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Agradecendo pela Gratidão

Rubens Santini – julho/2013 – Distribuição gratuita


Índice Geral

I – Qual foi a última vez que você expressou sua gratidão? ................... 4
II – Não fique se culpando pelos seus erros .................................... 4
III – A força da gratidão ....................................................... 5
IV - Ser grato não significa só dizer “obrigado” ............................... 5
V – “Aja com bondade, mas não espere a gratidão” .............................. 6
VI – A natureza humana ......................................................... 6
VII – A história de Jó ......................................................... 7
VIII – Fontes bibliográficas utilizadas como pesquisa ............................ 7

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Gratidão é um agradecimento, um reconhecimento, uma consideração pela
atitude de uma pessoa em nosso favor.
Agradecer todo mundo agradece (ou deveria). Mas, geralmente fica um ato
mecânico, por obrigação.
Pense um pouco... Quais foram as pessoas em sua vida que você agradeceu
realmente, de coração?
Não confundamos gratidão com retribuição de cortesia.

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I – Qual foi a última vez que você expressou sua gratidão?

Piero Ferrucci no seu belíssimo livro “A Arte da Gentileza”, no capítulo


relacionado à Gratidão, afirmou o seguinte:
“Na verdade, às vezes são os dramas da vida que nos despertam para a
gratidão. É um paradoxo: depois que nos curamos de uma doença, valorizamos a
saúde; quando fazemos as pazes depois de uma briga, redescobrimos o valor da
amizade; quando estamos perto da morte, amamos a vida.”
E muitas vezes a gratidão é esquecida com facilidade. Vamos fazer um
exercício muito simples, que é o seguinte: você se lembra de todas as pessoas em
sua vida a quem já foi grato? Com certeza existem muitas pessoas que passaram em
nossa existência e não reconhecemos a ajuda que nos proporcionaram: pais, irmãos,
professores, amigos,...
O sentimento de gratidão não deve ser apresentado somente quando tudo ocorre
bem em nossa vida. Muitas vezes nas adversidades, nas contrariedades, nas
situações que foram aparentes fracassos (e que mais tarde vamos reconhecer que foi
preciso passar por aquela situação), foram grandes oportunidades que tivemos de
agradecer às pessoas relacionadas e não o fizemos.

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II – Não fique se culpando pelos seus erros

Se prestarmos atenção em nossos pensamentos, veremos que sempre estamos em


sintonia com coisas negativas, não é mesmo?
Muitas vezes só lembramos-nos de quem nos fez mal e nunca em quem nos ajudou
e nos fez bem.
Outro fato a destacar é que somos muito críticos conosco mesmo e com os
outros. Só vemos o que está errado. E ficamos o tempo todo remoendo esses erros.
Temos o hábito de recordar somente de nossos fracassos, dos maus momentos
que passamos em nossas vidas. E muitas vezes deixamos de lados a lembrança dos
bons momentos e de nossas grandes realizações.
Na verdade, pela nossa evolução rudimentar espiritual, os nossos erros vêm
para contribuir na nossa escalada evolutiva espiritual. Se errarmos, olhemos para
este erro, analisemo-lo, efetuemos as devidos correções e vamos em frente. Não
fique o tempo todo remoendo esses erros ou acusando o tempo inteiro uma pessoa
pelos seus fracassos praticados no passado.
Para tentar entender o que estou querendo dizer, fique atento quando uma
criança está aprendendo a andar. Ela levanta com dificuldade se apoiando nos
móveis da casa, tenta dar os primeiros passos sozinha, cai no chão. O que acontece
depois? Ela vai ficar parada tentando entender o que deu errado, ficar chorando e
se penalizando por não ter conseguido andar? Nada disso, ela tenta levantar
novamente e segue em frente! Se cair novamente, ela vai tentar novamente até
conseguir.
Daí a necessidade da gratidão pelas situações de aprendizado e valorizarmos
mais os nossos acertos.

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III - A força da gratidão

Quem realmente valoriza o significado da gratidão, geralmente sente alegria


de viver, é uma pessoa que sabe compartilhar, sempre está preocupado com o lado
social, é criativo e geralmente tem saúde física e espiritual.
Para agradecer basta um olhar, uma expressão facial, um leve sorriso, apenas
uma palavra, que o outro irá entender.
Palavras que expressam graças, alegria ou gratidão, liberam certas energias
dentro de nós e ao nosso redor.
O ato de fazer agradecimento carrega nossos pensamentos para uma atmosfera
de fé e confiança.

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IV – Ser grato não significa só dizer “obrigado”

Muitas pessoas, por certa ignorância, ou porque não foram educadas para
isso, não conseguem simplesmente dizer “obrigado” por um gesto de gentileza ou por
um favor recebido.
A título de ilustração, quando você estiver num restaurante, por exemplo,
observe quantas pessoas agradecem o garçom por servir uma bebida, ou ao entregar o
prato solicitado. Isto é só um exemplo e poderíamos citar vários outros no nosso
dia a dia.
Ser grato é uma questão de reconhecimento, é valorizar um gesto por algo que
nos está sendo feito.
É uma forma de respeito pela participação da outra pessoa em nosso favor.
O objetivo pelo qual nós agradecemos é para que a outra pessoa saiba que
valorizamos o que ela está nos fazendo. É uma maneira de incentivá-la a continuar
tendo este tipo de atitude, esta virtude, em estar sempre ajudando as pessoas com
espontaneidade e amor.
A gratidão é uma forma de mostrar que a ajuda foi muito bem vinda.
Há uma passagem relatada no Evangelho de Lucas (cap.17 vers.12-17): “Jesus
Cristo estava indo a Jerusalém e passou por uma aldeia onde viviam pessoas
leprosas. Ele entrou na aldeia e saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os
quais pararam de longe e clamaram: “Jesus, Mestre, tem misericórdia de
nós”. Vendo-os, Jesus disse-lhes: “Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes”. E aconteceu
que, enquanto iam, ficaram purificados. E um deles, vendo que estava curado,
voltou glorificando a Deus em alta voz, e lançou-se aos pés de Jesus com o rosto
por terra, agradecendo-lhe. Pois bem, este era um samaritano. Tomando a palavra,
Jesus lhe disse: “Não foram dez os que foram curados? E onde estão os nove?”
Fiquemos atentos para não sermos ingratos iguais aos nove leprosos pelos
favores e benções recebidas!

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V – “Aja com bondade, mas não espere a gratidão”

O antigo filósofo chinês Confúcio afirmou: “Aja com bondade, mas não espere
gratidão”, procurando mostrar que a ajuda à outra pessoa deve ser feita de maneira
espontânea, com amor e sem esperar o aplauso, a admiração pelo nosso gesto.
Mas, quem é grato está dando demonstração de amadurecimento psicológico e de
humildade, porque sabe reconhecer que precisa de ajuda de alguém para estar aonde
se encontra.
Mas, infelizmente, existem muitas pessoas que param de ajudar os outros por
não terem o seu gesto reconhecido e apreciado como acham que deveria ser. Isto
demonstra a sua imperfeição psicológica e espiritual.
Devemos sempre perseverar na conduta correta, transformando situações
desfavoráveis em desafios a serem superados, mesmo que os nossos atos sejam
desconsiderados.
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VI – A natureza humana

Esta pequena história foi lembrada pela mentora espiritual de Divaldo


Franco, Joanna de Ângelis, em seu livro “Psicologia da Gratidão”:

“Narra-se, e tornou-se muita conhecida com variações embora com o mesmo


conteúdo, a história de um monge budista que rumava na direção de um monastério
acompanhado por alguns de seus discípulos, quando, passando por uma ponte, viram
um escorpião que estava sendo arrastado pela correnteza na qual se debatia,
afogando-se.
O monge, apiedado, correu pela margem do rio, introduziu a mão na água e
retirou-o da morte certa.
Alegre por havê-lo salvado da situação, quando o trazia para o solo, o
escorpião picou-o, produzindo-lhe uma grande dor, que o fez derrubá-lo novamente
nas águas...
Nesse momento, o monge correu e, tomando um pedaço de madeira, novamente se
adentrou nas águas e retirou-o, salvando-o.
Retornou ao caminho em silêncio após o seu gesto nobre, quando um dos
discípulos, surpreendido pela ocorrência, indagou-o:
-“Mestre, penso que o senhor não se encontra bem. A sua tentativa de salvar
esse aracnídeo nojento e perverso, que lhe agradeceu o gesto nobre com uma picada
dolorosa, redundou inútil e perniciosa para o senhor. Não seria natural que o
deixasse morrer, ao invés de intentar por segunda vez salvá-lo, correndo novamente
o mesmo risco?”
O monge escutou com suave sorriso na face e respondeu com bondade:
- “Ele agiu conforme a sua natureza, enquanto eu procedi conforme a minha.
Ele reagiu por instinto, defendendo-se mediante a agressão, e eu agi de acordo com
o meu sentimento de amor por tudo e por todos...”

Não é porque a pessoa é agressiva e ingrata é que devemos deixar de ajudá-la.


Aja segundo o seu instinto natural e evolutivo.
Ajude, mas nunca espere nada em troca.

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VII – A história de Jó

Assim se inicia a história de Jó (Antigo Testamento – Livros Sapienciais):


“Era uma vez um grande servo de Deus, chamado Jó que vivia rico e feliz.
Deus permitiu a Satanás prová-lo para ver se ele continuaria fiel no infortúnio.”
A lenda de Jó tem como aprendizado a gratidão a Deus mesmo quando tudo lhe
foi retirado: filhos, recursos financeiros, rebanho, terras, além de adquirir
chagas no seu corpo físico.
Tudo isso lhe ocorreu e em nenhum momento Jó se revoltou contra Deus. Ele
sempre esteve fiel ao Criador em todos os momentos de provação e sempre esteve
grato por tudo o que lhe acontecia.
No final da história, devido ao seu amor e sua persistência no bem, Deus
devolveu tudo em dobro o que havia lhe retirado.
A mensagem que fica nesta história é que as pessoas nunca devem se entregar,
e sempre persistir com fé, mesmo com tantos obstáculos e dificuldades em sua vida.
E geralmente estas provações vêm para fortalecer nosso psiquismo e nosso Espírito.
Daí a nossa necessidade de estarmos sempre gratos ao Pai Celestial pelas
oportunidades de aprendizado.
E pensar que ainda existem inúmeras pessoas que vivem se queixando da vida,
reclamando de tudo e de todos. Sempre insatisfeitas, insaciáveis e pessimistas.
Nem mesmo agradecem pelas benfeitorias que a vida lhes proporciona...

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XVI– Fontes bibliográficas utilizadas como pesquisa

(1) “O Evangelho Segundo o Espiritismo” - Allan Kardec.


(2) “Bíblia de Jerusalém” – Edições Paulinas.
(3) “Psicologia da Gratidão” – Joanna de Ângelis através de Divaldo
Franco.
(4) “A Arte da Gentileza” – Piero Ferrucci.
(5) “Pequeno tratado das grandes virtudes” – André Comte-Sponville
(6) “O poder da gratidão” – M.J. Ryan.

Rubens Santini (rubens.santini@gmail.com)


Distribuição gratuita. Não é permitida a sua venda. A cópia é permitida para distribuição gratuita.
São Paulo, julho de 2013.

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