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Disciplina: Direito Civil

Professor: Maurício Bunazar


Aula: 18| Data: 18/02/2019

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES


1. Obrigações alternativas (arts. 252 a 256 do Código Civil)
2. Obrigação facultativa
3. Classificação das obrigações quanto ao número de sujeitos

TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES

1. Obrigações alternativas (arts. 252 a 256 do Código Civil)

São regras das obrigações alternativas:

1. Salvo disposição em contrário, a escolha cabe ao DEVEDOR (favor debitoris);

2. O credor não pode ser obrigado a receber parte em uma prestação, parte em outra, pois isso significaria impor
a entrega de objeto diverso do combinado;
Ex: se determinado contrato prevê a entrega de 100 litros de cerveja clara ou 100 litros de cerveja escura, não se
admite a entrega de 50 litros de cada tipo (salvo liberalidade do credor, obviamente).

3. Quando a obrigação for de prestação periódica, o direito de escolha renova-se a cada período;
Ainda que durante considerado lapso temporal escolha-se determinada prestação, não haverá supressio do direito
de escolher outra.

4. Se houver pluralidade de optantes (mais de uma pessoa para escolher), a escolha deverá se dar por unanimidade.
Se esta não for alcançada, o juiz decidirá.

5. Para se falar em perda da prestação, é necessário verificar se houve a impossibilidade de uma ou a


impossibilidade de todas as prestações, bem como, em certas hipóteses, a quem cabia a escolha.

5.1. Havendo a impossibilidade de uma prestação:


a) sem culpa do devedor: deverá ser realizada a outra prestação.
b) mas a escolha cabe ao devedor: o devedor presta a remanescente (aqui, não se verifica a existência ou não de
culpa do devedor, já que ele poderia entregar qualquer das prestações).
c) mas a escolha cabe ao credor: nesta hipótese, é necessário verificar qual a razão da impossibilidade de uma das
prestações.
c.1) sem culpa do devedor: o devedor prestará a remanescente.
c.2) com culpa do devedor: o Código Civil mantém o direito de escolha com o credor, que poderá optar por exigir
a prestação remanescente ou o valor da outra mais perdas e danos (art. 255).

5.2. Havendo a impossibilidade de todas as prestações:


a) sem culpa do devedor: a obrigação se resolve.
b) com culpa do devedor: para sabermos as consequências, teremos que verificar a quem cabia a escolha.

MAGISTRATURA E MINISTÉRIO PÚBLICO


CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
b.1) se houve culpa do devedor e a escolha era dele: o devedor deve pagar o valor da última que se perdeu, mais
perdas e danos.
b.2) se houve culpa do devedor e a escolha era do credor: o credor pode exigir o valor de qualquer uma delas,
mais perdas e danos.

2. Obrigação facultativa

A doutrina reconhece uma categoria chamada obrigação facultativa.

Por ela, há uma única prestação no vínculo obrigacional (“in obligatione”). Porém, no momento do pagamento, o
devedor pode optar pela realização de outra prestação (“in facultate solutiones”). O devedor tem a faculdade de
substituir a prestação devida por outra de natureza diversa, prevista subsidiariamente.

Como se trata de obrigação simples (há apenas uma prestação), na hipótese da prestação se tornar impossível, ela
se resolverá.

Destaque-se que, ainda que haja culpa do devedor pela impossibilidade do cumprimento da prestação devida, ele
não estará obrigado a realizar a prestação facultativa (o credor não tem pretensão de exigir a obrigação facultativa).

Nesta hipótese, a obrigação será extinta, resolvendo-se em perdas e danos.

3. Classificação das obrigações quanto ao número de sujeitos

Quanto ao número de sujeitos, a obrigação será subjetivamente simples quando houver apenas um credor e um
devedor e será subjetivamente complexa quando houver mais de um credor e/ou mais de um devedor.

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