A fonologia, tem como seu objeto de estudo entidades de sistemas
linguísticos chamadas fonemas que são a menor unidade significativa do
sistema fonológico de uma língua. Naa transcrição fonológica, tais unidades são representadas por meio de barras com base nas tabelas fonológicas da língua em questão. Dessa maneira, devemos entender que o fonema /a/ é a representação para uma unidade linguística que se opõe a outras unidades no sistema, tirando sua significação dessas oposições. A palavra “cômodo”, por exemplo, seria expressa fonologicamente como /'kɔmɔdo/. Sobre esse tipo de transcrição fonológica é importante ressaltar que ela leva em conta, sobretudo, as ocorrencias mais comuns em deteminada língua, ou seja, procura focar no sistema linguístico compartilhado pela maioria das pessoas. Dessa maneira, ela não abrange as particularidades de proúncias presentes na fala dos individuos, de modo que é possível dizer com SILVA ( 200X, p.185) que “No quadro de segmentos consonantais devem constar dezenove fonemas: /p,b,t,d,k,g,f,v,s,z, ʃ, ɾ ʒ, R,f,m, n, ɲ, l, ʎ” e “Na tabela fonêmica das vogais devem constar os sete fonemas vocálicos: /i,e, ɛ,a ɔ,o,u/.” Isto ficará mais claro quando falarmos sobre o conceito de alofonia.
A transcrição fonética, por sua vez, utiliza de símbolos presentes no
Alfabeto Fonético Internacional ( IPA ) que abrange tanto letras que utilizamos comumente na escrita como elementos gráficos bem peculiares, com intuito de caracterizar os sons da fala segundo suas características, como por exemplo, modo de aritculação e lugar de articulação. Tais símbolos são representados entre colchetes ([ ]), de modo que [b] é a representação símbolica do IPA para uma consoante oclusiva biliabial vozeada. A palavra “bolo”, por exemplo, pode ser trasncrita fonéticamente, segundo o IPA, como [bolʊ].
No que diz respeito à variação dialetal, ela é expressa através da transcrição
fonética uma vez que esta procura também representar os sons pertencentes às diferentes pronúncias, sem renuncia-los em prol das pronuncias mais frequentes em uma língua de modo a focar no sistema linguístico tal como procede a fonologia. Aqui, se faz oportuno apresentar o conceito de alofonia para esclarecer o posicionamento de ambas as ciencias em relação à variação de sotaques.A alofonia é o fenomeno onde um mesmo fonema possui ainda diferentes possibilidades de realização fonética, sendo que estas diferentes possibilidades não alteram o significado das palavras e são chamadas de “alofones”, simplificando: alofones. são os vários sons que realizam um mesmo fonema. A palavra “culto”, por exemplo, é transcrita fonologicamente como /kulto/, porém, podemos encontrar variações de pronúncia tais como [kˈuw.tʊ ]do dialeto carioca e [k ˈuɽ.tʊ] do dialeto paulista. Temos então que ao fonema /l/ corresponde os alofones [w] e [ɽ], que representam a variação linguística.
Existe, ainda, o fenomeno onde dois ou mais fonemas perdem o contraste
fonemico que antes possuiam por encontrarem-se em um ambiente específico onde eles apresentam traços comuns. Tal fonômeno chama-se neutralização e tem como resultado um arquifonema. Este indica graficamente a neutrelização, ou seja, é uma maneira de expressar o fato de que certos fonemas específicos perderam o contraste em um ambiente específico. Assim o arquifonema S, representa a consoante pósvocalica que ocorre em posição final de sílaba, podendo esta corresponder a qualquer um dos seguimentos: [s,z ʃ, ʒ,] que perderam o contraste fonêmico.
Podemos entender o contraste fonêmico como o contraste entre sons que em
ambientes identicos ou análogos, são capazes de alterar o significado de uma palavra. Por isso, diz-se que os fonemas são entidades opositivas, porque possuem significação na medida em que se opoem a outros fonemas de uma língua. Para dar um exemplo de contraste em ambiente identico e comprrendermos melhor a neutralização, utilizarei um par mínimo com duas palavras de significados diferentes: em faca/vaca é possível identificar os fonemas /f,v/, pois notamos função distintiva de modo que pronunciar /f/ ou /v/ junto à cadeia sonora de -aca resultaria em vocábulos com significados diferentes. ( ESSE EXEMPLO ROUBEI DA THAIS ENTÃO PODE USAR TBM, A PROF SÓ VAI PENSAR Q TU FOI UM DOS Q COPIOU DA THAIS COMO EU)
No entanto, em casos como o da palavra “vez” podemos pronunciar [vez], [veʃ],
[ ves] ou [veʒ], sem que o significado da palavra seja alterado pela alternância entre os seguimentos [s,z ʃ, ʒ,] localizados em final de sílaba, por isso diz-se que houve uma neutralização do contraste fonemico, uma vez que ele não existe nesse caso. Dessa forma, utiliza-se o arquifema /S/ que refere-se à consoante pósvocálica em final de silaba à qual pode corresponder qualquer um dos seguimentes [s,z ʃ, ʒ,] sem que haja mundaça de significado. Esta perda do contraste fonêmico e, portanto, da função distintiva, também é indicado pelos demais arquifonemas presentes no português (/L/ /N/ /R/)