O Brasil ainda possui uma alta taxa de analfabetismo,chegando a 6,6% de analfabetos
com 15 anos ou mais. De acordo com a mais recente pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019, o país tem 200 mil analfabetos a menos se comparado com a taxa de 2018, que era de 6,8%. O Plano Nacional tem como meta erradicar o analfabetismo até 2024, mas com o impacto da COVID-19, essa meta se torna ainda mais distante e desafiadora, pois a alfabetização é a peça chave para interagirmos com o mundo e infelizmente, a pandemia deixará muitas cicatrizes naqueles que não conseguiram aprender. O ato de alfabetizar, precedente a este momento atípico, já era um trabalho árduo e cheio de obstáculos. É certo que a pandemia atrapalhou muito o âmbito escolar e, tornou a vida dos alfabetizadores mais trabalhosa e a vida das crianças que estão aprendendo a ler e escrever ou vão aprender, mais complexa e desagradável. O processo de alfabetização demanda muito a interação entre o professor e o aluno, portanto, o docente foi obrigado a se reinventar como profissional e reinventar seus métodos de ensino utilizando a internet e plataformas digitais. Já que o trabalho é ardiloso sem a devida interação com o professor, ele se torna ainda mais difícil para aqueles que não possuem acesso a essas tecnologias. A aprendizagem de forma online é muito abstrata, portanto, as dificuldades são maiores. Algumas crianças possuem facilidade em aprender e juntamente com o auxílio da família, conseguiram se alfabetizar mesmo com todos os desafios. Já aquelas crianças que precisam fielmente da intervenção do professor, que não possuem apoio da família e nem acesso a internet, sofrem um grande impacto na vida escolar e pessoal. Por conseguinte, ficam perdidas e invisíveis no mundo onde deveriam estar socializando, lendo e escrevendo. E o professor, tem se esforçado e investido na sua própria formação para diminuir o impacto causado nessas crianças frustradas por não conseguirem ler uma palavra sequer. Tendo em vista os aspectos observados, conclui-se que a pandemia está sendo uma malfeitora para que ocorra o processo de aprendizagem, bem como a alfabetização, de forma significativa e inteligível. É importante que uma ação conjunta seja feita, a fim de não deixar essas defasagens na aprendizagem dos pequenos. Para que as crianças consigam adquirir a habilidade de ler e escrever, uma intervenção do governo e da legislação deve ser feita, incentivando todas as famílias a apoiar a prática do professor e auxiliar seus filhos no estudo. Talvez assim, o processo de alfabetização se torne menos deprimente.