicá-la desde que presentes os
requisitos, mesmo que a parte não faça o pedido, no entanto, na prática é bom reiterar a aplicação da Teoria, pois
demonstra o conhecimento.

 Modelo de Apelação (área do aluno)

A apelação é endereçada ao juízo “a quo”, ou seja, o juiz que proferiu a sentença.

No Processo Penal é possível interpor apelação e apresentar as razões posteriormente, no Processo Civil o Recurso
é uma peça única, é dividida em duas petições, mas devem ser interpostas no mesmo momento.

O juízo de admissibilidade é só no Tribunal, portanto trocar a palavra “recebido” por “processado”.

A apelação exige preparo, mas o MP é isento de preparo.

SENTENÇA CÍVEL E PEÇAS DO MP


CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
As Razões de Apelação irão variar conforme o assunto. A peça anexa deverá iniciar da seguinte forma:

Processo nº .......

Apelante: Ministério Público


Apelado: “Fulano”

Razões de Apelação do Ministério Público

Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Douta Procuradoria de Justiça,

1. Resumo dos Fatos.

2. Razões de Inconformismo – tecnicamente é a fundamentação do recurso, todo recurso exige razões impugnando
especificamente os fundamentos da decisão recorrida.

3. Pedido Recursal – tem forma solene “isto posto, requer seja conhecido e provido o presente recurso para refor-
mar a sentença e condenar o réu a .....”.

Local, Data (não colocar nome da Comarca e nem data se o caso não tiver citado).

Assinatura (não se identificar)

3.2. Agravo de Instrumento – arts. 1015 a 1020 do CPC

É o recurso contra decisão interlocutória de 1º grau prevista em lei.

Taxatividade - só cabe Agravo de Instrumento nos casos previstos em Lei, todavia de acordo com a Corte Especial
do STJ esta taxatividade é mitigada, pois inclui decisões não previstas em Lei cuja revisão só quando da Apelação
seria inútil.

São aquelas situações em que aguardar a apelação geraria dano ou risco de dano, por exemplo, competência ou
incompetência do juízo.

Se o processo for físico é necessário formar o Instrumento com cópias que são obrigatórias – art. 1017, cópias
facultativas, e a doutrina se refere ainda as cópias necessárias que apesar de não exigida na Lei são indispensáveis
conforme o caso concreto.

Se o processo for físico o Agravante deverá comunicar com cópia o juízo de 1º grau em 3 dias.

No processo digital não se exige cópias, nem instrumentos. A comunicação ao juízo de 1º grau no processo digital
é facultativa.

O Agravo de Instrumento deverá ser interposto no prazo de 15 dias, endereçado ao Presidente do Tribunal, é dis-
tribuído imediatamente ao Relator que irá verificar:

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 se é o caso de julgamento monocrático;
 se é o caso de liminar;
 colher as contrarrazões;
 solicitar o parecer do MP;
 incluir na pauta dentro de 30 dias.

É fundamental saber que quando é feito o pedido de uma liminar, o juiz pode indeferir fundamentando que não
estão presentes os requisitos, no entanto, quando se pede uma liminar de urgência e junto há um pedido de audi-
ência de justificação para provar a urgência, o juiz não pode negar a liminar dizendo não haver requisitos, sem ter
realizado a audiência de justificação.

 Modelo de Agravo de Instrumento (área do aluno).

Pode-se chamar de Minuta de Agravo de Instrumento ou Razões de Agravo de Instrumento.

Se o concurso for para o MP não se esquecer de se referir a “Douta Procuradoria de Justiça”.

“Do Mérito Recursal” pode ser substituído por “Das Razões do Inconformismo”.

“Do pedido” ou “Do Pedido Recursal”.

Apelação Agravo de Instrumento

Endereçamento Juiz de 1º Grau Presidente do Tribunal

Cabimento Recorre da Sentença e em preliminar Interlocutória de 1º grau que a lei prevê


pode questionar alguma interlocutória expressamente o cabimento do AI ou dizer
de 1º grau irrecorrível. que o AI é cabível diante da decisão do STJ
já que deixar para discutir o assunto por
ocasião da apelação será inútil, gerando
danos ao processo.

Qualquer recurso pode ser decidido monocraticamente, se houver súmulas, acórdão paradigma em julgamento de
casos repetitivos ou de acordo com o STJ ou jurisprudência dominante.

3.3. Embargos de Declaração – arts. 1022 a 1026 do CPC

Deve ser interpostos no prazo de 5 dias.

É isento de preparo.

Em regra, não tem Contrarrazões, SALVO, se puder ter “efeito modificativo” ou “efeito infringente” como alguns
ainda se referem.

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Os Embargos têm efeito interruptivo, que gera prequestionamento ficto, mas não torna intempestivo o recurso já
interposto pela outra parte, a única alteração é que se os Embargos forem acolhidos, a parte contraria poderá
complementar seu recurso.

Os Embargos de Declaração é cabível nos casos de omissão, contradição, obscuridade e erro material.

O endereçamento no 1º grau deverá ser ao juiz do processo e no Tribunal endereçado ao relator, seja uma decisão
monocrática ou um acórdão.

Quando se falar em omissão geralmente pede-se para suprir a omissão, quando se falar em contradição pede-se
para esclarecer, quando se falar em obscuridade é comum pedir para aclarar a questão e quando se falar em erro
material pede-se para corrigir. No entanto, se no momento da prova o candidato não lembrar o termo correto
pedir para “sanar o vício apontado, aperfeiçoando a decisão”.

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