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1-Principais factos da vida e obra de Almeida Garret

 Joã o Batista da Silva Leitã o de Almeida Garret nasceu no Porto a 4 de


fevereiro de 1799 e faleceu em Lisboa a 9 de dezembro de 1854;
 Garrett foi um poeta, prosador e dramaturgo português que teve um
relevante e importante papel no movimento româ ntico em Portugal
com a publicaçã o do poema “Camõ es”;
 Garret passou grande parte da sua infâ ncia e adolescência na ilha
Terceira, onde fez os seus principais estudos;
 Em 1816, Garret deixou a família e retornou para o Continente.
Estudou direito na faculdade de Coimbra e entrou em contato com
ideias liberais;
 Era um jovem com bastante inclinaçã o para a política e envolveu-se
ativamente na Revoluçã o Liberal do Porto de 1820, que tinha como
finalidade o estabelecimento de uma monarquia constitucional em
Portugal. Depó s da Revoluçã o Liberal exilou-se na Inglaterra.
Durante este período de exilio entrou em contato e sentiu-se
inspirado pela literatura româ ntica de Lord Byron e Valter Scott.
 Em 1826, Garrett foi amnistiado e retornou para Portugal. Dedicou-se
ao jornalismo e fundou o diá rio “O Português” e o semaná rio “O
Cronista”.
 Em 1928 regressou para Inglaterra devido ao regresso do regime
absolutista. Só conseguiu apoio para o seu regresso a Portugal apó s o
regime liberalista sair vitorioso com a guerra portuguesa em 1832.
Viveu uma vida política intensa: foi eleito deputado em 1845 e em
1852.

2-O que é a "Memória do Conservatório Real"?


A "Memó ria do Conservató rio Real" é um texto escrito por Garrett ao
conservató rio real de Lisboa antes da apresentaçã o pú blica da peça. É
um texto de reflexã o sobre a literatura, o teatro e a funçã o do artista
na sociedade, que contribui para uma melhor interpretaçã o dos
pensamentos e objetivos do autor do Frei Luís de Sousa.

Neste sentido importa reter alguns momentos mais ilustrativos deste texto:

- Preocupaçã o de valorizar a cultura nacional, a sua histó ria e


tradiçõ es.
- Afirmaçã o da independência e liberdade do criador perante
diferentes tipos de limitaçõ es desde as classificaçõ es literá rias à
veracidade histó rica.
- Expressã o de originalidade, ao afastar-se dos antigos e modernos, ou
melhor, ao conciliar o que de melhor encontrava nos clá ssicos com a
atualidade da sua escrita. Defesa da missã o pedagó gica e cívica do
artista.

4- Século de implantação do Romantismo em Portugal.

O romantismo foi um forte movimento cultural que abrangeu as duas


ú ltimas décadas do século XVIII tal como a maioria do século XIX,
influenciando todas as formas de criaçã o artística, nomeadamente a
literá ria e também a mentalidade desta época.

5-Situação política em Portugal no início do século XIX.

No seculo XIX, Portugal foi palco de um surto cultural que se deveu à


aboliçã o da censura a livros perió dicos e pela estimulaçã o da liberdade de
imprensa por parte dos novos governos liberais. Contra a ordem e a rigidez
intelectual clá ssica, os artistas româ nticos imprimiram maior importâ ncia à
imaginaçã o, à originalidade e à expressã o individual, através das quais
poderiam alcançar o sublime e o genial.
6 -O que é o Romantismo.

O Romantismo foi um movimento cultural que surgiu na Europa e nos


Estados Unidos da América a partir da segunda metade do século XVIII.

9-Defenição de tragedia clássica e suas principais características.

A tragédia é uma forma dramá tica ou peça de teatro, em geral solene, cujo
fim é excitar o terror ou a piedade, baseada no percurso e no destino do
protagonista ou heró i, que termina, quase sempre, envolvido num
acontecimento funesto. Nela se expressa o conflito entre a vontade humana
e os desígnios inelutá veis do destino, nela se geram paixõ es contraditó rias
entre o indivíduo e o coletivo ou o transcendente. Em sentido lato, pode
abranger qualquer obra ou situaçã o marcada por acontecimentos trá gicos,
ou seja, em que se verifique algo de terrível e que inspire comoçã o.

10-As características do drama romântico.

Frei Luís de Sousa, no que diz respeito:

- ao conteúdo é uma tragédia;

- à forma é um drama româ ntico;

Características do drama Características da tragédia em


romântico em Frei Luís de Frei Luís de Sousa
Sousa

· Uso da prosa; - Desafio (Hybris)

D. Madalena desafia o destino,


apaixonando-se por Manuel de
· Linguagem pró xima da Sousa quando ainda estava casada
realidade vivida pelas com D. Joã o de Portugal.
personagens;
Manuel de Sousa desafia
politicamente o poder instituído,
incendiando o seu palá cio.

· A valorização do
homem como joguete nã o do
destino mas das suas pró prias
- Sofrimento (Pathos)
açõ es;
O sofrimento atinge todas as
personagens:

- incerteza e angú stia de D.


· Valorização dos
Madalena perante a morte de D.
sentimentos humanos das
Joã o e de um possível regresso,
personagens (amor entre
- culpa, desonra, vergonha e dor
Madalena e Manuel; entre os
pela ilegitimidade de Maria,
pais e a filha; de Telmo por
sentida por Madalena e Manuel
Maria; de D. Joã o por D.
Madalena) - sentimento de traiçã o
vivenciado por Telmo.

- o sebastianismo (crença
no regresso do rei D. - Peripécia
Sebastiã o);
Mudança de rumo da situaçã o – o
incêndio e o aparecimento de D.
Joã o, que anula a legitimidade do
- o patriotismo (fidelidade casamento, colocando Maria na
de Manuel à Pá tria); situaçã o de filha ilegítima.

- a aspiraçã o da liberdade - Reconhecimento


(insubmissã o de Manuel); (Anagnórisis)

O momento em que o Romeiro se


revela como sendo D. Joã o de
Portugal.
- o confronto entre o
indivíduo e a sociedade (a
felicidade individual é
contrariada pelas normas - Clímax
sociais);
O auge emocional – momento em
que D. Madalena sabe que D. Joã o
está vivo.
- a religiosidade (o segundo
casamento de Madalena é
invá lido à luz das leis da
- Catástrofe
Igreja daí Maria ser fruto do
pecado); A morte para o mundo de D.
Madalena e Manuel de Sousa
Coutinho e a morte física de
Maria.
- a morte como soluçã o para
os problemas;
- Catarse

- a noite (a açã o passa-se ao A irreversibilidade dos


fim da tarde, noite e acontecimentos e a
madrugada); vulnerabilidade das personagens
provocam a piedade e a comoçã o.

- a intenção pedagógica (a
problemá tica dos filhos - Anankê ou fatum
ilegítimos e a denú ncia da
Presença implacá vel do destino
falta de patriotismo).

11-Por que razão Frei Luís de Sousa não é uma tragédia clássica?

O drama româ ntico é um género teatral em que aparecem unidos o


elemento trá gico e o có mico, o sublime e o grotesco. O drama parte da
realidade, tenta retratar a vida real, mas apresenta uma série de situaçõ es
com diversas personagens que se envolvem em vá rios episó dios,
sucedendo-se rá pida e confusamente, sem unidade de açã o e por vezes com
falta de verosimilhança. O desfecho pode ser trá gico ou nã o.

A tragédia clá ssica é um género nobre, cultivado inicialmente na Grécia. As


personagens, ilustres, protagonizam uma açã o recheada de atitudes nobres,
de coragem, mas em que o protagonista, pessoa justa e sem culpa, caminha
inexoravelmente em direçã o à desgraça ou à morte, vítima de um destino
que nã o consegue vencer. O fim da tragédia é o de provocar o terror e a
piedade.

A obra Frei Luís de Sousa nã o é exemplo típico nem de uma tragédia


clá ssica nem de um drama româ ntico. É uma obra híbrida, a nível da
classificaçã o quanto à sua natureza. O pró prio Almeida Garrett o diz na
"Memó ria ao Conservató rio Real", texto por meio do qual faz a
apresentaçã o da sua peça: "Contento-me para a minha obra com o título de
drama; só peço que a nã o julguem pelas leis que regem, ou devem reger,
essa composiçã o de forma e índole nova; porque a minha, se na forma
desmerece da categoria, pela índole há -de ficar pertencendo sempre ao
antigo género trá gico."'

16-Quem foi, na realidade, Frei Luís de Sousa?

Manuel de Sousa Coutinho, assim era o seu verdadeiro nome, nasceu em


Santarém, cerca de 1555, e era filho do nobre Lopo de Sousa Coutinho e de
uma senhora da casa dos condes dos Marialvas. Enquanto fidalgo era
dedicado à s Letras e à s Armas.

A 6 de abril de 1580 foi nomeado alcaide-mor do Castelo de Marialva e


capitã o das ordenanças da vila.

Adotou o nome Frei Luís de Sousa e procurou refú gio em Benfica, porém as
razõ es pelas quais o fez continuam desconhecidas. Este desconhecimento
vai permitir os naturais comentá rios sobre a situaçã o que com o tempo se
transformariam numa lenda romanesca (chegada do forasteiro que
conhecera nos lugares santos de Jerusalém alguém que dela ainda "muito
se lembrava" e identificara na galeria dos retratos de família o de D. Joã o de
Portugal que todos pensavam morto em Alcá cer Quibir. Perante esta
situaçã o D. Manuel de Sousa Coutinho propusera a profissã o no convento).
Esta lenda forneceu a matéria para Almeida Garrett escrever Frei Luís de
Sousa.
Trabalho realizado por: Rita Caldeiras e Rita
Machado

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