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Rev Soc Bras Med Trop50(5):638-645, setembro-outubro de 2017


doi: 10.1590/0037-8682-0243-2017

Artigo principal

Mudanças na epidemiologia da leishmaniose visceral


no Brasil de 2001 a 2014
Lisiane Lappe dos Reis[1], Antônio Alcirley da Silva Balieiro[1], Fernanda Rodrigues Fonseca[1]
e Maria Jacirema Ferreira Gonçalves[1],[2]

[1]. Instituto Leônidas e Maria Deane, Fundação Oswaldo Cruz, Manaus, AM, Brasil. [2]. Escola de Enfermagem de Manaus,
Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM, Brasil.

Resumo
Introdução: A leishmaniose visceral (LV) é uma doença negligenciada, com expansão territorial e diferenças regionais no Brasil que
requerem explicação. Este estudo teve como objetivo descrever as mudanças na epidemiologia da LV no Brasil de 2001 a 2014.Métodos
: As taxas de incidência, dados sociodemográficos e clínicos e evolução dos casos foram subagrupados de 2001 a 2006 e de 2007 a 2014
e apresentados de forma descritiva. A distribuição espacial das taxas de incidência da doença e as mudanças no padrão espacial e
temporal foram examinadas.Resultados: No total, foram notificados 47.859 casos de LV no Brasil entre 2001 e 2014, com predomínio
na macrorregião Nordeste (55%), embora a taxa de incidência nessa região tenha diminuído entre os dois períodos estudados. O Estado
do Tocantins apresentou a maior taxa bruta (26,2/100,000 habitantes), responsável pelo aumento da LV na macrorregião Norte. A LV
predominou na zona urbana (70%), em menores de 4 anos (34%); entretanto, identificou-se aumento da incidência de LV em adultos
com mais de 40 anos, com 12,3% e 31% no primeiro e segundo período, respectivamente. O mapeamento das taxas brutas e casos
caninos autóctones mostraram expansão territorial. A distribuição temporal da LV foi consistente no Brasil em geral, sem padrão
observado, mas diferenças regionais foram encontradas.Conclusões: A incidência de LV está aumentando no Brasil. Além do Estado do
Tocantins, que apresentou a maior taxa, novos surtos de LV têm ocorrido na macrorregião Sul do Brasil com pequenos decréscimos
identificados na taxa de incidência no Nordeste.
Palavras-chave: Leishmaniose visceral. Epidemiologia. Perfil epidemiológico. Distribuição espacial. Sistemas de informação.

INTRODUÇÃO Estudos anteriores apresentaram dados referentes à


epidemiologia da LV, porém as análises foram realizadas com base no
A Leishmaniose Visceral (LV) é classificada como Doença do Clima
município9,10 ou estado11,12 e com base em dados hospitalares13,14. Um
Tropical Negligenciada (DTN)1, caracterizada por evolução aguda,
estudo examinou a mortalidade da LV no Brasil3 com outro focado na
subaguda ou crônica, com mais de 90% dos casos não tratados
previsão de LV no Brasil15. Este estudo analisou a taxa de incidência de
levando a óbito2. Entre as DTN, a LV ficou em terceiro lugar em
LV em todo o Brasil, utilizando as notificações enviadas ao Sistema de
mortalidade no Brasil de 2000 a 2011, causando mais mortes do que
Informação de Agravos de Notificação [Sistema de Informação de
dengue ou malária3. A LV tem os maiores anos de vida perdida (YLL)
Agravos de Notificação (SINAN)] de 2001 a 2014. Considerando que a
por morte prematura, bem como uma alta taxa de mortalidade entre
LV é doença de notificação obrigatória16, esses dados representam
as DTN, segundo estudos de carga global de doenças4,5.
todos os casos diagnosticados no país. Portanto, esse grande e
A leishmaniose visceral está presente em cinco continentes e mais
abrangente conjunto de dados possibilitou a descrição das mudanças
de 90% dos casos ocorrem em apenas 6 países: Índia, Bangladesh,
na epidemiologia da LV no Brasil, entre os períodos de 2001 a 2006 e
Sudão, Sudão do Sul, Brasil e Etiópia6. No Brasil, a LV está se
de 2007 a 2014.
expandindo territorialmente, com casos autóctones em 25% dos
municípios brasileiros em 21 dos 26 estados7. A LV é caracterizada por MÉTODOS
mudanças epidemiológicas, especialmente pela urbanização da
doença, com casos humanos e caninos notificados em cidades de População do estudo
médio e grande porte e também expansão para outras macrorregiões
Foi realizado um estudo descritivo de todos os casos novos
brasileiras8.
humanos de LV notificados ao SINAN do Ministério da Saúde no
período de 2001 a 2014, analisando o município de residência do
paciente. A base de dados foi subagrupada em dois períodos,
Autor correspondente:Lisiane Lappe dos Reis. o
2001-2006 e 2007-2014, devido às mudanças no SINAN no ano de
email:lisiane_reis@icloud.com Recebido5 de julho de
2017 Aceitaram5 de outubro de 2017 2007. Nenhuma informação de identificação dos pacientes dos
sujeitos foi fornecida durante este estudo, portanto Ética Humana

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dos Reis LL et al. -Leishmaniose visceral no Brasil (2001 a 2014)

não foi necessária a aprovação. Foram excluídas as notificações (2,0/100.000 habitantes). Houve um aumento no número de
de recaídas e casos de LV transferidos ou não confirmados. As municípios que notificaram casos de LV (figura 1), especialmente no
estimativas referentes aos dados populacionais foram obtidas interior do Brasil, que antes era uma área não registrada. O percentual
junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), que foram utilizadas de municípios que notificaram casos de LV variou de 11,7% em 2002 a
para determinar as cotas do Fundo de Participação dos Municípios 16,8% em 2014 (dados não apresentados). Alguns estados
(MPF); os dados estavam disponíveis no Departamento de experimentaram uma mudança na epidemiologia da LV e passaram a
Informação do Sistema Único de Saúde [Departamento de registrar casos vetoriais ou caninos e humanos (figura 1).
Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS)], segundo o O número de casos de LV na macrorregião Sul do Brasil
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [Instituto Brasileiro aumentou; a região passou de uma área livre de doença no primeiro
de Geografia e Estatística (IBGE)]17. período (2001-2006) para uma área com casos autóctones de LV

Análise das taxas de incidência regionais canina e humana no segundo período (2007-2014). Os estados de

e distribuição espacial Rondônia e Amapá registraram casos autóctones caninos e vetores,


respectivamente. Apenas os estados do Amazonas e Acre não
As variáveis examinadas nesta análise foram derivadas dos possuíam registros de casos autóctones vetores, caninos e humanos.
registros de notificação18,19. A análise foi estratificada por sexo, Os casos notificados no Amazonas foram considerados como não
com base na faixa etária, anos de estudo, tipo de moradia, sendo de origem autóctone. Esses dados foram adicionados no
macrorregião, evolução dos casos e manifestações clínicas. manuscrito para reforçar a necessidade de vigilância da LV, mas não
As taxas de incidência de LV foram calculadas para cada foram objeto de coleta de dados primários. No entanto, uma revisão
estado e região do Brasil utilizando o número de casos como de literatura foi utilizada para reunir essas informações e fazer uma
numerador e o número de pessoas na população total como relação com os achados deste estudo.
denominador e multiplicando o resultado por 100.000 Com exceção da região Nordeste, todas as regiões do Brasil
habitantes. Para cada período estudado (2001-2006 e apresentaram aumento da taxa bruta de LV no segundo período
2007-2014), os dados populacionais foram agregados no estudado (2007-2014). A macrorregião Norte apresentou a maior taxa
denominador. Desta forma, o numerador contém a soma dos de LV, devido aos casos no estado do Tocantins, que apresentou o
casos e o denominador contém a soma da população. maior número de casos novos no país (tabela 1). As maiores taxas em
As taxas brutas de incidência foram calculadas para os períodos cada macrorregião foram nos estados de Mato Grosso do Sul, Minas
2001-2006 e 2007-2014. Os dados sociodemográficos, os dados Gerais, Tocantins e Maranhão, localizados nas macrorregiões Centro-
clínicos e a evolução dos casos foram analisados nos dois períodos de Oeste, Sudeste, Norte e Nordeste, respectivamente.
tempo e apresentados em número e percentual. A variação percentual média da LV no Brasil entre o
A variação da taxa bruta de LV por 100.000 habitantes entre os primeiro e o segundo período aumentou 1,38%. Em
dois períodos foi calculada da seguinte forma: ((x -x )/ x * 100),
1 2
comparação com a variação percentual média no Brasil, houve
onde
2
x = taxa bruta1 em CV no período de 2007 a 2014 e x = taxa um número de estados que teve um aumento de mais de
bruta em LV2 no período de 2001 a 2006. Essa variação da taxa foi 100%, e alguns estados que tiveram uma queda (Figura 2).
comparada com a variação média da taxa de incidência da doença O perfil dos casos de LV é descrito emmesa 2. Esses dados mostraram
de LV no Brasil. O valor foi multiplicado por 100 e, portanto, predominância no sexo masculino, na faixa etária menor de 9 anos, na
representou a variação percentual da alíquota. A decisão de população menos escolarizada ou que ainda não frequentava a escola e nos
agrupar e comparar 6 e 8 anos, 2001 a 2006 e 2007 a 2014, residentes na zona urbana. Enquanto a taxa de pacientes tratados para LV
respectivamente, não afeta a interpretação dos resultados, pois diminuiu no segundo período, houve aumento no número de óbitos,
um teste anterior encontrou interpolação no intervalo de principalmente no sexo masculino. Observou-se predominância de
confiança das taxas médias de incidência entre os grupos. abandono de tratamento no sexo masculino.
A distribuição espacial da LV foi avaliada por meio do A incidência de coinfecção da leishmaniose visceral pelo
mapeamento das taxas de incidência por município e comparação das vírus da imunodeficiência humana (VL-HIV) foi maior no
distribuições entre os períodos 2001-2006 e 2007-2014. Para o segundo período (2007-2014), embora faltassem dados para
mapeamento, o QGIS® foi utilizada a versão 2.16 do software. A essa variável, bem como informações sobre outras
categorização das taxas por mapeamento, conformetabela 1, seguiu o manifestações clínicas (mesa 2).
ponto de corte sugerido pela Organização Pan-Americana da Saúde20.
A análise dos dados foi realizada no software Stata 9.0
DISCUSSÃO
(StataCorp). A preparação dos dados foi realizada em planilha do Este estudo identificou mudanças geográficas na
Microsoft Excel 2010 (Microsoft Corp, Redmond, WA, EUA). incidência de casos de LV, caracterizada pela expansão para
áreas antes livres da doença; principalmente para o interior do
RESULTADOS
Brasil (figura 1), mas há também uma forte componente de
De 2001 a 2014, foram notificados ao Sinan 47.859 casos urbanização (mesa 2). Apesar da estabilidade da taxa de
novos de LV no Brasil, com média anual de 3.418,6 casos incidência no Brasil em geral (Figura 2), o aumento do
[desvio padrão (DP) = 397,0] e taxa de incidência média de 1,8 número de municípios que passaram a notificar casos dessa
por 100.000 habitantes. A menor taxa foi registrada em 2002 importante doença negligenciada merece atenção, pois
(1,5/100.000 habitantes) e a maior em 2011 confirma a expansão territorial.

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TABELA 1
Número de casos de leishmaniose visceral e taxas brutas e padronizadas por 100.000 habitantes, por estado
e macrorregião do Brasil, em 2001-2006 e 2007-2014.

Anos
Estados e macrorregiões 2001-2006 2007-2014

taxa bruta casos taxa bruta Casos


Rondônia* 0,02 2 0,1 12
Amazonas* 0,03 5 0,04 11
Roraima 2,5 56 2.4 85
Pára 4.7 1.888 4.1 2.495
Amapá* 0,1 3 0,1 3
Tocantins 15.2 1.143 26.2 2.885
Norte 3.7 3.097 4.3 5.491
Maranhão 9.7 3.454 7.3 3.844
Piauí 8.6 1.516 6,8 1.705
Ceará 4.4 2.064 6.2 4.257
Rio Grande do Norte 2.7 480 2,8 713
Paraiba 1.2 249 0,9 284
Pernambuco 1,5 736 1 681
Alagoas 3.2 569 1 262
Sergipe 2 226 2.7 454
Bahia 2,8 2.269 2.3 2.683
Nordeste 3.9 11.563 3,5 14.883
Minas Gerais 2.1 2.360 2.3 3.612
Espírito Santo 0,11 21 0,1 28
Rio de Janeiro 0,02 21 0,03 33
São Paulo 0,4 985 0,5 1.699
Sudeste 0,7 3.387 0,8 5.372
Paraná* 0,024 15 0,019 17
Santa Catarina* 0,006 2 0,014 7
Rio Grande do 0,003 2 0,02 19
Sul Sul 0,01 19 0,02 43
Mato Grosso do Sul 8.4 1.108 9.2 1.796
Mato Grosso 0,6 102 1,5 365
Goiás 0,5 157 0,6 297
Distrito Federal 0,2 33 0,5 99
Centro-Oeste 1,9 1.400 2.2 2.557
Brasil 1.808 19.466 1.833 28.346

Observação:As taxas brutas, representadas em negrito e itálico, indicam taxas elevadas (23,05-46,44), enquanto as linhas em negrito são consideradas médias (9,56-23,04).
*Nenhum caso humano autóctone relatado no período do estudo. A diferença entre as notificações e o número total de casos (47 casos) pode ser explicada pela falta
de dados do município.

A expansão ao longo do tempo (figura 1), como demonstrado por do Complexo da Ecorregião das Guianas (GEC), com casos humanos
áreas livres de LV no primeiro período (2001-2006) que relataram casos de autóctones na Venezuela e Norte do Brasil30. No entanto, este estado
vetores, caninos ou humanos no segundo período (2007-2014), pode ser relatou a presença do flebotomíneoLutzomyia longipalpis em 2013
explicado pela simples adaptação dos flebotomíneos a diferentes pela primeira vez31, o que aumenta o risco potencial da doença em
temperaturas e os peridomicílios21, movimento migratório de pessoas com humanos neste local, como também apontado no Estado de Rondônia
cães contaminados com LV22, e para moradores nas fronteiras que 32 . No Estado do Rio Grande do Sul, casos vetoriais e caninos foram
relataram a doença23. Alguns estados que antes eram considerados livres identificados em 2008, e o primeiro caso humano autóctone foi
de doença passaram a relatar os primeiros casos caninos autóctones; por identificado em 2009 no município de São Borja33, que provavelmente
exemplo Rondônia24,25em 2010 e Paraná26e Santa Catarina27,28em 2012. se originou nas províncias da Argentina que fazem fronteira com este
Essas áreas requerem vigilância epidemiológica ativa, pois os casos caninos município23,34.
precedem os casos humanos21. As mudanças na epidemiologia da LV também se refletem na extensa
O Estado do Amapá não teve casos autóctones humanos notificados urbanização das cidades, uma vez que a doença está predominantemente
até o momento, embora esteja localizado na divisa com o Pará, que possui associada às áreas urbanas.mesa 2). Anteriormente, a LV era considerada
registros de casos humanos de LV desde 193429e faz parte uma doença rural, porém no início da década de 1980

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(●) Estados sem registros de VE vetorial, autóctone canina e humana na literatura; (▲) Rondônia: Silva, 201525Paraná: Diase outros, 201326Santa Catarina: Figueiredoe outros,201227; (●) Amapá: Galardo
e outros, 201331Rondônia: Gil et al, 200332; (*)Estados com registros de casos humanos autóctones no SINAN.

FIGURA 1 -Taxa bruta de casos novos de leishmaniose visceral por 100.000 habitantes por município, nos períodos 2001-2006 e 2007-2014.Fonte:SINAN, atualizado em
setembro de 2015. VL: leishmaniose visceral; SINAN: Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

530
% de variação da taxa bruta de leishmaniose visceral

A linha corresponde à variação percentual média da


430 leishmaniose visceral (1,38) no Brasil

330
por 100.000 habitantes

230

130

30

- 70
Pára

Sergipe
Bahia
Piauí
Roraima

Alagoas
Ceará
Amapá*

Goiás
Paraíba

Espírito Santo
Rondônia*

Mato Grosso do Sul

Paraná*
Minas Gerais
Tocantins

São Paulo

Rio Grande do Sul


Maranhão
Amazonas*

Rio de Janeiro
Pernambuco

Distrito Federal
Mato Grosso

Santa Catarina*
Rio Grande do Norte

FIGURA 2 - Variação percentual da taxa bruta de leishmaniose visceral por 100.000 habitantes nos períodos 2001-2006 e 2007-2014, em relação à variação percentual
média (1,38) do Brasil representada pela linha vermelha. VL: leishmaniose visceral; SINAN: Sistema de Informação de Agravos de Notificação.
* Estados sem relato de casos autóctones de LV humana. O Estado do Acre não informou nenhum caso humano de LV ao SINAN.

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MESA 2
Características epidemiológicas dos casos de leishmaniose visceral no Brasil em 2001-2006 e 2007-2014.

2001-2006 (n = 19.496) 2007-2014 (n = 28.363)


Características
macho fêmea total macho fêmea Total
n % n % n % n % n % n %
Grupo de anos
3.517 50,3 3.477 49,7 6.994 35,9 4.697 50,9 4.522 49,1 9.219 32,5
0a4
5a9 1.998 54,7 1.654 45,3 3.652 18,7 1.437 54,3 1.209 45,7 2.646 9.3
10 a 19 1.679 59,6 1.138 40,4 2.817 14,4 1.596 63 938 37 2.534 8,9
20 a 39 2.741 75,3 901 24,7 3.642 18,7 3.959 76,4 1.221 23,6 5.180 18,3
≥ 40 1.766 73,9 625 26.1 2.391 12.3 6.120 69,7 2.664 30,3 8.784 31,0
Anos de educação
Nenhum 665 71 272 29 937 4,8 504 73 186 27 690 2.4
1a8 3.024 67,7 1.441 32,3 4.465 22,9 5.554 71,8 2.185 28,2 7.739 27,3
≥9 757 68,8 344 31,2 1.101 5.7 1.401 69,7 610 30,3 2.011 7.1
não se aplica ou ignorado 7.255 55,8 5.738 44,2 12.993 66,6 10.350 57,7 7.573 42,3 17.923 63,2
Tipo área de estar
urbano 7.745 60,8 4.988 39,2 12.733 65,3 12.851 62,9 7.586 37,1 20.437 72,1
não urbano 3.956 58,5 2.807 41,5 6.763 34,7 4.958 62,6 2.968 37,4 7.926 27,9
Macrorregião
Nordeste 6.845 59,8 4.605 40,2 11.450 58,7 9.395 63,6 5.388 36,4 14.783 52.1
Norte 1.827 58,5 1.297 41,5 3.124 16 3.246 59,3 2.232 40,7 5.478 19,3
Sudeste 2.036 61,4 1.280 38,6 3.316 17 3.353 62,9 1.979 37.1 5.332 18,8
Centro-Oeste 983 61,8 608 38,2 1.591 8.2 1.779 65,4 943 34,6 2.722 9.6
Sul 10 66,7 5 33,3 15 0,1 36 75 12 25 48 0,2
Evolução dos casos
cura 9.237 59,8 6.202 40,2 15.439 79,2 12.564 62,3 7.602 37,7 20.166 71.1
morte 870 61,8 539 38,3 1.409 7.2 1.541 66,9 763 33.1 2.304 8.1
ignorado 586 58,1 423 41,9 1.009 5.2 - - - - - -
abandono - - - - - - 124 70,5 52 29,5 176 0,6
morte por VL - - - - - - 1.168 65,7 611 34,3 1.779 77,2
morte por outras causas - - - - - - 373 71 152 29 525 22,8
Manifestações clínicas
febre 10.800 60,1 7.159 39,9 17.959 92,1 16.310 62,7 9.695 37,3 26.005 91,7
fraqueza 8.242 60,7 5.333 39,3 13.575 69,6 14.023 63,5 8.053 36,5 22.076 77,8
perda de peso 7.964 61,6 4.957 38,4 12.921 66,3 12.831 65,2 6.860 34,8 19.691 69,4
tosse ou diarreia 4.956 60,2 3.271 39,8 8.227 42.2 7.803 63,2 4.541 36,8 12.344 43,5
esplenomegalia 9.751 59,9 6.531 40,1 16.282 83,5 13.538 62,5 8.117 37,5 21.655 76,3
hepatomegalia 8.563 60 5.713 40 14.277 73,2 11.721 62,4 7.070 37,6 18.791 66,3
Coinfecção HIV 261 71,7 103 28,3 364 1,9 1.178 76,7 357 23,3 1.535 5.4

VL: leishmaniose visceral; HIV: vírus da imunodeficiência humana; –: ausência da variável no formulário de relatório. Observação:As porcentagens das variáveis por
sexo foram calculadas por linha e as porcentagens totais por coluna. Os percentuais da variável óbito por LV e óbito por outras causas foram calculados a partir do
total de óbitos, que incluiu óbito por todas as causas, pois as bases de dados não eram as mesmas nos dois períodos. O número de casos de evolução não atingiu o
total de casos em ambos os períodos devido à falta de dados. De 2007 a 2014, o percentual de casos de evolução não foi de 100%, pois houve 7% de casos com
desfechotransferir.

Epidemias de LV foram registradas em ambiente urbano no Brasil8. A A estabilidade da taxa bruta de incidência no Brasil entre os dois
mudança para áreas urbanas é corroborada pelo presente estudo, em períodos indica que, mesmo com o aumento do número de casos
que aproximadamente 70% dos casos eram moradores de áreas notificados, não há aumento da taxa de incidência, quando se
urbanas. Embora não seja possível afirmar que a transmissão urbana considera o crescimento populacional. Portanto, a incidência de LV
seja diferente da rural, alguns fatores que podem estar envolvidos no aumentou, principalmente quando analisada por macrorregião e
processo de urbanização da LV no Brasil são as modificações estado separadamente. Na década de 1990, aproximadamente 90%
ambientais causadas pela ação antrópica, ocasionada por movimentos dos casos notificados de LV estavam localizados na macrorregião
migratórios e ocupação urbana não planejada juntamente com o mau Nordeste. Com a disseminação da doença para outras regiões, essa
saneamento35. Além disso, o principal vetor da LV, o flebotomíneo situação mudou e observou-se diminuição do número de casos de LV
Lutzomyia longipalpis, adaptou-se ao peridomicílio, principalmente na no Nordeste21, enquanto a região Norte registrou aumento de casos (
presença de animais domésticos como cães18. tabela 1). Essa expansão da incidência

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não tem relação com a decisão de subagrupar a base de dados tratados para LV são curados46. Estudo realizado na cidade
em dois períodos de tempo com número desigual de anos, de Bauru mostrou que 90,3% dos pacientes de LV tratados
considerando que se igual número de anos foi comparado nos foram curados9. O baixo número de pacientes curados
grupos, foi encontrada média e interpolação semelhantes no pode refletir o desempenho do programa de controle da
intervalo de confiança (dados não apresentados ). Com relação à LV e os registros no sistema de informação. Não se sabe se
distribuição espacial, fica evidente que os municípios os pacientes foram curados ou se houve algum problema
anteriormente livres da doença mudaram de status. com o sistema de informação, pois a evolução dos casos
Embora o Estado do Maranhão tenha apresentado a maior mostrou um aumento de dados faltantes; de 7% no
taxa da região Nordeste (tabela 1) e tem histórico de alta período 2001-2006 para 13,2% no período 2007-2014
incidência, no geral houve redução na incidência relatada. Isso (dados não apresentados). Este é um problema gravíssimo,
pode ser devido aos esforços de vigilância no Nordeste, ou à pois a informação sobre o percentual de pacientes curados
emigração da população36. Por exemplo, o Estado do Piauí é de suma importância e está relacionada à capacidade
anteriormente tinha a maior incidência no Nordeste37 dos serviços de saúde em realizar diagnóstico precoce e
e agora tem uma redução relatada, embora ainda seja o estado dispor de recursos como materiais, laboratório,
com a segunda maior incidência do Nordeste. Essa expansão da medicamentos e profissionais capacitados para dar o
incidência de casos de LV para outras regiões ocorreu sem tempo tratamento correto aos casos.47, bem como ter o
suficiente para organizar os serviços de saúde para diagnósticos, acompanhamento correto dos casos, a fim de evitar o
realizar o acompanhamento adequado dos casos e treinar os abandono do tratamento.
profissionais de saúde, que sem o conhecimento correto podem A não conclusão da evolução do caso, principalmente a
recomendar um tratamento inadequado regime de tratamento informação sobre a cura, é uma questão preocupante, pois a
para pacientes com LV2,38. ausência de cura contribui para desfechos desfavoráveis,
Norte do Estado do Tocantins (figura 1) tiveram uma taxa de como abandono e óbito. Além do aumento de óbitos no
incidência de LV notavelmente alta quando a distribuição segundo período, isso pode estar subestimado devido à falta
geográfica foi analisada. Isso se deve principalmente ao grande de dados. Embora alguns pacientes sobrevivam mesmo
fluxo migratório de nordestinos, que vivem em condições quando não curados, eles podem ter doença subclínica e com
precárias de moradia, sem infraestrutura urbana, saneamento e retorno à doença em caso de diminuição da imunidade48, e
serviços públicos essenciais, como coleta de lixo, saúde e pode piorar se houver coinfecção, especialmente com HIV49,50
educação.39. Esses problemas demográficos e sociais estão ou malária, que já foi descrita no Brasil51 e África52.
associados ao impacto ambiental causado pelo desmatamento Deve-se suspeitar de LV quando um paciente apresenta febre e
neste estado40. Essa situação contribuiu para a situação esplenomegalia que podem estar associadas à hepatomegalia18. Esses
epidemiológica identificada no Tocantins, que merece maiores sintomas, que caracterizam a fase inicial da doença, foram os mais
esforços dos serviços de saúde, tanto no diagnóstico e tratamento frequentes neste estudo, juntamente com fraqueza e perda de peso.
dos casos, quanto na adequação dos serviços de vigilância a essa No entanto, estes últimos também são observados em outras doenças
população em particular. infecciosas18, o que pode causar confusão e retardar o diagnóstico da
De todas as características da LV, a predominância da doença no sexo LV, comprometendo o quadro do paciente com desnutrição,
masculino merece atenção. A frequência desta doença em homens sangramento e outras infecções bacterianas que podem levar ao
aumentou com a idade (mesa 2). Fatores fisiológicos são a causa mais óbito. Portanto, há a necessidade de profissionais de saúde treinados
provável para o aumento do risco em homens, indicando que a partir de 38 e sensibilizar as equipes de saúde para o reconhecimento dessa
uma certa idade, os hormônios sexuais e o sistema imunológico nos importante doença negligenciada, além da instalação de
homens resultam em uma maior suscetibilidade a infecções e doenças41. infraestrutura adequada para o pronto diagnóstico laboratorial. Além
Um aumento da doença em adultos com mais de 40 anos é notado disso, é necessária a estruturação dos serviços de saúde para otimizar
no segundo período deste estudo (mesa 2), o que também pode ser a vigilância epidemiológica, bem como medidas de controle de vetores
atribuído à coinfecção pelo HIV42–44. A partir de 2008, o número de e inclusão de novos métodos de controle da doença em cães.
pacientes adultos ultrapassou o número de crianças com LV no Ceará,
porém, a coinfecção LV-HIV foi predominante na faixa etária de 20 a 39
Conflito de interesses
anos12.Esse fenômeno também ocorreu no Sul da Europa, Norte da
Os autores declaram que não há conflito de interesse.
África e Ásia Ocidental e Central. Desde o início das infecções por HIV e
aumento do uso de imunossupressores para transplante e
quimioterapia, aproximadamente metade dos casos de LV na Europa
são adultos45. Portanto, a infecção pelo HIV também deve ser REFERÊNCIAS
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Tratamento da leishmaniose visceral e leishmaniose tegumentar
inferior ao número sugerido pela Organização Pan-Americana da
americana no Brasil. Epidemiol e Serviços de Saúde. 2011;20(1):
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