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VI SEMEAD ENSAIO
ADM. GERAL
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Podemos definir Estratégia como sendo o caminho escolhido para posicionar a organização
de forma competitiva e garantir sua sobrevivência no longo prazo, com a subseqüente definição
de atividades e competências inter-relacionadas para00 entregar valor de maneira diferenciada às
partes interessadas. Basicamente trata-se de um conjunto de decisões que orientam a definição
das ações a serem tomadas pela organização.
As decisões oriundas do planejamento estratégico são geralmente relevantes e podem
conduzir, como exemplo, a novos produtos, novos mercados, crescimento de receitas, redução de
custos, aquisições, fusões e novas alianças ou parcerias.
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Visão e Processos
Clientes
Estratégia Internos
Dessa forma, muitas das definições e tomadas de decisão estratégicas são obtidas por meio dos
modos empreendedor e adaptativo, conforme descrito no item 2.2.
O que ocorre é que tais cenários são com freqüência modificados ou as decisões tomadas
tornam-se inadequadas, pois as hipóteses assumidas com relação aos fatores de incerteza
demonstram-se falsas com o tempo. Como o BSC passa a ser o principal mecanismo de
acompanhamento das estratégias, se ele não contiver indicadores suficientes que permitam
perceber tais mudanças ou erros na definição de hipóteses (etapa de feedback e aprendizado
descrita no item 3.2), os executivos podem não perceber ou não conseguir reagir de forma eficaz
a resultados adversos apresentados pelos indicadores do BSC, pois não estarão contempladas
nesses indicadores as relações de causa-e-efeito responsáveis pelos resultados desfavoráveis.
Outra dificuldade relevante ocorre quando não há a definição das estratégias por parte dos
executivos da alta direção e mesmo assim a empresa decide utilizar um BSC. É o caso de
organizações em que não há autonomia para a tomada de decisão ou o caso de unidades de
negócio que iniciam seus processos de planejamento estratégico sem que haja uma diretriz
corporativa ou estratégias claras por parte da holding.
Nesses casos, os BSCs implantados são também genéricos, ocorrendo situações semelhantes
às descritas em 4.1.
Segundo CLEMEN e REILLY (2001), a razão para estudar análise de decisões é que a
aplicação cuidadosa de suas técnicas pode levar a melhores decisões. Mas o que é uma boa
decisão? Uma resposta simples: é aquela que leva a melhores resultados. Essa resposta,
entretanto, pode confundir as idéias de bons resultados advindos da sorte (cenários favoráveis) e
de boas decisões. Apesar da análise de decisões não poder melhorar a “sorte”, pode ajudar a
compreender melhor os problemas que você enfrenta e assim tomar melhores decisões. Esse
entendimento inclui tanto a estruturação do problema quanto das incertezas e barganhas inerentes
às alternativas e resultados. Ou seja, um modo de pensar sistêmico que pode ser aplicado à
solução de problemas.
uma organização deve atingir. Com a situação de decisão e os objetivos adequados estabelecidos,
nos dedicamos à criação de alternativas. Nesse momento, as técnicas de análise de decisão
aumentam as chances de encontrar possibilidades adicionais às óbvias ou comuns.
Os próximos dois passos, que podem ser chamados de
Identificar a situação
de decisão e entender modelagem e solução, levam à estruturação do problema,
os objetivos. decompondo em cada característica importante – para as quais
serão considerados elementos de incerteza, contribuições para os
objetivos, inter-relacionamentos e outros – e a uma análise
Identificar alternativas quantitativa, que indicará ou fornecerá subsídios para a escolha da
melhor solução.
Decompor e modelar o O modelo ainda pode ser complementado por uma análise de
problema: sensitividade, que se resume a introduzir pequenas mudanças nas
Estrutura alternativas selecionadas e verificar quais efeitos são provocados
Incertezas nos resultados previstos, de forma a validar a escolha da melhor
Preferências
solução.
Podemos verificar a semelhança desse processo com o de
Escolher a melhor planejamento estratégico descrito no item 2.1., fazendo-se as
alternativa devidas adaptações, o que só vem a corroborar com a premissa de
que as ferramentas utilizadas nos processos de análise de decisão
Análise de são compatíveis e podem agregar valor ao processo de
sensibilidade planejamento estratégico das organizações.
A criação de um modelo de decisão requer três passos
fundamentais. Primeiro, a identificação de valores e objetivos. A
São necessárias estruturação de valores requer a identificação daqueles aspectos
análises
complementares?
que importam para o tomador de decisão. Simplesmente listar
sim objetivos não é suficiente (ver dificuldades 4.1 e 4.4).
Também é preciso separar os valores em objetivos fundamentais
não
dos objetivos condutores e devemos especificar formas de
Implementar a mensurar a consecução desses objetivos (ver dificuldade 4.2;
alternativa selecionada podemos também verificar o alinhamento com os conceitos do
BSC). O segundo passo é estruturar os elementos da situação de
Figura 2 decisão num diagrama lógico. Para isso, temos pelo menos duas
(Clemen, 2001) ferramentas: diagramas de influência e árvores de decisão.
Utilizadas em conjunto com uma estrutura de valores cuidadosamente desenvolvida, temos um
modelo completo, que exibe todos os elementos da decisão: objetivos relevantes, decisões a
tomar, incertezas e conseqüências ou resultados (dificuldades 4.2 e 4.3). O passo final é o
refinamento de todos os elementos do modelo de decisão (ultimo passo do processo de
planejamento estratégico: ajustes e aprendizado para o modelo estabelecido).
seguinte técnica para a identificação dos objetivos (note-se o alinhamento com os fundamentos
do BSC):
Separar objetivos resultantes dos condutores é um passo crítico, pois indica onde os esforços
devem ser centrados para que os objetivos finais sejam de fato atingidos. Os objetivos resultantes
são organizados em hierarquias, nas quais os níveis superiores representam os objetivos mais
gerais e os níveis inferiores explicam ou descrevem quais são os elementos importantes para
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consecução dos objetivos gerais. Por sua vez, os objetivos condutores são organizados em redes,
e cada objetivo pode estar conectado a uma série de outros, indicando as interdependências entre
eles. Essa estrutura de objetivos ou hierarquia é crucial para o desenvolvimento de um modelo de
decisão de objetivos múltiplos. Os objetivos dos níveis inferiores serão a base a partir da qual os
resultados serão mensurados.
A figura 3 indica quatro técnicas para organização de objetivos resultantes e condutores.
Fazendo-se as perguntas da tabela a cada objetivo podemos classificá-lo na hierarquia, acima,
abaixo ou no mesmo nível de um objetivo previamente classificado.
Pergunte: “O que você quer dizer com isso?” “Como você poderia alcançar isso?”
Para mover: Acima na hierarquia Para dentro da hierarquia de objetivos resultantes
Maximização
do lucro
Prazo para
Preço praticado desenvolvimento
Investimento Tipo de
em P&D tecnologia
Diagramas de influência podem prover uma representação gráfica simples das situações de
decisão. Os diferentes elementos de decisão são exibidos no diagrama, por meio de figuras
geométricas diferentes, ligadas por meio de flechas, cuja direção especifica a forma com que se
dá o relacionamento entre os diferentes elementos. Retângulos representam decisões, elipses
representam incertezas e losangos representam os resultados ou conseqüências. Um retângulo de
pontas arredondadas é utilizado para representar um cálculo matemático ou um valor constante,
utilizado geralmente para representar objetivos intermediários. As quatro formas geralmente são
referenciadas como “nós”, que são agrupadas em gráficos e conectadas por flechas ou arcos. Em
geral, os arcos podem representar tanto relevância quanto seqüência. O contexto indica o
significado.
Por exemplo, uma seta apontando para um nó de incerteza designa relevância, indicando que
o antecessor é relevante para avaliar as chances associadas com eventos de incerteza. Setas
apontando para nós de incertezas e de resultados representam relevância, setas apontando para
nós de decisão representam seqüência. Diagramas de influência apropriadamente construídos não
possuem ciclos, ou seja, a partir do nó inicial não existe um caminho percorrendo as setas que
leve de volta ao ponto inicial. Por isso, o final do diagrama é sempre o resultado.
A vantagem de utilizar-se diagramas de influência ao invés dos mapas de estratégia ou
diagramas de relação de causa-e-efeito – esses últimos geralmente utilizados pelas organizações
que utilizam a ferramenta BSC – é a possibilidade de visualizar no mesmo diagrama todos os
elementos do modelo de tomada de decisão. Com diagramas de influência, fica claro quais os
elementos de influência (incluindo incertezas) e quais as conseqüências de cada decisão
estratégica, elementos importantes que dificilmente são considerados no momento de escolha dos
indicadores de desempenho que comporão a cesta de indicadores do BSC levando à dificuldades
na análise de resultados desfavoráveis apresentados (ver itens 4.2 e 4.3).
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Dessa forma, aspectos relevantes podem ser facilmente acrescentados ao BSC, tais como
indicadores adequados para verificar a aceitação do mercado em relação à nova linha de produtos
(incerteza), cujo resultado apresentado podem indicar numa etapa de planejamento estratégico de
avaliação e controle (ver item 2.1) a necessidade de ajustes no tipo de tecnologia definido ou nos
níveis de preço praticados.
Os diagramas de influência são excelentes para apresentar a estrutura básica de uma decisão,
mas ocultam muitos detalhes, que podem ser exibidos por meio de árvores de decisão. Como no
diagrama de influência, os quadrados representam as decisões a serem tomadas, os círculos os
eventos de incerteza. Os ramos que emanam de um quadrado correspondem às alternativas
disponíveis ao tomador de decisão e os ramos que emanam dos círculos representam os possíveis
resultados de um evento de incerteza. As conseqüências são representadas por triângulos no final
dos ramos. boa $ 2 milhões
caro Aceitação
do mercado
1 ano Preço
ruim $ 1 milhão
acessível
$1 Prazo
Investimento 2 anos
A
Figura 5: Exemplo de árvore
Tipo de $2 de decisões
tecnologia
Para incluir objetivos múltiplos em uma árvore de decisão basta listar as conseqüências
relevantes no final de cada ramo. Uma forma fácil de fazer isso é utilizando uma matriz de
conseqüência, como indicado por CLEMEN e REILLY (2001). Cada coluna da matriz representa
um objetivo resultante e cada linha uma alternativa. A avaliação das alternativas requer o
preenchimento da tabela, indicando como cada alternativa contribui para cada objetivo. Diversos
modelos matemáticos podem ser utilizados para selecionar as melhores alternativas, incluindo
distribuições de probabilidade, análises de regressão, valor econômico esperado e funções de
utilidade.
7. CONCLUSÃO
Foi demonstrado que as ferramentas para análise de decisão são compatíveis com o processo
de planejamento estratégico e que contribuem para uma boa utilização da ferramenta Balanced
Scorecard, contribuindo para a prevenção de erros geralmente cometidos por organizações que a
utilizam. Recomenda-se principalmente a utilização do diagrama de influências que, além de
apoiar a construção do BSC, também pode ser utilizado nas etapas de análises de cenários
internos e externos da organização, desde o início do processo de planejamento estratégico,
conduzindo o processo de tomada de decisão.
O presente estudo pode ser complementado pela análise dos resultados de sua aplicação no
processo de planejamento estratégico de empresas e pela análise de interfaces entre o BSC e a
ferramenta árvore de decisões, principalmente no que diz respeito ao estabelecimento de metas
para indicadores de desempenho correlacionados em um modelo de tomada de decisão.
Como leitura complementar, recomenda-se o artigo de BODILY e ALLEN (1999), que
apresentam outras interações entre as atividades de planejamento estratégico e as teorias de
análise de decisão.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS