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No primeiro capítulo, Brandão faz uma reflexão, que todos vivemos em situações que

envolvem aprendizagens, sendo: na rua, no lar, na tribo, enfim na vida social. O autor
fala sobre a educação indígena, que os pequenos aprendem com ensinamentos dos
adultos, realiza diversas discussões sobre as forma de aprendizagens de um povo, de
cada povo e entre os povos, sendo definida de diversas maneiras.

Assim, a educação é um meio de atender as necessidades reais do homem.

No segundo capítulo, o autor nos mostra que a educação pode ocorrer onde não há
escola e por toda parte pode haver redes e estruturas sociais de transferência de
saber de uma geração a outra, onde ainda não foi sequer criada à sombra de algum
modelo de ensino formal e centralizada. A evolução e a subjetividade de cultura
conduziram o homem à transmissão do conhecimento, inserido em prática social,
deensinar-aprender-ensinar.

Nesse mesmo capitulo, o sociólogo mostra a educação nas aldeias dos grupos tribais,
as crianças aprendem imitando com o gesto de quem ensina fazer as coisas.

Conforme Brandão, a socialização é responsável pela transmissão do conhecimento,


ou seja, ninguém aprende sozinho. O saber que cada indivíduo aprende, depende do
seu meio social. O educador desempenha um papel importante nesta interação,
quando ele acreditar que a educação é capaz de transformar os homens.

No terceiro capítulo, o autor discute entre o “trabalho” e o “poder” se dividem mesmos


nas sociedades primitivas. O “saber” se separa do “fazer”, passando a ser utilizado
como forma de dominação de uns sobre os outros. Com essas separações surgem
novas categorias de estudos com saberes especializados, dentre elas, a “pedagogia” e
a escola. Assim, com o surgimento da escola o ensino tornou-se diferente para a
sociedade daquela época.

No quarto capítulo, Brandão traz a discussão, sobre a educação na antiguidade


clássica, descreve sobre a educação na Grécia que preparava o homem à vida na
polis através da formação do “bom cidadão”, visando sua atuação política e social.
Esse sistema educativo centrava-se na busca da verdade e da beleza por meio do
estudo da filosofia, da retórica, das virtudes, das artes e da ginástica, e o pedagogo
era o sujeito que conduzia as crianças até as escolas para serem instruídas.

No quinto capítulo, o autor disserta sobre a educação de Roma antiga, faz distinções
entre a educação romana e a grega. O segundo tipo era destinado aos cidadãos
nobres livres, enquanto o primeiro tipo era destinado para todos os romanos. No
sistema educacional romano, quando algum nobre abandona a terra para dedicar-se a
política, surgem às primeiras agências de educação, começa a haver um modelo de
educação para cada um, e um limite entre um modelo e outro.

No sexto capítulo, o autor busca compreender o conceito de educação, como também


as discussões sobre o tema em estudo e faz críticas severas a educação brasileira,
sobre as finalidades da mesma, embora haja críticas pelos educadores, pelos
estudantes e pela sociedade me geral, questiona “a que e a quem serve a educação”.
São questões norteadoras para uma reflexão crítica sobre a atuação da ação
pedagógica no sistema educacional brasileiro. Com relação ao questionamento sobre
a idéia do que é o fim da educação é “perfeição”. Mas, que perfeição é esta? Quem a
define? Ela é universal para todas as culturas? Dessa forma, o autor parte dos
pressupostos de Durkeim “A educação é a ação exercida pelas gerações adultas que
não se encontram ainda preparadas para a vida social, tem por objetivo suscitar e
desenvolver na criança na criança certo número de estados físicos, intelectuais e
morais reclamos pela sociedade política no seu conjunto e pelo meio especial a que
aquela criança, particularmente se destina”.

Assim, a educação se constitui uma prática social que inculca todo tipo de saber, seja
científica, cultural ou cotidiano.

No oitavo capítulo, o autor questiona sobre a educação universal. Segundo o mesmo,


a educação é uma prática social, que tem por finalidade desenvolver aprendizagens
nos seres humanos, Brandão reflete sobre “a educação permanente”, um tipo de
educação em que o indivíduo deve acompanhar as transformações do mundo, os
sujeitos sociais devem estudar continuamente, para atender às exigências do mercado
de trabalho. O Autor denuncia o “utopismo pedagógico” que significa a educação
capaz de transformar o mundo. Com base nos pensamentos freirianos, diz a educação
não é suficiente para transformar uma sociedade, mas sem ela essa transformação é
impossível.

Continuando com as discussões, no nono capítulo, Brandão mostra à realidade da


educação no Brasil, como ela se deu, diferente de outros países. No sistema
educacional brasileiro por ele citado é dito como um sistema onde a classe dominante
política é quem controla e faz questionamentos, ”porque a educação é inevitável”.
Outra indagação “porque a educação existe de mais modos do que se pensa e, aqui
mesmo alguns deles servir ao trabalho outro tipo de mundo”. No mesmo capítulo, o
controle sobre o saber se faz em boa medida através do controle sobre o que se
ensina e a quem se ensina. A reflexão sobre a educação nesse contexto e de que ela
é essencial para qualquer indivíduo, a forma de aprendizagem é que depende da
maneira de como o saber é transmitido.

Assim sendo, encontramos nessa obra formas diferentes de educar, restar-nos saber
qual será a melhor maneira de ensinar e aprender.

A obra mostrou a educação de maneira neutra, diferente dos pensadores em


educação que tomam partido para conflito ou consenso sobre o tema, enquanto
Brandão mostrou a educação como ela acontece, críticas e reflexões para um
repensar sobre a educação.

Possui uma abordagem sociológica e acessível, dirigido para educadores, educando,


escritores, leitores, ou para quem tiver interesse pelo tema “O que é educação”.

Todas as concepções descritas nele trazem reflexões acerca do que é educação,


desde a antiguidade até os dias atuais. Suas contribuições para o desenvolvimento de
um sistema educacional, onde valoriza a realização humana.
O autor faz uma análise detalhada e histórica sobre o tema à educação.

Sua maior contribuição nessa obra é apontar a educação como uma prática social em
constante processo de transformação, para isso é necessário um comprometimento
maior por parte dos educadores, que são os agentes transformadores nesse processo.

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