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HUMANIZAÇÃO DA

ASSISTÊNCIA AO PARTO
CLAUDJANE CAVALCANTE
A humanização do
nascimento não representa
um retorno romântico ao
passado, nem uma
desvalorização da tecnologia,
Em vez disso, oferece uma
vida ecológica e sustentável
para o futuro

(R.JONES)
PARTO
PARTO NORMAL
NATURAL

Cuidado centrado na
Interenções
mulher;Menos
desnecessárias;Práticas
intervenções; ambiente
rotineiras
acolhedor
CONCEITO

O conceito de atenção humanizada é amplo e envolve um


conjunto de conhecimentos, práticas e atitudes que visam a
promoção do parto e do nascimento saudáveis e a prevenção
da morbimortalidade materna e perinatal. Inicia-se no pré-natal
e procura garantir que a equipe de saúde realize
procedimentos comprovadamente benéficos para a mulher e o
bebê, que evite as intervenções desnecessárias e que
preserve sua privacidade e autonomia.(MS,2001)
CONCEITO

• O programa de humanização no pré-natal foi instituído pelo MS


através da portaria GM n 569 de 1/6/2000.

• A humanização proposta pela ‘humanização do parto’ entende a


gestação e o parto como eventos fisiológicos perfeitos (onde
apenas 15 a 20% das gestantes apresentam adoecimento neste
período necessitando de cuidados especiais).
CONCEITO

• O Programa de Humanização fundamenta-se nos preceitos de que


a humanização da assistência obstétrica e neonatal é condição
primeira para o adequado acompanhamento do parto e puerpério.

• O Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento é fruto


desse novo olhar sobre o período gestacional, visualizando-o não
apenas como processo biológico, mas biopsicossocial.
Principios do programa de
humanização
• Toda gestante tem direito ao acesso a atendimento digno durante
o pré natal,parto e purpério;

• Toda gestante tem direito ao parto e puerpério e que estes sejam


realizados de forma humanizada;

• Todo recém nascido tem direito à assistência neonatal de forma


humanizada e segura.
Funcionamento

• O programa de humanização será executado de forma articulada pelo


ministério da saúde com as secretarias de saúde dos estados,dos
municípios e do Distrito Federal
Assistência humanizada

• Os profissionais de saúde são, coadjuvantes desta experiência e


desempenham importante papel. Têm a oportunidade de colocar
seu conhecimento a serviço do bem-estar da mulher e do bebê,
reconhecendo os momentos críticos em que suas intervenções
são necessárias para assegurar a saúde de ambos.

• Reconhecer a individualidade é humanizar o atendimento. Permite


ao profissional estabelecer com cada mulher um vínculo e
perceber suas necessidades e capacidade de lidar com o
processo do nascimento
Assistência humanizada
• O E.O deve desempenhar esse importante papel de colocar seus
conhecimentos a serviço do bem estar do binômio mãe-feto e isso
implica ter um olhar humanizado e diferenciado, oferecendo um
atendimento seguro e individual, centrado nas reais necessidades de
cada mulher.

• Podendo ajudá-la a superar os medos, as ansiedades e as tensões


vividas nesse processo, devendo ser tratada com empatia e respeito,
considerando suas ideias, preferências e necessidades.
Assistência humanizada
Assistência humanizada

• Para, de fato, mudar a relação profissional de saúde/mulher é


necessário uma mudança de atitude que, de foro íntimo, depende
de cada um.

• O profissional deve estar sintonizado com novas propostas e


experiências, com novas técnicas, praticar uma medicina baseada
em evidências, com o olhar do observador atento.
Assistência humanizada
Assistência humanizada

• Estudos já comprovaram que a violência institucional também exerce


influência na escolha de grande parte das mulheres pela cesárea.

• A mulher parturiente está cada vez mais distante de ser protagonista:


totalmente insegura, submete-se a todas as ordens orientações dos
profissionais
Direito ao acompanhante

• A lei 11.108 de 7 de Abril de 2005 no seu artigo 19 – Os serviços


ficam obrigados a permitir um acompanhante de escolha da
mulher durante o trabalho de parto,parto e pós parto.

• O apoio contribui também para que a mulher perceba o parto


como uma experiência positiva na sua vida, com fortalecimento
dos vínculos entre o acompanhante, a mãe e o bebê, com efeitos
que geralmente se espelham no aumento da duração do
aleitamento materno.
Métodos não farmacológicos
de alivio da dor
• A dor durante o trabalho de parto é universal: parir foi e é considerado
doloroso por quase todas as culturas do mundo.

• O objetivo da implementação destas medidas é oferecer à mulher um


melhor conhecimento da percepção corporal, bem como do
relaxamento e da respiração para um melhor controle do trabalho de
parto e parto.
Métodos não farmacológicos
de alivio da dor
• Não é possível prever a intensidade da dor para cada parto. Cada
mulher é única e cada parto é vivenciado de forma única.

• Mesmo quem não pretende utilizar nenhum método para alívio da dor
no trabalho de parto e parto, precisa conhecer os disponíveis.
Métodos não farmacológicos
de alivio da dor

Os exercícios de relaxamento têm como objetivo permitir que as


mulheres reconheçam as partes do corpo e suas sensações,
principalmente as diferenças entre relaxamento e contração, assim
como as melhores posições para relaxar e utilizar durante o
trabalho de parto.
Métodos não farmacológicos
de alivio da dor

Exercícios respiratórios ;
Ambiente acolhedor;
O recurso da música;
O recurso das cores;
Banho de chuveiro;
Massagens;
Vocalização;
Sentar-se a bola suiça
Deambulaçao;
Visualizações e etc.
Presenca de acompanhante
treinada
• A acompanhante treinada , além do apoio emocional, deve
fornecer informações à parturiente sobre todo o desenrolar do
trabalho de parto e parto, intervenções e procedimentos
necessários, para que a mulher possa participar de fato das
decisões acerca das condutas a serem tomadas durante este
período.
Presenca de acompanhante
treinada
A presença da Doula permite que as
enfermeiras possam concentrar-se em
suas atividades, pois a Doula dará a
atenção e apoio emocional que as
parturientes precisam durante o trabalho
de parto.
A Doula oferece alívio para as dores das
contrações utilizando métodos não
farmacológicos, como massagens,
técnicas de relaxamento e respiração,
exercícios, banhos e imersão em água
quente, dicas de posições, durante o
trabalho de parto e parto, oferecendo
ainda apoio emocional e encorajando a
mulher a se lembrar de seu dom natural de
parir.
Presenca de acompanhante
treinada
• Klaus e Kennel publicaram em 1993 em
“Mothering the Mother“, um estudo no
qual apontaram os resultados globais
da presença da Doula no trabalho de
parto e parto, como pode ser visto a
seguir:
• Redução de 50% nos índices de
cesárias;
• Redução de 25% na duração do
trabalho de parto;
• Redução de 60% nos pedidos de
analgesia peridural;
• Redução de 30% no uso de analgesia
peridural;
• Redução de 40% no uso de ocitocina;
• Redução de 40% no uso de fórceps.
Presenca de acompanhante
treinada
• Outros estudos também mostram
claramente que a presença da Doula
no pré-parto e parto trazem benefícios
de ordem emocional e psicológica para
mãe e bebê, incluindo resultados
positivos nas 4ª a 8ª semanas após o
parto:
• Aumento no sucesso da amamentação;
• Interação satisfatória entre mãe e bebê;
• Satisfação com a experiência do parto;
• Redução da incidência de depressão
pós-parto;
• Diminuição nos estados de ansiedade e
baixa autoestima.
Posição materna no parto

A OMS (1996) 1996), no seu guia prático de Assistência ao Parto


Normal, recomenda que, as mulheres devam adotar a posição que
melhor lhes agradar, desde que evitem longos períodos em decúbito
dorsal.
Parto domiciliar planejado

• No Brasil, o parto domiciliar tornou-se um


acontecimento exótico e fora de hábito no
espaço urbano contemporâneo. Comum na cidade
de São Paulo até aos anos 50 do século XX, o
cuidado à mãe e ao bebê no domicílio era
prestado de modo contínuo por uma única pessoa,
geralmente, a parteira.
• De acordo com a OMS , o parto normal não deve
ser medicalizado,e seu acompanhamento deve se
dar com a utilização de um mínimo de
intervenções realmente necessárias.
• Na Holanda 35% dos partos são domiciliares e
apenas 10% são cesáreas.
Parto domiciliar planejado
A mudança no modelo
Obstétrico
Baseado em Evidências
Cientificas

A História das Intervenções Obstétricas


Tradicionalmente, os partos e seus
cuidados eram realizados por mulheres
conhecidas popularmente como
aparadeiras, comadres ou mesmo de
parteiras-leigas.
A medicina , enquanto instituição
em 1988 denominou de parteiro ou
médico-parteiro os profissionais por ela
formados. Historicamente, este processo
se deu primeiro na Europa (nos séculos
XVII e XVIII) se estendendo ao Brasil, ao
se inaugurar as escolas de medicina e
cirurgia na Bahia e Rio de Janeiro, em
1808.
Em todas as teses defendidas
pela obstetrícia nas escolas de medicina,
salvar a vida da mulher era o objetivo
fundamental.
Século XVII
Século XVIII
CESARIANA

A introdução da cesárea na
prática obstétrica só teve início a
partir do século XVIII. Tinha uma alta
mortalidade fetal e materna e só era
praticada em casos muito especiais.
da cesárea na prática obstétrica só
teve início a partir do século XVIII.
Tinha uma alta mortalidade fetal e
materna e só era praticada em casos
muito especiais
Século XIX
Século XIX
Século XX

Quanto mais avaliada, melhor


Quanto mais LIMPO, melhor!
Quanto mais MONITORADO, melhor!
Cardiotocografia
Contínua
Quanto mais RÁPIDO, melhor!
Manipulação Perineal
Kristeller
Episiotomia
Quanto MAIS OBSERVADO, melhor!
Quanto MAIS AVALIADO, melhor!
UFA!!!

Quanto trabalho pra nascer...


Recomendações da OMS
Local

Uma mulher deve dar à luz num local onde se sinta segura,
e no nível mais periférico onde a assistência adequada for
viável e segura.
OMS,1996 - FIGO, 1992
Quanto mais ACOLHIMENTO, melhor!
Plano de Parto
Por que fazer um Plano de Parto?

• Garantir o melhor atendimento

• Garantir que suas escolhas sejam respeitadas

• Garantir Segurança

• “O combinado não sai caro”


Plano de Parto

1-Local/Ambiente

Logística
2-Suporte Contínuo

3-Equipe

4-Intervenções na Mãe
Técnica
5-Intervenções no Bebê
1-Local
AMBIENTE

Privacidade Conforto
2-Suporte
Contínuo
Lei 11.108 – 2005

Art 19J - Os serviços de saúde do Sistema


Único de Saúde - SUS, da rede própria ou
conveniada, ficam obrigados a permitir a
presença, junto à parturiente, de 1 (um)
acompanhante durante todo o período de trabalho
de parto, parto e pós-parto imediato.
.

RDC 36 – 04 de junho de 2008

Todo serviço de saúde do país deve permitir a presença de acompanhante de livre


escolha da mulher no acolhimento, trabalho de parto, parto e pós parto imediato
Doula
“mulher que serve”
3-Equipe
4-Intervenções na Mãe
Métodos de alívio da
Dor
Alívio da dor

Diminui a necessidade de peridural no


segundo estágio do trabalho de parto.
Alívio da dor
Posição
Posição Materna
Quanto mais SEGURO, melhor!
Quando há
indicação?
Partograma
Cesárea

• Desproporção
• Depressão de O2
• Doenças Maternas
5-Intervenções no Bebê
Quanto mais SEGURANÇA
e TRANQUILIDADE, melhor!
Contato
pele a pele

Imediato
 APGAR
 Não aspirar vias aéreas
 Manutenção da temperatura
 Amamentação Enxugar
 Vínculo Aquecer
Contato
pele a pele

Clampeamento Oportuno do cordão

Vacinas
Vitamina k
Nitrato de Prata (Credê)
Teste Pezinho
Quanto mais MONITORADO, melhor!

Quanto mais LIMPO, melhor!

Quanto mais AVALIADO, melhor!

Quanto mais RÁPIDO, melhor!

Quanto MENOS DOR, melhor!

Quanto MAIS OBSERVADO, melhor!


Quanto mais ACOLHIMENTO, melhor!

Quanto mais SEGURO, melhor!

Quanto mais CONFORTÁVEL, melhor!


Para mudar o mundo é preciso
mudar a forma de nascer.
Michell odent

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