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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

IA- Departamento de Geografia


Disciplina: Introdução à Geociências – IA 289 – 2020-5
Profª: Ambrosina Gontijo
Aluno (a): Mariana Cristina Lemos de Souza
Matrícula: 20200021877

RESUMOS – A EVOLUÇÃO DO PESAMENTO GEOGRÁFICO: IMPLICAÇÕES E


CONCEITOS

A educação formal no Brasil teve seu início com os Padres Jesuítas, a partir da
chamada “Companhia de Jesus”, onde objetivavam a garantia da colonização. Nesse
momento, o uso do estudo da Geografia foi para garantir a expansão dos impérios
coloniais, ou seja, em prol da colonização e dominação dos povos, ajudando o Estado a
dominar cada vez mais territórios.
Em 1837, o Colégio Pedro II, situado no estado do Rio de Janeiro foi o primeiro
colégio a incluir a Geografia na grade de matérias obrigatórias. Contudo, o ensino nesse
tempo privilegiava a classe dominante, com o intuito de manter o controle social e
cultural. Já em 1934 foi criado o departamento e o curso superior de Geografia na
Universidade de São Paulo. Em 1971, durante a ditadura militar, as matérias de Geografia
e História são unidas e formam a disciplina de estudos sociais. Nesse momento, o estudo
dessas áreas eram consideraras ameaças à hegemonia nacional e à formação de uma
consciência patriótica.
Em 1900, o ensino geográfico ganhava mais espaço, pois ao contrário do que se
acreditava durante o período militar, pois acredita-se que quando o aluno conhece as
características físicas do local, o nacionalismo e patriotismo será despertado nele.
Contudo, sempre houve um debate entre liberais e conservadores sobre o que deveria ou
não ser o ensino da Geografia no Brasil.
A geografia e a ciência positivista
As viagens e observações de Alexandre Humboldt, foram o que deu início as
apreensões no campo da geografia a partir do séc. XIX, pois notava a relação entre
dominante e dominado, condições de clima e solo, relação entre agregações vegetais e
relações humanas de exploração da terra. Já Karl Ritter, no mesmo século, focou seu
estudo na compreensão dos sistemas de organização do espaço terrestre, fazendo
comparações de povos, instituições e uso de recursos. Ambos são considerados os
criadores da Geografia, e a difundiram no meio do magistério.
Friedrich Ratzel e Vidal de La Blache, são representantes de geografia tradicional
(consolidada na corrente teórica positivista), representando respectivamente a escola
Alemã e Francesa. A geografia de Ratzel manifestava autoritarismo, onde o agente social
privilegiado era o Estado, e tratava abertamente de questões políticas. Já a de Vidal
expunha tom mais liberal, baseando-se na revolução francesa, sua análise partiu do
homem abstrato do liberalismo.
Ou seja, a geografia difundida por Vidal tinha uma concepção humanística,
privilegiando a relação homem e meio, além de buscar a compreensão acerca do
surgimento de grupos humanos em determinadas regiões. Já a de Ratzel, de acordo com
as críticas do geografo francês, era politizada, por tratar abertamente de assuntos de cunho
político, além de minimizar a figura do homem e tinha uma visão fatalista da visão de
relação entre o ser humano e o meio.
No Brasil, interrupção entre teorias e práticas geográficas acarretou no isolamento
da geografia no campo das ciências sociais, voltando a produção geográfica no Brasil
para a produção do espaço brasileiro.
A geografia positivista pode ser considerada uma ciência empírica, pautada da
observação(...), ciência de contato entre domínio da natureza e da humanidade(...), uma
ciência de síntese(...), uma prática social referida ao espaço terrestre. (MORAES, 2005,
p.7-8). Ou seja, o pesquisador, partindo da ideia positivista limitava sua visão sobre o que
era de seu interesse ou do interesse que deseja a sociedade, onde o conhecimento é muita
das vezes contestado.
Imprecisão quanto ao objeto de estudo da geografia
Cada ciência se diferencia das demais a partir de seu objeto de estudo. A geografia
pode ter como objeto a paisagem, a superfície terrestre, a individualidade dos lugares, a
diferenciação de áreas, a relação entre sociedade e natureza. Contudo, no geral, o objeto
de estudo da Geografia sofre mudanças constantes, rápidas e permanentes, onde as
correntes modernas do pensamento geográfico se empenham em incluir essas
transformações fruto da relação entre homem e natureza, no ensino da matéria.
Quando a tese são os conceitos
A Geografia como um campo de conhecimento científico, onde existe variadas
definições, provoca conflitos gerando debates. Enquanto ciência, sempre se preocupou
com o entendimento da relação homem e natureza. Os diferentes atendimentos do espaço
geográfico permitiram que os interesses dessa área fossem preservados e que
concordassem com as questões sociais, políticas e econômicas da época.
Por conta disso, o espaço geográfico pode ser compreendido de diferentes
maneiras de acordo com cada cultura e sociedade, levando em consideração que também
engloba ações socais, humanas e também aspectos físicos. E assim, podemos constatar
que tratar de espacialidade em geografia é complexo.
A geografia enquanto disciplina
Devido ao rápido desenvolvimento tecnológico e científico, em consequência da
globalização, há a constante evolução da robótica e informatização, objetivando na
interação mundial, e na transformação dos fenômenos econômicos, sociais e culturais. E
por conta disso, há a necessidade dos métodos educacionais acompanharem essas
transformações, fazendo alterações no modelo escolar tradicional, caracterizado como
dogmático e mecânico.
Ao ensinar geografia, o aluno compreende o mundo e busca sua transformação,
utilizando-se da tecnologia, visando a qualidade de vida humana e ambiental, promove
ao discente a conquista do espaço social com alteridade, autonomia e compromisso.
Contudo, as mudanças que ocorrem no método educacional sempre buscam atender aos
interesses externos, da classe dominante, e por isso é necessário a melhor compreensão
do processo de ensino-aprendizagem e prática docente coerente, associada à economia
nacional e internacional e com a rede global de comunicações. Feito isso, acarretará na
valorização da geografia nas escolas, aumentando o interesse do educando.
A educação é um processo que depende da consciência e ação política. Quanto
professor, é necessária uma apresentação de uma geografia investigadora, estimulante,
provocativa, dinâmica, ativa em todos os níveis de ensino. Desse modo, é de grande
importância que haja a todo tempo a atualização de conteúdo junto à realidade do país,
mostrando assim que é possível ocorrer mudanças na educação, mesmo que seja um
processo lento e árduo.

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